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1 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S 2 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S 3 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S Núcleo de Educação a Distância GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira. O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho. O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem. 4 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S Prezado(a) Pós-Graduando(a), Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional! Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as suas expectativas. A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra- dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a ascensão social e econômica da população de um país. Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida- de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas pessoais e profissionais. Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi- ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu- ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe- rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de ensino. E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos conhecimentos. Um abraço, Grupo Prominas - Educação e Tecnologia 5 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S 6 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo- sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve- rança, disciplina e organização. Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho. Estude bastante e um grande abraço! Professora: Adriana Penna 7 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc- nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela conhecimento. Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in- formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao seu sucesso profisisional. 8 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 01 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Apresentação do Módulo ______________________________________ 10 19Linguagem através das Práticas Corporais ______________________ CAPÍTULO 02 AS DIRETRIZES PARA O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO FÍSICA Concepção Integral do Corpo na Docência em Educação Física _ 18 CAPÍTULO 03 EDUCAÇÃO FÍSICA: SIGNIFICADOS E ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS CAPÍTULO 04 ORIENTAÇÕES E CONCEPÇÕES DIDÁTICAS PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA O Papel do Professor __________________________________________ 27 Educação Física: Controle, Gestão e Manejo das Práticas de En- sino ___________________________________________________________ 30 O Planejamento de Ensino nas Aulas de Educação Física _______ 31 9 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S O que Avaliar em Educação Física? ______________________________ 35 Objetivos da Avaliação em Educação Física ______________________ 36 Agentes da Avaliação em Educação Física _______________________ 36 CAPÍTULO 05 A AVALIAÇÃO E A EDUCAÇÃO FÍSICA O Tempo da Avaliação em Educação Física ______________________ 36 Educação Física: Como Avaliar? __________________________________ 37 Considerações Finais ____________________________________________ 45 Referências _____________________________________________________ 46 CAPÍTULO 06 CONTEÚDOS CURRICULARES DA EDUCAÇÃO FÍSICA 10 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S Enquanto parte integrante da Educação Básica, a Educação Fí- sica está comprometida com a construção de uma escola como tempo e espaço de vivência sociocultural, aquisição de conhecimentos e desenvol- vimento do indivíduo, a partir da diversidade das potencialidades humanas, enfatizando a identidade, os sentimentos e as múltiplas linguagens. O ambiente escolar estabelecido nesse contexto vai além das propostas intelectuais e, através da Educação Física, busca estratégias para considerar a corporeidade como elemento da formação humana. Nesse sentido, torna-se possível depreender que o corpo, enquanto re- curso pedagógico principal desse componente curricular, poderá e de- verá permitir acesso aos bens culturais, ao conhecimento, buscando a autonomia em relação ao corpo e ao exercício da cidadania. A proposta da matriz de competências e habilidades para a Educação Física Escolar, assim estruturada na Educação Básica, está embasada na visão de uma Educação ampla capaz de formar cidadãos verdadeiramente reflexivos, críticos e participativos. Considerando uma educação plena, a docência da Educação Física escolar compreende muito mais do que as aulas da disciplina Educação Física. Este componente curricular obrigatório propõe em seu programa de ensino todas as ações educativas que atentam para a importância da corporeidade no desenvolvimento humano e a presença do corpo e do movimento nas mais variadas ações pedagógicas do co- tidiano escolar, dentro e fora da sala de aula. Nessa perspectiva, o professor de Educação Física precisa as- sumir o lugar de protagonista das ações que objetivam incorporar e in- tegrar o corpo e o movimento na proposta pedagógica da escola, o que exige diversas qualidades e competências profissionais como: capacida- de de planejamento, de avaliação, de trabalhar em equipes multidiscipli- nares e também competências de mediação comunitária, dentre outras. Considerando os currículos das escolas regulares, é importan- te destacar que a Educação Física escolar integra-se à área de Lingua- gens e trata pedagogicamente os conteúdos da Cultura Corporal exte- riorizados pela expressão corporal dos diferentes grupos sociais. Assim, a linguagemcorporal é compreendida como a capacidade humana de compartilhar sentidos e conceitos manifestados através do corpo e dos sentidos a ele atribuídos. Como resultado e produção cultural, a lingua- gem corporal caracteriza determinados grupos sociais e suas concep- ções, representando a herança social que favorece aos sujeitos identifi- carem a si mesmos e aos demais ambientes. Os conteúdos previstos nas práticas da Educação Física es- colar levam os alunos a fazerem, sentirem e pensarem os significados 11 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S culturais da linguagem corporal. Além disso, permitem perceber os va- lores, conhecimentos e técnicas que compõem tais práticas corporais. Contribuem ainda para que os alunos tomem consciência sobre seus corpos, a fim de viver a própria corporeidade com autonomia. Nesse sentido, na estruturação de um programa consistente para a Educação Física escolar deve-se perseguir uma matriz de com- petências e habilidades que possibilite uma reflexão profunda sobre o papel acerca de um currículo que vá ao encontro das necessidades educativas no âmbito da Cultura Corporal para o cidadão atual. Assim devem ser formuladas questões que desenvolvam as competências gerais a serem trabalhadas na área de Educação Física, seguidas da definição das habilidades a serem trabalhadas nos diferen- tes níveis da Educação Básica, enfatizando o conhecimento de corpo e a cultura corporal. Assim como base legal para essa proposta, é importante des- tacar os documentos normativos que legitimam a prática atual da Edu- cação Física, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996 e os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fun- damental (PCNs, 1997 e 1998) e o Conselho Federal de Educação, os quais propõem a organização da Escola em ciclos (RESOLUÇÃO Nº 3 CNE/CEB, 2006). Tais documentos oficiais ressaltam que a decisão sobre os ciclos de aprendizagem fundamenta-se na visão de desenvol- vimento humano como processo que não se realiza de maneira linear e fragmentada e no respeito à singularidade humana. 12 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S Ao ser considerada área do conhecimento, a Educação Física deve tratar das práticas corporais elaboradas no decorrer dos tempos. Não obstante, não se deve relacionar qualquer prática ou movimento, mas daqueles que se apresentam sob a forma de esporte, ginástica, jogos, brincadeiras, dança, movimentos expressivos, dentre outros. Tais conteúdos, acrescidos de conceitos, sentidos e significados são legi- timados em documentos oficiais/legais e devem ser implementados e problematizados em todos os níveis da Educação Básica. Frente a esse contexto, a Educação Física amplia a sua im- portância nos currículos escolares, já que contribui para um desenvol- vimento pessoal e social harmonioso, considerando a aquisição de há- bitos e atitudes saudáveis. Além disso, também se compromete com a prática e formação de valores como: a solidariedade, a cooperação, a tolerância, a inclusão e o respeito pelo outro. Estes aspectos são essen- EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S 12 13 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S ciais à formação dos alunos e devem ser repassados por meio de uma Educação Física bem orientada, alicerçada no conhecimento científico, na qualidade técnica, na ética, no compromisso social dos docentes e no envolvimento com a comunidade escolar. No que se refere aos Parâmetros Curriculares Nacionais, o qual constitui um documento norteador com as orientações curriculares da Educação Física no Brasil, a mesma é considerada uma área de conhe- cimento que permite ao aluno relacionar a sua cultura à cultura