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1 
 
 HISTÓRIA AMAZÔNICA 
 
 
UM OLHAR SOBRE A OCUPAÇÃO LUSITÂNIA NO OESTE BRASILEIRO 
 
 
CÉLIO LEANDRO 
LOURISMAR BARROSO 
2 
 
 
O Encontro dos Europeus com os nativos “Em Nome de 
Deus e do Lucro” 
 
Um dos maiores objetivos das nações européias com as Grandes 
Navegações, no século XVI, era expandir o comércio, aumentar seus 
lucros e, principalmente, descobrir metais preciosos. 
 À época da chegada dos europeus a América, a população 
americana era aproximadamente oitenta milhões de habitantes, em cento e 
cinqüenta anos, houve uma redução para 3.500.00 habitantes, o que 
caracteriza um verdadeiro genocídio do povo americano. 
 A princípio, o encontro do Novo e o Velho Mundo, excitam a 
imaginação de ambos os lados. 
 Os primitivos habitantes do continente achavam que se tratavam do 
retorno de seus deuses, que segundo a mitologia voltariam para o convívio 
humano. 
 O europeu, por sua vez, no seu imaginário, era povoado por 
monstros marinhos no Mar Tenebroso (Oceano Atlântico), homens com 
cabeça de cão (Oriente) e o paraíso terrestre perdido em algum lugar 
distante. 
 Com a chegada dos europeus a América no século XV, num 
primeiro momento, misturou-se ficção com realidade, o paraíso terrestre 
dos europeus, com a volta dos deuses para os americanos. 
 No entanto, os índios perceberam a cobiça dos europeus, e que 
aquelas pessoas tão violentas e injustas, não poderiam ter vindo do céu. 
Demoraram muito para perceber, tiveram seu processo histórico 
bruscamente interrompido e acabaram sendo destruídos pela superioridade 
bélica dos europeus. 
 Para os europeus a imagem criada do Paraíso, encontrado na 
América e do “Bom Selvagem” (o nativo), foi sendo substituída, aos 
poucos, pelo índio selvagem, feroz, cruel e incapaz de civilizar-se. 
Para a Igreja Católica, era necessário levar às criaturas 
“demonizadas do Novo Mundo”, a palavra de Deus por meio da catequese. 
 
 
Encontro de desbravadores com os nativos 
 
 Além da cobiça por riquezas, os conquistadores Europeus também 
procuravam expandir o catolicismo, considerando a conversão pacífica ou 
forçada dos infiéis como um dever abençoado por Deus, e, como 
instrumento de conversão, usavam os Jesuítas e outras ordens religiosas 
para catequizar e arrebanhar mais fiéis para a Igreja Católica. 
 Como Portugal e Espanha eram países extremamente católicos, o 
papa concedeu aos países ibéricos, o direito ao Padroado, tornando o 
Estado chefe da Igreja. 
 Assim, desde o início, a colonização do Brasil esteve marcada pela 
presença da Cruz e da Coroa. Na visão medieval, Orbis Christianus: o 
mundo era de Deus e o representante dele na terra era a Igreja Católica. A 
religião tornou-se um ponto de apoio para a dominação econômica e 
política, funcionando como instrumento de controle social. 
 A Igreja impunha sua visão de mundo (eurocêntrica), facilitando a 
dominação metropolitana. Colonizar e evangelizar eram faces da mesma 
moeda. 
 Vieram para América catequizar os nativos, várias ordens 
religiosas, como os Dominicanos, Mercedários, Franciscanos da Beira e do 
Minho, Carmelitas, Capuchinhos e Beneditinos. 
 
 
3 
 
Conquista, Povoamento e Colonização 
 
 Durante o primeiro século de colonização, a região amazônica 
permaneceu praticamente inexplorada, isso devido à fixação dos 
colonizadores no litoral açucareiro. Além disso, havia nos limites 
estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas, onde a maior parte do Vale 
Amazônico pertencia à Espanha. 
 Há informações que vários navegadores a serviço de Portugal 
teriam chegado ao Brasil antes de Cabral, entre eles Duarte Pacheco, 
experiente navegador português. 
 Em fins de 1499, Vicente Yanez Pinzon, sai da Europa em direção 
a América do Sul, chegando ao Brasil em fevereiro de 1500, no atual 
Estado de Pernambuco, rumou para o Norte e atingiu a foz do Amazonas, 
a que deu o nome de “Mar Dulce”. 
 Em 1524, Aleixo Garcia, percorreu o Vale do Guaporé com destino 
ao Peru. 
 Em 1541, Gonzalo Pizarro e Francisco Orellana comandaram uma 
expedição que, saindo de Quito, no Vice Reinado do Peru, desceu o Rio 
Amazonas até a sua foz, buscando o famoso “El Dourado” e as possíveis 
riquezas que se estendiam do Peru à Amazônia Portuguesa. Enfrentando 
perigos, ataques indígenas, a expedição terminou em tragédia. Nessa 
expedição o cronista padre Gaspar de Carvajal narra a existência das 
Amazonas (mulheres guerreiras), em referência as lendárias Amazonas 
gregas (a palavra amazonas significa “sem seio”). 
 
 
O banho das Amazonas 
 Em 1560, outra expedição também em busca do famoso 
“Eldorado”, comandado por Pedro de Úrsua e Lopes de Aguirre, saindo de 
Quito, navegaram pelo Amazonas, que também terminou em fracasso. 
 
A União Ibérica (1580-1640) e as Invasões Estrangeiras 
 
 
Mapa da união Ibérica 
 Durante sessenta anos, Portugal e suas colônias ficaram sob a 
autoridade de reis espanhóis, foi a chamada União Ibérica, que durou de 
1580 a 1640. 
 Na prática, desaparecia o limite fixado pelo Meridiano do Tratado 
de Tordesilhas. Nessa época, foi feita a divisão da colônia em dois 
Estados: o Estado do Maranhão, que se estendia do Ceará ao Amazonas, e 
o Estado do Brasil que incluía os demais territórios. 
 O objetivo dessa divisão era melhorar o contato da Coroa 
Portuguesa com a região norte da colônia, devido às constantes investidas 
de inimigos franceses, ingleses e holandeses na região. 
 A assinatura do Tratado de Tordesilhas, em 1494, que dividia o 
Novo Mundo “descoberto” entre Portugal e Espanha, formando grandes 
impérios coloniais, por parte das Nações Ibéricas, marginalizando as 
outras nações européias, fez com que estas reagissem a esse tratado. 
 Com a descoberta de ouro na América Espanhola (Peru e México) 
e a famosa lenda do reino encantado (Eldorado), entre os rios Oiapoque e 
Amazonas, desenvolveu ainda mais a cobiça daquelas nações, e daí, as 
constantes invasões no Continente Americano. 
4 
 
 Os militares luso-espanhóis começaram a expulsar os estrangeiros 
do Brasil, sendo os franceses expulsos em 1615. 
 No processo da luta, os militares luso-espanhóis fundaram várias 
fortalezas litorâneas que mais tarde tornaram-se importantes cidades do 
litoral norte, como por exemplo, João Pessoa (1584), Natal (1589), 
Fortaleza (1613) e Belém (1616). 
 Com a expulsão dos franceses do Maranhão restava a ocupação do 
Pará e do Amazonas. 
 Francisco Caldeira Castelo Branco foi responsável pela construção 
do Forte do Presépio, em 1616, mais tarde batizado como Belém, que 
possibilitou a penetração luso-espanhola pelo rio Amazonas. Conquistava-
se a planície amazônica, que passou a ser ocupada e explorada por 
apresadores de índios e droguistas do sertão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os Primeiros Exploradores e as Delimitações do Espaço 
Geográfico 
 
 Entre os exploradores das drogas do sertão, destacavam-se os 
jesuítas que monopolizavam a exploração desses produtos através da mão-
de-obra indígena. 
 Embrenhados na mata, os índios caçavam, pescavam e coletavam 
as drogas do sertão, contribuindo para o crescimento das riquezas da 
Companhia de Jesus. 
 O monopólio da Companhia de Jesus sobre os índios e as drogas 
do sertão, prejudicava os interesses dos colonos que se fixavam nestas 
áreas, gerando constantes conflitos com os jesuítas. O problema entre 
jesuítas e os colonos, era que os jesuítas tinham o domínio ideológico 
sobre os índios, e os colonos tinham uma posição mais radical, pois 
pretendiam escravizá-los. 
 Em 1637, devido a presença de espanhóis no alto Rio Amazonas, 
foi determinada uma Bandeira fluvial composta por 600soldados, 1200 
índios, remadores, mulheres e escravos, totalizando 2000 mil pessoas que 
foram distribuídas em 47 canoas, sob o comando de Pedro Teixeira, que 
chegou à foz do Rio Amazonas. 
 O objetivo dessa bandeira era estabelecer limites territoriais da 
Coroa Portuguesa na Amazônia, e ao mesmo tempo, efetuar a escolha de 
lugares estratégicos para construir fortificações. A expedição saiu do 
Grão-Pará atingindo Quito, no Equador e determinou marcos entre as 
possessões da América Portuguesa e Espanhola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Expansão Territorial: “Entradas e Bandeiras” 
 
 As entradas e bandeiras foram expedições que penetravam o 
interior com objetivo de apresar índios e procurar minerais. 
 São Vicente, o primeiro núcleo de povoamento fundado no Brasil, 
foi superado pelo Nordeste. O fracasso da empresa açucareira deu-se 
devido à pobreza do solo vicentino, à estreiteza do litoral e a distância em 
relação aos mercados consumidores europeus. 
 Sem apoio da metrópole, isolados em relação à Europa, 
marginalizada economicamente e praticando uma agricultura de 
subsistência, os vicentinos começaram a procurar outras formas de 
sobrevivência organizando bandeiras, que se tornavam verdadeiras 
empresas em busca de captura de índios e riquezas nos sertões. 
 
Aprisionamento de nativos por bandeirantes 
 
Além do apresamento de índios e da busca de ouro, as bandeiras 
tinham ainda outra função importante para a Metrópole: serviam de ponta 
de lança da conquista e povoamento do interior, numa época em que 
Espanha e Portugal estavam longe de ter definido a fronteira de seus 
domínios no coração da América do Sul. Em algumas expedições, essa 
função política e militar se destacou. Foi o caso da bandeira chefiada por 
Antônio Raposo Tavares, que deixou São Paulo em 1648 para desbravar 
milhares de quilômetros do sertão até o Amazonas. 
Preparado para enfrentar qualquer bloqueio, Raposo Tavares 
dividiu a bandeira em duas colunas. A primeira, chefiada por ele próprio, 
reunia 120 paulistas e 1 200 índios. A segunda, um pouco menor, era 
comandada por Antônio Pereira de Azevedo. Viajando separadamente, os 
dois grupos desceram o Tietê até o rio Paraná, de onde atingiram o 
Aquidauana. Em dezembro de 1648, reuniram-se às margens do rio 
Paraguai, ocupando a redução de Santa Bárbara. 
Depois de unificada, a bandeira prosseguiu viagem em abril de 
1649, alcançando o rio Guapaí (ou Grande), de onde avançou em direção à 
cordilheira dos Andes. Estava em plena América espanhola, entre as 
cidades de Potosí e Santa Cruz de la Sierra (hoje território da Bolívia). Aí 
permaneceu até meados de 1650, explorando o mais possível a região. De 
julho de 1650 a fevereiro de 1651, já reduzida a algumas dezenas de 
homens, empreendeu a etapa final: seguiu pelo Guapaí até o rio Madeira e 
atingiu o rio Amazonas, chegando ao forte de Gurupá, nas proximidades 
de Belém. Diz a lenda que os remanescentes da grande expedição 
chegaram exaustos e doentes ao forte e que, voltando a São Paulo, Raposo 
Tavares estava tão desfigurado que nem seus parentes o reconheceram. 
Como resultado da aventura, vastas regiões desconhecidas entre o trópico 
de Capricórnio e o equador passavam a figurar nos mapas portugueses. 
Essa bandeira de demarcação de limites, preação de índios e coletas de 
drogas do sertão (cacau, pau-cravo, canela e ervas medicinal) é um marco 
da presença portuguesa em nossa região (foi chamada de “A Grande 
Bandeira de Limites”) 
 
 
6 
 
 
Bandeira de Raposo Tavares na Amazônia 
 
 As atividades dos jesuítas no Rio Madeira começaram em 1669, 
com a fundação da missão Tupinambarana na foz do Rio Madeira, que deu 
origem a Parintins. Novas missões iam sendo instaladas no percurso do 
Rio Madeira, na medida em que se ampliavam as atividades das drogas do 
sertão, e também, a pedido do governo do Pará, temendo novas invasões, 
principalmente, castelhanas. 
 A força de trabalho indígena passa a ser constante na colônia. 
Intensifica-se a captura do índio através das tropas de resgates, 
descimentos ou “guerras justas”. 
 Em 1722, Francisco Mello Palheta, em conseqüência do avanço 
da ação missionária castelhana no Guaporé, próximo às minas de ouro do 
Mato Grosso, organizou uma expedição composta por 128 pessoas que 
percorreu todo o Rio Madeira. Ele registrou a presença de indígenas das 
missões espanholas de Mojos e Chiquitos, chegou até as missões jesuítas 
espanholas de Santa Cruz de Cajubava e de São Miguel, mostrando aos 
jesuítas que o Rio Guaporé era o limite natural que dividia as possessões 
de Portugal e Espanha. 
 O governo português temendo a proximidade da presença 
espanhola e a possibilidade de contrabando com as minas de ouro do Mato 
Grosso, proibiu a navegação pelo Rio Madeira através do alvará de 27 de 
outubro de 1733. 
 
O Mercantilismo e a Mineração no Vale do Guaporé. 
 
 O ouro desempenhou um importante papel na economia da Idade 
Moderna, pois o mercantilismo era fundamentalmente metalista, isto é, 
considerava o ouro e a prata como a base da riqueza de um país. 
 O grande centro minerador foi Minas Gerais. Em 1718, Pascoal 
Moreira Cabral descobriu ouro no Rio Coxipó-Mirim, afluente do Rio 
Cuiabá onde surgem os primeiros povoamentos próximos das minas 
descobertas. 
 A notícia alcançou a Vila de São Paulo e atraiu centenas de 
aventureiros para a região. O caminho entre São Paulo e Cuiabá era longo 
e perigoso, os ataques indígenas, fome, doenças, vitimaram grande número 
de pessoas. 
 Em 1722, foi descoberta as Lavras do Sutil, aumentando ainda 
mais a migração para Cuiabá. Em 1727, o arraial de mineradores foi 
elevado à condição de vila com o nome de Vila Real do Nosso Senhor do 
Bom Jesus de Cuiabá. 
 Em 1736, os irmãos Fernando e Arthur Paes de Barros, 
descobrem ouro no Mato Grosso, às margens do Mamoré, surgindo as 
primeiras povoações, de Santa Ana e São Francisco Xavier.
 Portugal, entre 1733 a 1737, através de Cartas Régias, proíbe a 
navegação pelos rios Guaporé e Madeira, para evitar contrabando. 
 Em 1742, Manoel Félix de Lima, fugindo de dívidas juntamente 
com outros mineradores, contrariando e infringindo as ordens da 
Metrópole, navega pelo Rio Guaporé, desvia pelo Mamoré, entra em 
contato com as missões espanholas de São Miguel, Santa Maria Madalena 
e Exaltação da Cruz, na tentativa de fazer comércio; retorna ao rio 
Madeira e ao Amazonas, chegando a Belém, onde foi preso por ter 
desobedecido as Ordens Régias, mas abriu uma nova rota alternativa de 
comunicação fluvial entre o Mato Grosso e o Pará. 
 As missões espanholas de Mojos e Chiquitos começaram a se 
expandir na margem esquerda do Guaporé, fundando a missão de Santa 
Rosa, que preocupava as autoridades portuguesas, devido à proximidade 
da região mineradora de Mato Grosso. 
7 
 
 Em nove de maio de 1748, é fundada a capitania de Mato Grosso, 
sendo nomeado como primeiro governador, o Capitão General Dom 
Antônio Rolim de Moura Tavares. 
 
D. Antônio Rolim de Moura Tavares 
 
O capitão General Dom Antônio Rolim de Moura, que imediatamente 
tomou posse, chegou ao Brasil com instruções de fundar a capital da 
recém-criada capitania. Também deveria criar uma Ouvidoria, uma Vara 
de Juiz de Fora, Casa de Fundição e promover o povoamento da região. 
 Criaria também um aparato militar diante das pretensões 
espanholas, desenvolvendo a colonização da região, estimulando os 
colonos a produzir alimentos, criar gado para abastecer o comércio local e 
atender as necessidades da população. 
 A capital, Vila Bela da Santíssima Trindade, foi criada 
estrategicamente para ter acesso à Bacia Amazônica, através do Guaporé 
(ligando as Minas do Mato Grosso ao Grão-Pará), e através da Bacia 
Platina (com São Paulo), ficando assim fixadas as bases portuguesas na 
região. 
 O governador português procurou coibir o contrabando, tornando 
mais eficiente o comércio. 
 Em 1755, foi liberadauma rota comercial que através da 
Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, estabelecia o 
monopólio de abastecimento dos vales: Guaporé, Madeira e Mamoré. 
 Durante o século XVIII, os vales do Guaporé, Madeira e Amazonas 
foram palco de intensa atividade dos colonizadores portugueses e 
espanhóis, em função da mineração e das tensões fronteiriças, levando os 
governadores a desenvolver uma política militar através de construções de 
fortificações, missões religiosas e desenvolvimento da colonização. O 
suporte dessa política colonizadora foi o trabalho escravo: tanto indígena 
como africano. 
 Nesse período, foram fundados vários arraiais em pontos 
estratégicos para dar apoio aos navegadores e servirem de entrepostos 
comerciais ao longo do Madeira. 
 Desde 1728, o padre jesuíta João Sampaio fundou a missão de 
Santo Antônio das Cachoeiras, sendo a primeira povoação na margem 
direita do Rio Madeira, dentro da área do atual Estado de Rondônia, que 
não resistiu aos ataques indígenas, mosquitos, malária, e acabou 
deslocando-se para outras regiões. 
 Em 1757, Rolim de Moura ordenou a fundação do povoado de 
Nossa Senhora da Boa Viagem de Salto Grande do Rio Madeira, fundada 
pelo juiz de Fora Teotônio de Gusmão no século XVIII, que também não 
sobreviveu aos ataques indígenas e epidemias. 
 Desmistifica-se a teoria do Vale do Guaporé como vazio 
demográfico, levando-se em consideração a política colonizadora 
desenvolvida pelos governadores dessa época. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
As Questões Fronteiriças no Período Colonial 
 
 Mesmo antes da chegada dos portugueses a América, o Tratado de 
Tordesilhas determinava as fronteiras que separavam os domínios 
americanos da Espanha e de Portugal. 
 O meridiano imaginário situado 370 léguas a oeste das ilhas de 
Cabo Verde, passava pelas regiões onde, nos dias atuais, se encontra a 
cidade de Belém, no Pará e Laguna, em Santa Catarina. 
 Entretanto, as fronteiras entre as colônias espanholas e o Brasil 
nunca chegaram a serem claramente demarcadas, devido a falta de 
conhecimentos dos domínios americanos e durante a União Ibérica, as 
terras americanas pertenciam ao mesmo Rei. 
 Nesse período, (1580-1640), os luso-brasileiros e espanhóis 
puderam transitar livremente dos dois lados (português e espanhol), mas 
quem mais se aproveitou foram os portugueses, pois a Espanha 
concentrava seus esforços na mineração (vice-reinado do Peru), por isso, 
deu pouca atenção a movimentação portuguesa na região amazônica e 
platina. 
 Durante o século XVIII, o território brasileiro sofreu uma grande 
expansão para o interior, graças aos bandeirantes à procura de índios para 
escravizar e minérios, conquistando para Portugal grandes extensões de 
terras, que estavam sob jurisdição espanhola, ultrapassando os limites de 
Tordesilhas. 
 
MAPA: fronteira do Brasil no século XVII 
 
 Quando Portugal fundou a Colônia de Sacramento (1680), ás 
margens do Rio da Prata, chocou-se com os interesses espanhóis, pois a 
região pertencia à Espanha e ficava próxima de Buenos Aires, rica em 
pecuária e servindo de contrabando com a área mineradora. 
 Os conflitos entre portugueses e espanhóis levaram as duas nações 
ibéricas a assinar os Tratados de Limites para solucionar os problemas, 
principalmente, por Portugal ocupar imensa área sob o domínio espanhol. 
(sobre tratados, ver capítulo específico). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
A Era Pombalina 
 
No reinado de D. José I, foi nomeado Sebastião José de carvalho e Melo o 
Marquês de Pombal, para o cargo de primeiro-ministro do governo 
português, ocupando-o por mais de 25 anos, dirigindo os destinos 
portugueses e coloniais, disposto a retirar o atraso de seu país em relação 
aos centros mais dinâmicos da economia européia e a diminuir o grau de 
dependência de Portugal para com a Inglaterra. 
 
Marques de Pombal 
 
O Contexto metropolitano colonial 
 
A ascensão de Dom José I ao trono luso, em 1750, representou um 
marco importante para o Brasil e para o Estado português do século XVIII. 
O soberano escolheu como ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, 
denominado posteriormente Marquês de Pombal, que dirigiu com 
autoridade e energia as atividades da metrópole e das colônias, a ponto de 
esse período se tornar conhecido como "período pombalino". 
O governo do Marquês de Pombal constituiu um bom exemplo 
dessa proposta reformadora, uma vez que dela se serviu para modificar o 
curso da política colonial portuguesa. Portugal arrastava-se numa crise 
econômica de grandes proporções, há várias décadas, devido 
principalmente à perda de suas possessões na África e Ásia, no decorrer do 
século XVII, e também por causa do Tratado de Methuen, (ver capítulo 
sobre Tratados) assinado em 1703 entre os governos português e inglês. 
 
Olhos para a Amazônia 
 
A Amazônia Colonial sempre se constituiu num grande problema 
para a Metrópole Portuguesa, no que dizia respeito à sua ocupação efetiva. 
O constante assédio de estrangeiros tornava imperioso a sua conquista e 
ocupação. As dificuldades para deslocar colonos para a Amazônia tornou-
a celeiro de degradados, que, com a justificativa de vir cumprir suas penas 
eram enviados para as Capitanias do Grão-Pará e Rio Negro, onde 
assumiriam a condição de colonos. A escassa população branca sempre 
presente nas referidas capitanias, tornava quase que impossível a 
organização de sua defesa, coisa que só seria conseguida com sua efetiva 
ocupação. Nesse sentido, a política pombalina traçada para a Amazônia 
procurava superar os obstáculos colocados à sua colonização, através da 
execução de um projeto que visava transformar o índio em colono. Assim, 
como grande dirigente das rédeas do Estado Português, Pombal formulou 
uma política indigenista que objetivava emancipar os índios, retirando-os 
da tutela das ordens missionárias e procurava integrá-los à população 
branca. Nesse sentido, o esforço de fazer do índio um colono, a estratégia-
chave foi a implantação do Regime do Diretório. 
 
Uma Nova visão colonialista 
 
Reestruturação, austeridade fiscal e uma nova etapa de ocupação 
colonialista seriam os princípios desta nova ordem política em Portugal. O 
fato desta estimativa de sub-aproveitamento, justificaria em especial o 
interesse metropolitano em suas disposições sobre a Amazônia, em cujas 
reformas realizadas sobre vários setores, da estrutura colonialista, como 
forma de promover o reforço ou a regeneração do Estado Metropolitano 
Luso. Não bastava apenas racionalizar a exploração da Colônia para torna-
la mais eficiente, onde haveria de igual maneira uma necessidade de 
defendê-la da cobiça estrangeira, onde o contexto amazônico refletiria bem 
estas precauções, onde deveria ser estabelecida uma imediata demarcação 
sobre a fronteira norte, principalmente por conta de uma insignificante 
presença de colonos portugueses. 
10 
 
Por conta disto houve a proposta de transformar os índios como 
colonos em potencial, uma idéia já muito antiga nos desdobramentos do 
Estado metropolitano português e que por hora, voltara a ganhar força de 
interesses, sendo a única alternativa viável, sendo reforçada por conta do 
episódico terremoto que arrasaria Lisboa, gerando muitas perdas humanas. 
 
Índios, Colonos e Cidadãos. 
 
A proposta de transmutar o índio para colono implicaria em 
reconhecer-lhe a condição de pessoa, ser humano, como possuidor de 
direitos naturais de um homem livre, o que seria incompatível com a 
condição escravista, a qual alguns estariam sujeitos. Para tanto Pombal 
estabeleceria uma política indigenista, na medida em que criou medidas 
legais que proibiriam a escravidão deste por qualquer indivíduo ou 
instituição que fosse. Uma destas prerrogativas seria a própria retirada dos 
indígenas que estivessem sob a tutela das antigas ordens religiosasmissionárias (no caso em destaque os Jesuítas). Assim, os indígenas teriam 
reconhecidamente direitos pertinentes à cidadãos portugueses, onde se 
tornariam desde trabalhadores assalariados, até mesmo a própria condição 
de colonos, que seriam as peças fundamentais ao projeto de interiorização 
dos interesses portugueses, onde para tanto, Pombal determinaria que 
fosse obrigatório o ensino da l[íngua portuguesa nas antigas aldeias de 
catequese (Aldeamentos), onde a te então se manteve o uso da chamada 
língua–geral (Nheengatú), grande utilitária das ordens religiosas. 
Nesse sentido, o marques de Pombal colocaria em vigor a Lei de 6 
de junho de 1755, complementada pelo Alvará de 7 de junho de 1755, que 
revogava “todas as Leis, Regimentos, 
Resoluções e ordens, que desde o descobrimento das sobreditas Capitanias 
do Grão Pará e Maranhão, até o presente dia permitiriam ainda em certos 
casos particulares a escravidão dos referidos índios. 
Tal situação foi uma constante no Brasil colonial e principalmente 
na Amazônia, onde o trabalho indígena sempre foi a grande alternativa de 
mão-de-obra para os colonos. Procurando se precaver de toda e qualquer 
possibilidade de ser descumprida, a lei estabelecia a “imediata prisão de 
todos aqueles que teimassem em fazer índios cativos, despojando-os dos 
direitos de ‘Homenagem, Alvará de fiança, ou fieis Carcereiros’...”. 
Na tentativa de regular a utilização do trabalho indígena pelos 
colonos, a lei de 1755 reinstituiu a obrigatoriedade do pagamento de 
salários, estabelecendo que estes deveriam corresponder igualmente ao 
que se pagaria aos artífices. Por conta da presente aversão dos índios em 
trabalhar para os colonos, a alternativa inicial de transformá-los em 
colonos, ao contrário de assalariados acabaria sendo cada vez mais viável, 
onde além de ser declarado cidadão livre, deveria também ser reconhecido 
no direito à posse da terra, para assim atuar como um agricultor produtivo. 
 
