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1 HISTÓRIA AMAZÔNICA UM OLHAR SOBRE A OCUPAÇÃO LUSITÂNIA NO OESTE BRASILEIRO CÉLIO LEANDRO LOURISMAR BARROSO 2 O Encontro dos Europeus com os nativos “Em Nome de Deus e do Lucro” Um dos maiores objetivos das nações européias com as Grandes Navegações, no século XVI, era expandir o comércio, aumentar seus lucros e, principalmente, descobrir metais preciosos. À época da chegada dos europeus a América, a população americana era aproximadamente oitenta milhões de habitantes, em cento e cinqüenta anos, houve uma redução para 3.500.00 habitantes, o que caracteriza um verdadeiro genocídio do povo americano. A princípio, o encontro do Novo e o Velho Mundo, excitam a imaginação de ambos os lados. Os primitivos habitantes do continente achavam que se tratavam do retorno de seus deuses, que segundo a mitologia voltariam para o convívio humano. O europeu, por sua vez, no seu imaginário, era povoado por monstros marinhos no Mar Tenebroso (Oceano Atlântico), homens com cabeça de cão (Oriente) e o paraíso terrestre perdido em algum lugar distante. Com a chegada dos europeus a América no século XV, num primeiro momento, misturou-se ficção com realidade, o paraíso terrestre dos europeus, com a volta dos deuses para os americanos. No entanto, os índios perceberam a cobiça dos europeus, e que aquelas pessoas tão violentas e injustas, não poderiam ter vindo do céu. Demoraram muito para perceber, tiveram seu processo histórico bruscamente interrompido e acabaram sendo destruídos pela superioridade bélica dos europeus. Para os europeus a imagem criada do Paraíso, encontrado na América e do “Bom Selvagem” (o nativo), foi sendo substituída, aos poucos, pelo índio selvagem, feroz, cruel e incapaz de civilizar-se. Para a Igreja Católica, era necessário levar às criaturas “demonizadas do Novo Mundo”, a palavra de Deus por meio da catequese. Encontro de desbravadores com os nativos Além da cobiça por riquezas, os conquistadores Europeus também procuravam expandir o catolicismo, considerando a conversão pacífica ou forçada dos infiéis como um dever abençoado por Deus, e, como instrumento de conversão, usavam os Jesuítas e outras ordens religiosas para catequizar e arrebanhar mais fiéis para a Igreja Católica. Como Portugal e Espanha eram países extremamente católicos, o papa concedeu aos países ibéricos, o direito ao Padroado, tornando o Estado chefe da Igreja. Assim, desde o início, a colonização do Brasil esteve marcada pela presença da Cruz e da Coroa. Na visão medieval, Orbis Christianus: o mundo era de Deus e o representante dele na terra era a Igreja Católica. A religião tornou-se um ponto de apoio para a dominação econômica e política, funcionando como instrumento de controle social. A Igreja impunha sua visão de mundo (eurocêntrica), facilitando a dominação metropolitana. Colonizar e evangelizar eram faces da mesma moeda. Vieram para América catequizar os nativos, várias ordens religiosas, como os Dominicanos, Mercedários, Franciscanos da Beira e do Minho, Carmelitas, Capuchinhos e Beneditinos. 3 Conquista, Povoamento e Colonização Durante o primeiro século de colonização, a região amazônica permaneceu praticamente inexplorada, isso devido à fixação dos colonizadores no litoral açucareiro. Além disso, havia nos limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas, onde a maior parte do Vale Amazônico pertencia à Espanha. Há informações que vários navegadores a serviço de Portugal teriam chegado ao Brasil antes de Cabral, entre eles Duarte Pacheco, experiente navegador português. Em fins de 1499, Vicente Yanez Pinzon, sai da Europa em direção a América do Sul, chegando ao Brasil em fevereiro de 1500, no atual Estado de Pernambuco, rumou para o Norte e atingiu a foz do Amazonas, a que deu o nome de “Mar Dulce”. Em 1524, Aleixo Garcia, percorreu o Vale do Guaporé com destino ao Peru. Em 1541, Gonzalo Pizarro e Francisco Orellana comandaram uma expedição que, saindo de Quito, no Vice Reinado do Peru, desceu o Rio Amazonas até a sua foz, buscando o famoso “El Dourado” e as possíveis riquezas que se estendiam do Peru à Amazônia Portuguesa. Enfrentando perigos, ataques indígenas, a expedição terminou em tragédia. Nessa expedição o cronista padre Gaspar de Carvajal narra a existência das Amazonas (mulheres guerreiras), em referência as lendárias Amazonas gregas (a palavra amazonas significa “sem seio”). O banho das Amazonas Em 1560, outra expedição também em busca do famoso “Eldorado”, comandado por Pedro de Úrsua e Lopes de Aguirre, saindo de Quito, navegaram pelo Amazonas, que também terminou em fracasso. A União Ibérica (1580-1640) e as Invasões Estrangeiras Mapa da união Ibérica Durante sessenta anos, Portugal e suas colônias ficaram sob a autoridade de reis espanhóis, foi a chamada União Ibérica, que durou de 1580 a 1640. Na prática, desaparecia o limite fixado pelo Meridiano do Tratado de Tordesilhas. Nessa época, foi feita a divisão da colônia em dois Estados: o Estado do Maranhão, que se estendia do Ceará ao Amazonas, e o Estado do Brasil que incluía os demais territórios. O objetivo dessa divisão era melhorar o contato da Coroa Portuguesa com a região norte da colônia, devido às constantes investidas de inimigos franceses, ingleses e holandeses na região. A assinatura do Tratado de Tordesilhas, em 1494, que dividia o Novo Mundo “descoberto” entre Portugal e Espanha, formando grandes impérios coloniais, por parte das Nações Ibéricas, marginalizando as outras nações européias, fez com que estas reagissem a esse tratado. Com a descoberta de ouro na América Espanhola (Peru e México) e a famosa lenda do reino encantado (Eldorado), entre os rios Oiapoque e Amazonas, desenvolveu ainda mais a cobiça daquelas nações, e daí, as constantes invasões no Continente Americano. 4 Os militares luso-espanhóis começaram a expulsar os estrangeiros do Brasil, sendo os franceses expulsos em 1615. No processo da luta, os militares luso-espanhóis fundaram várias fortalezas litorâneas que mais tarde tornaram-se importantes cidades do litoral norte, como por exemplo, João Pessoa (1584), Natal (1589), Fortaleza (1613) e Belém (1616). Com a expulsão dos franceses do Maranhão restava a ocupação do Pará e do Amazonas. Francisco Caldeira Castelo Branco foi responsável pela construção do Forte do Presépio, em 1616, mais tarde batizado como Belém, que possibilitou a penetração luso-espanhola pelo rio Amazonas. Conquistava- se a planície amazônica, que passou a ser ocupada e explorada por apresadores de índios e droguistas do sertão. Os Primeiros Exploradores e as Delimitações do Espaço Geográfico Entre os exploradores das drogas do sertão, destacavam-se os jesuítas que monopolizavam a exploração desses produtos através da mão- de-obra indígena. Embrenhados na mata, os índios caçavam, pescavam e coletavam as drogas do sertão, contribuindo para o crescimento das riquezas da Companhia de Jesus. O monopólio da Companhia de Jesus sobre os índios e as drogas do sertão, prejudicava os interesses dos colonos que se fixavam nestas áreas, gerando constantes conflitos com os jesuítas. O problema entre jesuítas e os colonos, era que os jesuítas tinham o domínio ideológico sobre os índios, e os colonos tinham uma posição mais radical, pois pretendiam escravizá-los. Em 1637, devido a presença de espanhóis no alto Rio Amazonas, foi determinada uma Bandeira fluvial composta por 600soldados, 1200 índios, remadores, mulheres e escravos, totalizando 2000 mil pessoas que foram distribuídas em 47 canoas, sob o comando de Pedro Teixeira, que chegou à foz do Rio Amazonas. O objetivo dessa bandeira era estabelecer limites territoriais da Coroa Portuguesa na Amazônia, e ao mesmo tempo, efetuar a escolha de lugares estratégicos para construir fortificações. A expedição saiu do Grão-Pará atingindo Quito, no Equador e determinou marcos entre as possessões da América Portuguesa e Espanhola. 5 Expansão Territorial: “Entradas e Bandeiras” As entradas e bandeiras foram expedições que penetravam o interior com objetivo de apresar índios e procurar minerais. São Vicente, o primeiro núcleo de povoamento fundado no Brasil, foi superado pelo Nordeste. O fracasso da empresa açucareira deu-se devido à pobreza do solo vicentino, à estreiteza do litoral e a distância em relação aos mercados consumidores europeus. Sem apoio da metrópole, isolados em relação à Europa, marginalizada economicamente e praticando uma agricultura de subsistência, os vicentinos começaram a procurar outras formas de sobrevivência organizando bandeiras, que se tornavam verdadeiras empresas em busca de captura de índios e riquezas nos sertões. Aprisionamento de nativos por bandeirantes Além do apresamento de índios e da busca de ouro, as bandeiras tinham ainda outra função importante para a Metrópole: serviam de ponta de lança da conquista e povoamento do interior, numa época em que Espanha e Portugal estavam longe de ter definido a fronteira de seus domínios no coração da América do Sul. Em algumas expedições, essa função política e militar se destacou. Foi o caso da bandeira chefiada por Antônio Raposo Tavares, que deixou São Paulo em 1648 para desbravar milhares de quilômetros do sertão até o Amazonas. Preparado para enfrentar qualquer bloqueio, Raposo Tavares dividiu a bandeira em duas colunas. A primeira, chefiada por ele próprio, reunia 120 paulistas e 1 200 índios. A segunda, um pouco menor, era comandada por Antônio Pereira de Azevedo. Viajando separadamente, os dois grupos desceram o Tietê até o rio Paraná, de onde atingiram o Aquidauana. Em dezembro de 1648, reuniram-se às margens do rio Paraguai, ocupando a redução de Santa Bárbara. Depois de unificada, a bandeira prosseguiu viagem em abril de 1649, alcançando o rio Guapaí (ou Grande), de onde avançou em direção à cordilheira dos Andes. Estava em plena América espanhola, entre as cidades de Potosí e Santa Cruz de la Sierra (hoje território da Bolívia). Aí permaneceu até meados de 1650, explorando o mais possível a região. De julho de 1650 a fevereiro de 1651, já reduzida a algumas dezenas de homens, empreendeu a etapa final: seguiu pelo Guapaí até o rio Madeira e atingiu o rio Amazonas, chegando ao forte de Gurupá, nas proximidades de Belém. Diz a lenda que os remanescentes da grande expedição chegaram exaustos e doentes ao forte e que, voltando a São Paulo, Raposo Tavares estava tão desfigurado que nem seus parentes o reconheceram. Como resultado da aventura, vastas regiões desconhecidas entre o trópico de Capricórnio e o equador passavam a figurar nos mapas portugueses. Essa bandeira de demarcação de limites, preação de índios e coletas de drogas do sertão (cacau, pau-cravo, canela e ervas medicinal) é um marco da presença portuguesa em nossa região (foi chamada de “A Grande Bandeira de Limites”) 6 Bandeira de Raposo Tavares na Amazônia As atividades dos jesuítas no Rio Madeira começaram em 1669, com a fundação da missão Tupinambarana na foz do Rio Madeira, que deu origem a Parintins. Novas missões iam sendo instaladas no percurso do Rio Madeira, na medida em que se ampliavam as atividades das drogas do sertão, e também, a pedido do governo do Pará, temendo novas invasões, principalmente, castelhanas. A força de trabalho indígena passa a ser constante na colônia. Intensifica-se a captura do índio através das tropas de resgates, descimentos ou “guerras justas”. Em 1722, Francisco Mello Palheta, em conseqüência do avanço da ação missionária castelhana no Guaporé, próximo às minas de ouro do Mato Grosso, organizou uma expedição composta por 128 pessoas que percorreu todo o Rio Madeira. Ele registrou a presença de indígenas das missões espanholas de Mojos e Chiquitos, chegou até as missões jesuítas espanholas de Santa Cruz de Cajubava e de São Miguel, mostrando aos jesuítas que o Rio Guaporé era o limite natural que dividia as possessões de Portugal e Espanha. O governo português temendo a proximidade da presença espanhola e a possibilidade de contrabando com as minas de ouro do Mato Grosso, proibiu a navegação pelo Rio Madeira através do alvará de 27 de outubro de 1733. O Mercantilismo e a Mineração no Vale do Guaporé. O ouro desempenhou um importante papel na economia da Idade Moderna, pois o mercantilismo era fundamentalmente metalista, isto é, considerava o ouro e a prata como a base da riqueza de um país. O grande centro minerador foi Minas Gerais. Em 1718, Pascoal Moreira Cabral descobriu ouro no Rio Coxipó-Mirim, afluente do Rio Cuiabá onde surgem os primeiros povoamentos próximos das minas descobertas. A notícia alcançou a Vila de São Paulo e atraiu centenas de aventureiros para a região. O caminho entre São Paulo e Cuiabá era longo e perigoso, os ataques indígenas, fome, doenças, vitimaram grande número de pessoas. Em 1722, foi descoberta as Lavras do Sutil, aumentando ainda mais a migração para Cuiabá. Em 1727, o arraial de mineradores foi elevado à condição de vila com o nome de Vila Real do Nosso Senhor do Bom Jesus de Cuiabá. Em 1736, os irmãos Fernando e Arthur Paes de Barros, descobrem ouro no Mato Grosso, às margens do Mamoré, surgindo as primeiras povoações, de Santa Ana e São Francisco Xavier. Portugal, entre 1733 a 1737, através de Cartas Régias, proíbe a navegação pelos rios Guaporé e Madeira, para evitar contrabando. Em 1742, Manoel Félix de Lima, fugindo de dívidas juntamente com outros mineradores, contrariando e infringindo as ordens da Metrópole, navega pelo Rio Guaporé, desvia pelo Mamoré, entra em contato com as missões espanholas de São Miguel, Santa Maria Madalena e Exaltação da Cruz, na tentativa de fazer comércio; retorna ao rio Madeira e ao Amazonas, chegando a Belém, onde foi preso por ter desobedecido as Ordens Régias, mas abriu uma nova rota alternativa de comunicação fluvial entre o Mato Grosso e o Pará. As missões espanholas de Mojos e Chiquitos começaram a se expandir na margem esquerda do Guaporé, fundando a missão de Santa Rosa, que preocupava as autoridades portuguesas, devido à proximidade da região mineradora de Mato Grosso. 7 Em nove de maio de 1748, é fundada a capitania de Mato Grosso, sendo nomeado como primeiro governador, o Capitão General Dom Antônio Rolim de Moura Tavares. D. Antônio Rolim de Moura Tavares O capitão General Dom Antônio Rolim de Moura, que imediatamente tomou posse, chegou ao Brasil com instruções de fundar a capital da recém-criada capitania. Também deveria criar uma Ouvidoria, uma Vara de Juiz de Fora, Casa de Fundição e promover o povoamento da região. Criaria também um aparato militar diante das pretensões espanholas, desenvolvendo a colonização da região, estimulando os colonos a produzir alimentos, criar gado para abastecer o comércio local e atender as necessidades da população. A capital, Vila Bela da Santíssima Trindade, foi criada estrategicamente para ter acesso à Bacia Amazônica, através do Guaporé (ligando as Minas do Mato Grosso ao Grão-Pará), e através da Bacia Platina (com São Paulo), ficando assim fixadas as bases portuguesas na região. O governador português procurou coibir o contrabando, tornando mais eficiente o comércio. Em 1755, foi liberadauma rota comercial que através da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, estabelecia o monopólio de abastecimento dos vales: Guaporé, Madeira e Mamoré. Durante o século XVIII, os vales do Guaporé, Madeira e Amazonas foram palco de intensa atividade dos colonizadores portugueses e espanhóis, em função da mineração e das tensões fronteiriças, levando os governadores a desenvolver uma política militar através de construções de fortificações, missões religiosas e desenvolvimento da colonização. O suporte dessa política colonizadora foi o trabalho escravo: tanto indígena como africano. Nesse período, foram fundados vários arraiais em pontos estratégicos para dar apoio aos navegadores e servirem de entrepostos comerciais ao longo do Madeira. Desde 1728, o padre jesuíta João Sampaio fundou a missão de Santo Antônio das Cachoeiras, sendo a primeira povoação na margem direita do Rio Madeira, dentro da área do atual Estado de Rondônia, que não resistiu aos ataques indígenas, mosquitos, malária, e acabou deslocando-se para outras regiões. Em 1757, Rolim de Moura ordenou a fundação do povoado de Nossa Senhora da Boa Viagem de Salto Grande do Rio Madeira, fundada pelo juiz de Fora Teotônio de Gusmão no século XVIII, que também não sobreviveu aos ataques indígenas e epidemias. Desmistifica-se a teoria do Vale do Guaporé como vazio demográfico, levando-se em consideração a política colonizadora desenvolvida pelos governadores dessa época. 8 As Questões Fronteiriças no Período Colonial Mesmo antes da chegada dos portugueses a América, o Tratado de Tordesilhas determinava as fronteiras que separavam os domínios americanos da Espanha e de Portugal. O meridiano imaginário situado 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, passava pelas regiões onde, nos dias atuais, se encontra a cidade de Belém, no Pará e Laguna, em Santa Catarina. Entretanto, as fronteiras entre as colônias espanholas e o Brasil nunca chegaram a serem claramente demarcadas, devido a falta de conhecimentos dos domínios americanos e durante a União Ibérica, as terras americanas pertenciam ao mesmo Rei. Nesse período, (1580-1640), os luso-brasileiros e espanhóis puderam transitar livremente dos dois lados (português e espanhol), mas quem mais se aproveitou foram os portugueses, pois a Espanha concentrava seus esforços na mineração (vice-reinado do Peru), por isso, deu pouca atenção a movimentação portuguesa na região amazônica e platina. Durante o século XVIII, o território brasileiro sofreu uma grande expansão para o interior, graças aos bandeirantes à procura de índios para escravizar e minérios, conquistando para Portugal grandes extensões de terras, que estavam sob jurisdição espanhola, ultrapassando os limites de Tordesilhas. MAPA: fronteira do Brasil no século XVII Quando Portugal fundou a Colônia de Sacramento (1680), ás margens do Rio da Prata, chocou-se com os interesses espanhóis, pois a região pertencia à Espanha e ficava próxima de Buenos Aires, rica em pecuária e servindo de contrabando com a área mineradora. Os conflitos entre portugueses e espanhóis levaram as duas nações ibéricas a assinar os Tratados de Limites para solucionar os problemas, principalmente, por Portugal ocupar imensa área sob o domínio espanhol. (sobre tratados, ver capítulo específico). 9 A Era Pombalina No reinado de D. José I, foi nomeado Sebastião José de carvalho e Melo o Marquês de Pombal, para o cargo de primeiro-ministro do governo português, ocupando-o por mais de 25 anos, dirigindo os destinos portugueses e coloniais, disposto a retirar o atraso de seu país em relação aos centros mais dinâmicos da economia européia e a diminuir o grau de dependência de Portugal para com a Inglaterra. Marques de Pombal O Contexto metropolitano colonial A ascensão de Dom José I ao trono luso, em 1750, representou um marco importante para o Brasil e para o Estado português do século XVIII. O soberano escolheu como ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, denominado posteriormente Marquês de Pombal, que dirigiu com autoridade e energia as atividades da metrópole e das colônias, a ponto de esse período se tornar conhecido como "período pombalino". O governo do Marquês de Pombal constituiu um bom exemplo dessa proposta reformadora, uma vez que dela se serviu para modificar o curso da política colonial portuguesa. Portugal arrastava-se numa crise econômica de grandes proporções, há várias décadas, devido principalmente à perda de suas possessões na África e Ásia, no decorrer do século XVII, e também por causa do Tratado de Methuen, (ver capítulo sobre Tratados) assinado em 1703 entre os governos português e inglês. Olhos para a Amazônia A Amazônia Colonial sempre se constituiu num grande problema para a Metrópole Portuguesa, no que dizia respeito à sua ocupação efetiva. O constante assédio de estrangeiros tornava imperioso a sua conquista e ocupação. As dificuldades para deslocar colonos para a Amazônia tornou- a celeiro de degradados, que, com a justificativa de vir cumprir suas penas eram enviados para as Capitanias do Grão-Pará e Rio Negro, onde assumiriam a condição de colonos. A escassa população branca sempre presente nas referidas capitanias, tornava quase que impossível a organização de sua defesa, coisa que só seria conseguida com sua efetiva ocupação. Nesse sentido, a política pombalina traçada para a Amazônia procurava superar os obstáculos colocados à sua colonização, através da execução de um projeto que visava transformar o índio em colono. Assim, como grande dirigente das rédeas do Estado Português, Pombal formulou uma política indigenista que objetivava emancipar os índios, retirando-os da tutela das ordens missionárias e procurava integrá-los à população branca. Nesse sentido, o esforço de fazer do índio um colono, a estratégia- chave foi a implantação do Regime do Diretório. Uma Nova visão colonialista Reestruturação, austeridade fiscal e uma nova etapa de ocupação colonialista seriam os princípios desta nova ordem política em Portugal. O fato desta estimativa de sub-aproveitamento, justificaria em especial o interesse metropolitano em suas disposições sobre a Amazônia, em cujas reformas realizadas sobre vários setores, da estrutura colonialista, como forma de promover o reforço ou a regeneração do Estado Metropolitano Luso. Não bastava apenas racionalizar a exploração da Colônia para torna- la mais eficiente, onde haveria de igual maneira uma necessidade de defendê-la da cobiça estrangeira, onde o contexto amazônico refletiria bem estas precauções, onde deveria ser estabelecida uma imediata demarcação sobre a fronteira norte, principalmente por conta de uma insignificante presença de colonos portugueses. 10 Por conta disto houve a proposta de transformar os índios como colonos em potencial, uma idéia já muito antiga nos desdobramentos do Estado metropolitano português e que por hora, voltara a ganhar força de interesses, sendo a única alternativa viável, sendo reforçada por conta do episódico terremoto que arrasaria Lisboa, gerando muitas perdas humanas. Índios, Colonos e Cidadãos. A proposta de transmutar o índio para colono implicaria em reconhecer-lhe a condição de pessoa, ser humano, como possuidor de direitos naturais de um homem livre, o que seria incompatível com a condição escravista, a qual alguns estariam sujeitos. Para tanto Pombal estabeleceria uma política indigenista, na medida em que criou medidas legais que proibiriam a escravidão deste por qualquer indivíduo ou instituição que fosse. Uma destas prerrogativas seria a própria retirada dos indígenas que estivessem sob a tutela das antigas ordens religiosasmissionárias (no caso em destaque os Jesuítas). Assim, os indígenas teriam reconhecidamente direitos pertinentes à cidadãos portugueses, onde se tornariam desde trabalhadores assalariados, até mesmo a própria condição de colonos, que seriam as peças fundamentais ao projeto de interiorização dos interesses portugueses, onde para tanto, Pombal determinaria que fosse obrigatório o ensino da l[íngua portuguesa nas antigas aldeias de catequese (Aldeamentos), onde a te então se manteve o uso da chamada língua–geral (Nheengatú), grande utilitária das ordens religiosas. Nesse sentido, o marques de Pombal colocaria em vigor a Lei de 6 de junho de 1755, complementada pelo Alvará de 7 de junho de 1755, que revogava “todas as Leis, Regimentos, Resoluções e ordens, que desde o descobrimento das sobreditas Capitanias do Grão Pará e Maranhão, até o presente dia permitiriam ainda em certos casos particulares a escravidão dos referidos índios. Tal situação foi uma constante no Brasil colonial e principalmente na Amazônia, onde o trabalho indígena sempre foi a grande alternativa de mão-de-obra para os colonos. Procurando se precaver de toda e qualquer possibilidade de ser descumprida, a lei estabelecia a “imediata prisão de todos aqueles que teimassem em fazer índios cativos, despojando-os dos direitos de ‘Homenagem, Alvará de fiança, ou fieis Carcereiros’...”