Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Carla Bertelli – 4° Período Decorre de um processo inflamatório do capilar glomerular, caracteriza-se por disfunção renal de início abrupto e manifesta-se por oligúria, edema, hipertensão arterial, hematúria com cilindros hemáticos, proteinúria discreta ou moderada e retenção de compostos nitrogenados (azotemia). Ocorre redução da TFG e na fração de filtração – o fluxo plasmático renal pode não alterar, manter-se um pouco acima dos níveis normais ou sofrer queda, sempre menor que a fração de filtração. Processo inflamatório intraglomerular caracterizado por disfunção renal. Pode ser aguda, subaguda ou crônica. Pode ser causada por doença renal intrínseca ou constituir de uma parte de doença sistêmica. consiste em glomerulonefrite infecciosa, pós-infecciosa, nefropatia por IgA e nefrite lúpica. Um subgrupo de glomerulonefrite aguda, conhecido como glomerulonefrite rapidamente progressiva pode manifestar-se com insuficiência renal grave e progressiva. Como exemplo há a doença de Goodpasture, poliartrite. é mais comum em homens entre 6 e 10 anos de vida. A faixa etária da doença varia entre a primeira década de vida e após os 50 anos. – Processo inflamatório. O grau de inflamação glomerular determina a gravidade da disfunção renal e as manifestações clínicas associadas. Muitas das glomerulopatias apresentam distúrbios imunológicos subjacentes. É causada por processos inflamatórios que obstruem os lúmens capilares e lesam a parede capilar, essa lesão possibilita que hemácias entrem na urina e cause alterações hemodinâmicas que reduzem a TFG. Acumulação extracelular de líquidos, hipertensão, edema ocorrem em consequência da TFG reduzida e da reabsorção tubular aumentada de sal e água. Existem 2 mecanismos básicos para lesão glomerular: (1) anticorpos que se ligam a um componente estrutural do outro material implantado nos glomérulos, pode ter formação de anticorpos circulantes dirigidos contra a membrana basal glomerular. (2) formação de complexos antígeno-anticorpo circulantes que escapam do sistema reticuloendotelial e se depositam nos glomérulos. - Edema, oligúria, sintomas urêmicos. Pacientes podem apresentar hipertensão, que pode ser maligna em alguns casos. Exantema malar e úlceras orais, púrpura palpável de HenochSchonlein e crioglobulinemia ó - Urina pode apresentar hematúria macroscópica escura, eritrócitos dismórficos ou deformados em consequência do estresse osmótico e químico que sofrem quando passam pelo néfron. Os eritrócitos urinários com vesículas ou projeções semelhantes a bolhas na membrana fornecem uma forte evidência de causa glomerular para hematúria. Podem ser observados cilindros hemáticos. Proteinúria baixa. No soro observamos o estado eletrolítico e estimamos a TFG, a fim de documentar o grau de disfunção renal. O hemograma revela anemia, trombocitopenia e leucopenia. Outros exames podem ser títulos de antiestreptolisina O (ALSO), pesquisa de hepatite, níveis de complemento, anticorpos anticitoplasma de neutrófilos, Anti-MBG e marcadores de doença por imunocomplexos como FAN e anti-DNA. ê ç – A ativação local de Tolls nas células glomerulares, deposição de imunocomplexos ou lesão infligida pelo complemento induz a infiltração de células mononucleares que produzem uma resposta imune adaptativa atraída ao rim pela liberação local de quimiocinas. Neutrófilos, macrófagos e células T são atraídas pelas quimiocinas para dentro do tufo glomerular, onde reagem com antígenos e epítopos, produzindo mais citocinas, mais proteases que lesionam o mensângio, os capilares e a MBG. Célula T tem um importante papel no mecanismo da glomerulonefrite. Os antígenos apresentados pelas moléculas do complexo de histocompatibilidade principal MHC de classe II nos macrófagos e nas células dendríticas em combinação com moléculas de reconhecimento associativo participam do repertório das células TCD4/8. As células mononucleares podem lesionar o rim, porém os eventos autoimunes que lesam o glomérulo produzem uma resposta imune humoral. Tipicamente, glomerulonefrite pósestreptocócica, nefrite lúpica e membranosa idiopática estão associadas a imunodepósitos ao longo da MBG, enquanto anticorpos anti-MBG produzem ligação linear da doença anti-MBG. Os imunocomplexos pré-formados podem precipitar ao longo do subendotélio na MBG, enquanto outros imunodepósitos são formados in situ. Esses depósitos se acumulam quando anticorpos circulantes encontram seu antígeno encarcerado ao longo da borda subepitelial. Os imunodepósitos no mesângio glomerular podem resultar da deposição de complexos circulantes pré-formados ou de interações antígeno-anticorpo in situ. Os imunodepósitos estimulam a liberação de proteases locais e ativam a cascata de complemento. Oxidantes locais lesam as estruturas glomerulares produzindo proteinúria e apagamento dos podócitos. ó ó – Mesma coisa que glomerulonefrite proliferativa endocapilar aguda. Infecções de pele e de garganta por determinados tipos de M estreptococos procedem a doença glomerular. Doença imunomediada que envolve supostos antígenos, imunocomplexos circulantes e ativação do complemento. Manifesta-se com hematúria, piúria, cilindros hemáticos, edema, hipertensão e lesão renal aguda – Ocorre em pacientes que permanecem não tratados por período prolongado, com hemocultura negativa ou que apresentam endocardite do lado direito. Ocorre deposição de imunocomplexos circulantes no rim e ativação do complemento. Há hematúria, piúria, proteinúria leve. ú – Depósito de imunocomplexos circulantes que ativam a cascata do complemento, levando a lesão mediada por complemento, infiltração de leucócitos, ativação de fatores prócoagulantes e liberação de várias citocinas. Formação de imunocompelxos in situ. Sina clínico mais comum é proteinúria, hematúria, hipertensão, graus variáveis de disfunção renal e sedimento urinário ç – Autoanticorpos dirigindos contra antígenos da membrana basal. Lesão rim-pulmão (Goodpasture). Considerada uma conformeropatia autoimune. Células T restrita ao MCH iniciam a resposta aos autoanticorpos, uma vez que os seres humanos são intolerantes aos epítopos criados por assa estrutura – Hematúria episódica associada ao depósito de IgA no mesângio. É a forma mais comum. Mediada por imunocomplexos definida pela presença de depósitos mesangiais difusos de IgA e frequentemente associados com hipercelularidade mesangia.l Tem ainda vasculite de pequenos vasos induzidas por ANCA, glomerulonefrite membranoproliferativa e mesangioproliferativa. Carla Bertelli – 4° Período Surgem como doença renal primária (idiopática) ou pode ocorrer em associação a qualquer um dos vários distúrbios sistêmicos ou doenças hereditárias. As doenças glomerulares primárias mais comuns consistem na nefropatia membranosa, glomeruloesclerose segmentar e focal, doença por lesão mínima e glomerulonefrite membranoproliferativa. Reflete lesão não inflamatória na parede do capilar glomerular. A doença glomerular subjacente resulta em proteinúria, que ocorre em consequência da alteração na seletividade da carga e do tamanho da parede capilar glomerular. O que aumenta a permeabilidade glomerular às proteínas plasmáticas. Assim, a albumina é a principal proteína perdida na urina. Ne manifesta classicamente com proteinúria maciça, hematúria mínima, hipoalbuminemia no sangue, hipercolesterolemia, edema e hipertensão. Se não for estabelecido o diagnóstico ou não for instituído tratamento, algumas dessas síndromes podem lesar o número de glomérulos reduzindo a TFG e levando a disfunção renal Ocorre alteração na permeabilidade glomerular por lesões estruturais ou anormalidades funcionais, caracteriza-se por proteinúria maciça. Edema é causado principalmente devido a redução da pressão oncótica do plasma (hipoalbuminemia), pode ser intenso e difundo,incluindo hidroperitônio e hidrotórax. Redução do fluxo renal também aumenta a reabsorção de sódio e diminuição do volume urinário também contribui para o edema. Quando o edema é considerável, surge hiperaldosteronismo secundário a redução do compartimento intravascular, por estimulação de receptores de volume (arco aórtico, átrio esquerdo); há ainda ativação do sistema nervoso simpático e diminuição de fatores natriuréticos, como os peptídeos atriais. A aldosterona aumenta a reabsorção de Na+ nos túbulos distais e a eliminação de K+ e H+. Hiperlipidemia associa-se ao aumento da síntese de lipoproteínas pelo fígado (albumina e lipoproteínas são sintetizadas no fígado pelos mesmos estímulos, com a perda renal de albumina surge estímulo para maior síntese de albumina, o que resulta em maior produção também de lipoproteínas também pelo fígado. Sua consiste em glomerulopatias primárias, como lesão histológica mínima. As principais causas são glomerulipatias primárias, lesão histológica mínima, glomerulopatia membranosa e glomeruloresclerose focal, as doenças sistêmicas são o úpus eritematoso sistêmico e diabetes melito – Proteinúria assintomática, edema, áreas periorbital e escrotal. Se for grave e generalizado se apresenta como anasarca. ó – No exame de urina avalia-se proteinúria (3/4 cruzes), sedimento urinário com poucas células cilíndricas. O sedimento urinário apresenta poucas células /ou cilindros. Pode-se verificar lipídeos no sedimento urinário. No sangue há diminuição da albumina sérica total e hiperlipidemia. Os pacientes podem apresentar anemia, velocidade de hemossedimentação elevada, hipocalcemia e deficiência de vitamina D. As indicações e benefícios da biopsia renal permanecem controversos. Entretanto, trata-se do procedimento-padrão para estabelecer a causa da proteinúria em adultos. A biopsia é frequentemente recomendada quando