A Educação 
 
Com a expulsão dos jesuítas do Reino e da Colônia, Pombal 
determinou que a educação (até então sob cargo da Igreja Católica) 
passasse a ser transmitida por professores leigos contratados e pagos pelo 
Estado para lecionar nas escolas régias. 
Pombal fez uma revolução na Universidade de Coimbra, introduzindo os 
estudos das Ciências Exatas e Naturais e aprimorando os estudos das 
Ciências Jurídicas. 
 
As vilas 
 
Com o objetivo de institucionalizar as áreas de esta nova ocupação, 
no espaço em que os índios ocupariam, foi também determinado pela 
mesma lei (1755) que as aldeias mais populosas em que estes habitassem, 
fossem assim elevadas a condição de vilas, assim como as áreas adjacentes 
em que estes habitassem, garantindo-lhes a posse hereditária da 
propriedade. Para melhor executar este empreendimento, Mendonça 
Furtado, irmão do grande marques, foi encarregado do governo do Pará, 
onde preocupado com as etapas desta estruturação e, ao mesmo tempo 
sendo fiel a esta “doutrina do índio cidadão”, procurou igualizar brancos e 
índios em direitos, no que estimularia ao casamento destes, com o objetivo 
de alargar ao povoamento das vastas terras desta região, habilitando-os 
assim pelo caminho matrimônio como uma nova força de ocupação, “sem 
11 
 
que aquele sangue lhes sirva de embaraço... e que os principais (chefes) 
seus filhos e filhas, e com quem casar, são nobres e gozarão de todos os 
privilégios que como tais lhes competem”. 
 
Principais Medidas de Pombal 
 
 Incentivos estatais para a instalação de manufaturas na metrópole. 
 1755: criação da Capitania de São José do Rio Negro, hoje Estado do 
Amazonas. 
 1755: criação da Companhia de Comércio do Estado do Grão-Pará e 
Maranhão, estimulando as culturas do algodão, do arroz, do cacau, 
etc. e tentando resolver o problema da mão-de-obra escrava para a 
região. 
 1755: criação do Diretório Pombalino, órgão composto por homens de 
confiança do governo português, cuja função era gerir os antigos 
aldeamentos. Com tal medida, o governante português extingue o 
poder dos jesuítas (Regimento das Missões) e o entrega aos 
colonos. Pombal proibiu a utilização das línguas maternas e do 
nheengatu (uma espécie de dialeto), tornando obrigatório o uso do 
idioma português em toda a Colônia. Pelo Diretório também 
estavam proibidas as construções de casas coletivas. 
 1756: Criação do Diretório do Indio 
 1759: criação da Companhia de Comércio de Pernambuco e Paraíba, 
com o objetivo de estimular o cultivo da cana-de-açúcar e do 
tabaco. 
 1759: extinção do sistema de capitanias hereditárias. 
 1759: expulsão dos jesuítas (inacianos) da Metrópole e da Colônia, 
confiscando-lhes os bens. 
 1762: criação da Derrama com a finalidade de obrigar os mineradores 
a pagar os impostos atrasados. 
 1763: transferência da capital da Colônia de Salvador para o Rio de 
Janeiro. 
 
 
A Queda de Pombal 
 
 Em 1777, com a morte de D. José I, subiu ao trono Dona Maria I, 
que afastou o Marquês de Pombal do governo. A queda do ministro foi 
comemorada por todos os opositores que, finalmente, podiam voltar ao 
poder. O governo da Metrópole suspendeu o monopólio das companhias 
de comércio e baixou um alvará proibindo a produção manufatureira da 
Colônia (com exceção do fabrico de tecidos grosseiros para uso dos 
escravos). Essas decisões aumentaram o descontentamento dos luso-
brasileiros ante a dominação da Coroa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Comércio e decadência no Guaporé 
 
 As relações comerciais entre o Grão-Pará e o Mato Grosso nos 
séculos XVIII e XIX, bem como a sua ligação com as questões ligadas à 
sociedade mineradora e escravista e ainda as questões militares e 
fronteiriças, constituem-se no alicerce para o conhecimento das regiões 
dos rios Madeira, Mamoré e Guaporé, que hoje pertencem a Rondônia. 
Para essa região afluíam aventureiros, religiosos, desbravadores, 
militares e escravos que mantiveram a posse e a ocupação dos vales desses 
rios. A sociedade, que deste processo resultou, espelhou sempre a 
fragilidade de suas bases. Fundamentada em uma economia meramente 
extrativista e itinerante e em uma política de intensa animosidade 
fronteiriça, a sociedade colonial guaporeana se manteve somente enquanto 
perdurou o interesse metropolitano sobre as riquezas da região. 
Em finais do século XVIII, já se tornava notória a crise pela qual 
passavam os vales do Guaporé e Madeira. A decadência se instalava tanto 
na mineração, quanto nas Guarnições Militares e mesmo na manutenção 
das rotas fluviais de comércio, que ligavam Vila Bela a Belém do Pará. 
A agressividade e ousadia da política portuguesa de meados do 
século XVIII era agora vencidas pelo descaso, apatia e abandono. A 
própria Vila Bela, símbolo máximo do arrojado projeto colonial português 
para a região, teve um brilho meteórico da gloria vivida nos anos de Luiz 
de Albuquerque, restando apenas ruínas. 
A crise enfrentada pela capitania de Mato Grosso se refletia nas 
capitanias de São José do Rio Negro, Grão-Pará e Goiás. A rota do 
Madeira havia entrado em franco abandono desde a desativação da 
Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, o que provocou o 
desaquecimento do comércio paraense e o despovoamento de 
consideráveis áreas territoriais de grande importância estratégica para a 
Coroa Portuguesa. 
No bojo de toda uma conjuntura de crises, incertezas e 
decadências, é que as autoridades regionais tentaram viabilizar um projeto 
que deveria restaurar as ligações entre o Grão-Pará e Mato Grosso através 
da rota Amazonas, Madeira, Guaporé. 
Foi elaborado o plano de navegação que seria estimulado o 
transporte do então escasso ouro do Mato Grosso para Belém, permitindo 
a exploração dos recursos naturais e abrindo ensejo para atividades de 
contrabando que permitiriam a entrada da prata andina nos territórios 
portugueses. 
Esse fatocriaria uma atmosfera ao mesmo tempo permissiva e 
repressora, capaz de estimular secretamente o contrabando e promover o 
afluxo de riquezas para a região. Porém, o século XIX concretizou o 
estado de letargia do Guaporé-Madeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Real Forte do Príncipe da Beira (1775-1783) 
 
 Os constantes conflitos entre portugueses e espanhóis, que 
remontam ao Tratado de Tordesilhas, e, constantemente desrespeitados 
pelos portugueses devido a falta de interesse espanhol em explorar a 
região, agrava-se ainda mais após o fim da União Ibérica (1640), e a 
descoberta de ouro no Vale do Guaporé. 
 Os portugueses cada vez mais se firmavam no Vale do Ouro, 
assegurando suas conquistas na região, que foi garantida pelo Tratado de 
Madri (1750), entre Portugal e Espanha, que reconhecia legalmente as 
pretensões portuguesas sobre a Bacia Amazônica. 
 Nesse contexto, a ordem da Coroa portuguesa era construir fortes 
para proteger seus limites, coibir o tráfico ao longo dos rios Guaporé e 
Madeira e auxiliar os navegantes em busca de ouro, índios e drogas do 
sertão. 
 Em virtude destes atritos e para garantir a soberania portuguesa na 
região, foi construído em 1754 o Fortim de Nossa Senhora da Conceição, 
cuja fragilidade levou os espanhóis a tentar sua conquista. 
 No governo de João Pedro da Câmara foi remodelado, mudando 
posteriormente o nome no governo de D. Luis Pinto de Souza Coutinho 
(1768-1771) para Forte Bragança. 
 O Forte Príncipe da Beira, construído entre 1775-1783 no sistema 
Valban, tendo como engenheiros, Domingos Sambucette, que morreu de 
malária entre o período de janeiro a setembro de 1777, sendo substituído 
pelo Sargento-mor Ricardo Franco de Almeida Serra. 
 Com uma área de 970 metros quadrado e muralhas de 7,20 de 
altura, seu portal medindo 10 metros, contendo quatro baluartes com 14 
canhões cada, totalizando 56 canhoneiras, representava a imponência 
portuguesa na região. 
 
Planta baixa do Real Forte Príncipe da Beira 
 
 Os baluartes denominavam-se Nossa Senhora da Conceição 
(voltado para o Oeste), Santa Bárbara (voltado para o sul) – adjacente ao 
rio Guaporé, Santo Antônio de Pádua (voltado para o Norte) e Santo 
André Avelino (voltado para o Leste). 
As pedras para a construção foram obtidas no próprio local, a Cal 
em Belém do Pará, Albuquerque e Corumbá (MT), a artilharia veio de 
Lisboa via Belém do Pará, uns chegaram pela rota fluvial Amazonas-
Madeira-Guaporé e outros pelas Amazonas-Tapajós-Guaporé. 
 O primeiro comandante do Forte Príncipe da Beira foi o Capitão de 
Dragões, José Melo da Silva Vilhena. 
Com a decadência do Império Espanhol e a crise da mineração, o 
Forte Príncipe da Beira caiu no abandono. Foi redescoberto em 1911 pelo 
Marechal Rondon, foi reocupado pelo exercito brasileiro e teve seu 
tombamento histórico em 30 de novembro de 1937. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Tratados e a configuração de um país 
 
Tratado de Tordesilhas - 1494 
 
A descoberta da América em 1492 e a do Brasil em 1500 inserem-
se no ciclo das navegações em busca do melhor caminho para as Índias. 
Eram os tempos modernos que se iniciavam com um movimento geral de 
renovação, o Renascimento, caracterizado pelo espírito mais aberto e 
crítico do humanismo, o maior conhecimento da antigüidade clássica, 
grande surto das artes e o desenvolvimento das ciências, inclusive as que 
se relacionavam com a arte de navegar. A carência dos metais preciosos na 
Europa, a sede de especiarias e os mitos então correntes sobre as riquezas 
do Oriente impulsaram portugueses e espanhóis a procurar novas terras, 
avançando sobre mares desconhecidos. Os primeiros o fizeram 
sistematicamente, contornando primeiro toda a África; os segundos, de 
maneira quase surpresiva, ante o êxito da viagem de Colombo. 
Celebrou-se, então, entre os dois monarcas, em Tordesilhas, o 
Tratado de 7 de junho de 1494, que estipulou que a linha estabelecida pelo 
Sumo Pontífice se suporia traçada a 370 léguas para o poente das referidas 
ilhas, ampliando-se, assim, a favor de Portugal, as 100 léguas antes 
consagradas. Apesar, porém, de prevista no Tratado, nunca se realizou a 
demarcação das 370 léguas, obrigação prorrogada e definitivamente 
esquecida pelas duas Coroas. O meridiano de Tordesilhas, apesar de nunca 
demarcado e de ser de impossível localização no interior do país, passaria 
ao norte em Belém do Pará e no sul em Laguna, Santa Catarina. 
 
 
Tratado de Methuen (1703) 
 
Tratado assinado em 27 de Dezembro de 1703 entre Inglaterra e Portugal, 
pelo qual este ficava obrigado a abrir o seu mercado à importação de lã 
inglesa, tendo como contrapartida a exportação facilitada dos seus vinhos 
para Inglaterra. Embora tenha contribuído para a afirmação da produção 
vinícola em Portugal, condenou à destruição a incipiente indústria de 
lanifícios portuguesa. Vigorou até 1836. 
Tratado de Madri (1750) 
 
A linha de Tordesilhas funcionou pelo menos teoricamente até 
1750 para separar os domínios espanhóis e portugueses na América. Só foi 
abolida pelo Tratado de Madri. As negociações do tratado foram 
inspiradas por Alexandre de Gusmão, paulista e um dos secretários do rei 
Dom João V, além de integrante do Conselho Ultramarino. Sob sua 
direção, foi elaborado, em 1749, o chamado Mapa das Cortes, que definia 
as fronteiras entre o Brasil e a América espanhola. O tratado, concluído em 
Madri em 13 de janeiro de 1750, ignorava os anteriores e adotava um 
princípio sugerido por Gusmão: o do uti possidetis, que dava a posse da 
terra àqueles que a tivessem ocupado e povoado. Os domínios dos dois 
países na América foram separados por uma nova linha, que respeitava as 
áreas ocupadas e exploradas por colonos portugueses ou espanhóis e 
seguia, sempre que possível, os limites naturais, como o cume das serras 
ou o curso dos rios. 
 
Tratado de El Pardo (1761). 
 
O fracasso da demarcação dos limites e o envolvimento de Espanha e 
Portugal em lados opostos na Guerra dos Sete Anos, em 1756, levaram à 
anulação do Tratado de Madri e sua substituição por um novo tratado, 
assinado na cidade espanhola de Pardo (12/2/1761). As tropas de Buenos 
Aires tomaram a Colônia do Sacramento, pela quarta vez, em 1762; 
ocuparam o Rio Grande, em 1763; e chegaram à ilha de Santa Catarina, 
em 1777. 
 
Tratado de Santo Ildefonso (1777). 
 
Por esse tratado, assinado em 1º de outubro de 1777, na cidade espanhola 
de San Ildefonso, a rainha D. Maria I, de Portugal, e o rei espanhol Carlos 
III praticamente revalidaram o Tratado de Madri. Os espanhóis ficavam 
com a Colônia do Sacramento e a região dos Sete Povos, ou seja, boa parte 
do Rio Grande do Sul e do atual Uruguai. A Espanha devolvia a ilha de 
http://www.klickescolas.com.br/2006/enciclo/encicloverb/0,5977,CCLIENTE-6457,00.html
15 
 
Santa Catarina aos portugueses. Pela primeira vez o limite sul do Brasil 
era o Arroio Chuí. 
 
Tratado de Badajoz (1801). 
 
O tratado de 1777 também não foi respeitado. Os espanhóis violaram a 
fronteira de Mato Grosso na altura de Nova Coimbra e os gaúchos 
apossaram-se da área pecuarista dos Sete Povos em 1801. Nesse ano, 
Espanha e Portugal firmaram na cidade espanhola de Badajoz outro 
acordo: Portugal manteria as regiões conquistadas na América (os Sete 
Povos); em troca, cedia Olivença, na Península Ibérica, à Espanha. Era de 
certa forma a readoção do Tratado de Madri, e dava ao Brasil 
aproximadamente a dimensão e o contorno atuais. 
 
O Tratado de Ayacucho (1867) 
 
Nas primeiras décadas do século XIX, o contexto histórico latino-
americano havia se alterado profundamente. As ex-colônias espanholas e 
portuguesas tornaram-se países independentes e as questões fronteiriças 
ganharam conotações inéditas. Foi nesta nova situação que Brasil e 
Bolívia negociaram o Tratado de Ayacucho, assinado em 1867. Os 
brasileiros negociaram esse tratado,sujeitos a pressões exercidas pela 
Bolívia durante a Guerra do Paraguai, que estava mobilizando todos os 
recursos bélicos e financeiros do Brasil. Ainda assim, a diplomacia 
brasileira soube se aproveitar da fragilidade congênita da Bolívia para tirar 
vantagens. 
Como o povoamento brasileiro já havia penetrado nos rios Madeira, Purus 
e Juruá, os negociadores do Brasil procuraram empurrar a linha divisória 
mais para o sul, estabelecendo que o ponto inicial da fronteira seria agora a 
confluência dos rios Beni e Mamoré, onde se iniciava o Madeira. A partir 
daí, o Tratado de Ayacucho dizia que "Deste rio para oeste seguirá a 
fronteira por uma paralela, tirada da sua margem esquerda na latitude sul 
10º20’ até encontrar o rio Javari. Se o Javari tiver as suas nascentes ao 
norte daquela linha leste-oeste, seguirá a fronteira desde a mesma latitude, 
por uma reta a buscar a origem principal do dito Javari." O trecho 
transcrito deixa claro que por ocasião da assinatura do Tratado de 
Ayacucho, ainda não se conheciam as verdadeiras nascentes do Javari. 
Acreditavam os diplomatas brasileiros que essas nascentes estavam no 
paralelo 10º20’, mas deixavam em aberto uma solução para o caso dessa 
idéia não corresponder à realidade. E foi exatamente isso o que se 
constatou posteriormente: as verdadeiras cabeceiras do Javari estavam 
situadas a 7º 06’. Foi essa descoberta que, a partir de 1895, quando a 
fronteira começou a ser demarcada na prática, deu origem à Questão 
Acreana. 
 
 
 
Tratado de Petrópolis (1903) 
 
 Uma conquista da diplomacia brasileira foi um acordo assinado entre o 
Brasil e a Bolívia, em 17 de novembro de 1903, que encerrou o conflito 
existente entre as duas nações, face à ocupação do território boliviano por 
retirantes nordestinos que, durante a II Guerra Mundial, expandiram a 
fronteira brasileira em busca do leite da seringueira, na densa floresta 
amazônica. A negociação diplomática encaminhada por José Maria da 
Silva Paranhos Jr., o Barão do Rio Branco, Ministro das Relações 
Exteriores (1902/1912), efetivou-se em Petrópolis/RJ, cidade imperial 
onde se encontravam as delegações estrangeiras no país; a defesa brasileira 
consistiu no argumento do uti possidetis solis, que assegura direito ao 
http://www.grupoescolar.com/materia/o_tratado_de_madrid_e_o_tratado_de_ayacucho.html
16 
 
território a quem o possui de fato. Em troca, o Brasil indenizou a Bolívia 
com 2 milhões de libras esterlinas, entregou-lhe algumas áreas da fronteira 
de Mato Grosso e obrigou-se a construir 366 km da estrada-de-ferro 
Madeira-Mamoré/RO, que permitiria a saída da Bolívia para o Oceano 
Atlântico. 
 
 
O Barão do Rio Branco teve seu feito reconhecido e recebeu do povo 
acreano homenagem indelével, que batizou com seu nome a capital do 
Estado do Acre. Além disso, essa que é considerada a maior vitória 
diplomática do Brasil, testemunhada por Rui Barbosa, Assis Brasil, dentre 
outros, valeu ao Barão também o título de Deus terminus de nossas 
fronteiras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Primeiro Ciclo da Borracha 
 
 Seringueira (Hevea Brasiliensis), já era utilizada por indígenas pré-
colombianos. 
 Divulgada na Europa por Charles Marie de La Condamine e 
François Fresneau (1736), tinha pouco emprego, até a descoberta da 
vulcanização (Charles Goodyear, EUA – 1839), e seu uso em pneus. 
 Em 1853, figura nas exportações da Amazônia e, a partir daí, a sua 
explosão e demanda no mercado internacional, gerando dessa forma, uma 
grande elevação de preços. 
 A borracha produziu imensas riquezas, beneficiando muito mais os 
setores mais distantes da produção, sobretudo, os exportadores 
estrangeiros. 
 Para a sua extração, foi utilizado um sistema de exploração de 
trabalho que, praticamente, reeditava as condições de escravidão. 
 Após um período relativamente curto de apogeu, entre em 
decadência, causando a estagnação da região em virtude da concorrência 
estrangeira (Asiática), através de contrabando feito pelo inglês Henry 
Alexander Wyckham que levou 70.000 sementes. 
 O sertão nordestino liberou braços abundantes para os seringais. 
Mais de 500 mil nordestinos vêm para a região Amazônica, fugindo da 
seca que assolava a região (seca de 1877). 
 A mão-de-obra utilizada na extração de látex se compunha de 
mamelucos, nativos bolivianos e nordestinos. 
 Na ilusão de enriquecimento ou apenas por sobrevivência (ganha 
pão), os nordestinos saem de seus Estados e caem no domínio dos 
seringalistas, donos dos latifúndios onde se explorava a borracha, 
tornando-se quase escravo de seu patrão, já que prevalecia a justiça do 
mais forte, o Coronel. 
 Ao chegar, o trabalhador já se endividava na sua compra dos 
instrumentos de trabalho (tigela, bacia, machado, rifle) e alimentos 
fornecidos pelo dono do seringal e dono do barracão (armazém). 
17 
 
 
Seringueiro no processo de defumação do Látex 
 
 O patrão comprava a produção do seringueiro. No final do ano era 
feito um balanço para ver se o seringueiro tinha saldo, mas como os preços 
do barracão eram exorbitantes, o seringueiro ficava devendo e aumentava 
cada vez mais sua dependência em relação ao barracão. 
 O lucro da borracha ficava parte com o seringalista que, por sua 
vez, dependia das Casas Aviadoras que supria os barracões e eram 
responsáveis pelo transporte da borracha para Belém e Manaus. As Casas 
Aviadoras que pertenciam aos comerciantes brasileiros e estrangeiros 
cuidavam da manutenção dos seringais, fornecendo crédito aos 
seringalistas, que pagavam também com a produção da borracha. 
Mas as Casas Aviadoras também dependiam das Casas 
Exportadoras, quase sempre estrangeiras, principalmente européias e 
norte-americanas. As Casas Aviadoras também pagavam os empréstimos 
às Casas Exportadoras com a borracha. 
O lucro maior ficava com as Casas Exportadoras que 
monopolizavam o comércio e a exportação da borracha. Os exportadores, 
reduzidos às poucas pessoas, acumulavam imensas fortunas e eram 
responsáveis pela transferência de capital da região explorada, através das 
filiais nas grandes cidades amazônicas, para países centrais do capitalismo. 
 
 
 
A Navegação do Rio Madeira e o Imperialismo 
 
Em plena fase de conquistas territoriais, o imperialismo das 
grandes potências destroçava impiedosamente quaisquer obstáculos que se 
opusessem aos seus interesses. 
A conjuntura internacional era marcada pelas agressões do 
imperialismo europeu às nações latino-americanas. 
O governo imperial brasileiro manteve prolongadas negociações 
diplomáticas com países europeus para resolver questões fronteiriças, 
como também aos interesses capitalistas internacionais sobre a abertura da 
bacia Amazônica à navegação internacional. 
 
