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Introdução à Sensação e Percepção

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[Aula nº1 – Introdução]
Sensação
· Receção e codificação energia ambiental
- Resulta do contacto do organismo com o ambiente.
- Energia física/química.
- Informação bioelétrica 
· Células recetoras (sensores)
- Fotões -> retina do olho
- Ondas sonoras -> ouvido interno
- Pressão/temperatura -> barorrecetores
- Químico(paladar) -> papilas gustativas
- Químico(olfato) -> cílios na cavidade nasal
Ligação entre ambiente físico e consciência do ambiente exterior.
- Tato(Lóbulo Parietal)
- Visão(Lóbulo Occipital)
- Audição(Lóbulo Temporal)
- Paladar(Região Etmoidiana)
- Olfato
Processos Sensoriais
· Visão
 Luz(fotões) -> Olho(retina) -> Imagem(Análise básica) -> Imagem(Análise complexa)
· Audição
 Ondas Sonoras -> Ouvido -> Sons -> Melodia 
· Somatossensorial
 Pressão, Dor ou Temperatura -> Pele -> Potenciais de ação
· Químicos(Olfato, Paladar)
 Substância Química -> Cavidade Nasal -> Evocação de memórias emocionais 
Sensação e Perceção
· Produto de processos psicológicos que permitem a atribuição de significado à informação recebida do ambiente.
 Sensações -> Cérebro: Organização, Integração -> Conhecimento
Abordagem top-down e bottom-up
· Top-Down:
Formula-se uma visão geral do sistema, a partir de uma instância final para a inicial. Cada nível vai sendo detalhado, do mais alto para o mais baixo, para assim se chegar às especificações dos níveis mais básicos do elemento em questão.
· Bottom-Up:
Processo de análise e comportamento de informações que utiliza a compreensão de subdivisões dos elementos em questão para uma perceção mais completa, ou seja, esta descreve os elementos mais básicos para formar um resultado maior. Exemplo: Receção de pequenos detalhes e fragmentos de uma história contada e juntá-los no fim de forma a obter uma história completa.
Sensação e Perceção
· Estímulo
1. Estímulo ambiente↓
2. Estímulo atendido↓
3. Estímulo nos recetores↓
· Eletricidade
4. Transdução↓
5. Transmissão
6. Processamento↕
· Experiência e Ação | Conhecimento
7. Perceção↓ 
8. Reconhecimento↓ 
9. Ação
Estudo da perceção
Estímulo
Psicofisiologia
Processos Fisiológicos
Psicofísica
Experiência e Ação
Fisiologia
[Aula nº2 - Sensação: Fundamentos conceptuais]
Sistema Visual
Luz:
- Comprimento da onda
- Intensidade
Diferentes animais têm perceções diferentes da Luz. Certos animais percecionam emissões de radiações diferentes.
Intensidade(Dimensão Física)
Brilho(Dimensão Percetiva)
Perceção da Luz:
Transdução de sinal por células especializadas(Coletor de Luz ----> Formador de Imagem)
Olhos formadores de imagens:
· Artrópedes (Insetos, Caranguejo)
· Moluscos (Polvo)
· Vertebrados
Animais Noturnos
Visão noturna superior à humana em condições de fraca luminosidade.
Especificidades:
- Lentes maiores 
-Dilatação pupilar superior 
-Maior distancia até à retina 
-Retina com maior superfície 
-Mais fotorreceptores bastonetes 
-Menos melanina
Retina
· Cones mediam funções na visão diurna > acuidade visual e a visão a cores.
· Bastonetes mediam funções na visão noturna < acuidade visual e visão monocromática.
3 classes de cones [R(Red)- G(Green)- B(Blue)]
· ↑ Vermelhos e Verdes
· 5% a 10% Azuis
· Cones (Visão dominante nas aves)
· Bastonetes (Visão dominante nos animais noturnos)
Extremidade dos receptores encontra-se incluída na camada epitetial de pigmentos (Melanina)
Melanina previne reflexão difusa da luz.
Ponto cego:
Pequena área da retina que não contém recetores de Luz. Corresponde à porção da retina onde se insere o nervo ótico, que transmite os estímulos nervosos da camada plexiforme interna ao córtex cerebral.
