Buscar

Fluidoterapia em equinos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A hidratação tem o objetivo de estabelecer a homeostase por: 
-> Restauração da volemia - Hidratação dos tecidos 
-> Correção dos desequilíbrios eletrolíticos e ácido-base 
-> Promoção do rendimento cardíaco e efetivo 
-> Manutenção do oxigênio tecidual e do metabolismo aeróbico 
Depressão dos níveis do líquido tecidual 
Diminuição da quantidade de água no plasma 
 Anidremia 
Diarreias, choque, síndrome cólica 
Doenças renais 
Desidratação após exercício físico 
Ruptura de bexiga em potros 
Desequilíbrios metabólicos 
Obstrução ou ruptura esofágica 
A fluidoterapia é um tratamento de suporte que consiste na 
infusão de fluidos no corpo 
Pode ser feita: via enteral ou parenteral (intravenosa, 
subcutânea, intraóssea) 
A doença primária que provoca a desidratação deve ser 
diagnosticada e tratada 
 
Ingestão de líquido diário: 
Equino adulto (400 – 500kg) ingere 50 ml/kg água/dia 
Potro (<30 dias) ingere 250 ml/kg água/dia 
A ingestão de água pode aumentar com: 
-> Maior ingestão de fibras proteicas 
-> Exercícios 
-> Diarreias 
-> Febre 
-> Entabulamento em ambiente quente ou úmido 
Perdas Reposição 
Urina Ingestão de água 
Fezes 
Transpiração 
Respiração 
 
Ingestão de alimentos 
Secreções Água metabólica 
 
Sede: aumento da pressão osmótica do plasma (perda de 
água) Diminuição do volume sanguíneo 
Desidratação isotônica: quando há perda de quantidade 
proporcionalmente equivalentes de água e solutos corporais 
(Na e Cl) 
Diarreia, anorexia, choque hipovolêmico, doença renal, 
peritonites, sudorese 
Desidratação hipertônica: perda de volume de água 
proporcionalmente maior que a perda de solutos corporais 
Resposta inicial 
Por conta da perda de líquido dos tecidos ocorre: 
Perda da elasticidade da pele, ressecamento da 
pele e mucosas e retração do globo ocular 
Resposta secundária 
Redução na parte líquida do sangue -> redução 
no vol circulante e hemoconcentração -> aumento 
da viscosidade sanguínea -> insuficiência 
circulatória periférica. 
Fluidos nos equinos 
-> Adultos: 60 - 65% 
-> Potros: 70 - 75% 
Distribuição de água no corpo (60 -65%/500kg) 
-> fluido intracelular: 2/3 pc = 40% (200L) 
-> Fluido extracelular: 1/3 pc = 20-25% (100L) 
Causas: 
-> Calor excessivo ou exercício intenso, salivação excessiva, 
febre intensa, diabetes, privação hídrica, diarreia osmótica, 
diurese osmótica por manitol IV... 
Desidratação hipotônica: perda de solutos 
proporcionalmente maior que a perda do volume de água 
corporal. 
Causas: 
-> Uso excessivo de diuréticos, diarreias intensas, reposições 
de perdas isotônicas sem sódio (desidratação e hiponatremia 
graves) 
 
 
 
Desidratação discreta - 5 a 7% 
-> Apatia discreta 
-> Mantém estação, apetite e sede (reflexo de sucção 
presente) 
-> Mucosas rosadas e pouco pegajosas 
-> diminuição da elasticidade da pele: 2 – 3 seg 
TEC: 2 seg FC: 40 - 60 FR: 20 - 40 
Hematócrito: 40 a 50% 
PPT: 7,5 a 8,5 g/dL 
Desidratação moderada - 8 a 10% 
-> Apatia acentuada 
-> Decúbito esternal preferencial (ainda é capaz de se erguer 
sem auxilio) 
-> Anorexia (reflexo de sucção ainda presente) 
-> A elasticidade da pele diminui bastante (5 seg) 
-> Mucosas pegajosas a secas e avermelhadas 
-> Retração do globo ocular (enoftalmia) 
-> Taquicardia e pulso fraco e regular 
-> Extremidades discretamente frias 
TEC: > 2 a 4 seg PPT: 8,5 a 9,5 g/dL 
Hematócrito: 50 a 55% 
Desidratação severa - 10 a 12% 
-> Depressão, decúbito esternal permanente 
-> Inapetencia (sem reflexo de sucção) 
-> mucosas secas e vermelhas, enoftalmia 
-> Taquicardia e pulso filiforme 
-> Extremidades frias e hipotermia 
Hematócrito: >55% PPT: >10 g/dL 
Choque hipovolêmico - > 12% 
-> Coma, decúbito lateral permanente 
-> Baixíssima elasticidade da pele (até 20 seg) 
-> Mucosas secas e de cor esbranquiçada ou azulada 
-> Enoftalmia +++ 
-> Taqui ou bradicardia 
-> Arritmia, pulso filiforme 
-> Hipotermia e extremidades frias ++ 
-> TEC: > 6 seg 
-> Hematócrito, PPT, osmolatidade, creatinina, sódio, potássio 
e cloreto 
-> Aumento da densidade urinária 
-> Glicose, lactato, hemogasometria 
-> Cálcio e magnésio ionizados 
Cálculo dos valores para o tratamento 
1. Fase de reposição 
Que corrige o déficit de fato ou que foi estimado ao avaliar 
o grau de desidratação 
Calculado com base no grau de desidratação apresentado 
Deve ser reporto de forma rápida, em um condição ideal 
O ideal é que seja administrado nas primeiras 4 a 6 horas de 
desidratação 
Deve ser reavaliado a cada 24 horas de tratamento 
Sinais clínicos em equinos com grau de 
desidratação <5% geralmente não são 
observados. 
Formula: 
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑣𝑖𝑣𝑜 𝑘𝑔 𝑥 𝑔𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑖𝑑𝑟𝑎𝑡𝑎çã𝑜
100
 