MAPA: hidrografia na região norte 
 
Em 1852, o Barão de Mauá, Irineu Evangelista de Souza, fundou a 
Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas, com capital 
investido por Mauá, subsídios do governo brasileiro e compra de ações de 
comerciantes de Belém e Manaus. Dessa forma, procurava reagir às 
pretensões norte-americanas, incentivando a navegação nacional e 
protegendo a soberania territorial. 
Em 1860, surgiram mais duas companhias de navegação: a 
Companhia Fluvial Paraense e a Companhia Fluvial do Alto Amazonas.
 Finalmente, em 1872, D. Pedro curva-se à pressão externa e abre a 
região Amazônica à navegação internacional. 
18 
 
Em 1874, a Amazon Steam Navigation Company, comprou as três 
empresas nacionais que operavam na bacia amazônica e passa a 
monopolizar o transporte fluvial da região. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré 
 
O século XIX foi o século de afirmação do sistema capitalista, 
baseado na idéia de lucro. As ferrovias se tornam um investimento 
rentável, que gerava lucros para os países detentores de tecnologia e a 
dependência daqueles que compravam. Na Guerra do Pacífico (1879-1883), reunindo Peru e Bolívia contra o Chile, que era apoiada pelo capital 
britânico, a Bolívia perdeu sua saída para o mar. 
Para escoar seus produtos pelo Pacífico, a Bolívia encontrava 
dificuldades devido ao seu relevo, que a deixava encurralada entre os 
Andes e os desertos do Gran Chaco, enfrentando assim, problemas 
fronteiriços com o Chile. 
A região norte sempre foi servida por uma rede hidrográfica rica, 
com muitos rios navegáveis e desde o início de sua colonização, os rios 
foram seus principais caminhos. 
Para a Bolívia, as vantagens da navegação pelo Rio Madeira era 
ganhar os rios navegáveis (afluentes do Amazonas ou Rio da Prata) e sair 
no Atlântico. O interior da Bolívia ficaria ligado ao Atlântico através de 
Belém do Pará, mas havia mais alguns obstáculos a vencer, que eram as 
cachoeiras do Rio Madeira. 
Em 1846, o engenheiro boliviano José Augustin Palácios, navegou 
nos rios Mamoré e Madeira e defendeu a idéia de ligação da Bolívia por 
via Amazonas através da construção de uma estrada. Os tenentes norte-
americanos Herndon e Gibbon, em 1851, navegaram os rios que ligam a 
Bolívia ao litoral Atlântico do Brasil através do Amazonas. Também 
propuseram a construção de uma estrada para transpor as cachoeiras do 
Rio Madeira. 
Desde 1797, o governador do Pará, D. Francisco de Souza 
Coutinho, já tinha preconizado essa solução, sugerida pelos tenentes 
Herndon e Gibbon. 
Em 1861, o francês Ernest Grandidier também fez estudos sobre as 
comunicações com o Atlântico, através do Amazonas. 
O general boliviano Quentin Quevedo que, em 1861, depois de 
percorrer os Rios Mamoré e Madeira, propõe a canalização dos trechos das 
cachoeiras ou a construção de uma estrada de ferro. No mesmo ano, o 
19 
 
governo do Amazonas designa o engenheiro João Martins de Souza 
Coutinho para efetuar novos estudos sobre o Rio Madeira, que também 
propôs a construção da estrada de ferro para ligar a navegação dos rios 
Madeira e Mamoré. 
A Guerra do Paraguai (1864-1870), envolvendo a Tríplice Aliança 
(Brasil, Argentina e Uruguai) contra o Paraguai, fez com que Solano 
López (Paraguai) atacasse a província do Mato Grosso, isolando-a e 
impedindo o tráfego pela Bacia Platina. Reforça-se a necessidade da 
construção da estrada de ferro para tirar a região do isolamento. 
O Brasil entra em acordo com a Bolívia, surgindo daí o Tratado de 
Amizade, Limites, Navegação, Comércio e Extradição, celebrado em La 
Paz (1867), conhecido por Tratado de Ayacucho, que no seu artigo 9º, 
previa a construção de uma estrada de ferro ao lado das cachoeiras. 
O governo brasileiro incumbiu os engenheiros Joseph e Franz 
Keller de estudarem a viabilidade da construção de uma estrada de ferro ao 
lado das cachoeiras. 
Em 1867, o General boliviano Quentin Quevedo busca recursos 
para a construção da estrada de ferro. 
Em 1868, o engenheiro norte-americano George Earl Church a 
serviço do governo boliviano apresentou um plano de construção de canais 
contornando as cachoeiras. Fundou para isso a National Bolívia 
Navigation Company, mas percebendo que o projeto de canalizar o Rio 
Madeira era difícil de executar, modificou-o posteriormente para uma 
ferrovia. 
A ferrovia seria construída em território brasileiro e teria o aval do 
governo Imperial, que exige que Church organize uma nova companhia. 
Em 1871 foi fundada a “The Madeira and Mamoré Railway” que 
ligaria Santo Antônio a Guajará-Mirim. 
Church consegue empréstimo em Londres, porém, os ingleses 
indicaram a construtora Public Works. A empresa manda seus engenheiros 
que, juntamente com Church, descem o Rio Mamoré, atravessam as 
cachoeiras do Madeira e chegam a Santo Antônio, fazendo um relatório 
apressado e dando um parecer positivo para a construção da ferrovia. 
Estava feita a parceria The Madeira and Mamoré Railway e a 
Public Works Construction co. Em 1872, chega a primeira leva de 
trabalhadores e os primeiros materiais para construção. 
Após sérios reveses provocados por ataques indígenas (índios 
caripunas), febres e malária, os engenheiros e trabalhadores se retiram do 
Vale do Madeira deixando para trás todo o material, alegando ser 
impossível a construção da ferrovia e terem sido enganados sobre as 
condições da região. A construtora pediu uma indenização pelos prejuízos. 
Church, depois de várias tentativas fracassadas junto a empresas 
inglesas, contrata a P & T Collins (1878), que deveria construir 
inicialmente 32 km de estrada. A empresa norte-americana, Phillip & 
Thomas Collins, fracassou diante às adversidades da região. Em quatro 
meses só conseguiram assentar 7 km de trilhos. Diante do fracasso da P & 
T Collins, o governo brasileiro cassa a concessão dada ao coronel Church 
e designa uma nova comissão para continuar a construção da estrada de 
ferro. 
 
Comissões para estudos da região 
 
Em 1883, chega a Santo Antônio a Comissão Brasileira Morsing. 
Já na chegada a Santo Antônio, em 19.03.1883 e diante da desolação do 
local e do total estado de abandono dos restos da aventura da firma P. & T. 
Collins e da enormidade do que havia sido feito durante aquele quase um 
ano para os padrões de produtividade dos trabalhos na região (construídos 
6 km de trilhos, aterrados cerca de 20 km e estudados mais de 100 km), já 
declarou um dos membros da comissão: "São incríveis os trabalhos feitos 
por aqueles heróicos Americanos, a despeito de todas as contrariedades"... 
Essas contrariedades não tardaram a afetar a comissão Morsing e após 
cerca de um mês de permanência no local, já começavam a registrar-se as 
primeiras mortes de engenheiros, e o próprio chefe da comissão adoeceu, 
sendo retirado do local. Para variar, os índios também continuavam 
perturbando os trabalhos e assustando os encarregados do trabalho a ponto 
destes não se aventurarem nas matas à procura de caça para substituir a 
alimentação pobre do local, o que contribuiu ainda mais para piorar as 
condições de saúde dos membros da comissão, registrando-se mais 
20 
 
algumas mortes de engenheiros e trabalhadores, até que a comissão 
retirou-se em 19.08.1883, quando já não havia nenhum membro que não 
estivesse doente, são obrigados a abandonar a região. 
No ano de 1884, é designada uma nova comissão brasileira, 
comissão essa chefiada pelo engº Pinkas, (Comissão Pinkas ) que chegou 
a Santo Antônio em 20.06.1884, regressando em 10.09.1884, tendo 
aparentemente realizado a proeza de levantar mais que o dobro de tudo 
que havia sido levantado (confirmado) pela comissão Morsing em apenas 
77 dias, novamente às custas de grande sacrifício em vidas humanas. Mas 
os estudos que fez não eram confiáveis. Na realidade, nas duas plantas a 
ferrovia corria praticamente paralela, apenas diferindo no trecho entre as 
cachoeiras do Jirau e Guajará-Mirim, justamente o trecho dado como bom 
Por Morsing de acordo com as plantas da Public Works, e no local de 
início da ferrovia, que Pinkas estabelecia em Santo Antônio. Somente em 
1912, terminada a construção da ferrovia, iria confirmar-se, com certeza, 
que Morsing estava correto e Pinkas errado. Estas comissões tinham como 
objetivo principal verificar a viabilização da construção da ferrovia, 
desenvolvendo estudos sobre o percurso adequado para a obra. Abaixo, o 
traçado previsto de acordo com a planta de Pinkas, comparando com a 
estabelecida por Morsing. 
 
MAPA: expedição Morsing 
 
Encerram-se, naquele momento, as tentativas de construção da 
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Em Santo Antônio fica abandonado 
o material e um saldo de grande número de vítimas mortas nessas 
tentativas de construção da estrada de ferro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
A Guerra do Acre 
 
O Acre e outros afluentes do Purus tinham os melhores seringais. 
Os únicos produtivos até hoje. A área era da Bolívia e reconhecida pelo 
Brasil pelo Tratado de Ayacucho (1867), apesardas dúvidas que ainda 
pairavam sobre o término do território brasileiro e o início do território 
boliviano, houve a ocupação dos seringais bolivianos por brasileiros. 
A região ficava separada da Bolívia por montanhas e selvas, unida 
ao Brasil pelo Purus, que tornava a navegação mais fácil, embora 
demorada. 
Até então, o Acre era um extenso território praticamente desabitado 
e sem importância econômica. Com o primeiro ciclo da borracha, 
descobriu-se que o Acre era riquíssimo em seringais e atraiu milhares de 
brasileiros, principalmente nordestinos, fugindo da seca em seus Estados. 
O Acre passa a ser um grande produtor de látex, extraindo 
toneladas desse produto. 
 
 
Guerra no Acre 
 
A Bolívia, em 1899, instalou postos alfandegários na região, e, 
apesar do governo brasileiro ter acatado a medida, houve reação dos 
brasileiros nos seringais acreanos. Também houve reação dos Estados do 
Amazonas e Pará, que estendiam sua jurisdição na região, inclusive, 
através de cobrança de impostos. Afetava também os interesses das Casas 
Aviadoras que passaram a apoiar um movimento separatista. 
Em 14 de julho de 1899, o espanhol Luiz Galvez, funcionário do 
consulado da Bolívia em Belém, tomando ciência de um acordo 
diplomático entre Bolívia e EUA, através de um documento existente na 
embaixada boliviana (ver leitura complementar), buscou apoio de Manaus 
através de armas, dinheiro e munição e dirigiu-se ao Acre, assumindo a 
liderança de um movimento contra a Bolívia, mas acabou optando pela 
independência do Acre, contrariando os interesses de Manaus e Belém, 
que temiam verem seu comércio prejudicado na região. 
Galvez foi deposto e preso. 
A Bolívia pressentindo o perigo arrenda a extração do látex a uma 
companhia que reunia capitais norte-americanos, ingleses e alemães – The 
Bolivian Syndicate de New York – no comando desta companhia estava a 
família de Roosevelt e como um dos acionistas o rei da Bélgica. 
“A questão acreana, segundo Rubin Santos Leão Aquino e Ronaldo 
César Lisboa, não envolvia somente o Brasil e a Bolívia e tão pouco se 
resumia a uma questão unicamente fronteiriça. Esta visão de que foi um 
simples conflito de limites territoriais esconde e deturpa, como acontece 
na maioria das vezes, o direito das pessoas à verdade histórica. Se 
analisarmos o problema dentro do contexto histórico mundial, a questão 
acreana é um típico exemplo da ação do imperialismo internacional, dos 
métodos por ele utilizados para dominar a economia dos países não 
desenvolvidos e dos resultados nefastos (para a população desses países) 
dessa ação (...). O governo boliviano, na verdade, agiu como simples testa-
de-ferro de poderosas companhias internacionais principalmente norte-
americanas que compunham o chamado Bolivian Syndicate, interessado 
na maior riqueza da selva amazônica: o látex da borracha”. 
(Aquino – Ronaldo – Fazendo a História – Ed. ao Livro Técnico) 
Plácido de Castro, um veterano militar gaúcho, lidera um novo 
levante, que a princípio não houve interferência do governo brasileiro. 
Como o presidente da Bolívia manda tropas para o Acre, em 
resposta o presidente Rodrigues Alves ordenou que tropas do exército 
avançassem para proteger a população brasileira. Paralelo às ações 
militares, desenvolveu as negociações diplomáticas através do Barão de 
Rio Branco. Em novembro de 1903, os dois países chegaram a um acordo, 
assinando o Tratado de Petrópolis. 
22 
 
Foi criado, assim, o Território Federal do Acre, através da Lei 1181 
de 25 de novembro de 1904. 
 
 
Madeira Mamoré Railway 
 
Com a assinatura do Tratado de Petrópolis (1903), são retomadas 
as discussões sobre a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e o 
governo brasileiro abre a licitação para a construção da mesma. Venceu a 
licitação Joaquim Catrambi que repassa ao norte-americano Percival 
Farquhar, (por 60.000 dólares) empresário com grandes empreendimentos 
nos Estados Unidos e na América Central. 
Os trabalhos da construção da Ferrovia Madeira-Mamoré Railway 
ficaram sob a responsabilidade da empreiteira May, Jekyll & Randolph, 
com sede em New York, - subsidiária da Madeira Mamoré Railway – 
fundada por Percival Farquhar em Portland nos EUA. 
Após fazer um levantamento do material deixado pela P & T 
Collins, instalação de galpões para o reparo de locomotivas, (inclusive a 
máquina Cel. Church, totalmente recuperada), consertos de lanchas, de 
navios e criação de armazéns de carga para receber mercadorias do 
interior, do sul e de países estrangeiros, deu início à construção da 
ferrovia. 
As tentativas anteriores de construção da estrada de ferro partiram 
sempre de Santo Antônio a Guajará-Mirim pertencente ao Estado do Mato 
Grosso. 
A empresa May, Jekyll & Randolph constatou, ao chegar, a 
inviabilidade de começar a ferrovia em Santo Antônio, devido ao difícil 
acesso ao porto improvisado para desembarque de materiais pesados e 
pelas doenças que assolavam Santo Antônio e sua alta insalubridade. 
Desloca o ponto inicial 7 km rio abaixo, dentro de terras pertencentes ao 
Amazonas, no antigo Porto do Velho. 
Surgia uma cidade planejada em plena selva com início da 
construção da ferrovia. 
Além das oficinas, galpões, armazéns, Porto Velho também 
contava com usinas de geração de energia de captação de água, hospital, 
porto fluvial, fábrica de gelo e fábrica de biscoito. 
As casas dos funcionários mais qualificados eram feitas com tela, 
sistema de esgoto, tratamento de água, luz elétrica, cinema e salões de 
festas. 
Fora dos limites da administração da estrada de ferro, hoje, a partir 
da Avenida Presidente Dutra, chamava-se Avenida Divisória. Surgia uma 
“nova cidade” feita de cabanas de palhas onde reinava a miséria, desordem 
e o caos, que recebia trabalhadores, prostitutas, desempregados e toda 
massa de excluídos e marginalizados vindos principalmente de Santo 
Antônio, que decaía com a construção da estrada de ferro. 
Enquanto Porto Velho crescia, Santo Antônio se despovoava. 
Em 1907, o índice de mortalidade na ferrovia era alarmante. Para 
compensar o alto número de mortos e doentes, a Railway Company 
substituía-os por outros vindos de todas as partes do mundo e chegavam 
cada vez mais pessoas de várias nacionalidades, atraídos pela idéia de 
ficarem ricos. 
 
Cemitério da Candelária 
Foram 21.817 trabalhadores empregados pela Railway Company 
durante os cinco anos de construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. 
A malária, o beribéri, a disenteria e a pneumonia dizimavam 
centenas de trabalhadores. Diante disso, a Companhia resolveu construir o 
Hospital da Candelária, o mais bem equipado da América Latina, para o 
23 
 
tratamento das doenças tropicais. Mesmo com a construção do hospital, 
continuava crescendo o número de óbitos. Havia negligência por parte da 
empresa na política preventiva de combate às doenças. 
 
 
Leito do Hospital da Candelária 
 
Osvaldo Cruz, maior sanitarista do Brasil, juntamente com 
Belizário Pena, estive aqui na região. Eles fizeram um relatório apontando 
as causas das epidemias e indicaram medidas profiláticas para combatê-
las. 
Além da recusa de muitos doentes em não tomar os remédios à 
base de quinino, a empresa não quis gastar dinheiro com os meios de 
combate às doenças. Morreram cerca de 1.593 operários oficialmente 
registrados, pois, muitos adoeciam e não ficavam na empresa, seguiam 
para Manaus ou Belém e acabavam morrendo nesses locais. Na verdade, 
morreram em torno de 6 mil. 
A Estrada de Ferro Madeira Mamoré foi concluída em 1º de agosto 
de 1912, ligando Porto Velho a Guajará-Mirim (cachoeira pequena). 
A construção da EFMM foi extremamente importante para o 
desenvolvimento do Vale do Madeira. Ao longo da ferrovia que ligava 
Porto Velho a Guajará-Mirim, ponto inicial e final respectivamente, 
surgem vários povoados como Jací Paraná, Mutum Paraná, Abunã, Iata e 
Vila Murtinho. 
A ferrovia quando foiinaugurada, havia concretizado um grande 
sonho, que na realidade, não passou de uma ilusão. 
Daí em diante, a crise da borracha jamais permitiu que a ferrovia 
tivesse um desempenho econômico a altura de tantos esforços e tantas 
mortes. 
 
A Força de Trabalho na EFMM 
 
Logo no início das obras da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, as 
duas companhias, a concessionária e a construtora chegaram à conclusão 
que o empreendimento fracassaria se caso fosse adotado o mesmo sistema 
das empresas anteriores, ou seja, manter um número fixo de trabalhadores. 
O número de mortes e doentes era cada vez mais crescente. Foi por 
esta razão que a Companhia resolveu manter agentes em varias partes do 
mundo com o objetivo de recrutar trabalhadores que, além de atuarem na 
construção da Estrada de Ferro, seriam utilizados também em diversas 
circunstâncias. 
O Grupo de Farquhar tentou inicialmente a “importação” de 
trabalhadores espanhóis que haviam servido à construção das estradas de 
ferro em Cuba, mas, com grande incidência de doenças que acometiam os 
trabalhadores, fez com que os governos da Espanha, Portugal e Itália 
proibissem a imigração direta para o local da construção da estrada de 
ferro. 
A princípio, a Companhia, apesar de sofrer contínuos atrasos na 
obra em virtude das moléstias que atacavam os trabalhadores, seguia na 
mesma trilha percorrida por todas as suas antecessoras: o da negligência e 
do descaso na luta contra as doenças regionais. 
Em 1908 a empreiteira trazia mensalmente 204 novos 
trabalhadores de países como a Grécia, Alemanha e Itália, que viriam 
substituir os enfermos. Os que sobreviviam se tornavam debilitados 
fisicamente, e dificilmente seriam aproveitados na obra. No ritmo de 
construção da estrada de ferro, o período médio de vida dos operários era 
de apenas três meses. 
Durante a primeira fase da construção da ferrovia, ainda no século 
XIX, já se registrava a presença dos barbadianos, mas no século XX eles 
se tornaram uma força expressiva nos trabalhos da ferrovia. Os 
barbadianos eram provenientes das colônias inglesas da América Central. 
24 
 
 
 
Reta do Abunã – “O inferno no paraíso” 
 
A vantagem desse tipo de mão-de-obra era que muitos já haviam 
adquirido experiência na construção de ferrovias e do Canal do Panamá, 
em sua região de origem. Devido sua experiência em ambientes tropicais 
hostis, como as selvas panamenhas, aliadas a seu vigor físico e ritmo 
altamente disciplinado, como mão-de-obra os barbadianos se tornavam 
indispensáveis. 
Provenientes de diversas nacionalidades centro-americanas, 
Barbados, Trinidad, Jamaica, Santa Lúcia, Martinica e outras ilhas da 
Antilhas, esses negros de formação protestante e idioma inglês eram, de 
forma geral, denominados “barbadianos” 
Os homens caribenhos, em Porto Velho, viviam segregados em 
razão da língua, da cor e por constituírem um bairro próprio (Barbadian 
Tow). Uma maneira aristocrática e o sentimento de superioridade cultural 
estavam incutidos nesses homens que vieram para exercer algum cargo de 
maior relevância dentro da empresa. Procuravam manter determinado 
distanciamento em relação aos que não pertenciam à sua cultura. 
Diferenciavam-se dos negros brasileiros, que trouxeram do 
nordeste para Porto Velho os ritos afros. Os barbadianos mantinham uma 
aceitação orgulhosa da aculturação, negando suas raízes africanas, 
inclusive religiosas. Sendo eles protestantes, não aceitavam os rituais 
africanos. 
 
Mão de obra Indu 
 
Além dos barbadianos, várias outras nacionalidades se fizeram 
representar no contingente de trabalhadores da ferrovia, tais como norte-
americanos, ingleses, gregos, hindus, entre outros, recriando na Amazônia 
o mito bíblico de uma nova Babel do imperialismo. 
Hoje os trilhos repousam sobre a vida de milhares de operários que 
vieram construí-los. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
Linha Telegráfica – 1907-1909 
 
Dentre as causas do processo de povoamento do atual Estado de 
Rondônia – Vale do Guaporé e Madeira – destacaram-se como obras de 
grande importância o Real Forte Príncipe da Beira e a Estrada de Ferro 
Madeira Mamoré. 
Também faz parte dessa política de povoamento as Linhas 
Telegráficas, implantadas por Marechal Rondon. 
O Governo Federal preocupava-se com o isolamento do extremo 
oeste e norte do país, o que o levou a construir as Linhas Telegráficas 
entre Cuiabá e o Araguaia (1892-1898), e outra de Cuiabá a Corumbá 
(1900-1906); estendendo-se até a fronteira do Paraguai, visto que durante 
a Guerra do Paraguai, essa região permitiu a invasão de forças inimigas no 
território brasileiro. Portanto, era preciso guarnecê-la e povoá-la. 
Rondon foi designado para uma nova missão, confiada pelo 
presidente Afonso Pena, para ligar, por postos telegráficos, Cuiabá a Santo 
Antônio, completando a ligação sul e norte do país. 
Em 1907 foi iniciada a primeira etapa da expedição de Rondon, 
saindo de Cuiabá até Juruena, percorrendo 1.781km. 
Em 1908 sai de Juruena até Serra do Norte, percorrendo 1.653 km. 
Em 1909 foi a terceira e última expedição, de Serra do Norte até Santo 
Antônio, percorrendo 1.415 km. 
 
 
Comissão Rondon 
 
Além do assentamento da Linha Telegráfica, a Comissão Rondon 
fez um levantamento geográfico da região. 
Na Comissão Rondon, havia militares, engenheiros, fotógrafos, 
técnicos e cientistas civis, o que a tornava também uma missão científica. 
A atuação da Comissão foi decisiva para o reconhecimento e 
levantamento hidrográfico da fauna e flora da região, ligando a Amazônia 
Ocidental ao resto do país e tirando-a do isolamento. 
Durante esses trabalhos, Rondon reencontrou o Forte Príncipe da 
Beira, que estava abandonado, e desde então, passou a lutar pela sua 
reativação, o que ocorreu em parte, em 1932, com a instalação de um 
contingente militar. 
Enfrentando todo tipo de dificuldades, passando por regiões 
inóspitas, selvas densas, assoladas pelas doenças, fome, deserções de 
soldados e ataques dos índios, exigia Rondon uma postura rígida, dura e 
disciplinada, já que uma grande parte dos integrantes da comissão era de 
presos e degredados. 
Rondon nasceu no Mato Grosso, era descendente de índio. A 
princípio, se formou como professor de magistério e ingressou 
posteriormente na carreira militar. 
Durante a implantação das Linhas Telegráficas conheceu e estudou 
muitas tribos indígenas, sempre estabelecendo contato pacífico com os 
índios parecis. 
Sob a bandeira de “Morrer se preciso for, matar nunca”, a comissão 
nunca revidava os ataques indígenas. 
A luta de Rondon e seus companheiros acabou por sensibilizar o 
governo, originando daí o SPI (Serviço de Proteção ao Índio), que 
reconhecia os direitos dos povos indígenas de existirem em suas próprias 
terras, bem como seus costumes. 
Sua linha de atuação era pacificar o índio arredio e hostil (para 
permitir o avanço da civilização), demarcar suas terras, criando reservas 
indígenas, onde aprenderiam noções de higiene e sanitarismo feito por 
funcionários abnegados. Belas palavras, muita teoria, que na prática nem 
sempre foram cumpridas. 
26 
 
Enquanto Rondon viveu e lutou nas selvas, os índios foram 
respeitados. Rondon criou 77 postos indígenas, descobriu 12 novos rios, 
mapeou territórios, estendeu linhas telegráficas sem matar índios. 
Depois de Rondon, foram pacificadas mais de 80 tribos que foram 
praticamente destruídas pelas doenças e afastamento de suas terras. 
Em 1910, o SPI se perdeu em meio a erros, corrupção e crimes, 
descaracterizando as propostas de Rondon. O SPI foi substituído 
posteriormente pela criação da FUNAI (Fundação Nacional do Índio). 
A trilha palmilhada por Rondon serviu de traçado para a atual BR 
364. 
Ao longo do percurso dos postos telegráficos assentados, surgiram 
vários povoados, entre eles: Vilhena, Cabixi, Pimenta Bueno, Vila de 
Rondônia, Jaru e Ariquemes.Aluízio Ferreira 
 
Em Rondônia, o nome de Aluízio Ferreira está completamente 
associado à história do atual Estado. Atuando como agente transformador 
e líder incontestável da região, criou bases para a implantação do 
Território Federal do Guaporé. 
Aluízio Ferreira se destacou como o primeiro diretor administrativo 
da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Como militar chamou a atenção 
quanto às questões fronteiriças com a Bolívia, por fim, foi o primeiro 
governador do Território Federal do Guaporé. 
Participou do Movimento Tenentista (contra a República 
Oligárquica) chefiando a Revolta da Guarnição do Forte de Óbidos no 
Amazonas. 
 