Campo Visual:
Espaço em que o nosso sistema visual pode detetar a presença de estímulos.  O campo visual é aquilo que o nosso olho pode ver quando fixamos o olhar num ponto estático, o que inclui o ponto onde fixamos a vista e tudo à sua volta (periferia). O campo visual permite-nos perceber o que nos rodeia no dia-a-dia.
As presas têm os seus olhos nos lados para poderem ver o que as rodeiam, para desta maneira fugirem/evitarem os predadores que têm os seus olhos à frente com uma visão muito mais estreita. Ao contrário das presas, os predadores têm uma visão binocular muito mais alargada onde ambos os campos visuais dos dois olhos se sobrepõe, resultando assim num julgamento da distância muito mais preciso(Útil para os predadores quando caçam as presas)
Sistema Auditivo
Sons= energia mecânica (ondas sonoras)
Complexidade (física) Timbre (perceptivo)
Células recetoras(células ciliadas) ---> Córtex Temporal (Interpretação dos sons, linguagem e música)
1. Ouvido Externo (Amplificar o som)
2. Ouvido Média (Transferir o som)
3. Ouvido Interno (Gerar PA)
Ouvido Interno
· Cóclea distendida - análise longitudinal dos sons captados no ouvido
Vias Auditivas
Sistema Somatossensorial [ 1) Sentido Vestibular , 2) Sentidos da Pele ]
1) Sistema Vestibular
Sentido de Orientação
- Detetores de gravidade
- Localização: Ouvido Interno nos mamíferos
- Estruturas precursoras da audição
Sentido de Orientação nos Vertebrados
Mecanismo Vestibular
Nervo auditivo VIII --> núcleos no tronco encefálico (interagem com o tronco encefálico para manter o balanço e com mesencéfalo para controlo dos movimentos oculares).
Algumas funções:
- Reflexo de endireitamento no ar (gatos e coelhos).
- Nistagmo vestibular.
Disfunções do Sistema Vestibular
Náuseas do movimento:Teoria conflito visuovestibular
- Seres humanos, macacos, coelhos, cães, etc.
- Incongruência entre input do sistema visual e vestibular.
Sentido Magnético
- Indícios de sentido magnético em algumas espécies.
- Abelhas podem navegar com ajuda dos campos magnéticos terrestres.
- Resultados menos consistentes entre outras espécies, como em determinadas aves (pombos).
Sentidos da Pele
Pele -> Córtex Somatossensorial
Porção de tecido ligada à sensibilidade sensorial das diferentes regiões corporais, avaliada pelo limiar sensorial e dos dois pontos.
Vias Somatossensoriais:
- Recetores de pressão/toque
- Recetores de Temperatura
- Recetores de Dor
2 Sub-Sistemas:
1) Sistema Lemniscal
- Toque e Pressão leves
 2) Sistema Espinhotalâmico
 - Toque difuso, dor e temperatura
Sistemas Químicos
Paladar
- Depende da presença de quimiorrecetores 
- Existente nos vertebrados (incluindo peixes, embora com função limitada) 
- Sistemas paladar e olfato presentes nos anfíbios
 Paladar pode preceder o olfato (meio para tirar informações do ar), mas podem funcionar independentemente.
Sabores Primários:
· Ácido
· Amargo
· Salgado
· Doce
Sabor resulta da ativação de diferentes recetores e da influência de fatores como:
- Odor
- Temperatura
- Textura
Estímulo Químico:
- Substâncias dissolvidas ou solúveis 
- Ácido resulta de compostos ácidos 
- Amargo resulta de alcaloides 
- Salgado resulta de sais 
- Doce associado a nutrientes como aminoácidos (aspartame)
Diferenças intra-individuais e entre-indivíduos:
- Humanos e ratos parecem apreciar soluções sacarose, mas não os gatos. 
- Hamsters demonstram aversão ao sal.
Vias Gustativas:
3 Nervos Cranianos conduzem a informação da língua:
- Nervo glossofaríngeo (IX) 
- Nervo vago (X) 
- Nervo facial (VII)
Olfato:
- Diferenças funcionais entre espécies 
- Maior importância para espécies em contacto com terra/mar 
- Menor importância para aves ou animais arborícolas 
- Nos seres humanos tem algumas funções relacionadas com a escolha de alimentos.
Tipos de Odores:
- Substância volátil ou vaporizável (estado gasoso)
- Hidro-lipossolúvel
Classificação de Odores:
Prisma de odores de Henning ->
Olfato
Vias Nasais
Células recetoras olfativas ligam-se aos bulbos olfativos via nervo olfativo.
