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Técnicas Secretariais Professora Esp. Lucimari de Campos Monteiro Reitor Prof. Ms. Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino Prof. Ms. Daniel de Lima Diretor Financeiro Prof. Eduardo Luiz Campano Santini Diretor Administrativo Prof. Ms. Renato Valença Correia Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Coord. de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONPEX Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza Coordenação Adjunta de Ensino Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo Coordenação Adjunta de Pesquisa Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme Coordenação Adjunta de Extensão Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves Coordenador NEAD - Núcleo de Educação à Distância Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal Web Designer Thiago Azenha Revisão Textual Beatriz Longen Rohling Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Kauê Berto Projeto Gráfico, Design e Diagramação André Dudatt 2021 by Editora Edufatecie Copyright do Texto C 2021 Os autores Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi- tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP M775t Monteiro, Lucimari de Campos Técnicas secretariais / Lucimari de Campos Monteiro. Paranavaí: EduFatecie, 2021. 97 p.: il. Color. 1. Secretárias. 2. Prática de escritório. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III Título. CDD: 23 ed. 651.374 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333 Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Cândido Bertier Fortes, 2178, Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 3 Rodovia BR - 376, KM 102, nº 1000 - Chácara Jaraguá , Paranavaí, PR (44) 3045-9898 www.unifatecie.edu.br/site As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site Shutterstock. AUTORA Professora Esp. Lucimari de Campos Monteiro ● Pós-graduada em Docência do Ensino Superior (Faveni – ES) ● Especialista em Marketing, Novas Mídias e Redes Sociais (UNIARA - SP) ● Licenciada em Letras Português-Inglês (FIRA – SP) ● Professora Conteudista – UniFatecie ● http://lattes.cnpq.br/3060516310351242 Possui experiência como docente no Ensino Fundamental II e Médio nas disciplinas de Gramática, Literatura e Redação. No ensino superior atuou como docente nos cursos de Letras, Agronomia, Engenharia Civil, Jornalismo, Publicidade e Administração, nas discipli- nas de Comunicação Empresarial, Linguística, Mídia, Análise e Produção de texto, e outras da área da comunicação e educação, no interior de São Paulo. Atuou, ainda, em Agências de Publicidade no Paraná como redatora de peças publicitárias. Possui experiência com correção das Redações do ENEM, revisão de textos acadêmicos em geral e Trabalhos de Conclusão de Curso. APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Seja muito bem-vindo(a)! Prezado(a) aluno(a), se você é alguém que gosta de estudar a língua portuguesa em todos os seus aspectos, isso já é o início de uma grande caminhada que vamos fazer juntos a partir de agora. Proponho, junto com você, construir nosso conhecimento sobre caracterís- ticas da comunicação e formas de expressão abrangendo os mais variados âmbitos. Na unidade I começaremos a nossa jornada pelos conceitos e características do trabalho do secretariado, a sua origem e como se deu a regulamentação da profissão no Brasil. Veremos ainda sobre a postura e filosofia de relacionamento para entender as carac- terísticas desse profissional. Outro fator que será abordado é o da aparência e tratamento no atendimento, como prestar um atendimento de excelência e ser referência no mercado. Já na unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre os conceitos e ca- racterísticas do trabalho do secretariado em suas múltiplas facetas e possibilidades de atuação. Veremos ainda como se dá a comunicação verbal e não verbal e as características dos tipos de textos, linguagens e comunicação como um todo. Conheceremos as caracte- rísticas da padronização de documentos como ofício, e-mail, carta e como é a linguagem utilizada no âmbito empresarial e do secretariado. Já na unidade III vamos dar continuidade aos conceitos de Relação homem-tra- balho-organização-tecnologia e os aplicativos de Informática e material de escritório tão essenciais no dia a dia do profissional de secretariado. Além disso, veremos também sobre Trabalho e suas atribuições: organização, agenda, atendimento, reunião e substituição temporária e alguns modelos práticos de materiais de secretariado. Na unidade IV finalizaremos nosso assunto sobre a multifuncionalidade no Secreta- riado e a Teoria das Inteligências Múltiplas que são fundamentais em qualquer contexto do profissional do secretariado. Veremos ainda sobre Sistema de informação e gerenciamento que são ferramentas importantes em qualquer empresa atualmente que utiliza dados e informações de clientes e fornecedores. Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. Muito obrigada e bom estudo! SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 3 Secretariado e Organização UNIDADE II ................................................................................................... 22 Habilidades e Técnicas UNIDADE III .................................................................................................. 54 Ferramentas Secretariais UNIDADE IV .................................................................................................. 77 Rotinas e Gestão Empresarial 3 Plano de Estudo: ● Introdução e relação do trabalho do secretariado; ● O perfil do secretariado: conhecimento geral e específico; ● Atitudes éticas: Postura e filosofia de relacionamento; ● Aparência e tratamento no atendimento. Objetivos da Aprendizagem: ● Conhecer os conceitos e características do trabalho do secretariado; ● Compreender mais sobre a postura e filosofia de relacionamento ● Entender as características da aparência e tratamento no atendimento UNIDADE I Secretariado e Organização Professora Esp. Lucimari de Campos Monteiro 4UNIDADE I Secretariado e Organização INTRODUÇÃO Prezado aluno, nesta unidade vamos conhecer os conceitos e características do tra- balho do secretariado, a sua origem e como se deu a regulamentação da profissão no Brasil. Veremos ainda sobre a postura e filosofia de relacionamento para entender as características desse profissional. Outro fator que será abordado é o da aparência e tratamento no atendimento, como prestar um atendimento de excelência e ser referência no mercado. Esperamos que esta unidade seja imensamente proveitosa e venha a contribuir ainda mais para os estudos da língua. Bons estudos! 5UNIDADE I Secretariado e Organização 1. INTRODUÇÃO E RELAÇÃO DO TRABALHO DO SECRETARIADO Quando se fala em secretariado muitas vezes nos vem à mente a imagem de uma mulher que atende telefone, faz anotações e organiza a agenda de algum executivo, mas a profissão de secretária ou secretário vai muito além dessas funções básicas. Antes de mais nada, é preciso entender a origem da função que levou alguns anos para se tornar uma profissão. A função do secretariado nasceu na época dos escribas, pela similaridade do que os escribas faziam (anotar informações) torna-se muito parecido com o profissional desecretariado, principalmente no início da profissão em que os trabalhos eram mais operacionais, e por conta disso a origem da profissão do secretariado está relacionada com essa parte da história. Além de anotar informações, os escribas tinham como função dominar a escrita, classificar os arquivos, redigir as ordens quando as recebia e eram ainda encarregados de sua execução por meio da taquigrafia (método abreviado ou simbólico de escrita, com o objetivo de melhorar a velocidade da escrita ou a brevidade, em comparação com um método padrão de escrita). Já na Idade Média essas características de atividade foram realizadas por monges, e é interessante ressaltar que tanto os escribas quanto os monges tinham um status pela tarefa que realizavam, afinal, o domínio da escrita não era algo comum e quem a possuía era considerado uma figura de destaque na sociedade. 6UNIDADE I Secretariado e Organização É importante lembrar, ainda, que a função de secretária (o) é exercida muitas vezes por profissionais de outras áreas ou por pessoas sem conhecimento do ramo. Isso acontece porque muitas vezes as empresas confundem a função de recepcionista com a de secreta- ria e o mesmo colaborador exerce funções que deveriam ser separadas e executadas por profissionais qualificados. Todo profissional de secretariado, inclusive com registros como Assessora, assis- tente, auxiliar administrativo, deve ter seu registro junto à antiga DRT - Delegacia Regional do Trabalho, atual SRTE-Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. No início dos anos 80 assumimos, após longo processo de transformação, toda complexidade das nossas “diferenças”, iniciando então a luta para ter- mos os mesmos direitos no mundo do trabalho. Até que em 1985, através da Lei 7377, no dia 30 de setembro transformamos o que era cargo ou função em profissão. (FENASSEC, 20--?) A luta da classe dos secretários é de longa data e a transformação de função em profissão só aconteceu no Brasil em 1985, por conta da lei 7377, por isso, a data em que se comemora o dia do secretário é 30 de setembro, data da promulgação da referida lei. [...] De lá para cá o mundo do trabalho não só mudou, mas vem sendo re- construído sucessiva e continuamente, numa descoberta que parece eterna entre a aplicação do que às vezes é considerado antigo e o que é conside- rado novo em termos de busca de soluções para os seres humanos criarem condições de adaptabilidade, tanto às novas formas de administração empre- sarial, como às novas formas de produção e comércio. (FENASSEC, 20--?) Outro fato importante é que veremos a seguir com mais detalhes está sempre em torno de quais são as divisões das funções dos secretários, afinal hoje é possível encontrar mais de 500 denominações e atuação deste profissional no mercado de trabalho. Os cargos e funções variam de acordo com a atuação, por exemplo, ele pode ser um assistente administrativo, assistente de diretoria, auxiliar de secretária, secretária assistente administrativa ou secretária acadêmico de universidades, entre tantas outras opções e possibilidades que esse profissional pode atuar. Veremos a seguir quais são essas funções e como o secretário pode dividir as suas atividades rotineiras. 