 
Aluízio Ferreira 
 
Quando o movimento foi debelado, restou a Aluízio Ferreira a fuga 
para o Vale do Guaporé. Trabalhou no seringal Laranjeira, de propriedade 
de Américo Casara, como seringueiro e na administração do barracão. 
Durante sua permanência no seringal, fez estudos sobre índios 
Macurapes e Tuparís, criando um documentário sobre essas tribos e 
endereçando ao Marechal Rondon, na época de sua passagem à Belém. 
Em 1928 apresentou-se às autoridades militares em Belém do Pará, 
sendo julgado e condenado à prisão por 7 meses. 
27 
 
Foi reintegrado ao exército com a patente de Tenente. Ingressou na 
Comissão de Linhas Telegráficas a convite de Marechal Rondon, sendo 
destacado para a zona norte, sediada em Santo Antônio do Rio Madeira, na 
subchefia do posto e sob o comando do Major Emanuel Amarante. 
Com a morte do Major Amarante, Aluízio Ferreira foi designado 
para assumir a chefia do posto telegráfico de Santo Antônio. 
Com a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder com 
o apoio dos tenentes (rebelados em 1922 e 1924), Aluízio Ferreira sendo 
revolucionário deste período na região norte, foi designado como chefe do 
Governo Provisório no Estado do Amazonas. 
Durante sua permanência no cargo, teve que intervir na greve dos 
ferroviários da Madeira Mamoré, ameaçados de dispensa em conseqüência 
da Crise de 1929. 
Em nome do presidente Getúlio Vargas, ele se comprometeu a dar 
subsídios à administração da ferrovia para mantê-la em funcionamento, 
evitando assim, o desemprego dos trabalhadores da ferrovia. 
Em 1930, Aluízio Ferreira viajou ao Rio de Janeiro para defender 
Rondon, acusado de corrupção administrativa por tenentes revolucionários 
(antigos desafetos de Rondon). Os tenentes também pretendiam, sob a 
liderança de Juarez Távora, erradicar as Linhas Telegráficas e extinguir as 
unidades militares, dispensando o pessoal responsável pela construção e 
manutenção dessas vias, comprometendo a segurança das fronteiras. 
O ministro da Viação e Obras Públicas, José Américo de Almeida 
aceitou a defesa feita por Aluízio Ferreira designando-o para substituir o 
General Rondon na Inspetoria das Fronteiras e chefia do Terceiro Distrito 
Telegráfico. 
Em 1931, o capitão Aluízio Ferreira foi nomeado diretor da Estrada 
de Ferro Madeira Mamoré e, em 1932, o Ministro da Guerra, criou os 
Contingentes de Fronteiras sediados em Porto Velho, Guajará-Mirim e 
Forte Príncipe da Beira, subordinados à Inspetoria dos Contingentes 
Especiais de Fronteira sob o comando de Aluízio Ferreira, que ficou com 
toda autoridade na região. 
Também coube a Aluízio Ferreira a abertura da Rodovia Cuiabá – 
Porto Velho abrindo alguns quilômetros que deu origem a BR 364, 
concluída em 1960. 
Finalmente em 1943, com a criação do Território Federal do 
Guaporé, foi nomeado seu primeiro governador. 
 
 
A Nacionalização da E.F.M.M 
 
A E.F.M.M, logo após sua inauguração, passou a amargar pesados 
déficits, em conseqüência do preço da borracha que sofria a concorrência 
dos seringais da Malásia. 
A quebra da Bolsa de New York em 1929, gerou recessão, 
falências e afetou todo o mundo capitalista, repercutindo na administração 
da E.F.M.M., agravando ainda mais a receita da ferrovia já em contínuo 
declínio, iniciando a dispensa de trabalhadores para enxugar a folha de 
pagamento. 
Devido ao clima de revolta diante da paralisação e das demissões, o 
governo federal é obrigado a intervir após o pedido de rescisão do contrato 
de arrendamento da EFMM, pois ao afetar os ferroviários com demissões, 
afetaria também o comércio e isolaria a população ao longo dos trilhos que 
dependiam da ferrovia como meio de transporte. 
O governo federal se comprometeu a ajudar a Companhia com 30 
contos de réis mensais para evitar a paralisação do contrato. 
Mesmo com os subsídios do governo, os déficits continuavam e a 
situação da EFMM se agravava, levando-a a suspender o tráfego antes do 
término do contrato. 
Diante da interrupção do contrato, o governo entrou com um 
processo de intervenção federal, normalizando o funcionamento da 
EFMM. 
Pelo decreto-lei nº 20.200 de 10 de julho de 1931, foi restabelecido 
os serviços da ferrovia e nomeado Aluízio Ferreira como administrador. 
A EFMM que até 1931 era dirigida por estrangeiros, passa a ser 
administrada por brasileiros e mudou sua razão social de Madeira-Mamoré 
Railway Company para Estrada de Ferro Madeira Mamoré. 
28 
 
A ferrovia passa a pertencer a Rede Ferroviária Federal e foi 
transferida na década de 60 para o 5º BEC (Batalhão de Engenharia e 
Construção), com sede em Porto Velho. 
A EFMM foi mantida em virtude de ser o único meio de transporte 
entre Porto Velho e Guajará-Mirim e era um ponto de apoio para a 
construção da Rodovia 364 que iria substituí-la. 
Em 1972, no Governo Militar, o 5º BEC autoriza a paralisação da 
ferrovia. 
A decisão de desativar a EFMM gerou revolta na população (afinal 
a história de Porto Velho está ligada a EFMM) e também pelo 
sucateamento da ferrovia, sendo muita coisa retirada e vendida. 
A atuação do governo Jorge Teixeira paralisou a retirada e a venda 
das peças e máquinas considerada Patrimônio Histórico de Rondônia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo Ciclo da Borracha (1939-1945) 
 
Os Tratados de Washington 
 
Na Segunda Guerra Mundial, o Japão ocupou o Sudeste Asiático e, 
com o ataque japonês à base naval norte-americana de Pearl Harbor no 
Havaí, causa a entrada dos Estados Unidos na guerra, tornando-a mundial 
e envolvendo os principais países do mundo. 
Os Estados beligerantes, procurando garantias na América, 
pressionam seus tradicionais “aliados” a se envolver no conflito e fornecer 
matéria-prima para a indústria bélica. 
Nesse contexto, em conseqüência da invasão japonesa nos 
seringais da Malásia, o Brasil deveria fornecer borracha para a indústria 
norte-americana, devido a interrupção do abastecimento no Oriente. 
O Brasil, até então, mantivera uma posição indefinida e ambígua 
em relação ao conflito, ficando entre os EUA e a Alemanha, pela qual, 
Getúlio Vargas nutria grande simpatia. 
 
Acordo feito entre Brasil e EUA 
 
O Brasil aliou-se aos Estados Unidos por força de pressão e 
vantagens comerciais, declarando-se oficialmente em guerra. 
Em 1942 os EUA (Franklin Delano Roosevelt) e o Brasil (Getúlio 
Vargas) fazem os Acordos de Washington, pelo qual o Brasil 
29 
 
comprometia-se a reativar seus seringais através de uma operação conjunta 
com os EUA para obtenção mais rápida da borracha. 
O objetivo era reativar os seringais para a produção em larga escala 
na região amazônica, ordenando sua produção para suprir as necessidades 
das nações amigas. 
O Brasil entrou com seringais, com mão-de-obra e com 58% de 
capital para a criação do Banco de Crédito da Borracha. Os EUA entraram 
com 42% de capital para o Banco da Borracha e forneceria meios para a 
produção, transporte e escoamento. 
Surge o Batalhão da Borracha e o recrutamento de “soldados” foi 
no nordeste brasileiro. 
Foi criado a CAETA – Comissão e Encaminhamento de 
Trabalhadores para a Amazônia, encarregada de contratar e conduzir os 
nordestinos até a Região Norte; e o SEMTA – Serviço de 
Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia.Cartaz estimulando a vinda dos nordestinos 
 
Esses órgãos ficariam responsáveis pelo recrutamento e condução 
dos nordestinos até os seringais. 
 Migraram para a Amazônia em torno de 56 mil pessoas, incluindo 
os dependentes de trabalhadores, a maioria provenientes do Ceará, 
Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia. 
Vieram para a região dois grupos de migrantes: o primeiro era de 
retirantes da seca, que vinham com suas famílias para os seringais e eram 
voluntários. Um segundo grupo, os “Arigós”, eram recrutados e 
submetidos a rigoroso exame médico e tinham que ser solteiro e ter entre 
18 a 25 anos. 
Quando chegavam a Porto Velho ou a qualquer outra parte da 
Amazônia, percebiam vítimas de uma propaganda enganosa e de uma 
“ideologia de guerra” onde era necessário salvar a pátria do perigo que a 
ameaçava, eram conduzidos aos seringais e se deparavam com precárias 
condições de trabalho, isolamento e doenças. Tiveram que aprender a 
cortar a seringa, colher o látex, defumá-lo e fazer a “pela”. 
Enfrentando as adversidades da natureza, muitos adoeciam e 
morriam; outros se entregavam à violência, ao crime ou engrossavam a 
massa de desocupados quando não conseguiam se adaptar ao ritmo dos 
seringais. 
 
Armazenamento de pélas 
 
Ainda como parte das iniciativas de abastecimento aos 
seringalistas, foi criado, com o incentivo do governo americano, a Rubber 
Reserve Company, que passou posteriormente a denominar-se Rubber 
Development Company-RDC, encarregada de transporte de passageiros e 
de suprimentos exportados pelo governo norte-americano para os 
seringais, distribuído internamente através da SAVA – Superintendência 
de Abastecimento do Vale Amazônico. 
Ainda para fomentar a produção da borracha e com parte integrante 
dos Acordos de Washington, foi criado o SESP – Serviço Especial de 
Saúde Pública para combater a malária, promover saneamento básico e 
construção de hospitais. Este órgão era mantido pela Fundação 
Rockefeller. 
30 
 
As medidas saneadoras do SESP não conseguiram evitar o alto 
índice de doenças, principalmente a malária, porque, isolado nos seringais 
e desnutridos, os seringueiros morriam ou ficavam completamente 
debilitados em conseqüência das doenças. 
Segundo estimativas da Associação dos Soldados da Borracha de 
Porto Velho, morreram cerca de 27 mil “soldados da borracha”. 
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os seringais da Malásia 
voltaram a produzir para o mercado exterior, concorrendo novamente com 
o Brasil e diminuindo a demanda do látex na região. 
Terminada a guerra, os “soldados da borracha” foram esquecidos e 
abandonados pelo governo, não conseguindo voltar a seus Estados de 
origem, ficando perdidos na selva amazônica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Criação do Território Federal do Guaporé (1943) 
 
 
A evolução histórica de Rondônia está relacionada aos ciclos 
econômicos. 
A ocupação, o povoamento e colonização da área geográfica que 
constitui o Estado de Rondônia deu-se em fases distintas: 
 A ocupação do Vale do Guaporé, através do avanço das 
bandeiras paulista à procura de ouro e posterior exploração e colonização. 
 Numa segunda fase da colonização, corresponde ao ciclo da 
borracha, período áureo do extrativismo do látex, que trouxe uma intensa 
corrente migratória proveniente do nordeste. 
 Em decorrência do interesse econômico pela borracha. 
Concretizava-se o projeto de ligação entre os rios Guaporé e Madeira, 
mediante a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, 
principalmente após o Tratado de Petrópolis, em 1903. 
Ao longo da ferrovia foram surgindo vilas e povoados, 
possibilitando a ocupação. O que antes se fazia ao longo dos rios, fazia-se 
agora em torno da ferrovia. 
 Temos que destacar também como antecessor do Território, 
a importância das Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao 
Amazonas, passando pelo Alto Guaporé e Alto Madeira, implantando 
postos telegráficos, proporcionando a criação de núcleos populacionais e 
servindo de parâmetro para a rodovia BR – 364. 
 
 Com a Segunda Guerra Mundial e a revalorização da 
borracha no mercado internacional, ocasionou novo surto migratório 
31 
 
através do recrutamento do “soldado da borracha” e a chegada de 
voluntários. 
Segundo o escritor Vítor Hugo, os imigrantes “eram os candangos 
de Rondônia”, com o aumento de contingente humano e 
conseqüentemente o aumento de produção trouxe novos empreendimentos 
sócio-econômicos, fazendo crescer a região em importância econômica. 
Devemos também destacar com grande ênfase os esforços de 
Aluízio Ferreira que, segundo o escritor Francisco Matias, “soube utilizar 
o momento político nacional, quando predominava a política expansionista 
e nacionalista da Revolução de 30 de outubro de 1930”. 
Em 1940, Getúlio Vargas esteve em Porto Velho e sugeriu como 
solução para o desenvolvimento da região a criação de colônias agrícolas, 
planejamento, povoação e colonização. 
O presidente Vargas havia incluído no programa do Estado Novo a 
“marcha para o oeste”, usando a ideologia de que era preciso criar uma 
nação unificada, sendo, portanto, necessário a expansão e integração do 
oeste brasileiro. 
 
Rondônia – Evolução Histórica 
 
Segundo o escritor Emanuel Pontes Pinto, “as elites nacionais, 
sentindo a gravidade do problema político, social e econômico causado 
pelo latifúndio e pelos espaços vazios do norte e do oeste e, ainda 
estimulados por órgãos do Governo Federal, propunham a subdivisão do 
país em mais unidades federadas. Geógrafos, militares, cientistas, 
sociólogos, humanistas e entidades privadas e públicas, passaram a debater 
o assunto”. 
A política oficial do governo estimulava a criação de programas 
voltados para a ocupação humana, desenvolvimento econômico de regiões 
subaproveitadas economicamente, desenvolvimento de colônias agrícolas, 
estímulo ao comércio e fixação do homem a terra. 
Vargas, dentro dessa política nacionalista, começa a intervir nos 
Estados, como fez ao desmembrar o arquipélago de Fernando de Noronha 
de Pernambuco, criando um Território Federal em 1942. 
Internamente, a região que integra hoje o Estado de Rondônia, 
havia desenvolvido, mas pertencia aos Estados de Mato-Grosso e 
Amazonas, que ignorava os problemas da região, mantendo-a 
marginalizada e gerando constantes descontentamentos. Em 1937, 
Guajará-Mirim fez um abaixo assinado pedindo a criação de um Território 
Federal nas terras pertencentes ao Mato Grosso. 
Porto Velho também se ressentia da política de abandono por parte 
do Estado do Amazonas. 
Com a vinda do presidente Vargas a Porto Velho em 1940 a 
convite de Aluízio Ferreira, firma-se ainda mais a necessidade de criação 
do território federal, que se tornou possível após os Acordos de 
Washington, firmado em 1942. 
Em 13 de setembro de 1943, o presidente Vargas assina o Decreto-
Lei 5.812, criando cinco territórios federais, entre eles o Território Federal 
do Guaporé. 
O Território Federal do Guaporé foi formado com áreas 
desmembradas dos Estados de Mato Grosso e Amazonas, tendo quatro 
municípios: Guajará-Mirim e Santo Antônio, desmembrados do Estado de 
Mato Grosso; Porto Velho e Lábrea, desmembrados do Estado do 
Amazonas. 
Em 1945 o Município de Santo Antônio foi extinto, sendo 
incorporado a Porto Velho, e Lábrea voltou à jurisdição do Amazonas, 
restando apenas dois municípios: Porto Velho e Guajará-Mirim. 
O Major Aluízio Ferreira tomou posse em 1º de janeiro de 1943 
como primeiro governador do Território Federal do Guaporé. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
A Cassiterita 
 
A economia do Território Federal do Guaporé em 1943, ainda 
girava em torno da borracha e grande parte dos habitantes dependia direta 
ou indiretamente da folha de pagamento da EFMM. 
Com a descoberta da cassiterita (minério de estanho) em 1952, 
começa a imprimir o desenvolvimento em alguns setores, dando umanova 
dimensão econômica ao Território Federal. 
Na década de 70 a região recebeu um grande contingente 
populacional, em conseqüência da exploração do minério. 
 
A descoberta da cassiterita deu-se em 1952 pelo engenheiro 
Frederico Hoepken, que enviou amostras para o Rio de Janeiro, 
confirmando alto teor, tendo grande aceitação no mercado internacional. 
O Brasil tinha necessidade do minério para atender as indústrias e 
Rondônia surgia como principal fonte produtora. 
Mesmo de forma rudimentar, a cassiterita respondia por mais de 
50% da produção do país. O grande cetro produtor do atual Estado de 
Rondônia foi o garimpo do Bom Futuro, em Ariquemes. 
 
 
Trabalho nas minas de cassiterita 
 
A descoberta atraiu milhares de migrantes oriundos principalmente 
do nordeste, constituindo-se em uma mão-de-obra numerosa para trabalhar 
na sua exploração. O trabalho de retirada do solo era totalmente manual e 
de forma rudimentar. Os mineradores faiscavam em grupos ou 
isoladamente e acabavam sendo explorados por grupos que formavam uma 
verdadeira máfia da garimpagem, submetendo-os a duras condições de 
vida e remuneração extremamente baixa. O minério garimpado era 
vendido na “boca do garimpo” para os grupos de garimpeiros que 
detinham o controle da região. 
As jazidas situavam-se dentro das matas, em áreas isoladas, onde 
se abriam clareiras para servir de campo de pouso aos pequenos aviões que 
levavam o minério até Porto Velho, destinando-o aos parques industriais 
de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. 
Em 1969 foi criado a Delegacia Especial do Departamento 
Nacional de Produção Mineral – DNPM – para dar início à exploração 
racional da cassiterita, com a criação da Província Estanífera. 
Também foram tomadas medidas administrativas para o 
funcionamento e criação de infra-estrutura necessária para a exploração do 
minério. 
O governo federal, através da Portaria 195 de 15 de abril de 1970, 
proibiu a lavra manual e determinou que a exploração das jazidas fosse 
mecanizada, sendo entregue a grandes grupos econômicos, como: 
Paranapanema, Jacundá, Oriente Novo e Mibrasa. 
A desativação dos garimpos manuais foi feita de forma arbitrária, 
arrancando à força milhares de garimpeiros, num clima de extrema 
violência. 
O comércio foi afetado, pois dependia dos garimpeiros. O Estado 
passou a arrecadar menos, o desemprego aumentou as empresas instaladas 
não absorviam a mão-de-obra excedente da lavra manual, trazendo sérios 
problemas de ordem econômico-social e desestruturando, a princípio, à 
economia regional. 
Por outro lado, a paralisação do garimpo manual possibilitou o 
contínuo conhecimento da Província Estanífera de Rondônia, através de 
pesquisas e aumento de produção, gerando novos empregos. No início da 
década de oitenta, cerca de 4.000 funcionários das empresas mineradoras 
moravam nas vilas operárias com suas famílias. 
Até 1974 o Brasil ainda importava estanho, alcançando a partir daí, 
sua auto-suficiência, voltando-se para o mercado externo como grande 
produtor mundial. 
 
33 
 
A BR-364 
 
Aluízio Ferreira considerava como um dos problemas da região a 
distância e o isolamento, devido a precariedade dos meios de transporte e 
comunicação. 
Desde 1932, como diretor da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, 
sentia a necessidade de rodovias para o escoamento dos produtos nativos 
(castanha, borracha, couro, madeira) e inicia a construção da Rodovia 
Amazonas-Mato Grosso, saindo de Porto Velho, pertencente ao Estado do 
Amazonas, (a partir da Ponte dos Suspiros, no cruzamento da atual Av. 7 
de Setembro com a rua Campos Sales), seguia o traçado da Linha 
Telegráfica Marechal Rondon até chegar ao Mato Grosso. 
Por falta de recursos, a rodovia ficou paralisada até 1945. 
Ainda dentro do contexto da necessidade de ligar o Território 
Federal às demais regiões do Brasil, no Governo de Aluízio Ferreira, já no 
Território Federal do Guaporé, começa a ser executado o projeto do 
engenheiro Yedo Laza, que consistia na ligação do Acre a outras regiões. 
Foi criada a 2ª Companhia Rodoviária Independente, sob o 
comando do Capitão Ênio Pinheiro, para a construção de uma rodovia que 
ligava Porto Velho a Vilhena, no extremo sul do território com o objetivo 
de tirar a região do isolamento. 
 
 
Pavimentação da BR 346 
Em 1947 entregou 55 km de estrada aberta, que era a BR – 29, 
paralisando suas atividades. 
A extensão da estrada aberta pela companhia não era suficiente, 
não suprindo, portanto, as necessidades da região que continuava isolada 
do resto do país e extremamente dependente de Belém, maior centro 
regional da Amazônia. 
Visando atenuar esse problema, durante o governo do Cel. Paulo 
Nunes Leal, em conseqüência da cassiterita que necessitava de 
escoamento, aliado ao Plano de Metas do Presidente Juscelino Kubitschek, 
e cumprindo acordos feitos com as indústrias automobilísticas européias 
instaladas no país, que dava prioridade ao desenvolvimento rodoviário, foi 
oficializada a abertura da rodovia Brasília/Acre, em 1960. A denominação 
BR-29 foi substituída por BR-364. 
Em 1966, o 5º BEC (5º Batalhão de Engenharia de Construção) a 
cargo da empreiteira Camargo Correia, concluiu a abertura da BR-364, 
ligando Rondônia ao Centro-Sul seguindo o traçado das linhas telegráficas 
Mal. Rondon. 
A BR-364, além de ligar Rondônia com os Estados do Sul e do 
Sudeste, trouxe novo contingente populacional para a região, com a 
descoberta de terras férteis ao longo da rodovia, atraindo milhares de 
pessoas vindas principalmente do Sul e Sudeste. Contribuiu para o 
desenvolvimento da agricultura e a ocupação do interior. 
 
Fotos da construção – 5º BEC 
 
Transposição de rio em Vila de Rondônia atual Ji-Paraná-RO 
http://www.5becnst.eb.mil.br/fotos_bata1/pages/transp_jpg.htm
34 
 
 
Cel Weber assumindo o Comando da Gurnição de Porto Velho 
 
Construção da BR 364 
 
Dificuldade das primeiras Obras 
 
Os óbices do deslocamento - BR 364 
 
 
 
 
A Criação do Estado de Rondônia (1981-2) 
 
Apesar da ocupação de Rondônia remontar ao século XVIII, o 
grande fluxo migratório da BR-364 foi que definiu um modelo econômico, 
que gerou um povoamento rural, urbano e político-administrativo, que 
formaram as bases para a estruturação da passagem de território para a 
categoria de Estado. 
Na década de 70 o governo federal implanta, através do INCRA, os 
projetos de colonização agrícola em Rondônia, incentivando a agricultura 
e atraindo milhares de migrantes que passa a ser decisivo no processo de 
colonização regional. 
Na década de 80 a garimpagem do ouro no Rio Madeira traz um 
novo fluxo migratório, que contribuiu para o povoamento urbano, 
principalmente de Porto Velho. 
A partir da década de 70, com o desgaste do período militar e o 
início do processo de abertura política (e reforma partidária a nível 
nacional) o Território Federal de Rondônia também passa por profundas 
transformações no cenário político. 
O Território Federal de Rondônia que, de 1945 a 1977, contava 
com dois municípios: Porto Velho e Guajará-Mirim, em 1981, à época da 
emancipação, passa a contar com 13 municípios, sendo seis emancipados 
em 1977, e sete em 1982. 
Desde a década de 60, a sociedade rondoniense inicia a luta pela 
emancipação político-administrativa do território federal. 
Apesar dos esforços, envolvendo todos os segmentos da sociedade 
que apresentaram inúmeros projetos de lei à Câmara Federal para a criação 
do Estado de Rondônia, todos foram vetados. 
Em 1975 o movimento ganhou mais consistência quando assumiu 
o cargo de governador o coronel Humberto da Silva Guedes, que tinha 
como uma de suas metas a criação do Estado de Rondônia e instituiu as 
bases para o processo de emancipação. 
O Cel. Jorge Teixeira de Oliveira assumiu o governo do território 
em 20 de março de 1979 com a missão de elevar Rondônia à condição de 
Estado. 
 
http://www.5becnst.eb.mil.br/fotos_bata1/pages/cel%20weber%20assuncao%20cmdo_jpg.htmhttp://www.5becnst.eb.mil.br/fotos_bata1/pages/cnst%20br%20364%20-%20foto%20nr%2018_jpg.htm
http://www.5becnst.eb.mil.br/fotos_bata1/pages/dificuldade%20das%20primeiras%20obras%20foto%20nr%2017_jpg.htm
http://www.5becnst.eb.mil.br/fotos_bata1/pages/br%20364%20foto%20nr%2009_jpg.htm
35 
 
 
Jorge Teixeira no palanque 
 
Segundo Vitor Hugo, “Jorge Teixeira de Oliveira fechou, com 
chave mestra, o ciclo da história do Território Federal do Guaporé, aberto 
por Aluízio Ferreira”. 
O Cel. Jorge Teixeira foi indicado pelo Ministro do Interior Mário 
Andreazza, durante o governo militar de João Batista Figueiredo, para 
preparar administrativamente e criar os mecanismos necessários para a 
transformação do território em Estado. 
Contando com o apoio do Governo Federal, que enfrentava 
dificuldades financeiras para continuar administrando o Território de 
Rondônia, e precisando de apoio político em função do desgaste do regime 
militar, também aliado ao dinamismo do governador que executava uma 
série de medidas administrativas, foi sendo preparada a base para a criação 
do novo Estado. 
Em 1981 foi encaminhado ao Congresso Nacional pelo presidente 
João Batista Figueiredo, o projeto de criação do Estado. 
Em 22 de dezembro de 1981 foi aprovada a Lei Complementar nº 
41, que criava o Estado de Rondônia. 
A instalação do Estado deu-se em 4 de Janeiro de 1982, tendo 
como primeiro governador nomeado o Cel. Jorge Teixeira de Oliveira, que 
o governou até 1985. 
 
