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Título: Sourds et Malentendus (FR); Sou surda e não sabia (BR) 
Diretor: Igor Ochronowicz 
Ano de Lançamento: 2009 
Tradução: Thelma Médici Nóbrega 
Link: https://www.youtube.com/watch?v=Vw364_Oi4xc 
Orientações para a análise: 
Ao assistir o documentário e ler os relatos, deve-se analisar os seguintes 
pontos: 
1) A perspectiva que a personagem Sandrine tem da sociedade. 
2) Como os elementos secundários “relatos de profissionais, entrevistas de 
pessoas surdas, ambientes retratados” justificam a posição de Sandrine. 
3) Qual a minha percepção sobre o assunto tratado, por exemplo, se 
concordo ou discordo da visão proposta no documentário. 
 
Língua de sinais 
Os participantes do documentário, exceto a Sandrine são anônimos, de alguns 
consegue-se perceber a profissão, mas não a especialidade. 
 
Parte 1: 0:00 – 25min09seg - Cleudiane 
O documentário começa em uma sala de aula e duas alunas estão 
escrevendo várias palavras na lousa e as seguintes são pronunciadas: 
“Silêncio, Deficiente, Surdo-mudo, Isolamento, Aparelhos, Oralização, 
Bilinguismo, Surdo”. Em seguida o professor pergunta quem usa o eufemismo 
“deficiente auditivo”. Partindo desse pressuposto a explicação a seguir é que 
procuramos usar esse eufemismo para não ofender as pessoas surdas ou que 
ouvem menos, mas devemos nos ater ao fato do termo deficiente como 
identidade. O professor prossegue afirmando que esse termo torna a todos nós 
deficientes em algo como, o feminino, o masculino, o loiro, o moreno, etc. 
Como nos sentiríamos sendo vistos a vida toda como deficientes. 
A seguir a cena muda para um trem em que uma mulher atende a uma 
chamada de vídeo no celular e começa a se comunicar com outra mulher por 
meio de sinais. As pessoas a sua volta estranham o fato de ela receber uma 
chamada de telefone e se comunicar por meio de sinais. É interessante a 
expressão no olhar de cada uma. A cena encerra com uma frase de Bernard 
Mottez que diz “Pessoas como as outras, que não são como as outras. São 
surdas” 
Novamente a cena muda e uma mulher surda-muda começa a falar 
sobra como as pessoas a definem. A seguir ela se apresenta como Sandrine. 
Ela fala sobre a forma como sempre foi tratada desde pequena, com piedade. 
Uma cena de seu primeiro aniversário é retratada e seus pais estão cantando 
“Parabéns para você” enquanto ela os observa. Sandrine diz que nasceu em 
uma família de ouvintes. Suas primeiras lembranças são visuais, como cores, 
paisagens, expressões, o sorriso da mãe e isso lhe despertavam emoções. 
Quando sua mãe fechava a cara ela sabia que a mãe estava brava. O olfato 
também lhe traz lembranças. Ela sabia quando sua mãe chegava apenas pelo 
cheiro. O toque também criava um elo com sua mãe. Seus pais demoraram a 
descobrir que ela era surda e isso criou um elo entre eles. Sandrine questiona 
as novas tecnologias que testam crianças logo ao nascer, impedindo-as de ter 
esse elo entre pais e os filhos surdos. 
A cena seguinte é de um teste em uma criança recém nascida em que o 
pai tem surdez e usa aparelho. A profissional ressalta a importância do teste e 
a repetição deste caso seja necessária. A seguir um médico explica que a 
organização do teste em crianças é porque eles acreditam que a surdez 
detectada precocemente pode ser curada, como uma doença chamada 
“fenilcetonúria” que pode causar surdez. Quando o diagnóstico é positivo, a 
surdez não precisa ser detectada imediatamente, mas quando é confirmada, o 
profissional que notifica os pais nunca afirma que a criança é surda, mas que 
ela possui um problema auditivo que a medicina irá tratá-la. Os pais, a partir 
desse momento passam a negar a surdez dos filhos. 
Sandrine conta que sua casa era tudo para ela, mas que certo dia seus 
pais a levaram para outra casa, com paredes azuis, pessoas com roupas 
brancas e outras crianças. Seus pais estavam estranhos como se estivessem 
escondendo algo dela. Quando percebeu que estava em um hospital pensou 
“quem está doente? Sou eu? Mas não estou sentindo nada.” Depois um 
médico sorridente se aproximou e aquele lugar passou a fazer parte de sua 
rotina durante boa parte de sua vida. Quando seus pais descobriram sua 
surdez, eles ficaram totalmente perdidos e aquele elo e harmonia se 
desfizeram. Era como se eles a enxergassem como um “grande ouvido 
ambulante”, Sandrine sentia que chorava por dentro porque o olhar de seus 
pais a afastavam e ela se perguntava o que fizera para eles agirem assim. 
Sandrine relata que quando criança achava que as pessoas se 
comunicavam por “telepatia”, que as mensagens eram enviadas pelo cérebro e 
recebidas de volta. Ela pensava coisas, enviava mensagens, mas não obtinha 
as respostas, até que desistiu e se voltou ao que era concreto, como as 
árvores, as flores, a chuva e o fogo. Foi a uma escola integrada como a única 
aluna surda da sala. Ela não entendia como a professora e os alunos se 
comunicavam e achava-se como uma criança de outro planeta com a 
esperança de que um dia viriam buscá-la. Como não se encontrou nesta 
escola, tornou-se invisível e não tinha amigos de sua idade. Seus amigos eram 
adultos, como a Fonoaudióloga que não lhe ensinou nada, a Psicóloga que lhe 
mandava brincar com pinos e caixas. Até que um dia a levaram a outra pessoa 
que lhe entregou uma caixa como se fosse um porta-jóias e dentro dela 
estavam os seus primeiros aparelhos auditivos. Ao colocá-los ela sentiu como 
se seu corpo estivesse se quebrando, pois os sons a incomodaram muito. 
O professor do início do documentário relata que ao diagnosticar uma 
criança surda cria-se um projeto de “reabilitação” dessa criança na sociedade 
como se a comunicação estivesse atrelada ao ouvir e falar, sendo essa uma 
ideologia antiga. Ao colocar o projeto em prática as pessoas passariam a 
enxergar a criança como parte da sociedade. 
Outro profissional relata que é comum oferecer às famílias o tratamento 
pelo som e por esse motivo esse tipo de tratamento é o preferido pelos pais 
pelo modo como a surdez foi apresentada a eles. 
 
