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APG 30 - Infecções Sexualmente Transmissíveis e Úlcera Vaginal

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Objetivos
 
OBJETIVO 1: Compreender a epidemiologia, etiologia, fatores de risco, 
manifestações clinicas, transmissão, diagnóstico e complicações das ISTs que causam 
úlceras vaginais (sífilis, herpes simples, cancro mole, donovanose e clamidia)
INFECções sexualmente transmissíveis 
(IST):
são um importante problema de saúde pública em todo o 
mundo, tanto pela sua alta prevalência quanto pela forma de 
transmissão, cuja prevenção depende muitas vezes de 
intervenções não só assistenciais como comportamentais, 
educacionais e até socioculturais. 
Fatores de risco gerais: 
• Paciente entre 15-24 anos 
• Solteiros 
• História previa de IST 
• Uso prolongado de drogas ilícitas 
• Múltiplos parceiros sexuais 
• Contato com profissional do sexo 
• Uso inadequado de preservativo ou não uso 
Anamnese: 
• Parceiro novo nos últimos 60 dias 
• Presença de úlceras genitais 
• Tipo de exposição sexual 
• Frequência de uso de preservativo 
• Idade de coitarca 
IST relacionadas a úlceras vaginais: 
As lesões se localizam principalmente na região da vulva, 
vagina ou colo uterino 
Os principais agentes etiológicos são: 
• Herpes simplex vírus 
• Treponema pallidum 
• Haemophylus ducreyi 
• Klebsiella granulomatis 
• Chlamydia trachomatis 
Herpes Genital: 
Agente: herpes simplex vírus (HSV-tipo 1 e tipo 2) 
TRANSMISSÃO: 
Ocorre pelo contato sexual, oral ou anal, pela mucosa da lesão 
infectante 
EPIDEMIOLOGIA: 
É a causa mais comum de úlcera genital, principalmente pelo 
sorotipo HSV-2 
Cerca de 50-90% dos adultos têm anticorpos circulantes 
contra HSV-1 e 20-30% contra HSV-2. 
Portadores de HSV-2 tem mais chances de contrair HIV. 
Muitas pacientes são portadoras assintomáticas do vírus, 
porém contaminantes, o que dificulta o controle da doença 
CLASSIFICAÇÃO: 
PROMOINFECÇÃO HERPÉTICA (PRIMÁRIA): 
Geralmente subclínica e a paciente é portadora assintomática. 
Manifestações Clínicas: 
• Dor local intensa no primeiro episódio; 
• Cefaleia, mal-estar e mialgia 
• Disuria em mulheres 
• Dispareunia 
• Adenopatia inguinal 
• Vesículas com base eritematosa bilaterais, que úlcera, 
formam crostas e sofrem resolução espontânea em 21 
dias (na mulher acomete grandes e pequenos lábios, 
parte interna da coxa, mucosa vaginal, colo uterino e pele 
perianal; no homem: glande, corpo do pênis e uretra 
 
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) 
 
 
HERPES REDICIVANTE: 
90-60% dos pacientes tem recidiva em 1 ano por reativação 
do vírus, que migram através dos nervos periféricos e 
promovem erupções em pele e mucosa. 
Manifestações clínicas: os sintomas são menos intensos, 
sendo precedido por aumento da sensibilidade, prurido e 
queimação e fisgadas nas pernas, quadris e região anogenital. 
Alguns fatores podem promover a reativação do vírus como 
estresse físico e emocional, imunodeficiência, uso prolongado 
de antibióticos, trauma local, mudanças hormonais ou de ciclo 
menstrual, exposição à radiação ultravioleta. As lesões tendem 
a ocorrer na mesma região da lesão inicial e regridem 
espontaneamente entre 7-10 dias. 
• Dor em menor intensidade que na infecção primaria 
• Sensação de queimadura, dormência, formigamento, 
parestesia de órgãos genitais no local das lesões 
anteriores 24h antes da erupção de novas vesículas 
• Dor em queimação na região genital 
• Vesículas com base eritematosa, que ulceram, formam 
crostas e sofrem resolução espontânea de 7 a 10 dias 
 