Vias Olfativas
a) Sistema Límbico (Amígdala) – Evocação dos componentes emocionais.
b) Cortex Orbitofrontal – Perceção Consciente
Olfato (Outras funções do Olfato)
Feromonas:
- Sistema vomeronasal 
- Excreção ao nível da pele, urina ou saliva 
- Funções para a sobrevivência por comunicação química 
- Artrópodes e alguns mamíferos (inferiores aos primatas) 
- Funções em primatassuperiores ainda não foram demonstradas
[Aula nº3 – Psicofísica]
Psicofísica
Mundo Físico -> Experiência Psicológica
1) Estudo dos Limiares Sensoriais
2) Objetivo: Medir experiência sensorial e percetiva
· Ativação do sistema sensorial depende de intensidade (e duração) mínima de determinado estímulo.
Estímulo Supraliminar
 Acima do Limiar
Limiar Absoluto = Estímulo mínimo
 Abaixo do Limiar
Estímulo Subliminar
Limiar de Deteção
Valores aproximados de limiar de deteção humanos:
Visão - Chama de uma vela a 20km numa noite escura 
Audição - Tique-taque de relógio a 6m em ambiente silencioso 
Paladar - Colher de chá de açúcar diluída em 10l de água 
Olfato - Gota de perfume em apartamento de 3 divisões 
Tato - Asa de uma abelha caindo 1cm sobre as costas
Métodos Psicofísicos
1) Método dos Limites
Vantagens: Método Sistemático
Desvantagens: Ordenação entre estímulos pode aumentar previsibilidade
2) Método dos estímulos constantes
Vantagens: Maior acuidade pela aleatoriedade da apresentação
Desvantagens: Mais demorado na preparação e aplicação
3) Método do Ajuste
Vantagens: Método mais rápido
Desvantagens: Menor acuidade por diferenças entre observadores
Teoria de Deteção de Sinal
Predições:
1) Deteção do mesmo estímulo pelo mesmo observador é variável. 
2) Limiar deve-se a uma faixa variável de valores e não a um valor fixo, o que contraria o princípio do tudo ou nada do limiar sensorial. 
3) Deteção de sinais fracos deve-se às habilidades de deteção (sensibilidade), mas também a outros fatores.
Deteção e Ruído
Ruído (R) – atividade neuronal espontânea (aleatória) 
Sinal (S) - estímulo 
Em condições de sinal fraco, o observador terá dificuldade em diferenciar ruído (R) de uma situação de sinal mais ruído (SR).
Critério (β)
4 Possibilidades de resposta:
 - Acerto
 - Rejeição correta 
- Falso alarme 
- Omissão
Matriz de Resultados:
	ACERTO
	FALSO ALARME
	OMISSÃO
	REJEIÇÃO CORRETA
Sinal: Presente ↓ Ausente↓
Resposta: Sim -->
 Não -->
Efeitos do Critério (β):
1) Expectativa
> Frequência do Sinal < Frequência do Sinal
> Probabilidade de Acertos > Probabilidade de Omissões
> Probabilidade de Falsos Alarmes < Probabilidade de Falso Alarmes
2) Motivação
Critério conservador (< frequência “Sim”) ou liberal (> frequência “Sim”) altera-se consoante as condições externas/internas do individuo.
Curva ROC
Receiver Operating Characteristics (ROC)
Representação gráfica para descrever variação do critério do(s) observador(es)
Sensibilidade do observador (d’)
d’ como medida numérica da sensibilidade do observador na deteção do sinal:
[Aula nº4 – Organização Percetiva]
Perceção Visual
· Perceção Visual resulta da projeção da imagem na retina.
· Projeção na retina pode ser ambígua.
O conhecimento do objeto/estímulo permite o acesso a esta informação de forma independente da ativação da retina.
1º Nível de análise visual da informação de entrada é dependente do padrão de ativação da retina – córtex retinotópico.
2º Nível de análise visual a informação da informação de entrada é independente do padrão de ativação da retina.
· Reconhecimento de objetos é uma tarefa difícil para máquinas.
· Visão computacional simula o sistema visual humano:
1) Informação Sensorial.
2) Memória (Experiência prévia).
3) Operações cognitivas – dedução mental.
Flexibilidade Humana depende de uma estrutura cerebral evolutivamente recente – neocórtex ( 6 camadas celulares ).