do mo- vimento humano. Tal proposta tem o fito de educar para a formação de cidadãos capazes de instrumentalizar e expressar a sua cultura através dos jogos, esportes, danças, lutas, ginástica, convergindo em benefício do exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida. Nesse documento oficial do Ministério da Educação, a Educa- ção Física na escola deve ser constituída de três blocos relacionados entre si e que com possibilidades de serem, ou não, implementados em uma mesma aula. São, pois: - jogos, ginásticas, esportes e lutas – propõem atividades como ginástica artística, ginástica rítmica, voleibol, handebol, basquetebol, futsal, atletismo, capoeira, judô, dentre outros; - atividades rítmicas e expressivas – compreendem atividades que se relacionam à expressão corporal, danças, entre outras; - conhecimentos sobre o corpo – relacionam as reflexões sobre o corpo, indo desde a sua estrutura anatômica até às diferentes formas culturais de lidar com esse instrumento. Outro documento que normatiza a Educação Física nas escolas brasileiras e que ao ser regulamentado na década de 1990 muito con- tribuiu com os avanços pedagógicos de área do conhecimento foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, nº 9394/1996), a qual asseverou, em seu artigo 26: “A Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da educação básica, ajustando-se às faixas etárias e às necessidades da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos” (BRASIL, 1996). Tal documento normativo teve esse artigo alterado, por meio da Lei nº 10.328, de 12 de dezembro de 2001, e, em seguida, em 1º de dezembro de 2003, pela Lei, passando a ter a seguinte redação: Art. 3º. A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é com- ponente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facul- tativa ao aluno: - que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; - maior de trinta de anos de idade; - que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, es- tiver obrigado à prática da educação física; 14 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S - amparado pelo Decreto-Lei nº 1.044, de 21 de outubro de 1969; - que tenha prole. Além desses, outro documento oficial que legitimou a Educa- ção Física com o mesmo valor ao dos outros componentes curriculares, foram as Diretrizes Curriculares Nacionais, outorgadas pelo Conselho Nacional de Educação. Tal documento ampliou o significado da Educa- ção Física, atribuindo à mesma maior intencionalidade educativa. As- sim, garantiu-se à Educação Física horário na grade curricular e igual valor aos demais componentes curriculares. Posto isso, resta claro a grande e fundamental importância da Educação Física escolar para a educação no século XXI, frente à pro- posta da UNESCO, redimensionando suas finalidades a partir dos qua- tro pilares previstos, os quais foram delimitados em: aprender a conhe- cer e a perceber; aprender a conviver; aprender a viver; aprender a ser. No que tange a aprender a conhecer e a perceber, a Educação Física de forma permanente e contínua, deve possibilitar ao aluno, o co- nhecimento e percepção do seu corpo, suas limitações, com previsões de superá-las, e suas potencialidades, para que sejam desenvolvidas de maneira autônoma e responsável. Considerando o aspecto afetivo- -social, a Educação Física deve também favorecer a convivência consi- go, com o outro e com o ambiente que o cerca e do qual faz parte. Assim, através das vivências corporais e interativas, alicerça- das em valores éticos, as aulas de Educação Física podem e devem contribuir para que o aluno desenvolva sua identidade a partir de prá- ticas corporais e do conhecimento do próprio corpo. Além disso, tam- bém permitir a articulação de interesses próprios com os demais, com os quais convive, conhecendomais sobre si, sobre o outro e sobre o mundo. É possível também através dessa prática, ampliar no aluno a capacidade de ouvir e dialogar, de trabalhar em equipe, de conviver com o incerto e o diferente. Nessa perspectiva, educa-se para se tor- nar cidadão consciente, crítico, autônomo, criativo, responsável a ponto de transformar positivamente o meio ambiente e, também preservá-lo. Consiste ainda a prática da Educação Física escolar, a aquisição plena da corporeidade, de forma lúdica, objetivando a qualidade de vida, a promoção e a manutenção da saúde. 15 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S O percurso histórico pelo qual transcorreu a Educação Física, aponta, segundo Carreiro da Costa (2012), que as práticas objetivavam a preparação do corpo humano com vistas aos desenvolvimentos físico e so- ciocultural, já que sempre foi implementada com vistas à integração social. No que diz respeito à Educação Física escolar, observam nesse transcurso pontos que se relacionam com apropriação do corpo como instrumento de suas práticas e as inúmeras representações como componente curricular. Nesse sentido, atualmente, a docência em Edu- cação deve priorizar a progressiva aplicação dos conteúdos, permitindo aos alunos compreenderem a elevação do nível de dificuldades dos mesmos, sem comprometer os índices satisfatórios de aprendizagem. Frente a esse contexto motor, interativo, criativo e estimula- dor do pensamento crítico, as atividades propostas nos programas de ensino da Educação Física, devem fundamentar em alguns aspectos, AS DIRETRIZES PARA O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DA EDUCA- ÇÃO FÍSICA P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S 15 16 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S conforme destacados a seguir, por Catunda et al. (2012, p.19): • estímulo ao raciocínio, quando os alunos participam de experiências dinâ- micas que envolvem a tomada de decisão, estratégia, organização de ideias e atitudes com objetivos definidos; • vivência de conflitos, pelo fato de divergências de ideias e comportamentos serem constantes e de forma salutar vividas com a intermediação do profes- sor que utiliza esses momentos para educar para a convivência; • experiências práticas do cotidiano, ao possibilitar que aluno e professor façam as devidas conexões com o que se ensina e aprende na escola e a aplicação para a vida, criando atmosfera real à aprendizagem significativa; • concentração e participação, fato constatado quando o interesse pela ati- vidade se evidencia na motivação da turma, causando pouca dispersão e sentimento de autoeficácia no aluno com reflexos no bom andamento e par- ticipação efetiva nas aulas; • prazer no aprendizado, vivenciado em ambiente lúdico que alimenta as au- las de Educação Física proporcionando o aprendizado de forma prazerosa, contemplando orientações pedagógicas eficientes para o ensino, não poden- do ser confundida com passatempo ou brincadeira. • incorporação de hábitos saudáveis, quando promove mudanças de atitude em sintonia com os efeitos fisiológicos do exercício e sua relação com suas próprias condições físicas, despertando a consciência de que um estilo de vida ativo e saudável é fundamental para níveis aceitáveis de saúde e bem- -estar.(CATUNDA et al., 2012, p. 19). Nesse contexto, e a partir das reflexões anteriores sobre a Edu- cação Física escolar, seus documentos norteadores, regulamentadores e legais, a prática docente deve fundamentar-se em princípios pedagó- gicos e de equivalência. Assim, espera-se através da mesma permitir aos alunos a aquisição das competências e habilidades necessárias à vivência de atividades físicas e esportivas no cotidiano das escolas, em outros ambientes, a ponto de favorecer a adoção de hábitos mais saudáveis e, consequentemente, mudanças em seus comportamentos. Entretanto, os currículos de Educação Física e seus conteúdos vêm apresentando propostas curriculares com suas finalidades rede- finidas e com objetivos educacionais mais amplos e de longo prazo. Nesse contexto, observam-se atualmente, ainda práticas que enfatizam os conteúdos esportivos renegando em segundo plano, outras experi- ências corporais, como dança e jogos. O que resta claro na verdade, na maioria das escolas brasileiras, e até no mundo, é a presença de um discurso político a favor de um currículo mais amplo, porém confronta- do com uma prática pedagógica em que prevalecem atividades físicas esportivas focadas em performances e em resultados. É sabido que as propostas pedagógicas que fundamentam grande parte dos currículos das escolas brasileiras conquistaram avan- 17 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S ços significativos em relação à configuração da Educação Física en- quanto componente curricular com papel ativo no processo educativo. Todavia, existem muitos pontos ainda em discussão e debates, já que em números consideráveis de espaços, nem se pratica uma Educação Física tradicional, esportivizada, como nas décadas de 1970 e 1980, e muito menos é possível perceber uma perspectiva crítica da Educação Física consolidada com base na cultura de movimentos. Diante disso, é preciso salientar que há concepções contrá- rias aos princípios pedagógicos previstos nos PCN’s, fundamentados na cultura corporal, os quais alegam em contraponto que as críticas à esportivização da Educação Física escolar reduziram consideravelmen- te o aspecto prático desse componente curricular. Na mesma medida, apontam ainda, que as possibilidades de democratização