Evolução Política do Território Federal ao Estado de 
Rondônia 
Todos os governadores do Território Federal eram nomeados pelo 
Presidente da República, tendo como primeiro governador, Aluízio 
Pinheiro Ferreira e o último, Jorge Teixeira de Oliveira. 
A partir de 1946, com a nova Constituição Federal à época do 
presidente Dutra, começa a organização dos partidos no Território Federal. 
Aluízio Pinheiro Ferreira fundou o PSD – Partido Social 
Democrata – demonstrando sua liderança política e prestígio adquirido no 
recém-criado Território Federal, no qual ocupara o cargo de primeiro 
governador. 
Joaquim Vicente Rondon fundou o partido da UDN – União 
Democrática Nacional. 
A política no Território Federal ficou polarizada entre o PSD de 
Aluízio Ferreira, denominados de Cutubas, e a UDN de Joaquim Vicente 
Rondon, chamados de Peles Curtas. 
Nas eleições de 1946, venceu Aluízio Ferreira, tornando-se o 
primeiro deputado federal, sendo reeleito nas eleições de 1950. 
Em 1954, Joaquim Vicente Rondon, da coligação UDN/PSP, 
venceu as eleições utilizando a linha populista, buscando apoio nas bases 
populares. 
Aluízio Ferreira no segundo mandato tinha sofrido desgastes 
políticos pelo final da Era Vargas, fortalecendo a oposição e beneficiando 
Joaquim Vicente Rondon. 
Vicente Rondon foi o mentor da mudança do nome de Território 
Federal do Guaporé para Território Federal de Rondônia, em 1956. 
O projeto foi apresentado na Câmara Federal pelo Deputado do 
Amazonas Áureo Melo – PTB. Joaquim Vicente Rondon não apresentou o 
projeto por ser sobrinho de Mal. Rondon. 
Aluízio Ferreira voltou a ser eleito em 1958. No seu último 
mandato propôs, antes de encerrar sua vida pública, a elevação dos 
Territórios Federais do Amapá, Rio Branco e Rondônia a Estado. 
Em 1964, à época do Golpe Militar, o Território Federal de 
Rondônia era representado pelo Deputado Federal Renato Medeiros, eleito 
em 1962 pelo PSP (Partido Social Progressista, mas de orientação 
36 
 
marxista) que foi cassado pelos militares em Porto Velho. Vários outros 
líderes do PSP foram presos. 
Ainda em 1964, assume o governo de Rondônia, como interventor, 
o capitão Anacreonte Koury Gomes. 
Com a extinção dos partidos políticos no governo de Castelo 
Branco e a implantação do AI-2, surge o Arena (Aliança Renovadora 
Nacional), que apoiava os militares – e o MDB (Movimento Democrático 
Brasileiro), de oposição. 
No Território Federal de Rondônia foi eleito pela Arena, em 1966, 
o ex-governador Paulo Nunes Leal, que pediu licença do mandato, 
assumindo o primeiro suplente Emanuel Pontes Pinto. 
Nas eleições de 1970, foi eleito pela oposição (MDB) o advogado 
Jerônimo Garcia Santana. Um dos fatores que ajudou a sua vitória foi o 
descontentamento da população do Território Federal de Rondônia pelo 
fechamento da garimpagem manual de cassiterita. 
O deputado Jerônimo Garcia Santana foi reeleito em 1974 e 1978. 
A partir das eleições de 1978, o Território Federal de Rondônia 
passa a ter dois representantes para deputado federal, sendo eleito além do 
deputado federal Jerônimo Santana (MDB) o deputado federal Isaac 
Newton pela Arena. Foram os últimos deputados federais eleitos pelo 
Território Federal de Rondônia. 
Com a criação do Estado de Rondônia, em 22 de dezembro de 
1981, foi nomeado seu primeiro governador, Jorge Teixeira de Oliveira. 
O primeiro governador eleito do Estado de Rondônia foi Jerônimo 
Garcia Santana (1986-1991). 
Em 1982 Rondônia, na condição de Estado, aumentou de dois para 
oito deputados federais e elegeu os seus três primeiros senadores. 
Também foram eleitos os primeiros 24 deputados estaduais, com a 
função de elaborar a primeira Constituição do Estado de Rondônia, 
tornando-se, portanto, deputados constituintes. A Assembléia Constituinte 
foi instalada em 02 de fevereiro de 1983. 
A Constituição de Rondônia, composta de 246 artigos, foi 
promulgada em 06 de agosto de 1983, em solenidade presidida pelo 
presidente da Assembléia, o deputado estadual José de Abreu Bianco. 
 
Governadores 
 
Criado no dia 13 de setembro de 1943, o Território Federal do 
Guaporé somente foi instalado em 24 de janeiro de 1944 com a posse do 
seu primeiro governador, o major do exército Aluízio Ferreira. Na 
condição de Território Federal Autônomo, que perdurou por trinta e oito 
anos, Rondônia teve vinte e sete governadores, sendo vinte e um militares 
e seis civis. Todos nomeados. 
Ao eclodir o golpe militar de 1964, o Território Federal de 
Rondônia sofreu uma intervenção direta, simbolizada pela figura do 
capitão do Exército Anachreonte Couri Gomes, que esteve à frente do 
governo por trinta dias. 
Após a transformação do Território em Estado, a 22 de dezembro 
de 1981, ainda permaneceu a centralização administrativa e dois 
governadores foram nomeados: Jorge Teixeira de Oliveira, coronel R/1 do 
Exército, condutor do processo de criação do Estado, e Ângelo Angelim, 
deputado estadual, filiado ao PMDB. O primeiro, nomeado pelo presidente 
João Batista de Oliveira Figueiredo e o segundo, pelo presidente José 
Sarney. 
As primeiras eleições para governador do Estado de Rondônia 
ocorreram em 15 de novembro de 1986, tendo sido eleito o advogado 
Jerônimo Garcia Santana. Essas eleições encerraram o longo ciclo de 
governadores nomeados e cargos de confiança. 
O quadro de governadores de Rondônia pode ser dividido em três 
períodos políticos. O primeiro, iniciado em 1943, com a nomeação do 
primeiro governador do Território Federal do Guaporé, encerrando-se em 
22 de dezembro de 1981 com a transformação do Território Federal de 
Rondônia em Estado. 
O segundo período começou em 29 de dezembro de 1981 com a 
nomeação do primeiro governador do Estado, o Coronel Jorge Teixeira de 
Oliveira. Sua posse ocorreu no dia 04 de janeiro de 1982, na instalação 
político-administrativa do Estado de Rondônia. 
O terceiro e definitivo período se iniciou com a posse de Jerônimo 
Garcia de Santana, em 15 de março de 1987, na qualidade de primeiro 
governador eleito pelo voto direto. 
37 
 
De 1943 até a instalação do Estado em 1982, os governadores eram 
empossados no Distrito Federal. Nesse período, o único governador que 
tomou posse oficialmente em Porto Velho foi o engenheiro Joaquim de 
Araújo Lima, em 1948. 
O segundo cargo mais importante na hierarquia do governo era o 
de secretário-geral, substituto eventual do governador. Após a 
transformação do TerritórioFederal em Estado, o presidente da República, 
João Baptista de Oliveira Figueiredo, nomeou, através de decreto 
presidencial, a Doutora Janilene Vasconcelos de Melo como substituta do 
governador. 
Desta forma, Janilene Vasconcelos de Melo, no ano de 1984, 
assumiu o governo do Estado durante quarenta e cinco dias, e tornou-se a 
primeira mulher a exercer este cargo em Rondônia. Após as eleições de 
1986, os substitutos eventuais dos governadores passaram a ser os vice-
governadores. 
O Estado de Rondônia também já foi governado por um presidente 
da Assembléia Legislativa. O deputado Silvernani César dos Santos, na 
qualidade de presidente daquele Poder, assumiu o governo de 16 a 22 de 
setembro de 1992, em substituição ao governador Oswaldo Piana, que se 
encontrava em tratamento de saúde, e ao vice-governador, Assis Canuto, 
em viagem ao exterior. 
 
 
Implantação dos Projetos Agrícolas e a Colonização 
 
Com a abertura da BR-364 e a descoberta de manchas de terras 
férteis com grande potencial agrícola, Rondônia tornou-se uma atração 
para trabalhadores rurais. 
Expulsos do campo pelos latifúndios pela mecanização da lavoura 
e os constantes problemas climáticos, principalmente as geadas no sul e 
sudeste, iniciam um movimento migratório causado pela notícia de 
disponibilidade de terras férteis e baratas. 
Também na década de 70 inicia por parte do governo federal – 
governos militares – a implantação do PIN (Plano de Integração Nacional) 
com o objetivo de promover a integração nacional – “Integrar para não 
entregar” – e aliviar as tensões sociais, principalmente no Nordeste, e ao 
mesmo tempo, ocupar a Amazônia em nome da Segurança Nacional. 
Iniciou nesse período, a construção da Transamazônica, oferecendo 
trabalho na construção de estradas e apresentando a Amazônia como um 
“Eldorado” de terras férteis. 
O PIN fracassou na medida em que não assentou um grande 
número de famílias sem terra e contribuiu ainda mais para o aumento do 
modelo concentrador de terra, já que a região foi ocupada por gigantescas 
propriedades. Com incentivos fiscais, instalou projetos agropecuários, 
desmatou florestas, atingiu nações indígenas e trouxe o conflito pela posse 
da terra com a grilagem, invasões, assassinatos e miséria da população. 
Segundo Carlos Correa Teixeira (Visões da natureza, seringueiros 
e colonos em Rondônia – 1999 – pág. 163-164): “Se é verdade que o 
fenômeno da violência sempre esteve incrustado nas ações colonialistas 
na Amazônia, desde a exploração das drogas do sertão até nossos dias, 
em Rondônia é possível observar como tal fenômeno muda de lugar e de 
forma quando ali são construídos outros modos de manejo do ambiente...” 
e continua o autor: 
“Embora o fenômeno da violência não se restrinja hoje à área da 
Rodovia 364, mas se estende a outras regiões do Estado, é nela, no 
entanto, onde ela mais se concentra...” 
As colonizadoras Calama e a Itaporanga S/A, iniciaram projetos de 
colonização que gerou conflitos de terra, devido a propagandas ilusórias 
feitas por essas empresas, no Sul-Sudeste, ocasionando uma ocupação 
espontânea e desorganizada de terras, invadindo terras indígenas, seringais 
e terras da União, criando um clima de tensão social e exigindo a 
intervenção do governo federal através do INCRA (Instituto Nacional de 
Colonização e Reforma Agrária). 
O INCRA deu prioridade às áreas da BR-364, implantando grandes 
projetos de colonização: 
PICs – Projetos Integrados de Colonização. Previam a abertura de 
estradas e assistência aos agricultores (pelo menos no papel). 
PIC Ouro Preto: em Ouro Preto D´oeste, assentou 5.162 famílias, 
numa previsão de assentar 100 mil famílias; 
38 
 
PIC Sidney Girão: na região de Guajará-Mirim, assentou 3.686 
famílias; 
PIC Ji-Paraná: na região de Calaval, à margem direita do Rio 
Machado ou Ji-Paraná, foi uma ocupação de terras por migrantes do Sul e 
Sudeste; 
PIC Paulo de Assis Ribeiro: deu origem a Colorado do Oeste; 
PADs – Projeto de Assentamento Dirigido. 
Os PADs (já num segundo momento) apenas abriam estradas e o 
restante ficava por conta do agricultor, já que os lotes eram de 100 a 250 
Há e os colonizadores tinham um maior poder aquisitivo. 
PARs – Projetos de Assentamento Rápido. 
Os PARs visavam o assentamento de pequenos produtores com 
lotes de 30 a 50 Ha. O governo não dava assistência técnica nem abria 
estradas, apenas picadas, entregando os colonos à própria sorte no meio do 
mato enfrentando malária, isolamento e abandono. Os colonos que não 
foram absorvidos nas pequenas e médias propriedades ou mesmo não 
conseguiram sobreviver ao abandono e ao isolamento, acabaram por vir 
para as cidades, concentrando-se na periferia e agravando ainda mais o 
aumento da pobreza na área urbana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Garimpos de Ouro 
 
A corrida pelo ouro inicia no século XVII, com os bandeirantes. 
Após um período de apogeu entrou em decadência com o esgotamento das 
minas e as técnicas rudimentares de exploração. 
Na década de 80, Rondônia vive um novo período de “febre do 
ouro”, estimulando a vinda de milhares de migrantes, que chegam ao 
Estado sonhando com o “Eldorado”. 
A maior concentração de extração do metal no Vale do Madeira 
compreendeu os trechos entre as cachoeiras do Paredão e Teotônio, que 
faz parte da reserva garimpeira do Rio Madeira, criada com o objetivo de 
organizar atividades de garimpagem. 
 
 
 
Além da área de reserva, surgiram vários garimpos, como o da 
Penha, Taquaras, Araras e Periquitos. 
O ouro contribuiu para um novo surto migratório e a região 
recebeu um contingente populacional muito grande e desordenado, 
desestruturando ainda mais a já precária infraestrutura, principalmente em 
Porto Velho, atraindo aventureiros, prostitutas, desocupados que geravam 
um clima de insegurança e violência. 
A garimpagem estimulou a economia, alimentando o comércio e 
atividades paralelas. 
Com a exaustão do ouro na década de 90 e o fechamento dos 
garimpos, trouxe o desemprego e o inchamento dos bairros periféricos. A 
vinda de garimpeiros, sem condições de retornarem aos seus Estados de 
origem, agravou ainda mais a debilitada estrutura de Porto Velho. 
39 
 
Porto Velho 
 
Com o segundo ciclo da borracha e depois a cassiterita, Porto 
Velho recebeu um grande contingente de migrantes, que trouxe o 
desenvolvimento. Criou uma infraestrutura necessária ao escoamento 
desses produtos, trouxe a extensão de rede bancária, transportes, instalação 
de agências de comercialização, abertura de rodovias e uma rede de 
serviços paralelos que contribuiu para a sua expansão comercial. 
Com a criação do Território Federal do Guaporé, em 13 de 
setembro de 1943 pelo Decreto Lei 5812, o novo território ficou dividido 
em quatro municípios, sendo posteriormente reduzido a dois: Porto Velho 
e Guajará-Mirim. 
Porto Velho ergueu-se de um acampamento ferroviário no início 
das obras da EFMM, em terras que pertenciam ao Estado do Amazonas, 
nos limites com Mato Grosso, próximo do povoado de Santo Antônio. 
De acordo com Dante de Oliveira da Fonseca: 
“(...) o nascimento da cidade comportou um movimento 
contraditório. Ao surgir, nascer e crescer, Porto Velho fez com que 
desaparecesse Santo Antônio do Rio Madeira, povoação mais antiga, 
situada sete quilômetros adiante, defronte a cachoeira de onde tirou o seu 
nome”. 
Porto Velho crescia com a implantação da EFMM, atraindo 
pessoas da região ribeirinha e principalmente de Santo Antônio que se 
mudava para a nova localidade. 
Porto Velho estava dividido em duas partes, uma da administração 
da EFMM, com toda infraestrutura de sistema de esgotos, tratamento de 
água, casas teladas, imprensa, salões de festas, energia a vapor, cinema, 
etc. Era de fato uma cidade planejada, moderna, segura, com rígidos 
padrões morais, onde não se admitia jogos, bebidas e prostituição. Situava-
se entre o Rio Madeira e a atualAv. Presidente Dutra. 
 
 
Imagem aérea de Porto Velho 
 
A “outra” Porto Velho, além das fronteiras da administração da 
EFMM, era formada pelos excluídos do processo: comerciantes, 
exploradores, operários e ferroviários se fixavam no povoado que crescia 
sem uma administração do poder público e sob o controle da empresa The 
Madeira Mamoré Railway Company. 
Surgiam os primeiros bairros de Porto Velho: Baixa União 
(Triângulo), Mocambo, Caiary, Arigolândia e o Olaria. 
O governador Jonatas de Freitas Pedrosa, do Estado do Amazonas, 
em 2 de outubro de 1914, pelo Decreto Lei 757, criou o Município de 
Porto Velho. 
Em 24 de janeiro de 1915 foi instalado o Município, com a posse 
do Major do Exército Fernando Guapindáia de Souza Brejence, primeiro 
superintendente de Porto Velho. 
A partir de 1930, Aluízio Ferreira assumiu a direção da EFMM, 
tornando a cidade mais “civilizada”, desaparecendo a linha divisória e as 
“duas” Porto Velho foram unificadas. 
Com o segundo ciclo da borracha e depois a cassiterita, Porto 
Velho recebeu um grande contingente de migrantes, que trouxe o 
desenvolvimento. Foi criada uma infraestrutura necessária ao escoamento 
de produtos, trouxe a extensão de rede bancária, transportes, instalação de 
agências de comercialização, abertura de rodovias e uma rede de serviços 
paralelos que contribuiu para a sua expansão comercial. 
40 
 
Com a abertura da BR-364, na década de 70, e com a extração de 
ouro, na década de 80, Porto Velho volta a receber novo fluxo migratório, 
proveniente de diversas partes do país, ocorrendo um crescimento 
desordenado da cidade com falta de imóveis e o aumento desenfreado do 
custo de vida. 
O garimpo trouxe a violência, roubos, drogas, prostituição ao 
mesmo tempo em que alimentava o comércio da cidade. 
Com o crescimento desordenado, iam surgindo novos bairros, 
muitos originados de invasões de terras, dando origem a locais sem a 
mínima infra-estrutura. 
Com o fechamento dos garimpos, a situação agravou-se mais, 
trazendo desemprego e queda na arrecadação do Estado, afetando o 
funcionalismo público, que teve seu salário reduzido. 
Muitos garimpeiros não conseguiram retornar a seus Estados de 
origem, concentrando-se nas áreas periféricas, resultando num cinturão de 
pobreza de difícil solução a curto prazo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Guajará-Mirim 
 
Guajará-Mirim tem sua história ligada a EFMM como Estação 
Terminal. O povoado que antes era denominado Porto de Esperidião 
Marques, pertencia ao Estado de Mato Grosso e era um entreposto 
comercial à época da borracha. 
 
 
Cartaz de divulgação 
Com a construção da EFMM, se desenvolve com a chegada de 
operários, ferroviários, comerciantes e exportadores de borracha. 
Em 08 de outubro de 1912 foi instalado um posto fiscal para 
arrecadar impostos. No ano de 1928 é elevado à cidade, que se transforma 
em Município pela Lei 991 (do Estado de Mato Grosso) ocorrendo sua 
instalação em 10 de abril de 1929. 
Em 1943, com a passagem da região para Território Federal do 
Guaporé, manteve-se como município, enquanto que Santo Antônio foi 
incorporado a Porto Velho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
RESUMO DA HISTÓRIA REGIONAL 
 
1499 – Vicente Yanez Pinzón sai da Espanha em direção à América do 
Sul, chegando ao Brasil em fevereiro de 1.500, do nordeste rumou 
para a região atingindo o rio Amazonas, denominando-o de Mar 
Dulce; 
 
1541 – Gonçalo Pizarro e Francisco Orellana comandam a expedição que, 
saindo de Quito, no Vice Reinado do Peru, descem o Amazonas até 
sua foz, buscando encontrar o famoso Eldorado e suas possíveis 
riquezas (o País das Canelas); 
 
1616 – Francisco Caldeira Castelo Branco foi o responsável pela 
construção do Forte do Presépio que deu origem a cidade de Belém 
do Pará. Ainda no século 17, inicia-se a colonização da região com 
a exploração das drogas do sertão e a catequese dos índios pelas 
ordens religiosas; 
 
1637 – A expedição de Pedro Teixeira percorre o Amazonas saindo de 
Belém do Pará até Quito no Equador. Sua importância foi 
estabelecer limites territoriais entre as possessões portuguesas e 
espanholas na América. 
 
1647-1650 – Antônio Raposo Tavares saiu de São Paulo superando os 
obstáculos do Rio Madeira, chega ao Forte Gurupá no Pará, 
marcando a presença portuguesa ao oeste da Colônia; 
 
1669 – O padre jesuíta Manoel Gorzoni funda a aldeia de Tupinambarana 
na foz do rio Madeira, hoje atual cidade de Parintins; 
 
1719 – Pascoal Moreira Cabral descobre ouro no rio Coxipó-Mirim em 
Cuiabá; 
 
1713 – 1º Tratado de Utrecht estabeleceu o Rio Oiapoque como limite 
entre o Brasil e a Guiana Francesa; 
 
1715 – 2º Tratado de Utrecht, a Espanha entrega a Colônia de Sacramento 
(Uruguai) para Portugal; 
 
1722 – Francisco de Mello Palheta fez um levantamento do rio Madeira 
objetivando consolidar a presença portuguesa na região, numa 
tentativa de por fim ao avanço espanhol na margem oriental do 
Guaporé; 
 
1723 – O padre jesuíta João Sampayo fundou a aldeia de Santo Antônio 
das Cachoeiras, sendo a primeira dentro do atual Estado Rondônia; 
 
1733 e 1737 – Portugal, através de Cartas Régias, proíbe a navegação no 
Guaporé para evitar contrabando; 
 
1736 – Descoberta de ouro no Vale do Guaporé pelos irmãos Arthur e 
Fernando Paes de Barros. O ouro atraiu milhares de aventureiros à 
região, formando os povoados de Santana e São Francisco Xavier; 
 
 – Expedição do cientista francês Charles Marie de La Condamine, 
responsável pelo reconhecimento do látex na Europa, 
posteriormente denominada Hevea Brasilienses; 
 
1742 – Expedição de Manuel Félix de Lima desce os rio Mamoré e 
Madeira, saindo das minas de Mato Grosso e chegando a Belém do 
Grão-Pará. Essa expedição abriu uma nova rota alternativa de 
comunicação fluvial entre Mato Grosso e o Grão-Pará; 
 
1743 – Criada a Missão de Santa Rosa (espanhola) pelo jesuíta espanhol 
Atanazio Teodori; 
 
1748 – foi fundada a Capitania do Mato Grosso, sendo nomeado como 
primeiro governador o Capitão-General D. Antônio Rolim de 
Moura Tavares; 
 
42 
 
1750 – Tratado de Madri – Alexandre de Gusmão, utilizando o princípio 
do UTI POSSIDETIS, atribuía a Portugal o direito sobre as terras 
por ele colonizadas no Brasil; 
 
1752 – Criada a capital da Capitania de Mato Grosso, denominada Vila 
Bela da Santíssima Trindade de Mato Grosso; 
 
1755 – Criada a Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, 
estabelecendo o monopólio de abastecimento dos vales: Guaporé, 
Mamoré e Madeira; 
 
1756 – Diretório do Indio; 
 
1759 – O Marquês de Pombal expulsa os jesuítas do Brasil; 
 
1761 – Tratado de El Pardo entre Espanha e Portugal, tornando sem efeito 
o Tratado de Madri; 
 
1775 – Em 19 de abril de começa a construçao do Forte do Príncipe da 
Beira; 
 
1796 – Morre em Vila Bela, vitimado pelo Maculo, o governador João 
Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres; 
 
1839 – Charles Goodyear aperfeiçoou o processo de vulcanização da 
borracha; 
 
1850 – Início da navegação a vapor no Rio Amazonas através da 
Companhia de Navegação e Comércio da Amazônia (do Barão de 
Mauá); 
 
1866 – Em conseqüência das pressões internacionais, foi liberada a 
navegação internacional nos rios Amazonas, Tocantins e Tapajós; 
 
1867 – Brasil e Bolívia assinam o Tratado de Ayacucho, reconhecendo a 
soberania brasileira ao longo da fronteira Madeira-Guaporé e à 
Bolívia a vantagem da navegação pelo Madeira que a emancipava 
da via do Oceano Pacífico, controlados pelo Peru e Chile; 
 
- Expedição dos engenheiros José e Francisco Keller ao trecho das 
cachoeiras dos rios Madeira e Mamoré para locação de uma 
ferrovia naquela área; 
 
1869 – George Earl Church, engenheiro militar norte-americano, obtém a 
concessão do governo da Bolívia para organizar e explorar uma 
empresa de navegação no trecho das cachoeiras dos rios Mamoré e 
Madeira;1870 - George Earl Church recebe do governo do Brasil a permissão para 
construir no rio Madeira uma estrada de ferro; 
 
1870 – Guerra do Paragaui; 
 
1871 - George Earl Church viaja pelas cachoeiras dos rios Mamoré e 
Madeira e faz os levantamentos necessários para assentar nesse 
trecho uma ferrovia; 
 
1872 – Chegam à cachoeira de Santo Antônio do Rio Madeira 25 
engenheiros e grande contingente de trabalhadores contratados pela 
firma inglesa Public Works, empreiteira da estrada de ferro, para 
concluir os estudos de locação e iniciar a sua construção; 
 
1873 – Os engenheiros e trabalhadores ingleses que sobreviveram à 
tentativa de locar e construir a ferrovia entre os rios Madeira e 
Mamoré abandonam as frentes de trabalho; 
 
1878 - A empresa norte-americana P & T Collins contrata com George 
Earl Church a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, 
mas os engenheiros e trabalhadores, poucos meses depois de iniciar 
43 
 
os trabalhos de locação, alegando a insalubridade do meio, 
recusam-se a continuar trabalhando e abandonam o povoado de 
Santo Antônio; 
 
1882 – Tratado de Navegação e Comércio entre Brasil e Bolívia, na qual 
está prevista a construção de uma estrada de ferro no trecho das 
cachoeiras dos rios Madeira e Mamoré; 
 
1883 – O engenheiro Carlos Alberto Morsing é designado chefe da 
comissão de locação da estrada de ferro entre os rios Madeira e 
Mamoré; 
 
1884 – O engenheiro Júlio Pinkas é designado chefe da comissão 
encarregada de concluir os planos de locação da ferrovia entre os 
rios Madeira e Mamoré; 
 
1889 – O Forte Príncipe da Beira é abandonado; 
 
1900 – Invasão da fronteira da Bolívia, no rio Acre, por seringueiros 
brasileiros chefiados por Plácido de Castro; 
 
1903 – É assinado o Tratado de Petrópolis entre Brasil e Bolívia; 
 
1906 – O engenheiro Joaquim Catramby vence a concorrência efetuada 
pelo governo brasileiro para a construção da Ferrovia Madeira-
Mamoré e repassa a concessão ao empresário Percival Farquhar, 
que cria a empresa Madeira-Mamoré Raylway Company, com sede 
nos EUA, e contrata a sua realização com a firma May, Jekyll & 
Randolph; 
 
1907 – Iniciada a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré, no local 
denominado ponto ou porto velho, abaixo sete quilômetros do 
povoado de Santo Antônio; 
 
- A Linha Telegráfica Estratégica Mato Grosso-Amazonas começa 
a ser construída sob a responsabilidade de uma comissão militar 
chefiada pelo sertanista Cândido Mariano da Silva Rondon; 
 
1908 – O governo do Estado do Mato Grosso cria o Município e a 
comarca de Santo Antônio do rio Madeira; 
 