existe dúvida na etiologia Complicações incluem hiperlipidemia, trombose (anormalidades no sistema de coagulação, perdas urinárias de antitrombina proteína C e S e fatores de coagulação. Pode ocorrer infecção devido a perdas urinárias de imunoglobulinas, hipoalbuminemia, desnutrição e anemia ç õ í – Doença renal primária, associada a outras condições como doença de Hodgkin, alergias ou uso de AINEs. Há o apagamento de pedicelos que sustentam os podócitos epiteliais, com enfraquecimento dos poros da membrana da fenda. Síndrome nefrótica acompanhada por sedimento urinário anular. – Caracterizado por cicatrizes glomerulares segmentares envolvendo apenas alguns glomérulos. Os achados cínicos incluem proteinúria. Os possíveis mecanismos incluem fator de permeabilidade circulante medido por células T, níveis aumentados do receptor de urocinase solúvel, proliferação celular e síntese de matriz mediada por TFG-B. – É a causa mais comum de síndrome nefrótica nos idosos. Secundária a uma neoplasia maligna, infecção ou doenças reumatológias, como lúpus, artrite reumatoide. é – Causa mais comum de doença renal. Acontece em pacientes com diabetes por mais de 25 anos. fatores de risco para o desenvolvimento de nefropatia diabética incluem hiperglicemia, hipertensão, dislipidemia, tabagismo, história familiar de nefropatia diabética e polimorfismos gênicos que afetam a atividade do eixo reninaangiotensina-aldosterona. De 1 a 2 anos após o início do diabetes clínico, surgem alterações morfológicas no rim. O espessamento da MBG é um indicador sensível da presença de diabetes. ç ó – As discrasias de plasmócitos que as vezes resultam na formação de depósitos glomerulares e tubulares, que causam proteinúria maciça e disfunção renal. ç – Erro inato ligado ao cromossomo X do metabolismo globotriasoilceramida. Os órgãos afetados incluem o endotélio vascular, o coração, o cérebro e os rins. Classicamente, a doença de Fabry manifesta-se na infância em meninos com acroparestesias, angioceratoma e hipoidrose Carla Bertelli – 4° Período Uma vez que o ovócito é liberado a partir da ruptura do folículo, ele é levado a tuba uterina pelos batimentos ciliares. Os espermatozoides depositados passam pela etapa de maturação final, a capacitação, que permite que o espermatozoide fertilize o óvulo (alterações no espermatozoide acontecem). A fertilização do ovócito pelo espermatozoide é resultado de um encontro ao acaso, através de moléculas químicas de atração produzida pelo ovócito. Um ovócito pode ser fertilizado durante apenas cerca de 12/14h após a ovulação. No trato reprodutor feminino, os espermatozoides permanecem cerca de 5/6 dias. A fertilização normalmente ocorre na parte distal da tuba uterina. Para penetrar o ovócito, o espermatozoide deve penetrar a camada externa de células da granulosa (corona radiata) e uma capa protetora de glicoproteínas (zona pelúcida). A fusão da membrana do espermatozoide com a membrana do ovócito inicia uma reação química, chamada de reação cortical, que impede que outros espermatozoides fecundem este ovócito. Isso sinaliza para que o ovócito retome a meiose e complete a sua segunda divisão. A divisão meiótica final gera o segundo corpúsculo polar, o qual é ejetado. Neste ponto, os 23 cromossomos do espermatozoide juntam-se aos 23 cromossomos do óvulo, criando o núcleo do zigoto com o material genético completo. Uma vez que um ovócito é fertilizado e dá origem ao zigoto, ele inicia a mitose e lentamente segue pela tuba uterina até o útero, onde permanecerá ao longo de todo o período da gestação. Leva de 4/5 dias para chegar à cavidade uterina. A placenta secreta diversos hormônios durante a gestação: ô ô ê á ê – O corpo lúteo permanece ativo no início da gestação devido ao HCG (mantendo-o produzindo estrogênio e progesterona), para manter o endométrio intacto. Por volta da 7° semana, a placenta assume a produção de progesterona e o corpo lúteo se degenera. O pico de HCG ocorre até os 3 meses, depois diminui, mas continua detectável. ô ê á – Hormônio proteico produzido pela placenta. Tem efeito proteico, aumenta a resistência materna à ação da insulina e estimula o pâncreas na secreção de insulina, ajudando no crescimento fetal, pois proporciona maior quantidade de glicose e nutrientes para o feto. Além disso, estimula o desenvolvimento da mama e da lactação ê – São produzidos continuamente durante a gestação, primeiro pelo corpo lúteo, depois pela placenta. Com os altos níveis circulantes desses hormônios esteroides, a supressão por retroalimentação da adeno-hipófise continua durante toda a gestação, impedindo que outro conjunto de folículos comece a se desenvolver. Durante a gestação, o estrogênio contribui para o desenvolvimento dos ductos das mamas. A progesterona é essencial para a manutenção do endométrio e também auxilia na supressão das contrações uterinas. A placenta produz vários outros hormônios, incluindo inibina e pró-renina, mas a função da maioria deles ainda não está clara çõ ó çã çã – Coração aumentado devido hipertrofia e aumento do volume das câmaras. Nos últimos estágios, o crescimento uterino eleva o diafragma, deslocando o miocárdio e rodando lateralmente. ê í – Aumento gradativo, com pico entre a 28° e 36° semana. é í – Aumento significativo. Atinge um pico de 30-40% entre a 28° e 36° semana. Durante o trabalho de parto aumenta até 30%. Cada contração uterina eleva o débito em torno de 10 - 25%. . A placenta recebe até 10% do débito cardíaco materno total. O enorme fluxo sanguíneo para a placenta é uma razão para que a separação súbita e anormal da placenta da parede uterina seja uma emergência médica Resistência Vascular Periférica Total – Está reduzida em até 30% a partir da 8/12° semana. É decorrente de ação horminal. – Alteram-se pouco ã – Normal, com exceções das partes mais inferiores do corpo, que tendem a elevar-se, acontece devido ao volumeuterino sobre as veias pélvicas e a cava inferior. á – Elevação do diafragma. Diminuição do diâmetro vertical da caixa torácica até 4cm, aumentando 2cm no diâmetro ântero-posterior e transverso. – Não se observam modificações até p 5° mês. Após há redução no Volume de Reserva Expiratório (VRE) diminuído de 100-150ml, volume residual (VR) menor em 200 ml, e capacidade residual funcional (CRF), estando 20% mais baixa. çõ ó – Aumento no volume sanguíneo materno a partir da 8° semana, aproximadamente 1500ml. O aumento do volume plasmático é relativamente maior que o das hemácias o que leva a hemodiluição com aparente diminuição dos eritrócitos e hemoglobina. Produz-se a chamada anemia fisiológica da gravidez ou pseudo-anemia da gravidez, que pode ser profilaticamente evitada administrando ferro na mãe. çõ – Deslocamento cefálico do estômago, devido ao aumento do útero, que modifica o ângulo da junção gastroesofágica, em prejuízo do esfíncter esofágico. A diminuição da função da cárdia, acompanhada do aumento da secreção do suco gástrico observado na gravidez, propiciam a ocorrência de refluxo gastroesofágico que leva a um quadro de pirose e até mesmo de esofagite. A hérnia hiatal é uma patologia que está presente em 27% das gestantes nos meses finais da gestação çõ - O fluxo plasmático renal e a filtração glomerular elevam-se rapidamente durante o primeiro trimestre de gestação, atingindo no quarto mês valores de até 50%. Durante o último trimestre, estes valores decrescem lentamente em direção aos valores normais. O "clearance" da creatinina usualmente está aumentado, e, portanto, o limite superior dos valores normais sanguíneos da ureia e creatinina estão mais baixos na mulher grávida. Nos últimos meses, observa-se uma dilatação dos cálices renais, pelve e ureteres, devida a ação da progesterona Carla Bertelli – 4° Período As práticas contraceptivas podem incluir abstinência, esterilização (através de procedimento cirúrgico não reversível). Os métodos de intervenção da contracepção incluem: (1) métodos de barreira, que impedem a união do espermatozoide com o ovócito; (2) métodos que impedem a implantação do ovócito fertilizado; e (3) tratamentos hormonais que diminuem ou interrompem a produção de gametas. A eficácia da intervenção contraceptiva depende em parte de quão constante e corretamente ela é usada. é - Os métodos contraceptivos com base em barreiras químicas ou físicas estão entre os métodos de controle de natalidade mais facilmente lembrados. Constitui o diafragma, capuz cervical, esponja contraceptiva e o preservativo. Impedem a entrada do esperma no útero. çã çã – Alguns métodos contraceptivos não impedem a fertilização, mas impedem que o ovócito fertilizado se implante no endométrio. Eles incluem tanto os dispositivos intrauterinos (DIUs) quanto o uso de compostos químicos que mudam as propriedades do endométrio. - Técnicas que diminuem a produção de gametas dependem da alteração do ambiente hormonal do corpo. Os contraceptivos orais, também chamados de pílulas de controle da natalidade, baseiam-se em várias combinações de estrogênio e progesterona, que inibem a secreção de gonadotrofinas pela hipófise. Sem níveis adequados de FSH e de LH, a ovulação é suprimida. Além disso, a progesterona presente nas pílulas contraceptivas torna o muco cervical espesso e ajuda a impedir a penetração dos espermatozoides. Estes métodos hormonais de contracepção são muito eficazes quando usados corretamente, mas também trazem alguns riscos, como o aumento na incidência de formação de coágulos sanguíneos (trombos) e de acidente vascular encefálico (principalmente em mulheres fumantes) Os contraceptivos hormonais funcionam de várias maneiras para evitar uma gravidez não programada, por exemplo: • Inibição da ovulação - os contraceptivos hormonais impedem a liberação