Perceção Figura-Fundo
Capacidade que permite a distinção entre objetos no mesmo campo visual, baseada nas características físicas destes objetos.
Ambiguidade na Figura-Fundo
· Características similares entre objetos (ambíguos)
· Figura-Fundo podem ser revertidos:
- Alteração do foco atencional.
- Fatores cognitivos (aprendizagem).
Gestalt
Teorias sobre a organização percetiva:
Psicologia de Gestalt vs. Estruturalismo (Estudo sistemático da perceção visual)
· Max Wertheimer 
· Kurt Koffka 
· Wolfgang Kohler
- Impulsionada pelo reducionismo que dominou as ciências naturais no final do séc. XIX.
Gestalt
· A perceção resulta de tendência não aprendida para a organização dos objetos segundo características como:
- Arranjo
- Localização
- Interações
Lei de Pragnanz ou Simplicidade:
· Todo o padrão de estímulos é visto de tal forma que a estrutura resultante é tão simples quanto possível.
Reconhecimento de objetos
Teorias clássicas
· David Marr (1982)
 Neurociências
 Psicologia
 Computação
· Irving Biederman (1987)
 Teoria do reconhecimento por componentes.
Marr (1982)
Análise Hierárquica da Visão:
· Visão resulta da transformação de uma matriz visual bidimensional (imagem na retina) para uma descrição do mundo tridimensional.
Viewpoint dependent 
1. Análise Primária (Forma, orientação espacial, luminosidade)
2. Análise 2.5D (Discriminação, figura-fundo, textura)
3. Análise 3D (Activa-se a representação da estrutura do estímulo)
 Viewpoint Independent
Biederman (1987)
· Teoria de reconhecimento de forma.
· Objetos são reconhecidos como um conjunto de formas.
Kendrick et al.
· Ativação elétrica de células no lobo temporal em animais (ovelhas).
Evidências
· Sugerem diferentes fases no reconhecimento visual de objetos.
Classificação Clássica:
1. Análise visual das propriedades do estímulo:
Agnosia Apercetiva
(Nos elementos que compõem um objeto – HD)
Defeito na cópia de objetos.
2. Atribuição de significado ao estímulo – categorização semântica:
Agnosia Associativa
(Entre Perceção e Significado – HE )
Cópia preservada.
Perceção visual humana
· Processamento bottom-up (relacionados com o estímulo).
· Processamento top-down (relacionados com o observador).
- Experiência anterior
- Expectativa da Perceção
- Conhecimento Geral
- Predisposição Percetiva
Vecera e Farah
Estudaram a influência de fatores top-down na perceção visual humana. 
Predisposição percetiva:
Facilitação na perceção de um estímulo a partir do conhecimento.
[Aula nº5 - Características e funcionamento da perceção visual]
Cor
Experiência psicológica da cor (Perceção)
· Resulta do comprimento de onda da luz refletido (albedo = coeficiente de reflexão) nos objetos.
· Perceção da cor resulta da combinação de 3 cores primárias (RGB) nos cones:
 - Vermelho(Longo)
 - Azul(Médio)
 - Verde(Curto)
Visão retiniana a cores pelos cones – Visão tricromática.
Perceção da cor
V1 e V2
· Áreas envolvidas na primeira fase da perceção visual.
· Processamento de cor e forma.
V3 
· Processamento da forma(Objetos em movimento).
V4
· Processamento da cor.
V5
· Processamento do movimento.
Visão fotópica e escotópica
· Capacidade de adaptação ao nível de iluminação.
· 2 componentes na resposta de adaptação.
· 2 tipos de fotorrecetores.
Cones
· Centro da retina.
· Respondem à cor (RGB).
· Alto limiar excitabilidade.
· Visão fotópica.
Bastonetes
· Periferia da retina (Menor Acuidade).
· Não respondem à cor.
· Menor limiar (Alta Sensibilidade).
· Visão escotópica.
Persistência visual
· Saturação dos fotorreceptores.
· Demonstrada pelo aumento da sensibilidade numa condição de ausência de luz.
Limiar para a fusão das Imagens:
(1) Intensidade da Luz
 ↓ Intensidade luz a fusão ocorre aos 6Hz (>Persistência nos bastonetes).
 ↑ Intensidade luz a fusão ocorre aos 60Hz (<Persistência nos cones).