do acesso ao esporte dos alunos das escolas públicas foram igualmente reduzidas, não apresentando, sobretudo, uma alternativa consolidada para subs- tituí-la. Tal fato, de acordo alguns estudiosos, vem descaracterizando o aspecto prático da Educação Física, comprometendo a sua identidade, ou seja, o que ensinar e como ensinar. A retórica atual acerca dos objetivos da Educação Física escolar a considera como disciplina importante na formação integral do aluno, extra- polando a ideia de esportivação e de formação de atletas. Todavia, faz-se imprescindível estruturar uma concepção consistente e convincente, nos discursos e nas práticas, sobre o verdadeiro papel da Educação Física. A comunidade escolar precisa adquirir maior significado sobre as contribui- ções próprias desse componente curricular para o exercício da cidadania. E em função disso, continua como desafio para as propostas político-pe- dagógico das escolas adquirir maior clareza sobre as especificidades das aprendizagens de corporeidade possibilitadas pela Educação Física. Considerando tais concepções, é imprescindível destacar a edu- cação em seu sentido amplo, deve-se oferecer uma Educação Física es- colar também comprometida como desenvolvimento humano em todas as suas dimensões, conforme já mencionadas anteriormente. Assim, pro- põe-se uma Educação Física escolar que extrapola em seus planejamen- tos a dimensão biológica e que seja capaz de valorizar o protagonismo dos sujeitos envolvidos através de ações educativas que promovam a au- tonomia, o conhecimento e uma formação plena de direitos e de deveres. Assim, a partir dessa perspectiva, faz-se mister para a práti- ca pedagógica eficiente da Educação Física escolar, compreender o sentido das experiências corporais nas aulas, pois, são através dessas que os sujeitos se relacionam com o mundo, expressam sentimentos, emoções, entre outros. Para tal, é necessário então abandonar as con- cepções dicotômicas entre corpo e mente, ainda presentes nas escolas. 18 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S Tal contexto se mantém, porque o movimento, principalconte- údo das aulas de Educação Física, ainda é entendido rotineiramente do ponto de vista mecânico e da relação eficiente e dependente do consumo energético. Assim, ao se conceber as práticas nas aulas de Educação Física com vistas à educação corporal, deve-se paralelamente objetivar com intencionalidade pedagógica, a expressão de emoções e atitudes pautadas pela ética e pelo desenvolvimento de recursos assertivos para resolução de problemas, através de experiências corporais significativas. Nesse sentido, além de propor vivências pedagógicas de mo- vimentos aos alunos, cabe à Educação Física escolar garantir experi- ências corporais que estimulem o desenvolvimento de competências e habilidades essenciais ao processo educativo, como: criatividade, auto- nomia, comunicação, solidariedade, raciocínio lógico, criticidade, dentre outros. Resta claro, dessa maneira, que para a Educação Física escolar interessar a prática corporal, a qual vai além de movimento, e o utiliza acrescido de sentido individual, coletivo, implicações culturais, sociais. O movimento, então assim reconhecido, ultrapassa a dimensão biológi- ca e biomecânica, trazendo consigo inúmeros significados e sentidos. Assim, verdadeiramente, a Educação Física como componente curricular se torna capaz de cumprir seu papel efetivo para a Educação Integral, a partir do reconhecimento da importância das vivências corporais para o desenvolvimento das capacidades expressivas e comunicativas dos alunos. Tal situação permite aos mesmos, através das aulas de Educação Física, enriquecer o repertório de linguagens corporais imprescindíveis nas diversas situações de leitura e de compreensão de si e dos outros. CONCEPÇÃO INTEGRAL DO CORPO NA DOCÊNCIA EM EDUCA- ÇÃO FÍSICA Compreender o corpo de forma integral significa conceber o indivíduo a partir da indissociabilidade de seus aspectos biológico, afe- tivo, cognitivo, histórico, cultural, estético, lúdico, linguístico, dentre ou- tros. Compreende também perceber que o ser humano representa um todo indivisível que pensa, sente e age, simultaneamente. Além de conceber o corpo na sua totalidade, torna-se necessá- rio entender que a maneira como os indivíduos relacionam com o corpo varia conforme a sua construção social e é resultante de significativos processos históricos. Ou seja, as concepções que os sujeitos desenvol- vem a respeito de seu corpo e dos modelos de se comportar corporal- mente, dependem de influências sociais e culturais. Nesse sentido, o nosso corpo revela nossas peculiaridades e identifica nossa cultura. E 19 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S ainda, o corpo é uma composição social, cultural e até mesmo política, construído durante o percurso da vida. Portanto, ao considerar as questões relativas à corporeidade, a Educação Física necessita responsabilizar por esse aspecto no con- texto educacional. É tarefa da Educação Física, estudar e problematizar conhecimentos sobre o corpo e as mais diversas manifestações a ele relacionadas e produzidas culturalmente, tendo em vista a busca da qualidade de vida e a sua vivência plena. LINGUAGEM ATRAVÉS DAS PRÁTICAS CORPORAIS Como já discutido anteriormente, o conhecimento acerca do corpo e experimentado no corpo nos permite compreender nossa exis- tência no mundo. É através do corpo que elaboramos significados, re- lacionamos, posicionamos, interagimos e nos afirmamos com nossas características individuais e de grupos. As linguagens são observadas no cotidiano dos sujeitos sob as mais variadas expressões. E na escola moderna é esperado dos alunos experiências e domínio dos diversos tipos de linguagens: orais, gestu- ais, virtuais, escritas, dentre outras. Os docentes, em suas aulas de Educação Física, necessitam construir estratégias de ensino que contribuem para o desenvolvimen- to das habilidades de leitura, escrita, interpretação, raciocínio lógico, através da instrumentalização do corpo, ou seja, jogando, dançando, lançando, correndo, brincando, entre outros. Torna-se necessário salientar que no contexto educacional, as linguagens escrita e oral vêm sendo o foco principal das intervenções pedagógicas, em detrimento a outros tipos de linguagens que também são importantes na formação integral do ser humano. Em função disso, a escola, através das aulas de Educação Física, deve valorizar além da escrita e da oralidade, a linguagem corporal no esporte, nas brinca- deiras e jogos motores, no ritmo, na dramatização, e nas mais diversas manifestações corporais. Assim, o brincar, o jogar, entre outros, construídos historica- mente como linguagem própria do ser humano, devem pedagogica- mente ser prioridade nas aulas de Educação Física através de: brin- car de diferentes formas e em diferentes tempos e espaços; construir e reconstruir regras e brinquedos; utilizar diferentes objetos durante os jogos e brincadeiras; vivenciar diferentes modalidades esportivas, den- tre outros. Todas as atividades supracitadas devem ser realizadas de maneira adaptável ou não, ressignificando e criando múltiplas formas 20 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S de discutir, criar ou alterar as regras dos esportes, dos jogos, das brin- cadeiras, das danças, da ginástica, entre outras. Todas essas práticas corporais permitem que várias ações co- laborativas ocorram durante as aulas de Educação Física. Através des- sas vivências é que alunos têm a oportunidade de aprenderem a atuar em conjunto respeitando potenciais e limites corporais dos colegas e a estabelecer contatos e relações corporais saudáveis e éticas. As práticas corporais também possibilitam a expressão de ideias e reflexões. Assim, tornam-se a forma materializada dos alunos externarem as capacidades de raciocínio e pensamento crítico. Nesse sentido, no momento em que tais práticas apresentam-se como proble- mas corporais a serem solucionados, instala-se um enorme campo para que os alunos coloquem em prática suas competências para a tomada de decisão necessária para resolver ou concluir uma boa jogada no es- porte, em um jogo ou em outra situação inerente à aula. As relações sociais estabelecidas através das práticas corpo- rais nas aulas de Educação Física permitem a democratização do pen- samento, dos pontos de vistas e das opiniões. Frente a isso, os alunos compreendem a necessidade de exercitar o respeito diante dos combi- nados, usando o diálogo para ofertarem novas propostas e alterações, caso necessário. As atividades pedagógicas da Educação Física, prin- cipalmente as coletivas, oportunizam espaços extremamente ricos para essas experiências. Porém, torna-se necessário que o professor incen- tive a participação e o envolvimento dos alunos nos momentos de ne- gociação de regras, bem como alterações das mesmas, sugestões de atividades, sempre valorizando o protagonismo de todos os envolvidos. A partir do momento que o docente estimula a expressão de ideias e reflexões nos alunos, as práticas corporais transformam-se na forma materializada para que os mesmos demonstrem a capacidades de raciocínio e pensamento crítico e, em seguida, tais vivências apre- sentam-se como problemas corporais a serem solucionados. Podem ser citados como exemplos, momentos decisivos na tomada de