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Trabalho da soja e seus derivados 03_05_2022

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CENTRO PAULA SOUZA
ETEC RAPOSO TAVARES
Logística
	
Daniel Ramos Costa
Denis William dos Santos
Janaina Pereira do Nascimento Assis
Letícia Pereira de Assis
Luciana Maria de Souza
Odair Duarte de Assis
A SOJA E SEUS DERIVADOS
São Paulo 2022
Daniel Ramos Costa
Denis William dos Santos
Janaina Pereira do Nascimento Assis
Letícia Pereira de Assis
Luciana Maria de Souza
Odair Duarte de Assis
A SOJA E SEUS DERIVADOS
Monografia apresentado, no curso técnico
emLogística, com linha de formação em Planejamento Organizacional Etec RaposoTavares,
orientado pelo Prof. Silvio Cavallari Junior, como requisito
parcial para a obtenção do título de técnico
em Logística
São Paulo 2022
RESUMO
Neste trabalho foi possível descrever sobre a importância da soja e seus derivados na utilização da alimentação humana e animal, entender que é um alimento muito utilizado na produção alimentar, por ser rico em proteínas e conter diversos componentes, e que está em alta devido aos seus vastos benefícios à saúde. Na soja é possível encontrar diversos compostos como vitaminas, proteínas e fibras. Este estudo teve o objetivo, realizar pesquisas sobre a soja e seus derivados, entender à importância da expansão do fruto no Brasil, compreender qual melhor forma de armazenamento, avaliar os meios de uso da logística e também foi possível utilizar a ferramenta de análise SWOT, para analisar o ambiente interno e externo, da competitividade no Brasil e na produção e comercialização de soja.
Palavra-chave: Soja, derivados, proteínas, componentes, benefícios, alimentação, saúde, expansão e SWOT.
Abstract
In this work it was possible to describe the importance of soybean and its derivatives in the use of human and animal feed, understand that it is a food widely used in food production, because it is rich in proteins and contains several components, and that it is on the rise due to its vast health benefits. In soy it is possible to find several compounds such as vitamins, proteins and fibers. This study aimed to conduct research on soybean and its derivatives, understand the importance of fruit expansion in Brazil, understand the best form of storage, evaluate the means of use of logistics and it was also possible to use the SWOT analysis tool, to analyze the internal and external environment, competitiveness in Brazil and in the production and marketing of soybeans.
	Keywords: Soybean, derivatives, proteins, components, benefits, food, health, expansion and SWOT.
Lista de Ilustrações
Figure 1- Caule híspido	13
Figure 2- Flor	14
Figure 3- Flores	15
Figure 4- Vagem	15
Figure 5- Sementes da soja	16
Figure 6- Raizes secundária	17
Figure 7-Apresenta o ciclo vegetativo da soja, contendo fases mais importantes das plantas de soja.	17
Figure 8- Armazenamento com sistema secagem convencional	21
Figure 9-Representação da movimentação da água durante a secagem	21
Figure 10-– Equipamento representando a secagem com ar natural ou com baixa temperatura, mostrando a frente de secagem (FS)	22
Figure 11- – Fator que mais interferem na qualidade dos grãos durante armazenagem.	24
LISTA DE TABELAS
	
Tabela 1 - Produção da Soja	12
Tabela 2 - Quantidade de proteínas	12
LISTA DE QUADROS
	
Quadro 1 AnáliseSWOT……………………………………………………………………………………………..34
SUMÁRIO
1 - A origem do grão de soja	8
2 - A expansão da soja no Brasil	9
3 - As Características da soja	12
4 - Os benefícios da soja e seus derivados	18
5 - Como são feito o armazenamento da soja	20
6 - A logística de transporte da soja no Brasil	27
7 - A importância da soja e seus derivados para a economia brasileira	30
8 - Análise de SWOT da soja no Brasil	33
9 - Conclusão	36
10 - Referências Bibliográficas:	37
1 -A origem do grão de soja
A soja é uma planta originária da Ásia, da região do rio Yangtzé, do Nordeste da China. Sua espécie mais antiga, a soja selvagem, crescia principalmente nas terras baixas e úmidas, nas proximidades dos lagos e rios da China Central. 
Segundo Magnoni (2001), a soja é uma planta leguminosa que está na cadeia alimentar a 5.000 anos e tem sido parte essencial da dieta Asiática há muitos anos. Relatos, dos mais antigos diziam que a planta era cultivada no período entre 2833 e 2838 anos A.C., quando a soja era considerada um grão sagrado necessário à vida, ao lado do arroz, do trigo, da cevada e do milheto. Um dos primeiros registros do grão está no livro "Pen Ts'ao Kong Mu", que descrevia as plantas da China ao Imperador Sheng-Nung, considerado o “pai” da agricultura chinesa, que deu início ao cultivo de grãos como alternativa ao abate de animais. Para alguns autores, as referências da soja são ainda mais antigas, remetendo ao "Livro de Odes", publicado em chinês arcaico.
A soja faz parte da dieta dos Chineses, que foram os primeiros a cultivá-la na Ásia. Por séculos, eles e os outros povos orientais, como Japoneses e Coreanos, tem feito o uso da soja na alimentação, como uma das principais fontes de proteínas e lipídios (fração oleosa), fibras, sais minerais e vitaminas do complexo B, raramente presentes em alimentos de origem vegetal. Em sua totalidade, eles levaram cerca de três mil anos para expandir o produto no continente. 
Atualmente, o mundo ocidental também vem reconhecendo a soja como alimento funcional, que pode colaborar na maioria da saúde e na qualidade de vida.
O fruto da soja que hoje cultivamos é muito diferente dos seus ancestrais que lhe deram origem, que eram plantas rasteiras e que evoluíram pelo aparecimento de plantas oriundas de cruzamentos naturais entre duas espécies de soja selvagens, que foram domesticadas e melhoradas por cientistas da antiga China que, através de sucessivos processos de cruzamentos dos genótipos ancestrais, passaram a direcionar a seleção visando obter as características mais desejadas.
Por séculos, a cultura permaneceu restrita ao oriente, só sendo introduzida no ocidente, pela Europa, por volta do século XV, não com finalidade de alimentação, como acontecia na China e Japão, mas de ornamentação, como na Inglaterra, França e Alemanha. Mais de quinhentos anos passaram-se até que a civilização ocidental percebesse o valor do grão de soja na alimentação, principalmente o seu valor protéico.