1909 – A expedição Rondon chega em Santo Antônio do rio Madeira, 
após haver concluído a locação do percurso onde está construída a 
linha telegráfica Mato Grosso-Amazonas; 
 
1912 – Concluída a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré; 
 
- Expedição Roosevelt-Rondon pelo rio da Dúvida (hoje 
Roosevelt), afluente do rio Aripuanã. Identificação de sinais 
rupestres por Roosevelt; 
 
1911 - Rondon encontra o Forte e constata seu abandono e danificação; 
 
- Expedição Moritz identifica a ocorrência de ouro no rio Cabixi e 
relaciona o achado com as minas de Urucumacuan; 
 
1913 – Decadência da produção do látex brasileiro, gerado pela 
desvalorização da borracha no mercado internacional (fim do 
primeiro Ciclo da Borracha no Brasil); 
 
- Criado pelo governo do Estado do Amazonas o Termo de Porto 
Velho; 
 
1914 – O governo do Estado do Amazonas cria o município de Porto 
Velho, com os mesmos limites do Termo; 
 
 
1915 – O antropólogo Roquete Pinto propõe a denominação de 
RONDÔNIA à área compreendida entre os rios Juruena e Madeira; 
44 
 
 
- Inauguração da linha telegráfica unindo Cuiabá a Santo Antônio 
do Rio Madeira (ambos pertenciam ao Estado do Mato Grosso, 
hoje Rondônia; 
 
1917 – O governo do Estado do Amazonas cria a comarca de Porto Velho; 
 
1919 – O governo do Estado do Amazonas eleva Porto Velho à categoria 
de cidade; 
 
1924 – Revolta do Forte de Óbidos, no rio Amazonas, chefiada pelo 
tenente Aluízio Pinheiro Ferreira. A intentona fracassa e o seu 
chefe se refugia no rio Guaporé; 
 
1929 – Com a queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, a Madeira-
Mamoré Railway Company entra numa profunda crise; 
 
1930 – Revolução de 1930. Getúlio Vargas assume o poder e o tenente 
Aluízio Ferreira é designado Delegado do Chefe do Governo 
Provisório no Estado do Amazonas e Chefe do Distrito Telegráfico 
de Mato Grosso; 
 
1931 – O tráfego da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é paralisado em 
25.06. O Presidente da República decreta a intervenção na ferrovia 
e designa o tenente Aluízio Ferreira seu Diretor; 
 
1932 – Criados pelo Ministério da Guerra os Contingentes Especiais de 
Fronteira em Porto Velho, Guajará-Mirim e Forte Príncipe da 
Beira; 
 
1937 – Golpe do Estado Novo. Getúlio Vargas permanece no poder 
escudado por uma Constituição outorgada; 
 
- Líderes da sociedade de Guajará-Mirim dirigem um abaixo-
assinado ao Presidente da República pedindo a criação de um 
Território Federal nos municípios de Porto Velho, Santo Antônio 
do rio Madeira e Guajará-Mirim; 
 
 
1940 – O Presidente Getúlio Vargas visita Porto Velho onde permanece 
três dias e certifica-se da necessidade política de criar naquela 
fronteira um Território Federal; 
 
1941 – A Malásia é ocupada por tropas japonesas, ficando impedida de 
produzir o látex, aumentando novamente a demanda brasileira 
(Segundo Ciclo da Borracha); 
 
1943 – Criação dos Territórios Federais do Amapá, Guaporé, Iguaçu, 
Ponta Porã e Rio Branco em 13.09.43; 
 
1944 – Instalação do Governo do Território Federal do Guaporé em 
cerimônia realizada no Grupo Escolar Barão do Solimões, em 
Porto Velho. Assume o cargo de governador o Major Aluízio 
Pinheiro Ferreira; 
 
- Yedo Laza elabora um projeto que consiste na ligação do Acre às 
demais regiões do país; 
 
1945 – Fim da Segunda Guerra Mundial. Os compradores da borracha 
voltaram suas atenções para a Malásia e o Brasil perde mercado 
(fim do Segundo Ciclo da Borracha); 
 
- Ocorreu a fixação da divisão do Território Federal do Guaporé 
em dois municípios: Porto Velho e Guajará-Mirim; 
 
1952 – Descoberta da cassiterita na região pelo engenheiro Frederico 
Hoepken; 
 
45 
 
1956 – O Território Federal do Guaporé passa a designar-se Território 
Federal de Rondônia, em homenagem ao sertanista marechal 
Cândido Mariano da Silva Rondon; 
 
1960 – No dia 15 de março, o Presidente da República, Juscelino 
Kubitschek, cria, através do decreto nº 47.933, a Comissão 
Especial de Construção da Rodovia Brasília-Acre (atual BR-364). 
Os serviços ficaram a cargo da empreiteira Camargo Corrêa; 
 
1970 – O INCRA inicia a implantação de projetos integrados de 
colonização – PIC (o primeiro projeto foi implantado em Ouro 
Preto do Oeste); 
 
 – Ocorre a desativação do garimpo manual de cassiterita, gerando 
revoltas; 
 
1972 – A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré tem suas atividades 
encerradas; 
 
1974 – O INCRA inicia a implantação dos projetos de assentamentos 
dirigidos PAD, Burareiro e Marechal Dutra; 
 
1980 – Criação do PAR – Projeto de Assentamento Rápido – assentando 
12.315 famílias; 
 
1981 – Criação do Estado de Rondônia em 22 de dezembro; 
 
1982 – Instalação do Estado de Rondônia em 04 de janeiro; 
 
1983 – Elaboração da primeira Constituição Estadual; 
 
1987 – Em 15 de março, é empossado o primeiro governador eleito do 
Estado de Rondônia Jerônimo Garcia de Santana; 
 
1991 – Em 1º de janeiro, é empossado o governador do Estado de 
Rondônia Oswaldo Piana Filho; 
 
1992 – O senador Amir Lando relata o processo de impeachment do 
presidente Collor de Melo. O vice presidente Itamar Augusto 
Cautiero Franco assume a presidência da república; 
 
1995 – Em 1º de janeiro, é empossado governador do Estado de Rondônia 
Waldir Raupp de Matos.46 
 
EXERCÍCIOS 
Testando seus conhecimentos 
 
01. A respeito do povoamento e colonização da região Amazônica é correto 
afirmar, exceto: 
a) a primeira fase ocorreu entre os séculos XVII e XVIII com a exploração das 
drogas do Sertão e do ouro no Guaporé. 
b) a segunda fase é marcada pelo trabalho extrativo; exploração da Borracha. 
c) a Segunda Guerra Mundial, provoca um novo surto de progresso na área do 
Alto Madeira, atraindo milhares de nordestinos (os Soldados da Borracha). 
d) a descoberta de ouro no Madeira, na área de Porto Velho, trouxe um novo 
fluxo migratório, predominantemente sulista. 
 
02. Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas do processo colonizador. O 
europeu com visão de mundo calcada em preconceitos menosprezou o indígena e 
sua cultura. Ao acreditar nos viajantes e missionários, a partir de meados do 
século XVI, há um decréscimo da população indígena, que se agrava nos séculos 
seguintes. Os fatores que mais contribuíram para o citado decréscimo foram: 
a) A captura e a venda do índio para o trabalho nas minas de prata do Potosí. 
b) As guerras permanentes entre as tribos indígenas e entre índios e brancos. 
c) O canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais, o espírito sanguinário, 
cruel e vingativo dos naturais. 
d) As missões jesuíticas do vale amazônico e a exploração do trabalho indígena 
na extração da borracha. 
e) As epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a escravidão dos índios. 
 
03. No Período Colonial, diversos tratados de limites vieram anular 
definitivamente a linha de Tordesilhas. Sobre eles, é possível afirmar: 
I. O mais amplo de todos foi o de Madri, que garantiu posses muito próximas da 
configuração atual do país. 
II. Pelo Tratado de Utrecht, Portugal se assegurou definitivamente da Colônia de 
Sacramento. 
III. Não fosse o Tratado de Santo Ildefonso, em 1777, Portugal não teria se 
assegurado das regiões do Sul, 
IV. Produto de uma guerra européia, o Tratado de Badajós em 1801, veio 
resolver as últimas pendências territoriais do período colonial. 
Apenas duas das afirmativas estão corretas. São elas: 
a) I e IV d) III e IV 
b) II e III e) II e IV 
c) I e II 
 
04. A expansão da colonização portuguesa na América, a partir da segunda 
metade do século XVII, foi marcada por um conjunto de medidas, dentre as quais 
podemos citar: 
a) O esforço para ampliar o comércio colonial, suprimindo-se as práticas 
mercantilistas 
b) A instalação de missões indígenas nas fronteiras sul e oeste, para garantir a 
posse aos territórios por Portugal 
c) O bandeirismo paulista, que destruiu parte das missões jesuíticas e descobriu 
as áreas mineradoras do planalto central. 
d) A expansão da lavoura de cana para o interior, incentivada pela alta dos preços 
no mercado internacional. 
e) As alianças políticas e a abertura do comércio colonial aos ingleses, para 
conter o expansionismo espanhol. 
 
05. Assinale a alternativa correta da ocupação da Amazônia, desde o período 
colonial: 
a) A economia das chamadas drogas do sertão propiciou a conquista do Norte 
porque as atividades coletoras não conduzem à ocupação de território. 
b) As entradas e bandeiras foram fatores de penetração que favoreceram a 
ocupação do território amazônico, devido à tendência bandeirante de difundir 
povoamento e integração. 
c) Urucum, cacau, salsaparrilha, castanha-do-pará, anil e baunilha foram 
especiarias cuja coleta feita por mão-de-obra indígena, justificou a ocupação 
do Norte especialmente a partir da perda do Império colonial português do 
Oriente. 
d) Missões religiosas de jesuítas, capuchinhos e carmelitas tinham como único 
objetivo a catequeses indígena. 
 
06. Assinale a única alternativa que não foi fator preponderante para o domínio 
português na região amazônica: 
a) Coleta de drogas do sertão 
b) Ação missionária 
c) Busca de escravo indígena 
d) Expansão da fronteira pecuária 
e) Implantação de fortificações. 
47 
 
 
07. “A mineração se estabeleceu sob o signo da pobreza e da conturbação social, 
marcando-a, sobretudo, o enorme afluxo de gente que acudiu ao apelo do ouro 
[...].” (Lauro de Mello e Souza, Os desclassificados do ouro.) 
Com relação à sociedade mineradora no Brasil, assinale a alternativa incorreta: 
a) Foi marcada pela diversidade, percebida não só pela presença de cativos, como 
também pela vasta população livre, envolvida em atividades comerciais, 
artesanais e de prestação de serviços. 
b) No seu auge, caracterizou-se por amplas possibilidades de mobilidade social, 
observada pela presença de grande população negra liberta e sua ascensão a 
cargos políticos e burocráticos da Coroa portuguesa. 
c) A rápida concentração de pessoas na região mineradora gerou problemas de 
abastecimento que, aos poucos, foram solucionados através da formação de 
uma dinâmica economia mercantil de alimentos. 
d) Foi marcada por intensas rebeldias, não só de escravos, mas também da 
população livre, em oposição aos rigores da fiscalização e da alta tributação 
imposta pela metrópole. 
 
08. Os negros vinham, ao longo dos primeiros séculos da nossa história, para 
trabalhar nas grandes lavouras de exportação, nas atividades de mineração e nos 
serviços urbanos. Por isso, a concentração original de populações negras ocorreu, 
respectivamente, nas: 
a) áreas de lavoura de cana-de-açúcar da Zona da Mata e do Sertão Nordestino, 
nas lavouras de trigo da Campanha Gaúcha e nas áreas de mineração do atual 
Estado de Minas Gerais. 
b) lavouras de cana-de-açúcar do Maranhão, na cidade do Rio de Janeiro e nas 
fazendas de café do Norte do Paraná. 
c) áreas de lavoura de cana-de-açúcar da Zona da Mata Nordestina, nas áreas de 
extração da borracha no Amazonas e nas áreas de extração de ouro do atual 
Estado de Minas Gerais. 
d) cidades do Rio de Janeiro e Niterói, nas fazendas de gado do Sertão 
Nordestino, nas lavouras de trigo da Campanha Gaúcha e nas áreas de 
mineração do atual Estado de Minas Gerais. 
e) nas lavouras de cana-de-açúcar da Zona da Mata Nordestina, nas áreas de 
mineração dos atuais Estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso e na 
cidade do Rio de Janeiro. 
 
09. Para combater e inviabilizar a presença de estrangeiros, sobretudo castelhanos 
nos vales ao Madeira e Guaporé, as autoridades coloniais portuguesas 
determinaram medidas de resguardo e proteção das áreas fronteiriças. Não faz 
parte desse conjunto de medidas: 
a) a realização da Bandeira de Francisco Mello Palheta que explorou os rios 
Madeira e Guaporé. 
b) a realização da expedição de Manoel Félix de Lima que combateu a presença 
castelhana no vale das cachoeiras do Madeira. 
c) a construção do Forte de Nossa Senhora da Conceição no vale do no Guaporé. 
d) a construção do Real Forte Príncipe da Beira no vale do rio Guaporé. 
e) a proibição da navegação pelo rio Madeira até o inicio das atividades 
comerciais da Companhia do Grão-Pará e Maranhão na região guaporeana. 
 
10. Dentre os Indígenas que mais resistiram ao avanço colonizador no Guaporé e 
que por isso foram objeto de guerra justa, encontramos. 
a) os Payaguá e os Kayapó. 
b) os Borôro e os Payaguá. 
c) os Pareci e os Kayapó. 
d) os Borõro e os Pareci. 
 
11. A partir de 1750 com os tratados de limites, fixou-se a área territorial 
brasileira, com pequenas diferenças em relação à configuração atual. A expansão 
geográfica havia rompido os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas. No 
período colonial, os fatores que mais contribuíram para a referida expansão 
foram: 
a) criação de gado no vale do São Francisco e desenvolvimento de uma sólida 
rede urbana. 
b) apresamento do indígena e constante procura de riquezas minerais. 
c) cultivo de cana-de-açúcar e expansão da pecuária no Nordeste. 
d) ação dos donatários das capitanias hereditárias e Guerra dos Emboabas. 
e) incremento da cultura do algodão e penetração dos Jesuítas no Maranhão. 
 
12. Sobre a mineração noVale do Guaporé não podemos afirmar que: 
a) foi realizada a partir do uso da mão-de-obra escrava oriunda de Belém do Pará, 
de Minas Gerais e das regiões litorâneas. 
b) os recursos técnicos utilizados eram rudimentares e pouco evoluíram ao longo 
do século XVIII. 
48 
 
c) a produção inconstante provocava constantes movimentos das massas 
populacionais da região que vinculavam sua presença a abundância do metal 
precioso. 
d) determinou a fixação de atividades paralelas como a agropecuária de 
exportação e o comércio de drogas do sertão que garantiram a sobrevivência 
da sociedade regional após a crise da mineração. 
e) o esgotamento da mineração provocou um crônico endividamento dos 
proprietários e mineradores e foi causa do abandono e decadência do Vaie do 
Guaporé. 
 
13. Assinale V ou F: 
( ) O aumento da demanda externa sobre a borracha promoveu paralelamente 
uma intensificação da exploração de mão-de-obra nos seringais. 
( ) O Escândalo de Putumayo divulgado na Europa por Walter Hardenburg 
ressaltou as condições cruéis e desumanas do trabalho nos seringais da 
Amazônia. 
( ) A dependência do seringueiro em relação ao barracão vinculava-o 
perpetuamente ao seringalista pela dívida e através da coerção física. 
( ) Já no final do século XlX o abastecimento dos seringais do Madeira era 
totalmente utilizado pela produção local de alimentos como milho, arroz, 
mandioca e banana. 
 
14. Assinale V ou F: 
( ) Os Investimentos do capital monopolista na Amazônia resultaram no 
controle de importantes concessões de serviços públicos como os portos e 
navegação além da exportação de matéria-prima. 
( ) As práticas imperialistas apoiavam-se em doutrinas expansionistas em uma 
ideologia que afirmava a necessidade de levar a civilização a povos 
atrasados. 
( ) Ao longo do século XIX as pretensões imperialistas estrangeiras sobre a 
Amazônia foram registradas pelo governo do Segundo Reinado e da primeira 
fase da República Velha. 
( ) Ainda no século XIX o no Madeira apresentava-se como uma via de 
navegação de fundamental importância para o noroeste boliviano que 
necessitava escoar seus produtos de exportação para o Atlântico. 
 
15. Que fator propiciou o abundante abastecimento de mão-de-obra não indígena 
para a Amazônia: 
a) o recrutamento de trabalhadores no noroeste boliviano. 
b) a vinda de enorme contingente de trabalhadores europeus. 
c) a grande migração nordestina a partir de 1879. 
d) a compra de escravos negros. 
 
16. Assinale V ou F: 
( ) O abastecimento de gêneros alimentícios nos seringais era realizado 
exclusivamente com produtos vindos da Europa através das casas de 
aviamentos. 
( ) O abastecimento de gêneros alimentícios do trecho encachoeirado do 
Madeira, na segunda metade do século XIX era, em parte, feito através de 
produtos oriundos dos Departamentos bolivianos de Pando e Beni. 
( ) Em 1867 o Tratado de Ayacucho definia as fronteiras entre Brasil e Bolívia 
resolvendo de uma vez por todas a Questão do Acre. 
( ) Durante a primeira metade do século )XIX a ocupação brasileira do vale do 
rio Madeira manteve-se restrita a alguns poucos núcleos de colonização 
oriundos de destacamentos militares e fiscais ou missões e aldeamentos 
indígenas. 
 
17. No último quartel do século XIX, milhares de seringueiros brasileiros 
ocupam ilegalmente o território boliviano do Acre, ocasionando tensos conflitos 
fronteiriços. Na tentativa de consolidar a presença dos Seringueiros na região, é 
deflagrada uma rebelião, que culmina com a formação da República do Acre, em 
14 de julho de 1889. o líder da referida rebelião, autoproclamado “Imperador da 
República do Acre”, foi: 
a) José Carvalho 
b) Pedro Teixeira 
c) Luiz Galvez 
d) Plácido de Castro 
e) Frederico Hoepken 
 
18. Fato que motivou Luiz Galvez, a declarar a independência do Acre, na 
chamada Primeira Revolução do Acre, foi: 
a) o contrato de arrendamento com a Bolivian Syndicate. 
b) a minuta de acordo diplomático entre Bolívia e Estados Unidos com ajuda 
deste, dando apoio militar à Bolívia. 
c) o desinteresse do Brasil pela região Acreana. 
d) a total ausência de Tratados de Limites na região. 
49 
 
 
19. Sobre o financiamento da produção da borracha no século XIX, é possível 
afirmar que: 
a) foi completamente realizado pelo capital nacional a partir dos excedentes 
produzidos pela cafeicultura paulista. 
b) o aviamento consistia na troca de mercadorias por borracha feito nos seringais 
ilegais por companhias inglesas e norte-americanas. 
c) as casas aviadoras importavam pro dutos necessários à manutenção dos 
seringais concedendo créditos para o abastecimento dos seringalistas. 
d) o monopólio de exportação era mantido por casas exportadoras brasileiras que 
inviabilizavam a Iiberalização do mercado. 
e) o controle do comércio de exportação de borracha na Amazônia pelo capital 
estrangeiro manteve-se desvinculado das políticas imperialistas que 
caracterizaram a segunda metade do sécul XIX. 
 
20. Nas questões abaixo, assinale V ou F 
( )Em 1861 Quentin Quevedo, a serviço do governo boliviano, deu inicio as 
obras de construção de uma ferrovia que ligaria os trechos encachoeirados do 
Madeira e do Guaporé. 
( ) Farquhar criou em 1871 a Madeira and Mamaré Railway Company Ltd 
dando inicio aos trabalhos de construção da EFMM através da empreiteira P 
& T Collins. 
( ) Em 1881 Church renovou com o governo brasileiro os contratos de concessão 
e monopólio de exploração das terras e do transporte ferroviário na região 
do Madeira. 
( ) A empreiteira inglesa Public Works completou os trabalhos de construção da 
EFMM em 1912 inaugurando a moderna cidade de Porto Velho. 
 
21. Marque V ou F: 
( ) Porto Velho surgiu a partir de um acampamento de ferroviários e teve sua 
existência ligada a EFMM. 
( ) A dominação anglo-americana nas regiões da EFMM era imperceptível e 
sutil cabendo ao Estado Nacional do Brasil uma forte presença e poder de 
decisão sobre a operacionalidade da ferrovia, 
( ) o Barbadian Town foi um núcleo inicial do importante bairro Caiarii habitado 
a princípio por trabalhadores de origem barbadiana que atuaram na 
construção de Porto Velho. 
( ) O município de Porto Velho foi criado em 1914 através de Lei sancionada 
pelo governador do Amazonas Jonathas de Freitas Pedrosa. 
 
22. Marque V ou F: 
( ) A EFMM pode ser considerada um dos maiores marcos da modernidade da 
Amazônia. 
( ) Como representação máxima da tecnologia e da civilização em meio a selva a 
EFMM deveria estabelecer e viabilizar as modernas práticas do capitalismo 
imperialista na Amazônia. 
( ) Porto Velho tem suas origens vinculadas a um empreendimento industrial de 
grande vulto que foi a criação de uma Companhia ligada a Industrialização da 
borracha. 
( ) Como um símbolo da modernidade em meio a selva Santo Antônio do 
Madeira foi dotada pela Companhia Madeira-Mamoré de total infra-estrutura 
para o estabelecimento da sede da empresa construtora da ferrovia. 
 
23. A Estrada de Ferro Madeira Mamoré construída entre 1907 e 1912 é um dos 
mais importantes marcos da história de Rondônia; pois: 
a) Formou uma identidade regional nas áreas por onde foi construída em 
território do Mato- Grosso e Amazonas, o que levou a criação do Território do 
Guaporé 
b) Permitiu a ligação entre Vila Bela da Santíssima Trindade e o Vale do 
Madeira, facilitando o escoamento do ouro guaporeano 
c) Evitou a ocupação Boliviana no Vale do Madeira 
d) Iniciou a exploração dos seringais em Rondônia. 
 
24. Assinale V ou F: 
( ) A insalubridade da selva do Madeira provocava acentuadas baixas no 
contingente de trabalhadores da EFMM, o que levou a Companhia Madeira-
Mamoré a optar pela construção de um hospital para doenças tropicais em 
Porto Velho. 
( ) Em 1882, o Engenheiro Carlos Alberto Morsing estudou a viabilidade de 
contornar as cachoeirasdo rio Madeira. 
( ) O sanitarista Oswaldo Cruz esteve na região do alto Madeira em 1910 
considerando-a altamente Insalubre e completamente infectada pelo 
impaludismo. 
( ) A ferrovia Madeira-Mamoré deveria ligar as localidades de Santo Antônio e 
Guajará-Mirim, com um ramal até Vila Bela, no Mato Grosso. 
50 
 
 
25. Relacione a coluna A com coluna B: 
Coluna A. 
1) Bolivian Syndicate. 
2) Public Works. 
3) P&T Collins. 
4) May, Jekyll & Randolph. 
Coluna B. 
( ) Abandonou as obras de construção da EFMM em 1879. 
( ) Monopolizaria a extração de borracha no Acre. 
( ) Concluiu as obras da EFMM em 1912. 
( ) Iniciou os trabalhos de construção da EFMM em 1871. 
 
26. Relacione a coluna A com a coluna B 
Coluna A. 
1) George E. Church 
2) Percival Farquhar. 
3) Rodrigues Alves. 
4) Afonso Pena. 
5) Hermes da Fonseca. 
Coluna B. 
( ) Em seu governo foi firmado o Tratado de Petrópolis. 
( ) Em seu governo foi iniciada, em 1907, a construção da EFMM. 
( ) Projetou a construção da EFMM no século XIX. 
( ) Em seu governo foram concluídas as obras da EFMM. 
( ) Adquiriu de Joaquim Catramby a concessão para a construção da EFMM. 
27. Nas décadas posteriores à II guerra mundial, novas descobertas promoveram 
a continuidade da ocupação dos territórios indígenas em Rondônia, dentre eles 
podemos assinalar: 
a) a descoberta do cacau e da borracha 
b) a implantação da cultura de cana-de-açúcar. 
c) a descoberta de pedras preciosas e cassiterita. 
d) A descoberta de ricas jazidas de prata no rio Machado. 
 
28. Marque V ou F: 
( ) As obras da EFMM resultam dos avanços do capitalismo imperialista anglo-
americano, interessado na exploração das riquezas naturais dos vales do 
Madeira e Mamoré. 
( ) Luiz Galvez de Ária dirigiu-se ao Acre em 1899 declarando-o um Estado 
livre e independente. 
( ) O Bolivian Syndicate constituía-se em uma empresa transnacional, a qual o 
governo boliviano entregara o monopólio de exploração das terras e dos 
seringais do Acre. 
( ) O Barão de Rio Branco elaborou os termos do Tratado de Petrópolis que deu 
ao Brasil a posse das terras do Acre. 
( ) Para a construção da EFMM foram recrutados contingentes de trabalhadores 
de diversas nacionalidades, além de nordestinos que mais tarde foram 
reaproveitados em diversas outras instâncias como os seringais e a abertura 
da linha telegráfica. 
( ) O Capitão Walter Dudley encaminhou para os trabalhos da EFMM 
contingentes de escravos africanos que já haviam sido anteriormente 
utilizados em trabalhos agrícolas nas colônias inglesas no Caribe. 
( ) A presença de Barbadianos para a realização dos trabalhos da EFMM pode 
ser observada ainda no século XIX, embora sua atuação mais expressiva 
tenha ocorrido a partir do século XX. 
( ) Deslocaram-se para os trabalhos ao longo da EFMM contingentes de 
trabalhadores que criaram importantes núcleos de colonização como Costa 
Marques e Rolim de Moura. 
 