. Na tentativa de regular a utilização do trabalho indígena pelos colonos, a lei de 1755 reinstituiu a obrigatoriedade do pagamento de salários, estabelecendo que estes deveriam corresponder igualmente ao que se pagaria aos artífices. Por conta da presente aversão dos índios em trabalhar para os colonos, a alternativa inicial de transformá-los em colonos, ao contrário de assalariados acabaria sendo cada vez mais viável, onde além de ser declarado cidadão livre, deveria também ser reconhecido no direito à posse da terra, para assim atuar como um agricultor produtivo. A Educação Com a expulsão dos jesuítas do Reino e da Colônia, Pombal determinou que a educação (até então sob cargo da Igreja Católica) passasse a ser transmitida por professores leigos contratados e pagos pelo Estado para lecionar nas escolas régias. Pombal fez uma revolução na Universidade de Coimbra, introduzindo os estudos das Ciências Exatas e Naturais e aprimorando os estudos das Ciências Jurídicas. As vilas Com o objetivo de institucionalizar as áreas de esta nova ocupação, no espaço em que os índios ocupariam, foi também determinado pela mesma lei (1755) que as aldeias mais populosas em que estes habitassem, fossem assim elevadas a condição de vilas, assim como as áreas adjacentes em que estes habitassem, garantindo-lhes a posse hereditária da propriedade. Para melhor executar este empreendimento, Mendonça Furtado, irmão do grande marques, foi encarregado do governo do Pará, onde preocupado com as etapas desta estruturação e, ao mesmo tempo sendo fiel a esta “doutrina do índio cidadão”, procurou igualizar brancos e índios em direitos, no que estimularia ao casamento destes, com o objetivo de alargar ao povoamento das vastas terras desta região, habilitando-os assim pelo caminho matrimônio como uma nova força de ocupação, “sem 11 que aquele sangue lhes sirva de embaraço... e que os principais (chefes) seus filhos e filhas, e com quem casar, são nobres e gozarão de todos os privilégios que como tais lhes competem”. Principais Medidas de Pombal Incentivos estatais para a instalação de manufaturas na metrópole. 1755: criação da Capitania de São José do Rio Negro, hoje Estado do Amazonas. 1755: criação da Companhia de Comércio do Estado do Grão-Pará e Maranhão, estimulando as culturas do algodão, do arroz, do cacau, etc. e tentando resolver o problema da mão-de-obra escrava para a região. 1755: criação do Diretório Pombalino, órgão composto por homens de confiança do governo português, cuja função era gerir os antigos aldeamentos. Com tal medida, o governante português extingue o poder dos jesuítas (Regimento das Missões) e o entrega aos colonos. Pombal proibiu a utilização das línguas maternas e do nheengatu (uma espécie de dialeto), tornando obrigatório o uso do idioma português em toda a Colônia. Pelo Diretório também estavam proibidas as construções de casas coletivas. 1756: Criação do Diretório do Indio 1759: criação da Companhia de Comércio de Pernambuco e Paraíba, com o objetivo de estimular o cultivo da cana-de-açúcar e do tabaco. 1759: extinção do sistema de capitanias hereditárias. 1759: expulsão dos jesuítas (inacianos) da Metrópole e da Colônia, confiscando-lhes os bens. 1762: criação da Derrama com a finalidade de obrigar os mineradores a pagar os impostos atrasados. 1763: transferência da capital da Colônia de Salvador para o Rio de Janeiro. A Queda de Pombal Em 1777, com a morte de D. José I, subiu ao trono Dona Maria I, que afastou o Marquês de Pombal do governo. A queda do ministro foi comemorada por todos os opositores que, finalmente, podiam voltar ao poder. O governo da Metrópole suspendeu o monopólio das companhias de comércio e baixou um alvará proibindo a produção manufatureira da Colônia (com exceção do fabrico de tecidos grosseiros para uso dos escravos). Essas decisões aumentaram o descontentamento dos luso- brasileiros ante a dominação da Coroa. 12 Comércio e decadência no Guaporé As relações comerciais entre o Grão-Pará e o Mato Grosso nos séculos XVIII e XIX, bem como a sua ligação com as questões ligadas à sociedade mineradora e escravista e ainda as questões militares e fronteiriças, constituem-se no alicerce para o conhecimento das regiões dos rios Madeira, Mamoré e Guaporé, que hoje pertencem a Rondônia. Para essa região afluíam aventureiros, religiosos, desbravadores, militares e escravos que mantiveram a posse e a ocupação dos vales desses rios. A sociedade, que deste processo resultou, espelhou sempre a fragilidade de suas bases. Fundamentada em uma economia meramente extrativista e itinerante e em uma política de intensa animosidade fronteiriça, a sociedade colonial guaporeana se manteve somente enquanto perdurou o interesse metropolitano sobre as riquezas da região. Em finais do século XVIII, já se tornava notória a crise pela qual passavam os vales do Guaporé e Madeira. A decadência se instalava tanto na mineração, quanto nas Guarnições Militares e mesmo na manutenção das rotas fluviais de comércio, que ligavam Vila Bela a Belém do Pará. A agressividade e ousadia da política portuguesa de meados do século XVIII era agora vencidas pelo descaso, apatia e abandono. A própria Vila Bela, símbolo máximo do arrojado projeto colonial português para a região, teve um brilho meteórico da gloria vivida nos anos de Luiz de Albuquerque, restando apenas ruínas. A crise enfrentada pela capitania de Mato Grosso se refletia nas capitanias de São José do Rio Negro, Grão-Pará e Goiás. A rota do Madeira havia entrado em franco abandono desde a desativação da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, o que provocou o desaquecimento do comércio paraense e o despovoamento de consideráveis áreas territoriais de grande importância estratégica para a Coroa Portuguesa. No bojo de toda uma conjuntura de crises, incertezas e decadências, é que as autoridades regionais tentaram viabilizar um projeto que deveria restaurar as ligações entre o Grão-Pará e Mato Grosso através da rota Amazonas, Madeira, Guaporé. Foi elaborado o plano de navegação que seria estimulado o transporte do então escasso ouro do Mato Grosso para Belém, permitindo a exploração dos recursos naturais e abrindo ensejo para atividades de contrabando que permitiriam a entrada da prata andina nos territórios portugueses. Esse fatocriaria uma atmosfera ao mesmo tempo permissiva e repressora, capaz de estimular secretamente o contrabando e promover o afluxo de riquezas para a região. Porém, o século XIX concretizou o estado de letargia do Guaporé-Madeira. 13 Real Forte do Príncipe da Beira (1775-1783) Os constantes conflitos entre portugueses e espanhóis, que remontam ao Tratado de Tordesilhas, e, constantemente desrespeitados pelos portugueses devido a falta de interesse espanhol em explorar a região, agrava-se ainda mais após o fim da União Ibérica (1640), e a descoberta de ouro no Vale do Guaporé. Os portugueses cada vez mais se firmavam no Vale do Ouro, assegurando suas conquistas na região, que foi garantida pelo Tratado de Madri (1750), entre Portugal e Espanha, que reconhecia legalmente as pretensões portuguesas sobre a Bacia Amazônica. Nesse contexto, a ordem da Coroa portuguesa era construir fortes para proteger seus limites, coibir o tráfico ao longo dos rios Guaporé e Madeira e auxiliar os navegantes em busca de ouro, índios e drogas do sertão. Em virtude destes atritos e para garantir a soberania portuguesa na região, foi construído em 1754 o Fortim de Nossa Senhora da Conceição, cuja fragilidade levou os espanhóis a tentar sua conquista. No governo de João Pedro da Câmara foi remodelado, mudando posteriormente o nome no governo de D. Luis Pinto de Souza Coutinho (1768-1771) para Forte Bragança. O Forte Príncipe da Beira, construído entre 1775-1783 no sistema Valban, tendo como engenheiros, Domingos Sambucette, que morreu de malária entre o período de janeiro a setembro de 1777, sendo substituído pelo Sargento-mor Ricardo Franco de Almeida Serra. Com uma área de 970 metros quadrado e muralhas de 7,20 de altura, seu portal medindo 10 metros, contendo quatro baluartes com 14 canhões cada, totalizando 56 canhoneiras, representava a imponência portuguesa na região. Planta baixa do Real Forte Príncipe da Beira Os baluartes denominavam-se Nossa Senhora da Conceição (voltado para o Oeste), Santa Bárbara (voltado para o sul) – adjacente ao rio Guaporé, Santo Antônio de Pádua (voltado para o Norte) e Santo André Avelino (voltado para o Leste). As pedras para a construção foram obtidas no próprio local, a Cal em Belém do Pará, Albuquerque e Corumbá (MT), a artilharia veio de Lisboa via Belém do Pará, uns chegaram pela rota fluvial Amazonas- Madeira-Guaporé e outros pelas Amazonas-Tapajós-Guaporé. O primeiro comandante do Forte Príncipe da Beira foi o Capitão de Dragões, José Melo da Silva Vilhena. Com a decadência do Império Espanhol e a crise da mineração, o Forte Príncipe da Beira caiu no abandono. Foi redescoberto em 1911 pelo Marechal Rondon, foi reocupado pelo exercito brasileiro e teve seu tombamento histórico em 30 de novembro de 1937. 14 Tratados e a configuração de um país Tratado de Tordesilhas - 1494 A descoberta da América em 1492 e a do Brasil em 1500 inserem- se no ciclo das navegações em busca do melhor caminho para as Índias. Eram os tempos modernos que se iniciavam com um movimento geral de renovação, o Renascimento, caracterizado pelo espírito mais aberto e crítico do humanismo, o maior conhecimento da antigüidade clássica, grande surto das artes e o desenvolvimento das ciências, inclusive as que se relacionavam com a arte de navegar. A carência dos metais preciosos na Europa, a sede de especiarias e os mitos então correntes sobre as riquezas do Oriente impulsaram portugueses e espanhóis a procurar novas terras, avançando sobre mares desconhecidos. Os primeiros o fizeram sistematicamente, contornando primeiro toda a África; os segundos, de maneira quase surpresiva, ante o êxito da viagem de Colombo. Celebrou-se, então, entre os dois monarcas, em Tordesilhas, o Tratado de 7 de junho de 1494, que estipulou que a linha estabelecida pelo Sumo Pontífice se suporia traçada a 370 léguas para o poente das referidas ilhas, ampliando-se, assim, a favor de Portugal, as 100 léguas antes consagradas. Apesar, porém, de prevista no Tratado, nunca se realizou a demarcação das 370 léguas, obrigação prorrogada e definitivamente esquecida pelas duas Coroas. O meridiano de Tordesilhas, apesar de nunca demarcado e de ser de impossível localização no interior do país, passaria ao norte em Belém do Pará e no sul em Laguna, Santa Catarina. Tratado de Methuen (1703) Tratado assinado em 27 de Dezembro de 1703 entre Inglaterra e Portugal, pelo qual este ficava obrigado a abrir o seu mercado à importação de lã inglesa, tendo como contrapartida a exportação facilitada dos seus vinhos para Inglaterra. Embora tenha contribuído para a afirmação da produção vinícola em Portugal, condenou à destruição a incipiente indústria de lanifícios portuguesa. Vigorou até 1836. Tratado de Madri (1750) A linha de Tordesilhas funcionou pelo menos teoricamente até 1750 para separar os domínios espanhóis e portugueses na América. Só foi abolida pelo Tratado de Madri. As negociações do tratado foram inspiradas por Alexandre de Gusmão, paulista e um dos secretários do rei Dom João V, além de integrante do Conselho Ultramarino. Sob sua direção, foi elaborado, em 1749, o chamado Mapa das Cortes, que definia as fronteiras entre o Brasil e a América espanhola. O tratado, concluído em Madri em 13 de janeiro de 1750, ignorava os anteriores e adotava um princípio sugerido por Gusmão: o do uti possidetis, que dava a posse da terra àqueles que a tivessem ocupado e povoado. Os domínios dos dois países na América foram separados por uma nova linha, que respeitava as áreas ocupadas e exploradas por colonos portugueses ou espanhóis e seguia, sempre que possível, os limites naturais, como o cume das serras ou o curso dos rios. Tratado de El Pardo (1761). O fracasso da demarcação dos limites e o envolvimento de Espanha e Portugal em lados opostos na Guerra dos Sete Anos, em 1756, levaram à anulação do Tratado de Madri e sua substituição por um novo tratado, assinado na cidade espanhola de Pardo (12/2/1761). As tropas de Buenos Aires tomaram a Colônia do Sacramento, pela quarta vez, em 1762; ocuparam o Rio Grande, em 1763; e chegaram à ilha de Santa Catarina, em 1777. Tratado de Santo Ildefonso (1777). Por esse tratado, assinado em 1º de outubro de 1777, na cidade espanhola de San Ildefonso, a rainha D. Maria I, de Portugal, e o rei espanhol Carlos III praticamente revalidaram o Tratado de Madri. Os espanhóis ficavam com a Colônia do Sacramento e a região dos Sete Povos, ou seja, boa parte do Rio Grande do Sul e do atual Uruguai. A Espanha devolvia a ilha de http://www.klickescolas.com.br/2006/enciclo/encicloverb/0,5977,CCLIENTE-6457,00.html 15 Santa Catarina aos portugueses. Pela primeira vez o limite sul do Brasil era o Arroio Chuí. Tratado de Badajoz (1801). O tratado de 1777 também não foi respeitado. Os espanhóis violaram a fronteira de Mato Grosso na altura de Nova Coimbra e os gaúchos apossaram-se da área pecuarista dos Sete Povos em 1801. Nesse ano, Espanha e Portugal firmaram na cidade espanhola de Badajoz outro acordo: Portugal manteria as regiões conquistadas na América (os Sete Povos); em troca, cedia Olivença, na Península Ibérica, à Espanha. Era de certa forma a readoção do Tratado de Madri, e dava ao Brasil aproximadamente a dimensão e o contorno atuais. O Tratado de Ayacucho (1867) Nas primeiras décadas do século XIX, o contexto histórico latino- americano havia se alterado profundamente. As ex-colônias espanholas e portuguesas tornaram-se países independentes e as questões fronteiriças ganharam conotações inéditas. Foi nesta nova situação que Brasil e Bolívia negociaram o Tratado de Ayacucho, assinado em 1867. Os brasileiros negociaram esse tratado,sujeitos a pressões exercidas pela Bolívia durante a Guerra do Paraguai, que estava mobilizando todos os recursos bélicos e financeiros do Brasil. Ainda assim, a diplomacia brasileira soube se aproveitar da fragilidade congênita da Bolívia para tirar vantagens. Como o povoamento brasileiro já havia penetrado nos rios Madeira, Purus e Juruá, os negociadores do Brasil procuraram empurrar a linha divisória mais para o sul, estabelecendo que o ponto inicial da fronteira seria agora a confluência dos rios Beni e Mamoré, onde se iniciava o Madeira. A partir daí, o Tratado de Ayacucho dizia que "Deste rio para oeste seguirá a fronteira por uma paralela, tirada da sua margem esquerda na latitude sul 10º20’ até encontrar o rio Javari. Se o Javari tiver as suas nascentes ao norte daquela linha leste-oeste, seguirá a fronteira desde a mesma latitude, por uma reta a buscar a origem principal do dito Javari." O trecho transcrito deixa claro que por ocasião da assinatura do Tratado de Ayacucho, ainda não se conheciam as verdadeiras nascentes do Javari. Acreditavam os diplomatas brasileiros que essas nascentes estavam no paralelo 10º20’, mas deixavam em aberto uma solução para o caso dessa idéia não corresponder à realidade. E foi exatamente isso o que se constatou posteriormente: as verdadeiras cabeceiras do Javari estavam situadas a 7º 06’. Foi essa descoberta que, a partir de 1895, quando a fronteira começou a ser demarcada na prática, deu origem à Questão Acreana. Tratado de Petrópolis (1903) Uma conquista da diplomacia brasileira foi um acordo assinado entre o Brasil e a Bolívia, em 17 de novembro de 1903, que encerrou o conflito existente entre as duas nações, face à ocupação do território boliviano por retirantes nordestinos que, durante a II Guerra Mundial, expandiram a fronteira brasileira em busca do leite da seringueira, na densa floresta amazônica. A negociação diplomática encaminhada por José Maria da Silva Paranhos Jr., o Barão do Rio Branco, Ministro das Relações Exteriores (1902/1912), efetivou-se em Petrópolis/RJ, cidade imperial onde se encontravam as delegações estrangeiras no país; a defesa brasileira consistiu no argumento do uti possidetis solis, que assegura direito ao http://www.grupoescolar.com/materia/o_tratado_de_madrid_e_o_tratado_de_ayacucho.html 16 território a quem o possui de fato. Em troca, o Brasil indenizou a Bolívia com 2 milhões de libras esterlinas, entregou-lhe algumas áreas da fronteira de Mato Grosso e obrigou-se a construir 366 km da estrada-de-ferro Madeira-Mamoré/RO, que permitiria a saída da Bolívia para o Oceano Atlântico. O Barão do Rio Branco teve seu feito reconhecido e recebeu do povo acreano homenagem indelével, que batizou com seu nome a capital do Estado do Acre. Além disso, essa que é considerada a maior vitória diplomática do Brasil, testemunhada por Rui Barbosa, Assis Brasil, dentre outros, valeu ao Barão também o título de Deus terminus de nossas fronteiras. Primeiro Ciclo da Borracha Seringueira (Hevea Brasiliensis), já era utilizada por indígenas pré- colombianos. Divulgada na Europa por Charles Marie de La Condamine e François Fresneau (1736), tinha pouco emprego, até a descoberta da vulcanização (Charles Goodyear, EUA – 1839), e seu uso em pneus. Em 1853, figura nas exportações da Amazônia e, a partir daí, a sua explosão e demanda no mercado internacional, gerando dessa forma, uma grande elevação de preços. A borracha produziu imensas riquezas, beneficiando muito mais os setores mais distantes da produção, sobretudo, os exportadores estrangeiros. Para a sua extração, foi utilizado um sistema de exploração de trabalho que, praticamente, reeditava as condições de escravidão. Após um período relativamente curto de apogeu, entre em decadência, causando a estagnação da região em virtude da concorrência estrangeira (Asiática), através de contrabando feito pelo inglês Henry Alexander Wyckham que levou 70.000 sementes. O sertão nordestino liberou braços abundantes para os seringais. Mais de 500 mil nordestinos vêm para a região Amazônica, fugindo da seca que assolava a região (seca de 1877). A mão-de-obra utilizada na extração de látex se compunha de mamelucos, nativos bolivianos e nordestinos. Na ilusão de enriquecimento ou apenas por sobrevivência (ganha pão), os nordestinos saem de seus Estados e caem no domínio dos seringalistas, donos dos latifúndios onde se explorava a borracha, tornando-se quase escravo de seu patrão, já que prevalecia a justiça do mais forte, o Coronel. Ao chegar, o trabalhador já se endividava na sua compra dos instrumentos de trabalho (tigela, bacia, machado, rifle) e alimentos fornecidos pelo dono do seringal e dono do barracão (armazém). 17 Seringueiro no processo de defumação do Látex O patrão comprava a produção do seringueiro. No final do ano era feito um balanço para ver se o seringueiro tinha saldo, mas como os preços do barracão eram exorbitantes, o seringueiro ficava devendo e aumentava cada vez mais sua dependência em relação ao barracão. O lucro da borracha ficava parte com o seringalista que, por sua vez, dependia das Casas Aviadoras que supria os barracões e eram responsáveis pelo transporte da borracha para Belém e Manaus. As Casas Aviadoras que pertenciam aos comerciantes brasileiros e estrangeiros cuidavam da manutenção dos seringais, fornecendo crédito aos seringalistas, que pagavam também com a produção da borracha. Mas as Casas Aviadoras também dependiam das Casas Exportadoras, quase sempre estrangeiras, principalmente européias e norte-americanas. As Casas Aviadoras também pagavam os empréstimos às Casas Exportadoras com a borracha. O lucro maior ficava com as Casas Exportadoras que monopolizavam o comércio e a exportação da borracha. Os exportadores, reduzidos às poucas pessoas, acumulavam imensas fortunas e eram responsáveis pela transferência de capital da região explorada, através das filiais nas grandes cidades amazônicas, para países centrais do capitalismo. A Navegação do Rio Madeira e o Imperialismo Em plena fase de conquistas territoriais, o imperialismo das grandes potências destroçava impiedosamente quaisquer obstáculos que se opusessem aos seus interesses. A conjuntura internacional era marcada pelas agressões do imperialismo europeu às nações latino-americanas. O governo imperial brasileiro manteve prolongadas negociações diplomáticas com países europeus para resolver questões fronteiriças, como também aos interesses capitalistas internacionais sobre a abertura da bacia Amazônica à navegação internacional. MAPA: hidrografia na região norte Em 1852, o Barão de Mauá, Irineu Evangelista de Souza, fundou a Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas, com capital investido por Mauá, subsídios do governo brasileiro e compra de ações de comerciantes de Belém e Manaus. Dessa forma, procurava reagir às pretensões norte-americanas, incentivando a navegação nacional e protegendo a soberania territorial. Em 1860, surgiram mais duas companhias de navegação: a Companhia Fluvial Paraense e a Companhia Fluvial do Alto Amazonas. Finalmente, em 1872, D. Pedro curva-se à pressão externa e abre a região Amazônica à navegação internacional. 18 Em 1874, a Amazon Steam Navigation Company, comprou as três empresas nacionais que operavam na bacia amazônica e passa a monopolizar o transporte fluvial da região. Estrada de Ferro Madeira-Mamoré O século XIX foi o século de afirmação do sistema capitalista, baseado na idéia de lucro. As ferrovias se tornam um investimento rentável, que gerava lucros para os países detentores de tecnologia e a dependência daqueles que compravam. Na Guerra do Pacífico (1879-1883), reunindo Peru e Bolívia contra o Chile, que era apoiada pelo capital britânico, a Bolívia perdeu sua saída para o mar. Para escoar seus produtos pelo Pacífico, a Bolívia encontrava dificuldades devido ao seu relevo, que a deixava encurralada entre os Andes e os desertos do Gran Chaco, enfrentando assim, problemas fronteiriços com o Chile. A região norte sempre foi servida por uma rede hidrográfica rica, com muitos rios navegáveis e desde o início de sua colonização, os rios foram seus principais caminhos. Para a Bolívia, as vantagens da navegação pelo Rio Madeira era ganhar os rios navegáveis (afluentes do Amazonas ou Rio da Prata) e sair no Atlântico. O interior da Bolívia ficaria ligado ao Atlântico através de Belém do Pará, mas havia mais alguns obstáculos a vencer, que eram as cachoeiras do Rio Madeira. Em 1846, o engenheiro boliviano José Augustin Palácios, navegou nos rios Mamoré e Madeira e defendeu a idéia de ligação da Bolívia por via Amazonas através da construção de uma estrada. Os tenentes norte- americanos Herndon e Gibbon, em 1851, navegaram os rios que ligam a Bolívia ao litoral Atlântico do Brasil através do Amazonas. Também propuseram a construção de uma estrada para transpor as cachoeiras do Rio Madeira. Desde 1797, o governador do Pará, D. Francisco de Souza Coutinho, já tinha preconizado essa solução, sugerida pelos tenentes Herndon e Gibbon. Em 1861, o francês Ernest Grandidier também fez estudos sobre as comunicações com o Atlântico, através do Amazonas. O general boliviano Quentin Quevedo que, em 1861, depois de percorrer os Rios Mamoré e Madeira, propõe a canalização dos trechos das cachoeiras ou a construção de uma estrada de ferro. No mesmo ano, o 19 governo do Amazonas designa o engenheiro João Martins de Souza Coutinho para efetuar novos estudos sobre o Rio Madeira, que também propôs a construção da estrada de ferro para ligar a navegação dos rios Madeira e Mamoré. A Guerra do Paraguai (1864-1870), envolvendo a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) contra o Paraguai, fez com que Solano López (Paraguai) atacasse a província do Mato Grosso, isolando-a e impedindo o tráfego pela Bacia Platina. Reforça-se a necessidade da construção da estrada de ferro para tirar a região do isolamento. O Brasil entra em acordo com a Bolívia, surgindo daí o Tratado de Amizade, Limites, Navegação, Comércio e Extradição, celebrado em La Paz (1867), conhecido por Tratado de Ayacucho, que no seu artigo 9º, previa a construção de uma estrada de ferro ao lado das cachoeiras. O governo brasileiro incumbiu os engenheiros Joseph e Franz Keller de estudarem a viabilidade da construção de uma estrada de ferro ao lado das cachoeiras. Em 1867, o General boliviano Quentin Quevedo busca recursos para a construção da estrada de ferro. Em 1868, o engenheiro norte-americano George Earl Church a serviço do governo boliviano apresentou um plano de construção de canais contornando as cachoeiras. Fundou para isso a National Bolívia Navigation Company, mas percebendo que o projeto de canalizar o Rio Madeira era difícil de executar, modificou-o posteriormente para uma ferrovia. A ferrovia seria construída em território brasileiro e teria o aval do governo Imperial, que exige que Church organize uma nova companhia. Em 1871 foi fundada a “The Madeira and Mamoré Railway” que ligaria Santo Antônio a Guajará-Mirim. Church consegue empréstimo em Londres, porém, os ingleses indicaram a construtora Public Works. A empresa manda seus engenheiros