O cultivo comercial se inicia nos primeiros anos do século XX, a soja passou a ser cultivada, produzida e comercializada pelos Estados Unidos e, a partir daí, essa leguminosa se expandiu mundialmente, devido o rápido crescimento na produção, e por ter encontrado terras mais férteis nas Américas. Na segunda década do século XX, o teor de óleo e proteína do grão começa a despertar o interesse das indústrias mundiais. Com isso, ocupou um lugar de destaque dentro do mercado Agribusiness (agronegócios) no mundo.
2 - A expansão da soja no Brasil
A soja é uma cultura agrícola de grande importância econômica para o Brasil, sendo a principal cultura do agronegócio brasileiro. Ela foi introduzida no Brasil através dos primeiros imigrantes japoneses por volta de 1908, porém o Brasil estava com a produção rural voltada para o café, por isso a soja não ocupou seu espaço e não se desenvolveu. 
Nesse primeiro momento o Brasil utilizava uma técnica muito boa, importava soja dos Estados Unidos para vender, produzir e até comercializar na região Sul, visto que o fruto vinha de um plantio onde a zona climática era de clima frio e temperado. Com isso, pegou forma de como a planta se reproduzia com a temperatura mais amena, passou à investir até que se desenvolvesse no Brasil.
O crescimento efetivo da soja só ocorreu em 1970, impulsionado pela indústria de óleo e pelas necessidades impostas pelo mercado mundial, que já era a principal cultura do agronegócio nacional:a produção havia passado do 1,5 milhões de toneladas em 1970 para mais de 15 milhões de toneladas em 1979. 
Cerca de 79% da produção mundial de soja é destinada principalmente a produção de ração animal que, através do grão de soja, faz-se o farelo de soja, esse farelo serve para preparara ração para os animais, até mesmo a ração do cachorro. Mas é muito utilizado na área bovina, suína, avicultura, eqüino e para os pets. A principal utilização da soja hoje no mundo é para produção de rações de animais. A outra grande parte é utilizada para dar origem ao óleo. Também a soja é bastante utilizada nas indústrias farmacêuticas, esse ramo que está em constante crescimento.
Nesta época de 1970, à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), começou a cuidar da parte agrícola do Brasil, da agropecuária do País, e, também conseguiu dar origem a soja que se adaptou ao clima mais quente, soja tropical. Já com o cenário sob controle e arrumado foi possível expandir a soja no território brasileiro e assim tornar á expansão do agronegócio da agricultura, um grande marco no território do País. Inicialmente o território produtor de soja ocorreu no Paraná, depois expandiu em direção a região central.
Em meados dos anos 50, 60 e 1970, o Brasil conhece um novo processo “Revolução Verde”. Esse processo envolve algumas técnicas e novas tecnologias a serem utilizadas nas transformações da agricultura Brasileira em escala global, através do desenvolvimento e incorporação dos novos meios tecnológicos para aumentar a produção e permitir à expansão de soja na fronteira agropecuária. Essas novas tecnologias que à instituição EMBRAPA, em parceria com outras empresas, foi desenvolvida para motivar os grandes fazendeiros e até pequenos agricultores buscarem cultivar a soja no Brasil, até conseguir expandir o fruto. Também foram ofertadas terras com custo bem em conta na região central do Brasil, principalmente no centro Oeste, onde o governo concedeu linha de crédito para desenvolver o cultivo da soja e até à expansão da fronteira agrícola, entre os anos 1970 e 1980.
No final da década de 60, dois fatores internos fizeram o Brasil começar a enxergar a soja como um produto comercial, fato que mais tarde influenciaria no cenário mundial de produção do grão. A produção multiplicou-se por cinco (passaram de 206 mil toneladas, em 1960, para 1, 056 milhões de toneladas, em 1969). A maior parte desse volume, 98%, foi produzido nos três estados da Região Sul, onde o trigo era a principal cultura do Sul do Brasil e a soja surgia como uma opção de verão, em sucessão ao trigo. O Brasil também iniciava um esforço para produção de suínos e aves, gerando demanda por farelo de soja.
A partir dos anos 80, foi possível perceber que a produção de soja se destacou na região do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas principalmente na região do Mato Grosso que até outubro de 2021, era o maior produtor de soja do País. Essa mudança da soja no perfil Brasileiro foi marcada quando as áreas destinadas à pastagem do gado perderam seus espaços e foram destinadas ao plantio e cultivo da soja. Até as áreas que eram destinadas ao cultivo de milho, algodão e arroz, foram direcionados para cultivar soja. Desse momento em diante, a soja começou a impactar dentro da agricultura do território brasileiro, provocando um reordenamento espacial de cultivo, área que antes era de pasto sendo substituído por plantio de soja. Essa expansão da fronteira agrícola ocorre no Sul em direção ao centro Oeste, a caminho da região Norte do Brasil e região Nordeste, principalmente no acrônimo conhecido comoMATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), ou seja, o Nordeste recebendo a expansão da soja, fato é que o fruto, é um dos principais cultivos brasileiro que tem grande importância nas importações do país.
A primeira referência da Soja no Brasil veio pela Bahia, por volta de 1882, sete anos antes do fim do reinado de Dom Pedro II. O responsável pelos primeiros estudos com a cultura no país foi o professor Gustavo Dutra, da Escola de Agronomia da Bahia. Em 1892, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), no Estado de São Paulo, iniciou estudos para obtenção de cultivares aptos à região. Nessa época, o interesse pela cultura não era pelo seu material nobre, o grão, era mais pela planta como uma espécie a ser utilizada como forrageira e na rotação de culturas. Os grãos eram administrados aos animais já que ainda não havia o seu emprego na indústria. Logo depois, já com mais fôlego, ela passou a ser cultivada também no Rio Grande do Sul, onde se adaptou melhor devido às condições climáticas da zona temperada.
Em 1966, a produção comercial de soja já era uma necessidade estratégica, sendo produzida cerca de 500 mil toneladas no País.
A China é o principal cliente do Brasileiro na compra de soja.
A soja e o gado combinam muito, porque a partir da soja, se dá origem a ração animal que alimenta o gado, para desenvolver a Pecuária. O agronegócio no Brasil é pautado na agropecuária, e a expansão da fronteira agrícola vai avançando e devastando um Bioma chamado de Pampas na região Sul e outro Bioma chamado de Cerrado na região central do Brasil, além do Bioma que é a Amazônia.
Analisando os dados do Brasil, temos o estado do Mato Grosso como o maior produtor de soja do país, seguido por outros grandes produtores. Na tabela 1 apresenta - se os resultados por estadoda produção de soja emárea plantada por hectares.