decisão fundamental para concluir uma boa jogada no esporte ou mesmo em um simples jogo recreativo; e/ou ainda, quando os alunos analisam um caso de violência ou má fé no jogo e contestam tal comportamento. O que se observa no cotidiano das aulas de Educação Física pedagogicamente orientadas, é uma constante necessidade de resol- ver problemas advindos do movimento, realizar adaptações de regras, materiais e espaços, a fim de atender as diferentes práticas da cultura corporal, e nesse sentido, permite-se também o desenvolvimento da ca- pacidade criativa dos alunos. Tais situações sãomaterializadas através da enorme variação das maneiras em que crianças e adolescentes ide- 21 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S alizam para elaborar atividades com materiais diversos, principalmente com a bola. Dessa forma, torna-se evidente a importância do professor de Educação Física no sentido de estimular, discutir e ampliar as solu- ções criativas para viabilizar as mais diferenciadas atividades da Cultura Corporal na Escola e na comunidade na qual os alunos estão inseridos. O convívio no grupo possibilita a descentralização do pensa- mento e das relações, permitindo que os educandos percebam a ne- cessidade de respeitar os combinados e dialogar para transformá-los, quando necessário. Os jogos e esportes vivenciados nas aulas de Edu- cação Física criam cenários extremamente ricos para esta vivência, desde que o professor estimule a participação e expressão de todos os alunos no debate sobre as regras e combinados de aula e das práticas corporais estudadas na disciplina. Ao estimular que os alunos expressem ideias e reflexões, as práticas corporais transformam-se na forma materializada dos alunos demonstrarem sua capacidade de raciocínio e pensamento crítico quan- do tais práticas apresentam-se como problemas corporais a serem so- lucionados, a exemplo da tomada de decisão necessária para concluir uma boa jogada no esporte ou quando os alunos analisam um caso de violência ou trapaça no jogo e repudiam tal comportamento. A constante necessidade de solucionar problemas corporais, adaptar regras, materiais e espaços para vivenciar diferentes práticas da Cultura Corporal também permite que os alunos desenvolvam capa- cidades criativas. Bons exemplos são as inúmeras formas que crianças e adolescentes inventam para jogar futebol com qualquer tipo de ma- terial como bola, traves e linhas de demarcação. Jogam bola até em ladeiras e terrenos acidentados. Ao professor de Educação Física cabe estimular, discutir e ampliar as soluções criativas para viabilizar as mais diferenciadas atividades da Cultura Corporal na Escola e na comunida- de na qual os alunos estão inseridos. 22 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S As orientações pedagógicas para as aulas de Educação Física estão fundamentadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Edu- cação Básica, as quais pressupõem: - princípios éticos: autonomia, responsabilidade, solidariedade e respeito; - princípios políticos: direito à cidadania, exercício da criativida- de e respeito aos valores da sociedade democrática; - princípios estéticos: sensibilidade, criatividade, ludicidade e liberdade de expressão. À luz desse documento normativo, a compreensão de corpo ganhou uma nova concepção. Parte-se do princípio de que a dimensão fisiológica e instrumental do corpo deve ser superada e a representação da relação de cada sujeito com o mundo de ser através da corporeidade. Nessa mesma linha de raciocínio, a corporeidade propõe uma EDUCAÇÃO FÍSICA: SIGNIFICADOS E ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S 22 23 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S nova abordagem das relações sociais entre os indivíduos e o mundo, na qual o corpo não é um simples instrumento de interação, significando a totalidade do que somos expressa através da relação corpo-sujeito. Assim, as vivências permitidas através da Educação Física possibilitam um diálogo constante dos sujeitos com o mundo. As aulas de Educação Física permitem então reconhecer a impor- tância das interações sociais ocorridas no ambiente escolar decorrentes da linguagem corporal, as quais, além da expressão verbal compreende a totalidade do ser em movimento. Para a efetivação pedagógica dessa pro- posta, a Educação Física deve precisa implementar experiências interdis- ciplinares, a fim de possibilitar a apropriação dos conhecimentos da cultura corporal voltados para os temas relevantes da contemporaneidade. Diante disso, as orientações pedagógicas para a Educação Física escolar pressupõem que as vivências corporais envolvam um conjunto de saberes configurados a partir de uma leitura de mundo, ul- trapassando a ótica limitada de uma Educação Física que oferece sim- plesmente a recreação a instrumentaliza a preparação do corpo. Para uma prática pedagógica significativa de Educação Físi- ca escolar, a intencionalidade da mesma deve ultrapassar o limite da simples realização de movimentos corporais; e sim desenvolver compe- tências fundamentais para que tais movimentos adquiram sentidos nas experiências individuais e coletivas. Posto isso, basicamente, as aulas de Educação Física abrangem os aspectos da consciência corporal, através de atividades que estimulam a percepção e compreensão de cada um e dos limites e potencialidades do próprio corpo. Além disso, a linguagem corporal assume destaque nos conteúdos dessas aulas com os conteúdos das diversas formas de expres- são, contribuindo para a experimentação corporal, com a qual é possível vivenciar a interação, permitindo o conhecimento e a percepção do mundo através dos significados atribuídos ao movimento do corpo. Igualmente às demais disciplinas, o processo ensino-aprendi- zagem na Educação Corporal, por meio das aulas de Educação Física, deve estar permeado por experiências capazes de estimular os senti- dos sensoriais do corpo humano. O ato de aprender, nesse sentido e nos demais espaços, deve acarretar sensações relacionadas a tais sen- tidos, como aquelas relacionadas ao som, cheiro, textura, entre outras. Diante disso, a Educação Física escolar assume grande importância ao permitir que os alunos utilizem a linguagem corporal para elaborarem seus discursos, revelando sua identidade, através da expressão e da comunicação do corpo. Todavia, isso só torna-se possível quando se atribui ao corpo a função de expressão da subjetividade humana, extra- polando a visão unicamente mecânica e biológica. 24 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S Neste sentido, as aulas de Educação Física levam os alunos a sentir e pensar os significados culturais da linguagem corporal. Além disso, permite aos mesmos perceberem os valores, compreenderem téc- nicas que compõem tais práticas corporais. Enfim, contribuem ainda para que tomem consciência sobre seus corpos a fim de viver a própria corpo- reidade com autonomia. Espera-se frente a esse contexto, que a Educa- ção Física conquiste e assuma verdadeiramente seu espaço curricular, no qual os alunos possam dar novos sentidos e recriem a Cultura Corpo- ral, adquirindo competência para o exercício da cidadania e desfrutando dos bens sociais e culturais que compõem a linguagem corporal. Á luz de uma proposta pedagógica consistente para a Edu- cação Física, a pluralidade de experiências Corporais na Escola deve possibilitar que os alunos vivenciem práticas significativas para seus projetos pessoais, considerando que a qualidade de nosso projeto in- tencionado para a vida está intimamente relacionada com o nosso equi- líbrio e bem-estar corporal. Nas últimas décadas, o transcurso Educação Física Escolar caracterizou-se pela busca de sua identidade como disciplina escolar. Atualmente, seu objeto de estudo é a Cultura Corporal, mas tratá-la como disciplina isolada das demais, compartimentada e descontextua- lizada das demais aprendizagens do currículo escolar, é uma escolha pouco sábia e equivocada. A relação e interação da Educação Física com os demais com- ponentes curriculares permite que os alunos percebam a cultura corpo- ral de forma ampla e transformadora. Isto pode acontecer por meio de projetos de aprendizagemque, por serem contextualizados em práticas sociais, tornam o ensino da Educação Física significativo. Nesse sentido, a concepção mais pedagógica e consistente de Educação Física propõe um programa de ensino, o qual possui como eixo central a cultura corporal, contemplando práticas com significa- ções, conteúdos históricos, ideológicos, entre outros, através das mais variadas estratégias metodológicas do currículo escolar. 