2. Fase de manutenção 
Baseado na quantidade de água consumida pelo animal em 
24 horas 
Varia de acordo com a idade 
Administração lenta ou parcelada ao longo do dia 
Deve ser administrado nas primeiras 18 a 20 horas 
subsequentes 
Formula: 50/60 mL x peso vivo (kg) (adulto) 
Jovem: 100 mL x peso vivo 
Neonato: 150 mL x peso vivo 
3. Perdas contínuas 
Baseado nas perdas hídricas que estão ocorrendo 
Pode ou não estar associado às outras duas 
De difícil mensuração 
O volume a ser considerado nessa fase varia de 50 mL/kg 
podendo atingir em casos extremos até 200 ml/kg 
Esse volume pode variar de 50 até 150 ml/kg 
O tipo de solução depende da história, sintomatologia clínica 
e exames laboratoriais 
As soluções usadas pertencem a duas classes: cristaloides e 
coloides 
 Considera o tamanho molecular a permeabilidade capilar 
Soluções cristaloides para terapia intravenosa: 
Soluções contendo água, eletrólitos e/ou açucares 
São as mais empregadas na fluidoterapia 
Solução a base de água com moléculas permeáveis a 
membrana capilar e capazes de entrar em todos os 
compartimentos corpóreos 
Soluções de NaCL 0,9%, NaCl 0,45%, Ringer lactato e glicose 
5% 
Soluções hipotônicas 
Possuem a osmolaridade menor que a do plasma 
A água passa do compartimento vascular para o intersticial 
NaCL 0,45%, Dextrose 5%, Ringer com lactato, Ringer com 
acetato 
Soluções isotônicas 
Osmolaridade semelhante a do plasma 
Expansão do compartimento intracelular 
NaCl 0,9%, Ringer com lactato e Bicarbonato de sódio 1,3% 
Soluções hipertônicas 
Osmolaridade maior que a do plasma 
Atrai fluidos e eletrólitos do compartimento intersticial e 
celular para o vascular 
Auxilia na estabilização da pressão arterial, fluxo urinário e 
na redução de edema 
Dextrose 50%, NaCl 7,5% 
Bicarbonato de sódio 5% e a 8,4% 
Gluconato de cálcio 23% 
Os cristaloides permanecem apenas 30 minutos no espaço 
intravascular, podendo não reverter quadros de insuficiência 
circulatória aguda e desidratação grave. Mesmo assim são 
mais utilizados na clínica principalmente por serem mais 
baratos. 
Soluções de NaCl a 0,9% 
Solução isotônica de reposição: expansor plasmático 
Deve ser empregada quando houver hipercalemia, 
hiponatremia, hipocloremia e alcalose metabólica 
Situações clinicas mais comuns que requerem NaCl 0,95: 
-> Ruptura de bexiga em potros 
-> Desidratação com grandes perdas hidroeletrolíticas por 
meio de suor 
Ringer com lactato 
Apresenta composição mais próxima a do plasma 
Solução cristaloide isotônica, balanceada, poliônica, 
alcalinizante 
Usada na maioria dos pacientes como fonte inicial e 
emergencial de reposição hidroeletrolítica 
Deve ser usada nas perdas de fluidos e eletrólitos 
acompanhadas de acidose hepática 
O lactato presente na solução é transformado em 
bicarbonato após metabolização hepática 
É a solução que menos provoca desequilíbrio eletrolítico e 
ácido-base 
Não causa acidose ou alcalose metabólica 
Mais utilizado em equinos pois reverte o caso de acidose e 
seus componentes são os que mais se assemelham aos 
componentes do plasma 
Glicose 5% 
Casos de hipoglicemia ou desequilíbrioprimariamente hídrico 
onde a desidratação é hipertônica 
 Pode ocorrer em animais que não estejam se 
alimentando nem ingerindo água e apresentem 
hipernatremia 
Fornece água e calorias 
Administração intravenosa lenta 
Utilizado em potros < 30 dias que não estão mamando 
Bicarbonato de sódio 
Mais utilizados para correção da acidose metabólica com pH 
< 7,2 ou com déficit de base > a 10 mEq/l 
Administração intravenosa 
tCO2 pode ser usada para estimar o HCO3 
 Geralmente é 1-2 mEq/L < tCO2 
Em quadros de acidose metabólica brandos, a correção pode 
ser realizada com ringer lactato associado a correção da 
causa primária, pois a administração de bicarbonato deve 
ser cuidadosamente baseada na gasometria, uma vez que 
sua administração em excesso pode provocar alcalose 
metabólica de difícil reversibilidade e depressão respiratória. 
Não utilizar bicarbonato em soluções contendo cálcio 
Administrar 1 2 ou 
1
3 do déficit calculado, então reavaliar 
o paciente e administrar os demais mL em 12 a 24 horas 
Monitorar os gases do sangue 
Solução hipertônica NaCL a 7,5% 
Objetivo de drenar a água por força osmótica do espaço 
intersticial e do FIC do plasma 
Mecanismo básico de ação das soluções hipertônicas: 
-> Expansão do volume plasmático 
-> Aumento da contratilidade cardíaca 
-> Vasodilatação 
Efeitos no organismo 
-> Elevação progressiva da PA 
-> Intensa elevação do débito cardíaco 
-> Eleva a capacidade contrátil do miocárdio 
-> vasodilatação pulmonar ou vasoconstrição 
-> restabelecimento da diurese com elevação da filtração 
glomerular e do fluxo plasmático renal 
-> Os fluxos sanguíneos renal, mesentérico e cutâneo 
muscular se elevam de imediato 
-> A osmolaridade plasmática se eleva 
-> A ressuscitação hipertônica provoca diminuição nos níveis 
de adrenalina, noradrenalina, angiotensina e vasopressina 
-> Em pacientes normovolêmicos e semi-comatosos provoca 
elevação no nível de consciência, retomada da diurese e 
restauração da PA 
-> Melhora o fluxo sanguíneo capilar: diminui o edema das 
células endoteliais 
-> Pode diminuir as lesões de reperfusão 
Em grandes animais as vias mais utilizadas para 
administração de fluidos são a oral e intravenosa 
Vias peritoneal e retal são usadas em casos específicos 
Via oral 
-> Mais segura 
-> Administração de grandes volumes de líquidos e eletrólitos 
em um curto espaço de tempo de baixo custo 
-> É importante que as funções de absorção e transporte 
intestinal estejam integras 
-> Desidratação decorrente de exercícios físicos, diarreias e 
cólicas 
-> administração realizada a cada 30 a 60 minutos por meio 
de sonda nasogástrica 
 