que, juntamente com Church, descem o Rio Mamoré, atravessam as cachoeiras do Madeira e chegam a Santo Antônio, fazendo um relatório apressado e dando um parecer positivo para a construção da ferrovia. Estava feita a parceria The Madeira and Mamoré Railway e a Public Works Construction co. Em 1872, chega a primeira leva de trabalhadores e os primeiros materiais para construção. Após sérios reveses provocados por ataques indígenas (índios caripunas), febres e malária, os engenheiros e trabalhadores se retiram do Vale do Madeira deixando para trás todo o material, alegando ser impossível a construção da ferrovia e terem sido enganados sobre as condições da região. A construtora pediu uma indenização pelos prejuízos. Church, depois de várias tentativas fracassadas junto a empresas inglesas, contrata a P & T Collins (1878), que deveria construir inicialmente 32 km de estrada. A empresa norte-americana, Phillip & Thomas Collins, fracassou diante às adversidades da região. Em quatro meses só conseguiram assentar 7 km de trilhos. Diante do fracasso da P & T Collins, o governo brasileiro cassa a concessão dada ao coronel Church e designa uma nova comissão para continuar a construção da estrada de ferro. Comissões para estudos da região Em 1883, chega a Santo Antônio a Comissão Brasileira Morsing. Já na chegada a Santo Antônio, em 19.03.1883 e diante da desolação do local e do total estado de abandono dos restos da aventura da firma P. & T. Collins e da enormidade do que havia sido feito durante aquele quase um ano para os padrões de produtividade dos trabalhos na região (construídos 6 km de trilhos, aterrados cerca de 20 km e estudados mais de 100 km), já declarou um dos membros da comissão: "São incríveis os trabalhos feitos por aqueles heróicos Americanos, a despeito de todas as contrariedades"... Essas contrariedades não tardaram a afetar a comissão Morsing e após cerca de um mês de permanência no local, já começavam a registrar-se as primeiras mortes de engenheiros, e o próprio chefe da comissão adoeceu, sendo retirado do local. Para variar, os índios também continuavam perturbando os trabalhos e assustando os encarregados do trabalho a ponto destes não se aventurarem nas matas à procura de caça para substituir a alimentação pobre do local, o que contribuiu ainda mais para piorar as condições de saúde dos membros da comissão, registrando-se mais 20 algumas mortes de engenheiros e trabalhadores, até que a comissão retirou-se em 19.08.1883, quando já não havia nenhum membro que não estivesse doente, são obrigados a abandonar a região. No ano de 1884, é designada uma nova comissão brasileira, comissão essa chefiada pelo engº Pinkas, (Comissão Pinkas ) que chegou a Santo Antônio em 20.06.1884, regressando em 10.09.1884, tendo aparentemente realizado a proeza de levantar mais que o dobro de tudo que havia sido levantado (confirmado) pela comissão Morsing em apenas 77 dias, novamente às custas de grande sacrifício em vidas humanas. Mas os estudos que fez não eram confiáveis. Na realidade, nas duas plantas a ferrovia corria praticamente paralela, apenas diferindo no trecho entre as cachoeiras do Jirau e Guajará-Mirim, justamente o trecho dado como bom Por Morsing de acordo com as plantas da Public Works, e no local de início da ferrovia, que Pinkas estabelecia em Santo Antônio. Somente em 1912, terminada a construção da ferrovia, iria confirmar-se, com certeza, que Morsing estava correto e Pinkas errado. Estas comissões tinham como objetivo principal verificar a viabilização da construção da ferrovia, desenvolvendo estudos sobre o percurso adequado para a obra. Abaixo, o traçado previsto de acordo com a planta de Pinkas, comparando com a estabelecida por Morsing. MAPA: expedição Morsing Encerram-se, naquele momento, as tentativas de construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Em Santo Antônio fica abandonado o material e um saldo de grande número de vítimas mortas nessas tentativas de construção da estrada de ferro. 21 A Guerra do Acre O Acre e outros afluentes do Purus tinham os melhores seringais. Os únicos produtivos até hoje. A área era da Bolívia e reconhecida pelo Brasil pelo Tratado de Ayacucho (1867), apesardas dúvidas que ainda pairavam sobre o término do território brasileiro e o início do território boliviano, houve a ocupação dos seringais bolivianos por brasileiros. A região ficava separada da Bolívia por montanhas e selvas, unida ao Brasil pelo Purus, que tornava a navegação mais fácil, embora demorada. Até então, o Acre era um extenso território praticamente desabitado e sem importância econômica. Com o primeiro ciclo da borracha, descobriu-se que o Acre era riquíssimo em seringais e atraiu milhares de brasileiros, principalmente nordestinos, fugindo da seca em seus Estados. O Acre passa a ser um grande produtor de látex, extraindo toneladas desse produto. Guerra no Acre A Bolívia, em 1899, instalou postos alfandegários na região, e, apesar do governo brasileiro ter acatado a medida, houve reação dos brasileiros nos seringais acreanos. Também houve reação dos Estados do Amazonas e Pará, que estendiam sua jurisdição na região, inclusive, através de cobrança de impostos. Afetava também os interesses das Casas Aviadoras que passaram a apoiar um movimento separatista. Em 14 de julho de 1899, o espanhol Luiz Galvez, funcionário do consulado da Bolívia em Belém, tomando ciência de um acordo diplomático entre Bolívia e EUA, através de um documento existente na embaixada boliviana (ver leitura complementar), buscou apoio de Manaus através de armas, dinheiro e munição e dirigiu-se ao Acre, assumindo a liderança de um movimento contra a Bolívia, mas acabou optando pela independência do Acre, contrariando os interesses de Manaus e Belém, que temiam verem seu comércio prejudicado na região. Galvez foi deposto e preso. A Bolívia pressentindo o perigo arrenda a extração do látex a uma companhia que reunia capitais norte-americanos, ingleses e alemães – The Bolivian Syndicate de New York – no comando desta companhia estava a família de Roosevelt e como um dos acionistas o rei da Bélgica. “A questão acreana, segundo Rubin Santos Leão Aquino e Ronaldo César Lisboa, não envolvia somente o Brasil e a Bolívia e tão pouco se resumia a uma questão unicamente fronteiriça. Esta visão de que foi um simples conflito de limites territoriais esconde e deturpa, como acontece na maioria das vezes, o direito das pessoas à verdade histórica. Se analisarmos o problema dentro do contexto histórico mundial, a questão acreana é um típico exemplo da ação do imperialismo internacional, dos métodos por ele utilizados para dominar a economia dos países não desenvolvidos e dos resultados nefastos (para a população desses países) dessa ação (...). O governo boliviano, na verdade, agiu como simples testa- de-ferro de poderosas companhias internacionais principalmente norte- americanas que compunham o chamado Bolivian Syndicate, interessado na maior riqueza da selva amazônica: o látex da borracha”. (Aquino – Ronaldo – Fazendo a História – Ed. ao Livro Técnico) Plácido de Castro, um veterano militar gaúcho, lidera um novo levante, que a princípio não houve interferência do governo brasileiro. Como o presidente da Bolívia manda tropas para o Acre, em resposta o presidente Rodrigues Alves ordenou que tropas do exército avançassem para proteger a população brasileira. Paralelo às ações militares, desenvolveu as negociações diplomáticas através do Barão de Rio Branco. Em novembro de 1903, os dois países chegaram a um acordo, assinando o Tratado de Petrópolis. 22 Foi criado, assim, o Território Federal do Acre, através da Lei 1181 de 25 de novembro de 1904. Madeira Mamoré Railway Com a assinatura do Tratado de Petrópolis (1903), são retomadas as discussões sobre a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e o governo brasileiro abre a licitação para a construção da mesma. Venceu a licitação Joaquim Catrambi que repassa ao norte-americano Percival Farquhar, (por 60.000 dólares) empresário com grandes empreendimentos nos Estados Unidos e na América Central. Os trabalhos da construção da Ferrovia Madeira-Mamoré Railway ficaram sob a responsabilidade da empreiteira May, Jekyll & Randolph, com sede em New York, - subsidiária da Madeira Mamoré Railway – fundada por Percival Farquhar em Portland nos EUA. Após fazer um levantamento do material deixado pela P & T Collins, instalação de galpões para o reparo de locomotivas, (inclusive a máquina Cel. Church, totalmente recuperada), consertos de lanchas, de navios e criação de armazéns de carga para receber mercadorias do interior, do sul e de países estrangeiros, deu início à construção da ferrovia. As tentativas anteriores de construção da estrada de ferro partiram sempre de Santo Antônio a Guajará-Mirim pertencente ao Estado do Mato Grosso. A empresa May, Jekyll & Randolph constatou, ao chegar, a inviabilidade de começar a ferrovia em Santo Antônio, devido ao difícil acesso ao porto improvisado para desembarque de materiais pesados e pelas doenças que assolavam Santo Antônio e sua alta insalubridade. Desloca o ponto inicial 7 km rio abaixo, dentro de terras pertencentes ao Amazonas, no antigo Porto do Velho. Surgia uma cidade planejada em plena selva com início da construção da ferrovia. Além das oficinas, galpões, armazéns, Porto Velho também contava com usinas de geração de energia de captação de água, hospital, porto fluvial, fábrica de gelo e fábrica de biscoito. As casas dos funcionários mais qualificados eram feitas com tela, sistema de esgoto, tratamento de água, luz elétrica, cinema e salões de festas. Fora dos limites da administração da estrada de ferro, hoje, a partir da Avenida Presidente Dutra, chamava-se Avenida Divisória. Surgia uma “nova cidade” feita de cabanas de palhas onde reinava a miséria, desordem e o caos, que recebia trabalhadores, prostitutas, desempregados e toda massa de excluídos e marginalizados vindos principalmente de Santo Antônio, que decaía com a construção da estrada de ferro. Enquanto Porto Velho crescia, Santo Antônio se despovoava. Em 1907, o índice de mortalidade na ferrovia era alarmante. Para compensar o alto número de mortos e doentes, a Railway Company substituía-os por outros vindos de todas as partes do mundo e chegavam cada vez mais pessoas de várias nacionalidades, atraídos pela idéia de ficarem ricos. Cemitério da Candelária Foram 21.817 trabalhadores empregados pela Railway Company durante os cinco anos de construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. A malária, o beribéri, a disenteria e a pneumonia dizimavam centenas de trabalhadores. Diante disso, a Companhia resolveu construir o Hospital da Candelária, o mais bem equipado da América Latina, para o 23 tratamento das doenças tropicais. Mesmo com a construção do hospital, continuava crescendo o número de óbitos. Havia negligência por parte da empresa na política preventiva de combate às doenças. Leito do Hospital da Candelária Osvaldo Cruz, maior sanitarista do Brasil, juntamente com Belizário Pena, estive aqui na região. Eles fizeram um relatório apontando as causas das epidemias e indicaram medidas profiláticas para combatê- las. Além da recusa de muitos doentes em não tomar os remédios à base de quinino, a empresa não quis gastar dinheiro com os meios de combate às doenças. Morreram cerca de 1.593 operários oficialmente registrados, pois, muitos adoeciam e não ficavam na empresa, seguiam para Manaus ou Belém e acabavam morrendo nesses locais. Na verdade, morreram em torno de 6 mil. A Estrada de Ferro Madeira Mamoré foi concluída em 1º de agosto de 1912, ligando Porto Velho a Guajará-Mirim (cachoeira pequena). A construção da EFMM foi extremamente importante para o desenvolvimento do Vale do Madeira. Ao longo da ferrovia que ligava Porto Velho a Guajará-Mirim, ponto inicial e final respectivamente, surgem vários povoados como Jací Paraná, Mutum Paraná, Abunã, Iata e Vila Murtinho. A ferrovia quando foiinaugurada, havia concretizado um grande sonho, que na realidade, não passou de uma ilusão. Daí em diante, a crise da borracha jamais permitiu que a ferrovia tivesse um desempenho econômico a altura de tantos esforços e tantas mortes. A Força de Trabalho na EFMM Logo no início das obras da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, as duas companhias, a concessionária e a construtora chegaram à conclusão que o empreendimento fracassaria se caso fosse adotado o mesmo sistema das empresas anteriores, ou seja, manter um número fixo de trabalhadores. O número de mortes e doentes era cada vez mais crescente. Foi por esta razão que a Companhia resolveu manter agentes em varias partes do mundo com o objetivo de recrutar trabalhadores que, além de atuarem na construção da Estrada de Ferro, seriam utilizados também em diversas circunstâncias. O Grupo de Farquhar tentou inicialmente a “importação” de trabalhadores espanhóis que haviam servido à construção das estradas de ferro em Cuba, mas, com grande incidência de doenças que acometiam os trabalhadores, fez com que os governos da Espanha, Portugal e Itália proibissem a imigração direta para o local da construção da estrada de ferro. A princípio, a Companhia, apesar de sofrer contínuos atrasos na obra em virtude das moléstias que atacavam os trabalhadores, seguia na mesma trilha percorrida por todas as suas antecessoras: o da negligência e do descaso na luta contra as doenças regionais. Em 1908 a empreiteira trazia mensalmente 204 novos trabalhadores de países como a Grécia, Alemanha e Itália, que viriam substituir os enfermos. Os que sobreviviam se tornavam debilitados fisicamente, e dificilmente seriam aproveitados na obra. No ritmo de construção da estrada de ferro, o período médio de vida dos operários era de apenas três meses. Durante a primeira fase da construção da ferrovia, ainda no século XIX, já se registrava a presença dos barbadianos, mas no século XX eles se tornaram uma força expressiva nos trabalhos da ferrovia. Os barbadianos eram provenientes das colônias inglesas da América Central. 24 Reta do Abunã – “O inferno no paraíso” A vantagem desse tipo de mão-de-obra era que muitos já haviam adquirido experiência na construção de ferrovias e do Canal do Panamá, em sua região de origem. Devido sua experiência em ambientes tropicais hostis, como as selvas panamenhas, aliadas a seu vigor físico e ritmo altamente disciplinado, como mão-de-obra os barbadianos se tornavam indispensáveis. Provenientes de diversas nacionalidades centro-americanas, Barbados, Trinidad, Jamaica, Santa Lúcia, Martinica e outras ilhas da Antilhas, esses negros de formação protestante e idioma inglês eram, de forma geral, denominados “barbadianos” Os homens caribenhos, em Porto Velho, viviam segregados em razão da língua, da cor e por constituírem um bairro próprio (Barbadian Tow). Uma maneira aristocrática e o sentimento de superioridade cultural estavam incutidos nesses homens que vieram para exercer algum cargo de maior relevância dentro da empresa. Procuravam manter determinado distanciamento em relação aos que não pertenciam à sua cultura. Diferenciavam-se dos negros brasileiros, que trouxeram do nordeste para Porto Velho os ritos afros. Os barbadianos mantinham uma aceitação orgulhosa da aculturação, negando suas raízes africanas, inclusive religiosas. Sendo eles protestantes, não aceitavam os rituais africanos. Mão de obra Indu Além dos barbadianos, várias outras nacionalidades se fizeram representar no contingente de trabalhadores da ferrovia, tais como norte- americanos, ingleses, gregos, hindus, entre outros, recriando na Amazônia o mito bíblico de uma nova Babel do imperialismo. Hoje os trilhos repousam sobre a vida de milhares de operários que vieram construí-los. 25 Linha Telegráfica – 1907-1909 Dentre as causas do processo de povoamento do atual Estado de Rondônia – Vale do Guaporé e Madeira – destacaram-se como obras de grande importância o Real Forte Príncipe da Beira e a Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Também faz parte dessa política de povoamento as Linhas Telegráficas, implantadas por Marechal Rondon. O Governo Federal preocupava-se com o isolamento do extremo oeste e norte do país, o que o levou a construir as Linhas Telegráficas entre Cuiabá e o Araguaia (1892-1898), e outra de Cuiabá a Corumbá (1900-1906); estendendo-se até a fronteira do Paraguai, visto que durante a Guerra do Paraguai, essa região permitiu a invasão de forças inimigas no território brasileiro. Portanto, era preciso guarnecê-la e povoá-la. Rondon foi designado para uma nova missão, confiada pelo presidente Afonso Pena, para ligar, por postos telegráficos, Cuiabá a Santo Antônio, completando a ligação sul e norte do país. Em 1907 foi iniciada a primeira etapa da expedição de Rondon, saindo de Cuiabá até Juruena, percorrendo 1.781km. Em 1908 sai de Juruena até Serra do Norte, percorrendo 1.653 km. Em 1909 foi a terceira e última expedição, de Serra do Norte até Santo Antônio, percorrendo 1.415 km. Comissão Rondon Além do assentamento da Linha Telegráfica, a Comissão Rondon fez um levantamento geográfico da região. Na Comissão Rondon, havia militares, engenheiros, fotógrafos, técnicos e cientistas civis, o que a tornava também uma missão científica. A atuação da Comissão foi decisiva para o reconhecimento e levantamento hidrográfico da fauna e flora da região, ligando a Amazônia Ocidental ao resto do país e tirando-a do isolamento. Durante esses trabalhos, Rondon reencontrou o Forte Príncipe da Beira, que estava abandonado, e desde então, passou a lutar pela sua reativação, o que ocorreu em parte, em 1932, com a instalação de um contingente militar. Enfrentando todo tipo de dificuldades, passando por regiões inóspitas, selvas densas, assoladas pelas doenças, fome, deserções de soldados e ataques dos índios, exigia Rondon uma postura rígida, dura e disciplinada, já que uma grande parte dos integrantes da comissão era de presos e degredados. Rondon nasceu no Mato Grosso, era descendente de índio. A princípio, se formou como professor de magistério e ingressou posteriormente na carreira militar. Durante a implantação das Linhas Telegráficas conheceu e estudou muitas tribos indígenas, sempre estabelecendo contato pacífico com os índios parecis. Sob a bandeira de “Morrer se preciso for, matar nunca”, a comissão nunca revidava os ataques indígenas. A luta de Rondon e seus companheiros acabou por sensibilizar o governo, originando daí o SPI (Serviço de Proteção ao Índio), que reconhecia os direitos dos povos indígenas de existirem em suas próprias terras, bem como seus costumes. Sua linha de atuação era pacificar o índio arredio e hostil (para permitir o avanço da civilização), demarcar suas terras, criando reservas indígenas, onde aprenderiam noções de higiene e sanitarismo feito por funcionários abnegados. Belas palavras, muita teoria, que na prática nem sempre foram cumpridas. 26 Enquanto Rondon viveu e lutou nas selvas, os índios foram respeitados. Rondon criou 77 postos indígenas, descobriu 12 novos rios, mapeou territórios, estendeu linhas telegráficas sem matar índios. Depois de Rondon, foram pacificadas mais de 80 tribos que foram praticamente destruídas pelas doenças e afastamento de suas terras. Em 1910, o SPI se perdeu em meio a erros, corrupção e crimes, descaracterizando as propostas de Rondon. O SPI foi substituído posteriormente pela criação da FUNAI (Fundação Nacional do Índio). A trilha palmilhada por Rondon serviu de traçado para a atual BR 364. Ao longo do percurso dos postos telegráficos assentados, surgiram vários povoados, entre eles: Vilhena, Cabixi, Pimenta Bueno, Vila de Rondônia, Jaru e Ariquemes.Aluízio Ferreira Em Rondônia, o nome de Aluízio Ferreira está completamente associado à história do atual Estado. Atuando como agente transformador e líder incontestável da região, criou bases para a implantação do Território Federal do Guaporé. Aluízio Ferreira se destacou como o primeiro diretor administrativo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Como militar chamou a atenção quanto às questões fronteiriças com a Bolívia, por fim, foi o primeiro governador do Território Federal do Guaporé. Participou do Movimento Tenentista (contra a República Oligárquica) chefiando a Revolta da Guarnição do Forte de Óbidos no Amazonas. Aluízio Ferreira Quando o movimento foi debelado, restou a Aluízio Ferreira a fuga para o Vale do Guaporé. Trabalhou no seringal Laranjeira, de propriedade de Américo Casara, como seringueiro e na administração do barracão. Durante sua permanência no seringal, fez estudos sobre índios Macurapes e Tuparís, criando um documentário sobre essas tribos e endereçando ao Marechal Rondon, na época de sua passagem à Belém. Em 1928 apresentou-se às autoridades militares em Belém do Pará, sendo julgado e condenado à prisão por 7 meses. 27 Foi reintegrado ao exército com a patente de Tenente. Ingressou na Comissão de Linhas Telegráficas a convite de Marechal Rondon, sendo destacado para a zona norte, sediada em Santo Antônio do Rio Madeira, na subchefia do posto e sob o comando do Major Emanuel Amarante. Com a morte do Major Amarante, Aluízio Ferreira foi designado para assumir a chefia do posto telegráfico de Santo Antônio. Com a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder com o apoio dos tenentes (rebelados em 1922 e 1924), Aluízio Ferreira sendo revolucionário deste período na região norte, foi designado como chefe do Governo Provisório no Estado do Amazonas. Durante sua permanência no cargo, teve que intervir na greve dos ferroviários da Madeira Mamoré, ameaçados de dispensa em conseqüência da Crise de 1929. Em nome do presidente Getúlio Vargas, ele se comprometeu a dar subsídios à administração da ferrovia para mantê-la em funcionamento, evitando assim, o desemprego dos trabalhadores da ferrovia. Em 1930, Aluízio Ferreira viajou ao Rio de Janeiro para defender Rondon, acusado de corrupção administrativa por tenentes revolucionários (antigos desafetos de Rondon). Os tenentes também pretendiam, sob a liderança de Juarez Távora, erradicar as Linhas Telegráficas e extinguir as unidades militares, dispensando o pessoal responsável pela construção e manutenção dessas vias, comprometendo a segurança das fronteiras. O ministro da Viação e Obras Públicas, José Américo de Almeida aceitou a defesa feita por Aluízio Ferreira designando-o para substituir o General Rondon na Inspetoria das Fronteiras e chefia do Terceiro Distrito Telegráfico. Em 1931, o capitão Aluízio Ferreira foi nomeado diretor da Estrada de Ferro Madeira Mamoré e, em 1932, o Ministro da Guerra, criou os Contingentes de Fronteiras sediados em Porto Velho, Guajará-Mirim e Forte Príncipe da Beira, subordinados à Inspetoria dos Contingentes Especiais de Fronteira sob o comando de Aluízio Ferreira, que ficou com toda autoridade na região. Também coube a Aluízio Ferreira a abertura da Rodovia Cuiabá – Porto Velho abrindo alguns quilômetros que deu origem a BR 364, concluída em 1960. Finalmente em 1943, com a criação do Território Federal do Guaporé, foi nomeado seu primeiro governador. A Nacionalização da E.F.M.M A E.F.M.M, logo após sua inauguração, passou a amargar pesados déficits, em conseqüência do preço da borracha que sofria a concorrência dos seringais da Malásia. A quebra da Bolsa de New York em 1929, gerou recessão, falências e afetou todo o mundo capitalista, repercutindo na administração da E.F.M.M., agravando ainda mais a receita da ferrovia já em contínuo declínio, iniciando a dispensa de trabalhadores para enxugar a folha de pagamento. Devido ao clima de revolta diante da paralisação e das demissões, o governo federal é obrigado a intervir após o pedido de rescisão do contrato de arrendamento da EFMM, pois ao afetar os ferroviários com demissões, afetaria também o comércio e isolaria a população ao longo dos trilhos que dependiam da ferrovia como meio de transporte. O governo federal se comprometeu a ajudar a Companhia com 30 contos de réis mensais para evitar a paralisação do contrato. Mesmo com os subsídios do governo, os déficits continuavam e a situação da EFMM se agravava, levando-a a suspender o tráfego antes do término do contrato. Diante da interrupção do contrato, o governo entrou com um processo de intervenção federal, normalizando o funcionamento da EFMM. Pelo decreto-lei nº 20.200 de 10 de julho de 1931, foi restabelecido os serviços da ferrovia e nomeado Aluízio Ferreira como administrador. A EFMM que até 1931 era dirigida por estrangeiros, passa a ser administrada por brasileiros e mudou sua razão social de Madeira-Mamoré Railway Company para Estrada de Ferro Madeira Mamoré. 