	
Tabela 01 - Produção da Soja
	Estado
	Produção (Toneladas)
	Área plantada (Hectares)
	Produtividade (Kg/ha)
	Mato Grosso
	35.947 M
	10.294 Milhões
	3.492 K
	Rio Grande do Sul
	20.164 M
	6.055 Milhões
	3.330 K
	Paraná
	19.872 M
	5.618 Milhões
	3.537 K
	Goiás
	13.720 M
	3.694 Milhões
	3.714 K
Fonte: CONAB (Levantamento de 05/2021)
Conclui-se com a análise feita dos números de soja exportada que, o Brasil vem expandindo e se tornando o maior exportador de soja do mundo. De acordo com a Agrostat, foram exportadas 74,1 milhões de toneladas de soja em grão, representando U$ 28, 561 bilhões (2020). A exportação de farelo foi de 16,7 milhões de toneladas, totalizando U$ 5, 910 bilhões (2020). Já a exportação de óleo ficou em 1,0 milhões de toneladas, representando U$ 0,761 bilhão (2020). No total, foram U$ 35, 232 bilhões (2020) exportados.
A produção de soja no Brasil não para de crescer, e o grão é o grande destaque entre as culturas no país. De acordo com as previsões do 1º levantamento da Safra Grãos 2021/22 divulgado em outubro pela Conab, a estimativa é de que a produção total de soja no país fique em 288,61 milhões de toneladas, o que representa um novo recorde para a agricultura nacional.
3 -As Características da soja
A soja (Glycine max (L) Merrill) cultivada no Brasil, para a produção de grãos, é uma planta herbácea, da classe Rosideae, ordem Fabales, família Fabaceae, subfamília Papilionoideae, tribo Phaseoleae, gênero Glycine L., espécie max. Essa planta tem em sua genética, tanto no ciclo vegetativo (período compreendido da emergência da plântula até a abertura das primeiras flores), como no reprodutivo (período do início da floração até o fim do ciclo da cultura), principais variedades com a finalidade de traçar estratégias comerciais e de negociações externas para gerar valores pro país. Por isso, que no Brasil a soja é a cultura mais importante em área plantada.
Há grande diversidade de ciclo. A estatura das plantas varia, dependendo das condições do ambiente e da variedade (cultivar). A estatura ideal está entre 60 a 110cm, o que, em lavouras comerciais, pode facilitar a colheita mecânica e evitar o acamamento. O ambiente também influencia sua floração e, conseqüentemente, seu ciclo. A floração da soja responde ao nictoperíodo, ou duração da noite. Para facilitar a compreensão, normalmente fala-se em fotoperíodo, que é a duração do dia, e diz-se que a soja é uma planta de dias curtos, uma vez que, sob dias longos, ela atrasa seu florescimento e alonga seu ciclo. Com o uso da característica do florescimento tardio em dias curtos, ou do chamado “período juvenil longo”, não há mais restrição foto periódica ao plantio comercial de soja, mesmo sob a linha do equador, o que rendeu ao Brasil o título de país que “tropicalizou” a soja. De modo geral, os cultivares disponíveis no mercado brasileiro de soja tem ciclos entre 60 e 120 dias,e são classificados em grupos de maturação com base no seu ciclo e essa classificação varia conforme a região, são os precoces, semiprecoce (101 a 110dias); médio (111 a 125 dias); semitardio (125-145 dias) e tardio (>145 dias), dependendo da região. 
As principais variedades comerciais apresentam caule híspido, pouco ramificado, com tamanho que varia entre 80 e 150 cm, dependendo da variedade e do tempo de exposição diário à luz, e raiz com eixo principal e muitas ramificações. Sua terminação apresenta racemo, em variedades de crescimento determinado, ou sem racemo terminal, em variedades de crescimento indeterminado.
Figure 1- Caule híspido
No decorrer do ciclo da planta, são distinguidos quatro tipos de folhas: as que possuem folhas trifolioladas (exceto o primeiro par de folhas simples, no nó acima do nó cotiledonar) ou compostas, pró filos simples e folhas primárias ou simples. Sua cor, na maioria dos cultivares, é verde pálida e, em outras, verde escura.
Figure 2- Flor
A soja tem flores de fecundação autógama, ou seja, uma planta polinizada por ela mesma e não por outras plantas, mesmo que vizinhas a ela, com flores perfeitas e órgãos masculinos e femininos protegidos dentro da corola. São típicas da subfamília Papileonoideae, podem apresentar coloração branca, roxa ou intermediária de 3 até 8mm de diâmetro. Insetos, principalmente abelhas, podem transportar o pólen e realizar a polinização de flores de diferentes plantas, mas a taxa de fecundação cruzada, em geral, é menor que 1%. O início da floração dá-se quando a planta apresenta de 10 até 12 folhas trifolioladas, onde os botões axilares mostram racemos com 2 até 35 flores cada um.
Figure 3- Flores
Desenvolvem vagens (legumes) da soja levemente arqueadas, peluda, que à medida que amadurecem, evoluem da cor verde para amarelo-pálido, marrom-claro, marrom ou cinza, e que podem conter de uma a cinco sementes lisas, elípticas ou globosas, de tegumento amarelo pálido, com hilo preto, marrom, ou amarelo-palha. É formado por duas valvas de um carpelo simples, medindo de 2 até 7cm, onde aloja de 1 até 5 sementes. Apresentam crescimento indeterminado (sem racemo terminal), determinado (com racemo terminal) ou semideterminado (intermediário).
Figure 4- Vagem
As sementes de soja são Lisas, ovais, globosas ou elípticas. Podem também ser encontradas nas cores amarela, preta ou verde. O hilo é geralmente marrom, preto ou cinza.
Figure 5- Sementes da soja
O sistema radicular da soja é constituído de um eixo principal e grande número de raízes secundárias, sendo classificado com um sistema difuso. O comprimento das raízes pode chegar a até 1,80 m. A maior parte delas encontra-se a 15 cm de profundidade.
Figure 6- Raizes secundária
O nó da folha unifoliolada é o primeiro nó ou ponto de referência a partir do qual se começa a contagem para identificar o número de nós foliares superiores. Nesse único nó, as folhas unifolioladas (simples) são produzidas em lados opostos da haste e com pecíolos pequenos. Todas as outras folhas verdadeiras formadas pela planta são trifolioladas (compostas), com períodos longos, e são produzidas unicamente (em nós diferentes) e alternadamente (de lado a lado) no caule.
Figure 7-Apresenta o ciclo vegetativo da soja, contendo fases mais importantes das plantas de soja.
Adaptado de Iowa State University, Special Report, nº 53, 1988.
Todas as vantagens e desempenho dessa cultura são possíveis graças à constante pesquisa e inovação desenvolvidos no País, visando cultivares cada vez mais adaptadas e produtivas.