do óvulo pelos ovários, impedindo assim a possibilidade de que seja fecundado após a relação sexual sem uso de preservativos; • Espessamento do muco cervical - os contraceptivos hormonais engrossam o muco do colo do útero, o que dificulta a chegada do espermatozoide ao útero. Podem ser orais, anel vaginal, adesivo anticoncepcional, injetável, DIU, implantes contraceptivos. ó – O diagnóstico de gravidez é baseado na presença de qualquer um dos seguintes: • Detecção de gonadotrofina coriônica humana (hCG) no sangue ou na urina • Identificação da gravidez pelo exame de ultra-som • Identificação da atividade cardíaca fetal por ultrassonografia Doppler Embora o relato da paciente de menstruação atrasada, atividade sexual com uso imperfeito de contracepção e suspeita de gravidez da paciente sejam preditivos de que um teste de gravidez será positivo, esses fatores não são suficientemente confiáveis para diagnosticar ou excluir gravidez. Náusea com ou sem vômito, se presente, aumenta a probabilidade de gravidez, mas alguns indivíduos não apresentam esses sintomas ou simplesmente não os experimentaram antes de serem testados Carla Bertelli – 4° Período Objetivos de cada consulta pré-natal: definir a condição da saúde da mãe e do feto; Avaliar a IG comparando o crescimento uterino (medido da sínfise púbica até o fundo do útero); Realizar um plano de cuidado obstétrico. A OMS definiu que a proteção à maternidade tem como objetivo garantir a saúde das mulheres durante a gestação, o puerpério e o aleitamento materno, além de ensinar/auxiliar nos cuidados dispensados às crianças. O pré-natal é um conjunto de medidas de natureza médica, social, psicológica e de cuidados gerais, que visa propiciar à mulher gestante o desenvolvimento saudável da gestação. Tem papel fundamental na prevenção e/ou detecção precoce de patologias, tanto maternas como fetais. Através da avaliação da gestante, é possível classifica-la em habitual, baixo ou alto risco. O número adequado de consultas no pré-natal tem que ser igual ou superior a 6. A gestação costuma ser dividida em semanas, portanto até a 34° semana as consultas deverão ser mensais. A partir da 36° semana deverão ser quinzenais e, então, semanais até o momento do parto. A primeira consulta deve ser mais precoce possível, o primeiro componente de desconfiança é o atraso menstrual. Na primeira consulta é comum não existir queixas. Queixas existentes devem ser valorizadas e investigadas. Na abordagem inicial é importante excluir doenças associadas. Entre antecedentes familiares é importante investigar hipertensão, diabetes, cardiopatias, gemelaridade. Dos antecedentes pessoas é importante infecções, cirurgias, história prévia de transfusão sanguínea. Antecedentes ginecológicos incluem ciclo menstrual, calcular IG, história sexual, uso de métodos anticoncepcionais. Quem realiza a assistência ao pré-natal de risco habitual envolve enfermeiros ou médicos da unidade básica de saúde, não necessariamente um médico obstetra. Os atendimentos dos enfermeiros podem ser intercalados com as consultas médias. Já em casos de alto risco, faz-se necessário uma equipe multi Nas consultas deve-se avaliar intercorrências e queixas da gestante, calcular IG, identificar fatores de risco, reclassificar a gravidez, indicar planejamento familiar, atualizar calendário vacinal, entre outros. No exame físico da gestante deve-se aferir a PA, anotar o peso, FC, altura uterina, BCF, contrações ou edema, além exame físico geral e exame físico obstétrico. No exame ginecológico avalia-se as mamas, abdome, órgão genital externo, internos e especular. Nas mamas há sinal de Hunter e rede venosa de Haller. Os exames complementares podem ser divididos em 4 grupos: 1 – Exames específicos para o pré-natal, com interesse maternofecal (hemograma, tipagem sanguínea, fator Rh, urina, urocultura, sorologia, glicemia, USG obstétrica). 2 – Exames determinados por intercorrênciasou doenças associadas que justifiquem seguimento durante a gestação (função renal, cardíaca, fundo de olho, anemias). 3 – Exames para rastreamento de doenças potenciais na gestação, ligado às características dos serviços e do cliente, bem como as doenças prevalentes em cada região (rastreamento de diabetes, pré-eclampsia). 4 – Exames para rastreamento de doenças indiretamente ligadas à gestação, tem sua realização justificada pela oportunidade de estar diante de alguém que nunca teve oportunidade de buscar serviço médico. çã – Alimentação deve ser saudável, balanceada, estimular ingestão de água e fibras. A gravidez requer um aumento de 15% na ingestão calórica. A suplementação pode ser dividida em 3 períodos í ê – Fecundação até 12 semanas. Evitar exposição a agentes químicos e físicos, além de suplementação vitamínica, especialmente com ácido fólico (fechamento do tubo neural), em dose de 0,4 a 0,8mg/dia í – No segundo trimestre até o fim da gestação. O feto faz uma reserva que lhe assegura um crescimento e um desenvolvimento adequados. Por isso, a gestante deve ingerir complemento proteico e suplementação de ferro. Devido ao aumento do aporto de glicose, é nesse período que a mulher pode desenvolver diabetes gestacional í çã Ó – Deposição de cálcio no osso fetal e aumenta a necessidade de cálcio a ser suplementado até a lactação, a fim de minimizar hipocalcemia. – calorias (340kcal/dia no 2°tri e 452 no 3°tri), proteínas (1,1g/kg/dia), carboidratos (175g/dia), lipídios (peixes oleaginosos, ômega 3, 6). – Ferro (30mg/dia), ácido fólico (essencial até a 12° semana, dose diária de 0,4 a 0,8mg), cálcio (30g), vitamina A (2700UI), vitamina D (400/800UI), polivitamínicos são indicados para gestantes que não tem uma suplementação adequada na dieta. Carla Bertelli – 4° Período No parto, o útero tem função de progredir o produto da concepção através das contrações. A contratilidade uterina tem importância em 3 situações: para a inibição do parto em casos de trabalho de parto prematuro, indução do trabalho de parto em casos necessários e no período pós-parto para miotamponamento e regressão do útero nos dias seguintes ao nascimento (contratilidade uterina no puerpério). Participam da mecânica do parto o conteúdo uterino (feto e anexos), a passagem materna representada pelas contrações uterinas representada pela bacia obstétrica e o motor, representado pelas contrações uterinas. O evento da contratilidade ocorre devido a modificações na estrutura miometrial, hipertrofia e hiperplasia das células. O miométrio é composto por células musculares lisas que apresentam diferenciação no sistema muscular, formada principalmente por fibras colágenas. A unidade gestora da contração uterina é o complexo proteico actina-miosina, fibras dispostas em feixes e envoltas por uma matriz de tecido conjuntivo composta por colágeno, cuja principal função é facilitar a transmissão de forças contráteis. As principais características das células musculares miometrais são a baixa sensibilidade a estímulos dolorosos, excitabilidade, capacidade elástica, tonicidade e capacidade contrátil. Durante a gestação, o miométrio apresenta crescimento constante e bloqueio protagênico, não sendo comum a ocorrência de contrações. O ó çõ s e da modificação cervical progressiva. O início é considerado quando a dilatação atinge 2cm, estando a atividade uterina compreendida entre 80 e 120 Unidades Montevidéu. As contrações se iniciam na parte superior do útero, local em que são mais intensas, e se propagam com intensidade decrescente pelo corpo do útero até atingir o segmento inferior. A cada contração uterina, durante o trabalho de parto, admite-se que sejam impulsionados do território placentário cerca de 300 mL de sangue, determinando aumento do retorno venoso ao coração e consequente incremento do volume ejetado na sístole cardíaca çõ é acontecem após a expulsão fetal, com a função de propiciar a dequitação fisiológica, são contrações indolores e após 2 a 3 a placenta é impelida para o canal de parto. Vale salientar que, durante as mamadas, a sucção do leite determina a liberação de ocitocina, o que causa aumento na frequência das contrações e ocasionalmente pode provocar desconforto na puérpera (dor de tortos). – O parto é caracterizado por contrações das fibras miometriais, cujas principais funções são a dilatação cervical e a expulsão do feto através do canal de parto. São contrações dolorosas, porém antes de iniciar, o útero sofre modificações fisiológicas e bioquímicas locais concomitantes ao aumento da frequência das contrações indolores (contrações Braxton Hicks), até que o verdadeiro trabalho de parto ocorra. As fases incluem: quiescência, ativação, estimulação e involução. ê – Ausência de resposta aos agentes que determinam a contratilidade uterina. Se inicia com a implantação do zigoto e perdura por quase toda gestação. Podem ocorrer contrações, mas elas não modificam a estrutura cervical e nem causam dilatação do colo uterino. çã – Prepara o útero e o canal cervical para o trabalho de parto, dura aproximadamente 6 a 8 semanas. Determina algumas modificações cervicais e caracteriza-se pela descida do fundo uterino çã – Dividido em 3 períodos (dilatação, expulsão e dequitação), os fenômenos mais importantes são as contrações uterinas efetivas. As contrações devem apresentar uma frequência regular, entre 2 e 5 contrações a cada 10 min, de intensidade 20 a 60 mmHg e duração de 30 a 90s çã – Retorno ao estado pré-gravídico (puerpério). Ocorre após a dequitação e se caracteriza-se pela contração persistente que promove involução uterina. çã – Inicia as primeiras contrações dolorosas, que modifica o cérvix, começa com as primeiras modificações cervicais e termina com a dilatação completa do colo uterino (10cm), permitindo a passagem fetal. Abrangem dois fenômenos distintos: esvaecimento do colo e dilatação cervical. Nas primíparas ocorre primeiro o esvaecimento, de cima para baixo, e depois a dilatação do orifício externo, já nas multíparas isso é simultâneo. O esvaecimento ou apagamento do canal cervical consiste na incorporação do colo à cavidade uterina. Próximo ao termo, ocorre um infiltrado inflamatório no canal cervical decorrente de mudanças locais que promovem a maturação cervical e da lise das fibras de colágeno. A dilatação do orifício externo do colo tem como finalidade ampliar o canal de parto e completar a continuidade do útero e vagina. À medida que a dilatação cervical progride, surge um espaço entre o polo cefálico e as membranas ovulares (âmnio e cório), no qual ficará coletado o líquido amniótico, cuja função é auxiliar nas contrações uterinas e descolamento do istmo. A apresenta-se com contrações mais eficazes (em coordenação e intensidade), mas sem determinar modificações na dilatação cervical, durando normalmente 8 horas, dilatando 0,35cm/h. Na fase ativa, inicia-se com a dilatação cervical de 4cm e dura em média 6horas em primíparas, com dilatação de 1,2cm/h e 3 horas nas multíparas com velocidade de dilatação de 1,5cm/min. O diagnóstico de trabalho de parto está condicionado à presença de contrações uterinas com ritmo e características peculiares, combinadas a alterações progressivas no colo uterino (esvaecimento e dilatação) e à formação da bolsa das águas. Dessa forma, nesse diagnóstico não se deve considerar isoladamente a presença de contrações ou mesmo quantificar a dilatação cervical, mas sim todo o conjunto: a presença de contrações uterinas (pelo menos duas em 10 minutos) associada a dilatação cervical (pelo menos 2 cm), esvaecimento cervical e/ou modificações progressivas no colo uterino ã – O feto é expelido do útero por meio das contrações uterinas e das contrações voluntárias dos músculos abdominais (puxos). Nesse período, ocorre a maioria dosfenômenos mecânicos do parto, e o canal de parto é completamente formado, sendo uma cavidade única. Se inicia com a dilatação completa e se encerra com Carla Bertelli – 4° Período a saída do feto. Após a completa a dilatação, o útero fica imobilizado pela ação de contenção dos ligamentos largo (lateralmente), redondo (superiormente) e uterossacro (posteriormente). çã – O útero expele a placenta e as membranas após o nascimento do feto. Após o descolamento do seu leito uterino, a placenta desce através do canal de parto e é expelida pela rima vulvar. O descolamento ocorre depois da expulsão fetal, associada às contrações uterinas vigorosas e indolores. Há dois tipos de descolamento, o central (Baudelocque-Shultze) e o marginal ou periférico (Beudelocque-Duncan). – Conjunto de movimentos e fenômenos ativos e passivos do feto durante sua passagem pelo canal de parto. A progressão do parto é + ou – facilitada de acordo com a relação entre as características de forma e tamanho da pelve materna e as do produto conceptual. As apresentações cefálicas fletidas com variedade de posição anterior, além de mais comum, são as com melhores características para a progressão dos mecanismos de parto. Outros tipos de apresentação fetal (fletidas transversas, posteriores persistentes, defletidas e pélvicas), são considerados anômalos, em função da sua baixa prevalência. Apesar de o mecanismo de parto estar dificultado nessas ocorrências, não há necessariamente impedimento para o parto vaginal. çõ – Orienta a documentação do parto. Consiste em (relação das diversas partes fetais entre si, depende da disposição dos membros e da coluna vertebral, apresentando, na maioria das vezes, atitude de flexão). çã consiste na relação entre o maior eixo da cavidade uterina e o maior eixo fetal, tendo como possibilidade de situação fetal longitudinal, transversa e oblíqua. A çã é definida como a região fetal que ocupa a área do estreito superior e nela se vai insinuar. Para que exista apresentação, é necessário que o volume da região fetal seja capaz de encontrar obstáculo na sua passagem pelo canal pelvigenital; portanto, não existe apresentação antes do sexto mês ou quando a parte fetal é um membro, visto que os respectivos diâmetros são muito inferiores aos da bacia. Quando a situação fetal é longitudinal, há duas possibilidades de apresentação: cefálica ou pélvica, dependendo do polo fetal que ocupa a região inferior do útero. Nas situações transversas, por sua vez, duas outras possibilidades ocorrem, nas quais se distinguem as apresentações córmicas (ou de ombro), em que o dorso fetal se apresenta anterior ou posteriormente, ou as apresentações dorsais superior e inferior, em que o dorso fetal se apresenta superior ou inferiormente Em termos gerais, insinuação, descida, rotação interna, desprendimento cefálico, rotação externa, desprendimento do ovoide córmico. Insinuação – Passagem do maior diâmetro da parte apresentada, perpendicular à linha de orientação fetal, pelo estreito superior da bacia materna. Na maioria das mulheres, quando a parte fetal apresentada está insinuada, significa que o ponto de referência ósseo fetal está no nível das espinhas isquiáticas maternas (plano 0 de De Lee ou terceiro plano de Hodge) ou muito próximo dele. a. A ocorrência de insinuação indica que o estreito superior é adequado para a passagem do feto, mas não permite inferir as características dos estreitos médio e inferior. A insinuação nas apresentações cefálicas fletidas varia conforme o tipo de bacia. Em 60% das gestantes, o feto orienta-se de tal forma a direcionar a sutura sagital no diâmetro transverso da bacia. Em primigestas a insinuação ocorre, na maioria das vezes, por volta de 15 dias antes do parto. Já em multíparas, a insinuação pode ocorrer a qualquer momento, desde antes do início do trabalho de parto até após a dilatação completa do colo uterino. Assinclitismo ocorre quando a sutura sagital se aproxima da pube e o parietal posterior desce até ultrapassar o promontório materno. Ao contrário, quando a sutura sagital está mais próxima ao sacro, mais baixo está o parietal anterior, e o assinclitismo é chamado de anterior. . Durante o trabalho de parto, existe um momento em que o parietal insinuado ultrapassa o ponto de referência da bacia óssea e, com o aumento da área abaixo do estreito superior, é possível mover lateralmente o polo cefálico. Isso traz a sutura sagital à mesma distância entre o púbis e o promontório, e a cabeça fica em sinclitismo nesse momento. – Passagem do polo cefálico (ou da apresentação fetal) do estreito superior para o estreito inferior da pelve. Enquanto a descida está ocorrendo, a insinuação pode não ter ocorrido ainda e a rotação interna está acontecendo concomitantemente. O canal de parto não é um cilindro regular, possuindo uma curvatura em sua porção mais inferior. Assim, o feto tem que atravessar esse canal de modo a adaptar-se ao cilindro contingente, cujo eixo possui forma de “J”. Para isso, ocorrem movimentos de flexão (anteroposterior e lateral, para reduzir os diâmetros), rotação e mecanismos de cavalgamento ósseo çã – Objetivo de coincidir o diâmetro anteroposterior do polo cefálico. Os diâmetros com maiores proporções variam, dependendo do estreito em que se encontra a cabeça fetal. Assim, o estreito superior apresenta maior dimensão no sentido transverso; no estreito médio, o sentido anteroposterior é maior ou eles têm iguais proporções; e no inferior, o anteroposterior é maior. Durante a descida do feto, ocorre movimento de rotação para locar o polo cefálico sob o púbis. Descreve-se assim um movimento de espira. A linha de orientação (sutura sagital) fica orientada na direção do maior diâmetro do estreito inferior (anteroposterior) ao terminar a descida. A rotação interna é essencial para que ocorra ultimação do parto, exceto quando o feto é muito pequeno. á – Ocorre com a descida final da cabeça fetal em posição occipitopúbica. Como o polo cefálico está em flexão, é necessário que ocorra movimento de deflexão ou extensão da cabeça para ocorrer exteriorização do maciço frontal. Por meio de duas forças antagônicas (contração uterina e resistência perineal), o feto é impulsionado para baixo e para fora do canal de parto. Ao vencer tal resistência, a cabeça fetal desfere movimento abrupto de extensão çã – Leva o occipício a voltar-se para o lado materno que ocupava no interior do canal de parto. A sutura sagital apresenta- se em sentido transversal ao a fenda vulvar ao fim desse tempo. Nessa ocasião, as espáduas, que se insinuaram no diâmetro oblíquo oposto ao da cabeça fetal, rodam, trazendo o diâmetro biacromial para o diâmetro anteroposterior do estreito inferior. Esse movimento que ocorre com os ombros se deve, aparentemente, aos mesmos fatores que determina a rotação interna da cabeça. ó – Exteriorização das cinturas escapular e pélvica do feto. São mecanismos associados porque um se segue ao outro. Após a rotação das espáduas, o ombro anterior fixa-- se no subpúbis. Desprende-se então o ombro posterior por movimento de elevação e, em seguida, completa-se a expulsão da cintura escapular. Posteriormente ao desprendimento dos ombros, o resto do ovoide é prontamente expelido, não apresentando maior resistência Carla Bertelli – 4° Período – Nutre de modo adequado a criança nos primeiros 6 meses. Quando alimentada apenas com leite materno até os 6 meses, a criança apresenta menor morbidade. Benefícios para o bebê incluem: diminuição de infecções como meningite bacteriana, bacteremia, diarreia, infecção do trato respiratório, enterocolite necrosante, otite, ITU, menor taxas de morte súbita, redução de hospitalização, redução de alergias, redução