28 A ferrovia passa a pertencer a Rede Ferroviária Federal e foi transferida na década de 60 para o 5º BEC (Batalhão de Engenharia e Construção), com sede em Porto Velho. A EFMM foi mantida em virtude de ser o único meio de transporte entre Porto Velho e Guajará-Mirim e era um ponto de apoio para a construção da Rodovia 364 que iria substituí-la. Em 1972, no Governo Militar, o 5º BEC autoriza a paralisação da ferrovia. A decisão de desativar a EFMM gerou revolta na população (afinal a história de Porto Velho está ligada a EFMM) e também pelo sucateamento da ferrovia, sendo muita coisa retirada e vendida. A atuação do governo Jorge Teixeira paralisou a retirada e a venda das peças e máquinas considerada Patrimônio Histórico de Rondônia. Segundo Ciclo da Borracha (1939-1945) Os Tratados de Washington Na Segunda Guerra Mundial, o Japão ocupou o Sudeste Asiático e, com o ataque japonês à base naval norte-americana de Pearl Harbor no Havaí, causa a entrada dos Estados Unidos na guerra, tornando-a mundial e envolvendo os principais países do mundo. Os Estados beligerantes, procurando garantias na América, pressionam seus tradicionais “aliados” a se envolver no conflito e fornecer matéria-prima para a indústria bélica. Nesse contexto, em conseqüência da invasão japonesa nos seringais da Malásia, o Brasil deveria fornecer borracha para a indústria norte-americana, devido a interrupção do abastecimento no Oriente. O Brasil, até então, mantivera uma posição indefinida e ambígua em relação ao conflito, ficando entre os EUA e a Alemanha, pela qual, Getúlio Vargas nutria grande simpatia. Acordo feito entre Brasil e EUA O Brasil aliou-se aos Estados Unidos por força de pressão e vantagens comerciais, declarando-se oficialmente em guerra. Em 1942 os EUA (Franklin Delano Roosevelt) e o Brasil (Getúlio Vargas) fazem os Acordos de Washington, pelo qual o Brasil 29 comprometia-se a reativar seus seringais através de uma operação conjunta com os EUA para obtenção mais rápida da borracha. O objetivo era reativar os seringais para a produção em larga escala na região amazônica, ordenando sua produção para suprir as necessidades das nações amigas. O Brasil entrou com seringais, com mão-de-obra e com 58% de capital para a criação do Banco de Crédito da Borracha. Os EUA entraram com 42% de capital para o Banco da Borracha e forneceria meios para a produção, transporte e escoamento. Surge o Batalhão da Borracha e o recrutamento de “soldados” foi no nordeste brasileiro. Foi criado a CAETA – Comissão e Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia, encarregada de contratar e conduzir os nordestinos até a Região Norte; e o SEMTA – Serviço de Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia.Cartaz estimulando a vinda dos nordestinos Esses órgãos ficariam responsáveis pelo recrutamento e condução dos nordestinos até os seringais. Migraram para a Amazônia em torno de 56 mil pessoas, incluindo os dependentes de trabalhadores, a maioria provenientes do Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia. Vieram para a região dois grupos de migrantes: o primeiro era de retirantes da seca, que vinham com suas famílias para os seringais e eram voluntários. Um segundo grupo, os “Arigós”, eram recrutados e submetidos a rigoroso exame médico e tinham que ser solteiro e ter entre 18 a 25 anos. Quando chegavam a Porto Velho ou a qualquer outra parte da Amazônia, percebiam vítimas de uma propaganda enganosa e de uma “ideologia de guerra” onde era necessário salvar a pátria do perigo que a ameaçava, eram conduzidos aos seringais e se deparavam com precárias condições de trabalho, isolamento e doenças. Tiveram que aprender a cortar a seringa, colher o látex, defumá-lo e fazer a “pela”. Enfrentando as adversidades da natureza, muitos adoeciam e morriam; outros se entregavam à violência, ao crime ou engrossavam a massa de desocupados quando não conseguiam se adaptar ao ritmo dos seringais. Armazenamento de pélas Ainda como parte das iniciativas de abastecimento aos seringalistas, foi criado, com o incentivo do governo americano, a Rubber Reserve Company, que passou posteriormente a denominar-se Rubber Development Company-RDC, encarregada de transporte de passageiros e de suprimentos exportados pelo governo norte-americano para os seringais, distribuído internamente através da SAVA – Superintendência de Abastecimento do Vale Amazônico. Ainda para fomentar a produção da borracha e com parte integrante dos Acordos de Washington, foi criado o SESP – Serviço Especial de Saúde Pública para combater a malária, promover saneamento básico e construção de hospitais. Este órgão era mantido pela Fundação Rockefeller. 30 As medidas saneadoras do SESP não conseguiram evitar o alto índice de doenças, principalmente a malária, porque, isolado nos seringais e desnutridos, os seringueiros morriam ou ficavam completamente debilitados em conseqüência das doenças. Segundo estimativas da Associação dos Soldados da Borracha de Porto Velho, morreram cerca de 27 mil “soldados da borracha”. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os seringais da Malásia voltaram a produzir para o mercado exterior, concorrendo novamente com o Brasil e diminuindo a demanda do látex na região. Terminada a guerra, os “soldados da borracha” foram esquecidos e abandonados pelo governo, não conseguindo voltar a seus Estados de origem, ficando perdidos na selva amazônica. A Criação do Território Federal do Guaporé (1943) A evolução histórica de Rondônia está relacionada aos ciclos econômicos. A ocupação, o povoamento e colonização da área geográfica que constitui o Estado de Rondônia deu-se em fases distintas: A ocupação do Vale do Guaporé, através do avanço das bandeiras paulista à procura de ouro e posterior exploração e colonização. Numa segunda fase da colonização, corresponde ao ciclo da borracha, período áureo do extrativismo do látex, que trouxe uma intensa corrente migratória proveniente do nordeste. Em decorrência do interesse econômico pela borracha. Concretizava-se o projeto de ligação entre os rios Guaporé e Madeira, mediante a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, principalmente após o Tratado de Petrópolis, em 1903. Ao longo da ferrovia foram surgindo vilas e povoados, possibilitando a ocupação. O que antes se fazia ao longo dos rios, fazia-se agora em torno da ferrovia. Temos que destacar também como antecessor do Território, a importância das Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas, passando pelo Alto Guaporé e Alto Madeira, implantando postos telegráficos, proporcionando a criação de núcleos populacionais e servindo de parâmetro para a rodovia BR – 364. Com a Segunda Guerra Mundial e a revalorização da borracha no mercado internacional, ocasionou novo surto migratório 31 através do recrutamento do “soldado da borracha” e a chegada de voluntários. Segundo o escritor Vítor Hugo, os imigrantes “eram os candangos de Rondônia”, com o aumento de contingente humano e conseqüentemente o aumento de produção trouxe novos empreendimentos sócio-econômicos, fazendo crescer a região em importância econômica. Devemos também destacar com grande ênfase os esforços de Aluízio Ferreira que, segundo o escritor Francisco Matias, “soube utilizar o momento político nacional, quando predominava a política expansionista e nacionalista da Revolução de 30 de outubro de 1930”. Em 1940, Getúlio Vargas esteve em Porto Velho e sugeriu como solução para o desenvolvimento da região a criação de colônias agrícolas, planejamento, povoação e colonização. O presidente Vargas havia incluído no programa do Estado Novo a “marcha para o oeste”, usando a ideologia de que era preciso criar uma nação unificada, sendo, portanto, necessário a expansão e integração do oeste brasileiro. Rondônia – Evolução Histórica Segundo o escritor Emanuel Pontes Pinto, “as elites nacionais, sentindo a gravidade do problema político, social e econômico causado pelo latifúndio e pelos espaços vazios do norte e do oeste e, ainda estimulados por órgãos do Governo Federal, propunham a subdivisão do país em mais unidades federadas. Geógrafos, militares, cientistas, sociólogos, humanistas e entidades privadas e públicas, passaram a debater o assunto”. A política oficial do governo estimulava a criação de programas voltados para a ocupação humana, desenvolvimento econômico de regiões subaproveitadas economicamente, desenvolvimento de colônias agrícolas, estímulo ao comércio e fixação do homem a terra. Vargas, dentro dessa política nacionalista, começa a intervir nos Estados, como fez ao desmembrar o arquipélago de Fernando de Noronha de Pernambuco, criando um Território Federal em 1942. Internamente, a região que integra hoje o Estado de Rondônia, havia desenvolvido, mas pertencia aos Estados de Mato-Grosso e Amazonas, que ignorava os problemas da região, mantendo-a marginalizada e gerando constantes descontentamentos. Em 1937, Guajará-Mirim fez um abaixo assinado pedindo a criação de um Território Federal nas terras pertencentes ao Mato Grosso. Porto Velho também se ressentia da política de abandono por parte do Estado do Amazonas. Com a vinda do presidente Vargas a Porto Velho em 1940 a convite de Aluízio Ferreira, firma-se ainda mais a necessidade de criação do território federal, que se tornou possível após os Acordos de Washington, firmado em 1942. Em 13 de setembro de 1943, o presidente Vargas assina o Decreto- Lei 5.812, criando cinco territórios federais, entre eles o Território Federal do Guaporé. O Território Federal do Guaporé foi formado com áreas desmembradas dos Estados de Mato Grosso e Amazonas, tendo quatro municípios: Guajará-Mirim e Santo Antônio, desmembrados do Estado de Mato Grosso; Porto Velho e Lábrea, desmembrados do Estado do Amazonas. Em 1945 o Município de Santo Antônio foi extinto, sendo incorporado a Porto Velho, e Lábrea voltou à jurisdição do Amazonas, restando apenas dois municípios: Porto Velho e Guajará-Mirim. O Major Aluízio Ferreira tomou posse em 1º de janeiro de 1943 como primeiro governador do Território Federal do Guaporé. 32 A Cassiterita A economia do Território Federal do Guaporé em 1943, ainda girava em torno da borracha e grande parte dos habitantes dependia direta ou indiretamente da folha de pagamento da EFMM. Com a descoberta da cassiterita (minério de estanho) em 1952, começa a imprimir o desenvolvimento em alguns setores, dando umanova dimensão econômica ao Território Federal. Na década de 70 a região recebeu um grande contingente populacional, em conseqüência da exploração do minério. A descoberta da cassiterita deu-se em 1952 pelo engenheiro Frederico Hoepken, que enviou amostras para o Rio de Janeiro, confirmando alto teor, tendo grande aceitação no mercado internacional. O Brasil tinha necessidade do minério para atender as indústrias e Rondônia surgia como principal fonte produtora. Mesmo de forma rudimentar, a cassiterita respondia por mais de 50% da produção do país. O grande cetro produtor do atual Estado de Rondônia foi o garimpo do Bom Futuro, em Ariquemes. Trabalho nas minas de cassiterita A descoberta atraiu milhares de migrantes oriundos principalmente do nordeste, constituindo-se em uma mão-de-obra numerosa para trabalhar na sua exploração. O trabalho de retirada do solo era totalmente manual e de forma rudimentar. Os mineradores faiscavam em grupos ou isoladamente e acabavam sendo explorados por grupos que formavam uma verdadeira máfia da garimpagem, submetendo-os a duras condições de vida e remuneração extremamente baixa. O minério garimpado era vendido na “boca do garimpo” para os grupos de garimpeiros que detinham o controle da região. As jazidas situavam-se dentro das matas, em áreas isoladas, onde se abriam clareiras para servir de campo de pouso aos pequenos aviões que levavam o minério até Porto Velho, destinando-o aos parques industriais de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em 1969 foi criado a Delegacia Especial do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM – para dar início à exploração racional da cassiterita, com a criação da Província Estanífera. Também foram tomadas medidas administrativas para o funcionamento e criação de infra-estrutura necessária para a exploração do minério. O governo federal, através da Portaria 195 de 15 de abril de 1970, proibiu a lavra manual e determinou que a exploração das jazidas fosse mecanizada, sendo entregue a grandes grupos econômicos, como: Paranapanema, Jacundá, Oriente Novo e Mibrasa. A desativação dos garimpos manuais foi feita de forma arbitrária, arrancando à força milhares de garimpeiros, num clima de extrema violência. O comércio foi afetado, pois dependia dos garimpeiros. O Estado passou a arrecadar menos, o desemprego aumentou as empresas instaladas não absorviam a mão-de-obra excedente da lavra manual, trazendo sérios problemas de ordem econômico-social e desestruturando, a princípio, à economia regional. Por outro lado, a paralisação do garimpo manual possibilitou o contínuo conhecimento da Província Estanífera de Rondônia, através de pesquisas e aumento de produção, gerando novos empregos. No início da década de oitenta, cerca de 4.000 funcionários das empresas mineradoras moravam nas vilas operárias com suas famílias. Até 1974 o Brasil ainda importava estanho, alcançando a partir daí, sua auto-suficiência, voltando-se para o mercado externo como grande produtor mundial. 33 A BR-364 Aluízio Ferreira considerava como um dos problemas da região a distância e o isolamento, devido a precariedade dos meios de transporte e comunicação. Desde 1932, como diretor da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, sentia a necessidade de rodovias para o escoamento dos produtos nativos (castanha, borracha, couro, madeira) e inicia a construção da Rodovia Amazonas-Mato Grosso, saindo de Porto Velho, pertencente ao Estado do Amazonas, (a partir da Ponte dos Suspiros, no cruzamento da atual Av. 7 de Setembro com a rua Campos Sales), seguia o traçado da Linha Telegráfica Marechal Rondon até chegar ao Mato Grosso. Por falta de recursos, a rodovia ficou paralisada até 1945. Ainda dentro do contexto da necessidade de ligar o Território Federal às demais regiões do Brasil, no Governo de Aluízio Ferreira, já no Território Federal do Guaporé, começa a ser executado o projeto do engenheiro Yedo Laza, que consistia na ligação do Acre a outras regiões. Foi criada a 2ª Companhia Rodoviária Independente, sob o comando do Capitão Ênio Pinheiro, para a construção de uma rodovia que ligava Porto Velho a Vilhena, no extremo sul do território com o objetivo de tirar a região do isolamento. Pavimentação da BR 346 Em 1947 entregou 55 km de estrada aberta, que era a BR – 29, paralisando suas atividades. A extensão da estrada aberta pela companhia não era suficiente, não suprindo, portanto, as necessidades da região que continuava isolada do resto do país e extremamente dependente de Belém, maior centro regional da Amazônia. Visando atenuar esse problema, durante o governo do Cel. Paulo Nunes Leal, em conseqüência da cassiterita que necessitava de escoamento, aliado ao Plano de Metas do Presidente Juscelino Kubitschek, e cumprindo acordos feitos com as indústrias automobilísticas européias instaladas no país, que dava prioridade ao desenvolvimento rodoviário, foi oficializada a abertura da rodovia Brasília/Acre, em 1960. A denominação BR-29 foi substituída por BR-364. Em 1966, o 5º BEC (5º Batalhão de Engenharia de Construção) a cargo da empreiteira Camargo Correia, concluiu a abertura da BR-364, ligando Rondônia ao Centro-Sul seguindo o traçado das linhas telegráficas Mal. Rondon. A BR-364, além de ligar Rondônia com os Estados do Sul e do Sudeste, trouxe novo contingente populacional para a região, com a descoberta de terras férteis ao longo da rodovia, atraindo milhares de pessoas vindas principalmente do Sul e Sudeste. Contribuiu para o desenvolvimento da agricultura e a ocupação do interior. Fotos da construção – 5º BEC Transposição de rio em Vila de Rondônia atual Ji-Paraná-RO http://www.5becnst.eb.mil.br/fotos_bata1/pages/transp_jpg.htm 34 Cel Weber assumindo o Comando da Gurnição de Porto Velho Construção da BR 364 Dificuldade das primeiras Obras Os óbices do deslocamento - BR 364 A Criação do Estado de Rondônia (1981-2) Apesar da ocupação de Rondônia remontar ao século XVIII, o grande fluxo migratório da BR-364 foi que definiu um modelo econômico, que gerou um povoamento rural, urbano e político-administrativo, que formaram as bases para a estruturação da passagem de território para a categoria de Estado. Na década de 70 o governo federal implanta, através do INCRA, os projetos de colonização agrícola em Rondônia, incentivando a agricultura e atraindo milhares de migrantes que passa a ser decisivo no processo de colonização regional. Na década de 80 a garimpagem do ouro no Rio Madeira traz um novo fluxo migratório, que contribuiu para o povoamento urbano, principalmente de Porto Velho. A partir da década de 70, com o desgaste do período militar e o início do processo de abertura política (e reforma partidária a nível nacional) o Território Federal de Rondônia também passa por profundas transformações no cenário político. O Território Federal de Rondônia que, de 1945 a 1977, contava com dois municípios: Porto Velho e Guajará-Mirim, em 1981, à época da emancipação, passa a contar com 13 municípios, sendo seis emancipados em 1977, e sete em 1982. Desde a década de 60, a sociedade rondoniense inicia a luta pela emancipação político-administrativa do território federal. Apesar dos esforços, envolvendo todos os segmentos da sociedade que apresentaram inúmeros projetos de lei à Câmara Federal para a criação do Estado de Rondônia, todos foram vetados. Em 1975 o movimento ganhou mais consistência quando assumiu o cargo de governador o coronel Humberto da Silva Guedes, que tinha como uma de suas metas a criação do Estado de Rondônia e instituiu as bases para o processo de emancipação. O Cel. Jorge Teixeira de Oliveira assumiu o governo do território em 20 de março de 1979 com a missão de elevar Rondônia à condição de Estado. http://www.5becnst.eb.mil.br/fotos_bata1/pages/cel%20weber%20assuncao%20cmdo_jpg.htmhttp://www.5becnst.eb.mil.br/fotos_bata1/pages/cnst%20br%20364%20-%20foto%20nr%2018_jpg.htm http://www.5becnst.eb.mil.br/fotos_bata1/pages/dificuldade%20das%20primeiras%20obras%20foto%20nr%2017_jpg.htm http://www.5becnst.eb.mil.br/fotos_bata1/pages/br%20364%20foto%20nr%2009_jpg.htm 35 Jorge Teixeira no palanque Segundo Vitor Hugo, “Jorge Teixeira de Oliveira fechou, com chave mestra, o ciclo da história do Território Federal do Guaporé, aberto por Aluízio Ferreira”. O Cel. Jorge Teixeira foi indicado pelo Ministro do Interior Mário Andreazza, durante o governo militar de João Batista Figueiredo, para preparar administrativamente e criar os mecanismos necessários para a transformação do território em Estado. Contando com o apoio do Governo Federal, que enfrentava dificuldades financeiras para continuar administrando o Território de Rondônia, e precisando de apoio político em função do desgaste do regime militar, também aliado ao dinamismo do governador que executava uma série de medidas administrativas, foi sendo preparada a base para a criação do novo Estado. Em 1981 foi encaminhado ao Congresso Nacional pelo presidente João Batista Figueiredo, o projeto de criação do Estado. Em 22 de dezembro de 1981 foi aprovada a Lei Complementar nº 41, que criava o Estado de Rondônia. A instalação do Estado deu-se em 4 de Janeiro de 1982, tendo como primeiro governador nomeado o Cel. Jorge Teixeira de Oliveira, que o governou até 1985. Evolução Política do Território Federal ao Estado de Rondônia Todos os governadores do Território Federal eram nomeados pelo Presidente da República, tendo como primeiro governador, Aluízio Pinheiro Ferreira e o último, Jorge Teixeira de Oliveira. A partir de 1946, com a nova Constituição Federal à época do presidente Dutra, começa a organização dos partidos no Território Federal. Aluízio Pinheiro Ferreira fundou o PSD – Partido Social Democrata – demonstrando sua liderança política e prestígio adquirido no recém-criado Território Federal, no qual ocupara o cargo de primeiro governador. Joaquim Vicente Rondon fundou o partido da UDN – União Democrática Nacional. A política no Território Federal ficou polarizada entre o PSD de Aluízio Ferreira, denominados de Cutubas, e a UDN de Joaquim Vicente Rondon, chamados de Peles Curtas. Nas eleições de 1946, venceu Aluízio Ferreira, tornando-se o primeiro deputado federal, sendo reeleito nas eleições de 1950. Em 1954, Joaquim Vicente Rondon, da coligação UDN/PSP, venceu as eleições utilizando a linha populista, buscando apoio nas bases populares. Aluízio Ferreira no segundo mandato tinha sofrido desgastes políticos pelo final da Era Vargas, fortalecendo a oposição e beneficiando Joaquim Vicente Rondon. Vicente Rondon foi o mentor da mudança do nome de Território Federal do Guaporé para Território Federal de Rondônia, em 1956. O projeto foi apresentado na Câmara Federal pelo Deputado do Amazonas Áureo Melo – PTB. Joaquim Vicente Rondon não apresentou o projeto por ser sobrinho de Mal. Rondon. Aluízio Ferreira voltou a ser eleito em 1958. No seu último mandato propôs, antes de encerrar sua vida pública, a elevação dos Territórios Federais do Amapá, Rio Branco e Rondônia a Estado. Em 1964, à época do Golpe Militar, o Território Federal de Rondônia era representado pelo Deputado Federal Renato Medeiros, eleito em 1962 pelo PSP (Partido Social Progressista, mas de orientação 36 marxista) que foi cassado pelos militares em Porto Velho. Vários outros líderes do PSP foram presos. Ainda em 1964, assume o governo de Rondônia, como interventor, o capitão Anacreonte Koury Gomes. Com a extinção dos partidos políticos no governo de Castelo Branco e a implantação do AI-2, surge o Arena (Aliança Renovadora Nacional), que apoiava os militares – e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), de oposição. No Território Federal de Rondônia foi eleito pela Arena, em 1966, o ex-governador Paulo Nunes Leal, que pediu licença do mandato, assumindo o primeiro suplente Emanuel Pontes Pinto. Nas eleições de 1970, foi eleito pela oposição (MDB) o advogado Jerônimo Garcia Santana. Um dos fatores que ajudou a sua vitória foi o descontentamento da população do Território Federal de Rondônia pelo fechamento da garimpagem manual de cassiterita. O deputado Jerônimo Garcia Santana foi reeleito em 1974 e 1978. A partir das eleições de 1978, o Território Federal de Rondônia passa a ter dois representantes para deputado federal, sendo eleito além do deputado federal Jerônimo Santana (MDB) o deputado federal Isaac Newton pela Arena. Foram os últimos deputados federais eleitos pelo Território Federal de Rondônia. Com a criação do Estado de Rondônia, em 22 de dezembro de 1981, foi nomeado seu primeiro governador, Jorge Teixeira de Oliveira. O primeiro governador eleito do Estado de Rondônia foi Jerônimo Garcia Santana (1986-1991). Em 1982 Rondônia, na condição de Estado, aumentou de dois para oito deputados federais e elegeu os seus três primeiros senadores. Também foram eleitos os primeiros 24 deputados estaduais, com a função de elaborar a primeira Constituição do Estado de Rondônia, tornando-se, portanto, deputados constituintes. A Assembléia Constituinte foi instalada em 02 de fevereiro de 1983. A Constituição de Rondônia, composta de 246 artigos, foi promulgada em 06 de agosto de 1983, em solenidade presidida pelo presidente da Assembléia, o deputado estadual José de Abreu Bianco. Governadores Criado no dia 13 de setembro de 1943, o Território Federal do Guaporé somente foi instalado em 24 de janeiro de 1944 com a posse do seu primeiro governador, o major do exército Aluízio Ferreira. Na condição de Território Federal Autônomo, que perdurou por trinta e oito anos, Rondônia teve vinte e sete governadores, sendo vinte e um militares e seis civis. Todos nomeados. Ao eclodir o golpe militar de 1964, o Território Federal de Rondônia sofreu uma intervenção direta, simbolizada pela figura do capitão do Exército Anachreonte Couri Gomes, que esteve à frente do governo por trinta dias. Após a transformação do Território em Estado, a 22 de dezembro de 1981, ainda permaneceu a centralização administrativa e dois governadores foram nomeados: Jorge Teixeira de Oliveira, coronel R/1 do Exército, condutor do processo de criação do Estado, e Ângelo Angelim, deputado estadual, filiado ao PMDB. O primeiro, nomeado pelo presidente João Batista de Oliveira Figueiredo e o segundo, pelo presidente José Sarney. As primeiras eleições para governador do Estado de Rondônia ocorreram em 15 de novembro de 1986, tendo sido eleito o advogado Jerônimo Garcia Santana. Essas eleições encerraram o longo ciclo de governadores nomeados e cargos de confiança. O quadro de governadores de Rondônia pode ser dividido em três períodos políticos. O primeiro, iniciado em 1943, com a nomeação do primeiro governador do Território Federal do Guaporé, encerrando-se em 22 de dezembro de 1981 com a transformação do Território Federal de Rondônia em Estado. O segundo período começou em 29 de dezembro de 1981 com a nomeação do primeiro governador do Estado, o Coronel Jorge Teixeira de Oliveira. Sua posse ocorreu no dia 04 de janeiro de 1982, na instalação político-administrativa do Estado de Rondônia. O terceiro e definitivo período se iniciou com a posse de Jerônimo Garcia de Santana, em 15 de março de 1987, na qualidade de primeiro governador eleito pelo voto direto. 