25 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S Inicialmente, torna-se necessário remeter ao termo “cultura”, an- tes de abordar as questões da Didática, embora o a expressão “cultura corporal”, já tenha sido apresentada nos parágrafos anteriores. As ques- tões culturais vêm sendo, atualmente, discutida como as variadas trajetó- rias que levaram à evolução, a mudanças no comportamento dos sujeitos e da sociedade. Portanto, ao se propor uma prática inovadora da Educa- ção Física, há de se considerar as questões culturais e compreender o sentido desse termo no programa de aulas desse componente curricular. No que diz respeito à concepção de cultura relacionada à Edu- cação Física, Bracht e Caparroz (2007), propõem que o termo deve ser entendido, a partir do momento em que se estabeleça uma relação didático-pedagógica mais reflexiva capaz de subsidiar o programa de ensino da Educação Física escolar. Nessa perspectiva, tais autores jul- gam relevante perceber a necessidade da prática pedagógica não estar ORIENTAÇÕES E CONCEPÇÕES DIDÁTICAS PARA A EDUCAÇÃO FÍ- SICA P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S 25 26 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S fundamentada em modelos prontos, universais e limitada em verdades únicas. Nesse sentido, os autores supracitados consideram que o sa- ber proposto pela Educação Física deve perpassar por uma construção humana e considerar os aspectos históricos e culturais. A ação peda- gógica assim estruturada torna-se reflexiva e valoriza as práticas numa perspectiva dinâmica e sempre pronta a ser reconstruída. À luz dos autores referenciados no parágrafo anterior, a prática pedagógica significativa nas aulas de Educação Física deve ir além de modelos instrumentais e que não consideram a realidade dos sujeitos envolvidos. Ao contrário, tal prática deve fundamentar-se no ideal de um indivíduo com as mais variadas dimensões: biológica, social, afetiva, cultural, ética, política, dentre outras. Nesse sentido, o conhecimento produzido será amplo, rico e repleto de significados. Prosseguindo na discussão acerca das concepções didáticas relacionadas à Educação Física, faz-se necessário destacar alguns pontos relevantes destacados por Souza (2007). Na lógica dessa auto- ra, a compreensão da cultura é inerente na relação entre a Didática da Educação Física e a ciência, já que de acordo com essa autora, o pro- cesso ensino-aprendizagem expressa através dos aspectos didáticos, os sentidos postos entre o conhecimento e a realidade. Frente a essa análise, tal autora reflete e critica o programa pedagógico da Educação Física, fundamentado apenas no aspecto competitivo, sem enfatizar a construção humana e suas várias dimensões. Assim, renega-se tais práticas direcionadas para objetivos formais, as quais acabam forman- do indivíduos incapazes de refletir suas práticas sociais, tão pouco pro- tagonizarem no processo de construção do conhecimento. Como já destacado anteriormente, atualmente, torna-se de- safiador implementar uma prática na Didática da Educação Física que vai além da estratégias pautadas na racionalidade técnica e instrumen- tal. Além disso, é igualmente importante e ao mesmo tempo comple- xo, sensibilizar os profissionais acerca da necessidade de repensarem constantemente suas ações pedagógicas com o fito de respaldá-las no conhecimento científico. Tal contexto pedagógico ideal permitirá assim que os professores sejam capazes de considerar a realidade dos sujei- tos envolvidos no processo ensino-aprendizagem, sem perder de vista os fundamentos teóricos que sustentam as suas ações pedagógicas. A Didática, assim concebida, configura a execução de um programa de ensino de Educação Física, baseado na ação-reflexão-ação. O que se espera na verdade, é uma Educação Física repleta de práticas didáticas expressivas, nas quais o aluno seja capaz de reali- zar diferentes leituras de mundo através do movimento. Além disso, co- municar-se amplamente consigo mesmo, com o outro e com o ambiente 27 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S que o cerca extrapolando padrões de movimentos pré-fixados e, dessa maneira, permitir um ambiente pedagógico criativo, dinâmico, capaz de transcender a sua própria prática. O programa didático da Educação Física escolar pautado nas concepções já discutidas, propõe a todos os sujeitos vivenciarem ações que incorporem de movimentos significativos, sem dissociarem das signi- ficações conceituais, de mundo, e de suas culturas. Assim, a Didática de ensino da Educação Física, a partir da sistematização do conhecimento, deve considerar a realidade do aluno e ultrapassar os limites físicos da escola. Nessa perspectiva, as aulas de Educação Física permitirão que o exercício do pensamento crítico estabeleça relação direta com o dinamis- mo e mudanças históricas e sociais dos entornos escolares. A Didática da Educação Física a partir desses pressupostos, necessita por parte dos professores considerarem a relação filosófica e histórica existente entre o desenvolvimento e a cultura corporal de movimento. Além disso, enquadrarem a Educação Física como área do conhecimento tendo a ciência como elemento da composição histórica do ser humano. Nesse sentido, tal fato requer que a Didática assim concebida, exija que a Educação Física e seus professores apropriem das diferentes áreas conceituais que sustentam e fundamentam o fazer pedagógico dessa área do conhecimento, como: a Psicologia, a Socio- logia, a Fisiologia, a Biomecânica, dentre outros. O PAPEL DO PROFESSOR O professor de Educação Física assume enorme importância na implementação de todo e qualquer programa de ensino. É ele que dinamiza as ações e dá vida às atividades propostas. Considerando tal contexto, um excelente programa de ensino, fundamentado na mais conceitual Didática, não garante por si só uma aprendizagem signifi- cativa. Daí a importância de um profissional bem formado e que esteja sempre atento às necessidades do processo ensino-aprendizagem. Não obstante, os pontos que fragilizam as propostas pedagó- gicas de Educação Física em práticas nas escolas, atualmente, estão diretamente relacionados também à qualificação profissional dos res- ponsáveis por essa área do conhecimento. Observa-se, nos mais di- ferentes espaços escolares, uma atuação profissional generalista em toda a Educação Básica, desprovida de investimentos em programas regulares de formação continuada. Evidente que um professor com características generalistas po- derá implementar atividades pedagógicas e garantir aprendizados relacio- 28 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S nados ao corpo. Todavia, é preciso admitir que seus recursos conceituais são insuficientes para garantir uma aprendizagem ampla em relação aos aspectos físico e motor, e ao mesmo tempo promover os conhecimentos que integram a Cultura Corporal, bem como suas possibilidades didáticas. O professor ao instrumentalizar a Educação Física, exercen- do apenas um conjunto de atividades práticas, permite que tal área do conhecimento seja utilizada por qualquer outro professor apenas para favorecer outros conteúdos, perdendo de vista a sua relevância e seusobjetivos pedagógicos. Diante disso, o programa de ensino da Educação Física reveste-se de significados, quando o professor compreende de maneira consciente a importância social dessa disciplina no processo en- sino-aprendizagem. Mais do que isso, ainda quando o professor identifica que o seu comprometimento com uma prática de qualidade pedagógica interfere diretamente no contexto educacional de todos os envolvidos. Sobretudo, quando o professor reconhece que suas atribuições são fatores relevantes para a transformação dessas práticas no cotidia- no da escola. Considerando o importantíssimo papel do profissional de Educação Física no que diz respeito à qualidade das aulas e também à valorização dessa área do conhecimento, destaca-se algumas reco- mendações, conforme elencadas abaixo: • o professor de Educação Física deve refletir continuamente acerca de sua prática, atentando-se ao aspecto dinâmico dos planeja- mentos pedagógicos; • deve estar atento às novas abordagens didático-pedagógicas e buscar novos conhecimentos, através da pesquisa que qualifica e fun- damenta a sua prática; • incorporar a cultura avaliativa e utilizar os recursos da avalia- ção para subsidiar e redirecionar as ações pedagógicas; • planejar previamente as aulas, bem como os recursos mate- riais necessários, considerando a realidade estrutural da escola; • otimizar a carga horária das aulas, optando por estratégias metodológicas que favoreçam o aspecto dinâmico das atividades e pos- sibilitem uma maior participação ativa e simultânea dos alunos; • considerar todas as dimensões (motora, cognitiva, social, afe- tiva, ética, cultural, ente outras), implícitas do processo ensino-aprendi- zagem nos diferentes momentos avaliativos; • disponibilizar os resultados avaliativos à equipe administrati- va e pedagógica e também aos alunos, através de registros realizados com organização e lisura; • incluir em seus planejamentos conteúdos que se relacionam com os temas transversais previstos nos Parâmetros Curriculares Na- cionais e outros de relevância social e atual; 29 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S • oportunizar vivências práticas significativas fundamentadas no conhecimento científico e que incentive o protagonismo dos alunos; • atentar-se continuamente aos diversos aspectos da cultura local e da formação humana, considerando as características e neces- sidades dos alunos; • promover a interdisciplinaridade com outras áreas do conhe- cimento, através de projetos pedagógicos bem planejados e consisten- tes, capazes de alterar positivamente o comportamento dos alunos no que se refere à saúde, qualidade de vida, meio ambiente, sexualidade, dentre outros; • garantir uma prática da Educação Física revestida de signifi- cados com vistas à valorização da disciplina e sua importância no currí- culo da Educação Básica das escolas públicas e privadas; • demais ações que