7UNIDADE I Secretariado e Organização 2. O PERFIL DO SECRETARIADO: CONHECIMENTO GERAL E ESPECÍFICO O secretário tem várias funções em sua rotina e todas elas se tornam complemen- tares e corroboram para o bom andamento do local de atuação. Um dos princípios que se espera desse profissional é a postura e o bom atendimento, mas esses dois itens precisam ser claramente identificados em cada indivíduo para saber se o perfil pessoal se encaixa na área de atuação. Como dito no tópico anterior, são inúmeras as classificações da profissão, desde auxiliares até assessores, entre outras possibilidades de atuação no mercado. O perfil do secretário de organização, postura e boa comunicação prevalece em todas as funções, mas é preciso identificar em qual delas você se encaixa e se reconhece atuando no mercado. Vale ressaltar que somente com a prática da rotina é que você poderá encontrar a sua função “preferida” e atuar nesse ramo. As funções que competem o profissional do secretariado são as mais variadas e se flexibilizam de acordo com a instituição em que ele está atuando, pode ser que ele seja responsável em gerir uma equipe de auxiliares administrativos e de secretaria, pode ser que ele atue na assessoria de uma pessoa pública (como políticos, empresários, etc.) e tantas outras possibilidades. Mas, independentemente de qual seja, ele sempre precisa apresentar: organiza- ção, boa comunicação interpessoal, excelente escrita, planejamento e capacidade de gerir equipes que trabalham em conjunto. 8UNIDADE I Secretariado e Organização Cabe ao profissional de Secretariado Executivo, classificar e dar soluções aos mais variados assuntos, tais como redigir cartas, memorandos e docu- mentos de todos os tipos, organizar a mesa do executivo e atendê-lo, sele- cionar assuntos e pessoas que serão atendidas pelo executivo, manter con- tato com outros departamentos, secretariar reuniões e preparar roteiros de viagem, isto é, para exercer todas as suas atividades, é preciso ser flexível e manifestar interesse por realizar diferentes atividades. (BORTOLOTTO; WILLERS, 2005, p.37). Podemos dizer que o profissional do secretariado precisa apresentar algumas competências que podem ser divididas em duas partes: as competências técnicas e as competências humanas. Para melhor entendimento, vamos ver um pouco sobre elas e como acontecem na prática: 1.1 Competências técnicas As competências técnicas podem ser entendidas como aquelas que são aprendi- das por meio de cursos, orientações, exemplos, ou seja, é tudo aquilo que qualquer pessoa pode aprender e desenvolver com o tempo. Segundo Magalhães e Souza (2001) é chamado de técnicas secretariais o conheci- mento de métodos para o desenvolvimento de atividades administrativas que irão assegurar a eficácia de resultados, ou seja, as competências técnicas. São elas: ● Atendimento ao cliente: deve sempre priorizar pelo bom atendimento, pela simpatia e presteza em todas as atividades executadas; ● Comunicação e Expressão: saber se comunicar e se expressar é essencial para o bom andamento das rotinas secretariais; ● Logística: organização e planejamento das atividades, por exemplo, a organi- zação de um evento, uma viagem, uma reunião, etc; ● Gerenciamento da documentação e informação: recepção, interpretação, armazenamento e tudo que envolve documentos e informações importantes. 1.2 Competências humanas Diferentemente das competências técnicas, as competências humanas são carac- terísticas pessoais e inerentes ao perfil do profissional. Em todas as áreas tais caracterís- ticas são importantes e devem ser evidenciadas, mas no que tange ao cenário secretarial elas são primordiais. Podemos, então, definir as competências humanas como pessoal, cada um tem sua própria personalidade e, em algumas situações, podem ser entendidas como caracte- rísticas relativas ao caráter do indivíduo também. São elas: 9UNIDADE I Secretariado e Organização ● Ética: conjunto de princípios básicos que visa disciplinar e regular os costumes, a moral e a conduta das pessoas; ● Relações Interpessoais: ser flexível e saber mediar conflitos que podem surgir no dia a dia; ● Relações Intrapessoais: se conhecer enquanto pessoa, interpretar as caracte- rísticas de sua personalidade. Todas essas funções competem ao secretário, veremos mais adiante algumas delas de forma mais aprofundada e detalhada, pois é fundamental que o profissional esteja sempre atualizado sobre a profissão e se comprometa a realizar cada uma dessas compe- tências com maestria e responsabilidade. Diante do exposto até aqui, é possível dizer que o conhecimento geral de um se- cretário diz respeito às rotinas do ramo em que atua e característicascomo proatividade, organização, planejamento e responsabilidade. Já o conhecimento específico se aprofunda ainda mais e diz respeito ao setor em que atua, por exemplo, se o profissional é secretário acadêmico ele precisa entender das rotinas junto ao Ministério da Educação, dos documentos oficiais que dizem respeito ao setor educacional (seja no âmbito municipal, estadual ou federal) e como gerir sua equipe da melhor maneira possível para alcançar os objetivos da empresa em que atua. 10UNIDADE I Secretariado e Organização 3. ATITUDES ÉTICAS: POSTURA E FILOSOFIA DE RELACIONAMENTO Definir o conceito de ética vai além do campo profissional, mas é extremamente importante que qualquer colaborador seja ético em suas ações e comprometido com as atividades que realiza. Podemos dizer que ética é um conjunto de princípios básicos que visa disciplinar e regular os costumes, a moral e a conduta das pessoas, o que as leva a um perfil de comportamento esperado socialmente. Já no âmbito profissional e de acordo com Medeiros e Hernandes (1999) é possível definir ética como o conjunto de princípios que regem a conduta funcional dentro da profissão, mesmo que esses princípios sejam importantes para todas as profissões, vamos salientar aqui o profissional do secretariado. São estas as características desejadas: a) honestidade no trabalho; b) lealdade para com a organização; c) formação de uma consciência profissional; d) execução do trabalho nos mais altos níveis de rendimento; e) respeito à dignidade da pessoa humana; f) segredo profissional; g) discrição no exercício da profissão; h) prestação de contas ao superior imediato; i) observação das normas administrativas da organização; j) tratamento cortês e respeitoso a superiores, colegas e subordinados hierárquicos; k) Apoio a esforços para aperfeiçoamento da profissão. 11UNIDADE I Secretariado e Organização Consideram-se faltas contra a dignidade do trabalho: a) utilizar informação e influências obtidas na posição para conseguir vantagens pessoais; b) ter conduta egoísta na transmissão de experiências e conhecimentos; c) não prestar ajuda aos companheiros; d) fazer publicações indecorosas e inexatas. (BORTOLOTTO; WILLERS, 2005, p.52). Se observarmos a lista que Bortolotto e Willers (2005) apresentam é possível notar que tais comportamentos se aplicam a qualquer área de atuação, mas para o secretariado é indispensável uma vez que lida com público (interno e externo), com diretoria, gestores e tantos outros públicos necessários. Além da questão da ética é importante salientar que o bom relacionamento com todos os setores da empresa também é de extrema importância. Manter um ambiente empresarial saudável é função de todos os colaboradores, mas quem está em cargos de gestão deve preconizar ainda mais esse comportamento em toda a equipe. Ter um bom relacionamento com os gestores é essencial para que as informa- ções e o andamento das atividades diárias sejam também eficazes. Consequentemente, esse bom relacionamento refletirá em harmonia da equipe gerida por você e até mesmo no público externo. Os fornecedores, clientes e pacientes que se relacionam com você também estarão sempre observando seu comportamento e só com organização, ética, responsabilidade e um bom relacionamento interpessoal será possível caminhar rumo aos objetivos da instituição. Outro fator que deve ser sempre lembrado é que o cliente e/ou paciente sempre se lembrará do atendimento que recebeu, portanto, se for negativo será passado para outras pessoas essa má qualidade no atendimento; assim como se for um atendimento positivo também será contemplado. É o famoso marketing “boca a boca” que ainda funciona em tempos modernos e tecnológicos. Por isso, a reputação da