(2) Distribuição na Retina
Fóvea – Fusão ocorre mais dificilmente (<Persistência nos cones)
Periferia – Fusão ocorre mais facilmente. (>Persistência nos bastonetes).
Anomalias na perceção da cor
John Dalton
· Procurou explicar as alterações na perceção da cor.
· Alterações atribuídas à presença de um líquido azul no interior do olho.
Em 1844 as alterações na perceção da cor associaram-se ao órgão frenológico da cor.
Acromatopsia (Cole et al., 2003)
· Incapacidade de processamento consciente da cor.
· Lesão na área cortical V4.
· A informação da cor pode ser utilizada de forma implícita.
Teste de cores Ishihara para DaltonismoPerceção de profundidade
· Distância Absoluta – do observador ao objeto.
· Distância Relativa – entre dois objetos (Mais precisa).
Pistas Oculares:
· Monoculares (Pictóricas)
· Binoculares (e.g., Estereoscopia)
· Oculomotoras (Acomodação)
Sinais Monoculares/Pictóricos
1. Perspetiva Linear.
2. Contraste.
3. Focagem.
4. Sombras.
5. Tamanho Relativo.
6. Interposição de Objetos.
7. Textura.
8. Paralaxe de Movimento.
Sinais Binoculares
Estereopsia - Processo através do qual somos capazes de perceber o que nos rodeia em três dimensões, experimentando a sensação de profundidade, distância ou proximidade de cada um dos objetos. Esse processo ocorre graças a um mecanismo chamado disparidade retiniana de imagens que ocorre quando, graças a duas imagens ligeiramente diferentes que são projetadas em cada uma das retinas de nossos olhos, o cérebro consegue combinar ambos para compor uma visão tridimensional.
Estrabismo
· ↓ Neurónios binoculares no estrabismo reduz a perceção de profundidade.
Pode ser vantagem para artistas que têm de transferir um mundo 3D para um plano 2D.
[Aula nº6 - Características e funcionamento da perceção visual]
Perceção do movimento
· Aspeto básico da visão.
· Decisivo para a sobrevivência.
· Capacidade presente na maioria dos animais e em bebés.
· Capacidade dependente de células especializadas na retina e no córtex visual.
Dois sistemas de movimento com base em informação ocular:
a) Sistema de movimento imagem-retina.
b) Sistema de movimento olhos-cabeça.
Teoria Corolária de Descarga
Fluxo Ótico
· Padrão de mudanças visuais reflete-se na imagem retiniana.
Movimento no cérebro - Zihl e colaboradores
Área V5
· Estudo de caso de um paciente com acinetopsia (2 casos reportados na literatura).
· Défice na perceção de movimento visual.
· Perceção mantida de movimento induzida por estímulos acústicos e táteis.
· Resultante de lesões bilaterais na região de junção entre córtex occipital, temporal e parietal.
Modelo de perceção para a ação
Milner & Goodale
Visão para a Ação
· Via Dorsal.
· Perceção espacial.
· Representações dependentes do ponto de vista.
 Visão para a Perceção
· Via Ventral.
· Perceção de objetos.
· Representações independentes do ponto de vista.
“What e Where” vs. “What e How”
· Via “What” responsável pelo reconhecimento consciente dos objetos.
· Via “How” considera a informação visoespacial diretamente no sistema motor para guiar ações.
Evidências Clínicas
· Ataxia ótica: Lesões na área superior do córtex parietal posterior. Dificuldade nos movimentos guiados pela visão (sem défices visuais ou motores)
· Agnosia Visual: Défice no reconhecimento ou identificação de objetos (perceção espacial preservada manifestada pela utilização dos objetos).
Evidências Empíricas
Anglioti e colaboradores
< Efeito da ilusão percetiva quando a escolha é realizada pelo ato motor.
Haart, Carey e Milne
Resultados concordantes com modelo de perceção da ação.
[Aula nº7 – Atenção: Fundamentos conceptuais]
Definição
· Orientação da consciência para um estímulo. 
· Capacidade de concentração sobre determinado tipo de informação (manutenção de resposta). 
· Conjunto de mecanismos que selecionam os estímulos relevantes da informação do ambiente (seletividade). 
· Capacidade determinante para outros processos cognitivos.
Atenção ↔ Consciência
· Permite uso adequado de recursos mentais que são limitados. 
· Foco num estímulo aumenta probabilidade de resposta rápida e precisa sobre estímulos relevantes (focalização).