29. O Território Federal do Guaporé, mais tarde Rondônia, criado em 13 de 
Setembro de 1943, pelo decreto Lei 5.812 teve como seu primeiro governador: 
 a) Marechal Rondon. 
b) Coronel Paulo Nunes 
c) Coronel Jorge Teixeira de Oliveira. 
d) Coronel Aluízio Pinheiro Ferreira. 
e) Coronel Humberto da Silva Guedes. 
 
30. Um dos importantes resultados dos trabalhos desenvolvidos por Rondon 
durante a construção da linha telegráfica foi a criação do Serviço de Proteção ao 
índio, vinculado ao Ministério da Agricultura, que entre as suas propostas 
estabelecia: 
a) impedir o massacre das populações indígenas e integrá-las à sociedade 
nacional. 
b) promover a remoção das populações indígenas para reservas afastadas dos 
centros de colonização agrícola e fronteiriça. 
51 
 
c) preservar a cultura e a identidade indígenas mantendo as populações isoladas 
do convívio com a sociedade brasileira. 
d) permitir o aproveitamento da mão-de-obra indígena pelos Diretórios de índios 
que as utilizariam como mão-de-obra para os seringais e a EFMM. 
e) capacitar o indígena para resistir ao avanço da sociedade capitalista e a 
destruição de suas reservas naturais. 
 
31. A construção da linha telegráfica que ligava o Mato Grosso ao Amazonas 
sobre a direção do Capitão Cândido Mariano da Silva Rondon teve como causa: 
a) a necessidade de estabelecer-se a comunicação entre o Rio de Janeiro e 
administração da EFMM. 
b) a política do governo Federal em relação a preservação de reservas indígenas. 
c) a preocupação histórica de se ocupar os sertões despovoados do extremo oeste 
e abrir novas frentes agrícolas. 
d) a necessidade de se criar um traçado para a futura BR-364. 
e) a demarcação fronteiriça entre o Brasil e Bolívia conforme estipulado pelo 
Tratado de El Pardo. 
 
32. Foi conseqüência do surto extrativista do látex entre 1942 a 1945, exceto: 
a) a criação do Banco da Borracha 
b) atuação dos soldados da borracha 
c) a criação do Território Federal do Guaporé 
d) abertura de BR-364. 
 
33. No processo de criação do Território Federal do Guaporé destaca-se afigura 
de Aluízio Ferreira que fugindo de perseguições políticas no Pará refugiou-se em 
Porto Velho e mais tarde no município de Guajará-Mirim. Sua notável obra à 
frente da administração da EFMM e mais tarde no Território Federal do Guaporé 
não foi marcada pela: 
a) Intervenção na EFMM em 1930. 
b) participação dos contingentes militares sob seu comando, estabelecidos em 
Rondônia na Revolução de 1930 que levou Getúlio Vargas ao poder. 
c) criação dos contingentes militares de fronteira sediados em Porto Velho, 
Guajará-Mirim e Forte Príncipe da Beira. 
d) administração da EFMM após seu processo de nacionalização promovido por 
Getúlio Vargas em 1931. 
e) construção de estradas de rodagem, estímulo a migração, construção de 
campos de aviação e de colônias agrícolas como; Poço Doce e Vila Murtinho. 
 
34. Sobre o Território Federal do Guaporé, à época de sua criação década 40 do 
século XX é correto afirmar: 
a) as principais atividades econômicas era a coleta do látex e a produção da 
borracha 
b) foi criado em terras que antes pertenciam aos Estados do Amazonas e do Acre. 
c) A mão-de-obra predominante era formada por migrantes oriundos do Sul do 
Brasil. 
d) A primeira capital do Território foi Guajará-Mirim, pertencente ao Mato-
Grosso. 
 
35. Durante a Guerra pela Borracha, o governo do Getúlio Vargas tomou 
importantes medidas que se refletiam no desenvolvimento da região Amazônica. 
Dentre essas medidas podemos citar: 
a) A criação do Território Federal do Acre. 
b) Assinatura dos acordos de Washington que garantiram o abastecimento de 
borracha aos aliados durante a 2ª guerra mundial 
c) A assinatura do Tratado de Petrópolis 
d) A abertura da BR-364. 
 
36. A respeito do Território Federal do Guaporé, é correto afirmar que: 
a) foi criado em 1943 e constituído por áreas desmembradas dos Estados do 
Amazonas e Mato-Grosso. 
b) foi criado em 1943, posteriormente teve seu nome mudado para Rondônia, 
sendo constituído por áreas desmembradas do Amazonas e Maranhão. 
c) seu território se constitui por áreas desmembradas do Amazonas, Pará, 
Maranhão e Mato Grosso do Sul. 
d) foi criado em 1850 por um decreto-lei e foi constituído por áreas 
desmembradas do Pará e Maranhão. 
 
37. Sobre os garimpos de cassiterita do Território Federal de Rondônia podemos 
afirmar que: 
a) promoveram um considerável surto migratório para o eixo da BR-364 que foi 
responsável pelo aparecimento de cidades como Espigão do Oeste e Cacoal. 
b) estimulou a abertura da BR-364. 
c) Estimulou a reativação da EFMM. 
d) a proibição do garimpo manual reforçou presença de grupos multinacionais 
que atuaram na exploração da cassiterita do Território Federal de Rondônia. 
52 
 
e) a demarcação das terras indígenas pela FUNAI impediu a entrada de 
garimpeiros em áreas de Reservas indigenistas preservando os gruposindígenas de Rondônia. 
 
38. A rodovia a BR 364 imaginada por Roquete-Pinto em 1916 tornou-se uma 
realidade no governo do Coronel Paulo Nunes Leal. Sua iniciativa teve 
importância tanto para o Amazonas, Acre e Mato-Grosso. Foi construída durante 
o governo do Presidente: 
a) Juscelino Kubitscheck. 
b) João Batista Figueiredo. 
c) Getúlio Vargas. 
d) João Goulart. 
 
39. Após a abertura da BR-364 um fluxo de migrantes passou a dirigir-se para a 
região adjacente ao percurso da antiga linha Telegráfica construída pela 
Comissão Rondon, esses migrantes estavam à procura de: 
a) empregos nos grandes empreendimentos agro-industriais da região. 
b) terras para o estabelecimento de peque- nas e médias propriedades agrícolas. 
c) ocupação nos setores secundários da economia. 
d) terras griladas. 
 
40. Dentre as conseqüências de abertura da BR-364, podemos citar: 
a) o incremento das atividades ferroviárias da EFMM.O processo de colonização 
a partir dos garimpos de ouro, localizados.ao longo da BR-364, durante as 
décadas de 1960 e 1970. 
b) o processo de colonização agrária que trouxe para o. eixo da BR-364, 
imigrantes predominantemente sulistas, responsáveis pela fundação de 
municípios como Cacoal e Presidente Médici. 
c) o incremento da colonização ao longo do eixo Guaporé, Madeira e Mamoré 
cortado pela BR-364. 
d) o desenvolvimento de um notável parque industrial nas cidades surgidas ao 
longo da BR, a partir da facilidade de ligação entre Rondônia e o restante do 
país. 
 
41. A abertura da BR-364 impulsionou grandes contingentes migratórios de 
diversas regiões do pais para Rondônia. 
A colonização em escala, ao longo do eixo rodoviário, foi iniciada por empresas 
particulares de colonização, sendo as duas primeiras a desenvolver projetos na 
região: 
a) INCRA e Sidney Girão. 
b) Padre Adolpho Rohl e Burareiro. 
c) IBRA e INCRA. 
d) Colonizadora Calama S/A e Itaporanga S/A 
e) Itaporanga S/A e IBRA. 
 
42. As obras de pavimentação e asfaltamento da BR-364 completaram o quadro 
de infra-estrutura capaz de garantir, por transporte rodoviário, o abastecimento do 
Estado de Rondônia. Tal obra concluída no governo do Coronel Jorge Teixeira de 
Oliveira, durante a presidência de: 
a) Emesto Geisel. 
b) João Batista Figueiredo. 
e) José Sarney. 
d) Eurico Gaspar Outra. 
e) Emílio Garrastazu Médici 
 
43. Como resultado dos assentamentos agrários e das políticas de estimulo a 
agropecuária ao longo da BR-364 podemos observar: 
a) os conflitos de terra entre os grandes grupos agro-industriais do centro sul do 
país e os colonos estabelecidos pelos projetos de assentamentos agrários. 
b) a integração dos grupos indígenas situados ao longo da BR-364 às políticas 
agrícolas e de colonização do noroeste do Brasil durante o regime militar. 
c) a inviabilização de propriedades latifundiárias no Estado de Rondônia, 
Impedindo o desencadeamento de conflitos de terra. 
d) a concretização de um amplo projeto de Reforma Agrária que possibilitou a 
estruturação de uma das maiores lavouras de exportação do país. 
e) a formação de pequenos núcleos de abastecimento regional, incapazes de 
gerarem excedentes para a exportação. 
 
44. Sobre o fluxo migratório estabelecido ao longo da BR-364, a partir da década 
de 1970, podemos afirmar que: 
a) ocorreu em função da busca de riquezas naturais como a cassiterita e a 
borracha, abundantes ao longo da BR-364. b) não estimulou a fixação de 
núcleos colonizadores, uma vez que na medida em que as riquezas se 
esgotavam as populações deslocavam-se em busca de novas regiões. 
53 
 
b) determinou a ocupação do eixo rodoviário por uma população de extratores 
marcadamente nômades. 
c) vinculou-se diretamente a exploração da pesca e do extrativismo vegetal de 
óleos e madeira. 
d) ocorreu em torno da busca de pequenos e médios agricultores de acesso a 
propriedades cultiváveis que determinaram sua fixação na região e a formação 
de novos núcleos de povoamento. 
 
45. São causas dos recentes processos migratórios dirigidos para Rondônia nas 
décadas de 1970 e 1980: 
a) colonização da BR-364 e os garimpos do Rio Madeira 
b) segundo ciclo da borracha 
c) colonização do eixo ferroviário da Madeira Mamoré. 
d) formação das grandes lavouras de soja e cacau entre Porto Velho e Humaitá. 
 
46. A evolução econômica de Rondônia está relacionada aos ciclos econômicos, 
vegetais e minerais, sendo eles respectivamente: 
a) ouro, borracha, cassiterita e agropecuária 
b) ouro, gado, madeira e extrativismo mineral 
c) cassiterita, ouro, extrativismo mineral e indústria 
d) ouro, borracha, gado e mineração gado, cassiterita, extrativismo mineral e 
borracha 
 
47. É correto afirmar, sobre a construção do Real Porte Príncipe da Beira pelos 
portugueses, tinha como objetivo: 
a) garantir a posse do Vale Guaporé-Mamoré, e afastar as pretensões dos 
japoneses sobre a área. 
b) garantir a posse do Vale Guaporé-Mamoré, e afastar as pretensões, 
principalmente dos norte-americanos sobre a área. 
c) garantir a posse do Vale Guaporé-Mamoré, e afastar as pretensões dos ingleses 
sobre a área. 
d) garantir a posse do Vale Guaporé-Mamoré e afastar as pretensões dos 
canadenses sobre a área. 
e) garantir a posse do Vale Guaporé-Mamoré, e afastar as pretensões dos 
espanhóis sobre a área. 
 
48. A respeito da relação entre os Estados Unidos e os soldados da borracha, é 
correto afirmar que: 
a) os norte-americanos foram responsáveis pela salvação dos chamados soldados 
da borracha, esquecidos pelo governo brasileiro, nas florestas da Amazônia. 
b) as norte-americanos foram responsáveis pelo abandono dos chamados 
soldados da borracha, já que exigiram essa atitude do governo brasileiro. 
c) os norte-americanos convocaram jovens nordestinos para trabalhar na 
produção de borracha, na época da Segunda Guerra, e depois os abandonou, 
sem o conhecimento do governo brasileiro. 
d) o governo brasileiro mandou para a Amazônia jovens nordestinos (Soldados da 
Borracha) para produzir borracha a pedido dos Estados Unidos, e depois os 
abandonou. 
e) o governo brasileiro foi coagido pelo governo norte-americano a mandar 
jovens para a Amazônia para produzir borracha, e depois a abandoná-los a sua 
própria sorte. 
 
49. A política que expressa a nacionalização e integração dos territórios do Norte, 
idealizada em 1938, ficou conhecida como: 
a) Conquista do Oeste. 
b) Marcha para o Oeste. 
c) Conquista do Sertão. 
d) Unidade Nacional. 
e) Nacionalização das regiões. 
50. O descobrimento das lavras do Mato Grosso e Cuiabá propiciou uma intensa 
migração de paulistas, mineiros, goianos a e outros para a região do Guaporé. 
Essa migração gerou a busca de cativos da região para apresamento. Os 
preferidos pela docilidade eram: 
a) Os Tupis e os Guaranis 
b) Os Tamoios e os Moicanos 
c) Os Muras e os Toras 
d) Os Bororos e os Parecis 
e) Paiaguás e Caiapós. 
 
51. Sobre as condições dos soldados da Borracha, é correto afirmar que: 
a) trabalhavam em condições sub-humanas, mas ao final da Segunda Guerra 
foram compensados financeiramente 
b) tinham boas condições de trabalho, moradia e alimentação adequadas além de 
boa remuneração. 
c) inicialmente tinham más condições de trabalho, mas posteriormente 
conseguiram conquistar melhores condições. 
54 
 
d) trabalhavam em regime de escravidão e endividamento e boa parte deles foram 
esquecidos e abandonados na floresta. 
e) trabalhavam em regime de escravidão e endividamento, mas através de 
reivindicações conseguiram melhores condições. 
 
52. Desde a segunda metade do século XIX, já existiam fluxos migratórias para a 
região Amazônica, e tais fluxos cresceram mais ainda a partir 1970 com o 
incentivo do governo e com a construção da rodovia Transamazônica. Sobre tais 
migrações é correto afirmar que: 
a) aconteceram apenas quando o governo interveio com algum Incentivo. 
b) aconteceram, principalmente, porquestões relacionada à posse de terra. 
c) aconteceram grandes fluxos migratórios apenas nos períodos de seca no 
Nordeste. 
d) as migrações para a Amazônia revelam o espírito aventureiro dos nordestinos. 
e) ocorreram especificamente em períodos de crise aguda nas regiões de onde 
vinham os migrantes. 
 
53. As migrações para Rondônia cresceram muita a partir da década de 70, 
atraídos pelos projetos oficiais de colonização do Governo, como o 
POLONOROESTE. Sobre este assunto, é importante ressaltar que: 
a) Os projetos de colonização preservaram as terras indígenas, evitando, portanto, 
os conflitos envolvendo índios e posseiros. 
b) O fluxo migratório do centro-sul, durante este período, foi muito intenso, mas 
o INCRA conseguiu assentar, ao longo da BR-364, todos os imigrantes. 
c) os pequenos produtores ocuparam as melhores áreas dos projetos de 
colonização original, atendendo a uma exigência do governo do estado 
d) Os pequenos produtores, com suas roças, foram expulsos para áreas de difícil 
acesso no interior do estado, próximas das reservas indígenas, gerando 
conflitos cada vez mais freqüentes entre índios, a FUNAI e os posseiros. 
 
54. A respeito do Tratado de Petrópolis é correto afirmar que: 
a) concedia uma parcela de terra ao Brasil, que hoje corresponde ao Acre, se 
fosse construída uma ferrovia para circulação no rio Madeira. 
b) concedia uma parcela de terra ao Brasil, correspondente a Rondônia se fosse 
construída uma ferrovia para circulação no rio Madeira. 
c) determinava a construção de uma ferrovia ao longo do rio Madeira para 
facilitar a exploração e o transporte da borracha. 
d) determinava a construção de uma ferrovia ao longo do no Madeira para 
facilitar a exploração e o transporte do ouro. 
e) determinava a construção de um canal do no Beni ao rio Madeira para facilitar 
a exploração e o transporte da borracha. 
 
55. Sobre a criação do Estado de Rondônia, podemos afirmar que: 
a) surgiu como território federal em 1956, e foi elevada a condição de estado em 
1982. 
b) surgiu como território federal no século XVI com a chegada dos bandeirantes 
no norte. 
c) surgiu como estado em 1941, devido a grande dimensão de seu território. 
d) surgiu como território federal em 1945, e foi elevada a condição de estado pela 
vastidão de seu território. 
e) surgiu como território federal em 1943, tendo sido posteriormente elevado a 
condição de Estado de Rondônia. 
 
56. Foi o fator alegado pela empreiteira inglesa Public Works para retirar-se da 
EFMM em Santo Antonio do Madeira: 
a) O ataque dos indígenas Karipunas ao acampamento em Santo Antonio. 
b) A insalubridade ambiental. 
c) A crise no comércio internacional da borracha. 
d) A ausência de mão-de-obra disponível. 
e) Os conflitos regionais entre Brasil e Bolívia devido à Questão Acreana. 
 
57. É uma conseqüência da atividade extrativa para as sociedades indígenas: 
a) maior integração das famílias indígenas contra a opressão branca. 
b) ocupação de terras indígenas por elementos brancos. 
c) valorização social e econômica do trabalho indígena. 
d) fortalecimento da unidade tribal. 
e) Aumento da posse de terras pelos indígenas. 
 
58. A respeito da construção da rodovia Transamazônica, é correto afirmar que: 
a) tinha como exclusivo objetivo, facilitar o transporte dos produtos da região 
amazônica para o resto do pais 
b) o seu principal objetivo era gerar empregos na construção das rodovias. 
c) o seu principal objetivo era promover uma maior integração da região 
Amazônica com o restante do país. 
55 
 
d) provocou uma onda de migrações de habitantes da região Norte para a região 
Sul do Brasil. 
 
59. “ O homem que tinha nas solas dos pés o mais longo caminho já percorrido” 
foi o inspirador da denominação Rondônia para o estado criado em 1981. O 
Marechal Rondon foi o líder de uma comissão responsável pela implantação das 
linhas telegráficas, pelo reconhecimento das fronteiras e pelo estudo das 
condições econômicas e geográficas da região. Dessa comissão, chamada 
Comissão Rondon, participaram diferentes tipos de pessoas, entre as quais NÃO 
se incluem: 
a) Militares e civis designados pelo governo ou pelo próprio sertanista Cândido 
Rondon. 
b) Criminosos comuns e presos políticos, que haviam recebido a pena de desterro 
para o Amazonas e para o Acre. 
c) Fotógrafos, topógrafos e especialistas responsáveis pela pesquisa de riquezas 
minerais, fauna e flora. 
d) Marinheiros e soldados, muitos deles negros e mestiços, que haviam 
participado das Revoltas da Chibata e da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. 
e) Exploradores bolivianos responsáveis pelo controle dos seringais na 
Amazônia. 
 
60. “... orientou-se principalmente no sentido de criar condições para instalação 
de famílias de trabalhadores rurais em áreas de terras indígenas e devolutas. Mas 
sempre com o objetivo de reduzir as tensões sociais nas áreas de superpopulação 
e. ao mesmo tempo, criar condições para o desenvolvimento capitalista em terras 
virgens, com a formação de mercados, criação de novas atividades econômicas, 
etc.”. 
A afirmação refere-se a: 
a) migração estrangeira para a região Amazônica, organizada pelo governo do 
Brasil. 
b) colonização particular incentivada pelo governo brasileiro, na década de 70. 
c) colonização oficial organizada pelo governo brasileiro, na década de 70. 
d) migração espontânea de brasileiros originários de várias regiões, organizada 
pelo governo brasileiro. 
e) Povoação da região Amazônica por povos de vários lugares do mundo, 
organizada pelo governo brasileiro. 
61. Dentre as missões de que foi encarregado o Coronel Jorge Teixeira de 
Oliveira pelo Ministério do Interior, ao assumir o governo do Território Federal 
de Rondônia em 1979, encontramos: 
a) a criação do município de Vila Rondônia. 
b) a reativação do Forte Príncipe da Beira. 
c) o término das obras da hidrelétrica de Samuel. 
d) a preparação das bases para a transformação do Território em Estado. 
e) o estabelecimento das eleições diretas para prefeitos da capital Porto Velho. 
 
62. A Lei Complementar n° 41, sancionada pelo Presidente Figueiredo em 1981, 
criava o Estado de Rondônia e estabelecia: 
a) eleições imediatas para governador do novo Estado. 
b) a mudança da capital do Estado de Ji-Paraná para Porto Velho. 
c) a delimitação das Terras Indígenas na Chapada dos Parecis. 
d) Eleições para deputados, senadores e vereadores em todo Estado. 
 
63. Quem são os respectivos autores da letra e da música do Hino do Estado de 
Rondônia: 
a) Dr. Jorge Araújo e José de Melo 
b) Dr. Joaquim Pessoa e Dr. José Inácio. 
c) Dr. Joaquim Araújo Lima e Dr. José de Melo e Silva 
d) Dr. Samuel de Araújo e D. José Barbosa Filho. 
 
64. A partir da década de 60 as preocupações governamentais quanto a imigração 
Amazônica no sistema nacional, deram origem a várias medidas para acelerar a 
ocupação dos grandes vazios da região, promover sua articulação com o centro-
sul do país. Dentre as alternativas abaixo, qual está se referindo às medidas de 
povoamento e integração da Amazônia? 
a) A construção da BR-101 e a criação da SUDAM. 
b) A criação da SUDAM e a construção da Transamazônica. 
c) A criação da BR-232 e a criação da SUDAM. 
d) A criação da SUDENE e a criação da Transamazônica. 
 
65. Considerando a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré, é correto afirmar 
que: 
a) Sua importância no transporte da borracha permanece até hoje pois tal produto 
continua sendo bastante valorizado no mercado mundial. 
56 
 
b) Sua construção foi um total fracasso, pois não se concretizando os seus 
principais objetivos povoar a região e transportar a borracha. 
c) Sua construção promoveu, nesse período. o crescimento do comercio da 
borracha brasileira produto bastante valorizado no mercado mundial na época. 
d) Quando a Ferrovia ficou pronta sua importância no transporte da borracha 
durou pouco, pois o produto se desvalorizouno mercado devido à 
concorrência. 
e) Sua construção sofreu vários imprevistos, provocando o retardo na sua 
condução que deveria ter sido em 1912, mas só aconteceu em 1915. 
 
66. O instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), no início 
da década de 70 do século XX, iniciou seus primeiros projetos de colonização em 
Rondônia, entretanto não conseguiu seus objetivos. O fracasso desses projetos 
teve como conseqüência: 
a) ocupação desordenada da terra, o que levou ao declínio do segundo ciclo da 
borracha. 
b) Problemas sociais como os conflitos de terra entre grupos agrários do Centro-
Sul e posseiros. 
c) Desenvolvimento de um setor de pequenos proprietários produtores de frutas 
tropicais e aves exóticas para exportação. 
d) Formação de grades latifúndios que tinham como objetivo produzir soja para 
exportação. 
e) Desenvolvimento de uma economia baseada na diversificação de produtos 
hortifrutigranjeiros para abastecer a região. 
 
67. O notável desenvolvimento do Território Federal de Rondônia fez com que o 
Ministério do Interior indicasse o nome do Coronel Jorge Teixeira de Oliveira 
para governar o território com a função primordial de: 
a) preparar administrativa, econômica e politicamente o território para ser 
transformado. 
b) Estabelecer novos núcleos populacionais ao longo da BR- 163 com o objetivo 
de implantar novas áreas de colonização. 
c) Criar novos distritos industriais com objetivo de desenvolver a indústria de 
vulcanização da borracha. 
d) Ampliar a ocupação das terras. estabelecendo novas colônias agrícolas. 
e) Desenvolver novas áreas de comércio com os países fronteiriços, fortalecendo 
as relações comercias com a Comunidade Andina. 
 
68. Em 1943, foi criado o Território Federal do Guaporé e, no ano seguinte, foi 
instalado o governo com a posse do primeiro governador, Major Aluízio 
Pinheiro Ferreira. Contextualiza esse momento: 
a) O atendimento das reivindicações dos grupos socioeconômico representados 
pelos sertanistas, organizados em sindicatos. 
b) A relação com a campanha “marcha para o oeste” e a redivisão territorial do 
Brasil implementadas por Getulio Vargas com o objetivo de facilitar a 
ocupação de áreas interioranas consideradas vazias. 
c) A garantia de controle político sobre a região, impedindo o avanço de idéias 
anarquistas e comunistas que, divulgadas no sul, ameaçavam espalhar-se pela 
região. 
d) O governo brasileiro mandou para a Amazônia jovens nordestinos (Soldados 
da Borracha) para produzir borracha a pedido dos Estados Unidos, e depois os 
ajudou. 
 
69. Nos anos 70, a ocupação da Amazônia acelerou-se devido a abertura das 
rodovias: 
a) BR-101 Norte, BR-101 Sul, rodovia dos Imigrantes. 
b) Marginal Tietê, BR-231, Perimetral Leste. 
c) Transamazônica, Perimetral Norte, BR-364 do Mato Grosso a Rondônia. 
d) Marginal Amazônica Rodovia Manzuá, BR-245 até Rondônia. 
e) Perimetral Sul, Rodovia dos Imigrantes, Marginal Guaporé. 
 