empresa ou instituição em que você trabalha depende do seu relacionamento com as pessoas e a forma como será tratado no dia a dia. 12UNIDADE I Secretariado e Organização 4. APARÊNCIA E TRATAMENTO NO ATENDIMENTO Pensar no perfil do profissional de secretariado é sempre um desafio, afinal, são tantas possibilidades de atuação no mercado e cada uma delas pode ser realizada de uma maneira, porém, é válido ressaltar que a aparência desse profissional deve ser sempre adequada para a função. O comportamento visual é uma forma de comunicação também, quando nos vesti- mos estamos passando uma mensagem e mostrando quem somos, como nos comportamos e os ambientes que frequentamos, portanto, faz parte da nossa identidade pessoal. Através do comportamento visual - vestuário, cabelo, cores, joias, acessórios, postura entre outros - é traduzida a personalidade de cada um, onde as esco- lhas exteriores refletem as vozes interiores. Os sinais contidos em cada apre- sentação pessoal podem ser lidos de forma negativa, mesmo que, aparente- mente, a pessoa acredite estar de acordo com o figurino. (FENASSEC, 20--?). Fica evidente que o ato de se vestir traz pluralidade ao seu eu e mostra quem você é, e cada empresa ou instituição observará se esse “estilo” ou forma de vestimenta condiz com a imagem da empresa também, é preciso que haja harmonia e singularidade nessas questões. O simples ato de vestir-se faz a diferença, soma pontos. Um profissional de secretariado elegante com seu próprio estilo tem um valor especial, mas esta não deve ser a única razão que o motive a buscar o crescimento na empre- sa. O estilo deve estar aliado a valores como: competência, inovação, em- preendedorismo, honestidade, responsabilidade, lealdade, discrição, ética e o crescimento intelectual constante. (FENASSEC, 20--?). 13UNIDADE I Secretariado e Organização Indo mais além e ultrapassando os limites da vestimenta enquanto parte da sua comunicação pessoal, o atendimento de excelência também é função e papel fundamental para o profissional de secretariado. Quando você se encontra na posição de cliente ou paciente espera que, no mínimo, receba um bom atendimento, que encontre um atendente educado, de boa comunicação, domínio da linguagem escrita e falada e que seja claro em suas colocações. E se você deseja ser atendido por um profissional assim é fundamental que você seja, primeiro, essa pessoa. Alguém capaz de prestar os melhores serviços de atendimento, auxiliando a gestão/ direção da instituição em que trabalha e fazendo a ponte entre cliente/paciente ao serviço prestado. A excelência no atendimento vai muito além da simpatia, é preciso entender o que se faz, o que se vende, o que se oferta ao público. Ter excelência no atendimento ao cliente consiste em relacionar-se com os consumidores de maneira eficaz, resolvendo seus problemas quando entram em contato com a empresa e auxiliando-os a alcançarem os resultados dese- jados. O objetivo é encantar os clientes, agregar valor e criar conexões com eles, de modo que se tornem fiéis ao seu negócio e ainda o recomendem para outras pessoas. (RESULTADOS DIGITAIS, 2021, online). Para prestar um bom atendimento é necessário estar sempre atento ao contexto do seu mercado de atuação, ao seu contexto profissional e a busca de sempre pela atua- lização do ramo em que atua. Um conceito que está cada vez mais em evidência e pode ser um profissional que atue junto ao secretário é o CUSTOMER SUCCESS, em tradução livre, é aquele que vai cuidar do sucesso do cliente, ou seja, estará sempre atento às necessidades dele e tem como função prevenir uma experiência negativa. Basicamente, é aquele profissional que irá garantir resultados positivos e evitar conflitos entre a marca/ serviço e o cliente/paciente. 14UNIDADE I Secretariado e Organização LEITURA COMPLEMENTAR COMPORTAMENTO/ETIQUETA: A BUSCA DO SEU ESTILO Débora De Pieri Jane dos Santos Machado O estilo é uma escolha pessoal, vem de dentro para fora. A moda é uma proposta da indústria. Todos nós somos únicos, por isso devemos respeitar a nossa formação bio- lógica. Sejamos altas, baixas, gordas, magras, louras ou morenas, o queprecisamos ter é o nosso próprio estilo. O estilo não segue a moda, não é momentâneo e deve ser o nosso diferencial, a nossa marca. Através do comportamento visual - vestuário, cabelo, cores, jóias, acessórios, postura entre outros - é traduzida a personalidade de cada um, onde as escolhas exteriores refletem as vozes interiores. Os sinais contidos em cada apresentação pessoal podem ser lidos de forma negativa, mesmo que, aparentemente, a pessoa acredite estar de acordo com o figurino. Isto acontece quando as pessoas seguem a moda estimulada pela mídia, e que nem sempre é adequada ao estilo pessoal ou à profissão, transformando a própria imagem numa linguagem visual capaz de descaracterizar totalmente a sua personalidade. É possível encontrar pessoas vestidas com as melhores roupas e, mesmo assim, não parecerem bonitas e elegantes. Falta alguma coisa: estilo! Um estilo não se compra como a moda, é adquirido através dos anos. Jamais deve ser copiado de alguém, é muito importante que cada pessoa encontre o seu. O caminho para encontrar o seu próprio estilo é conhecer e aprender a combinar a sua personalidade com o seu visual. As roupas que usamos revelam muito sobre nosso estilo de vida, nossas emoções e interesses. Quem se sente bem vestido, satisfeito com a própria aparência, transmite aos ou- tros uma imagem positiva e confiante. Para ter estilo e ser elegante, não precisamos abarrotar o armário com roupas caras. Pelo contrário, o importante não é a quantidade, mas a qualidade. Na era do mundo competitivo, a construção de uma boa imagem profissional, social e pessoal requer postura, hábitos e vestimenta adequada. Neste mundo de negócios, os profissionais que têm consciência do poder da imagem possuem uma ferramenta valiosa que os ajudará a alcançar o sucesso, qualquer que seja a profissão. “O profissional deve levar em conta que não se veste para si, e sim para seu cliente e seus parceiros de tra- balho”, opina Ilana Berenholc, consultora de moda ligada ao Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). 15UNIDADE I Secretariado e Organização Na avaliação do profissional, distinguem-se maneiras, posturas, cortesia e aparên- cia. No mercado de trabalho, entre dois candidatos com igual capacitação técnica, reúne maior chance aquele com melhor aparência e trato agradável. Os profissionais que têm estes itens bem elaborados desenvolvem a autoconfiança e reforçam suas atitudes. Essencialmente, uma pessoa que tem estilo e vive no conforto da autoconfiança, assume sem temor os grandes desafios e, por isso, reage aos seus pontos fracos transfor- mando-os num ingrediente favorável a uma boa aparência. No mundo empresarial, o profissional de secretariado precisa cuidar bem da sua imagem, imprescindível a uma boa aparência do executivo. Por isso, é fundamental que ele não se apegue aos modismos e que saiba ser elegante e vestir-se com estilo, de forma sóbria e agradável, sem exageros, privilegiando os modelos tradicionais, como blazers, tailleurs e roupas clássicas. É importante pensar que todos os dias de trabalho são como um primeiro encontro com alguém, onde a imagem não é tudo, mas, sem dúvida, diz muito. Aparência, expressão facial, idade, sexo e linguagem corporal compõem uma boa parte da mensagem apresenta- da a outra pessoa no primeiro encontro. É desta forma que o profissional deve tratar o seu dia-a-dia, com muita atenção a todos esses detalhes. O problema de uma impressão inicial negativa ou, pior ainda, se houver reincidência encontros seguintes, é que as palavras, muitas vezes, não escamoteiam as falhas da apa- rência. Para a carreira progredir, precisamos de uma imagem que melhore ou complemente aquela apresentada pela empresa aos clientes. Devemos saber do perfil da empresa e sua cultura e, a partir desse conhecimento, montar o guarda-roupa ideal. É fundamental saber o nível da sua função dentro da empresa, pois isso resultará em boa atuação e apresentação profissional. Aqui entra a questão das diferenças entre um profissional de secretariado executivo de uma grande multinacional e de uma empresa de pequeno porte. É evidente que ambos devem apresentar-se bem, mas os estilos serão diferentes. O ambiente de trabalho da multinacional exigirá que o profissional se vista com mais elegância, com maior discrição, em cores clássicas, associando acessórios discretos e de boa qualidade. Enfim, um cuidado todo especial com a aparência, pois é a primeira pessoa a fazer contatos com os clientes e desta impressão depende o encaminhamento das negociações no nível administrativo-financeiro. Na empresa de pequeno porte, o profissional deve usar a mesma linha de ele- gância, sem, contudo, declinar-se a tanta exigência. Poderá usar roupa mais simples e um pouco mais livre, permitindo-se ousar em alguns acessórios, mantendo sempre o bom gosto. Cabe-lhe usar, quem sabe, um uniforme, mas sem negligenciar o bom senso. 