Fatores Cognitivos
(Top-Down) 
 Atenção Ativa
Atenção
 Atenção Passiva
Fatores automáticos
(Bottom-Up)
Change Blindness
Change blindness is a perceptual phenomenon that occurs when a change in a visual stimulus is introduced and the observer does not notice it. For example, observers often fail to notice major differences introduced into an image while it flickers off and on again.
Atenção
Limitações importantes ao estudo da atenção:
1. Falta de investigação sobre a importância de estímulos internos. 
2. Validade ecológica das provas, que se baseiam em estudos laboratoriais com estímulos 2D, enquanto o mundo é dinâmico e em 3D. 
3. Change blindness.
Mecanismos Cerebrais
Perturbações da Atenção
Intensidade
Estruturas mesencefálicas
Exemplo: Síndrome Confusional Agudo 
- Inicio agudo e flutuante 
- Alteração da vigilância e concentração 
- Desorganização do pensamento 
- Ideias delirantes 
- Desorientação (temporal ou espacial) 
- Perturbações mnésicas e psicomotoras
Seletividade
Córtex parietal e conexões com frontal
Exemplo: Neglect
- Incapacidade para detetar, orientar e responder a estímulos contralaterais à lesão na ausência de perturbações sensoriais ou motoras elementares.
Funções da Atenção
Vigilância
· Deteção de estímulo-alvo durante um período longo de tempo. 
· Alvo surge no campo de visão num momento que é desconhecido para o individuo. 
· Ambientes em que estímulo-alvo é raro na sua ocorrência, mas que requer atenção imediata quando ocorre. 
· Muito dependente do tempo na tarefa, que aumenta o número de omissões na deteção.
Papel das Emoções
· Surgimento inesperado de um estímulo capta a atenção (mecanismo adaptativo).
Tarefas de Vigilância
· Expectativas em relação à localização/tempo influenciam eficiência de resposta em detetar estímulo alvo:
Medidas:
· Velocidade.
· Precisa na Deteção.
Pesquisa Visual
· Descrição: Procura ativa de estímulo alvo.
· Varredura do ambiente para encontrar características distintivas entre estímulos. 
· Dificuldade aumenta com presença de estímulos-distratores.
Teoria da Integração de Características (Treisman, 1986)
· Importância do sistema visual (- capacidade com idade). 
· Pesquisa por características (pré-atencional). 
· Pesquisa por conjunção (atencional). 
· Representação mental das características dos estímulos:
- Cor
- Forma
- Posição
- Tamanho
- Orientação
Teoria da Semelhança (Duncan & Humphreys, 1992)
 Capacidade de deteção é afetada:
· Semelhança entre estimulo-alvo e distratores (A) 
· Disparidade entre distratores (B)
Atenção Seletiva e Atenção Dividida
Cocktail Party Effect
The cocktail party effect is the phenomenon of the brain's ability to focus one's auditory attention (an effect of selective attention in the brain) on a particular stimulus while filtering out a range of other stimuli, as when a partygoer can focus on a single conversation in a noisy room.
Teorias de filtro e atenuação
· Estímulos com alterações na tonalidade/volume atingem níveis mais elevados de processamento:
Modelo de Filtro Seletivo Vs Modelo de Atenuação
Teorias baseadas em recursos de atenção
Teste de Stroop ( John Ridley Stroop 1935 )
Explicações:
1) Dificuldade é explicada pela automaticidade da leitura, que não está dependente do controlo consciente, influenciando a resposta no teste de Stroop. 
2) Resposta é afetada pela interferência, entre uma via para a cor da palavra e outra via para a leitura do nome da cor.
Processamento automático
Estímulos Externos
 Sensações Atenção:
 + Processos Controlados
 Lembranças + Ações
 + Processos Automáticos
 Processos de Pensamento
Estímulos Internos
Objetivo: Direcionar os recursos mentais para os processos cognitivos mais relevantes em determinado momento.
Critérios para definir processos automáticos:
1. Rápidos
2. Não reduzem a capacidade para desempenhar outras tarefas
3. Inacessíveis à consciência 
4. Inevitáveis
· Automatização de rotinas permite manter eficiência com menor gasto de recursos.
Erro Humano:
 1) Equívocos – erros em processos controlados intencionais.
 2) Lapsos – erros em processos automáticos.Lapsos resultam de interrupções do processo automático (eventos externos/internos).

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