O mais importante é a escolha da variedade ideal para cada localidade, levando em consideração a cultivar adaptada ao clima, os fatores de fertilidade, a doenças de solo e ao investimento do produtor. Atualmente, as empresas possuem inúmeras estações de pesquisa distribuídas pelo País, buscando mais informações de adaptabilidade e comportamento das cultivares em diferentes locais, a fim de auxiliar os produtores na escolha correta da variedade de soja.
“Na realização do plantio é importante atentar para a regulagem de sementes e à profundidade de plantio, evitando o envelopamento dos discos, possibilitando sementes com profundidades uniformes e uma lavoura bem implantada”
4 - Os benefícios da soja e seus derivados
A soja e seus derivados trás para nós seres humanos uma importante riqueza e eficácia a saúde. A soja pode ser consumida na forma de grãos, mas também existem produtos preparados a base desse alimento, como farinhas, bebidas vegetais, tofu, proteína de soja, molho de soja, óleo de soja, ou seja, seus derivados.
Sendo um alimento muito rico em proteínas, a soja é o principal substituto para a carne pelos vegetarianos. Ainda que existam vários outros vegetais ricos em proteínas, ela é a única que contém a proteína completa, ou seja, contém todos os aminoácidos que precisamos consumir pela alimentação. Portanto, para uma alimentação sem carne, a soja é a melhor opção para evitar a necessidade de complementos vitamínicos.
A farinha de soja desengordurada, por exemplo, são muito utilizadas no enriquecimento protéico de pães, bolachas, tortas e todo o tipo de confeitaria.
Pelas suas características funcionais e por possuir um teor de proteína elevado, o isolado protéico de soja é muito utilizado no fabrico de produtos substitutos da carne. Se compararmos um Kg de soja com um Kg de qualquer alimento comum, veremos que a soja contém uma quantidade significativamente maior de proteínas.Na tabela 2 apresenta - se os resultados da quantidade de proteínas de cada alimento.
Tabela 2 – Quantidade de proteínas
	1 Kg de soja
	= 2 Kg de carne de vaca
	
	= 5 Kg de Arroz
	
	= 3 Kg de feijões/grãos
	
	= 11 litros de leite
Fonte: Fiesp (2020)
A presença cada vez mais constante na dieta da maioria dos países desenvolvidos e a crescente investigação que é feita relativamente às suas propriedades e aplicações fazem da soja o Alimento do Futuro.
Os principais tipos de soja para nosso consumo são a amarela (a mais produzida), a preta e a edamame. A preta possui todos os benefícios da amarela para nossa saúde, além de conter uma grande quantidade de antioxidantes chamados fitoesteróis, devido à sua coloração escura. Ela também contém antocianinas – um fitoquímico apontado como auxiliador na perda de peso, pois age em nossas células de armazenagem de gordura. Já o edamame é o grão de soja ainda imaturo; seu consumo oferece a mesma carga de proteínas que as outras variedades, além de sais minerais e vitaminas como a A e C.
Esse grão também é indicado para ganho saudável de peso, como o de massa muscular por exemplo. Para dietas hipercalóricas ou hiper proteicas, a soja tende a ser um dos alimentos mais seguros por sua alta carga protéica, mas pouco colesterol ou açúcar.
Sendo assim os principais benefícios são:
Reduz o colesterol - Os benefícios do consumo desse grão vão além de questões nutricionais. Por ser rica em gorduras poli-insaturadas, a soja contribui na diminuição do LDL (também conhecido como colesterol ruim) e aumento do HDL (colesterol bom). Isso contribui para uma boa saúde cardiovascular, reduzindo o risco de infartos e AVCs.
Menopausa- O vegetal tem sido relacionado com a redução dos efeitos da menopausa. Isso se deve ao alto teor de isoflavonas encontradas nos grãos. A isoflavona é um fitoquímico que atua no organismo feminino de maneira similar ao estrogênio. Logo a soja pode atuar na reposição hormonal feminina de pequena escala, o que auxilia a atenuar sintomas como a sudorese e calores excessivos, flutuações de humor e problemas do sono. Contudo, a soja não é capaz de anular todos os sintomas da menopausa, assim como não terá grandes resultados quando os sintomas forem muito severos.
Saúde dos ossos - As isoflavonas também atuam na redução da perda óssea, prevenindo contra a osteoporose, sobretudo em mulheres na menopausa. O grão ainda oferece uma quantidade significativa de cálcio. Entretanto, outra substância presente na soja, o ácido fítico, dificulta a absorção de cálcio pelo organismo.Por conta disso, recomenda-se deixar os grãos ou farelos de soja de molho em água por cerca de 8 horas e depois escorrer. Isso diminui as concentrações do ácido no alimento, reduzindo seus efeitos no corpo.
Câncer de mama - Outro efeito positivo da isoflavona para mulheres é a redução do risco de câncer de mama, apontou uma pesquisa do Reino Unido. A incidência da doença em mulheres que consumiram alimentos com altas concentrações de isoflavonas durante o estudo foi quase 50% menor.
Benefícios para gestantes - A soja pode prevenir problemas durante a gestação. Os grãos contêm uma quantidade muito alta de vitaminas do complexo B., além de uma boa quantidade de ácido fólico. Essa combinação previne a má formação neural do neném, o que acaba ajudando na saúde dele após o nascimento.
5 -Como são feito o armazenamento da soja
Ao final da colheita da soja a umidade dos grãos é medida e, quando necessário, passam pelo procsso de secagem e são armazenados. Esse processo é de grande importância no processo produtivo, pois ele que determinará a capacidade dos grãos de manter as suas propriedades nutricionais até o momento de seu uso para a alimentação animal ou humana.
Os grãos podem ser armazenados sob condições controladas por períodos longos sem que sofram alterações muito prejudiciais.
O armazenamento dos grãos de soja ocorre basicamente em três etapas que são: a limpeza, a secagem e o armazenamento. A primeira etapa pode ser eliminada se durante a colheita se o processo de limpeza for eficiente. A secagem é uma fase que caracteriza - se como o processo de remoção de água dos grãos até os níveis que permitam o armazenamento. Após a colheita os grãos de soja precisam estar bem secos, pois na agricultura, a secagem é representada pelo deslocamento de água das sementes para seu exterior. Esse processo só é possível ocorrer devido às diferenças de potencial hídrico existentes. Assim, para que essas trocas aconteçam, é necessário que haja diferença de pressão de vapor, fazendo com que a água se movimente da região de maior para a região de menor pressão.