37 De 1943 até a instalação do Estado em 1982, os governadores eram empossados no Distrito Federal. Nesse período, o único governador que tomou posse oficialmente em Porto Velho foi o engenheiro Joaquim de Araújo Lima, em 1948. O segundo cargo mais importante na hierarquia do governo era o de secretário-geral, substituto eventual do governador. Após a transformação do TerritórioFederal em Estado, o presidente da República, João Baptista de Oliveira Figueiredo, nomeou, através de decreto presidencial, a Doutora Janilene Vasconcelos de Melo como substituta do governador. Desta forma, Janilene Vasconcelos de Melo, no ano de 1984, assumiu o governo do Estado durante quarenta e cinco dias, e tornou-se a primeira mulher a exercer este cargo em Rondônia. Após as eleições de 1986, os substitutos eventuais dos governadores passaram a ser os vice- governadores. O Estado de Rondônia também já foi governado por um presidente da Assembléia Legislativa. O deputado Silvernani César dos Santos, na qualidade de presidente daquele Poder, assumiu o governo de 16 a 22 de setembro de 1992, em substituição ao governador Oswaldo Piana, que se encontrava em tratamento de saúde, e ao vice-governador, Assis Canuto, em viagem ao exterior. Implantação dos Projetos Agrícolas e a Colonização Com a abertura da BR-364 e a descoberta de manchas de terras férteis com grande potencial agrícola, Rondônia tornou-se uma atração para trabalhadores rurais. Expulsos do campo pelos latifúndios pela mecanização da lavoura e os constantes problemas climáticos, principalmente as geadas no sul e sudeste, iniciam um movimento migratório causado pela notícia de disponibilidade de terras férteis e baratas. Também na década de 70 inicia por parte do governo federal – governos militares – a implantação do PIN (Plano de Integração Nacional) com o objetivo de promover a integração nacional – “Integrar para não entregar” – e aliviar as tensões sociais, principalmente no Nordeste, e ao mesmo tempo, ocupar a Amazônia em nome da Segurança Nacional. Iniciou nesse período, a construção da Transamazônica, oferecendo trabalho na construção de estradas e apresentando a Amazônia como um “Eldorado” de terras férteis. O PIN fracassou na medida em que não assentou um grande número de famílias sem terra e contribuiu ainda mais para o aumento do modelo concentrador de terra, já que a região foi ocupada por gigantescas propriedades. Com incentivos fiscais, instalou projetos agropecuários, desmatou florestas, atingiu nações indígenas e trouxe o conflito pela posse da terra com a grilagem, invasões, assassinatos e miséria da população. Segundo Carlos Correa Teixeira (Visões da natureza, seringueiros e colonos em Rondônia – 1999 – pág. 163-164): “Se é verdade que o fenômeno da violência sempre esteve incrustado nas ações colonialistas na Amazônia, desde a exploração das drogas do sertão até nossos dias, em Rondônia é possível observar como tal fenômeno muda de lugar e de forma quando ali são construídos outros modos de manejo do ambiente...” e continua o autor: “Embora o fenômeno da violência não se restrinja hoje à área da Rodovia 364, mas se estende a outras regiões do Estado, é nela, no entanto, onde ela mais se concentra...” As colonizadoras Calama e a Itaporanga S/A, iniciaram projetos de colonização que gerou conflitos de terra, devido a propagandas ilusórias feitas por essas empresas, no Sul-Sudeste, ocasionando uma ocupação espontânea e desorganizada de terras, invadindo terras indígenas, seringais e terras da União, criando um clima de tensão social e exigindo a intervenção do governo federal através do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). O INCRA deu prioridade às áreas da BR-364, implantando grandes projetos de colonização: PICs – Projetos Integrados de Colonização. Previam a abertura de estradas e assistência aos agricultores (pelo menos no papel). PIC Ouro Preto: em Ouro Preto D´oeste, assentou 5.162 famílias, numa previsão de assentar 100 mil famílias; 38 PIC Sidney Girão: na região de Guajará-Mirim, assentou 3.686 famílias; PIC Ji-Paraná: na região de Calaval, à margem direita do Rio Machado ou Ji-Paraná, foi uma ocupação de terras por migrantes do Sul e Sudeste; PIC Paulo de Assis Ribeiro: deu origem a Colorado do Oeste; PADs – Projeto de Assentamento Dirigido. Os PADs (já num segundo momento) apenas abriam estradas e o restante ficava por conta do agricultor, já que os lotes eram de 100 a 250 Há e os colonizadores tinham um maior poder aquisitivo. PARs – Projetos de Assentamento Rápido. Os PARs visavam o assentamento de pequenos produtores com lotes de 30 a 50 Ha. O governo não dava assistência técnica nem abria estradas, apenas picadas, entregando os colonos à própria sorte no meio do mato enfrentando malária, isolamento e abandono. Os colonos que não foram absorvidos nas pequenas e médias propriedades ou mesmo não conseguiram sobreviver ao abandono e ao isolamento, acabaram por vir para as cidades, concentrando-se na periferia e agravando ainda mais o aumento da pobreza na área urbana. Garimpos de Ouro A corrida pelo ouro inicia no século XVII, com os bandeirantes. Após um período de apogeu entrou em decadência com o esgotamento das minas e as técnicas rudimentares de exploração. Na década de 80, Rondônia vive um novo período de “febre do ouro”, estimulando a vinda de milhares de migrantes, que chegam ao Estado sonhando com o “Eldorado”. A maior concentração de extração do metal no Vale do Madeira compreendeu os trechos entre as cachoeiras do Paredão e Teotônio, que faz parte da reserva garimpeira do Rio Madeira, criada com o objetivo de organizar atividades de garimpagem. Além da área de reserva, surgiram vários garimpos, como o da Penha, Taquaras, Araras e Periquitos. O ouro contribuiu para um novo surto migratório e a região recebeu um contingente populacional muito grande e desordenado, desestruturando ainda mais a já precária infraestrutura, principalmente em Porto Velho, atraindo aventureiros, prostitutas, desocupados que geravam um clima de insegurança e violência. A garimpagem estimulou a economia, alimentando o comércio e atividades paralelas. Com a exaustão do ouro na década de 90 e o fechamento dos garimpos, trouxe o desemprego e o inchamento dos bairros periféricos. A vinda de garimpeiros, sem condições de retornarem aos seus Estados de origem, agravou ainda mais a debilitada estrutura de Porto Velho. 39 Porto Velho Com o segundo ciclo da borracha e depois a cassiterita, Porto Velho recebeu um grande contingente de migrantes, que trouxe o desenvolvimento. Criou uma infraestrutura necessária ao escoamento desses produtos, trouxe a extensão de rede bancária, transportes, instalação de agências de comercialização, abertura de rodovias e uma rede de serviços paralelos que contribuiu para a sua expansão comercial. Com a criação do Território Federal do Guaporé, em 13 de setembro de 1943 pelo Decreto Lei 5812, o novo território ficou dividido em quatro municípios, sendo posteriormente reduzido a dois: Porto Velho e Guajará-Mirim. Porto Velho ergueu-se de um acampamento ferroviário no início das obras da EFMM, em terras que pertenciam ao Estado do Amazonas, nos limites com Mato Grosso, próximo do povoado de Santo Antônio. De acordo com Dante de Oliveira da Fonseca: “(...) o nascimento da cidade comportou um movimento contraditório. Ao surgir, nascer e crescer, Porto Velho fez com que desaparecesse Santo Antônio do Rio Madeira, povoação mais antiga, situada sete quilômetros adiante, defronte a cachoeira de onde tirou o seu nome”. Porto Velho crescia com a implantação da EFMM, atraindo pessoas da região ribeirinha e principalmente de Santo Antônio que se mudava para a nova localidade. Porto Velho estava dividido em duas partes, uma da administração da EFMM, com toda infraestrutura de sistema de esgotos, tratamento de água, casas teladas, imprensa, salões de festas, energia a vapor, cinema, etc. Era de fato uma cidade planejada, moderna, segura, com rígidos padrões morais, onde não se admitia jogos, bebidas e prostituição. Situava- se entre o Rio Madeira e a atualAv. Presidente Dutra. Imagem aérea de Porto Velho A “outra” Porto Velho, além das fronteiras da administração da EFMM, era formada pelos excluídos do processo: comerciantes, exploradores, operários e ferroviários se fixavam no povoado que crescia sem uma administração do poder público e sob o controle da empresa The Madeira Mamoré Railway Company. Surgiam os primeiros bairros de Porto Velho: Baixa União (Triângulo), Mocambo, Caiary, Arigolândia e o Olaria. O governador Jonatas de Freitas Pedrosa, do Estado do Amazonas, em 2 de outubro de 1914, pelo Decreto Lei 757, criou o Município de Porto Velho. Em 24 de janeiro de 1915 foi instalado o Município, com a posse do Major do Exército Fernando Guapindáia de Souza Brejence, primeiro superintendente de Porto Velho. A partir de 1930, Aluízio Ferreira assumiu a direção da EFMM, tornando a cidade mais “civilizada”, desaparecendo a linha divisória e as “duas” Porto Velho foram unificadas. Com o segundo ciclo da borracha e depois a cassiterita, Porto Velho recebeu um grande contingente de migrantes, que trouxe o desenvolvimento. Foi criada uma infraestrutura necessária ao escoamento de produtos, trouxe a extensão de rede bancária, transportes, instalação de agências de comercialização, abertura de rodovias e uma rede de serviços paralelos que contribuiu para a sua expansão comercial. 40 Com a abertura da BR-364, na década de 70, e com a extração de ouro, na década de 80, Porto Velho volta a receber novo fluxo migratório, proveniente de diversas partes do país, ocorrendo um crescimento desordenado da cidade com falta de imóveis e o aumento desenfreado do custo de vida. O garimpo trouxe a violência, roubos, drogas, prostituição ao mesmo tempo em que alimentava o comércio da cidade. Com o crescimento desordenado, iam surgindo novos bairros, muitos originados de invasões de terras, dando origem a locais sem a mínima infra-estrutura. Com o fechamento dos garimpos, a situação agravou-se mais, trazendo desemprego e queda na arrecadação do Estado, afetando o funcionalismo público, que teve seu salário reduzido. Muitos garimpeiros não conseguiram retornar a seus Estados de origem, concentrando-se nas áreas periféricas, resultando num cinturão de pobreza de difícil solução a curto prazo. Guajará-Mirim Guajará-Mirim tem sua história ligada a EFMM como Estação Terminal. O povoado que antes era denominado Porto de Esperidião Marques, pertencia ao Estado de Mato Grosso e era um entreposto comercial à época da borracha. Cartaz de divulgação Com a construção da EFMM, se desenvolve com a chegada de operários, ferroviários, comerciantes e exportadores de borracha. Em 08 de outubro de 1912 foi instalado um posto fiscal para arrecadar impostos. No ano de 1928 é elevado à cidade, que se transforma em Município pela Lei 991 (do Estado de Mato Grosso) ocorrendo sua instalação em 10 de abril de 1929. Em 1943, com a passagem da região para Território Federal do Guaporé, manteve-se como município, enquanto que Santo Antônio foi incorporado a Porto Velho. 41 RESUMO DA HISTÓRIA REGIONAL 1499 – Vicente Yanez Pinzón sai da Espanha em direção à América do Sul, chegando ao Brasil em fevereiro de 1.500, do nordeste rumou para a região atingindo o rio Amazonas, denominando-o de Mar Dulce; 1541 – Gonçalo Pizarro e Francisco Orellana comandam a expedição que, saindo de Quito, no Vice Reinado do Peru, descem o Amazonas até sua foz, buscando encontrar o famoso Eldorado e suas possíveis riquezas (o País das Canelas); 1616 – Francisco Caldeira Castelo Branco foi o responsável pela construção do Forte do Presépio que deu origem a cidade de Belém do Pará. Ainda no século 17, inicia-se a colonização da região com a exploração das drogas do sertão e a catequese dos índios pelas ordens religiosas; 1637 – A expedição de Pedro Teixeira percorre o Amazonas saindo de Belém do Pará até Quito no Equador. Sua importância foi estabelecer limites territoriais entre as possessões portuguesas e espanholas na América. 1647-1650 – Antônio Raposo Tavares saiu de São Paulo superando os obstáculos do Rio Madeira, chega ao Forte Gurupá no Pará, marcando a presença portuguesa ao oeste da Colônia; 1669 – O padre jesuíta Manoel Gorzoni funda a aldeia de Tupinambarana na foz do rio Madeira, hoje atual cidade de Parintins; 1719 – Pascoal Moreira Cabral descobre ouro no rio Coxipó-Mirim em Cuiabá; 1713 – 1º Tratado de Utrecht estabeleceu o Rio Oiapoque como limite entre o Brasil e a Guiana Francesa; 1715 – 2º Tratado de Utrecht, a Espanha entrega a Colônia de Sacramento (Uruguai) para Portugal; 1722 – Francisco de Mello Palheta fez um levantamento do rio Madeira objetivando consolidar a presença portuguesa na região, numa tentativa de por fim ao avanço espanhol na margem oriental do Guaporé; 1723 – O padre jesuíta João Sampayo fundou a aldeia de Santo Antônio das Cachoeiras, sendo a primeira dentro do atual Estado Rondônia; 1733 e 1737 – Portugal, através de Cartas Régias, proíbe a navegação no Guaporé para evitar contrabando; 1736 – Descoberta de ouro no Vale do Guaporé pelos irmãos Arthur e Fernando Paes de Barros. O ouro atraiu milhares de aventureiros à região, formando os povoados de Santana e São Francisco Xavier; – Expedição do cientista francês Charles Marie de La Condamine, responsável pelo reconhecimento do látex na Europa, posteriormente denominada Hevea Brasilienses; 1742 – Expedição de Manuel Félix de Lima desce os rio Mamoré e Madeira, saindo das minas de Mato Grosso e chegando a Belém do Grão-Pará. Essa expedição abriu uma nova rota alternativa de comunicação fluvial entre Mato Grosso e o Grão-Pará; 1743 – Criada a Missão de Santa Rosa (espanhola) pelo jesuíta espanhol Atanazio Teodori; 1748 – foi fundada a Capitania do Mato Grosso, sendo nomeado como primeiro governador o Capitão-General D. Antônio Rolim de Moura Tavares; 42 1750 – Tratado de Madri – Alexandre de Gusmão, utilizando o princípio do UTI POSSIDETIS, atribuía a Portugal o direito sobre as terras por ele colonizadas no Brasil; 1752 – Criada a capital da Capitania de Mato Grosso, denominada Vila Bela da Santíssima Trindade de Mato Grosso; 1755 – Criada a Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, estabelecendo o monopólio de abastecimento dos vales: Guaporé, Mamoré e Madeira; 1756 – Diretório do Indio; 1759 – O Marquês de Pombal expulsa os jesuítas do Brasil; 1761 – Tratado de El Pardo entre Espanha e Portugal, tornando sem efeito o Tratado de Madri; 1775 – Em 19 de abril de começa a construçao do Forte do Príncipe da Beira; 1796 – Morre em Vila Bela, vitimado pelo Maculo, o governador João Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres; 1839 – Charles Goodyear aperfeiçoou o processo de vulcanização da borracha; 1850 – Início da navegação a vapor no Rio Amazonas através da Companhia de Navegação e Comércio da Amazônia (do Barão de Mauá); 1866 – Em conseqüência das pressões internacionais, foi liberada a navegação internacional nos rios Amazonas, Tocantins e Tapajós; 1867 – Brasil e Bolívia assinam o Tratado de Ayacucho, reconhecendo a soberania brasileira ao longo da fronteira Madeira-Guaporé e à Bolívia a vantagem da navegação pelo Madeira que a emancipava da via do Oceano Pacífico, controlados pelo Peru e Chile; - Expedição dos engenheiros José e Francisco Keller ao trecho das cachoeiras dos rios Madeira e Mamoré para locação de uma ferrovia naquela área; 1869 – George Earl Church, engenheiro militar norte-americano, obtém a concessão do governo da Bolívia para organizar e explorar uma empresa de navegação no trecho das cachoeiras dos rios Mamoré e Madeira;1870 - George Earl Church recebe do governo do Brasil a permissão para construir no rio Madeira uma estrada de ferro; 1870 – Guerra do Paragaui; 1871 - George Earl Church viaja pelas cachoeiras dos rios Mamoré e Madeira e faz os levantamentos necessários para assentar nesse trecho uma ferrovia; 1872 – Chegam à cachoeira de Santo Antônio do Rio Madeira 25 engenheiros e grande contingente de trabalhadores contratados pela firma inglesa Public Works, empreiteira da estrada de ferro, para concluir os estudos de locação e iniciar a sua construção; 1873 – Os engenheiros e trabalhadores ingleses que sobreviveram à tentativa de locar e construir a ferrovia entre os rios Madeira e Mamoré abandonam as frentes de trabalho; 1878 - A empresa norte-americana P & T Collins contrata com George Earl Church a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, mas os engenheiros e trabalhadores, poucos meses depois de iniciar 43 os trabalhos de locação, alegando a insalubridade do meio, recusam-se a continuar trabalhando e abandonam o povoado de Santo Antônio; 1882 – Tratado de Navegação e Comércio entre Brasil e Bolívia, na qual está prevista a construção de uma estrada de ferro no trecho das cachoeiras dos rios Madeira e Mamoré; 1883 – O engenheiro Carlos Alberto Morsing é designado chefe da comissão de locação da estrada de ferro entre os rios Madeira e Mamoré; 1884 – O engenheiro Júlio Pinkas é designado chefe da comissão encarregada de concluir os planos de locação da ferrovia entre os rios Madeira e Mamoré; 1889 – O Forte Príncipe da Beira é abandonado; 1900 – Invasão da fronteira da Bolívia, no rio Acre, por seringueiros brasileiros chefiados por Plácido de Castro; 1903 – É assinado o Tratado de Petrópolis entre Brasil e Bolívia; 1906 – O engenheiro Joaquim Catramby vence a concorrência efetuada pelo governo brasileiro para a construção da Ferrovia Madeira- Mamoré e repassa a concessão ao empresário Percival Farquhar, que cria a empresa Madeira-Mamoré Raylway Company, com sede nos EUA, e contrata a sua realização com a firma May, Jekyll & Randolph; 1907 – Iniciada a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré, no local denominado ponto ou porto velho, abaixo sete quilômetros do povoado de Santo Antônio; - A Linha Telegráfica Estratégica Mato Grosso-Amazonas começa a ser construída sob a responsabilidade de uma comissão militar chefiada pelo sertanista Cândido Mariano da Silva Rondon; 1908 – O governo do Estado do Mato Grosso cria o Município e a comarca de Santo Antônio do rio Madeira; 1909 – A expedição Rondon chega em Santo Antônio do rio Madeira, após haver concluído a locação do percurso onde está construída a linha telegráfica Mato Grosso-Amazonas; 1912 – Concluída a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré; - Expedição Roosevelt-Rondon pelo rio da Dúvida (hoje Roosevelt), afluente do rio Aripuanã. Identificação de sinais rupestres por Roosevelt; 1911 - Rondon encontra o Forte e constata seu abandono e danificação; - Expedição Moritz identifica a ocorrência de ouro no rio Cabixi e relaciona o achado com as minas de Urucumacuan; 1913 – Decadência da produção do látex brasileiro, gerado pela desvalorização da borracha no mercado internacional (fim do primeiro Ciclo da Borracha no Brasil); - Criado pelo governo do Estado do Amazonas o Termo de Porto Velho; 1914 – O governo do Estado do Amazonas cria o município de Porto Velho, com os mesmos limites do Termo; 1915 – O antropólogo Roquete Pinto propõe a denominação de RONDÔNIA à área compreendida entre os rios Juruena e Madeira; 44 - Inauguração da linha telegráfica unindo Cuiabá a Santo Antônio do Rio Madeira (ambos pertenciam ao Estado do Mato Grosso, hoje Rondônia; 1917 – O governo do Estado do Amazonas cria a comarca de Porto Velho; 1919 – O governo do Estado do Amazonas eleva Porto Velho à categoria de cidade; 1924 – Revolta do Forte de Óbidos, no rio Amazonas, chefiada pelo tenente Aluízio Pinheiro Ferreira. A intentona fracassa e o seu chefe se refugia no rio Guaporé; 1929 – Com a queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, a Madeira- Mamoré Railway Company entra numa profunda crise; 1930 – Revolução de 1930. Getúlio Vargas assume o poder e o tenente Aluízio Ferreira é designado Delegado do Chefe do Governo Provisório no Estado do Amazonas e Chefe do Distrito Telegráfico de Mato Grosso; 1931 – O tráfego da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é paralisado em 25.06. O Presidente da República decreta a intervenção na ferrovia e designa o tenente Aluízio Ferreira seu Diretor; 1932 – Criados pelo Ministério da Guerra os Contingentes Especiais de Fronteira em Porto Velho, Guajará-Mirim e Forte Príncipe da Beira; 1937 – Golpe do Estado Novo. Getúlio Vargas permanece no poder escudado por uma Constituição outorgada; - Líderes da sociedade de Guajará-Mirim dirigem um abaixo- assinado ao Presidente da República pedindo a criação de um Território Federal nos municípios de Porto Velho, Santo Antônio do rio Madeira e Guajará-Mirim; 1940 – O Presidente Getúlio Vargas visita Porto Velho onde permanece três dias e certifica-se da necessidade política de criar naquela fronteira um Território Federal; 1941 – A Malásia é ocupada por tropas japonesas, ficando impedida de produzir o látex, aumentando novamente a demanda brasileira (Segundo Ciclo da Borracha); 1943 – Criação dos Territórios Federais do Amapá, Guaporé, Iguaçu, Ponta Porã e Rio Branco em 13.09.43; 1944 – Instalação do Governo do Território Federal do Guaporé em cerimônia realizada no Grupo Escolar Barão do Solimões, em Porto Velho. Assume o cargo de governador o Major Aluízio Pinheiro Ferreira; - Yedo Laza elabora um projeto que consiste na ligação do Acre às demais regiões do país; 1945 – Fim da Segunda Guerra Mundial. Os compradores da borracha voltaram suas atenções para a Malásia e o Brasil perde mercado (fim do Segundo Ciclo da Borracha); - Ocorreu a fixação da divisão do Território Federal do Guaporé em dois municípios: Porto Velho e Guajará-Mirim; 1952 – Descoberta da cassiterita na região pelo engenheiro Frederico Hoepken; 45 1956 – O Território Federal do Guaporé passa a designar-se Território Federal de Rondônia, em homenagem ao sertanista marechal Cândido Mariano da Silva Rondon; 1960 – No dia 15 de março, o Presidente da República, Juscelino Kubitschek, cria, através do decreto nº 47.933, a Comissão Especial de Construção da Rodovia Brasília-Acre (atual BR-364). Os serviços ficaram a cargo da empreiteira Camargo Corrêa; 1970 – O INCRA inicia a implantação de projetos integrados de colonização – PIC (o primeiro projeto foi implantado em Ouro Preto do Oeste); – Ocorre a desativação do garimpo manual de cassiterita, gerando revoltas; 1972 – A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré tem suas atividades encerradas; 1974 – O INCRA inicia a implantação dos projetos de assentamentos dirigidos PAD, Burareiro e Marechal Dutra; 1980 – Criação do PAR – Projeto de Assentamento Rápido – assentando 12.315 famílias; 1981 – Criação do Estado de Rondônia em 22 de dezembro; 1982 – Instalação do Estado de Rondônia em 04 de janeiro; 1983 – Elaboração da primeira Constituição Estadual; 1987 – Em 15 de março, é empossado o primeiro governador eleito do Estado de Rondônia Jerônimo Garcia de Santana; 1991 – Em 1º de janeiro, é empossado o governador do Estado de Rondônia Oswaldo Piana Filho; 1992 – O senador Amir Lando relata o processo de impeachment do presidente Collor de Melo. O vice presidente Itamar Augusto Cautiero Franco assume a presidência da república; 1995 – Em 1º de janeiro, é empossado governador do Estado de Rondônia Waldir Raupp de Matos.46 EXERCÍCIOS Testando seus conhecimentos 01. A respeito do povoamento e colonização da região Amazônica é correto afirmar, exceto: a) a primeira fase ocorreu entre os séculos XVII e XVIII com a exploração das drogas do Sertão e do ouro no Guaporé. b) a segunda fase é marcada pelo trabalho extrativo; exploração da Borracha. c) a Segunda Guerra Mundial, provoca um novo surto de progresso na área do Alto Madeira, atraindo milhares de nordestinos (os Soldados da Borracha). d) a descoberta de ouro no Madeira, na área de Porto Velho, trouxe um novo fluxo migratório, predominantemente sulista. 02. Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas do processo colonizador. O europeu com visão de mundo calcada em preconceitos menosprezou o indígena e sua cultura. Ao acreditar nos viajantes e missionários, a partir de meados do século XVI, há um decréscimo da população indígena, que se agrava nos séculos seguintes. Os fatores que mais contribuíram para o citado decréscimo foram: a) A captura e a venda do índio para o trabalho nas minas de prata do Potosí. b) As guerras permanentes entre as tribos indígenas e entre índios e brancos. c) O canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais, o espírito sanguinário, cruel e vingativo dos naturais. d) As missões jesuíticas do vale amazônico e a exploração do trabalho indígena na extração da borracha. e) As epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a escravidão dos índios. 03. No Período Colonial, diversos tratados de limites vieram anular definitivamente a linha de Tordesilhas. Sobre eles, é possível afirmar: I. O mais amplo de todos foi o de Madri, que garantiu posses muito próximas da configuração atual do país. II. Pelo Tratado de Utrecht, Portugal se assegurou definitivamente da Colônia de Sacramento. III. Não fosse o Tratado de Santo Ildefonso, em 1777, Portugal não teria se assegurado das regiões do Sul, IV. Produto de uma guerra européia, o Tratado de Badajós em 1801, veio resolver as últimas pendências territoriais do período colonial. Apenas duas das afirmativas estão corretas. São elas: a) I e IV d) III e IV b) II e III e) II e IV c) I e II 04. A expansão da colonização portuguesa na América, a partir da segunda metade do século XVII, foi marcada por um conjunto de medidas, dentre as quais podemos citar: a) O esforço para ampliar o comércio colonial, suprimindo-se as práticas mercantilistas b) A instalação de missões indígenas nas fronteiras sul e oeste, para garantir a posse aos territórios por Portugal c) O bandeirismo paulista, que destruiu parte das missões jesuíticas e descobriu as áreas mineradoras do planalto central. d) A expansão da lavoura de cana para o interior, incentivada pela alta dos preços no mercado internacional. e) As alianças políticas e a abertura do comércio colonial aos ingleses, para conter o expansionismo espanhol. 05. Assinale a alternativa correta da ocupação da Amazônia, desde o período colonial: a) A economia das chamadas drogas do sertão propiciou a conquista do Norte porque as atividades coletoras não conduzem à ocupação de território. b) As entradas e bandeiras foram fatores de penetração que favoreceram a ocupação do território amazônico, devido à tendência bandeirante de difundir povoamento e integração. c) Urucum, cacau, salsaparrilha, castanha-do-pará, anil e baunilha foram especiarias cuja coleta feita por mão-de-obra indígena, justificou a ocupação do Norte especialmente a partir da perda do Império colonial português do Oriente. d) Missões religiosas de jesuítas, capuchinhos e carmelitas tinham como único objetivo a catequeses indígena. 06. Assinale a única alternativa que não foi fator preponderante para o domínio português na região amazônica: a) Coleta de drogas do sertão b) Ação missionária c) Busca de escravo indígena d) Expansão da fronteira pecuária e) Implantação de fortificações. 47 07. “A mineração se estabeleceu sob o signo da pobreza e da conturbação social, marcando-a, sobretudo, o enorme afluxo de gente que acudiu ao apelo do ouro [...].” (Lauro de Mello e Souza, Os desclassificados do ouro.) Com relação à sociedade mineradora no Brasil, assinale a alternativa incorreta: a) Foi marcada pela diversidade, percebida não só pela presença de cativos, como também pela vasta população livre, envolvida em atividades comerciais, artesanais e de prestação de serviços. b) No seu auge, caracterizou-se por amplas possibilidades de mobilidade social, observada pela presença de grande população negra liberta e sua ascensão a cargos políticos e burocráticos da Coroa portuguesa. c) A rápida concentração de pessoas na região mineradora gerou problemas de abastecimento que, aos poucos, foram solucionados através da formação de uma dinâmica economia mercantil de alimentos. d) Foi marcada por intensas rebeldias, não só de escravos, mas também da população livre, em oposição aos rigores da fiscalização e da alta tributação imposta pela metrópole. 08. Os negros vinham, ao longo dos primeiros séculos da nossa história, para trabalhar nas grandes lavouras de exportação, nas atividades de mineração e nos serviços urbanos. Por isso, a concentração original de populações negras ocorreu, respectivamente, nas: a) áreas de lavoura de cana-de-açúcar da Zona da Mata e do Sertão Nordestino, nas lavouras de trigo da Campanha Gaúcha e nas áreas de mineração do atual Estado de Minas Gerais. b) lavouras de cana-de-açúcar do Maranhão, na cidade do Rio de Janeiro e nas fazendas de café do Norte do Paraná. c) áreas de lavoura de cana-de-açúcar da Zona da Mata Nordestina, nas áreas de extração da borracha no Amazonas e nas áreas de extração de ouro do atual Estado de Minas Gerais. d) cidades do Rio de Janeiro e Niterói, nas fazendas de gado do Sertão Nordestino, nas lavouras de trigo da Campanha Gaúcha e nas áreas de mineração do atual Estado de Minas Gerais. e) nas lavouras de cana-de-açúcar da Zona da Mata Nordestina, nas áreas de mineração dos atuais Estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso e na cidade do Rio de Janeiro. 09. Para combater e inviabilizar a presença de estrangeiros, sobretudo castelhanos nos vales ao Madeira e Guaporé, as autoridades coloniais portuguesas determinaram medidas de resguardo e proteção das áreas fronteiriças. Não faz parte desse conjunto de medidas: a) a realização da Bandeira de Francisco Mello Palheta que explorou os rios Madeira e Guaporé. b) a realização da expedição de Manoel Félix de Lima que combateu a presença castelhana no vale das cachoeiras do Madeira. c) a construção do Forte de Nossa Senhora da Conceição no vale do no Guaporé. d) a construção do Real Forte Príncipe da Beira no vale do rio Guaporé. e) a proibição da navegação pelo rio Madeira até o inicio das atividades comerciais da Companhia do Grão-Pará e Maranhão na região guaporeana. 10. Dentre os Indígenas que mais resistiram ao avanço colonizador no Guaporé e que por isso foram objeto de guerra justa, encontramos. a) os Payaguá e os Kayapó. b) os Borôro e os Payaguá. c) os Pareci e os Kayapó. d) os Borõro e os Pareci. 11. A partir de 1750 com os tratados de limites, fixou-se a área territorial brasileira, com pequenas diferenças em relação à configuração atual. A expansão geográfica havia rompido os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas. No período colonial, os fatores que mais contribuíram para a referida expansão foram: a) criação de gado no vale do São Francisco e desenvolvimento de uma sólida rede urbana. b) apresamento do indígena e constante procura de riquezas minerais. c) cultivo de cana-de-açúcar e expansão da pecuária no Nordeste. d) ação dos donatários das capitanias hereditárias e Guerra dos Emboabas. e) incremento da cultura do algodão e penetração dos Jesuítas no Maranhão. 12. Sobre a mineração noVale do Guaporé não podemos afirmar que: a) foi realizada a partir do uso da mão-de-obra escrava oriunda de Belém do Pará, de Minas Gerais e das regiões litorâneas. b) os recursos técnicos utilizados eram rudimentares e pouco evoluíram ao longo do século XVIII. 48 c) a produção inconstante provocava constantes movimentos das massas populacionais da região que vinculavam sua presença a abundância do metal precioso. d) determinou a fixação de atividades paralelas como a agropecuária de exportação e o comércio de drogas do sertão que garantiram a sobrevivência da sociedade regional após a crise da mineração. e) o esgotamento da mineração provocou um crônico endividamento dos proprietários e mineradores e foi causa do abandono e decadência do Vaie do Guaporé. 13. Assinale V ou F: ( ) O aumento da demanda externa sobre a borracha promoveu paralelamente uma intensificação da exploração de mão-de-obra nos seringais. ( ) O Escândalo de Putumayo divulgado na Europa por Walter Hardenburg ressaltou as condições cruéis e desumanas do trabalho nos seringais da Amazônia. ( ) A dependência do seringueiro em relação ao barracão vinculava-o perpetuamente ao seringalista pela dívida e através da coerção física. ( ) Já no final do século XlX o abastecimento dos seringais do Madeira era totalmente utilizado pela produção local de alimentos como milho, arroz, mandioca e banana. 14. Assinale V ou F: ( ) Os Investimentos do capital monopolista na Amazônia resultaram no controle de importantes concessões de serviços públicos como os portos e navegação além da exportação de matéria-prima. ( ) As práticas imperialistas apoiavam-se em doutrinas expansionistas em uma ideologia que afirmava a necessidade de levar a civilização a povos atrasados. ( ) Ao longo do século XIX as pretensões imperialistas estrangeiras sobre a Amazônia foram registradas pelo governo do Segundo Reinado e da primeira fase da República Velha. ( ) Ainda no século XIX o no Madeira apresentava-se como uma via de navegação de fundamental importância para o noroeste boliviano que necessitava escoar seus produtos de exportação para o Atlântico. 15. Que fator propiciou o abundante abastecimento de mão-de-obra não indígena para a Amazônia: a) o recrutamento de trabalhadores no noroeste boliviano. b) a vinda de enorme contingente de trabalhadores europeus. c) a grande migração nordestina a partir de 1879. d) a compra de escravos negros. 16. Assinale V ou F: ( ) O abastecimento de gêneros alimentícios nos seringais era realizado exclusivamente com produtos vindos da Europa através das casas de aviamentos. ( ) O abastecimento de gêneros alimentícios do trecho encachoeirado do Madeira, na segunda metade do século XIX era, em parte, feito através de produtos oriundos dos Departamentos bolivianos de Pando e Beni. ( ) Em 1867 o Tratado de Ayacucho definia as fronteiras entre Brasil e Bolívia resolvendo de uma vez por todas a Questão do Acre. ( ) Durante a primeira metade do século )XIX a ocupação brasileira do vale do rio Madeira manteve-se restrita a alguns poucos núcleos de colonização oriundos de destacamentos militares e fiscais ou missões e aldeamentos indígenas. 17. No último quartel do século XIX, milhares de seringueiros brasileiros ocupam ilegalmente o território boliviano do Acre, ocasionando tensos conflitos fronteiriços. Na tentativa de consolidar a presença dos Seringueiros na região, é deflagrada uma rebelião, que culmina com a formação da República do Acre, em 14 de julho de 1889. o líder da referida rebelião, autoproclamado “Imperador da República do Acre”, foi: a) José Carvalho b) Pedro Teixeira c) Luiz Galvez d) Plácido de Castro e) Frederico Hoepken 18. Fato que motivou Luiz Galvez, a declarar a independência do Acre, na chamada Primeira Revolução do Acre, foi: a) o contrato de arrendamento com a Bolivian Syndicate. b) a minuta de acordo diplomático entre Bolívia e Estados Unidos com ajuda deste, dando apoio militar à Bolívia. c) o desinteresse do Brasil pela região Acreana. d) a total ausência de Tratados de Limites na região. 49 19. Sobre o financiamento da produção da borracha no século XIX, é possível afirmar que: a) foi completamente realizado pelo capital nacional a partir dos excedentes produzidos pela cafeicultura paulista. b) o aviamento consistia na troca de mercadorias por borracha feito nos seringais ilegais por companhias inglesas e norte-americanas. c) as casas aviadoras importavam pro dutos necessários à manutenção dos seringais concedendo créditos para o abastecimento dos seringalistas. d) o monopólio de exportação era mantido por casas exportadoras brasileiras que inviabilizavam a Iiberalização do mercado. e) o controle do comércio de exportação de borracha na Amazônia pelo capital estrangeiro manteve-se desvinculado das políticas imperialistas que caracterizaram a segunda metade do sécul XIX. 20. Nas questões abaixo, assinale V ou F ( )Em 1861 Quentin Quevedo, a serviço do governo boliviano, deu inicio as obras de construção de uma ferrovia que ligaria os trechos encachoeirados do Madeira e do Guaporé. ( ) Farquhar criou em 1871 a Madeira and Mamaré Railway Company Ltd dando inicio aos trabalhos de construção da EFMM através da empreiteira P & T Collins. ( ) Em 1881 Church renovou com o governo brasileiro os contratos de concessão e monopólio de exploração das terras e do transporte ferroviário na região do Madeira. ( ) A empreiteira inglesa Public Works completou os trabalhos de construção da EFMM em 1912 inaugurando a moderna cidade de Porto Velho. 21. Marque V ou F: ( ) Porto Velho surgiu a partir de um acampamento de ferroviários e teve sua existência ligada a EFMM. ( ) A dominação anglo-americana nas regiões da EFMM era imperceptível e sutil cabendo ao Estado Nacional do Brasil uma forte presença e poder de decisão sobre a operacionalidade da ferrovia, ( ) o Barbadian Town foi um núcleo inicial do importante bairro Caiarii habitado a princípio por trabalhadores de origem barbadiana que atuaram na construção de Porto Velho. ( ) O município de Porto Velho foi criado em 1914 através de Lei sancionada pelo governador do Amazonas Jonathas de Freitas Pedrosa. 22. Marque V ou F: ( ) A EFMM pode ser considerada um dos maiores marcos da modernidade da Amazônia. ( ) Como representação máxima da tecnologia e da civilização em meio a selva a EFMM deveria estabelecer e viabilizar as modernas práticas do capitalismo imperialista na Amazônia. ( ) Porto Velho tem suas origens vinculadas a um empreendimento industrial de grande vulto que foi a criação de uma Companhia ligada a Industrialização da borracha. ( ) Como um símbolo da modernidade em meio a selva Santo Antônio do Madeira foi dotada pela Companhia Madeira-Mamoré de total infra-estrutura para o estabelecimento da sede da empresa construtora da ferrovia. 23. A Estrada de Ferro Madeira Mamoré construída entre 1907 e 1912 é um dos mais importantes marcos da história de Rondônia; pois: a) Formou uma identidade regional nas áreas por onde foi construída em território do Mato- Grosso e Amazonas, o que levou a criação do Território do Guaporé b) Permitiu a ligação entre Vila Bela da Santíssima Trindade e o Vale do Madeira, facilitando o escoamento do ouro guaporeano c) Evitou a ocupação Boliviana no Vale do Madeira d) Iniciou a exploração dos seringais em Rondônia. 24. Assinale V ou F: ( ) A insalubridade da selva do Madeira provocava acentuadas baixas no contingente de trabalhadores da EFMM, o que levou a Companhia Madeira- Mamoré a optar pela construção de um hospital para doenças tropicais em Porto Velho. ( ) Em 1882, o Engenheiro Carlos Alberto Morsing estudou a viabilidade de contornar as cachoeirasdo rio Madeira. ( ) O sanitarista Oswaldo Cruz esteve na região do alto Madeira em 1910 considerando-a altamente Insalubre e completamente infectada pelo impaludismo. ( ) A ferrovia Madeira-Mamoré deveria ligar as localidades de Santo Antônio e Guajará-Mirim, com um ramal até Vila Bela, no Mato Grosso. 50 25. Relacione a coluna A com coluna B: Coluna A. 1) Bolivian Syndicate. 2) Public Works. 3) P&T Collins. 4) May, Jekyll & Randolph. Coluna B. ( ) Abandonou as obras de construção da EFMM em 1879. ( ) Monopolizaria a extração de borracha no Acre. ( ) Concluiu as obras da EFMM em 1912. ( ) Iniciou os trabalhos de construção da EFMM em 1871. 26. Relacione a coluna A com a coluna B Coluna A. 1) George E. Church 2) Percival Farquhar. 3) Rodrigues Alves. 4) Afonso Pena. 5) Hermes da Fonseca. Coluna B. ( ) Em seu governo foi firmado o Tratado de Petrópolis. ( ) Em seu governo foi iniciada, em 1907, a construção da EFMM. ( ) Projetou a construção da EFMM no século XIX. ( ) Em seu governo foram concluídas as obras da EFMM. ( ) Adquiriu de Joaquim Catramby a concessão para a construção da EFMM. 27. Nas décadas posteriores à II guerra mundial, novas descobertas promoveram a continuidade da ocupação dos territórios indígenas em Rondônia, dentre eles podemos assinalar: a) a descoberta do cacau e da borracha b) a implantação da cultura de cana-de-açúcar. c) a descoberta de pedras preciosas e cassiterita. d) A descoberta de ricas jazidas de prata no rio Machado. 28. Marque V ou F: ( ) As obras da EFMM resultam dos avanços do capitalismo imperialista anglo- americano, interessado na exploração das riquezas naturais dos vales do Madeira e Mamoré. ( ) Luiz Galvez de Ária dirigiu-se ao Acre em 1899 declarando-o um Estado livre e independente. ( ) O Bolivian Syndicate constituía-se em uma empresa transnacional, a qual o governo boliviano entregara o monopólio de exploração das terras e dos seringais do Acre. ( ) O Barão de Rio Branco elaborou os termos do Tratado de Petrópolis que deu ao Brasil a posse das terras do Acre. ( ) Para a construção da EFMM foram recrutados contingentes de trabalhadores de diversas nacionalidades, além de nordestinos que mais tarde foram reaproveitados em diversas outras instâncias como os seringais e a abertura da linha telegráfica. ( ) O Capitão Walter Dudley encaminhou para os trabalhos da EFMM contingentes de escravos africanos que já haviam sido anteriormente utilizados em trabalhos agrícolas nas colônias inglesas no Caribe. ( ) A presença de Barbadianos para a realização dos trabalhos da EFMM pode ser observada ainda no século XIX, embora sua atuação mais expressiva tenha ocorrido a partir do século XX. ( ) Deslocaram-se para os trabalhos ao longo da EFMM contingentes de trabalhadores que criaram importantes núcleos de colonização como Costa Marques e Rolim de Moura. 29. O Território Federal do Guaporé, mais tarde Rondônia, criado em 13 de Setembro de 1943, pelo decreto Lei 5.812 teve como seu primeiro governador: a) Marechal Rondon. b) Coronel Paulo Nunes c) Coronel Jorge Teixeira de Oliveira. d) Coronel Aluízio Pinheiro Ferreira. e) Coronel Humberto da Silva Guedes. 30. Um dos importantes resultados dos trabalhos desenvolvidos por Rondon durante a construção da linha telegráfica foi a criação do Serviço de Proteção ao índio, vinculado ao Ministério da Agricultura, que entre as suas propostas estabelecia: a) impedir o massacre das populações indígenas e integrá-las à sociedade nacional. b) promover a remoção das populações indígenas para reservas afastadas dos centros de colonização agrícola e fronteiriça. 51 c) preservar a cultura e a identidade indígenas mantendo as populações isoladas do convívio com a sociedade brasileira. d) permitir o aproveitamento da mão-de-obra indígena pelos Diretórios de índios que as utilizariam como mão-de-obra para os seringais e a EFMM. e) capacitar o indígena para resistir ao avanço da sociedade capitalista e a destruição de suas reservas naturais. 31. A construção da linha telegráfica que ligava o Mato Grosso ao Amazonas sobre a direção do Capitão Cândido Mariano da Silva Rondon teve como causa: a) a necessidade de estabelecer-se a comunicação entre o Rio de Janeiro e administração da EFMM. b) a política do governo Federal em relação a preservação de reservas indígenas. c) a preocupação histórica de se ocupar os sertões despovoados do extremo oeste e abrir novas frentes agrícolas. d) a necessidade de se criar um traçado para a futura BR-364. e) a demarcação fronteiriça entre o Brasil e Bolívia conforme estipulado pelo Tratado de El Pardo. 32. Foi conseqüência do surto extrativista do látex entre 1942 a 1945, exceto: a) a criação do Banco da Borracha b) atuação dos soldados da borracha c) a criação do Território Federal do Guaporé d) abertura de BR-364. 33. No processo de criação do Território Federal do Guaporé destaca-se afigura de Aluízio Ferreira que fugindo de perseguições políticas no Pará refugiou-se em Porto Velho e mais tarde no município de Guajará-Mirim. Sua notável obra à frente da administração da EFMM e mais tarde no Território Federal do Guaporé não foi marcada pela: a) Intervenção na EFMM em 1930. b) participação dos contingentes militares sob seu comando, estabelecidos em Rondônia na Revolução de 1930 que levou Getúlio Vargas ao poder. c) criação dos contingentes militares de fronteira sediados em Porto Velho, Guajará-Mirim e Forte Príncipe da Beira. d) administração da EFMM após seu processo de nacionalização promovido por Getúlio Vargas em 1931. e) construção de estradas de rodagem, estímulo a migração, construção de campos de aviação e de colônias agrícolas como; Poço Doce e Vila Murtinho. 34. Sobre o Território Federal do Guaporé, à época de sua criação década 40 do século XX é correto afirmar: a) as principais atividades econômicas era a coleta do látex e a produção da borracha b) foi criado em terras que antes pertenciam aos Estados do Amazonas e do Acre. c) A mão-de-obra predominante era formada por migrantes oriundos do Sul do Brasil. d) A primeira capital do Território foi Guajará-Mirim, pertencente ao Mato- Grosso. 35. Durante a Guerra pela Borracha, o governo do Getúlio Vargas tomou importantes medidas que se refletiam no desenvolvimento da região Amazônica. Dentre essas medidas podemos citar: a) A criação do Território Federal do Acre. b) Assinatura dos acordos de Washington que garantiram o abastecimento de borracha aos aliados durante a 2ª guerra mundial c) A assinatura do Tratado de Petrópolis d) A abertura da BR-364. 36. A respeito do Território Federal do Guaporé, é correto afirmar que: a) foi criado em 1943 e constituído por áreas desmembradas dos Estados do Amazonas e Mato-Grosso. b) foi criado em 1943, posteriormente teve seu nome mudado para Rondônia, sendo constituído por áreas desmembradas do Amazonas e Maranhão. c) seu território se constitui por áreas desmembradas do Amazonas, Pará, Maranhão e Mato Grosso do Sul. d) foi criado em 1850 por um decreto-lei e foi constituído por áreas desmembradas do Pará e Maranhão. 37. Sobre os garimpos de cassiterita do Território Federal de Rondônia podemos afirmar que: a) promoveram um considerável surto migratório para o eixo da BR-364 que foi responsável pelo aparecimento de cidades como Espigão do Oeste e Cacoal. b) estimulou a abertura da BR-364. c) Estimulou a reativação da EFMM. d) a proibição do garimpo manual reforçou presença de grupos multinacionais que atuaram na exploração da cassiterita do Território Federal de Rondônia. 52 e) a demarcação das terras indígenas pela FUNAI impediu a entrada de garimpeiros em áreas de Reservas indigenistas preservando os gruposindígenas de Rondônia. 38. A rodovia a BR 364 imaginada por Roquete-Pinto em 1916 tornou-se uma realidade no governo do Coronel Paulo Nunes Leal. Sua iniciativa teve importância tanto para o Amazonas, Acre e Mato-Grosso. Foi construída durante o governo do Presidente: a) Juscelino Kubitscheck. b) João Batista Figueiredo. c) Getúlio Vargas. d) João Goulart. 39. Após a abertura da BR-364 um fluxo de migrantes passou a dirigir-se para a região adjacente ao percurso da antiga linha Telegráfica construída pela Comissão Rondon, esses migrantes estavam à procura de: a) empregos nos grandes empreendimentos agro-industriais da região. b) terras para o estabelecimento de peque- nas e médias propriedades agrícolas. c) ocupação nos setores secundários da economia. d) terras griladas. 