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PEDIATRIA Transtorn� d� Défici� d� Atençã� � Hiperatividad� - Sanarfli� Epidemiologia TDAH é o distúrbio neurocomportamental mais comum na infância, tendo um discreto predomínio no sexo masculino, tendo uma relação de 2/1 e acomete cerca de 2,5% dos adultos e 5% em crianças Definição O TDAH é definido pela presença de falta de atenção ou dificuldade de manter a atenção e controle insatisfatório de impulso e hiperatividade com excessiva atividade motora Fatores de risco Existem alguns fatores relacionados com exposições, como exposição pós-natal ao chumbo e exposição intra-útero ao álcool. Algumas infecções são implicadas no TDAH assim como alguns fatores psicossociais, como abuso infantil, negligencia e múltiplos lares adotivos. O muito baixo peso ao nascer também é um fator, sendo que as crianças com essa situação ao nascer tem um risco 2 a 3 vezes maior de evoluir com TDAH do que as crianças com peso mais adequado, mas, em contrapartida, a maioria das crianças com TDAH não foram muito baixo peso ao nascer A questão genética também é um importante fator de risco, sendo comum descobertas de TDAH em parentes de primeiro grau. Essa relação tem a ver com envolvimento de genes que estão ligados a receptores e transportadores de dopamina, sendo necessário a associação de fatores externos. Fisiopatologia Estudos de ressonância nuclear magnética indicam que o TDAH está relacionado com a perda da assimetria normal do cérebro, com a diminuição do córtex pré-frontal (5 a 10%) e também com a diminuição dos núcleos da base, que são ricos em dopamina. Quadro Clínico - DSM - V O TDAH é diagnosticado quando temos um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade. Precisamos ter pelo menos 6 sintomas que precisam estar presentes a pelo menos 6 meses e que interfiram negativamente nas PEDIATRIA atividades. O início desses sintomas precisa ter sido antes dos 12 anos de vida e precisam comprometer pelo menos em 2 ambientes diferentes. Adultos não precisam de 6 sintomas em cada um dos critérios, sendo diminuído para 5. Os sintomas não podem ser explicados por nenhum outro transtorno mental, como transtornos do humor, transtornos de ansiedade, abstinência por drogas, etc. Desatenção Geralmente são crianças e adolescentes que não prestam atenção em detalhes e, por muitas vezes, cometem erros por descuido. Possuem dificuldade de manter atenção durante aulas e leituras e parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra (mesmo na ausência de outras distrações). Também não conseguem seguir instruções até o fim e possuem dificuldade para organizar tarefas (desleixado), sendo assim, tendem a evitar tarefas que exijam esforço mental prolongado. Esquecem de realizar atividades cotidianas e são facilmente distraídos por estímulos externos. Hiperatividade Um dos sintomas de hiperatividade é o de remexer ou batucar as mãos e os pés por não conseguirem ou se sentirem desconfortáveis em ficar parado por muito tempo. É incapaz de se envolver em atividades de lazer calmas, corre ou sobe nas coisas em situações inapropriadas. São crianças que interrompem ou se intrometem na brincadeira dos outros e até respondem antes da conclusão de uma pergunta. Possuem muita dificuldade em esperar sua vez em filas e brincadeiras e, geralmente, são crianças que falam de mais OBS: Para o diagnóstico de TDAH não é preciso que tenhamos 6 sintomas de cada um dos grupos, sendo preciso apenas 6 sintomas de um dos grupos Especificadores Fazemos o diagnóstico de TDAH e especificamos o predomínio dos sintomas, sendo de desatenção, hiperatividade ou misto. Também é preciso especificar a gravidade de leve a grave com relação a quanto isso interfere nas AVD. O TDAH também pode estar relacionado com algumas comorbidades, como: ● Transtorno de oposição desafiante ● Transtorno de personalidade ● Transtorno de ansiedade ● Transtorno depressivo ● Transtorno específico de aprendizagem PEDIATRIA Quadro Clínico em cada faixa etária Pré-escolar: Em geral temos mais hiperatividade e que, ás vezes, passa despercebido pelas características da própria criança Escolar: É nesse período em que temos um comprometimento muito grande da atenção e comprometimento da aprendizagem, sendo muitas vezes apontados pelos próprios professores. Adolescência: Nessa faixa etária os sintomas estão mais estáveis, onde se tem mais controle dos sintomas da desatenção e uma diminuição dos de hiperatividade. Porém, nesse período temos a possibilidade do aparecimento de algumas comorbidades, como transtornos de conduta e comportamentos antissociais. Adultos: No período adulto temos uma prevalência de sintomas de desatenção, sendo presente a dificuldade no planejamento e cumprimento de prazos. No nosso quadro clínico pode-se ter associação do TDAH com redução do desempenho escolar, rejeição social e pior desempenho profissional. Nos adolescentes e adultos temos um risco maior de uso de drogas e encarceramento. Diagnóstico O diagnóstico é basicamente clínico de acordo com o aparecimento dos critérios do DSM-V. No exame físico podemos observar alterações na coordenação motora fina. Na RNM podemos observar perda da assimetria normal do cérebro com redução dos volumes do córtex pré-frontal e dos núcleos da base. Diagnósticos diferenciais Tratamento A base do tratamento do TDAH se baseia na Terapia cognitivo comportamental, com a criação de regras, consequências e recompensas. É recomendado um ambiente calmo e sem distrações. PEDIATRIA Em geral, fazemos a terapia cognitivo comportamental sempre aliada ao tratamento medicamentoso, sendo utilizados estimulantes como: ● Metilfenidato (ritalina) ● Anfetamina ● Atomoxetina (inibidor de recaptação de noradrenalina) Como efeitos adversos, temos: ● Redução de apetite ● Perda de peso ● Distúrbios do sono ● Aumento de eventos cardiovasculares
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