Figure 8- Armazenamento com sistema secagem convencional
Na prática agrícola esse processo ocorre da seguinte forma:
· Pressão de vapor do grão > Pressão de vapor do ar = Secagem
· Pressão de vapor do grão < Pressão de vapor do ar = Umedecimento
· Pressão de vapor do grão = Pressão de vapor do ar = Equilíbrio Higroscópico
Figure 9-Representação da movimentação da água durante a secagem
O processo de secagem mais comum de grãos faz uso do que chamamos de secador de soja(silo).
Os grãos são normalmente armazenados em silos verticais, semi-esféricos, cilíndricos de folhas laminadas, ou em armazéns e galpões de alvenaria, desde que supram certos requisitos tais quais:
· Permitir ventilação controlada;
· Vedar a entrada de insetos e roedores;
· Evitar umidade e luz;
· Assegurar cargas e descargas fáceis;
· Permitir o revolvimento periódico do material.
Figure 10-– Equipamento representando a secagem com ar natural ou com baixa temperatura, mostrando a frente de secagem (FS)
Mas, além de retirar a umidade do grão, este equipamento contribui com as seguintes vantagens:
· Permite antecipar a colheita, disponibilizando a área para novos cultivos;
· Minimiza as perdas de produto no campo;
· Permite o armazenamento por longos períodos, sem a ocorrência de problemas com a deterioração do grão de soja;
· Impede o desenvolvimento de microrganismos e insetos durante o armazenamento;
· Menor perda de grãos por deiscência/degrane natural.
Para que se tenha uma boa conservação dos grãos de soja, a secagem é a etapa mais fundamental.
Este processo caracteriza-se como a remoção de água dos grãos até atingir os níveis que permitam a eficiência do armazenamento por períodos mais ou menos longos e também minimiza riscos na venda do produto, diferentemente das condições impróprias, que podem comprometer os ganhos conquistados em uma safra inteira.
Mas é importante que saibamos que o teor de água de um grão mais adequado para seu armazenamento depende da espécie e do período que se pretende armazenar os grãos.
O teor de umidade é o principal fator que governa as qualidades do produto armazenado, sendo de grande importância também do ponto de vista comercial, pois ela pode alterar substancialmente o peso do produto. 
Essa qualidade do armazenamento pode ser influenciada pelos seguintes aspectos:
· Teor de umidade do grão a ser armazenado;
· Temperatura;
· Umidade relativa do ar;
· Presença de pragas e doenças que podem interferir na qualidade do armazenamento.
Figure 11- – Fator que mais interferem na qualidade dos grãos durante armazenagem.
No caso da soja, é importante compreender que a maturação fisiológica ocorre nos grãos com níveis de umidade entre 45 e 50%, sendo a colheita mecânica realizada com teores entre 20 e 14%. A remoção da umidade deve ser feita em um nível tal que o produto fique em equilíbrio com o ar do ambiente onde será armazenado e deve ser feita de modo a preservar a aparência, as qualidades nutritivas e, no caso de grãos, a viabilidade como semente.
Assim, para o armazenamento, recomenda-se que a armazenagem ocorra com os seguintes teores:
·  Por um período de até um ano, recomenda-se a secagem até atingirem 11% de umidade;
· Caso o armazenamento seja superior a um ano, essa umidade deverá chegarentre 9 e 10% a depender da temperatura ambiente e da umidade relativa do ar.
Mas, independentemente disso, o uso de um secador de soja será indispensável, para que o processo de armazenamento dos grãos ocorra de forma mais eficaz e com o mínimo de perdas.
Durante o armazenamento, deve-se atentar também a temperatura dos grãos, movendo o ar fresco através da massa de grãos. A massa de grãos armazenada constitui um ecossistema em que estão presentes elementos abióticos e bióticos. Os abióticos são as impurezas e o volume de ar, enquanto os bióticos são organismos tais como os próprios grãos, insetos, ácaros, microrganismos e roedores. As técnicas de conservação de grãos fundamentam-se na manipulação dos fatores intrínsecos, ou seja, fatores que interferem na conservação dos alimentos, e extrínsecos, quando relacionados com o ambiente no qual o alimento se encontra à massa de grãos, visando à preservação das qualidades dos produtos armazenados. Esse procedimento constitui a aeração, que é a operação em que se provoca, por meios mecânicos, a circulação do ar ambiente para melhorar as condições de armazenamento. Os principais objetivos da aeração são: impedir a migração de umidade; resfriar a massa de grãos e remover maus odores. Como regra geral, os problemas de aeração podem ser minimizados mantendo a temperatura dos grãos abaixo de 15° C para controlar o crescimento e a atividade dos insetos.
Termômetros devem ser instalados no interior do silo, para permitir, através de um sistema de controle eletrônico em um painel, que sejam observadas as condições de temperatura no interior do graneleiro, em tantos pontos quanto sejam os termômetros distribuídos, da superfície do produto armazenado ao fundo do depósito, e em toda a sua extensão. Sem um controle de temperatura interna e com um empilhamento excessivo ocorre um auto-aquecimento dos grãos decorrentes dos processos respiratórios o que leva a uma ativação das enzimas lípases que hidrolisam o óleo, elevando a sua acidez livre. Um depósito não inspecionado pode favorecer um auto-aquecimento dos grãos o que culmina eventualmente com uma autocombustão.
Uma característica positiva dos grãos é a possibilidade de serem armazenados por longo período de tempo, sem perdas significativas da qualidade. Entretanto, o armazenamento prolongado só pode ser realizado quando se adotam corretamente as práticas de colheita, limpeza, secagem, combate a insetos e prevenção de fungos.
Com o aumento da produtividade, necessariamente há que se aprimorarem as condições de armazenagem. O nível tecnológico do armazenamento será estabelecido de acordo com o volume a ser armazenado e a disponibilidade de recursos para a construção e paraos equipamentos que constituirão a unidade armazenadora. Os grãos de soja podem ser armazenados a granel, em silos ou armazéns herméticos, ou em sacarias em armazéns, no caso de sementes. O sistema a granel é a forma mais comum de se armazenar, em função dos avanços tecnológicos disponíveis aos produtores. 
É valioso observar que o teor de água, a umidade relativa do ar e a temperatura devem estar em equilíbrio para manter a qualidade do armazenamento dos grãos. Por fim, é importante salientar que, durante o armazenamento, não se pode melhorar a qualidade dos grãos, pois se colhidos e secos inadequadamente permanecerão com baixa qualidade, sendo que o armazenamento não tem influência sobre esse aspecto.
No armazenamento, as perdas estão relacionadas à falta de mão de obra qualificada para o manuseio dos grãos e as condições inadequadas dos silos de estocagem.
Abaixo dados importantes divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre a capacidade de armazenagem da soja nas regiões do Brasil.