40. Dentre as conseqüências de abertura da BR-364, podemos citar: a) o incremento das atividades ferroviárias da EFMM.O processo de colonização a partir dos garimpos de ouro, localizados.ao longo da BR-364, durante as décadas de 1960 e 1970. b) o processo de colonização agrária que trouxe para o. eixo da BR-364, imigrantes predominantemente sulistas, responsáveis pela fundação de municípios como Cacoal e Presidente Médici. c) o incremento da colonização ao longo do eixo Guaporé, Madeira e Mamoré cortado pela BR-364. d) o desenvolvimento de um notável parque industrial nas cidades surgidas ao longo da BR, a partir da facilidade de ligação entre Rondônia e o restante do país. 41. A abertura da BR-364 impulsionou grandes contingentes migratórios de diversas regiões do pais para Rondônia. A colonização em escala, ao longo do eixo rodoviário, foi iniciada por empresas particulares de colonização, sendo as duas primeiras a desenvolver projetos na região: a) INCRA e Sidney Girão. b) Padre Adolpho Rohl e Burareiro. c) IBRA e INCRA. d) Colonizadora Calama S/A e Itaporanga S/A e) Itaporanga S/A e IBRA. 42. As obras de pavimentação e asfaltamento da BR-364 completaram o quadro de infra-estrutura capaz de garantir, por transporte rodoviário, o abastecimento do Estado de Rondônia. Tal obra concluída no governo do Coronel Jorge Teixeira de Oliveira, durante a presidência de: a) Emesto Geisel. b) João Batista Figueiredo. e) José Sarney. d) Eurico Gaspar Outra. e) Emílio Garrastazu Médici 43. Como resultado dos assentamentos agrários e das políticas de estimulo a agropecuária ao longo da BR-364 podemos observar: a) os conflitos de terra entre os grandes grupos agro-industriais do centro sul do país e os colonos estabelecidos pelos projetos de assentamentos agrários. b) a integração dos grupos indígenas situados ao longo da BR-364 às políticas agrícolas e de colonização do noroeste do Brasil durante o regime militar. c) a inviabilização de propriedades latifundiárias no Estado de Rondônia, Impedindo o desencadeamento de conflitos de terra. d) a concretização de um amplo projeto de Reforma Agrária que possibilitou a estruturação de uma das maiores lavouras de exportação do país. e) a formação de pequenos núcleos de abastecimento regional, incapazes de gerarem excedentes para a exportação. 44. Sobre o fluxo migratório estabelecido ao longo da BR-364, a partir da década de 1970, podemos afirmar que: a) ocorreu em função da busca de riquezas naturais como a cassiterita e a borracha, abundantes ao longo da BR-364. b) não estimulou a fixação de núcleos colonizadores, uma vez que na medida em que as riquezas se esgotavam as populações deslocavam-se em busca de novas regiões. 53 b) determinou a ocupação do eixo rodoviário por uma população de extratores marcadamente nômades. c) vinculou-se diretamente a exploração da pesca e do extrativismo vegetal de óleos e madeira. d) ocorreu em torno da busca de pequenos e médios agricultores de acesso a propriedades cultiváveis que determinaram sua fixação na região e a formação de novos núcleos de povoamento. 45. São causas dos recentes processos migratórios dirigidos para Rondônia nas décadas de 1970 e 1980: a) colonização da BR-364 e os garimpos do Rio Madeira b) segundo ciclo da borracha c) colonização do eixo ferroviário da Madeira Mamoré. d) formação das grandes lavouras de soja e cacau entre Porto Velho e Humaitá. 46. A evolução econômica de Rondônia está relacionada aos ciclos econômicos, vegetais e minerais, sendo eles respectivamente: a) ouro, borracha, cassiterita e agropecuária b) ouro, gado, madeira e extrativismo mineral c) cassiterita, ouro, extrativismo mineral e indústria d) ouro, borracha, gado e mineração gado, cassiterita, extrativismo mineral e borracha 47. É correto afirmar, sobre a construção do Real Porte Príncipe da Beira pelos portugueses, tinha como objetivo: a) garantir a posse do Vale Guaporé-Mamoré, e afastar as pretensões dos japoneses sobre a área. b) garantir a posse do Vale Guaporé-Mamoré, e afastar as pretensões, principalmente dos norte-americanos sobre a área. c) garantir a posse do Vale Guaporé-Mamoré, e afastar as pretensões dos ingleses sobre a área. d) garantir a posse do Vale Guaporé-Mamoré e afastar as pretensões dos canadenses sobre a área. e) garantir a posse do Vale Guaporé-Mamoré, e afastar as pretensões dos espanhóis sobre a área. 48. A respeito da relação entre os Estados Unidos e os soldados da borracha, é correto afirmar que: a) os norte-americanos foram responsáveis pela salvação dos chamados soldados da borracha, esquecidos pelo governo brasileiro, nas florestas da Amazônia. b) as norte-americanos foram responsáveis pelo abandono dos chamados soldados da borracha, já que exigiram essa atitude do governo brasileiro. c) os norte-americanos convocaram jovens nordestinos para trabalhar na produção de borracha, na época da Segunda Guerra, e depois os abandonou, sem o conhecimento do governo brasileiro. d) o governo brasileiro mandou para a Amazônia jovens nordestinos (Soldados da Borracha) para produzir borracha a pedido dos Estados Unidos, e depois os abandonou. e) o governo brasileiro foi coagido pelo governo norte-americano a mandar jovens para a Amazônia para produzir borracha, e depois a abandoná-los a sua própria sorte. 49. A política que expressa a nacionalização e integração dos territórios do Norte, idealizada em 1938, ficou conhecida como: a) Conquista do Oeste. b) Marcha para o Oeste. c) Conquista do Sertão. d) Unidade Nacional. e) Nacionalização das regiões. 50. O descobrimento das lavras do Mato Grosso e Cuiabá propiciou uma intensa migração de paulistas, mineiros, goianos a e outros para a região do Guaporé. Essa migração gerou a busca de cativos da região para apresamento. Os preferidos pela docilidade eram: a) Os Tupis e os Guaranis b) Os Tamoios e os Moicanos c) Os Muras e os Toras d) Os Bororos e os Parecis e) Paiaguás e Caiapós. 51. Sobre as condições dos soldados da Borracha, é correto afirmar que: a) trabalhavam em condições sub-humanas, mas ao final da Segunda Guerra foram compensados financeiramente b) tinham boas condições de trabalho, moradia e alimentação adequadas além de boa remuneração. c) inicialmente tinham más condições de trabalho, mas posteriormente conseguiram conquistar melhores condições. 54 d) trabalhavam em regime de escravidão e endividamento e boa parte deles foram esquecidos e abandonados na floresta. e) trabalhavam em regime de escravidão e endividamento, mas através de reivindicações conseguiram melhores condições. 52. Desde a segunda metade do século XIX, já existiam fluxos migratórias para a região Amazônica, e tais fluxos cresceram mais ainda a partir 1970 com o incentivo do governo e com a construção da rodovia Transamazônica. Sobre tais migrações é correto afirmar que: a) aconteceram apenas quando o governo interveio com algum Incentivo. b) aconteceram, principalmente, porquestões relacionada à posse de terra. c) aconteceram grandes fluxos migratórios apenas nos períodos de seca no Nordeste. d) as migrações para a Amazônia revelam o espírito aventureiro dos nordestinos. e) ocorreram especificamente em períodos de crise aguda nas regiões de onde vinham os migrantes. 53. As migrações para Rondônia cresceram muita a partir da década de 70, atraídos pelos projetos oficiais de colonização do Governo, como o POLONOROESTE. Sobre este assunto, é importante ressaltar que: a) Os projetos de colonização preservaram as terras indígenas, evitando, portanto, os conflitos envolvendo índios e posseiros. b) O fluxo migratório do centro-sul, durante este período, foi muito intenso, mas o INCRA conseguiu assentar, ao longo da BR-364, todos os imigrantes. c) os pequenos produtores ocuparam as melhores áreas dos projetos de colonização original, atendendo a uma exigência do governo do estado d) Os pequenos produtores, com suas roças, foram expulsos para áreas de difícil acesso no interior do estado, próximas das reservas indígenas, gerando conflitos cada vez mais freqüentes entre índios, a FUNAI e os posseiros. 54. A respeito do Tratado de Petrópolis é correto afirmar que: a) concedia uma parcela de terra ao Brasil, que hoje corresponde ao Acre, se fosse construída uma ferrovia para circulação no rio Madeira. b) concedia uma parcela de terra ao Brasil, correspondente a Rondônia se fosse construída uma ferrovia para circulação no rio Madeira. c) determinava a construção de uma ferrovia ao longo do rio Madeira para facilitar a exploração e o transporte da borracha. d) determinava a construção de uma ferrovia ao longo do no Madeira para facilitar a exploração e o transporte do ouro. e) determinava a construção de um canal do no Beni ao rio Madeira para facilitar a exploração e o transporte da borracha. 55. Sobre a criação do Estado de Rondônia, podemos afirmar que: a) surgiu como território federal em 1956, e foi elevada a condição de estado em 1982. b) surgiu como território federal no século XVI com a chegada dos bandeirantes no norte. c) surgiu como estado em 1941, devido a grande dimensão de seu território. d) surgiu como território federal em 1945, e foi elevada a condição de estado pela vastidão de seu território. e) surgiu como território federal em 1943, tendo sido posteriormente elevado a condição de Estado de Rondônia. 56. Foi o fator alegado pela empreiteira inglesa Public Works para retirar-se da EFMM em Santo Antonio do Madeira: a) O ataque dos indígenas Karipunas ao acampamento em Santo Antonio. b) A insalubridade ambiental. c) A crise no comércio internacional da borracha. d) A ausência de mão-de-obra disponível. e) Os conflitos regionais entre Brasil e Bolívia devido à Questão Acreana. 57. É uma conseqüência da atividade extrativa para as sociedades indígenas: a) maior integração das famílias indígenas contra a opressão branca. b) ocupação de terras indígenas por elementos brancos. c) valorização social e econômica do trabalho indígena. d) fortalecimento da unidade tribal. e) Aumento da posse de terras pelos indígenas. 58. A respeito da construção da rodovia Transamazônica, é correto afirmar que: a) tinha como exclusivo objetivo, facilitar o transporte dos produtos da região amazônica para o resto do pais b) o seu principal objetivo era gerar empregos na construção das rodovias. c) o seu principal objetivo era promover uma maior integração da região Amazônica com o restante do país. 55 d) provocou uma onda de migrações de habitantes da região Norte para a região Sul do Brasil. 59. “ O homem que tinha nas solas dos pés o mais longo caminho já percorrido” foi o inspirador da denominação Rondônia para o estado criado em 1981. O Marechal Rondon foi o líder de uma comissão responsável pela implantação das linhas telegráficas, pelo reconhecimento das fronteiras e pelo estudo das condições econômicas e geográficas da região. Dessa comissão, chamada Comissão Rondon, participaram diferentes tipos de pessoas, entre as quais NÃO se incluem: a) Militares e civis designados pelo governo ou pelo próprio sertanista Cândido Rondon. b) Criminosos comuns e presos políticos, que haviam recebido a pena de desterro para o Amazonas e para o Acre. c) Fotógrafos, topógrafos e especialistas responsáveis pela pesquisa de riquezas minerais, fauna e flora. d) Marinheiros e soldados, muitos deles negros e mestiços, que haviam participado das Revoltas da Chibata e da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. e) Exploradores bolivianos responsáveis pelo controle dos seringais na Amazônia. 60. “... orientou-se principalmente no sentido de criar condições para instalação de famílias de trabalhadores rurais em áreas de terras indígenas e devolutas. Mas sempre com o objetivo de reduzir as tensões sociais nas áreas de superpopulação e. ao mesmo tempo, criar condições para o desenvolvimento capitalista em terras virgens, com a formação de mercados, criação de novas atividades econômicas, etc.”. A afirmação refere-se a: a) migração estrangeira para a região Amazônica, organizada pelo governo do Brasil. b) colonização particular incentivada pelo governo brasileiro, na década de 70. c) colonização oficial organizada pelo governo brasileiro, na década de 70. d) migração espontânea de brasileiros originários de várias regiões, organizada pelo governo brasileiro. e) Povoação da região Amazônica por povos de vários lugares do mundo, organizada pelo governo brasileiro. 61. Dentre as missões de que foi encarregado o Coronel Jorge Teixeira de Oliveira pelo Ministério do Interior, ao assumir o governo do Território Federal de Rondônia em 1979, encontramos: a) a criação do município de Vila Rondônia. b) a reativação do Forte Príncipe da Beira. c) o término das obras da hidrelétrica de Samuel. d) a preparação das bases para a transformação do Território em Estado. e) o estabelecimento das eleições diretas para prefeitos da capital Porto Velho. 62. A Lei Complementar n° 41, sancionada pelo Presidente Figueiredo em 1981, criava o Estado de Rondônia e estabelecia: a) eleições imediatas para governador do novo Estado. b) a mudança da capital do Estado de Ji-Paraná para Porto Velho. c) a delimitação das Terras Indígenas na Chapada dos Parecis. d) Eleições para deputados, senadores e vereadores em todo Estado. 63. Quem são os respectivos autores da letra e da música do Hino do Estado de Rondônia: a) Dr. Jorge Araújo e José de Melo b) Dr. Joaquim Pessoa e Dr. José Inácio. c) Dr. Joaquim Araújo Lima e Dr. José de Melo e Silva d) Dr. Samuel de Araújo e D. José Barbosa Filho. 64. A partir da década de 60 as preocupações governamentais quanto a imigração Amazônica no sistema nacional, deram origem a várias medidas para acelerar a ocupação dos grandes vazios da região, promover sua articulação com o centro- sul do país. Dentre as alternativas abaixo, qual está se referindo às medidas de povoamento e integração da Amazônia? a) A construção da BR-101 e a criação da SUDAM. b) A criação da SUDAM e a construção da Transamazônica. c) A criação da BR-232 e a criação da SUDAM. d) A criação da SUDENE e a criação da Transamazônica. 65. Considerando a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré, é correto afirmar que: a) Sua importância no transporte da borracha permanece até hoje pois tal produto continua sendo bastante valorizado no mercado mundial. 56 b) Sua construção foi um total fracasso, pois não se concretizando os seus principais objetivos povoar a região e transportar a borracha. c) Sua construção promoveu, nesse período. o crescimento do comercio da borracha brasileira produto bastante valorizado no mercado mundial na época. d) Quando a Ferrovia ficou pronta sua importância no transporte da borracha durou pouco, pois o produto se desvalorizouno mercado devido à concorrência. e) Sua construção sofreu vários imprevistos, provocando o retardo na sua condução que deveria ter sido em 1912, mas só aconteceu em 1915. 66. O instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), no início da década de 70 do século XX, iniciou seus primeiros projetos de colonização em Rondônia, entretanto não conseguiu seus objetivos. O fracasso desses projetos teve como conseqüência: a) ocupação desordenada da terra, o que levou ao declínio do segundo ciclo da borracha. b) Problemas sociais como os conflitos de terra entre grupos agrários do Centro- Sul e posseiros. c) Desenvolvimento de um setor de pequenos proprietários produtores de frutas tropicais e aves exóticas para exportação. d) Formação de grades latifúndios que tinham como objetivo produzir soja para exportação. e) Desenvolvimento de uma economia baseada na diversificação de produtos hortifrutigranjeiros para abastecer a região. 67. O notável desenvolvimento do Território Federal de Rondônia fez com que o Ministério do Interior indicasse o nome do Coronel Jorge Teixeira de Oliveira para governar o território com a função primordial de: a) preparar administrativa, econômica e politicamente o território para ser transformado. b) Estabelecer novos núcleos populacionais ao longo da BR- 163 com o objetivo de implantar novas áreas de colonização. c) Criar novos distritos industriais com objetivo de desenvolver a indústria de vulcanização da borracha. d) Ampliar a ocupação das terras. estabelecendo novas colônias agrícolas. e) Desenvolver novas áreas de comércio com os países fronteiriços, fortalecendo as relações comercias com a Comunidade Andina. 68. Em 1943, foi criado o Território Federal do Guaporé e, no ano seguinte, foi instalado o governo com a posse do primeiro governador, Major Aluízio Pinheiro Ferreira. Contextualiza esse momento: a) O atendimento das reivindicações dos grupos socioeconômico representados pelos sertanistas, organizados em sindicatos. b) A relação com a campanha “marcha para o oeste” e a redivisão territorial do Brasil implementadas por Getulio Vargas com o objetivo de facilitar a ocupação de áreas interioranas consideradas vazias. c) A garantia de controle político sobre a região, impedindo o avanço de idéias anarquistas e comunistas que, divulgadas no sul, ameaçavam espalhar-se pela região. d) O governo brasileiro mandou para a Amazônia jovens nordestinos (Soldados da Borracha) para produzir borracha a pedido dos Estados Unidos, e depois os ajudou. 69. Nos anos 70, a ocupação da Amazônia acelerou-se devido a abertura das rodovias: a) BR-101 Norte, BR-101 Sul, rodovia dos Imigrantes. b) Marginal Tietê, BR-231, Perimetral Leste. c) Transamazônica, Perimetral Norte, BR-364 do Mato Grosso a Rondônia. d) Marginal Amazônica Rodovia Manzuá, BR-245 até Rondônia. e) Perimetral Sul, Rodovia dos Imigrantes, Marginal Guaporé. 70. A Bolívia, apesar de alertada desde o final do século dos perigos que a penetração brasileira representava para sua soberania territorial, encontrava dificuldade para colonizar a região do Acre. Dentre essas dificuldades não podemos assinalar: a) A dificuldade de acesso à região a partir dos Andes. b) O pouco excedente populacional, concentrado na região andina. c) A insuficiência de recursos para aplicar na área. d) A ação dos brasileiros que impediam a efetivação da colonização boliviana do Acre desde 1860. e) 71. A empresa Suarez e Hermanos controlava todo o noroeste boliviano e a produção de borracha dos rios Purus, Iaco, Beni, Aquiri, e Juruá. Essa empresa tinha sede em: a) Puerto Acre. b) Cachuela Esperanza. 57 c) Borba. d) Esperidião Marques 72. Em 1878 ocorreu um fato bastante interessante na região do Alto Madeira, tendo como protagonistas os trabalhadores e engenheiros da P & T Collins: a) no dia 4 de julho de 1878 foram inaugurados os primeiros 3 km de trilhos, com uma pequena locomotiva a Cel. Church fazendo esse percurso e descarrilando em uma curva. b) um incursão dos índios Caripunas atacou os trabalhadores e chegando a atingir o próprio presidente da empresa, Sr. Collins (03.05.1878), que foi atravessado por duas flechas. c) a 4 de julho de 1878 todos os americanos que ainda estavam em Santo Antônio receberam ordens de voltar aos Estados Unidos, abandonando à vegetação os 7 km de ferrovia já construídos. d) chegou a Santo Antônio em 16.02.1878 um perito nomeado pelos tribunais londrinos para atestar se seria possível ou não a construção da ferrovia, e após vistoriar os primeiros 6 km já construídos, retornou a Londres com um relatório desfavorável à empresa Collins. 73. Antes da criação da capitania de Mato Grosso, a Coroa portuguesa determinou a fundação de uma vila no vale do Alto Guaporé, para marcar o domínio português na região. Mas, somente em 1752, D. Antônio Rolim de Moura pôs em prática essa ordem régia, fundando às margens do rio Guaporé: a) Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá. b) Vila de São José do Rio Negro. c) Vila Bela da Santíssima Trindade. d) Vila de Santo Antônio do Madeira. 74. No governo de Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres foi construído às margens do rio Guaporé um forte estratégico para apoio da rota das Monções do Norte, que estabeleciam ligações comerciais e administrativas entre Belém e Vila Bela da Santíssima Trindade. Atualmente existem projetos de restauração desse monumento para torná-lo atração turística. Trata-se do Forte: a) Coimbra. b) Iguatemi. c) Príncipe da Beira. d) Guajará-Mirim. 75. No final do século XIX e início do XX, o governo brasileiro buscou desenvolver, no atual estado de Rondônia, projetos de incentivo ao comércio internacional da borracha e de outros produtos. Nesse contexto, destacou-se a importante e polêmica construção: a) Linhas Telegráficas de Rondon, ligando Goiânia a Porto Velho. b) Porto Madeira, dando origem à cidade de Porto Velho. c) Forte Guaporé, para conter ataques de seringueiros bolivianos. d) Ferrovia Madeira-Mamoré, conhecida como Ferrovia do Diabo. 76. O Território Federal do Guaporé, criado em 1943 e atualmente estado de Rondônia, resultou do desmembramento dos estados: a) Amazonas e Pará. b) Mato Grosso e Acre. c) Mato Grosso e Amazonas. d) Amazonas e Acre. 77. A respeito das sociedades indígenas ou ameríndias encontradas neste território que veio a ser chamado pelos conquistadores portugueses de Brasil, pode-se afirmar: A) Os Tupi que habitavam principalmente o litoral atlântico não ofereceram resistência aos colonizadores nos primeiros séculos da conquista. b) Inexistiam diferenças culturais entre as sociedades que habitavam o litoral e aquelas da área central, pois todas falavam a língua tupi-guarani e praticavam os mesmos rituais religiosos. c) Não ocorreu impacto demográfico, pois essas sociedades demonstraram forte resistência às doenças européias, chegando a dobrar a população ao final do terceiro século de colonização. d) Os Tupi praticavam a agricultura da mandioca e do milho e conheciam diversas espécies vegetais usadas nas práticas curativas. 78. Quanto ao processo de conquista colonial na fronteira amazônica dos rios Guaporé e Madeira, NÃO é possível afirmar: a) Entre as sociedades indígenas que mais ofereceram resistência aos missionários e aos conquistadores portugueses no alto rio Madeira, durante o século XVIII, destaca-se a dos Mura. b) Vila Bela da Santíssima Trindade foi fundada em 1752, às margens do rio Guaporé, para servir de sede da Capitania de Mato Grosso, estando articulada ao 58 comércio com o Estado Grão-Pará pela navegação dos rios Guaporé-Mamoré- Madeira-Amazonas. c) O contrabando inexistiu nas fronteiras portuguesa e espanhola, pois o controle das Coroas Ibéricas era severo e os missionários e os índios auxiliaramintensamente na fiscalização do ouro, da prata e do gado. d) O Forte Real Príncipe da Beira, apesar de não concluído, atendeu aos objetivos de servir como um local estratégico de demarcação das posses portuguesas às margens orientais do rio Guaporé. 79. A ocupação e o devassamento da Colônia Portuguesa na América ocorreram de forma diversificada, atendendo, além dos interesses metropolitanos, fatores naturais e sociais. Assinale os fatores de ordem econômica que marcaram esse fato especificamente na região norte da Colônia. a) Preação de índios para serem escravizados e extração de especiarias denominadas “drogas do sertão”. b) Exploração de minérios e navegabilidade da bacia amazônica facilitando as relações comerciais. c) Extração de especiarias denominadas “drogas do sertão” e exploração de minérios. d) Preação de índios para serem escravizados e proximidade com a América do Norte facilitando a exportação e importação. 80. No início do século XX, o governo brasileiro, expressando anseios de modernidade, providenciou a construção de linhas telegráficas do Mato Grosso ao Amazonas, acreditando que estaria garantindo a chegada do progresso e da civilização ao mesmo tempo em que seriam rompidos “vazios” demográficos. Para tanto, foi a) promovida a catequese de etnias indígenas. b) assinado o Tratado de Petrópolis. c) construída a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. d) criada a Comissão Rondon. 81. Sobre o Território Federal do Guaporé, à época de sua criação década de 40 do século XX, é correto afirmar: a) As principais atividades econômicas eram a coleta do látex e a produção da borracha. b) Foi criado em terras que antes pertenciam aos estados do Amazonas e do Acre. c) A primeira capital do Território foi Guajará-Mirim, antes pertencente ao estado do Acre. d) A mão-de-obra predominante era formada por migrantes oriundos do sul do Brasil. e) Sua criação ocorreu após plebiscito do qual participaram os habitantes dos estados de Mato Grosso, Amazonas e Acre. 82. A história das doenças no território que hoje é o estado de Rondônia está marcada pela exploração da borracha, pela construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré e pela abertura de frentes de colonização agrícola a partir da década de 70 do século XX. A compreensão desse quadro liga-se ao conhecimento do processo de execução dos planos de desenvolvimento. Assinale o fator que NÃO fez parte desse processo. a) Insustentabilidade ambiental das atividades econômicas b) Desmatamento incontrolado c) Controle dos danos à saúde por meio de medidas adequadas d) Persistência da migração desordenada Instabilidade dos assentamentos de grupos humanos 83. Cândido Mariano da Silva Rondon foi o responsável por chefiar a comissão que tem seu nome, na construção da linha telegráfica ligando Cuiabá a Santo Antônio do Rio Madeira no início do século XX. Sobre a Comissão Rondon, é correto afirmar: a) Não se verificaram conflitos com povos indígenas durante as fases de implantação da linha telegráfica. b) A Comissão foi composta exclusivamente por um pequeno grupo de trabalhadores especialmente treinados para esse fim, já que a atividade exigia conhecimento técnico. c) O caminho seguido pela Comissão Rondon entre Cuiabá e Santo Antônio do Rio Madeira serviu de base para definir o futuro traçado da BR-364. d) A linha telegráfica construída pela Comissão Rondon foi um marco tecnológico da época e contribuiu para o avanço dos conhecimentos sobre a comunicação à distância. e) Fundamental para o êxito dos trabalhos desenvolvidos pela Comissão Rondon foi a existência prévia de pequenos pólos urbanos, como Vilhena e Jaru, que nortearam o traçado da linha telegráfica. 