16UNIDADE I Secretariado e Organização Desta forma, não podemos misturar os papéis. Isto é regra básica. Há oportu- nidade para vestir o que nos faz bem. Rotulamos os estilos como esportivos, sociais, clássicos, empresariais, portanto, por que não pensarmos em estilo empresarial? Quem tem estilo faz escolhas de forma consciente, coerente e sistemática, com o objetivo de ser visto exatamente como planejou. Será que nós profissionais de secretariado planejamos estar sempre bem dentro da empresa? Fazendo uma análise desta pergunta, a sua resposta dirá exatamente o que devemos ter como preocupação na hora de buscar o próprio estilo. Querendo ou não, a imagem do profissional de secretariado é fundamental, pois é através dele que o relacionamento humano acontece. Nunca calculamos quantas pessoas vamos encontrar durante o dia, quais os tipos, locais e outros tantos fatores, mas tudo isso deve ser levado em conta, na hora de escolher a roupa para trabalhar. “Estar bem vestido denota que o profissional pode representar bem a empresa, além de demonstrar o valor que dá a si mesmo”, completa Nora-ney Cerneviva, diretora de RH do Citibank. Mais do que o ato de escolher, quem tem estilo faz um depoimento de si mesmo, com toda nitidez. De longe dá para saber a que tribo pertence. O estilo manifesta sua identidade social e sinaliza para os outros de que modo você quer ser vista. O simples ato de vestir-se faz a diferença, soma pontos. Um profissional de secretariado elegante com seu próprio estilo tem um valor especial, mas esta não deve ser a única razão que o motive a buscar o crescimento na empresa. O estilo deve estar aliado a valores como: competência, inovação, empreendedorismo, honestidade, responsabilidade, lealdade, discrição, ética e o crescimento intelectual constante. Antes de preparar a roupa que vai com você para o trabalho, não se esqueça: neste mundo, o que está em jogo é a sua cabeça, suas ideias, seu desempenho, sua eficiência - e não o seu corpinho escultural. Temos que compor a competência com a elegância - os dois caminham lado a lado. Mito: Quanto mais sexy, maior a promoção! Nada mais fora do lugar que roupas provocantes no ambiente de trabalho. Se esta é a escalada para um cargo melhor, tudo errado, mude de empresa. O antigo adágio, que transmitia a ideia de que bastava ser competente para ser notado, negligenciando a aparência, também deixou de ser convincente. Pode ser que os outros levem muito tempo para perceber o seu talento ou, pior ainda, nem o notem. Portanto, devemos ser competentes e fazer o nosso visual trabalhar a nosso favor. 17UNIDADE I Secretariado e Organização A afirmação “quero ser promovida por meu desempenho, não pela maneira como me apresento” exemplifica um julgamento errôneo de como o mundo funciona. No primeiro encontro, as pessoas têm pouco em que se basear, exceto pela aparência e atitude. Infeliz- mente, a primeira impressão pode ser duradoura, pois as percepções quase nunca mudam, e,provavelmente, se continuará projetando a mesma imagem. A aparência e o que ela transmite são parte integrante de nosso desempenho. Reconheçamos que nossa imagem pode afetar o nosso jeito de trabalhar e a maneira como as pessoas veem nosso trabalho. Cultivar a imagem significa definir mais atenta- mente aquilo que somos de verdade. Sejamos autênticos e genuínos, não mascarando aspectos da personalidade. O vestuário é uma comunicação silenciosa, porém poderosa. O que vestir, quando vestir e por que vestir pode abrir as portas do sucesso ou trancá-las. O comportamento visual fala, às vezes grita, até mesmo antes de a pessoa proferir qualquer palavra. Hoje, com a voraz concorrência, estar ciente desses pequenos detalhes faz uma enorme di- ferença, para quem busca o aprimoramento pessoal e a conquista de metas pessoais ou profissionais bem sucedidas. Saber utilizar técnicas visuais corretas pode deixar de ser privilégio dos entendidos, para estender-se a todos os que procuram projetar uma imagem de poder pessoal. O sucesso está contido no uso correto de ferramentas para enunciar a linguagem visual. Por fim, ter estilo próprio é uma questão de saber interpretar a si mesmo, com per- sonalidade. Para se ter estilo é necessário um processo de autoconhecimento. Na prática, ao se vestir, o mais importante é aprender a valorizar as suas qualidades e a tirar proveito, inclusive, dos seus pontos fracos, fazendo deles um charme. Enfim, arrojado ou conservador, não importa qual o seu estilo. Para acertar no figurino seja fiel a si mesmo e se sinta confortável, apreciado e adequado. Adotemos um estilo e brilhemos sempre. Fonte: (PIERI; MACHADO, 20--?). 18UNIDADE I Secretariado e Organização SAIBA MAIS Excelência no atendimento ao cliente Cláudia Susana Clientes externos: São todos os clientes atendidos pela sua empresa, aqueles que con- somem o produto/ serviço da sua organização. Podemos considerar também como clientes, aqueles que fornecem produtos para suas empresas, os fornecedores, bem como os que prestam serviços à sua empresa, os prestadores de serviços ou terceirizados. Clientes internos: São todos os seus companheiros de trabalho: toda equipe que com- põe sua empresa. Você já se deu conta que a funcionária que serve café, o porteiro e seu executivo (che- fe), são seus clientes, assim como todos os seus colegas de empresa? Um bom atendi- mento é a chave para mover o dia a dia com qualidade e eficiência. O atendimento faz a diferença! REFLITA “É inegável que a capacidade de se comunicar com as pessoas, de maneira positiva, agrega valor e influencia diretamente na capacidade de desenvolver um trabalho de forma eficaz.” Cláudia Susana 19UNIDADE I Secretariado e Organização CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado aluno, nesta unidade pudemos conhecer os conceitos e características do trabalho do secretariado, a sua origem e como se deu a regulamentação da profissão no Brasil. Vimos também a postura e filosofia de relacionamento para entender as caracte- rísticas desse profissional. Outro fator que foi abordado é o da aparência e tratamento no atendimento, como prestar um atendimento de excelência e ser referência no mercado. Esperamos que você tenha aproveitado ao máximo esse momento de estudo e reflexão sobre os estudos da linguagem. Até a próxima! 20UNIDADE I Secretariado e Organização MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Manual da secretária: Técnicas de trabalho Autor: Sonia Hernandes e João Bosco Medeiros Editora: Atlas; 12ª edição Sinopse: A secretária exerce na empresa moderna funções de apoio ao executivo, o que exige dela maior treinamento com re- lação às atividades de administração. Considerando tal conceito, esta edição foi totalmente revista e atualizada, e seu conteúdo adaptado à realidade contemporânea. O livro está dividido em quatro partes, destacando-se em todas elas a necessidade de desenvolvimento não apenas de habilidades específicas, mas também da capacidade da secretária para sair-se bem diante dos mais variados problemas. Além disso, esta edição dá ênfase ao desenvolvimento da comunicação oral, tantas vezes esquecida nos manuais tradicionais. De modo geral, no desempenho de suas funções, exigem-se de uma secretária habilidades comunicativas: ela deve dominar tanto a língua escrita quanto a oral. Deve apren- der a falar bem, com clareza, a expor com boa argumentação seus pontos de vista, bem como escrever com correção gramatical. Daí a exigência de grande empenho de sua parte no treinamento da Língua Portuguesa. Nesse sentido, este texto diferencia-se dos similares, justamente porque enfatiza o treinamento linguístico. FILME/VÍDEO Título: O Diabo Veste Prada Direção: David Frankel Ano: 2006 Duração: 109 minutos Gênero: Comédia/Drama/Romance Sinopse: O Diabo Veste Prada é um longa-metragem baseado em um livro com o mesmo nome. No filme, a atriz Anne Hathaway interpreta Andy, uma jornalista recém-formada, que começa a tra- balhar como atendente em uma importante revista de moda. Como assistente pessoal de Miranda Priestly, vivida por Meryl Streep, a jovem passa a viver situações complicadas no trabalho, devido ao temperamento difícil da chefe. Link: https://www.youtube.com/watch?v=lcKkZcgflPE 21UNIDADE I Secretariado e Organização WEB Conheça a Federação Nacional das Secretárias e Secretários: um site repleto de informações, história e atualizações sobre o ramo do secretariado. • Link do site: https://www.fenassec.com.br/index.html 22 Plano de Estudo: ● Técnicas de comunicação; ● Comunicação Verbal e não verbal; ● Oratória; ● Padronização: redação empresarial, cartas e correspondências; ● Técnicas Secretariais e suas aplicações. Objetivos da Aprendizagem: ● Conhecer os conceitos e características do trabalho do secretariado; ● Compreender sobre a comunicação verbal e não verbal; ● Entender as características da padronização de documentos e aplicativos de informática. UNIDADE II Habilidades e Técnicas Professora Esp. Lucimari de Campos Monteiro 23UNIDADE I Secretariado e Organização 23UNIDADE II Habilidades e Técnicas INTRODUÇÃO Prezado aluno, nesta unidade vamos conhecer os conceitos e características do trabalho do secretariado em suas múltiplas facetas e possibilidades de atuação. Veremos ainda como se dá a comunicação verbal e não verbal e as características dos tipos de textos, linguagens e comunicação como um todo. Veremos ainda nesta unidade as características da padronização de documentos como ofício, e-mail, carta e como é a linguagem utilizada no âmbito empresarial e do secretariado. Vamos conhecer também alguns aplicativos de informática que auxiliam na rotina da secretaria e na organização das demandas diárias do setor. Esperamos que esta unidade seja imensamente proveitosa e venha a contribuir ainda mais para os estudos da língua. Bons estudos! 