da obesidade, diminuição do risco de HAS, diabetes, melhor desenvolvimento.Já os benefícios para a mãe incluem: involução uterina mais rápida e redução na hemorragia uterina pós-parto devido a ocitocina, perda de peso da gestação, maior interação mãe- bebê, diminui risco de câncer de mama e ovário. O aleitamento materno não é recomendado quando mães são infectadas por HIV, mãe infectadas por HTLV1 e HTLV2, uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação, criança portadora de galactosemia, fenilcetonúria. Para que a monitorização do crescimento seja efetiva, é necessário a aferição adequada dos dados antropométricos e a pontuação exata nas referidas curvas de peso, comprimento, perímetro cefálico, IMC. O processo de crescimento é influenciado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais), entre os quais se destacam a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança, que atuam acelerando ou restringindo tal processo. Durante os dois primeiros anos, um aspecto importantíssimo é o desenvolvimento afetivo (vínculo da criança com pessoas que ela interage de fora privilegiada). Nos anos pré- escolares, diferentes dimensões e estilos paternos têm efeitos sobre diferentes aspectos do desenvolvimento social e das personalidades das crianças: autoestima, desenvolvimento moral, conduta pró-social, autocontrole. A criança deve atravessar cada estágio segundo uma sequência regular, os estádios de desenvolvimento cognitivo são sequenciais, se ela não for estimulada no momento certo, ela não conseguirá superar o atraso do seu desenvolvimento. Baixo peso ao nascer e prematuridade são eventos que aumentam o risco da criança para alterações globais no seu desenvolvimento (distúrbios da linguagem, motricidade, aprendizagem, neuropsicomotor). Até o final do 3° mês de vida o bebê sorri, susteja a cabeça, descobre as mãos e brinca com elas, acompanha objetos com os olhos e vira a cabeça ao som. Dos 3 aos 6m busca objetos com as mãos e tenta segurá-los, leva- os a boca, vira-se sozinho, rola na cama, senta com apoio, descobre os pés. Acompanha os objetos com os olhos. Localiza o som. a. Este período assinala o início da fase cortical do desenvolvimento, ausência de memória dos reflexos primários, com mudança significativa do tônus muscular. A criança sente prazer em emitir e ouvir seu próprio som. Dos 6 aos 9m já senta sem apoio, usa braços e mãos para se equilibrar. Passa um objeto de uma mão à outra. Expressa suas emoções. Brinca de esconde-achou. Reconhece o rosto da mãe entre os demais e pode reagir à sua ausência com angústia. Gosta de ficar com quem conhece e pode estranhar as pessoas. Dos 9 aos 12 meses balbucia monossílabos e inicia-se com o não. Levanta-se e consegue ficar de pé com apoio, posteriormente, já fica em pé sozinho. Pode engatinhar e tentar dar os primeiros passos. Acompanha com os olhos objetos em qualquer postura. Localiza o som, em qualquer direção. Adquire desde os 9 meses a preensão tipo pinça: segura objetos com os 3 dedos, usando polegar. Dos 12 aos 36 meses as experiências sociais adquiridas, controle dos esfíncteres, andar e falar propiciam maior autonomia Carla Bertelli – 4° Período A exposição de gestantes a determinadas doenças infecciosas pode culminar em disseminação transplacentária do patógeno e consequente infecção do produto conceptual, caracterizando infecção vertical. Infecções congênitas correspondem a importante causa de perdas gestacionais e de morbimortalidade pós-natal. As infecções congênitas podem ocorrer durante a gestação (pré-natais) ou durante o parto (paranatais). çã é - As relações entre o feto e a mãe são necessariamente feitas pelas membranas placentária e amniótica. Assim, as vias de penetração dos germes são divididas em dois grupos: via transplacentária (microrganismos do sangue materno atravessam a placenta e alcançam a circulação fetal) e via transamniótica. (germes da vagina e colo acometem a cavidade amniótica e o feto, é ascendente, geralmente após roptura das membranas). Infecções Paranatais – Adquirida por contato direto com secreções maternas durante a passagem do feto pelo canal do parto. As consequências dessas infecções, quando atingem o feto, dependem do período da gestação: período embrionário (até 1° trimestre, é o período mais vulnerável, muitos agentes podem ser letais e causar aborto ou produzir anomalias congênitas) e período fetal (2° trimestre em diante, caso a infecção seja muito grave há morte fetal, anomalias congênitas são menores) Diagnóstico da Infecção – Depende da doença a ser investigada com base em sinais e sintomas e na triagem neonatal. Utiliza-se muito exames a procura de resultados IgM e IgG, tendo como padrão ouro o exame de Reação de Cadeia de Polimerase no Líquido Amniótico (PCR-LA). í – Causada pelo Treponema palidum. Estágios de incubação, primária, secundária, latente inicial, latente tardia e terciária. A classificação mais recente utiliza a sífilis inicial e tardia (após 1 ano). A sífilis primária é caracterizada pelo cancro duro indolor na genitália e linfadenopatia. O estágio secundário ocorre de 6 semanas a 6 meses após a lesão primária. A espiroquetemia determina exantema maculopapular envolvendo todo o corpo, especialmente mãos e pés. Sintomas não específicos como febre, perda de peso e mal-estar ocorrem em 50% dos pacientes. A fase terciária ou tardia é o estágio de destruição tecidual que aparece 10 a 25 anos após a fase inicial em quase 35% dos pacientes não tratados. As lesões granulomatosas (gomas) podem ocorrer em qualquer órgão. O rastreamento é feito com o VDRL, mas a ocorrência de falso- positivos demanda a confirmação por FTA-Abs. Em geral, o VDRL torna-se positivo 1 a 3 semanas após o aparecimento do cancro duro. A sorologia VDRL na primeira consulta pré-natal é a medida mais importante para identificar os fetos de risco para a sífilis congênita. O CDC (2015) recomenda, ainda, a repetição do teste no 3o trimestre (28 semanas). A infecção transplacentária pode ocorrer em qualquer estágio da doença e idade gestacional O comprometimento fetal depende da treponemia materna A sífilis é responsável por perda fetal/natimorto, neomorto, parto pré- termo/baixo peso, infetante com sífilis congênita, prognóstico adverso globalOs achados na infecção fetal nesse exame representam uma resposta inflamatória robusta do feto ao treponema e se mostram presentes apenas após a 20° semana de gravidez e inclui: hepatomegalia, aumento na velocidade sistólica máxima na artéria cerebral média, placentomegalia, polidrâmnio, ascite e hidropsia. Os cerca de 50% dos recém-nascidos infectados apresentam sífilis congênita precoce quando os sintomas aparecem nos primeiros 2 anos de vida, ou sífilis congênita tardia quando os sintomas se desenvolvem após os 2 anos de idade (infecção crônica dos ossos, nariz em sela, fronte olímpica) - Os hospedeiros intermediários são principalmente o porco, a ovelha e o ser humano; os hospedeiros definitivos são membros da família Felidae, e o exemplo típico é o gato doméstico.. Transmitido pela ngesta de carne crua ou malcozida, exposição a fezes de gatos contaminados com oocistos e transmissão vertical na gravidez. nfecção primária adquirida antes da gravidez não afeta o concepto, exceto em mulher imunodeprimida. É recomendado que após infecção por toxoplasmose a mulher espere 6 meses antes de engravidar. A infecção primária ocorrida na gestação pode ser transmitida ao feto pela via transplacentária. A invasão da placenta ocorre pelos taquizoítos onde eles se multiplicam. Essa doença pode determinar abortamento e malformação fetal, com graves repercussões no RN, podendo levar ao óbito. O risco de transmissão aumenta ao evoluir da gravidez, mas se diminui a gravidade. A tríade clássica, coriorretinite, hidrocefalia e calcificações intracerebrais (síndrometoxoplasmósica), está presente em 10%. Outros recém- nascidos exibem variedade de sintomas da infecção aguda – convulsões, esplenomegalia, febre, anemia, icterícia e linfadenopatia. Dos RN infectados e sintomáticos, de 10 a 15% morrem da doença, já os sobreviventes sofrem de retardo mental e outras deficiências neurológicas. Se a infecção ocorrer após a 20° semana de gestação, se torna menos grave. – Exame para toxoplasmose é obrigatório na primeira consulta pré-natal. Assim, passa a ser fundamental identificar quais dessas mulheres com IgM positivo foram infectadas antes ou durante a gravidez. Em caso de IgG + e IgM – a infecção é considerada antiga e o feto protegido. Diagnóstico fetal é feito por PCR-LA. Eventualmente, o diagnóstico pode ser feito por ultrassonografia, que mostra calcificações intracerebrais, ventriculomegalia, microcefalia, hepatoesplenomegalia e CIR acentuado. é - Após o período de incubação de 14 a 21 dias, a rubéola exterioriza-se como doença de pequena gravidade, caracterizada por linfadenopatia pós-auricular (precede em 5 dias o exantema); exantema maculopapular, que se inicia na parte superior do tórax, estendendo-se depois por todo o corpo; e febrícula. As complicações são mais comuns no adulto e incluem artralgia, artrite, encefalite, neurite e púrpura trombocitopênica. A Secretaria de Vigilância em Saúde notificou que a sorologia para rubéola não é mais um exame de rotina no pré-natal para detectar as pacientes suscetíveis, exceto em grávidas com manifestações clínicas e/ou vínculo epidemiológico. Na gravidez, a infecção no 1o trimestre determina a í é ê (SRC), caracterizada pela í çã í ; até 8 semanas a taxa de abortamento é de 20%. De 12 a 18 semanas, a incidência da SRC é de cerca de 35% e após 18 semanas, ela é de 0%. Outras manifestações são: CIR, púrpura, icterícia, hepatoesplenomegalia, microcefalia e retardo