A capacidade de armazenamento agrícola no Brasil foi de 176,3 milhões de toneladas no segundo semestre de 2020, o que representa uma redução de 0,1% em relação ao semestre anterior. O número total de estabelecimentos ativos ficou estável em 7,9 mil. Os dados estão na Pesquisa de Estoques, divulgada em (10/06/2021) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre as regiões, sudeste e Sul tiveram quedas de 0,1% na armazenagem total e as demais mantiveram a estabilidade. A maior parte da armazenagem de grãos é feita em silos, que respondem por 49,5% da capacidade do país. No semestre analisado, o volume dos silos chegou a 87,3 milhões de toneladas, um aumento de 0,6% em relação ao primeiro semestre de 2020.Em seguida aparecem os armazéns graneleiros e granelizados, que respondem por 37,5% da armazenagem nacional. Esse tipo de estoque atingiu 66,1 milhões de toneladas de capacidade útil armazenável, uma marca que é 0,6% menor do que a verificada no semestre anterior.
Já os armazéns convencionais, estruturais e infláveis representam 13% da capacidade total de armazenagem nacional e somou 22,9 milhões de toneladas, uma queda de 1,6% em relação ao primeiro semestre de 2020.
Os silos predominam na região Sul, respondendo por 61,7% da capacidade armazenadora regional e 49,8% da capacidade total de silos do país. Os graneleiros e granelizados são mais frequentes no Centro-Oeste, com 53,4% da capacidade da região e 55,6% do total nacional.
Já os armazéns convencionais, estruturais e infláveis aparecem mais no Sul, com 35,3%, e no Sudeste, com 31,1% do total. Segundo o IBGE, o Sudeste é a principal região produtora de café, que é armazenado em sacarias e utiliza este tipo de armazém.
Entre os estados, Mato Grosso possui a maior capacidade de armazenagem do país, com 43,6 milhões de toneladas, sendo 58,8% do tipo graneleiros e 34% de silos. O Rio Grande do Sul conta com 32,7 milhões de toneladas de capacidade e o Paraná, 32,1 milhões.
6 - A logística de transporte da soja no Brasil
O sistema da logística e distribuição passa a ser determinantes na cadeia agroalimentar, principalmente, no que se refere à margem de lucro, isto devido às profundas mudanças técnicas e organizacionais.
No Brasil, até o início da década de 1970, a soja praticamente não tinha importância econômica. Porém, a partir daí, a produção brasileira de soja teve um crescimento significativo. Seu cultivo inicial deu-se na região Sul do país, expandindo-se, num segundo momento, para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte.
O transporte é uma etapa importante de um processo, no qual necessita suprir as necessidades dos consumidores referentes a preço, qualidade e prazo de entrega. Em função do crescimento da produção da soja no país é de extrema importância que haja uma logística eficiente para a fluidez do produto. A logística surgiu para enfrentar um problema, ou seja, estreitar a lacuna entre a produção e a demanda, a fim de que os consumidores tenham bens e serviços quando e onde quiserem, e na condição física que desejarem.
 A logística de transporte é a principal atividade de um processo, ela envolve a melhor alternativa do modal a ser utilizado garantindo um baixo custo e um tempo mínimo para a entrega do produto. Na logística esses modos são conhecidos como modais de transportes. O transporte é a atividade logística que absorve em média de um a dois terços dos custos logísticos, e refere-se às diversas práticas de movimentar os produtos. As alternativas são os modos rodoviário, ferroviário, aquaviário, duto viário e aéreo.
No agronegócio com predominância em transportes de produtos com baixo valor agregando em longas distancias, o mercado passa a exigir velocidade, qualidade e um baixo custo, desta forma a escolha do melhor modo torna-se um fator de grande relevância. Os modais são os meios de transporte que irão fazer com que o produto chegue ao seu destino. Na produção da soja, surge a necessidade de alternativas de remanejo e distribuição física do produto, necessitando de uma logística competente.
A seleção do modal tem o objetivo de determinar a forma que o produto será transportado. Os modais de transporte possuem características operacionais, objetivos, vantagens, desvantagens e principalmente custos diferentes, tornando assim mais adequado para o transporte de determinados tipos de produtos.
A soja brasileira possui um preço mais atrativo em relação aos outros países quando sai da área rural, mas acaba se tendo um preço mais elevado por causa da deficiência logística no seu transporte. O custo do transporte brasileiro representa 30% do valor final do produto. A soja brasileira é transportada atualmente por meio de três modais: rodoviário com 68%, ferroviário com 25% e aquaviário com 7%. No caso dos EUA, mesmo tendo distâncias médias parecidas com as do Brasil, o seu transporte é realizado, com 61% por hidrovias, 23% por ferrovias e, apenas 16%, por rodovias.
O transporte rodoviário – É o modal com maior predominância no país, ele é o responsável por 68% do transporte de cargas no Brasil. As características do modal rodoviário são: ser adequado para curtas e médias distâncias; baixo custo inicial de implantação; alto custo de manutenção; poluente; o serviço de entrega porta a porta; maior flexibilidade com grande extensão da malha; velocidade moderada; custos altos para grandes distâncias; baixa capacidade de carga com limitação de volume e peso.
Hoje o sistema rodoviário apresenta algumas falhas como: a sua malha é insuficiente para o atendimento da demanda, sua infraestrutura encontra- se em más condições, estradas precárias não oferecendo a segurança devida e a elevada presença de buracos na pista que leva a diminuição de velocidade, implicando no aumento do tempo e elevação dos custos operacionais.
Os custos operacionais das frotas nacionais poderiam ser reduzidos aproximadamente em 25% caso as rodovias pavimentadas estivessem em ótimo estado de conservação.
O Transporte ferroviário - Se baseia por transportar através de linhas férreas, ocorrendo à locomoção de pessoas ou cargas. Atualmente o Brasil possui uma malha de mais ou menos 30.051 km de extensão, sendo 28.614 km destinados para o transporte de carga e 1.437 de passageiros, localizadas principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. 
As características do modal ferroviário são: transporte apropriado para produtos de baixo valor agregado; transporta produtos de grande escala; adequado para longas distâncias; baixo custo de transporte e manutenção; alto custo de implantação; transporte lento; malha pequena e pouca integração entre os estados. 
O Brasil precisa estender suas ferrovias para se tornar competitivo no mercado de soja. O transporte ferroviário no Brasil apresenta algumas dificuldades que fazem o modal ser menos vantajoso e possuir um elevado custo.
