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PEDIATRIA Convulsõe� n� Infânci� - Aul� Prof. Fernand� Epilepsia A epilepsia pode estar associada muitas vezes a alguma doença crônica (doença neurológica de base) sendo caracterizada por crises recorrentes definidas como uma descarga elétrica excessiva e anormal de um grupo de neurônios. As manifestações podem ser apenas motoras, sensitivas, viscerais e comportamentais, acompanhadas ou não por déficit de consciência, sendo que quando tem é generalizada e quando não tem é parcial. A incidência é alta, sendo que em países pobres ou em desenvolvimento é onde temos o maior número de casos. Crianças e idosos são mais suscetíveis, sendo que na fase precoce da infância geralmente são secundárias a encefalopatia hipóxico isquêmica perinatal (principalmente em prematuros que tem hemorragia intracraniana), infecções do SNC (meningites, etc.), displasias corticais e TCE. Dos 3 aos 10 anos são relacionadas a alguma doença neurológica subjacente, lembrando dos erros inatos do metabolismo. Nos adolescentes podem ser sem causa aparente, com algum componente familiar associado. Classificação Generalizadas: Iniciam com perda total da consciência Parciais Simples: Não apresentam alterações da consciência Parciais Complexas: Algum grau de perda da consciência OBS: Crises parciais simples e complexas podem generalizar-se Crises parciais simples terão sintomas motores, sensitivos, somato-sensoriais, sintomas autonômicos ou psíquicos Crises parciais complexas: podem iniciar como crises parciais simples com alteração de consciência desde o início Crises Generalizadas são Crises Tônico-Clônica Generalizada, Crises de Ausência, Crises Tônicas ou Crises Clônicas. Tônico-clônica: compreende-se duas fases -> na fase tônica há perda de consciência, o paciente cai, o corpo se contrai e enrijece. Já na fase clônica o paciente contrai e contorce as extremidades do corpo perdendo a consciência que após a crise é recobrada gradativamente. Crises de Ausência: são um tipo específico de crise convulsiva, caracterizadas pela interrupção abrupta da atividade e da capacidade de resposta com movimentos associados mínimos, se houver. PEDIATRIA Crises Tônicas: ocorre perda da consciência, queda ao solo, o corpo fica endurecido, respiração irregular, aumento da salivação, coloração arroxeada. Crises Crônicas: São responsáveis por causar movimentos rítmicos ou repetitivos. Em geral, atingem áreas como rosto, braços e pescoço Podemos classificar as epilepsias em síndromes: Lennox-Gasteau: Caráter refratário West: Caráter refratário Rolândica: Prognóstico satisfatório As duas destacadas possuem tratamento difícil e cursam com atraso importante de desenvolvimento, sendo que a de West possui uma hipsarritmia no eletroencefalograma. Caráter refratário: caracterizado por uma predisposição permanente do cérebro em originar crises epilépticas, resultado de uma atividade elétrica anormal do órgão, o que causa convulsões ou comportamento e sensações incomuns, podendo levar até à perda de consciência. ● Os medicamentos devem ter sido escolhidos adequadamente para o tipo de convulsão da pessoa ● Os medicamentos devem ser tolerados pela pessoa ● Os medicamentos devem ser experimentados sozinhos ou em combinação com outros medicamentos para convulsões. A história pessoal e o exame clínico cuidadoso são pontos chaves para o diagnóstico, que é confirmado pelo eletroencefalograma, que ajuda a definir se é uma crise parcial ou generalizada. Devemos realizar RNM sempre que possível para investigar anormalidades que são geradoras do quadro. Como diagnósticos diferenciais na pediatria, temos: Crise da perda de fôlego Tiques Síncopes Distúrbios de sono É necessário experiência e cautela para diferenciar esses quadros Prognóstico 80% evoluem com controle de crises e sem sequelas. Se o início das crises for precoce, há maior chance de lesão cerebral estrutural e deficiência mental, com maior chance de recorrência e pior prognóstico. Mortalidade é 2x maior que a população geral e está relacionado à etiologia e falta de controle terapêutico. Tratamento PEDIATRIA Devemos iniciar sempre se certeza diagnóstica, sendo que o tratamento ideal é o que compreende uma droga única e eficaz, bem tolerada, com custo acessível e com o menor número de doses possíveis. Com o sucesso do tratamento temos uma suspensão lenta e progressiva com duração de cerca de 2 a 5 anos. As principais drogas são: Fenobarbital: Crises neonatais e crises generalizadas (CG) Fenitoína: Crises parciais (CP) e CG Carbamazepina: CP/CG Oxcarbazepina: CP/CG Valproato: Ausência/CG/CP Lamotrigina: Ausência/CG/CP Topiramato: CG/CP Vigabatrina: Espasmos infantis Alguns casos de epilepsias graves exigem associação de mais de uma droga e maior fragmentação das doses. As crises graves e refratárias podem ter um benefício no tratamento cirúrgico, que se chama calosotomia, que é como se fosse uma retirada do corpo caloso para retirar focos de gênese de convulsão Estado de Mal Epilético São crises epilépticas com duração maior que 30 minutos ou crises repetidas sem que haja recuperação entre elas. Exige tratamento imediato e muitas vezes abrem o quadro de uma epilepsia. Algumas doenças neurológicas que podem causar esse quadro tem origem infecciosa (meningoencefalite), traumáticas, vasculares, tumoral, porém as convulsões febris são as mais comuns. A suspensão brusca do tratamento também pode ser causa de EME. O EME pode se manifestar com diversos tipos de crises generalizadas ou parciais, sendo as mais comuns as tonicoclônicas e as clônicas generalizadas. Tratamento O Objetivo é evitar lesões cerebrais definitivas, administrar drogas anti epilépticas na urgência, manter condições metabólicas e cardiorrespiratórias adequadas (ABCDE, sendo oxigênio, monitorização, FC, destro do paciente por possível causa hipoglicemica) e investigar as causas de EME. O tratamento farmacológico consiste em: Diazepam: 0,3mg/Kg (0,06ml/Kg) EV ou ER em até 3 vezes com intervalo de 3 a 4 minutos (fármaco de escolha na pediatria com exceção de RN) - Bolus Fenobarbital: 15 a 20mg/Kg EV (RN é o inicial) Fenitoína: 15 a 20mg/Kg EV Midazolam: 0,2 a 0,5mg/Kg EV (0,04ml/Kg) - Geralmente a partir daqui estabelecemos IOT PEDIATRIA Tiopental: 3 a 5mg/Kg EV até 10mg/Kg - Após isso 3 a 5mg/Kg/h EV (coma barbitúrico) Propofol: 1 a 2 mg/Kg EV até 10mg/Kg - após isso 2 a 4mg?Kg/h (em ml faz-se o peso por 6) OBS: Pacientes com uso de tiopental continuo provavelmente precisará de droga vasoativa, pois fará hipotensão.
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