mental, meningoencefalite e doença óssea radioluzente. í - O CMV é um herpes-vírus. Esse grupo inclui os herpesvírus simples (HSV) dos tipos 1 e 2, o vírus varicela-zóster (VZV) e o vírus Epstein-Barr (EBV). Para a maioria das pessoas que adquirem a infecção pelo CMV após o nascimento, a sintomatologia é pobre, síndrome mononucleose-símile, com febre prolongada e Carla Bertelli – 4° Período hepatite leve, com testes para mononucleose e hepatite negativos. Para a grávida, as duas vias mais comuns de exposição ao CMV são o contato sexual (sêmen) e o contato com a saliva e a urina de crianças pequenas infectadas. A infecção congênita pelo CMV é responsável por sequelas definitivas e morte na infância em maior número de casos que a síndrome de Down, síndrome alcoólica fetal e defeitos do tubo neural. A infecção primária por CMV no 1o trimestre da gravidez é responsável por 10 a 20% de recém- nascidos infectados sintomáticos e, desses, 30% morrem; dos que sobrevivem, 65 a 80% apresentam sequelas definitivas (perda da audição e comprometimento neurológico). Dos 80 a 90% assintomáticos, 5 a 15% desenvolvem sequelas (perda auditiva neurossensorial). A infecção pelo CMV no 2o e no 3o trimestre da gravidez traz riscos mínimos de sequelas nos fetos infectados. - O herpes simples é uma doença infecciosa determinada pelo HSV com dois tipos sorologicamente distintos: tipo 1 (HSV-1) e tipo 2 (HSV-2). O HSV-1 é o responsável pela infecção não genital (lábios, face, córnea, mucosa oral), e o HSV-2 está associado à infecção genital (pênis, uretra, vulva, vagina, cérvice, pele das coxas e das nádegas). A infecção por HSV do recém-nascido pode ser adquirida de três maneiras: intrauterina, intraparto (paranatal) ou pós-natal. A época da transmissão na gravidez na maioria dos casos, cerca de 85%, ocorre durante o parto. As manifestações da infecção congênita intrauterina são muito graves e incluem microcefalia, hepatoesplenomegalia, CIR e natimortalidade. Bebês nascidos de mães com infecção primária genital de HSV próxima do termo eliminando o vírus no momento do parto apresentam risco 10 a 30 vezes maior de desenvolverem a doença em comparação com aqueles de mães com infecção recorrente, apesar de também estarem eliminando o vírus no parto. Isso se deve, em parte, à significativa transferência de anticorpos protetores maternos a partir do 7o mês de gravidez. - deve ser feito entre 48h de vida e o quinto dia de vida, sendo que a amostra é proveniente do calcanhar do RN. São triadas: deficiência de biotinidade, fenilcetonúria, fibrose cística, hemoglobinopatias, como anemia falciforme, hiperplasia adrenal congênita e hipotireoidismo congênito. çã - exame indolor, através de um oxímetro de pulso que estima a concentração de oxigênio no sangue, sendo capaz de detectar problemas cardíacos congênitos complexos desde o nascimento - exame simples, rápido e indolor, que detecta problemas oculares congênitos que podem comprometer a visão do bebe como catarata congênita, glaucoma congênito e retinoblastoma. Deve ser realizado em todos os recém-nascidos antes da alta da maternidade e repetido regularmente nas consultas pediátricas, pelo menos duas a três vezes por ano, nos três primeiros anos de vida. As principais causas de patologia ocular são toxoplasmose, catarata, retinopatia da prematuridade, alterações no SNC, etc. teste do reflexo vermelho é um teste que pode ser utilizado para detecção de doenças que comprometem a transparência dos meios oculares, como catarata, glaucoma, toxoplasmose, retinoblastoma, descolamento de retina tardios. - exames de emissões otoacústicas e/ou potencial evocado auditivo de tronco encefálico. É rápido, seguro e indolor e o ideal é que seja realizado a partir de 24h de vida do RN e antes da alta hospitalar. Carla Bertelli – 4° Período A OMS define abortamento como a interrupção da gestação com menos de 20 semanas ou com produto da concepção (feto ou embrião) pesando menos de 500g, ou seja, antes do feto ser capaz de sobreviver fora do útero. Ele é classificado quanto à intenção e a cronologia. Quando a intenção pode ser espontâneo, se ocorrer sem ação deliberada de qualquer natureza, ou induzido/provocado, caso a interrupção antes de alcançadas as condições mínimas de sobrevivência extrauterina, e quanto a cronologia é denominado como precoce quando a perda ocorre até 12 semanas, e tardio se ocorrer entre 12 e 20 semanas. A perda que ocorre no primeiro trimestre é o tipo mais comum. Consiste em sintomas inespecíficos de sangramento vaginal e cólicas uterinas associadas a perda gestacional. 1 em cada 4 mulheres terá um abortamento espontâneo. Sua etiologia varia entre alterações cromossômicas, alterações endócrinas (lútea, diabetes, tireopatias, ovários policísticos), causas uterinas (mioma, sinequias intrauterinas, incompetência cervical), fatores imunológicos, trombofilias hereditárias, drogas/agentes nocivos e traumas. ç – O quadro clínico caracteriza-se por sangramento vaginal em pequena quantidade, acompanhada ou não de dor em cólica na região hipogástrica. No exame ginecológico o colo uterino encontra-se fechado e o tamanho do útero é compatível com o atraso menstrual. A USG evidencia atividade cardíaca do produto conceptual, ou em idade, e esses hematomas estão mais relacionados a risco de perda fetal. Ainda que muito utilizada na prática clínica, não há evidências de alta qualidade que recomendações como repouso no leito, administração de gonadotrofina coriônica humana (hCG), uso de relaxantes musculares e suplementação com vitaminas, melhore o prognóstico das gestações com ameaça de abortamento. - Quando ocorre no primeiro trimestre da gravidez, principalmente nas 10 semanas iniciais, é comum a expulsão completa dos produtos da concepção. Rapidamente o útero se contraie o sangramento, juntamente com as cólicas, diminui de intensidade. O orifício interno do colo uterino tende a fechar-se em poucas horas. Ao exame ultrassonográfico, pode não haver evidência de conteúdo uterino; algumas vezes, porém, observa-se mínima quantidade de conteúdo heterogêneo e líquido. A ultrassonografia transvaginal tem sido considerada indicativa de abortamento completo por vários autores. Espessura endometrial <15mm – Mais frequente após 10 semanas de gestação. Nesses casos, ocorre a eliminação parcial dos produtos da concepção. O sangramento vaginal persiste e, por vezes, torna-se intermitente. O volume uterino é menor que o esperado para a idade gestacional e, no exame de toque, o orifício interno do colo uterino geralmente se encontra pérvio; contudo, algumas vezes pode se apresentar fechado, sendo o diagnóstico realizado pelos achados ultrassonográficos. À ultrassonografia, observa-se a presença de conteúdo intrauterino de aspecto amorfo e heterogêneo, com presença ou não de líquido. A medida da espessura endometrial ao corte longitudinal mediano do útero à ultrassonografia acima de 15 mm tem sido considerada indicativa de abortamento incompleto. Classicamente, o tratamento de escolha é o esvaziamento cirúrgico do conteúdo uterino, por curetagem ou aspiração manual intrauterina.. Faz-se curetagem para raspagem da cavidade uterina. - Ocorrência de morte embrionária ou fetal antes de 20 semanas de gravidez, associada à retenção do produto conceptual por período prolongado de tempo, por vezes dias ou semanas. Geralmente, as pacientes relatam cessação dos sintomas associados à gravidez (náuseas, vômitos, ingurgitamento mamário). Pode ocorrer sangramento vaginal, na maioria das vezes em pequena quantidade, de forma semelhante ao observado nos casos de ameaça de abortamento. O volume uterino é menor que o esperado para a idade gestacional e o colo uterino encontra-se fechado ao exame de toque. Atualmente, por meio de ultrassonografia transvaginal, denomina--se morte do produto conceptual a ausência de atividade cardíaca em embriões com comprimento cabeça-nádegas maior ou igual a 7 mm. Em alguns casos, ocorre a reabsorção do embrião antes da confirmação ultrassonográfica ou o desenvolvimento deste não chega a ocorrer. Essa situação é nomeada gestação anembrionada. – Ocorre principalmente em países onde o aborto é ilegal. As bactérias envolvidas no abortamento infectado são aeróbias e anaeróbias, e merecem destaque: estreptococos beta- hemolíticos, Enterococcus spp., Escherichia coli, Peptostreptococcus spp., Bacteroides fragilis e Clostridium spp. A infecção que se inicia no útero (endomiometrite) pode se propagar para os anexos (anexite), peritônio pélvico (pelviperitonite), cavidade peritoneal (peritonite generalizada) e, ainda, disseminar-se por via hematogênica (sepse). É comum em situações em que há restos intrauterinos e infecção, causado por abortamentos ilegais. A paciente apresenta quadro clínico de aborto incompleto + sinais de infecção (dor importante, útero amolecido, eliminação de material com odor fétido, comprometimento do estado geral. á – Definido quando o produto conceptual perde a vitalidade e não existe possibilidade de evolução da gestação. A sintomatologia é mais intensa quanto à hemorragia e à dor. O colo do útero pode estar dilatado, embora o produto gestacional possa ou não ter sido eliminado total ou parcialmente. Os sinais da gravidez costumam sofrer atenuação. Pode ser completo ou incompleto. Nas amenorreias de curta duração em que o ovo é pequeno, o processo pode ser confundido com menstruação, diferenciando-se dela pela maior quantidade de sangue pela presença de embrião e decídua ao exame do material eliminado. Esse mecanismo é raro após 8 semanas. - Utilizada em casos selecionados de perda gestacional precoce, com taxas variadas de sucesso, dependendo principalmente do tipo de abortamento e dos sintomas