Via parenteral 
-> Endovenosa 
-> Jugular, cefálica, torácica lateral, safena 
-> Com infusão rápida do volume de reposição 
-> desidratação severa e choque hipovolêmico 
-> Mesmo na desidratação moderada a administração 
intravenosa pode ser necessária em animais deprimidos 
Cateter 
-> A escolha do tipo de cateter tá relacionada ao porte do 
animal 
-> Entre 14G e 16G de diâmetro 
-> São feitos de silicone e poliuretana 
-> Introdução de forma asséptica, com uso de luvas 
-> Tricotomia e antissepsia do local 
-> Cateter introduzido no sentido do fluxo sanguíneo 
-> O tempo de permanência do cateter não pode exceder a 
72 horas 
 Exceto os cateter de uso prolongado 
Os desequilíbrios eletrolíticos caracterizam-se por deficiência 
de potássio em vários graus 
O potássio é o principal íon responsável pelo equilíbrio 
osmótico no líquido intracelular 
A hipocalemia severa pode resultar em distúrbios da 
condução neuromuscular esquelética e cardíaca 
 A suplementação de potássio deve ser instituída 
Administração cautelosa -> o excesso pode causar fibrilação 
ventricular seguida de parada cardíaca 
A taxa de infusão venosa de glicose a 5% em equinos adultos 
deve ser entre 2 a 3 ml/kg/h 
A solução hipertônica de NaCl a 7,5% deve ser administrada 
na dose de 4 a 6 ml/kg por via endovenosa, no período de no 
mínimo 15 segundos 
Sua aplicação deve ser sempre seguida por soluções 
isotônicas

Continue navegando