contribuam e defendam os interesses da Educação Física escolar. Posto essas questões relacionadas aos professores de Edu- cação Física, faz-se necessário destacar a importância desses frente ao desafio de se justificar a importância dessa área do conhecimento em todos os níveis da Educação Básica, sustentando a sua relevância educacional. Tal fato faz sentido, já que a obrigatoriedade prevista em documentos legais, por si só não garante a permanência da Educação Física no contexto educacional. Daí a importância do papel do professor para contribuir e legitimar a garantia da mesma. Ademais, a Educação Física, enquanto área do conhecimento deve ocupar função de grande importância no contexto pedagógico das escolas. Nesse sentido, a figura do professor ao conduzir as aulas com competência é essencial para justificar a importância do trabalho com a corporeidade na formação dos alunos. Assim, estruturar um planejamento que proponha vivências de atividades físicas pautadas na criatividade, no prazer, no conhecimento significativo, respaldadas em princípios éticos e morais, entre outros, constitui meio fundamental na formação do aluno. Cabe ao professor também garantir que a Educação Física exerça o seu papel educativo, no que concerne à adoção de comportamentos ativos, saudáveis alicer- çados na saúde emocional, em uma reeducação alimentar, em relações sociais equilibradas, enfim, em todas as aprendizagens que favoreçam também os aspectos atitudinais dos alunos. Enfim, a busca constante por novos conhecimentos, a atenção com sua postura ética, o zelo com a qualidade dos diálogos que esta- belece nos espaços escolares, a participação ativa nas mais diversas ações pedagógicas (Conselhos de Classes, Colegiados, Gestão, Reu- niões Pedagógicas e Administrativas, Eventos previstos nos calendário 30 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S escolar, entre outros), conferem ao professor de Educação Física mais respaldo, prestígio e credibilidade no cotidiano escolar. EDUCAÇÃO FÍSICA: CONTROLE, GESTÃO E MANEJO DAS PRÁTI- CAS DE ENSINO Um dos pontos muito importante da prática pedagógica em Educação Física é a perfeita apropriação do controle e gestão das au- las. Nesse sentido, deve-se atentar continuamente à organização das atividades, materiais, espaços, entre outros, considerando as caracte- rísticas das atividades propostas e as estratégias metodológicas utiliza- das. Assim, o professor a partir de um planejamento prévio será capaz de optar por maneiras adequadas de realizar os mais diversos tipos de agrupamentos dos alunos nas atividades pedagógicas, realizando uma gestão eficaz do tempo. Tal controle, permitirá ao processo pedagógico da Educação Física escolar, que os alunos vivenciem as tarefas respei- tando os respectivos ritmos de aprendizagem. Além disso, o professor de Educação Física deve ser capaz de ter uma visão ampla da aprendizagem no que se refere à otimização do tempo necessário à realização das atividades pedagógicas. Nos tempos atuais, planejamentos com atividades nas quais, os alunos desperdiçam tempo em longas esperas para a realização de atividades, tornaram-se obsoletos e de pouca eficiência pedagógica. Assim, exige-se competência do professor para envolver ativamente o maior número possível de alunos durante as aulas, nas mais diversificadas oportunidades de aprendizagens. Também, relacionam-se a uma boa gestão das aulas de Educa- ção Física, comportamentos do professor que garantam a sua autoridade e que facilite a comunicação dos alunos. Nessa perspectiva, é esperada desse profissional a capacidade de estabelecer boas relações sociais com os alunos, resguardando os momentos oportunos para externar elogios, críticas, reforços, os quais contribuirão para a aprendizagem dos mesmos. O professor também deve optar sempre por uma liderança de- mocrática, que favoreça o compartilhamento dos processos de tomada de decisão com os alunos. Tal postura permite aos sujeitos envolvidos responsabilizar por suas escolhas e se reconhecerem como parte inte- grante do processo ensino- aprendizagem. Assim, o ambiente para a prática possibilita ações avaliativas com claras evidências de limites e possibilidades sem que o professor faça as comparações de desempe- nhos, ainda tão presentes nas escolas. Prosseguindo nas bases da gestão do ensino, o professor deve também ser capaz de subsidiar igualmente o desempenho dos alunos, 31 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S evitando direcionar mais a sua atenção para os alunos habilidosos. Portanto, não se deve exagerar nos elogios aos alunos que demons- trem mais facilidades de aprendizagem, nem nas correções aos que têm maiores dificuldades. É tarefa do professor, equilibrar os elogios e as retificações, engrandecer os sucessos e propor alternativas para as readequações necessárias ao melhordesempenho dos alunos. Nessa ótica, as aulas tornam-se mais prazerosas, os alunos mais motivados e o professor mais realizado com o seu trabalho. O PLANEJAMENTO DE ENSINO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Dentro das concepções de Luckesi (1992), o planejamento em seu sentido amplo requer uma intencionalidade do sujeito de forma a definir os meios para se chegar a um fim. Nesse sentido, tal autor dis- cute que a ação de planejar contradiz à realizada de qualquer maneira sem a devida clareza de quais objetivos necessitam ser definidos para se atingir os respectivos resultados esperados. Seguindo o raciocínio, ainda de Luckesi (1992), o planejamento pedagógico constitui uma ação fundamental no norteamento do trabalho do professor e necessita em sua estrutura contemplar os objetivos, as estratégias metodológicas, os conteúdos a serem desenvolvidos, bem como as alternativas avaliati- vas; todos distribuídos em uma ordem cronológica das ações. Veiga Neto (1993) assevera acerca da importância das per- manentes reflexões, nas quais devem perpassar todas as etapas de um planejamento de ensino. Nesse sentido, tal autor sinaliza para uma postura crítica e participativa, articulando para que todos os envolvidos participem ativamente do processo. Nesse mesma ótica, Luckesi (1992) destaca que o planejamento de ensino numa visão política e institucio- nal não deve ser puramente formal, e sim, não obstante, de caracterís- ticas práticas e significativas. Assim, o planejamento pedagógico assu- me um aspecto processual, dinâmico, sempre construído e reconstruído com o objetivo de fomentar qualitativamente o trabalho do professor e, consequentemente, todo o processo educativo. Frente a essas questões discutidas acima, faz-se necessário evi- denciar que um planejamento pedagógico bem estruturado e exitoso deve considerar a realidade escolar, principalmente dos alunos envolvidos dire- tamente. Em seguida, a definição dos objetivos deve ser feita com base nesse estudo inicial, para que se tenha clareza dos conteúdos a serem en- sinados, os recursos necessários, as estratégias metodológicas, as formas da avaliação e a constante retroalimentação da ação docente. O planejamento de ensino, de acordo com Luckesi (1992), deve 32 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S ainda apresentar características de flexibilidade, participação, operacio- nalidade, dentre outros. Recomenda-se ainda, que o mesmo priorize a aprendizagem dos alunos, seja resultado de discussões entre os envol- vidos, ser fundamentados na Proposta Político-Pedagógica da escola, e que seja monitorado para possível redirecionamento em sua estrutura. As aulas de Educação Física devem ser fundamentadas em planejamentos pedagógicos nos moldes supracitados e, conforme Co- letivo de Autores (1992), devem contemplar os conteúdos previstos nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Nesse sentido, o papel do profes- sor é de fundamental importância na responsabilidade em garantir que o planejamento dessas aulas estejam voltados às metas educacionais da instituição, mas que também considere as necessidades dos alunos, seus conhecimentos prévios, ou seja, sua realidade. 