das pacientes. Em casos de abortamento incompleto, esse tipo de conduta tem sido empregado há alguns anos e mostra resultados estimulantes. ó – O misoprostol, um análogo sintético de prostaglandina E1 tem efeitos na contratilidade uterina e no esvaecimento cervical. O pico máximo plasmático, quando aplicado na vagina, é inferior ao da administração oral; porém, a concentração plasmática do misoprostol é sustentada por período superior a 4 horas. O Mifepristona também é uma opção, usado associado ao misoprostol, ela é um antagonista do receptor de progesterona, que resulta em necrose decidual, separação placentária, amolecimento e dilatação do colo. ú – O tratamento clássico para abortamentos, tanto de primeiro quanto de segundo trimestres, é a curetagem uterina. Curetagem e aspiração Carla Bertelli – 4° Período Avaliação das Mamas – São divididas em 4 quadrantes, quadrantes superiores e inferiores, mediais e laterais. Na anamnese deve-se obter informação sobre ciclo menstrual, fatores de risco, histórico familiar, história gestacional, naturalidade, cor, idade da menarca, queixa principal, duração, história patológica e fisiológica pregressa, entre outros. Os sinais e sintomas mais comuns incluem dor mamária, nódulo e derrame papilar. A á (mastodinia ou mastalgia) é localizada na topografia da mama, mais comum na menacme (idade fértil), tende a diminuir com a menopausa. Pode ser classificada em cíclica (dor difusa, bilateral, varia de intensidade durante o ciclo menstrual), acíclica (sem associação com o período menstrual, localizada, unilateral, geralmente causada por cistos, mastites, traumas) e extramamárias (costocondrite, neurite, traumas). ó á podem ser benignos ou malignos, os mais frequentes são fibroadenomas, cistos, lipomas, adenomas, timor filoides e o carcinoma, podem ser caracterizados conforme a localização, tamanho, crescimento. O pode ser dividido em galactorreia (secreção leitosa, bilateral, multiductal, fora do ciclo gravídico, geralmente causada pelo aumento de prolactina por tumores hipofisários ou uso de medicamentos), derrame fisiológico (secreção multiductal, bilateral, provocada ou espontânea, de cor amarelada/esverdeada) e patológico (unilateral e uniductal, espontânea, persistente, de coloração cristalina, serosa ou hemática, geralmente causada por papiloma ductal). O í consiste na inspeção estática e dinâmica, palpação de linfonodos axilares, supra e infraclaviculares, palpação mamária (velpeaux ou bloodgood), e por fim a expressão papilar. A maioria das doenças da mama pode ser descrita como benigna ou maligna. Os tecidos mamários nunca estão estáticos, ou seja, as mamas reagem continuamente às alterações dos estímulos hormonais, nutricionais, psicológicos e ambientais que acarretam alterações celulares contínuas. As doenças benignas das mamas não são progressivas. Contudo, algumas doenças mamárias benignas aumentam o risco de desenvolver câncer. Por isso, a adesão rigorosa a uma dicotomia entre doenças benignas versus malignas nem sempre pode ser apropriada. – Lesões inflamatórias da mama, algumas de causa infecciosa ou idiopática. Manifesta-se com aumento doloroso e eritematoso das mamas. Embora o tipo mais comum seja a mastite aguda da lactação, algumas podem simular câncer e abcessos.. A lesão ocorre por obstrução dos vasos linfáticos dérmicos por êmbolos neoplásicos, resultando em edema acentuado da mama e eritema da pele, semelhante ao quadro de mastite aguda. A maioria das infecções agudas da mama ocorre durante a lactação, em especial nas primeiras semanas de amamentação. Nesse período, a mama fica mais vulnerável à penetração de bactérias, principalmente Staphylococcus aureus e estreptococos, através de fissuras e rachaduras no mamilo ou na aréola. A infecção inicial causa mastite aguda, difusa, dolorosa, com aumento de volume da mama, poredema, hiperemia e exsudato neutrofílico. O quadro geralmente regride com antibióticos e drenagem completa do leite. Em alguns casos, a lesão evolui para abscesso, necessitando drenagem cirúrgica. - Abscesso sub ou periareolar recidivante ou mastite periductal é mais comum em mulheres adultas, particularmente durante a lactação, mas pode surgir após a menopausa e em homens, em 90% dos casos em fumantes. Os pacientes apresentam nódulo subareolar, doloroso e edematoso, com episódios recorrentes de fistulização e drenagem de material purulento através do mamilo e da pele da aréola. A patogênese é variada. Em algumas mulheres, ocorre inversão do mamilo por fibrose. Outra possibilidade é tabagismo, que altera a diferenciação do epitélio ductal por causa de deficiência de vitamina A e de substâncias contidas no tabaco – É a secreção de leite pelas mamas de mulheres que não estão amamentando. Isso pode ser causado por estimulação vigorosa dos mamilos, hormônios exógenos, desequilíbrio dos hormônios endógenos ou infecção ou traumatismo torácico localizado. Tumores hipofisários (prolactinoma) pode aumentar os níveis de prolactina e causar galactorreia. ú - A dilatação dos ductos mamários evidencia-se por secreção mamilar cinza- esverdeada intermitente, geralmente unilateral. A palpação da mama aumenta o volume da secreção. A dilatação ductal ocorre durante ou depois da menopausa e está associada a sinais e sintomas como ardência, prurido, dor e sensação de tração do mamilo e da aréola. Essa doença causa inflamação e espessamento subsequente dos ductos. Os papilomas intraductais são tumores benignos dos tecidos epiteliais, podendo ter células atípicas que podem progredir para CA (raro). São evidenciados por secreção mamilar sanguinolenta, diagnóstico estabelecido por galactografia. çõ í – Encontradas em mulheres em fase fértil, terceira e quarta décadas de vida. MC incluem massa arredondada, firme, e bem demarcada, com consistência de borracha, sendo deslizante. Os fibroadenomas são assintomáticos e geralmente detectados casualmente. Esses tumores benignos não parecem ser precursores de câncer e o tratamento consiste em excisão simples. As alterações fibrocísticas são lesões comuns da mama, evidenciam-se por massas granulares e nodulares, proeminentes e dolorosas durante a fase lútea. As alterações fibrocísticas englobam grande variedade de lesões e variações mamárias. Ao exame microscópico, as alterações fibrocísticas significam um conjunto de alterações morfológicas â – Fatores de risco do câncer de mama incluem sexo feminino, envelhecimento, história pessoal ou familiar de câncer mamário, história de doença benigna mamária, fatore hormonais. Dois genes de suscetibilidade ao câncer de mama – BRCA1 no cromossomo 17 e BRCA2 no cromossomo 13 – podem ser responsáveis pela maioria das formas hereditárias desse câncer. O BRCA1 está comprovadamente envolvido na supressão tumoral. Manifesta-se clinicamente como massa, retração mamilar deprimida, ou secreção mamária anormal. Alguns tumores são percebidos pelas próprias pacientes – algumas vezes quando há apenas espessamento ou alteração sutil do contorno mamário. As mulheres pré-menopausa que fazem AEM devem realizar o exame pouco depois das menstruações. Esse período é mais apropriado em razão das alterações mamárias cíclicas. Os procedimentos realizados para diagnosticar câncer de mama incluem exame físico, mamografia, ultrassonografia, biopsia de aspiração por agulha fina, biopsia por agulha estereostática e biopsia excisional. o carcinoma de mama evidencia-se por uma única lesão indolor, firme e fixa com bordas mal demarcadas. O tumor pode estar localizado em qualquer parte da mama, mas é mais comum no quadrante superior externo. Carla Bertelli – 4° Período Menopausa é a cessação permanente dos períodos menstruais (envelhecimento reprodutivo), determinado por ausência de menstruação (amenorreia) durante 12 meses, sem outra causa patológica ou fisiológica. A média de idade é de 51,4 anos, é um reflexo da depleção folicular ovariana completa, com hipoestrogenemia resultantes em altas concentrações de FSH, e LH também. A transição menopausal (perimenopausa) ocorre após os anos reprodutivos, que se inicia em média 4 anos antes, caracterizado por ciclos menstruais irregulares, alterações endócrinas e sintomas como ondas de calor. Fatores genéticos e familiares influenciam no UCM A transição da menopausa se refere aos processos de envelhecimento reprodutivo que envolvem alterações do ciclo menstrual, irregularidade, ruptura dos padrões hormonais reprodutivos normais e mecanismos de feedback que caracterizam os ciclos. Os sintomas da menopausa não aparecem simplesmente com o UCM, ocorrendo em geral durante toda a transição, embora possam ser mais intensos com o passar do tempo. Em casos de UCM precoce, a mulher passará por um período maios de sua vida em deficiência relativa de estrogênio, e terá consequências na saúde óssea e também cardiovascular. Já em UCM tardio, a mulher é mais propensa a doenças relacionadas ao estrogênio, como canceres de mama e endométrio. Não existe um exame complementar definitivo que consiga prever o UCM de modo confiável. No entanto, o nível sérico do hormônio antimulleriano (AMH), é um representante confiável da reserva ovariana. Se o nível de AMH estiver baixo, isso ajuda a fazer uma estimativa de cronologia do UCM. Diretrizes atuais para o manejo da menopausa concordam apenas que o tratamento sintomático é indicado para essa transição normal da vida O cérebro é rico em receptores de estrogênio, e especula-se que essa sinalização por receptor de estrogênio medeia múltiplos processos chaves no SNC. Menopausa e avanço na idade impõem efeitos adversos no SNC. Comumente ansiedade e alterações de humor não mais frequentes em mulheres na perimenopausa e nas que entraram recentemente na menopausa. A