24UNIDADE I Secretariado e Organização 24UNIDADE II Habilidades e Técnicas 1. TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO Comunicação pode ser entendido como todo o processo em que há troca de in- formações entre duas ou mais pessoas. Temos comunicação em todos os lugares, seja através de publicidades expostas nas ruas, nos smartphones, na internet de modo geral, na tv, enfim, respiramos comunicação. Mas quando pensamos em comunicação entre pessoas que convivem ou que estabelecem algum vínculo de contato, temos as relações humanas, ou interpessoais, que pode ser no ambiente de trabalho, escolar, acadêmico, familiar, amoroso, etc. O processo comunicativo mostra que para que haja interação e reconhecimento da mensagem é necessário uma relação. Quando se fala em relação pode-se apontar as mais variadas formas de se relacionar e de se fazer entendido em um ato comunicativo, afinal, a relação é o reflexo da interação que há entre pessoas, e pessoas possuem as mais variadas formas de se expressar. As relações interpessoais podem ser entendidas como aquelas em que se esta- belecem trocas, sejam de experiências,de mensagens, de atos, de diálogos e de todo e qualquer canal e forma de emitir e receber informação. Mantém-se relação afetiva, amorosa, profissional e pessoal, e entre todas não há como classificar o grau de importância, todas são, em algum momento, importantes nas suas devidas proporções e intensidades. Por isso, manter uma relação é viajar no interior do outro, é tentar se fazer en- tendido quando o processo de conhecimento do lado de lá está apenas em seu início e para que a comunicação se estabelece é necessário, segundo Feitosa (1987, online) a empatia, entre outras coisas: 25UNIDADE I Secretariado e Organização 25UNIDADE II Habilidades e Técnicas As principais diretrizes para a comunicação eficiente são empatia, para isso o emissor precisa entrar ‘inteiro’ no processo comunicativo e o mesmo também precisa ser sensível ao comportamento do receptor. O processo de comuni- cação necessita, no mínimo, de seis elementos: emissor, mensagem, recep- tor, referência, canal e um código conhecido por ambos. O caminho, então, para o sucesso das relações interpessoais é entendido quando o processo comunicativo consegue desenvolver-se do início ao fim sem que haja quebra ou ruídos que o impeçam de acontecer, assim a mensagem será passada de forma clara e eficaz. Entendamos como ruído tudo o que for capaz de atrapalhar o processo comuni- cativo, pode ser situações simples como barulho, conversas, trânsito, música alta ou algo mais grave, como defeitos em aparelhos eletrônicos, ou mesmo problemas auditivos, em qualquer uma das situações apresentadas há ruídos, há algo que está atrapalhando o sucesso da mensagem, por isso, ela não chega com eficiência ao seu destino final. Pensando no âmbito corporativo, é preciso entender que as camadas e setores de uma empresa precisam estar sempre em harmonia para que essa relação interpessoal seja feita de forma natural e positiva, afinal todas elas são formadas por colaboradores com intenções e opiniões diversas e é aí que o trabalho em equipe deve acontecer de forma que beneficie a todos. Quando os colaboradores se sentem bem no ambiente em que trabalham, têm acesso aos seus superiores de forma respeitosa e mantêm a hierarquia em funcionamento, tudo se estabelece de maneira saudável, pois a comunicação não foi afetada e é possível avaliar onde os erros estão acontecendo e traçar estratégias para que os problemas sejam resolvidos. Nas suas devidas proporções, cada empresa deve manter esse ato comunicativo e essa abertura de diálogo entre seus colaboradores, para que problemas maiores e futuros sejam resolvidos ainda na sua origem. O que de fato nos interessa aqui é a forma como a escrita acontece no processo de ensino aprendizagem e como a fala está aliada em todo esse contexto comunicacional. Tudo se passa como se a escrita já tivesse sido inventada antes de ser posta em relação com a língua, antes de ser fonetizada: o advento da escrita é o advento de algo que já é a escrita (considerando que a sua característica fundamental é o isolamento de um traço significante através da grafia) e que, depois de uma evolução lenta e descontínua, acaba por poder servir de su- porte ao som. (BARTHES e MARTY, 1987, p. 32). Em termos gerais podemos dizer que a fala e a escrita são elementos da comuni- cação que se estabelecem da seguinte maneira: ● Modalidade oral e escrita ● Registro formal e informal ● Variedade padrão e não-padrão 26UNIDADE I Secretariado e Organização 26UNIDADE II Habilidades e Técnicas Através das modalidades podemos identificar a linguagem expressa da seguinte maneira: ● Oral: linguagem falada (espontânea) ● Escrita: linguagem que se utiliza de signos (planejada) Já quando falamos sobre registros estamos nos referindo ao: ● Formal: normalmente utilizado na escrita, mas há casos em que se utiliza a formalidade, como um discurso presidencial, por exemplo; ● Informal: a conversa do dia a dia, a troca de informações com pessoas que você convive e que não há exigência de formalidade. Já sobre a variedade, temos: ● Padrão: que é aquele estabelecido pela gramática e chamado também de nor- ma culta e possui maior prestígio social; ● Não padrão: que é a linguagem do dia a dia e que não se remete à gramática para as construções. É válido ressaltar que a linguagem escrita e a linguagem falada diferem quanto ao seu uso, ou seja, enquanto uma é individual (fala) a outra é social (escrita), mas veremos tais informações com maior precisão nos próximos tópicos. 27UNIDADE I Secretariado e Organização 27UNIDADE II Habilidades e Técnicas 2. COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO VERBAL Falar em oralidade e escrita é muito bom para que seja possível identificar o que é característica de um tipo de texto e de outro. Primeiramente, vamos definir a oralidade e a escrita enquanto comunicação: ● Oralidade: forma de se comunicar através da fala, expondo opiniões, argu- mentos e considerações sobre um determinado assunto e em um determinado contexto comunicativo. É espontânea e requer domínio apenas da fala e é preciso que o receptor da mensagem esteja dentro do contexto da mensagem para que haja entendimento; ● Escrita: no contexto comunicativo a escrita é tudo aquilo que se utiliza de palavras escritas, seja um bilhete, um texto maior, uma narração ou qualquer elemento que faça uso de palavras. A combinação de várias palavras dá origem a uma frase/ oração, várias frases a um parágrafo e vários parágrafos em um texto. A principal diferença, então, da linguagem oral e da linguagem escrita é que na oralidade usamos a fala e na escrita usamos palavras para que haja comunicação. Pensando no contexto comunicativo em que há o aprendizado de tipos de textos e linguagens, a oral e a escrita se distanciam pelas suas características, mas se unem no ato comunicativo. Temos, então, dois tipos de linguagem: a verbal e a não verbal: 28UNIDADE I Secretariado e Organização 28UNIDADE II Habilidades e Técnicas ● Linguagem verbal: é aquela em que se utilizam palavras para o ato comuni- cativo, pode ser expressada através da fala ou da escrita, por um diálogo ou por um bilhete, enfim, tudo o que se utiliza palavras como principal meio de comunicação; ● Linguagem não verbal: já a linguagem não verbal é aquela em que há o pro- cesso comunicativo, há contexto e referência, mas não há utilização de palavras como forma de transmissão de informação. A linguagem não verbal acontece muito quando: Não é viável a escrita em determinadas situações, como as placas de trânsito e o semáforo; ● Expressões faciais ● Gestos ● Mímicas ● Fotos ● Imagens ● Desenhos Ou seja, a linguagem não verbal pode ser utilizada em situações em que não é recomendado o uso de palavras ou mesmo quando não há condições do uso das mesmas, seja por qual motivo for. Portanto, a relação entre a oralidade e a escrita se estabelece em determinadas situações, se o foco do estudo e da análise for uma situação de comunicação, como um diálogo, por exemplo, será possível identificar o uso da linguagem oral e verbal através das palavras, bem como em momentos específicos o uso da linguagem não verbal através de expressões e gestos. Pode acontecer ainda e é muito comum durante um diálogo, que haja mistura dos dois tipos de linguagem, enquanto se fala algo, se representa com mímica ou enfatiza com gestos e expressões durante a fala. Já quando o foco de estudo e de análise for textual, pensando agora em um con- texto de produção de texto (e-mail, documentos, etc) o que se deve sempre levar em con- sideração é que os textos escritos possuem suas características voltadas para a gramática tradicional ou a gramática normativa. Nessa gramática as regras que se exigem na construção do texto se baseia nor- malmente em: ● Coesão; ● Coerência; ● Intertextualidade; ● Denotação; ● Conotação; ● Figuras de linguagem; ● Figuras de pensamento. 29UNIDADE I Secretariado e Organização 29UNIDADE II Habilidades e Técnicas Esses itens sãoimprescindíveis para a construção correta do seu texto, seja de qual gênero ou tipo for. É válido ressaltar que temos: Tipos textuais: ● Narração; ● Descrição; ● Dissertação; ● Injuntivo. Gêneros textuais: ● Artigo de opinião; ● Autobiografia; ● Biografia; ● Carta de leitor; ● Carta de solicitação; ● Conto de fadas; ● Conto maravilhoso; ● Conto; ● Curriculum vitae; ● Diário; ● Editorial; ● Ensaio; ● Entrevista; ● Fábula; ● Lenda; ● Ficção científica; ● Palestra; ● Piada; ● Regulamento; ● Relato de viagem; ● Relato histórico; ● Relatório científico; ● Resenhas críticas; ● Romance; Percebe-se, portanto, que os tipos são apenas quatro, mas os gêneros são infinitos e estão diretamente relacionados aos tipos, por exemplo, a Fábula é um gênero textual que pertence ao tipo “narração”. 