 
DIAGNÓSTICO: 
Essencialmente clínico por meio da história e características da 
lesão 
Laboratorial: pode ser feito por meio de: 
• Coleta de material por meio de swab, para detectação 
direta do HSV 
• Citopatologia (método Tzanck) – raspado de vesícula 
integra para observação e inclusão viral. 
• PCR (padrão ouro) 
COMPLICAÇÕES: 
• Corrimento vaginal 
• Transmissão vertical durante passagem pelo canal do 
parto 
• Risco aumentado de infecção por HIV 
• Retenção urinaria 
• Infecção secundaria 
• Meningoencefalite 
Sífilis: 
Agente: treponema pallidum, bactéria gram negativa, do 
grupo das espiroquetas 
TRANSMISSÃO: 
Contato sexual com lesões genitais ativas 
Congênita (via hematogênica) 
OBS: o tratamento não confere imunidade, podendo-se 
contrair toda vez que houver exposição 
Na gestação, a taxa de transmissão intraútero para o feto é 
de 80%, sendo influenciada pela fase clínica da doença da 
gestante e pelo tempo de exposição do feto. 
As fases primária e secundária são mais infecciosas, pois há 
maior quantidade de treponema no sangue 
FATORES DE RISCO: 
 
• Relação sexual sem preservativo 
• Contato sexual com pessoas infectadas 
• Contato com líquidos corporais infectados 
• Uso de drogas IV, fumadas e cheiradas de maneira 
compartilhada 
EPIDEMIOLOGIA: 
Aumento de casos no Brasil pelo aumento da notificação 
(compulsória) 
CLASSIFICAÇÃO: 
SÍFILIS PRIMÁRIA: 
Conhecida por cancro duro 
Incubação de 10-90 dias (3 semanas) 
Maior risco de infecção 
Manifestações clínicas: 
• Cancro duro (úlcera genital) 
• Úlcera indolor e única de bordos endurecidos e rica em 
treponema 
• Linfonodos inguinais comprometidos e indolores 
• Lesão dura cerca de 2 a 6 semanas e desaparece 
espontaneamente 
 
 
 
SÍFILIS SECUNDÁRIA: 
Surge 6 semanas até 6 meses após cancro duro 
Grande chance de transmissão pelo alto potencial de 
infectividade 
Manifestações clínicas: 
• Múltiplas lesões cutaneomucosa, como roséola sifilítica 
(exantema morbiliforme não pruriginoso), sífilis papulosa 
palmo-plantar, alopecia areata e lesões pápulo-
hipertróficas nas mucosas ou pregas cutâneas (condiloma 
plano ou lata) 
• Linfadenopatia generalizada 
• Febre, astenia e perda de peso 
• Raramente quadro neurológico, ocular (uveíte), meníngeo 
e hepático 
OBS: nesse estágio da doença há aumento da resposta 
imune com aumento da produção de anticorpos contra o 
treponema. Esses anticorpos resultam em maiores títulos nos 
testes treponêmicos (FTA-Abs) 
 
 
 
 
SÍFILIS TERCIÁRIA: 
Tardia 
Surge após 2 – 40 anos da infecção 
Manifestações clínicas: 
• Cutâneas (lesões gomosas e nodulares) 
• Neurológicas (tabes dorsalis, parestesia generalizada, 
meningite, lesão do 7º par craniano) 
• Ósseas (osteíte gomosa, periostite, osteíte esclerosante) 
• Cardiovascular (aortite sifílica) 
SÍFILIS LATENTE: 
Evolui sem sintoma, apenas com sorologia positiva 
Pode ser recente <1 ano, tardia >1 ano ou indeterminada 
Manifestações clínicas: 
• Assintomática 
 