saúde óssea é afetada pelos esteroides gonadais. Esse processo é acompanhado por um período de perda óssea acelerada e progressiva, aumenta- se a atividade osteoclástica, reabsorção óssea acelerada e taxas atenuadas de remodelagem óssea. Ganho ponderal e alteração na distribuição da gordura são queixas comuns, o tecido adiposo é um órgão endócrino que expressa receptores de estrogênio, e especula-se que o estrogênio aumente a lipólise dos adipócitos. – 4 fundamentais: sintomas vasomotores (ondas de calor e sudorese noturna), ressecamento vaginal, dispareunia e sintomas urogenitais (ressecamento, irritação crônica ou sensação de queimação na vagina e vulva, falta de lubrificação, polaciúria, uretrite e infecções urinárias frequentes podem ocorrer, esses sintomas são consequentes do hipogonadismo e ausência de exposição do epitélio vaginal e do sistema urinário ao estrogênio), transtornos disfóricos (deterioração do humor, sintomas depressivos). – Diretrizes atuais para o manejo da menopausa concordam apenas que o tratamento sintomático é indicado para essa transição normal da vida. A terapêutica inclui medidas de ordem geral, orientação dietética, apoio psicológico e tratamento medicamentoso (hormonal ou não). As opções hormonais devem ser reservadas para mulheres com sintomas vasomotores que comprometam a qualidade de vida. As terapias hormonais incluem estradiol, estrogênios e quando as mulheres têm útero, progestina. Os riscos e efeitos colaterais são modulados pela via de administração, pela formação hormonal, idade, período transcorrido desde o UCM e pela existência ou não de útero, bem como morbidades coexistentes como doença cardiovascular, demência e diabetes. A ocorrência de neoplasia uterina aumenta em condições de exposição crônica ao estrogênio. Portanto, a indicação primária da terapia de progesterona durante a menopausa é a prevenção de hiperplasia endometrial induzidapelo estradiol e câncer. Progestinas utilizadas: acetato de medroxiprogesterona, acetato de noretindrona e progestina micronizada. ã – Pacientes com contraindicação à terapia hormonal, mulheres sintomáticas e com resposta hormonal insatisfatória. Vários medicamentos como agentes antidopaminérgicos, antidepressivos, hipnossedativos, vasoativos. – Hormonioterapia individualizada conforme as necessidades da paciente. A terapia estroprogestativa apresenta alguns pontos negativos, como fenômenos tromboembólicos, doença cardiovascular e câncer hormônio-dependente, principalmente o mamário As mulheres na pré-menopausa correm risco reduzido de eventos cardiovasculares em comparação com homens da mesma idade e mulheres após a menopausa, sugerindo que o estradiol medeie a cardioproteção observada nas mulheres antes da menopausa. O risco aumentado de tromboembolismo venoso (TEV) com o uso de estrogênio oral é bem documentado. Além disso, o risco de TEV aumenta nas mulheres que usam estrogênio e progestina combinados ou terapia hormonal apenas com estrogênio Os sintomas genitourinários não diminuem com o tempo. Portanto, tratamento prolongado é necessário para preservar a qualidade de vida As mulheres que usam a terapia hormonal combinada de estrogênio e progestina durante mais de 5,6 anos demonstraram risco aumentado de câncer de mama invasivo. As mulheres que continuam a usar além de 4 a 5 anos devem ser monitoradas cuidadosamente Um creme vaginal de estrogênio pode ser recomendado para tratar o ressecamento e a atrofia da vagina As mulheres nessa situação recebiam uma combinação de estrogênio e progesterona (EPT), enquanto as pacientes que tinham retirado o útero usavam apenas estrogênio (ET) O TRH que inclui estrogênio e progesterona não está associado a esse tipo de câncer. Quando administrada a intervalos cíclicos (tratamento sequencial contínuo com estrogênio-progesterona [TSCEP]), a progesterona é acrescentada por 12 a 14 dias para estimular a maturação de qualquer endométrio que tenha sido desenvolvido em resposta ao estrogênio. Carla Bertelli – 4° Período – causa mais comum de secreção vaginal, não causa inflamação. Resulta de uma infecção polimicrobiana caracterizada pela alteração da flora vaginal com predomínio de lactobacilos produtores de peróxido de hidrogênio, com a redução de desses lactobacilos, além da proliferação excessiva de outros microrganismos, como a G. vaginalis e o supercrescimento de espécies anaeróbias. O principal sinal é a secreção vaginal branco-acinzentado, fina, com odor fétido de peixe. É uma DST, que ocorre principalmente em mulheres sem experiência sexual prévia, e como sexo oral, duchas, raça negra, tabagismo, sexo durante menstruação, DIU, múltiplos parceiros sexuais. O diagnóstico pode ser clínico, através da descarga vaginal sem irritação e com mau cheiro, vagina não eritematosa e colo do útero sem anormalidades. Os critérios diagnósticos incluem: avaliação microscópica em secreção salina, liberação de aminas voláteis produzidas pelo metabolismo anaeróbio e determinação do pH vaginal >4,5. A presença de Clue Cells são indicadores confiáveis de VB. A adição de Hidróxido de Potássio libera aminas voláteis com odor de peixe. Clue Cellse e Whiff test são patognomônicos de VB. Escore de Nugest í – DST não viral de maior prevalência causada por um protozoário Trichomonas vaginalis. É comum a coinfecção com outros patógenos sexualmente transmissíveis, principalmente gonorreia. Tem predileção por epitélio escamoso. Produção de secreção amarelada/esverdeada, espumosa, fétida e abundante. É um fator de risco para transmissão de HIV. Aumenta o risco de infertilidade tubária, DIP atípica, complicações na gestação e prematuridade. Pode acometer vagina, uretra, ectocérvice e bexiga. Pode ter um diagnóstico clínico com presença de leucorreia, mal cheiro, amarela/verde + disúria e dispareunia, prurido vulvar e dor. A vulva pode estar eritematosa, edemaciada e escoriada. A vagina elimina leucorreia e hemorragias subepiteliais. Identificação microscopia de parasitas em secreção salina. São protozoários anaeróbios, flagelo anterior, móveis, ovais. A técnica diagnóstica mais sensível é a cultura, mas não tão utilizada. Exame imunoromatográgico (teste rápido) e esfregaços de Papanicolau. pH vaginal elevado >4,5 í â – Comensal de boca, reto e vagina. Comum ser observada em climas quentes e em pacientes obesas, além de imunossuprimidos, diabetes, gravidez e uso recente de antibiótico de amplo espectro predisponham a infecção. Causa vulvovaginite. A sintomatologia mais comum é prurido, dor, eritema vulvar e edema com escoriações. Corrimento vaginal associado a queijo cortage. pH vaginal normal (<4,5), leucorreia vaginal, observa- se no exame microscópio identificação de leveduras e hifas. í – Leva a complicações ginecológicas e obstétricas como: infecção pélvica, gravidez ectópica, infertilidade, dor pélvica crônica. É um parasita intracelular obrigatório, causa infecção do epitélio colunar e os sintomas refletem a infecção de glândulas ectocervicais, com descarga mucopurulenta ser secreções ectocervicais. Os fatores de risco são idade menor que 25 anos, troca de parceiro ou múltiplos, ausência de camisinha. O quase clínico é inespecífico, pode se manifestar com dor na região hipogástrica, disúria, dispareunia e corrimento mucopurulento. Formas mais raras incluem a síndrome da artrite reativa/Reiter (artrite, uretrite e conjuntivite). O diagnóstico é feito com a análise microscópica de secreções com adição de preparo salino, com mais de 20 leucócitos por campo. Há exames mais específicos como ensaio imunoenzimático. A alternativa mais utilizada é um teste combinado com gonococo e clamídia, o kit NAAT, que permite coletas seletivas de vagina, endocérvice ou urina. O colo do útero frequentemente está hipertrofiado e torna-se eritematoso, edemaciado e extremamente friável. Isso pode agravar a lesão das tubas uterinas e aumentar o reservatório para infecções subsequentes por esse microrganismo. – É uma IST de notificação compulsória causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. O microrganismo penetra em epitélios quentes secretores de muco. A porta de entrada pode ser o sistema genitourinário, os olhos, orofaringe, região anorretal ou a pele. A transmissão ocorre normalmente por relações sexuais. Em gestantes pode ocorrer síndrome de infecção amniótica, nascimento prematuro, risco aumentado de morbimortalidade neonatal. Em homens o quadro clínico é mais exuberante, já nas mulheres costuma ser oligoassintomática, o que retarda o diagnóstico e só é descoberto quando há complicações. Os fatores de risco incluem idade menor que 25 anos, história de episódio prévio de gonorreia ou outras infecções, profissionais do sexo, não uso de preservativo. Os sintomas mais frequentes são corrimento purulento, dor em baixo-ventre, disúria. 1% dos pacientes podem apresentar sintomas sistêmicos como artralgia, meningite e endocardite. O diagnóstico padrão-ouro é a cultura em ágar. As secreções coletadas por meio de swab são utilizadas para diagnóstico. A cultura permite a realização de teste de suscetibilidade antimicrobiana. A microscopia direta com coloração de Gram, por sua vez, oferece diagnóstico imediato por meio da visualização de células polimorfonucleares e diplococos Gram-negativos intracelulares. Nos casos típicos, a gonorreia começa na uretra anterior, nas glândulas uretrais acessórias, nas glândulas de Bartholin ou Skene e no colo do útero. Se não for tratada, a gonorreia espalha-se dos focos iniciais para os segmentos proximais do sistema geniturinário. Nos homens, a doença espalha-se para a próstata e o epidídimo. Nas mulheres, a gonorreia frequentemente causa endometrite, salpingite e DIP. – IST que causa coceira
Compartilhar