59 84. Rondônia viveu nas décadas de 70 e 80 do século XX um intenso fluxo migratório que provocou abrupto aumento da população local e conflitos na distribuição do estoque de terras. Sobre o tema, assinale a afirmativa correta: a) A pavimentação da rodovia BR-364 teve relação direta com o aumento do fluxo populacional para o Estado de Rondônia. b) A atuação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) foi fundamental para evitar a posse irregular da terra e consequentemente inibir os conflitos agrários. c) A maioria absoluta dos migrantes vindos para Rondônia, nesse período, tinha por origem os estados do nordeste do Brasil, fugitivos da seca. d) A terra foi apenas o pretexto inicial da operação do Estado e logo a seguir foi substituída em importância pela produção de bens de consumo. e) O fluxo migratório dirigido para a ocupação do Estado foi estimulado pelas empresas agro-industriais e tinha por objetivo suprir a carência local de mão de obra 85. Qual das atividades econômicas período colonial brasileiro mais contribuiu para o desbravamento do vale amazônico? a) A pecuária bovina, de caráter extensivo, destinada à produção do charque. b) A mineração de diamantes e a exploração do ouro de aluvião. c) A produção de tabaco destinada ao comércio de escravos na África. d) A exploração das chamadas “drogas do sertão”. e) A monocultura algodoeira e o plantio de arroz nos vales alagados. 86. O movimento das Bandeiras e a criação extensiva do gado, no período colonial, contribuíram para o (a): a) declínio da exploração de metais preciosos. b) desenvolvimento da cana-de-açúcar. c) ampliação territorial do Brasil. d) manutenção do Tratado de Tordesilhas. e) fixação do homem no litoral brasileiro. 87. A expansão da colonização portuguesa na América, a partir da segunda metade do século XVII, foi marcada por um conjunto de medidas, dentre as quais podemos citar: a) O esforço para ampliar o comércio colonial, suprimindo-se as práticas mercantilistas b) A instalação de missões indígenas nas fronteiras sul e oeste, para garantir a posse aos territórios por Portugal c) O bandeirismo paulista, que destruiu parte das missões jesuíticas e descobriu as áreas mineradoras do planalto central. d) A expansão da lavoura de cana para o interior, incentivada pela alta dos preços no mercado internacional. e) As alianças políticas e a abertura do comércio colonial aos ingleses, para conter o expansionismo espanhol. 88. Na Amazônia, a vitória dos portugueses serviu para acirrar o conflito entre os colonos lusos e os povos indígenas e, internamente entre os colonos leigos e os colonos missionários. O principal motivo desses conflitos foi: a) A discordância religiosa entre as ordens dos jesuítas e dos carmelitas. b) O desrespeito dos colonos leigos para com os ensinamentos da Doutrina Católica. c) A disputa pela direção dos colégios. d) O boicote dos missionários ao comércio das drogas do sertão e) A disputa pelo controle da força de trabalho indígena. 89. Uma das conseqüências do Tratado de Utrecht foi: a) o Amapá passou definitivamente a integrar o território português. b) estabeleceu-se definitivamente as fronteiras entre Portugal e Espanha. c) permitiu a criação da capital de São José do Rio Negro. d) pacificou os conflitos de fronteiras no Mato Grosso. e) determinou definitivamente a nascente do Madeira. 90. O aldeamento jesuítico fundado em finais do século XVII na ilha de Tupinambarana representou o marco inicial da colonização do Madeira. Naquela ilha viria a surgir a atual localidade de: a) Borba. b) Humaitá. c) Manicoré. d) Parintins. 91. Expedições em princípios não militares, realizadas por missionários com o objetivo de persuadir as comunidades indígenas e descerem de suas aldeias de 60 origem. Posteriormente, tornaram-se militares sob o comando dos capitães de aldeia. a) Guerras Justas b) Descimento c) Resgate d) Entradas 92. Uma expedição que visava estabelecer uma troca comercial entre os portugueses as tribos consideradas aliadas. Os portugueses davam mercadorias européiasem – ferramentas e quinquilharias – e recebiam em troca os índios que haviam sido capturados durante as guerras tribais: Essa expedição era denominada: a) Guerra Justa b) Discernimento c) Escambo d) Côngrua e) Tropas de resgate 93. A invasão armada dos territórios indígena empreendida pelo colonizador com o objetivo de capturar o maior número de índios incluindo mulheres e crianças. Pela lei podia ser realizada contra os índios que atacassem os portugueses ou que impedissem a difusão do evangelho eram chamadas de: a) Aviamento b) Descimento c) Resgate d) Guerra Justas 94. Assinale a única alternativa que não foi fator preponderante para o domínio português na região amazônica: a) Coleta de drogas do sertão b) Ação missionária c) Busca de escravo indígena d) Expansão da fronteira pecuária e) Implantação de fortificações. 95. As primeiras tentativas de estabelecimento de missões religiosas no Madeira couberam aos padres da ordem: a) de Nossa Senhora da Piedade. b) de Nossa Senhora das Mercês. c) de Santo Antônio. d) da Companhia de Jesus. e) da Ordem de São Francisco. 96. Os Mura foram um dos povos que mais longamente reagiram ao processo de conquista português. Dentre as estratégias dos portugueses para dominar esse grupo está: a) a oferta de paz e respeito aos territórios dos Mura. b) a aliança com os Txapakura para dominar os Mura. c) o adiamento da colonização da região do Madeira. d) a aliança com os seus inimigos tribais, os Munduruku. 97. O Mercantilismo previa o controle do comércio através de companhias privilegiadas. Uma delas, criada no século XVIII pelo Marques de Pombal para o Brasil, foi; a) Companhia de Comércio do Grão-pará e Maranhão; b) Companhia de Comércio do Estado do Maranhão; c) Companhia dos Vinhos do Alto Douro; d) Companhia de Comércio do Estado do Brasil; e) Companhia do Comércio do Estado do Brasil. 98. A descoberta do ouro e a fixação da fronteira oeste do Brasil na margem direita do rio Guaporé levou Portugal a criar em 1748 a Capitania do Mato Grosso e Cuiabá, que teve como primeiro governador: a) Rolim de Moura. b) João Carlos D’Oeynhausen. c) João Pedro da Câmara. d) Caetano Pinto Miranda Montenegro. e) Luís de Albuquerque. 99. Medida tomada pelo governo colonial em 1732 para facilitar a ocupação das áreas de mineração no Mato Grosso: a) doação de sesmarias no Vale do Madeira. b) guerra aos índios Payaguá. c) combate ao comércio de escra vos indígenas. d) cartas de alforria aos escravos que descobrissem novas lavras. 61 100. Qual dos fatores abaixo não explica a construção de Vila Bela no Guaporé. a) A necessidade de consolidação da posse portuguesa da região através da confirmação do princípio do uti possidetis. b) A abundância do ouro nas lavras do Guaporé. c) A necessidade de controle militar e guarda das fronteiras. d) O extrativismo da borracha. e) A necessidade de impedir a ameaça da expansão espanhola na margem oriental do rio Guaporé. 101. Na região de mineração do Mato Grosso pode-se afirmar que: a) a mão-de-obra indígena substituiu plenamente a do negro. b) a mão-de-obra do negro substituiu plenamente a do índio. c) tanto o negro como com o índio foram foram utilizados como mão-de-obra simultaneamente d) predominava o trabalho do colono livre. 102. A partir de 1750 com os tratados de limites, fixou-se a área territorial brasileira, com pequenas diferenças em relação à configuração atual. A expansão geográfica havia rompido os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas. No período colonial, os fatores que mais contribuíram para a referida expansão foram: a) criação de gado no vale do São Francisco e desenvolvimento de uma sólida rede urbana. b) apresamento do indígena e Constante procura de riquezas minerais. c) cultivo de cana-de-açúcar e expansão da pecuária no Nordeste. d) ação dos donatários das capitanias hereditárias e Guerra dos Emboabas. e) incremento da cultura do algodão e penetração dos Jesuítas no Maranhão. 103. O princípio do uti possidetis de facto, que norteou o Tratado de Madri, significava: a) que os territórios coloniais poderiam ser vendidos ou repartidos entre as potências. b) garantir aos contratantes os territórios já ocupados por seus colonos. c) dividir o território com base nos tratados anteriores. d) garantir o direito legal dos contratantes aos seus territórios. 104. O primeiro Capitão-General da capitania do Mato Grosso foi: a) D. José de Albuquerque Meio Pereira e Cáceres. b) D. Antônio Rolim de Moura. c) D. Ricardo Franco de Almeida Serra. d) D. Francisco de Meio Palheta. e) D. Esperidião Marques. 105. A política de atração de colonos para a fronteira guaporeana visava melhor garantir aquela fronteira. Dentre os elementos dessa política podemos assinalar a) um bem montado plano de colonização para o setor agropecuário. b) Incentivos fiscais e perdão de dívidas e crimes àqueles que optassem por fixar- se na região. c) o financiamento do estado à colonização. d) o investimento substancial na migração de elementos metropolitanos para a região. 106. Marque V ou F: ( ) As camadas populares livres não foram aproveitadas pelo regime colonial no Guaporé. ( ) Os donos de lavras e mineiros formavam a base da sociedade local. ( ) O trabalho escravo indígena foi muito utilizado no Guaporé colonial. ( ) A comutação das penas e o perdão dos comes foram Instrumentos utilizados pelo poder colonial para garantir o povoamento do Guaporé colonial. 107. A insegurança de Portugal e Espanha quanto à manutenção de seus território os resultou em iniciativas de defesa fronteiriça, entre elas, uma no Guaporé próximo à barra do Mamoré estabelecida por ordem de Rolim de Moura. foi denominada: a) Forte do Presépio. b) Forte Príncipe da Beira. c) Guarda de Santa Rosa Velha d) Guarda de São Simão. 108. A construção do Forte Príncipe da Beira fazia parte de um amplo projeto de defesa de fronteiras elaborado pelo ministro português: a) Marquês de Pombal. b) Luiz Meio Pereira e Cáceres. c) Souza Coutinho. d) Almeida Serra. e) Domingos Sambucetti. 62 109. Para construir o Real Forte Príncipe da Beira, o governo português contou: a) com mão-de-obra indígena local. b) com recursos vindos do Nordeste açucareiro. c) com o auxílio espanhol. d) com os recursos do tesouro e da população, que colaborou fornecendo trabalhadores, gêneros e pagando tributos extraordinários 110. O Real Forte Príncipe da Beira foi construído durante o governo do Capitão- General a) António Rolim de Moura. b) Luiz de Souza Coutinho. c) Luiz de Albuquerque de Meio Pereira e Cáceres. d) João Pedro da Câmara. 111. Sobre o Forte Príncipe da Beira é incorreto afirmar que: a) foi construído entre 1776 e 1783, durante o governo de Luís de Albuquerque de Mello Pereira e Cárceres obedecendo a planta traçada pelo engenheiro italiano Domingos Sambucetti. b) destinava-se a consolidar a posse territorial portuguesa e garantir a segurança da navegação pelo Guaporé. c) manteve-se ativo durante todo o século XIX como importante destacamento militar do Império e da República Velha com notável atuação na Guerra do Paraguai. d) ao seu redor surgiu o povoado que chegou a contar com aproximadamente oitocentos habitantes e que era destinado a produzir complementação alimentar para o Forte e a fixar um núcleo colonial na região. e) o Forte foi abandonado pelos militares no século XIX quando a região do Guaporé entrou em decadência. 112. Contribuiu para a decadência da região guaporeana: a) o cicio da mineração b) o ciclo da borracha. c) o ciclo das drogas do sertão. d) a insalubridade ambiental. e) a abolição da escravidão. 113. São rios do Oeste Amazônico explorado por seringueiros nordestinos: a) Purus,Xingu e Tocantins. b) Tapajós, Nhamundá e Negro c) Juruá, Purus e Pardo d) Purus, Juruá e Madeira. 114. Não faz parte da economia amazônica durante a segunda metade do século princípios do século XIX: a) a extração do látex b) o controle da produção pelo capital estrangeiro. c) a submissão dos seringueiros ao barracão. d) o cultivo sistematizado das seringueiras 115. Na segunda metade do século XIX Inicia a crescer a produção de borracha que a par das demais atividades econômicas da região utilizava naquele momento, predominantemente: a) o trabalho de migrante europeu e nordestino. b) a mão-de-obra escrava negra, liberta apenas em 1888. c) a mão-de-obra indígena. d) o trabalho do migrante nordestino. 116. Que fator propiciou o abundante abastecimento de mão-de-obra não indígena para a Amazônia: a) o recrutamento de trabalhadores no noroeste boliviano. b) a vinda de enorme contingente de trabalhadores europeus. c) a grande migração nordestina a partir de 1879. d) a compra de escravos negros. 117. Fato que motivou Luiz Galvez, a declarar a independência do Acre, na chamada, Primeira Revolução do Acre, foi: a) o contrato de arrendamento com a Bolivian Syndicate. b) a minuta de acordo diplomático entre Bolívia e Estados Unidos com ajuda destes, dando apoio militar à Bolívia. c) o desinteresse do Brasil pela região Acreana. d) a total ausência de Tratados de Limites na região. 118. Em 1903 o Brasil assinou, conjuntamente com a Bolívia o Tratado de Permuta de Territórios e outras compensações pela qual se definiu o limite entre os dois países e foram acertados outros assuntos bilaterais, além de se ter 63 Incorporado ao Brasil o Território do Acre. Marque o nome pelo qual ficou conhecido esse documento: a) Tratado de Madri b) Tratado de Petrópolis c) Tratado de Ayacucho d) Tratado de Santo Idefonso 119. No fina! do século XIX e início do século XX, o governo brasileiro desenvolveu no atual Estado de Rondônia, projetos de incentivo ao comércio Internacional da borracha e de outros produtos. Nesse contexto, destacou-se a importante e polêmica construção: a) Forte Príncipe da Beira, para combater os bolivianos. b) Ferrovia Madara-Mamoré, conhecida como Ferrovia do Diabo. c) Linhas Telegráficas de Rondon, ligando o Rio de Janeiro à Porto Velho. d) Forte do Guaporé para conter ataque bolivianos. 120. Marque V ou F: ( ) O primeiro superintendente de Porto Velho foi o Major Fernando Guapindaia que tornou posse em 1915 entrando em atritos com a administração da EFMM. ( ) Os atritos entre a Intendência Municipal de Porto Velho e administração da EFMM relacionam-se a questões surgidas com a entrada do Brasil na Primeira Grande Guerra. ( ) A divisão do Município de Porto Velho em duas partes distintas, administradas pela municipalidade e pela diretoria EFMM permitiu a criação de uma cidade moderna, plenamente dotada de infraestrutura e administrativamente democrática. 121. No Inicio do século XX, o governo brasileiro expressando anseios de modernidade, providenciou a construção de linhas telegráficas do Mato-Grosso ao Amazonas, acreditando que estaria garantindo a chegada do progresso e da civilização, mesmo tempo em que seria rompidos “vazios demográficos”. Para tanto, foi: a) promovida a catequese das etnias indígenas. b) assinado o Tratado de Petrópolis. c) construída a Estrada de Ferro Madeira Mamoré d) criada a Comissão Rondon. 122. A criação do Território Federal do Guaporé e a intervenção na Estrada de Ferro Madeira-Mamo refletem a política intervencionista e integrada de: a) Washington Luiz b) Getúlio Vargas c) Castelo Branco d) Fernando Henrique 123. Foram conseqüências imediatas do Segundo Ciclo da Borracha, exceto: a) Criação do Banco da Borracha b) Aumento crescente da produção de borracha c) Expansão dos centros urbanos (Manaus e Belém) d) Abertura de frentes pioneiras com incremento à agricultura na Amazônia Ocidental (Rondônia). 124. Sobre os trabalhos realizados pela Comissão Rondon podemos afirmar que: a) a natureza braçal dos trabalhos requeria organização militar e numerosa mão- de-obra disponível. b) o contingente era composto por militares e civis que trabalhavam em 3 linhas distintas. c) durante a construção da linha telegráfica os trabalhadores foram atacados por uma epidemia de febre amarela, que foi combatida pelo Doutor Joaquim Tanajura. d) dentre os trabalhos realizados identificamos a abertura das picadas nas seivas do Madeira que permitiram a construção da EFMM. e) os trabalhos das frentes da Linha Telegráfica foram realizados também por condenados da revolta da Chibata que foram transportados para o Vale do Madeira pelo navio Satélite. 125. O atual Estado de Rondônia foi constituído por Áreas desmembradas dos Estados: a) Acre e Mato-Grosso b) Mato-Grosso e Tocantins c) Amazonas e Tocantins d) Mato-Grosso e Amazonas 126. Durante a abertura da rodovia BR 364 era Presidente da República: a) Juscelino Kubitschek b) Jânio Quadros 64 c) João Figueiredo d) Eurico Gaspar Dutra 127. Foi o último governador do Território Federal de Rondônia e primeiro governador do Estado de Rondônia: a) Osvaldo Piana. b) Jerônimo Santana. c) Jorge Teixeira. d) Valdir Raupp 128. Sobre os garimpos de cassiterita do Território Federal de Rondônia podemos afirmar que: a) promoveram um considerável surto migratório para o eixo da BR-364 que foi responsável pelo aparecimento de cidades como Espigão do Oeste e Cacoal. b) estimulará a abertura da BR-364. c) Estimulou a reativação da EFMM. d)Foram realizados de forma mecanizada até 1970 quando o governo federal através de um decreto lei criou os garimpos manuais. d) a proibição do garimpo manual reforçou presença de grupos multinacionais que atuaram na exploração da cassiterita do Território Federal de Rondônia. e) a demarcação das terras indígenas pela FUNAI impediu a entrada de garimpeiros em áreas de Reservas indigenistas preservando os grupos indígenas de Rondônia. 129. A exploração do minério de_________utilizado na fabricação de latas, teve início na década de 60, contribuindo para a ocupação do Estado de ______________, cuja população aumentou significativamente partir de 1970, sendo considerado o Estado que mais cresceu demograficamente Região Amazônica nos últimos 30 anos. Assinale a seqüência de palavras que preenche corretamente as lacunas: a) estanho - Amazonas b) bauxita - Pará c) estanho - Rondônia d) cobre – Amazonas 130. Após a abertura da BR-364 um fluxo de migrantes passou a dirigir-se para a região adjacente ao percurso da antiga linha Telegráfica construída pela Comissão Rondon, esses migrantes estavam à procura de: a) empregos nos grandes empreendimentos agro-industriais da região. b) terras para o estabelecimento de peque- nas e médias propriedades agrícolas. c) ocupação nos setores secundários da economia. d) terras griladas. 131. Dentre as conseqüências de abertura da BR-364, podemos citar: a) o incremento das atividades ferroviárias da EFMM.O processo de colonização a partir dos garimpos de ouro, localizados.ao longo da BR-364, durante as décadas de 1960 e 1970. b) ó processo de colonização agrária que trouxe para o. eixo da BR-364, imigrantes predominantemente sulistas responsáveis pela fundação de municípios como Cacoal e Presidente Médici. c) o incremento da colonização ao longo do eixo Guaporé, Madeira e Mamoré cortado pela BR-364. d) o desenvolvimento de um notável parque industrial nas cidades surgidas ao longo da BR, a partir da facilidade de ligação entre Rondônia e o restante do país. 132. No último quartel do século XIX, milhares de seringueiros brasileiros ocupam ilegalmenteO território boliviano do Acre, ocasionando tensos conflitos fronteiriços. Na tentativa de consolidar a presença dos Seringueiros na região, é deflagrada uma rebelião, que culmina com a formação da República do Acre, em 14 de julho de 1889. o líder da referida rebelião, autoproclamado “Imperador da República do Acre”, foi: a) José Carvalho b) Pedro Teixeira c) Luiz Galvez d) Plácido de Castro e) Frederico Hoepken 133. Nas primeiras décadas do século XVIII, os portugueses incentivam os padres Jesuítas no trabalho de catequização das tribos indígenas ao longo do rio Madeira, contando com a colaboração técnica do sargento-mor Francisco Palheta, que executa o trabalho de reconhecimento do referido rio. Em 1734, com a descoberta de ouro nos afluentes do rio Guaporé, a Coroa Portuguesa funda uma nova capitania denominada: a) Mato Grosso b) Amazonas c) Grão-Pará d) Maranhão e) Goiás 134. Em 1647 partiu de São Paulo uma importante bandeira apresadora e prospectora, que percorreu os rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas. Essa 65 bandeira pioneira. conhecida como Grande Bandeira de Limites, constituiu um importante marco da presença portuguesa na região. A bandeira em questão foi liderada por: a) Diogo Borba Gato b) Manoel Nunes Viana c) Domingos Jorge Velho d) Antônio Raposo Tavares e) Mauricio de Albuquerque 135. Em 1867, Brasil e Bolívia assinaram tratados que definiam a livre navegação nos rios da Amazônia e asseguravam as nações estrangeiras o domínio dos seringais amazônicos, Este tratado foi o de: a) Petrópolis b) Madri c) Utrecht d) Ayacucho e) Palmas 136. A construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, partindo de Santo Antônio até Guajará-Mirim, em terras sob a jurisdição do Estado d Mato Grosso, ocorreu como conseqüência de que Tratado: a) Tratado de Madri. b) Tratado de Versalhes c) Tratado de Petrópolis. d) Tratado de Mcthuen. e) Tratado da Otan. 137. Em janeiro de 1990, o Presidente da República do Brassil, cedendo não somente a pressões de setores e grupos organizados da sociedade nacional e internacional, mas fundamentalmente, às reivindicações e lutas históricas dos trabalhadores rurais pela permanência na floresta, criou a Primeira Reserva Extrativista no Estado do Acre, com uma área aproximada de 506.186 hectares. Onde se localiza essa reserva? a) Alto ( rio ) Acre. b) Rio Purus c) Serra do Moa d) Rio Abunã. e) Alto ( rio ) Juruá 138. A reserva Chico Mendes, é uma homenagem ao seringueiro ecologista e líder sindical. Ele fico conhecido internacionalmente e ganhou vários prêmios por seu trabalho em defesa da Amazônia, o que acabou por levá-lo a morte, em dezembro de 1988, assassinado por fazendeiros que viam nele uma ameaça aos seus interesses. Em qual dos Estados abaixo situa-se essa reserva extrativista: a) Roraima b) Tocantins c) Rondônia d) Acre e) Amapá 139. A BR-364 iniciada em 1960 e concluída em 1964, facilitou a migração, integrando Rondônia ao desenvolvimento nacional. Ao longo da BR-364 foram formando núcleos de povoamento e projetos de assentamento agrícola. Nesse período foi criado um órgão responsável por esses projetos de assentamento agrícola. O órgãos responsável era: a) ITERON b) INCRA c) EMBRAPA d) Secretaria da Agricultura 140. Em 1977, foram criados 5 municípios ao longo da BR-364. Dentre eles não podemos citar. a) Cacoal. b) Vilhena. c) Pimenta Bueno. d) Ariquemes. e)Jacy-Paraná. 141. Quando o Território foi elevado à categoria de Estado ocupava a presidência da República: a) Jorge Teixeira de Oliveira b) Juscelino Kubitschek c) João Figueiredo d) Mário Andreazza 142. Em 22 de dezembro de 1981 foi aprovado Lei Complementar n° 41, criando o Estado Rondônia, tendo como primeiro governador nomeado: a) Jônatha Pedrosa b) Jerônimo Santana c) Aluízio Pinheiro d) Jorge Teixeira 143. Os garimpos de ouro do Rio Madeira demonstram claros sinais de exaustão a partir de: a) meados da década de 60. b) inicio da década de 70. c) meados dos anos 90. d) meados dos anos de 80. 66 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368p. BARROSO, Lourismar da Silva. O processo Construtivo do Real Forte Príncipe da Beira: ocupação oeste da Capitania de Mato Grosso (1775-1783). Dissertação de Mestrado. PUCRS, 2015. BRUNO, Ernani Silva.História do Brasil – Geral e Regional . Vol. VI – O grande Oeste. Editora Cultrix. São Paulo. 1967 Del Priore, Mary. Uma breve historia do Brasil Mary del Priore, Renato Venancio . – São Paulo: Editora laneta do Brasil, 2010. DORIA, Pedro. 1565 – Enquanto o Brasil nascia: a aventura de portugueses, franceses, índios e negros na fundação do país. 1ª Edição . Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 2012. FERREIRA, Alexandre Rodrigues. 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