O Transporte aquaviário -O modal aquaviário ou hidroviário consiste em transportar produtos e pessoas por barcos e navios sobre águas. Este estilo de transporte é uma boaopção em termos de operação, em relação a volume e variedade de produtos. Ele não apresenta limites sobre o tipo de mercadoria á transportar e seu volume pode atingir uma capacidade elevada.
Esse tipo de transporte é dividido em três diferentes formas de navegação, a cabotagem que é a navegação ao longo da costa brasileira, a interior que é realizada por meio de hidrovias em percurso nacional ou internacional e a de navegação de longo curso que é desempenhada entre portos brasileiros e estrangeiros.
As características do modal aquaviário são: economicamente viável, eficiente, baixo impacto ambiental comparando aos outros modais, exige menos investimento nas fases de implantação, redução do consumo de energia, menor custo operacional, maior capacidade de concentração de cargas e congestionamento mínimo. O fator de grande influência para determinar se o modal é adequado para transporte da mercadoria desejada é o custo. O benefício do transporte hidroviário é o preço, já que os custos operacionais são baixos e os navios possuem uma alta capacidade de cargas diversas.
O transporte aquaviário é um modal pouco flexível em relação a rotas e horários, por depender das condições de navegabilidade dos rios e mares e possui um controle de tráfego, trazendo uma segurança para a operação do segmento. Ele também possui a característica de atuar com baixas velocidades devido às peculiaridades do canal navegável.
7 - A importância da soja e seus derivados para a economia brasileira
O Agronegócio brasileiro vem focando, cada vez mais, na competitividade e na modernidade. Sendo um setor de extrema importância na economia nacional, pois participa diretamente da geração de renda e emprego, denotando ao país um papel privilegiado no comércio mundial. No Brasil, a soja é considerada como uma das principais commodities agrícolas exportadas. O seu volume de exportações e a sua rentabilidade afetam, diretamente, o PIB nacional e o balanço de pagamentos brasileiro, já que essa commodities é o carro chefe das exportações agrícolas do Brasil. Hoje podemos dizer que a soja é considerada um dos grãos mais importantes da agricultura na atualidade, sendo a principal fonte de renda de muitas propriedades brasileira. 
A crescente demanda mundial de óleo de soja e proteína consolidou a liderança do Brasil no mercado mundial. Conseqüentemente, a produção e venda da soja e seus derivados vêm contribuindo para a movimentação da economia regional, melhorando a vida das pessoas que vivem do agronegócio.
Paralelamente à implantação de novas tecnologias, o produtor brasileiro passou a produzir mais e melhor, o que significa o aumento da necessidade de mais mão de obra também. Na prática, são mais empregos na área rural e nas indústrias.
Normalmente, a alta produtividade costuma estar relacionado às grandes propriedades, o que não é verdade, pois as pequenas propriedades são responsáveis pela maior parte da produção. Assim, podemos mensurar o quanto a soja é importante para os pequenos e médios produtores.
Para melhor compreender, o agronegócio pode ser definido como a conciliação de vários negócios interdependentes. Ou seja, se o maquinário precisa de graxa para funcionar, por exemplo, produtores desse insumo também estão inclusos na cadeia produtiva.
Da mesma forma, se um criador utiliza farelo de soja na alimentação dos gados de corte, esse negócio também está incluso na cadeia produtiva. Por isso, vários autores ressaltam o agronegócio como uma relação de interdependência entre setores.
Assim podemos dizer que a soja, além de ter uma grande importância econômica, sua cadeia produtiva desempenha um papel social essencial no Brasil, empregando milhares de pessoas ligadas direta ou indiretamente ao cultivo da soja, que contribuem para a economia local e regional, possibilitando o crescimento e o desenvolvimento do país. Estima-se que a cadeia produtiva da soja reúna no país mais de 243 mil produtores, e um mercado de 1,4 milhões de empregos (Aprosoja Brasil). Sem falar, que a soja está presente na alimentação humana e animal, sendo uma das principais, se não a principal fonte de proteína para a pecuária, alimentando bilhões de pessoas.
Segundo dados históricos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) na safra 1976/1977, a produtividade média da soja em território nacional era de aproximadamente 1.748 kg.ha-1. Hoje essa produtividade ultrapassa trêst.ha-1, destacando o avanço técnico e tecnológico na sojicultura brasileira.
Conforme informações do 10° Levantamento safra (2020/2021) da Conab, na última safra, a área nacional cultivada com soja apresentou acrescimento de 4,2% em comparação a safra anterior (safra 2019/2020). Além disso, a produtividade observada apresentou aumento de 4,5% em comparação a safra 19/20, resultando em uma produção total de aproximadamente 135.911,7 mil toneladas.
Embora a produção total pareça um tanto quanto grande, cabe destacar que o Brasil é um forte exportador de soja, sendo a China um dos principais destinos do grão. a Exportação influencia diretamente a economia do Brasil, uma vez que o preço da soja é cotado pelo Dólar em bolsas estrangeiras.
Em comparação a outras culturas agrícolas, pode-se dizer que a soja é a cultura com maior participação do valor de produção e uma das principais culturas em extensão territorial, sendo que na safra passada (2020/2021), foram cultivados 38.507,6 mil hectares da oleaginosa.
A liderança da soja na agricultura brasileira se deve principalmente pelo retorno econômico e versatilidade do grão, que pode ser utilizado pela indústria, como fonte de proteína para a criação animal, produção de óleo vegetal ou até mesmo na produção de biocombustíveis. Esses fatos entre outros, fazem da soja uma cultura amplamente difundida, responsável por alavancar o PIB do país, em conjunto com as demais cadeias do agronegócio.
A safra de soja de (2021/2022) deverá ter uma produção de 141,26 milhões de toneladas, segundo estimativas divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume representa um crescimento de 3,9% em relação à safra anterior, quando foram produzidas 136 milhões de toneladas do grão.
Com a estimativa de aumento da demanda chinesa e o câmbio favorável, as exportações devem passar de 83,42 milhões de toneladas, em 2021, para 87,58 milhões de toneladas, em 2022- um incremento de mais de 4% nos embarques.
Dessa forma, o Brasil continuará a ocupar o posto de maior produtor e exportador mundial de soja, seguido pelos Estados Unidos e pela Argentina. Os embarques brasileiros respondem por, aproximadamente, metade de todo o comércio global do grão.
A Conab estima que a área plantada de soja deve aumentar 3,6%, alcançando quase 40 milhões de hectares na temporada que se inicia em setembro de 2021. A produtividade das lavouras terá uma leve melhora, de 0,29% a mais que a safra anterior, e foi estimada em 3.539 kg/ha em 2022.