Parte 2: 25min10seg – 51min49seg - Isabella 
A cena muda para uma escola primária que oferece um ensino 
especializado para crianças surdas. Elas são alfabetizadas e aprendem a ler. 
Depois são direcionadas a mudar de classe para se integrar com os alunos 
ouvintes. Nesta aula a professora ensina o conteúdo e as crianças surdas 
participam com o auxílio de uma professora que as auxilia com sinais quando 
necessário. 
Sandrine volta ao documentário informando que a ensinaram a falar; ela 
tentava imitar as bocas das pessoas e seu corpo se reduzia à boca como se 
todo o restante de seu corpo não existisse. Ela não teve aulas de geografia, 
história nem de francês, pois tudo se reduzia à sua boca, pois todos queriam 
que ela falasse e nada mais. 
O documentário volta-se para uma criança da escola primária citada 
anteriormente. Ela aprendeu a se comunicar por meio da fala e a professora a 
parabeniza. Na sequância, a mãe conversa com a criança dizendo-lhe que ela 
deve ser a primeira da sala. A seguir na entrevista afirma que se sentiu culpada 
pela sua filha ser surda, pois lhe diziam que a fala é o instrumento mais 
necessário para se para se adquirir uma profissão mais interessante. Ela afirma 
que talvez essa cobrança ocorre pela forma como ela vê as coisas e porque 
sua filha convive com ouvintes. 
Sandrine retorna dizendo que sua educação no colégio integrado foi um 
fracasso e que seus pais a matricularam em um instituto para surdos em que a 
finalidade era a reeducação da fala, sendo a língua de sinais proibida através 
de castigos físicos. A lembrança de seu primeiro contato com surdos foi 
marcante. Ela ficou perturbada no bom sentido. O sentimento de solidão foi 
embora. A bolha que a envolvia se rompeu. Ela tinha nove anos e pela primeira 
vez tinha uma amiga “Mathilde”. Em sua casa Sandrine se sentia excluída poir 
seus pais se comunicavam entresi, mas não se comunicavam com ela. Mas 
isso mudou no dia em que ela foi à casa de Mathilde, cujos pais eram surdos e 
se comunicavam por meio de sinais. Então Sandrine percebeu que poderia se 
tornar uma adulta como eles. 
O documentário muda para uma escola em que alunos surdos e 
ouvintes são educados juntos, pois o ensino é bilíngue. Os alunos interagem 
entre si como iguais e se comunicam, tanto pela fala quanto por sinais. Na sala 
de aula há dois professores um ouvinte e um intérprete de sinais. Durante os 
exercícios os professores interagem com os alunos orientando a escrita pela 
língua de sinais. 
O professor intérprete afirma que quando ele era pequeno demorava a 
entender e por isso decorava. No entanto, hoje em sala de aula ele ajuda os 
alunos a aprenderem e isso faz a diferença, porque eles se sentem 
confortáveis e veem o professor como um modelo para eles. O estímulo é 
constante para que os alunos expandam a língua de sinais também. 
Uma mãe em um parque é entrevistada sobre o filho surdo e afirma que 
as pessoas a enxergam como uma coitada porque tem um filho surdo, mas ela 
não vê dessa forma, pois proporcionou ao seu filho a língua de sinais para que 
ele se comunique e não haja erros de comunicação. Além disso, o seu filho não 
se enxerga como deficiente e interage normalmente com as outras crianças. 
Sandrine afirma que cresceu em dois mundos diferentes, o oral na 
sociedade e na família e o da língua de sinais entre os amigos. Na 
adolescência ela adquiriu a possibilidade de dizer tudo com a língua de sinais, 
enquanto a linguagem oral a limitava. Isso era frustrante ao ponto dela se 
rebelar e recusar a linguagem oral. 
A cena muda e acompanha um casal surdo que está em uma loja 
comprando roupas para irem a uma festa. No meio da conversa a moça 
pergunta ao rapaz como ele consegue dinheiro para comprar as roupas e ele 
diz que é do PAD, uma pensão para “adultos deficientes”, termo que a moça 
repudia. 
Sandrine comenta sobre esse termo em que ela não se reconhece nele. 
Ela quer crescer, seguir em frente sem limitações impostas pela sociedade. 
 