33 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S A seguir será feito uma breve abordagem a despeito da práti- ca avaliativa nas aulas de Educação Física. Inicialmente, é necessário salientar que a avaliação de maneira geral requer uma análise intencio- nal de uma determinada situação, fato ou pessoa. Em se tratando da avaliação nos espaços escolares, tal julgamento requer uma apreciação criteriosa de determinada qualidade diretamente relacionada ao proces- so ensino-aprendizagem. Evidente que tal prática, fundamenta-se nos critérios, valores, teorias e intenções do avaliador. Nesse sentido, comumente é obser- vado pareceres e conclusões distintas de determinados avaliadores, e até mesmo contraditórios acerca de um mesmo assunto, pessoas, processo, entre outros. Numa sociedade pautada pela competição exa- cerbada, pela intolerância ao diferente e pelo espírito excludente mas- carado pela ideia de neutralidade, fica fácil constatar a incidência dessa A AVALIAÇÃO E A EDUCAÇÃO FÍSICA P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S 33 34 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S postura avaliativa no cotidiano escolar. Nessa perspectiva, observa-se ainda nesses espaços, ações que retratam bem esse cenário, como por exemplo: a incessante busca por turmas homogêneas, a pré-determina- ção dos conteúdos a serem trabalhados desconsiderando os interesses dos alunos, a avaliação que elimina a subjetividade, buscando apenas a classificação dos alunos em relação aos resultados previstos. Logicamente que para os espaços e sociedade em geral que extrapolam os muros da escola em muito interessa o ato de quantificar. Todavia, o que precisamos ficar atentos, é que avaliação educativa é muito mais do que isso e não deve resumir-se apenas aos números, gráficos e dados estatísticos. Nos espaços escolares, quando a atenção do avaliador está centrada nos processos interativos, nas relações e trocas sócio-cognitivas, nas construções das aprendizagens, a avalia- ção irá se compor de novos significados e uma variada rede interpretati- va e explicativa se estrutura permitindo ricos significados e informações. Para implementar tal metodologia avaliativa, cujo o objetivo é a análise do processo de aprendizagem, torna-se necessário considerar os conhecimentos prévios dos sujeitos envolvidos, afim de favorecer e desafiar os alunos em direção às novas relações e estruturações de conceitos. Frente a essa prática, o ato de ensinar consiste em oportuni- zar a manifestação de ideias, a interação, as diversas expressões mani- festadas para poder debater, propor e formalizar novas aprendizagens. Assim, estabelece uma rede avaliativa sistemática, na qual perpassam e entrelaçam as autoavaliações e as avaliações do grupo. Em se tratando do processo ensino-aprendizagem, a avaliação constitui uma das etapas mais importantes. A avaliação é, também, de fundamental importância para estabelecer uma rede valorosa entre os planejamentos de ensino previstos na proposta pedagógica da escola e seus resultados concretos. Através de uma avaliação fundamentada em princípios éticos, torna-se possível dimensionar e redirecionar os planos de ensino subsidiando as novas ações pedagógicas. De acordo com Darido (1999), a avaliação em Educação Física escolar está enquadrada em quatro tendências: abordagem tradicional, abordagem baseada em objetivos de ensino, abordagem humanista e abordagem crítica. Em se tratando da abordagem tradicional, as avaliações, assim realizadas, consideravam apenas os aspectos físicos (capacidades físi- cas), configurando através dos testes físicos, uma avaliação quantitati- va, classificatória e até mesmo punitiva. Com o passar dos anos, a Educação Física escolar passou a ser implementada através do foco nos objetivos de ensino. A Edu- cação Física também valorizava os métodos quantitativos. A avaliação 35 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S assim realizada se pautava em comportamentos observáveis e previs- tos através dos objetivos de ensino, como: números de arremessos convertidos, quantidade de saques, distâncias atingidas nos saltos e arremesso, entre outros. O que mensuravelmente interessava eram os comportamentos relacionados à dimensão motora da aprendizagem. No caso da perspectiva crítica da avaliação, o que interessa é o pro- cesso da aprendizagem e, ainda, como as práticas da Educação Física promovem a aproximação ou não das propostas curricularesque dire- cionam o fazer pedagógico da escola. Nos ambientes escolares, o que se observa atualmente, de ma- neira geral, é uma mistura dessas quatro abordagens, as quais trazem em suas concepções pontos restritivos e também pontos propulsores. É tarefa do professor sensibilizar para perceber em qual momento, ou com qual predominância deve-se usar cada uma das abordagens supracitadas. Certo é que o ato de avaliar exige dos sujeitos envolvidos, o estabelecimento de critérios e competências que disponibilizem dados para analisar a aprendizagem dos alunos e de todos os demais envol- vidos ao ato de aprender. Diante dessa concepção, é impossível haver aprendizagem sem incorrer em erros. Por causa disso, é necessário ao professor considerar todo o processo de construção do conhecimento e não apenas aos resultados quantitativos. Assim, a avaliação ocupa lugar de destaque nos processos pedagógicos da Educação Física escolar, pois serve a vários objetivos para toda a comunidade escolar, incluindo: alunos, professores, coor- denadores, gestores, demais funcionários, familiares, entre outros. Por- tanto, os resultados obtidos nos processos avaliativos devem servir, re- alimentar e redirecionar as práticas pedagógicas. O QUE AVALIAR EM EDUCAÇÃO FÍSICA? Antecedendo a essa pergunta, é ter clareza de quais conheci- mentos, competências e habilidades, valores, entre outros, o aluno de- verá desenvolver no período proposto. Daí a importância de formalizar a intencionalidade da prática educativa, a qual orientará a definição de objetivos, conteúdos, metodologias e recursos, bem como estratégias avaliativas necessárias ao processo ensino aprendizagem. Considerando essa análise, é preciso considerar a proposta de ensino da Educação Física, contendo seus objetivos, princípios, conte- údos, metodologias, recursos materiais, estrutura, entre outros. Além disso, a competência do professor para atrelar as estratégias metodo- lógicas aos conteúdos propostos, fundamentando-se nas necessidades 36 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S dos alunos e na responsabilidade com a qualidade do ensino. Também deverá ser dada total atenção aos quesitos relacionados aos aspectos atitudinais dos alunos, como: interesse, frequência, assidui- dade, pontualidade, competências motoras, sociais, éticas, entre outros. OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA Avalia-se para conhecer os alunos, suas necessidades e seus in- teresses, para diagnosticar suas limitações e potencialidades, para saber se está ensinando de forma correta, para redirecionar os planejamentos de ensino, para detectar ao longo do processo os avanços conquistados. Nessa perspectiva, a avaliação está comprometida com o constante aperfeiçoamento de todos os envolvidos no processo ensino- -aprendizagem. A consciência acerca dos limites e potencialidades dos alunos e docentes facilita e permite a tomada de decisões, promovendo de forma efetiva a satisfação pessoal e coletiva. Também se avalia em Educação Física, para diagnosticar ní- veis de aprendizagem, sugestões de ações a serem implementadas a favor do processo de ensino e, claro, para verificar em que medida os alunos desenvolveram as competências e habilidades esperadas. Nes- se sentido, a avaliação também permite ser utilizada para classificar grupos de alunos com vistas a participação de eventos esportivos. To- davia, a avaliação, assim configurada, acaba por selecionar e excluir, e ainda para aprovar e reprovar. AGENTES DA AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA Partindo da concepção de que a avaliação é parte integrante do processo ensino-aprendizagem, todos os envolvidos nesse são cor- responsáveis pelas várias etapas e formas avaliativas. Espera-se as- sim que alunos, professores, gestores, familiares e demais membros da comunidade que estejam comprometidos com a qualidade do ensino, participem ativamente da avaliação. É muito importante que o professor de Educação Física, além da avaliação específica desse componente curricular, participe também de todos os foros da avaliação coletiva. O TEMPO DA AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA É imprescindível que a avaliação nas práticas de ensino da Educação Física escolar, seja uma constante ao longo de todo o pro- 37 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S cesso educativo. Orienta-se que, inicialmente, os professores façam um diag- nóstico, a fim de detectar os conhecimentos prévios dos alunos, o que eles precisam aprender e quais são de fato suas necessidades. Pros- seguindo essa etapa, a avaliação será de forma contínua, com o fito de acompanhar e favorecer a trajetória de aprendizagem do aluno, durante as aulas, sem perder de vista a intencionalidade das ações pedagógi- cas previstas no cronograma: curto, médio e longo prazo. EDUCAÇÃO FÍSICA: COMO AVALIAR? As estratégias avaliativas em Educação Física são similares àque- las utilizadas nos demais componentes curriculares. São utilizadas as co- letas de dados e informações relacionadas ao processo ensino-aprendiza- gem. Para tal recurso avaliativo, pode-se utilizar os seguintes instrumentos: observações sistemáticas registradas em relatórios e outros formulários próprios; entrevistas escritas e orais através das aulas dialogadas, rodas de conversa e debates; questionários, vídeos, testes, avaliações escritas, autoavaliação, seminários, dentre outros. Evidente que os instrumentos su- pracitados possuem especificidades quanto aos seus fins. Há de se ter o cuidado para que os dados não se acumulem sem significados, intencionalidades e fins práticos. Uma vez coletados, os dados necessitam submeterem ao devido tratamento, para que se- jam interpretados, e realizadas as devidas leituras críticas dos seus sig- nificados, sempre a favor do processo pedagógico da escola. Nessa perspectiva, a análise dos dados deve ser realizada sob a ótica dos referenciais previamente estabelecidos, em coerência com os objetivos estruturados na Proposta Político-Pedagógica da escola. Uma vez analisados tais critérios (desempenho, conduta, atitude, entre outros), os mesmos servirão para subsidiar um julgamento valoroso do desempenho dos alunos e também do professor. A partir daí, essas in- formações obtidas contribuirão efetivamente na tomada de decisão do professor em relação ao nível de aprendizagem dos alunos e ao redire- cionamento das suas ações pedagógicas. A partir desse contexto avaliativo, será possível obter informações acerca do que os alunos aprenderam, qual foi o nível de aprendizagem, quais pontos ainda necessitam serem desenvolvidos, como foi o trabalho do professor, em que aspecto precisa melhorar sua prática, e quais as ne- cessidades de adaptações no processo ensino-aprendizagem. A utilização das estratégias avaliativas, conforme destacado anteriormente, dependerá dos objetivos pedagógicos sistematizados 38 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S nos planejamento de ensino. Dessa maneira, numa aula de Educação Física, se o objetivo é identificar a performance de um aluno em rela- ção à turma, utiliza-se um instrumento. Por outro lado, se a intenção é verificar se o aluno melhorou em relação ao seu próprio desempenho, utiliza-se outros critérios avaliativos. Em qualquer que seja o processo avaliativo, o diagnóstico inicial é um ponto de partida para em seguida verificar os avanços conquistados. 