DIAGNÓSTICO: 
Microscopia de campo escuro com exsudato 
proveniente da úlcera: padrão ouro, mas raramente 
disponível 
Pesquisa direta de Treponema: material colhido da 
raspagem da lesão, mais usado 
Testes treponêmicos (específicos): FTA-Abs 
(primeiro a ser reagente), ELISA (reagente por toda vida), 
Teste rápido, TPHA/TPPA 
Testes não treponêmicos (inespecíficos): VDRL 
(quantificável, ex: ¼), RPR (importante para monitorar resposta 
ao tratamento) 
OBS: para rastreamento, nas UBS, utiliza-se o teste rápido 
COMPLICAÇÕES: 
• Aortite 
• Insuficiência aórtica 
• Aneurisma da aorta 
• Demência 
• Glomerulonefrite 
• Lesões osteoarticulares 
OBS: a sífilis pode ainda causar abortamento, prematuridade, 
natimortalidade e manifestações congênitas precoces ou 
tardias 
Linfogranuloma Venéreo: 
Agente: Chlamydia trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3; 
bactéria gram-negativa intracelular obrigatória 
TRANSMISSÃO: 
• Contato sexual sem preservativo 
FATORES DE RISCO: 
• Múltiplos parceiros sexuais 
 
• Soropositividade para o HIV 
• Sexo anal 
EPIDEMIOLOGIA: 
Também conhecida como “bubão”, Linfogranuloma inguinal ou 
doença de Nicolas-Favre 
É uma doença linfoproliferativa 
CLASSIFICAÇÃO: 
ESTÁGIO PRIMÁRIO/INOCULAÇÃO: 
Manifestações clínicas: 
• Lesões superficiais: pápulas, vesículas, úlceras ou 
erosões na genitália externa, entre 3 dias e 3 semanas 
após exposição 
• Lesões indolores que desaparecem sem deixar cicatriz• Quase nunca há diagnóstico nesse estágio 
ESTÁGIO SECUNDÁRIO / BUBÔNICO / SÍNDROME 
INGUINAL: 
Manifestações clínicas: 
• Predomina em homens 
• Febre e calafrio 
• Linfadenopatia regional (70% dos casos são unilaterais) 
• Bubões: linfonodos firmes e hipersensíveis, quase 
sempre inguinais e unilaterais; comprometimento da pele 
sobrejacente (eritema e aderências) 
• A medida que os bubões aumentam ocorre dor intensa 
na virilha e claudicação 
• Em 1 a 2 semanas, os bubões podem tornar-se flutuantes 
e sofrer ruptura, aliviando a dor e deixando fístulas que 
drenam e cicatrizam; algumas vezes, os bubões involuem 
sem fistulizar e formam massas inguinais firmes 
 
ESTÁGIO TERCIÁRIO / ANOGENITAL / SEQUELAS: 
Manifestações clínicas: 
• Predomina em mulheres e homossexuais 
• Drenagem do material purulento com formação de 
cicatrizes e retrações 
• Mucosa retal ou vaginal pode ser contaminada 
diretamente durante o coito ou por disseminação linfática 
• Ocorre inflamação do canal anorretal ou da genitália 
• Pode ocorrer proctite/proctocolite com febre, tenesmo, 
prurido anal e secreção retal 
• O contato orogenital pode causar glossite ulcerativa difusa, 
com linfadenopatia regional 
• Sintomas sistêmicos: febre, mal-estar, sudorese, 
emagrecimento, artralgia e meningismo 
• A obstrução linfática pode levar a elefantíase genital 
denominada de estiomene na mulher 
• Podem ocorrer ainda fistulas genitais, retais, vesicais e 
estenose retal 
 