30UNIDADE I Secretariado e Organização 30UNIDADE II Habilidades e Técnicas 3. ORATÓRIA Você já deve ter escutado várias vezes a palavra oratória, mas é provável que não tenha pensado no seu real significado, por isso, é sempre válido ficar atento ao significado das palavras. Oratória quer dizer “a arte de falar em público para atingir um objetivo específico”, portanto aí já cabe uma reflexão, pois não é simplesmente falar em público, mas é atingir um objetivo que você planejou antecipadamente. Só falar não basta, é preciso que você ao final da sua fala chegue a um objetivo determinado, ou seja, é por meio da oratória que você pode melhorar a forma de dizer as coisas que impulsionam a sua carreira profissional e a sua vida pessoal também. Os objetivos da sua oratória podem ser: ● Informar; ● Comunicar; ● Entreter; ● Educar; ● Motivar. Enfim, há muitas coisas que você pode determinar como seu objetivo ao falar para alguém, o fato é que em qualquer um desses casos, se ao terminar o seu discurso você não conseguir chegar ao seu objetivo, significa que a sua oratória precisa ser melhorada, no entanto, se você chegou ao seu objetivo mesmo que algum processo comunicativo tenha se quebrado no processo de transmissão da informação, mas concluiu a meta, significa que a oratória foi boa. 31UNIDADE I Secretariado e Organização 31UNIDADE II Habilidades e Técnicas Na Grécia Antiga tínhamos vários exemplos de filósofos que são até hoje referência de oratória, afinal se a fama chegou até os nossos dias é porque eles eram bons oradores, se tivessem deixado apenas textos escritos talvez seria questionável a forma como eles chegariam aos dias de hoje. No entanto, nós falamos de Platão, Sócrates, Aristóteles e tantos outros que marcaram época fazendo discursos e passando as mensagens dentro de uma boa oratória. A civilização grega tinha em alta consideração os homens que dominavam a arte da oratória. Aristóteles, discípulo de Platão, escreveu as bases da orató- ria em seu famoso tratado intitulado: A ARTE DA RETÓRICA, Aristóteles não fazia discursos, apenas escreveu sobre o assunto. (SILVA, 2012, p. 6). Mas, trazendo para nossa realidade atual, como podemos fazer uso da oratória, na prática? Muitos definem as etapas da oratória como “quem”, “diz o quê”, “para quem”, “por quais meios” e “com qual finalidade”, mas é válido ter um olhar mais criterioso e que você defina uma maneira mais abrangente. Em primeiro lugar, quais os seus objetivos? Em segundo lugar, quais as expec- tativas de quem vai se ouvir? Depois, você deve pensar no conteúdo daquilo que você fala. Além disso, é muito importante, como quarta etapa, você pensar na forma como você diz as coisas. E, por fim, como você cria vínculos com o seu público para que aqueles efetivamente incorporem o seu conteúdo? O que, de fato, nos chama a atenção é que a oratória sempre foi e, muito provavelmente, sempre será uma ferramenta que pode promover ascensão social em várias dimensões, sejam elas profissionais, políticas e outras. Além disso, a aquisição da boa oratória pode nos conduzir a aprofundar o conheci- mento de si mesmo, tornando-nos pessoas melhores, mais humanas e aber- tas a novas ideias e horizontes. (SILVA, 2012, p. 6). É importante lembrar sempre que para se ter uma boa oratória é preciso prática e planejamento. A arte de falar bem pode ser algo natural de uma pessoa, mas quem não nasceu com essa habilidade pode desenvolver por meio de estudos, leitura, ensaios e muita dedicação. Falar bem e fazer com que as pessoas te ouçam é o grande desafio de um mundo moderno e que a todo instante estamos correndo. Seja contra o tempo, seja em busca de algo para melhorar nossa rotina. Portanto, o desafio do profissional de secretariado é se fazer entender em toda e qualquer situação. 32UNIDADE I Secretariado e Organização 32UNIDADE II Habilidades e Técnicas 4. PADRONIZAÇÃO: REDAÇÃO EMPRESARIAL, CARTAS E CORRESPONDÊNCIAS Quando pensamos em documentos e comunicação empresarial sempre surgem dúvidas do que e como formatar tais documentos, pensando nisso, separamos aqui os mo- delos de redações oficiais expressas no “Manual de redação da Presidência da República” em sua terceira edição publicada em 2018. A redação empresarial oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige comuni- cações oficiais e atos normativos e ela se caracteriza por: ● clareza e precisão; ● objetividade; ● concisão; ● coesão e coerência; ● impessoalidade; ● formalidade e padronização; e ● uso da norma padrão da língua portuguesa. O Manual foi pensado para que o Poder Público padronize suas comunicações e, portanto, tomaremos como base para a elaboração no meio empresarial também, mas é válido lembrar que é possível encontrar empresas que utilizam outros padrões de docu- mentos flexibilizando as informações neles contidas. 33UNIDADE I Secretariado e Organização 33UNIDADE II Habilidades e Técnicas Veremos aqui o Padrão Ofício e o E-mail (correio eletrônico) que são os docu- mentos mais utilizados atualmente no ambiente empresarial. Vale ressaltar que o Manual completo é repleto de normas que auxiliam na elaboração desses documentos. Para aces- sá-lo na íntegra: https://bit.ly/3yDe8F1. 4.1 Padrão Ofício Nas edições anteriores do Manual de redação da Presidência da República os documentos Ofício, Memorando e Aviso foram explicitados separadamente, mas com “o objetivo de uniformizar-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o que chamamos de padrão ofício”. A distinção básica anterior entre os três era: a) aviso: era expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia; b) ofício: era expedido para e pelas demais autoridades; e c) memorando: era expedido entre unidades administrativas de um mesmo órgão O padrão ofício hoje se divide em: ● Cabeçalho ● Identificação do expediente ● Local e data do documento ● Endereçamento ● Assunto ● Texto do documento ● Fechos para comunicações ● Identificação do signatário ● Numeração das páginas ● Formatação e apresentação Segundo o Manual, o padrão ofício se divide em: 5.1.1 Cabeçalho O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página do documento, centralizado na área determinada pela formatação No cabeçalho deverão constar os seguintes elementos: a) brasão de Armas da República: no topo da página. Não há necessidade de ser aplicado em cores. O uso de marca da instituição deve ser evitado na corres- pondência oficial para não se sobrepor ao Brasão de Armas da República. https://bit.ly/3yDe8F1 34UNIDADE I Secretariado e Organização 34UNIDADE II Habilidades e Técnicas b) nome do órgão principal; c) nomes dos órgãos secundários, quando necessários, da maior para a menor hierarquia; e d) espaçamento: entrelinhas simples (1,0). e) [Nome do órgão] [Secretaria/Diretoria] [Departamento/Setor/Entidade] Os dados do órgão, tais como endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio eletrônico oficial da instituição, podem ser informados no rodapé do documento, centralizados. 5.1.2 Identificação do expediente Os documentos oficiais devemser identificados da seguinte maneira: a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, com todas as letras maiúsculas; b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”, padronizada como No; c) informações do documento: número, ano (com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que expede o documento, da menor para a maior hierarquia, separados por barra (/); e d) alinhamento: à margem esquerda da página. Exemplo: OFÍCIO No 652/2018/SAA/SE/MT 5.1.3 Local e data do documento Na grafia de datas em um documento, o conteúdo deve constar da seguinte forma: a) composição: local e data do documento; b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o documento, seguido de vírgula. Não se deve utilizar a sigla da unidade da federação depois do nome da cidade; c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do mês e em numeração cardinal para os demais dias do mês. Não se deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês; d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula; e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem direita da página. Exemplo: Brasília, 2 de fevereiro de 2018. 