O crescimento aparentemente baixo da produtividade reflete o alto padrão de tecnologia da sojicultura e uma postura conservadora na análise, afirma o gerente de Inteligência e Análise Econômica da Conab, Fernando Motta. Dessa forma, o resultado pode ser melhor após o início do plantio e a verificação das lavouras.
Apesar do aumento da produção brasileira de soja na próxima temporada, o balanço global entre a oferta e a demanda continuará apertado. Isso acontece devido aos baixos estoques causados pela frustração da safra 2021/2022 nos Estados Unidos, contribuindo para a sustentação dos atuais preços elevados da commodity.
No mercado doméstico, a demanda de esmagamento do grão deve crescer de 46,5 milhões de toneladas, para 51,47 milhões de toneladas, caso seja confirmado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) o aumento de concentração do percentual no biodiesel de B13 para B14.
Dentro desse cenário, com as perspectivas da manutenção da valorização internacional e o real desvalorizado em relação ao dólar, os preços nacionais devem continuar em um patamar elevado.
O valor estimado pelo órgão para a saca de 60 kg de soja noMato Grosso, deve ficar em R$ 142,59, com limite inferior em R$ 116,89 e superior em R$ 168,29. Com isso, as margens brutas em relação ao custo variável devem ficar entre 54,34% e 68,18% na projeção do modelo neutro da Conab para o estado.
Foi a partir de 2020 que o Brasil se oficializou como o maior produtor e exportador de soja do mundo. Foram 126 milhões de toneladas produzidas, e 84 milhões exportadas. Com isso, nosso país representa, atualmente, 50% do comércio mundial da soja, com 126 milhões de toneladas produzidas e 84 milhões exportadas. O Brasil responde hoje por 50% do comércio mundial de soja. Nas duas últimas décadas, o Brasil atingiu a marca de US$346 bilhões em exportações.
A soja é plantada em apenas 4% do território nacional. De acordo com dados da Embrapa, o solo do Brasil é dividido em 66% de vegetação nativa, que representa 554 milhões de hectares; 235 de pastagens, representando 198 milhões de hectares; 4% para urbanização, que representa 38 milhões de hectares; e 8% para produção de grãos, em 60 milhões de hectares. Desses 8%, a soja ocupa 3,5%, que equivale a 33 milhões de hectares.
8 - Análise de SWOT da soja no Brasil
A análise do ambiente externo e interno é uma importante etapa no processo de formulação de estratégias, uma vez que estes ambientes apresentam todo contexto histórico e espacial de uma organização. Esta análise de ambiente constitui uma das principais etapas da administração estratégica, pois o seu monitoramento pode identificar os riscos e oportunidades. Sendo assim, com base no material utilizado para o desenvolvimento do trabalho, concluímos com as seguintes analises do quadro 1, que é possível olhar para dentro e fora da empresa e para o que é positivo e negativo, para obter um panorama completo dos fatores que podem determiner o sucesso do projeto.
Quadro 1 - Análise SWOT
	Forças
	· O Brasil possui um extenso território, que é quase continental, vastas terras com grande potencial para o plantio, solos férteis e além de muitas fontes de água.
· As condições climáticas brasileiras são favoráveis para o plantio, o clima subtropical abrange grande parte do território, ideal para a plantação de várias lavouras.
· A versatilidade da cultura. Ou seja, os grãos podem ser utilizados na alimentação humana, além de ser matéria prima para o farelo e o óleo.
	Fraquezas
	· A capacidade de escoamento de grãos do Brasil chegou muito perto do limite e pode impor barreiras à expansão da produção caso os investimentos em novas rotas de saída não se tornem realidade nos próximos anos.
· Atualmente no Brasil, 58% das movimentações de cargas são feitas pelas rodovias, quando o ideal seria 30%. É o mesmo aproveitamento que deveria ser feito pelas hidrovias, que hoje corresponde a 13%. As ferrovias deveriam ser a principal modalidade utilizada, passando de 25% para 35%.
· Falta de mão de obra qualificada.
· Infraestrutura de transporte inadequada e alto custo de produção.
	Oportunidades
	· Consumo e a demanda por soja no mundo crescerá, pois a população humana contínua aumentando.
· Poder aquisitivo da população Asiática contínua aumentando, onde está o maior potencial de consumo da oleaginosa.
· Temor da doença da vaca louca manterá em alta o consumo de carne suína e de frango, cuja alimentação desses animais é feita com rações à base de farelo de soja.
· Consumo interno de soja deverá crescer, estimulado por políticas oficiais destinadas a aproveitar o enorme potencial produtivo do País, que está excessivamente dependente do mercado externo.
· A produção dos nossos principais concorrentes (EUA, Argentina, Índia e China) tenderá a estabilizar-se por falta de água disponível para expansão em seus territórios.
· A cadeia produtiva da soja brasileira tenderá a isentar dos pesados tributos que ocorre sobre ela, para incentivar a sua competitividade no mercado externo.
	Ameaças
	· Qualquer fator climático adverso pode ser caracterizado como uma ameaça externa, tendo em vista sua imprevisibilidade.
· Qualquer fator econômico adverso também pode ser caracterizado como ameaça externa, como por exemplo, a desvalorização monetária ou crises econômicas internacionais.
· Dependência de adubos e fertilizantes vindo do exterior.
Fonte: Autoria própria.
A ferramenta de análise SWOT nos possibilitou analisar o ambiente interno e externo, da competitividade do Brasil na produção e comercialização de soja.
9 - Conclusão
No Brasil a soja e seus derivados são muito consumidos pela população de origem asiática, devido oferecem excelentes possibilidades, como proteína de alta qualidade para serem empregados sob as mais variadas formas, no processamento de produtos alimentícios destinados ao consumo humano, com melhor valor nutritivo e custos reduzidos.
Assim, pode-se concluir que a soja deve ser incluída na alimentação não somente pelas possíveis vantagens que ela pode nos trazer, mas, principalmente, pelo fato de ser mais uma opção de alimento rico em diversos nutrientes e que contribuirá para a diversificação da alimentação diária contribuindo, do ponto de vista nutricional, para a saúde.
Além de seus benefícios a saúde, também podemos dizer que a soja e seus deverivados contribuem diretamente para a movimentação da economia brasileira, melhorando a vida das pessoas que vivem e dependem do agronegócio.
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https://www.agrolink.com.br/culturas/soja/informacoes/historico_361541.html#:~:text=A%20soja%20chegou%20ao%20Brasil,de%20cultivares%20aptos%20%C3%A0%20regi%C3%A3o.
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Magnoni D. A importância sócio - econômica da soja. Revista qualidade em alimentação e nutrição nº 9, 2001
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FONTE:Blog .goflux.com
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