39 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S A Educação Física, enquanto componente curricular, deve con- templar em suas práticas pedagógicas os seus conteúdos, asseguran- do a uma aprendizagem progressiva e pautada nos diferentes graus de dificuldades. Assim, fazem parte do currículo da Educação Física Escolar, os seguintes conteúdos:esporte; jogos e brincadeira; ativida- des rítmicas e expressivas; ginásticas; danças; lutas e conhecimentos sobre o próprio corpo. Todos esses, legitimados sistematicamente nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Para implementar tais conteúdos nos planejamentos de ensi- no, faz-se necessário considerá-los sobre três dimensões, conforme destaca Zabala (1998): • Procedimental: inclui os conteúdos que se referem aos faze- res e vivências das diferentes práticas educativas: jogar, dançar, reali- zar diferentes exercícios físicos, dentre outras. A aprendizagem desses CONTEÚDOS CURRICULARES DA EDUCAÇÃO FÍSICA P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S 39 40 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S conteúdos implica, assim, a realização de ações e a reflexão sobre a atividade, tendo em vista a consciência da atuação e a sua utilização nos diferentes contextos; • Atitudinal: diz repeito aos conteúdos relacionados à apren- dizagem de valores, princípios éticos, atitudes e normas que contem- plam padrões ou regras de comportamento de acordo com determinado grupo social. Nesse sentido, tais conteúdos são observáveis ou não, através dos conteúdos cognitivos e procedimentais e são assim exem- plificados: respeito mútuo, cooperação, solidariedade, autonomia, ado- ção de hábitos saudáveis, todos aprendidos, percebidos e praticados de forma coerente frente a uma situação concreta; • Conceitual: são os conteúdos relacionados a conceitos e in- formações básicas presentes na estrutura das ações pedagógicas. São ideias e fundamentos necessários à aprendizagem dos motivos, da im- portância das possibilidades ou não, das vivências corporais. Nesse sen- tido, inclui-se os conceitos de corpo, saúde, esporte, técnica, tática, quali- dade de vida, entre outros. A aprendizagem desses conteúdos se mostra quando o aluno demonstra a capacidade de utilizá-los para a interpreta- ção, compreensão, exposição, análise e avaliação de uma determinada situação. Dessa maneira, os conceitos são dinâmicos, são reconstruídos historicamente, considerando os avanços das áreas do conhecimento. Os conteúdos, nas aulas de Educação Física, devem ser im- plementados de forma articulada, a partir dessas três naturezas des- critas acima, favorecendo a compreensão do que se ensina e instru- mentalizando a aprendizagem ao ponto de capacitar os alunos para a resolução de problemas e tomada de decisão ao longo da vida. A fim de promover uma aprendizagem efetiva desses conteú- dos, é preciso considerar também os conhecimentos prévios dos alunos. Assim, é importante que o professor de Educação Física esteja atento ao conjunto de experiências manifestadas na escola pelos alunos, as quais são vivenciadas em seu cotidiano familiar. Nesse sentido, conforme já salientado em discussões anteriores, os temas transversais previstos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (Educação para o trânsito, saúde, se- xualidade, educação ambiental, dentre outros), os quais assumem enor- me importância no processo educativo amplo dos alunos. Em seguida, será descrito detalhadamente, conforme docu- mento emitido pelo Conselho Federal de Educação Física – CONFEF (2014, p. 24 a 31), os conteúdos de ensino da Educação Física escolar e suas recomendações: Em relação ao esporte 41 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S O esporte é um fenômeno social em expansão no mundo contemporâneo. Tomou dimensões sociais que buscam atender não somente a performance, mas à educação e ao lazer. Portanto, a importância do esporte na sociedade pode ser evidenciada pela sua capacidade de produzir satisfação e prazer, além do seu caráter político-participativo e transformador. Desse modo, cabe a Educação Física Escolar o importante papel de disseminadora dos seguin- tes conteúdos: • conhecer aspectos históricos, geográficos e políticos do esporte e parades- porto enquanto elementos da cultura humana; • relacionar aspectos do esporte com os jogos; • vivenciar aspectos básicos dos fundamentos (movimentos + regras) de es- portes coletivos e individuais trabalhados como conteúdo específico; • compreender as diferenças entre esporte de rendimento, esporte como la- zer e esporte como meio para promoção da saúde; • conhecer as características dos esportes e sua relação com o ambiente; • identificar, analisar e compreender a influência da mídia nos esportes; • conhecer o contexto social e econômico de diferentes esportes; • compreender as dimensões do esporte e suas relações no âmbito da escola e fora dela; • identificar e interpretar o esporte e sua apropriação pela indústria cultural; • compreender as relações entre esporte e trabalho; • conhecer os processos de organização de eventos esportivos e sistemas de disputas; • compreender o fenômeno esportivo e aspectos relativos à competição es- portiva; • ressignificar as práticas esportivas, considerando as limitações físicas e intelectuais das pessoas com deficiência. Em relação aos jogos e brincadeiras As estratégias lúdicas favorecem o processo de aprendizagem, obtendo-se a atenção do aluno na execução do movimento de forma prazerosa, sem, no entanto, desconsiderar que além da brincadeira, proporciona um momento de interação social e cultural. Por outro lado, observa-se que, atualmente, os jogos eletrônicos tornaram-se meios lúdicos de forte adesão, em substituição aos jogos e brincadeiras tradicionais. Portanto, o professor contemporâneo tem o grande desafio de resgatar os jogos e brincadeiras tradicionais, incor- porando concomitantemente as novas tecnologias dos games por meio das seguintes estratégias: • conhecer a origem dos jogos, brincadeiras e cantigas de roda, trabalhados como conteúdo específico; • vivenciar experiências de criação e recriação dos jogos e brincadeiras; • apropriar-se da flexibilização quanto às regras oferecidas nos jogos, viven- ciando, experimentando e criando diferentes formas de jogar; • reconhecer e apropriar-se dos jogos considerando: o outro, seus objetivos, resultados, consequências e motivações; • construir o conhecimento por meio dos Jogos e brincadeiras tradicionais, 42 P R Á TI C A S P E D A G Ó G IC A S D A E D U C A Ç Ã O F ÍS IC A - G R U P O P R O M IN A S bem como dos jogos atuais; • conhecer as novas tecnologias de jogos eletrônicos, refletindo sobre as possibilidades de contribuição para o processo ensino/aprendizagem. Em relação à ginástica Na atualidade, a ginástica tem sido pouco praticada no ambiente escolar. Essa preocupação é corroborada por vários estudiosos sobre a temática da Educação Física. Para tanto, é necessário um novo olhar no sentido de repo- sicioná-la a partir de uma nova perspectiva teórico-metodológica, que amplie o leque de possibilidades vivenciais e corporais, uma vez que a ginástica é um importante fio condutor de manifestações culturais na medida em que permite ao aluno experimentar, conhecer, problematizar e compreender seus próprios limites e criar alternativas de superação. Portanto, a ginástica deve abordar os seguintes temas: • conhecer o contexto histórico-conceitual da ginástica (métodos e modali- dades); • conhecer e vivenciar as modalidades de ginástica (rítmica, artística, acrobá- tica, circense, laboral, localizada, academia, aeróbica); • identificar as modalidades de ginástica e seu desenvolvimento até os dias atuais; • vivenciar movimentos de transferência de peso, deslocamento, salto, giro, torção, equilíbrio, desequilíbrio, inclinação, expansão, contração, entre ou- tros; • reconhecer a influência da mídia nos padrões de comportamento do/no corpo; • compreender a influência da mídia, ciência e indústria cultural nas práticas corporais; • aplicar conteúdos nos quais os alunos vivenciem e aprendam a executar
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