DIAGNÓSTICO: 
Dificilmente apenas com base clínica 
Laboratorial: 
Pesquisa de C. Trachomatis: por meio de PCR ou 
captura hibrida 
Sorologia IgG: não distingue infecção passada 
COMPLICAÇÕES: 
• Fibrose retal ou intestinal 
• Fistula retovaginal 
• Destruição do canal anal, esfíncter anal ou períneo 
• Estenose retal 
• Elefantíase genital 
Cancro mole ou Cancroide: 
Agente: Haemophylus ducreyi (cocobacilo gram-negativo, 
destruído facilmente por antisséptico comum) 
 
Caracteriza-se por ulceração genital (única ou múltipla), 
dolorosa, acompanhada de adenopatia inguinal que pode 
fistulizar. Seu período de incubação é de 1 a 4 dias, podendo 
estender-se por até 2 semanas 
TRANSMISSÃO: 
Sexual 
FATORES DE RISCO: 
Contato sexual sem uso de preservativo 
Relações sexuais entre pessoas com úlceras genitais 
aumentam em até 18 vezes o risco de contaminação pelo 
vírus da imunodeficiência humana (HIV). 
EPIDEMIOLOGIA: 
É mais frequente em adolescentes e adultos do sexo 
masculino, na proporção de 20:1 
Houve diminuição da incidência, mas ainda se considera 
terceira causa de úlcera genital 
O risco de infecção em uma relação sexual é de 80% 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
• Lesão inicial: papila dolorosa que úlcera após 24h 
• Úlcera de 1mm a 5cm com borda irregular, dolorosa, 
eritematoedematosa, com fundo recoberto por exsudato 
necrótico 
• Compromete principalmente genitália externa e anus e 
raramente cavidade oral 
• Mulheres frequentemente são assintomáticas 
• Nos homens há acometimento do frenulo e sulco 
balanoprepucial 
• Na mulher quando sintomática, acomete grandes e 
pequenos lábios, fúrcula, períneo, coxa e colo do útero 
• Adenopatia inguinal dolorosa, com formação de abscesso 
e fistulização com orifício único em 30% dos pacientes 
(raramente no sexo feminino) 
 
DIAGNÓSTICO: 
Na maioria dos casos é clínico, deve ser pensado após excluir 
sífilis e pelas características das leões 
Laboratorial: exame fresco com pesquisa microscópica, 
PCR 
COMPLICAÇÕES: 
• Deformação anatômica por cicatrizes 
• Balanopostite 
• Ruptura dos bubões com formação de fístula e cicatriz 
Donovanose: 
Agente: Klebsiella granulomatis (bactéria gram-negativa 
intracelular) 
TRANSMISSÃO: 
Sexual 
FATORES DE RISCO: 
 
EPIDEMIOLOGIA: 
Também chamada de granuloma inguinal, possui baixa 
prevalência no brasil 
Está associada a populações com baixo nível socioeconômico, 
principalmente na região Norte 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
Manifestações clínicas: 
• Lesão única ou múltipla, indolor ou pouco dolorosa, de 
fundo vermelho vivo e facilmente sangrante; progressão 
lenta e se localiza em regiões perianal, perineal e genital 
• Granulações subcutâneas (pseudobubões) e ausência de 
linfadenopatia regional 
• Geralmente unilateral, com predição por dobras e região 
perianal 
• Na mulher pode ocorrer forma elefantiásica, decorrente 
da obstrução dos vasos linfáticos regionais 
 
 
DIAGNÓSTICO: 
 
• Clínico 
• Biópsia: Identificação do microrganismo causador é 
difícil, sendo comprovada pela visualização de corpúsculos 
de Donovan em material de biópsia (microscopia) 
COMPLICAÇÕES: 
• Formas vegetante, elefantiásica e sistêmica 
 
Referências: 
• PORTO, Celmo C.; PORTO, Arnaldo L. Clínica 
Médica na Prática Diária. [Digite o Local da 
Editora]: Grupo GEN, 2022. E-book. ISBN 
9788527738903. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/book
s/9788527738903/. Acesso em: 13 nov. 2022.

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