 
Parte 3: 51min50seg – final - Francine 
Em seguida a cena é mudada para uma sala de aula em que um 
professor está propondo a alunos surdos que eles escolham uma carreira 
profissional. Quando os alunos dizem o que querem ser, o professor começa a 
colocar obstáculos nas profissões escolhidas pelos alunos usando a surdez 
como desculpa. 
O questionamento de Sandrine é: quem impôs as impossibilidades para 
os surdos? Os ouvintes? De onde vêm os obstáculos para os surdos? Ela 
afirma que é do preconceito dos ouvintes que os consideram incapazes. Ea se 
recusa a ouvir isso, até porque os ouvintes não podem saber o que podem ou 
não fazer, pois não estão no lugar deles. Ela relata que foi a uma peça de 
teatro em que havia atores surdos e ouvintes e todos usavam a língua de sinais 
e questiona: por que não é assim na sociedade? Isso lhe deu coragem de fazer 
teatro, construir a sua identidade e a ter orgulho de mostrar sua língua. 
A cena do teatro se passa com o diretor informando que a peça irá 
funcionar com as duas linguagens sendo utilizadas para que os espectadores 
ouvintes entendam a peça e compreendam a língua de sinais 
simultaneamente. Uma atriz surda é entrevistada e informa que quando 
recebeu o papel queria ter sido avaliada pela profissional que é e não como 
uma surda com uma performance incrível. Ela não aceita esse tipo de 
avaliação. Essa atriz nasce em meio ao Teatro Visual Internacional que tinha 
certa notoriedade no meio teatral. Os ensaios correm com certa liberdade. 
Enquanto as atrizes falam por meio de sinais, um intérprete narra o que está 
acontecendo. A atriz volta a falar sobre a “escolha” que dão aos pais entre 
escolher para os filhos surdos a língua de sinais e a linguagem oral acrescida 
pelo implante coclear. Ela afirma que é preciso informar aos pais que a língua 
de sinais é vital para que os filhos adquirirem a sua identidade. Ela não aceita o 
fato de que afirmam que a aquisição da língua de sinais impede que adquiram 
o francês. Ela ressalta que a língua de sinais é uma porta para o mundo. 
Outra cena mostra duas amigas surdas em um elevador que para de 
funcionar. Elas acionam o botão de emergência para pedir ajuda, mas não há 
um dispositivo que seja apropriado para um surdo pedir ajuda. 
Sandrine fala sobre os bloqueios com as quais eles se deparam. Ela 
questiona: quem realmente não ouve? Ela conseguiu seguir seu caminho por 
meio do ativismo que fez com que se os surdos participassem da sociedade No 
entanto, parte da sociedade se fecha. 
A cena passa para a data do dia mundial dos surdos. Um surdo discursa 
e um intérprete narra o discurso. Um grupo de surdos canta uma canção por 
meio da língua de sinais. 
Um surdo é entrevistado e diz que quando pequeno assistia a filmes de 
índios que usavam roupas diferentes e penas na cabeça, mas ele nunca os via 
na França. No entanto, nos filmes eles atiravam flechas e a paz só era 
restabelecida quando a cavalaria chegava e os expulsava. O entrevistado diz 
que se identificava com a cavalaria, mas quando cresceu, percebeu que era o 
contrário, pois quando ele começou a lutar pelos direitos dos surdos, percebeu 
que ele era como os índios. Quando foi determinada qual língua eles deveriam 
falar, os ouvintes obtiveram poder sobre eles e isso o deixou indignado. Eles 
lutam para que a língua de sinais seja mantida e não proibida. 
A cena seguinte é de um parto de uma mãe surda. Uma mulher auxilia a 
mãe com a língua de sinais até que a criança nasce. 
Sandrine fala sobre a quantidade de surdos que nascem e não são 
vistos. Ela informa que cresceu em meio a muitas obrigações e teve que se 
adaptar com obrigações sem fim. Mas, quais eram os seus direitos? Muito 
poucos. Eles querem participar da sociedade, por isso lutam por esse direito, 
em vão. Então eles (surdos) ficam juntos e são acusados de formar um gueto. 
O que os ouvintes querem que eles façam? Vão para outro planeta? Ela 
finaliza dizendo que eles só querem viver juntos e isso á possível, basta que os 
aceitemos como eles são: surdos.

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