29 35UNIDADE I Secretariado e Organização 35UNIDADE II Habilidades e Técnicas 5.1.4 Endereçamento O endereçamento é a parte do documento que informa quem receberá o expediente. Nele deverão constar os seguintes elementos: a) vocativo: na forma de tratamento adequada para quem receberá o expediente; b) nome: nome do destinatário do expediente; c) cargo: cargo do destinatário do expediente; d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente, dividido em duas linhas: ● primeira linha: informação de localidade/logradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão, informação do setor; ● segunda linha: CEP e cidade/unidade da federação, separados por espaço simples. Na separação entre cidade e unidade da federação pode ser substi- tuída a barra pelo ponto ou pelo travessão. No caso de ofício ao mesmo órgão, não é obrigatória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da cidade/unidade da federação; e e) alinhamento: à margem esquerda da página. O pronome de tratamento no endereçamento das comunicações dirigidas às auto- ridades tratadas por Vossa Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Excelência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”. Quando o tratamento destinado ao receptor for Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é “Ao Senhor” ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se utiliza a expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou “A Sua Senhoria a Senhora”. Exemplos: A Sua Excelência o Senhor À Senhora Ao Senhor [Nome] [Nome] [Nome] Ministro de Estado da Justiça Diretora de Gestão de Pessoas Chefe da Seção de Compras Esplanada dos Ministérios Bloco T SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I Diretoria de Material, Seção 70064-900 Brasília/DF 70070-030 Brasília. DF Brasília — DF 5.1.5 Assunto O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado da seguinte maneira: 36UNIDADE I Secretariado e Organização 36UNIDADE II Habilidades e Técnicas a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o conteúdo do docu- mento, seguida de dois-pontos; b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do documento deve ser escrita com inicial maiúscula, não se deve utilizar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras; c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o título, deve ser destacado em negrito; d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto; e e) alinhamento: à margem esquerda da página. Exemplos: Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão julho/2018. Assunto: Aquisição de computadores. 30 5.1.6 Texto do documento O texto do documento oficial deve seguir a seguinte padronização de estrutura: I – nos casos em que não seja usado para encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura: a) introdução: em que é apresentado o objetivo da comunicação. Evite o uso das formas: Tenho a honra de, Tenho o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar a forma direta: Informo, Solicito, Comunico; b) desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; e c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto. II – quando forem usados para encaminhamento de documentos, a estrutura é modificada: a) introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encami- nhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário e assunto de que se trata) e a razão pela qual está sendo encaminhado; e Exemplos: Em resposta ao Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, encaminho cópia do Ofício no 34, de 3 de abril de 2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal. 37UNIDADE I Secretariado e Organização 37UNIDADE II Habilidades e Técnicas Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do Ofício no 12, de 1o de feve- reiro de 2018, do Presidente da Confederação Nacional da Indústria, a respeito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste. b) desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desen- volvimento. Caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em expediente usado para encaminhamento de documentos. III – tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o texto do documento deve ser formatado da seguinte maneira: a) alinhamento: justificado; b) espaçamento entre linhas: simples; c) parágrafos: i espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo; ii recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda; iii numeração dos parágrafos: apenas quando o documento tiver três ou mais pará- grafos, desde o primeiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho; d) fonte: Calibri ou Carlito; 31 i corpo do texto: tamanho 12 pontos; ii citações recuadas: tamanho 11 pontos; e iii notas de Rodapé: tamanho 10 pontos; e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas, pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings; 5.1.7 Fechos para comunicações O fecho das comunicações oficiais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o destinatário. Os modelos para fecho anteriormente utilizados foram regulados pela Portaria no 1, de 1937, do Ministério da Justiça, que estabelecia quinze padrões. Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial: a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente, b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos: 38UNIDADE I Secretariado e Organização 38UNIDADE II Habilidades e Técnicas Atenciosamente, Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangei- ras, que atendem a rito e tradição próprios. O fecho da comunicação deve ser formatado da seguinte maneira: a) alinhamento: alinhado à margem esquerda da página; b) recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda; c) espaçamento entre linhas: simples; d) espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo; e e) não deve ser numerado. 5.1.8 Identificação do signatário Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais devem informar o signatáriosegundo o padrão: a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha acima do nome do signatário; b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigido apenas com as iniciais maiúsculas. As preposições que liguem as palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser centralizada na página. Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho. Exemplo: (espaço para assinatura) NOME Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República. (Manual de redação da Presidência da República / Casa Civil, Subchefia de Assuntos Jurídicos ; coordenação de Gilmar Ferreira Mendes, Nestor José Forster Júnior [et al.]. – 3. ed., rev., atual. e ampl. – Brasília: Presidência da República, 2018). 39UNIDADE I Secretariado e Organização 39UNIDADE II Habilidades e Técnicas IMAGEM 1: EXEMPLO DE PADRÃO OFÍCIO – PÁGINA 1 Fonte: Manual de redação da Presidência da República / Casa Civil (2018) 40UNIDADE I Secretariado e Organização 40UNIDADE II Habilidades e Técnicas IMAGEM 2: EXEMPLO DE PADRÃO OFÍCIO – PÁGINA 2 Fonte: Manual de redação da Presidência da República / Casa Civil (2018) 41UNIDADE I Secretariado e Organização 41UNIDADE II Habilidades e Técnicas 4.2 Correio eletrônico ( e-mail ) Assim como o padrão Ofício, o correio eletrônico tornou-se extremamente neces- sário para a comunicação entre as empresas públicas e privadas. O Manual de redação da Presidência da República (2018) traz a seguinte afirmativa: A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática comum, não só em âmbito privado, mas também na administração pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos. Dependendo do contexto, pode signi- ficar gênero textual, endereço eletrônico ou sistema de transmissão de men- sagem eletrônica. Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documento oficial, assim como o ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Veremos agora a estrutura oficial de um e-mail que pode ser utilizado no âmbito corporativo: 6.4.3 Forma e estrutura Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir padronização da mensagem comunicada. No entanto, devem- -se observar algumas orientações quanto à sua estrutura. 6.4.3.1 Campo “Assunto” O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, quem irá receber a mensagem identificará rapidamen- te do que se trata; quem a envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem na caixa do correio eletrônico. Deve-se assegurar que o assunto reflita claramente o conteúdo completo da men- sagem para que não pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não solicitada/ lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião sobre a Reforma da Previdência”. 6.4.3.2 Local e data São desnecessários no corpo da mensagem, uma vez que o próprio sistema apre- senta essa informação. 42UNIDADE I Secretariado e Organização 42UNIDADE II Habilidades e Técnicas 6.4.3.3 Saudação inicial/vocativo O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando endereçado para outras instituições, para receptores desconhecidos ou para par- ticulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”. Exemplos: Senhor Coordenador, Prezada Senhora, 6.4.3.4 Fecho Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de abreviações como “Att.”, e de outros fechos, como “Abra- ços”, “Saudações”, que, apesar de amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem ser utilizados em e-mails profissionais. O correio eletrônico, em algumas situações, aceita uma saudação inicial e um fecho menos formais. No entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos deve ser formal, como a que se usaria em qualquer outro documento oficial. 6.4.3.5 Bloco de texto da assinatura Sugere-se que todas as instituições da administração pública adotem um padrão de texto de assinatura. A assinatura do e-mail deve conter o nome completo, o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente. Exemplo: Maria da Silva Assessora Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil (61) XXXX-XXXX 6.4.4 Anexos A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens do e-mail. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo. Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele é realmente indispensável e se seria possível colocá-lo no corpo do correio eletrônico. 43UNIDADE I Secretariado e Organização 43UNIDADE II Habilidades e Técnicas Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencaminhamento de anexos nas men- sagens de resposta. Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e que apresentem poucos riscos de segurança. Quando se tratar de documento ainda em discussão, os ar- quivos devem, necessariamente, ser enviados, em formato que possa ser editado. 6.4.5 Recomendações · Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não esteja disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento; · Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos computadores, mantêm-se a recomendação de tipo de fonte, tamanho e cor dos documentos oficiais: Calibri ou Carlito, tamanho 12, cor preta; · Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são apropriados para mensagens profissionais, além de sobrecarregar o tamanho da mensagem eletrônica; · A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado com que se revisam outros documentos oficiais; · O texto profissional dispensa manifestações emocionais. Por isso, ícones e emo- ticons não devem ser utilizados; · Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações como vc, pq, usuais das conversas na internet, ou neologismos, como naum, eh, aki; · Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da mensagem pois denota agressividade de parte do emissor da comunicação. · Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa do Brasil e de logotipos do ente público junto ao texto da assinatura. · Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade do servidor do destinatário. Veja os exemplos: 44UNIDADE I Secretariado e Organização 44UNIDADE II Habilidades e Técnicas IMAGEM 3: EXEMPLO DE FORMATAÇÃO DE E-MAIL Fonte: Manual de redação da Presidência da República / Casa Civil (2017) IMAGEM 4: EXEMPLO DE TEXTO DE E-MAIL Fonte: Manual de redação da Presidência da República / Casa Civil (2017) 45UNIDADE I Secretariado e Organização 45UNIDADE II Habilidades e Técnicas 4.3 Carta É importante lembrar que a carta é um documento que quase está em desuso, porém, no âmbito secretarial ainda se usa em algumas situações e de acordo com a gestão local. As características principais da carta quanto à estrutura: ● Endereçamento: destinatário (quem recebe) e remetente (quem envia), cada um de um lado do envelope. Já o endereçamento da carta em si fica abaixo do cabeçalho e alinhado à esquerda; ● Local e data: alinhados à direita abaixo do cabeçalho; ● Vocativo: a quem se destina e sempre separado por vírgula. Exemplo: Olá, João. ● Texto: o conteúdo da carta em si; ● Fecho: encerramento do assunto; ● Assinatura: nome completo e se for necessário, função e cargo. IMAGEM 5: CARTA Fonte: Manualde redação da Presidência da República / Casa Civil (2017) 46UNIDADE I Secretariado e Organização 46UNIDADE II Habilidades e Técnicas É importante lembrar que no Manual de redação da Presidência da República é possível encontrar muitas informações sobre a produção de documentos oficiais, tanto no que diz respeito à estrutura e formatação bem como características de Semântica, Prono- mes demonstrativos, Pontuação, Regência, Concordância, Sintaxe, entre outros. Para acessá-lo na íntegra com suas 189 páginas: https://bit.ly/3vqBKui. https://bit.ly/3vqBKui 47UNIDADE I Secretariado e Organização 47UNIDADE II Habilidades e Técnicas 5. TÉCNICAS SECRETARIAIS E SUAS APLICAÇÕES A rotina de trabalho do secretário sempre está em pauta, afinal são tantos campos de atuação que esse profissional pode atuar que as dúvidas surgem do que ele deve ou não fazer, inevitavelmente. Essa rotina é chamada de Técnicas secretariais, ou seja, são descrições das rotinas de trabalham que visam auxiliar os profissionais da categoria com o intuito de auxiliar nos processos do dia a dia. As chamadas Técnicas Secretariais e sua aplicabilidade vêm justamente para auxiliar os profissionais secretários, no bom assessoramento diário aos diferentes níveis de atendimento aos executivos e ao desenvolvimento cola- borativo nos processos administrativos, entre os setores de uma empresa. Na prática, essas técnicas são as aplicações de todo o conhecimento laboral das atividades do dia a dia de um escritório, adquiridos de forma empírica ou por intermédio de fundamentação teórica em cursos de qualificação ou atua- lização (Ieger, 2008, p. 49). Por isso, separamos uma lista feita pela Eliana Maria Ieger (2008), professora de curso superior e mestre em sociologia, que aponta as principais técnicas secretariais. Veja: 48UNIDADE I Secretariado e Organização 48UNIDADE II Habilidades e Técnicas QUADRO 1 – TÉCNICAS SECRETARIAIS E SUAS APLICAÇÕES Administrar o planejamento e a organização do espaço físico, de seu ambiente de trabalho (manutenção de equipamento, mobiliário, decoração, etc.). Criar e aplicar facilitadores no fluxo de comunicação interna, como formulários para anotação de recados, entrega de material, etc. Saber planejar e organizar reuniões. Saber planejar e organizar viagens de negócios, com todos os itens necessários, como roteiro de viagens, reservas em hotéis, tipos de transporte, etc. Saber operar os equipamentos tecnológicos, como microcomputadores, máquinas copiadoras, fac-símile, scanner, recursos audiovisuais. . Saber aplicar as técnicas de organização de arquivos. Manter a sala do executivo em ordem, deixando sua mesa organizada ao final do expediente, evitando o excesso de papéis sobre ela. Saber comunicar- se eficazmente, fazendo uso correto da língua portuguesa. Ter empatia - saber lidar com todas as situações. Receber, fazer triagem e distribuir correspondências. Dominar e controlar o planejamento e a organização do uso correto da agenda. Usar corretamente o telefone (saber explorar todos os recursos do aparelho). Controlar material e suplemento de uso no dia-a-dia de trabalho. Criar um ambiente harmonioso (seja por meio de atitudes pessoais como: bom humor e bom-senso, seja no ambiente físico do escritório com plantas, espaço reservado para café, etc.). Saber recepcionar clientes, prestando- lhes bom atendimento, em tudo o que esse procedimento envolve. Mostrar senso de responsabilidade e comprometimento com a empresa Repassar com responsabilidade as rotinas do escritório em caso de substituição temporária, como férias, por exemplo. Saber redigir os diferentes tipos de correspondência que envolvem o mundo empresarial, seguindo normas do uso correto da língua portuguesa e outros idiomas (quando for o caso). Fonte: Léger, 2008, p. 50 (adaptado pela autora) O quadro acima traz todas as técnicas secretariais e suas aplicações muito utiliza- das na rotina de qualquer profissional da área do secretariado, portanto, é importante estar sempre retomando esse conteúdo quando as dúvidas surgirem a respeito do que se deve ou não fazer sobre a rotina do dia a dia. É válido lembrar que essa rotina pode mudar de acordo com a realidade de cada empresa, negócio, marca ou serviço, afinal, o contexto de cada uma depende do seu público alvo e seus produtos e serviços e, consequentemente, as rotinas de um secretário também serão alteradas. 49UNIDADE I Secretariado e Organização 49UNIDADE II Habilidades e Técnicas LEITURA COMPLEMENTAR É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o nome? “Posso ajudá-lo, cavalheiro?” “Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...” “Pois não?” “Um... como é mesmo o nome?” “Sim?” “Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima.” “Sim senhor.” “O senhor vai dar risada quando souber.” “Sim senhor.” “Olha, é pontuda, certo?” “O quê, cavalheiro?” “Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que está e mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?” “Infelizmente, cavalheiro...” “Ora, você sabe do que eu estou falando.” “Estou me esforçando, mas...” “Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?” “Se o senhor diz, cavalheiro.” “Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero.” “Sim senhor. Pontudo numa ponta.” “Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?” “Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós?” “Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação em desenho.” “Sinto muito.” 50UNIDADE I Secretariado e Organização 50UNIDADE II Habilidades e Técnicas “Não precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou um débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio. Mas fora isso, tudo bem. O desenho não me faz falta. Lido com números. Tenho algum problema com os números mais complicados, claro. O oito, por exemplo. Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como você está pensando.” “Eu não estou pensando nada, cavalheiro.” “Chame o gerente.” “Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer, é feito do quê?” “É de, sei lá. De metal.” “Muito bem. De metal. Ela se move?” “Bem... É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim.” “Tem mais de uma peça? Já vem montado?” “É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço.” “Francamente...” “Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa.” “Ah, tem clique. É elétrico. “Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar.” “Já sei!” “Ótimo!” “O senhor quer uma antena externa de televisão.” “Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo...” “Tentemos por outro lado. Para o que serve?” “Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa.” “Certo. Esse instrumentos que o senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança e...” “Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!” “Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!” “É que eu sou
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