70. A Bolívia, apesar de alertada desde o final do século dos perigos que a 
penetração brasileira representava para sua soberania territorial, encontrava 
dificuldade para colonizar a região do Acre. Dentre essas dificuldades não 
podemos assinalar: 
a) A dificuldade de acesso à região a partir dos Andes. 
b) O pouco excedente populacional, concentrado na região andina. 
c) A insuficiência de recursos para aplicar na área. 
d) A ação dos brasileiros que impediam a efetivação da colonização boliviana do 
Acre desde 1860. 
e) 
71. A empresa Suarez e Hermanos controlava todo o noroeste boliviano e a 
produção de borracha dos rios Purus, Iaco, Beni, Aquiri, e Juruá. Essa empresa 
tinha sede em: 
a) Puerto Acre. 
b) Cachuela Esperanza. 
57 
 
c) Borba. 
d) Esperidião Marques 
 
72. Em 1878 ocorreu um fato bastante interessante na região do Alto Madeira, 
tendo como protagonistas os trabalhadores e engenheiros da P & T Collins: 
a) no dia 4 de julho de 1878 foram inaugurados os primeiros 3 km de trilhos, com 
uma pequena locomotiva a Cel. Church fazendo esse percurso e descarrilando 
em uma curva. 
b) um incursão dos índios Caripunas atacou os trabalhadores e chegando a atingir 
o próprio presidente da empresa, Sr. Collins (03.05.1878), que foi atravessado 
por duas flechas. 
c) a 4 de julho de 1878 todos os americanos que ainda estavam em Santo Antônio 
receberam ordens de voltar aos Estados Unidos, abandonando à vegetação os 7 
km de ferrovia já construídos. 
d) chegou a Santo Antônio em 16.02.1878 um perito nomeado pelos tribunais 
londrinos para atestar se seria possível ou não a construção da ferrovia, e após 
vistoriar os primeiros 6 km já construídos, retornou a Londres com um 
relatório desfavorável à empresa Collins. 
 
73. Antes da criação da capitania de Mato Grosso, a Coroa portuguesa 
determinou a fundação de uma vila no vale do Alto Guaporé, para marcar o 
domínio português na região. Mas, somente em 1752, D. Antônio Rolim de 
Moura pôs em prática essa ordem régia, fundando às margens do rio Guaporé: 
a) Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá. 
b) Vila de São José do Rio Negro. 
c) Vila Bela da Santíssima Trindade. 
d) Vila de Santo Antônio do Madeira. 
 
74. No governo de Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres foi construído 
às margens do rio Guaporé um forte estratégico para apoio da rota das Monções 
do Norte, que estabeleciam ligações comerciais e administrativas entre Belém e 
Vila Bela da Santíssima Trindade. Atualmente existem projetos de restauração 
desse monumento para torná-lo atração turística. Trata-se do Forte: 
a) Coimbra. 
b) Iguatemi. 
c) Príncipe da Beira. 
d) Guajará-Mirim. 
 
75. No final do século XIX e início do XX, o governo brasileiro buscou 
desenvolver, no atual estado de Rondônia, projetos de incentivo ao comércio 
internacional da borracha e de outros produtos. Nesse contexto, destacou-se a 
importante e polêmica construção: 
a) Linhas Telegráficas de Rondon, ligando Goiânia a Porto Velho. 
b) Porto Madeira, dando origem à cidade de Porto Velho. 
c) Forte Guaporé, para conter ataques de seringueiros bolivianos. 
d) Ferrovia Madeira-Mamoré, conhecida como Ferrovia do Diabo. 
 
76. O Território Federal do Guaporé, criado em 1943 e atualmente estado de 
Rondônia, resultou do desmembramento dos estados: 
a) Amazonas e Pará. 
b) Mato Grosso e Acre. 
c) Mato Grosso e Amazonas. 
d) Amazonas e Acre. 
 
77. A respeito das sociedades indígenas ou ameríndias encontradas neste 
território que veio a ser chamado pelos conquistadores portugueses de Brasil, 
pode-se afirmar: 
A) Os Tupi que habitavam principalmente o litoral atlântico não ofereceram 
resistência aos colonizadores nos primeiros séculos da conquista. 
b) Inexistiam diferenças culturais entre as sociedades que habitavam o litoral e 
aquelas da área central, pois todas falavam a língua tupi-guarani e praticavam os 
mesmos rituais religiosos. 
c) Não ocorreu impacto demográfico, pois essas sociedades demonstraram forte 
resistência às doenças européias, chegando a dobrar a população ao final do 
terceiro século de colonização. 
d) Os Tupi praticavam a agricultura da mandioca e do milho e conheciam 
diversas espécies vegetais usadas nas práticas curativas. 
 
78. Quanto ao processo de conquista colonial na fronteira amazônica dos rios 
Guaporé e Madeira, NÃO é possível afirmar: 
a) Entre as sociedades indígenas que mais ofereceram resistência aos 
missionários e aos conquistadores portugueses no alto rio Madeira, durante o 
século XVIII, destaca-se a dos Mura. 
b) Vila Bela da Santíssima Trindade foi fundada em 1752, às margens do rio 
Guaporé, para servir de sede da Capitania de Mato Grosso, estando articulada ao 
58 
 
comércio com o Estado Grão-Pará pela navegação dos rios Guaporé-Mamoré-
Madeira-Amazonas. 
c) O contrabando inexistiu nas fronteiras portuguesa e espanhola, pois o controle 
das Coroas Ibéricas era severo e os missionários e os índios auxiliaramintensamente na fiscalização do ouro, da prata e do gado. 
d) O Forte Real Príncipe da Beira, apesar de não concluído, atendeu aos objetivos 
de servir como um local estratégico de demarcação das posses portuguesas às 
margens orientais do rio Guaporé. 
 
79. A ocupação e o devassamento da Colônia Portuguesa na América ocorreram 
de forma diversificada, atendendo, além dos interesses metropolitanos, fatores 
naturais e sociais. Assinale os fatores de ordem econômica que marcaram esse 
fato especificamente na região norte da Colônia. 
a) Preação de índios para serem escravizados e extração de especiarias 
denominadas “drogas do sertão”. 
b) Exploração de minérios e navegabilidade da bacia amazônica facilitando as 
relações comerciais. 
c) Extração de especiarias denominadas “drogas do sertão” e exploração de 
minérios. 
d) Preação de índios para serem escravizados e proximidade com a América do 
Norte facilitando a exportação e importação. 
 
80. No início do século XX, o governo brasileiro, expressando anseios de 
modernidade, providenciou a construção de linhas telegráficas do Mato Grosso 
ao Amazonas, acreditando que estaria garantindo a chegada do progresso e da 
civilização ao mesmo tempo em que seriam rompidos “vazios” demográficos. 
Para tanto, foi 
a) promovida a catequese de etnias indígenas. 
b) assinado o Tratado de Petrópolis. 
c) construída a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. 
d) criada a Comissão Rondon. 
 
81. Sobre o Território Federal do Guaporé, à época de sua criação  década de 40 
do século XX, é correto afirmar: 
a) As principais atividades econômicas eram a coleta do látex e a produção da 
borracha. 
b) Foi criado em terras que antes pertenciam aos estados do Amazonas e do Acre. 
c) A primeira capital do Território foi Guajará-Mirim, antes pertencente ao estado 
do Acre. 
d) A mão-de-obra predominante era formada por migrantes oriundos do sul do 
Brasil. 
e) Sua criação ocorreu após plebiscito do qual participaram os habitantes dos 
estados de Mato Grosso, Amazonas e Acre. 
 
82. A história das doenças no território que hoje é o estado de Rondônia está 
marcada pela exploração da borracha, pela construção da estrada de ferro 
Madeira-Mamoré e pela abertura de frentes de colonização agrícola a partir da 
década de 70 do século XX. A compreensão desse quadro liga-se ao 
conhecimento do processo de execução dos planos de desenvolvimento. Assinale 
o fator que NÃO fez parte desse processo. 
a) Insustentabilidade ambiental das atividades econômicas 
b) Desmatamento incontrolado 
c) Controle dos danos à saúde por meio de medidas adequadas 
d) Persistência da migração desordenada 
 Instabilidade dos assentamentos de grupos humanos 
 
83. Cândido Mariano da Silva Rondon foi o responsável por chefiar a comissão 
que tem seu nome, na construção da linha telegráfica ligando Cuiabá a Santo 
Antônio do Rio Madeira no início do século XX. Sobre a Comissão Rondon, é 
correto afirmar: 
a) Não se verificaram conflitos com povos indígenas durante as fases de 
implantação da linha telegráfica. 
b) A Comissão foi composta exclusivamente por um pequeno grupo de 
trabalhadores especialmente treinados para esse fim, já que a atividade exigia 
conhecimento técnico. 
c) O caminho seguido pela Comissão Rondon entre Cuiabá e Santo Antônio do 
Rio Madeira serviu de base para definir o futuro traçado da BR-364. 
d) A linha telegráfica construída pela Comissão Rondon foi um marco 
tecnológico da época e contribuiu para o avanço dos conhecimentos sobre a 
comunicação à distância. 
e) Fundamental para o êxito dos trabalhos desenvolvidos pela Comissão Rondon 
foi a existência prévia de pequenos pólos urbanos, como Vilhena e Jaru, que 
nortearam o traçado da linha telegráfica. 
 
59 
 
84. Rondônia viveu nas décadas de 70 e 80 do século XX um intenso fluxo 
migratório que provocou abrupto aumento da população local e conflitos na 
distribuição do estoque de terras. Sobre o tema, assinale a afirmativa correta: 
a) A pavimentação da rodovia BR-364 teve relação direta com o aumento do 
fluxo populacional para o Estado de Rondônia. 
b) A atuação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) 
foi fundamental para evitar a posse irregular da terra e consequentemente inibir 
os conflitos agrários. 
c) A maioria absoluta dos migrantes vindos para Rondônia, nesse período, tinha 
por origem os estados do nordeste do Brasil, fugitivos da seca. 
d) A terra foi apenas o pretexto inicial da operação do Estado e logo a seguir foi 
substituída em importância pela produção de bens de consumo. 
e) O fluxo migratório dirigido para a ocupação do Estado foi estimulado pelas 
empresas agro-industriais e tinha por objetivo suprir a carência local de mão de 
obra 
 
85. Qual das atividades econômicas período colonial brasileiro mais contribuiu 
para o desbravamento do vale amazônico? 
a) A pecuária bovina, de caráter extensivo, destinada à produção do charque. 
b) A mineração de diamantes e a exploração do ouro de aluvião. 
c) A produção de tabaco destinada ao comércio de escravos na África. 
d) A exploração das chamadas “drogas do sertão”. 
e) A monocultura algodoeira e o plantio de arroz nos vales alagados. 
 
86. O movimento das Bandeiras e a criação extensiva do gado, no período 
colonial, contribuíram para o (a): 
a) declínio da exploração de metais preciosos. 
b) desenvolvimento da cana-de-açúcar. 
c) ampliação territorial do Brasil. 
d) manutenção do Tratado de Tordesilhas. 
e) fixação do homem no litoral brasileiro. 
 
87. A expansão da colonização portuguesa na América, a partir da segunda 
metade do século XVII, foi marcada por um conjunto de medidas, dentre as quais 
podemos citar: 
a) O esforço para ampliar o comércio colonial, suprimindo-se as práticas 
mercantilistas 
b) A instalação de missões indígenas nas fronteiras sul e oeste, para garantir a 
posse aos territórios por Portugal 
 
c) O bandeirismo paulista, que destruiu parte das missões jesuíticas e descobriu 
as áreas mineradoras do planalto central. 
d) A expansão da lavoura de cana para o interior, incentivada pela alta dos preços 
no mercado internacional. 
e) As alianças políticas e a abertura do comércio colonial aos ingleses, para 
conter o expansionismo espanhol. 
 
88. Na Amazônia, a vitória dos portugueses serviu para acirrar o conflito entre os 
colonos lusos e os povos indígenas e, internamente entre os colonos leigos e os 
colonos missionários. O principal motivo desses conflitos foi: 
a) A discordância religiosa entre as ordens dos jesuítas e dos carmelitas. 
b) O desrespeito dos colonos leigos para com os ensinamentos da Doutrina 
Católica. 
c) A disputa pela direção dos colégios. 
d) O boicote dos missionários ao comércio das drogas do sertão 
e) A disputa pelo controle da força de trabalho indígena. 
 
89. Uma das conseqüências do Tratado de Utrecht foi: 
a) o Amapá passou definitivamente a integrar o território português. 
b) estabeleceu-se definitivamente as fronteiras entre Portugal e Espanha. 
c) permitiu a criação da capital de São José do Rio Negro. 
d) pacificou os conflitos de fronteiras no Mato Grosso. 
e) determinou definitivamente a nascente do Madeira. 
 
90. O aldeamento jesuítico fundado em finais do século XVII na ilha de 
Tupinambarana representou o marco inicial da colonização do Madeira. Naquela 
ilha viria a surgir a atual localidade de: 
a) Borba. 
b) Humaitá. 
c) Manicoré. 
d) Parintins. 
 
91. Expedições em princípios não militares, realizadas por missionários com o 
objetivo de persuadir as comunidades indígenas e descerem de suas aldeias de 
60 
 
origem. Posteriormente, tornaram-se militares sob o comando dos capitães de 
aldeia. 
a) Guerras Justas 
b) Descimento 
c) Resgate 
d) Entradas 
 
92. Uma expedição que visava estabelecer uma troca comercial entre os 
portugueses as tribos consideradas aliadas. Os portugueses davam mercadorias 
européiasem – ferramentas e quinquilharias – e recebiam em troca os índios que 
haviam sido capturados durante as guerras tribais: Essa expedição era 
denominada: 
a) Guerra Justa 
b) Discernimento 
c) Escambo 
d) Côngrua 
e) Tropas de resgate 
 
93. A invasão armada dos territórios indígena empreendida pelo colonizador com 
o objetivo de capturar o maior número de índios incluindo mulheres e crianças. 
Pela lei podia ser realizada contra os índios que atacassem os portugueses ou que 
impedissem a difusão do evangelho eram chamadas de: 
a) Aviamento 
b) Descimento 
c) Resgate 
d) Guerra Justas 
 
94. Assinale a única alternativa que não foi fator preponderante para o domínio 
português na região amazônica: 
a) Coleta de drogas do sertão 
b) Ação missionária 
c) Busca de escravo indígena 
d) Expansão da fronteira pecuária 
e) Implantação de fortificações. 
 
95. As primeiras tentativas de estabelecimento de missões religiosas no Madeira 
couberam aos padres da ordem: 
a) de Nossa Senhora da Piedade. 
b) de Nossa Senhora das Mercês. 
c) de Santo Antônio. 
d) da Companhia de Jesus. 
e) da Ordem de São Francisco. 
 
96. Os Mura foram um dos povos que mais longamente reagiram ao processo de 
conquista português. Dentre as estratégias dos portugueses para dominar esse 
grupo está: 
a) a oferta de paz e respeito aos territórios dos Mura. 
b) a aliança com os Txapakura para dominar os Mura. 
c) o adiamento da colonização da região do Madeira. 
d) a aliança com os seus inimigos tribais, os Munduruku. 
 
97. O Mercantilismo previa o controle do comércio através de companhias 
privilegiadas. Uma delas, criada no século XVIII pelo Marques de Pombal para o 
Brasil, foi; 
a) Companhia de Comércio do Grão-pará e Maranhão; 
b) Companhia de Comércio do Estado do Maranhão; 
c) Companhia dos Vinhos do Alto Douro; 
d) Companhia de Comércio do Estado do Brasil; 
e) Companhia do Comércio do Estado do Brasil. 
 
98. A descoberta do ouro e a fixação da fronteira oeste do Brasil na margem 
direita do rio Guaporé levou Portugal a criar em 1748 a Capitania do Mato 
Grosso e Cuiabá, que teve como primeiro governador: 
a) Rolim de Moura. 
b) João Carlos D’Oeynhausen. 
c) João Pedro da Câmara. 
d) Caetano Pinto Miranda Montenegro. 
e) Luís de Albuquerque. 
 
99. Medida tomada pelo governo colonial em 1732 para facilitar a ocupação das 
áreas de mineração no Mato Grosso: 
a) doação de sesmarias no Vale do Madeira. 
b) guerra aos índios Payaguá. 
c) combate ao comércio de escra vos indígenas. 
d) cartas de alforria aos escravos que descobrissem novas lavras. 
 
61 
 
100. Qual dos fatores abaixo não explica a construção de Vila Bela no Guaporé. 
a) A necessidade de consolidação da posse portuguesa da região através da 
confirmação do princípio do uti possidetis. 
b) A abundância do ouro nas lavras do Guaporé. 
c) A necessidade de controle militar e guarda das fronteiras. 
d) O extrativismo da borracha. 
e) A necessidade de impedir a ameaça da expansão espanhola na margem oriental 
do rio Guaporé. 
 
101. Na região de mineração do Mato Grosso pode-se afirmar que: 
a) a mão-de-obra indígena substituiu plenamente a do negro. 
b) a mão-de-obra do negro substituiu plenamente a do índio. 
c) tanto o negro como com o índio foram foram utilizados como mão-de-obra 
simultaneamente 
d) predominava o trabalho do colono livre. 
 
102. A partir de 1750 com os tratados de limites, fixou-se a área territorial 
brasileira, com pequenas diferenças em relação à configuração atual. A expansão 
geográfica havia rompido os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas. No 
período colonial, os fatores que mais contribuíram para a referida expansão 
foram: 
a) criação de gado no vale do São Francisco e desenvolvimento de uma sólida 
rede urbana. 
b) apresamento do indígena e Constante procura de riquezas minerais. 
c) cultivo de cana-de-açúcar e expansão da pecuária no Nordeste. 
d) ação dos donatários das capitanias hereditárias e Guerra dos Emboabas. 
e) incremento da cultura do algodão e penetração dos Jesuítas no Maranhão. 
 
103. O princípio do uti possidetis de facto, que norteou o Tratado de Madri, 
significava: 
a) que os territórios coloniais poderiam ser vendidos ou repartidos entre as 
potências. 
b) garantir aos contratantes os territórios já ocupados por seus colonos. 
c) dividir o território com base nos tratados anteriores. 
d) garantir o direito legal dos contratantes aos seus territórios. 
 
104. O primeiro Capitão-General da capitania do Mato Grosso foi: 
a) D. José de Albuquerque Meio Pereira e Cáceres. 
b) D. Antônio Rolim de Moura. 
c) D. Ricardo Franco de Almeida Serra. 
d) D. Francisco de Meio Palheta. 
e) D. Esperidião Marques. 
 
105. A política de atração de colonos para a fronteira guaporeana visava melhor 
garantir aquela fronteira. Dentre os elementos dessa política podemos assinalar 
a) um bem montado plano de colonização para o setor agropecuário. 
b) Incentivos fiscais e perdão de dívidas e crimes àqueles que optassem por fixar-
se na região. 
c) o financiamento do estado à colonização. 
d) o investimento substancial na migração de elementos metropolitanos para a 
região. 
 
106. Marque V ou F: 
( ) As camadas populares livres não foram aproveitadas pelo regime colonial no 
Guaporé. 
( ) Os donos de lavras e mineiros formavam a base da sociedade local. 
( ) O trabalho escravo indígena foi muito utilizado no Guaporé colonial. 
( ) A comutação das penas e o perdão dos comes foram Instrumentos utilizados 
pelo poder colonial para garantir o povoamento do Guaporé colonial. 
 
107. A insegurança de Portugal e Espanha quanto à manutenção de seus território 
os resultou em iniciativas de defesa fronteiriça, entre elas, uma no Guaporé 
próximo à barra do Mamoré estabelecida por ordem de Rolim de Moura. foi 
denominada: 
a) Forte do Presépio. 
b) Forte Príncipe da Beira. 
c) Guarda de Santa Rosa Velha 
d) Guarda de São Simão. 
 
108. A construção do Forte Príncipe da Beira fazia parte de um amplo projeto de 
defesa de fronteiras elaborado pelo ministro português: 
a) Marquês de Pombal. 
b) Luiz Meio Pereira e Cáceres. 
c) Souza Coutinho. 
d) Almeida Serra. 
e) Domingos Sambucetti. 
62 
 
 
109. Para construir o Real Forte Príncipe da Beira, o governo português contou: 
a) com mão-de-obra indígena local. 
b) com recursos vindos do Nordeste açucareiro. 
c) com o auxílio espanhol. 
d) com os recursos do tesouro e da população, que colaborou fornecendo 
trabalhadores, gêneros e pagando tributos extraordinários 
 
110. O Real Forte Príncipe da Beira foi construído durante o governo do Capitão-
General 
a) António Rolim de Moura. 
b) Luiz de Souza Coutinho. 
c) Luiz de Albuquerque de Meio Pereira e Cáceres. 
d) João Pedro da Câmara. 
 
111. Sobre o Forte Príncipe da Beira é incorreto afirmar que: 
a) foi construído entre 1776 e 1783, durante o governo de Luís de Albuquerque 
de Mello Pereira e Cárceres obedecendo a planta traçada pelo engenheiro 
italiano Domingos Sambucetti. 
b) destinava-se a consolidar a posse territorial portuguesa e garantir a segurança 
da navegação pelo Guaporé. 
c) manteve-se ativo durante todo o século XIX como importante destacamento 
militar do Império e da República Velha com notável atuação na Guerra do 
Paraguai. 
d) ao seu redor surgiu o povoado que chegou a contar com aproximadamente 
oitocentos habitantes e que era destinado a produzir complementação alimentar 
para o Forte e a fixar um núcleo colonial na região. 
e) o Forte foi abandonado pelos militares no século XIX quando a região do 
Guaporé entrou em decadência. 
 
112. Contribuiu para a decadência da região guaporeana: 
a) o cicio da mineração 
b) o ciclo da borracha. 
c) o ciclo das drogas do sertão. 
d) a insalubridade ambiental. 
e) a abolição da escravidão. 
 
113. São rios do Oeste Amazônico explorado por seringueiros nordestinos: 
a) Purus,Xingu e Tocantins. 
b) Tapajós, Nhamundá e Negro 
c) Juruá, Purus e Pardo 
d) Purus, Juruá e Madeira. 
 
114. Não faz parte da economia amazônica durante a segunda metade do século 
princípios do século XIX: 
a) a extração do látex 
b) o controle da produção pelo capital estrangeiro. 
c) a submissão dos seringueiros ao barracão. 
d) o cultivo sistematizado das seringueiras 
 
115. Na segunda metade do século XIX Inicia a crescer a produção de borracha 
que a par das demais atividades econômicas da região utilizava naquele 
momento, predominantemente: 
a) o trabalho de migrante europeu e nordestino. 
b) a mão-de-obra escrava negra, liberta apenas em 1888. 
c) a mão-de-obra indígena. 
d) o trabalho do migrante nordestino. 
 
116. Que fator propiciou o abundante abastecimento de mão-de-obra não 
indígena para a Amazônia: 
a) o recrutamento de trabalhadores no noroeste boliviano. 
b) a vinda de enorme contingente de trabalhadores europeus. 
c) a grande migração nordestina a partir de 1879. 
d) a compra de escravos negros. 
 
117. Fato que motivou Luiz Galvez, a declarar a independência do Acre, na 
chamada, Primeira Revolução do Acre, foi: 
a) o contrato de arrendamento com a Bolivian Syndicate. 
b) a minuta de acordo diplomático entre Bolívia e Estados Unidos com ajuda 
destes, dando apoio militar à Bolívia. 
c) o desinteresse do Brasil pela região Acreana. 
d) a total ausência de Tratados de Limites na região. 
 
118. Em 1903 o Brasil assinou, conjuntamente com a Bolívia o Tratado de 
Permuta de Territórios e outras compensações pela qual se definiu o limite entre 
os dois países e foram acertados outros assuntos bilaterais, além de se ter 
63 
 
Incorporado ao Brasil o Território do Acre. Marque o nome pelo qual ficou 
conhecido esse documento: 
a) Tratado de Madri 
b) Tratado de Petrópolis 
c) Tratado de Ayacucho 
d) Tratado de Santo Idefonso 
 
119. No fina! do século XIX e início do século XX, o governo brasileiro 
desenvolveu no atual Estado de Rondônia, projetos de incentivo ao comércio 
Internacional da borracha e de outros produtos. Nesse contexto, destacou-se a 
importante e polêmica construção: 
a) Forte Príncipe da Beira, para combater os bolivianos. 
b) Ferrovia Madara-Mamoré, conhecida como Ferrovia do Diabo. 
c) Linhas Telegráficas de Rondon, ligando o Rio de Janeiro à Porto Velho. 
d) Forte do Guaporé para conter ataque bolivianos. 
 
120. Marque V ou F: 
( ) O primeiro superintendente de Porto Velho foi o Major Fernando Guapindaia 
que tornou posse em 1915 entrando em atritos com a administração da 
EFMM. 
( ) Os atritos entre a Intendência Municipal de Porto Velho e administração da 
EFMM relacionam-se a questões surgidas com a entrada do Brasil na 
Primeira Grande Guerra. 
( ) A divisão do Município de Porto Velho em duas partes distintas, 
administradas pela municipalidade e pela diretoria EFMM permitiu a criação 
de uma cidade moderna, plenamente dotada de infraestrutura e 
administrativamente democrática. 
 
121. No Inicio do século XX, o governo brasileiro expressando anseios de 
modernidade, providenciou a construção de linhas telegráficas do Mato-Grosso 
ao Amazonas, acreditando que estaria garantindo a chegada do progresso e da 
civilização, mesmo tempo em que seria rompidos “vazios demográficos”. Para 
tanto, foi: 
a) promovida a catequese das etnias indígenas. 
b) assinado o Tratado de Petrópolis. 
c) construída a Estrada de Ferro Madeira Mamoré 
d) criada a Comissão Rondon. 
 
122. A criação do Território Federal do 
Guaporé e a intervenção na Estrada de Ferro Madeira-Mamo refletem a política 
intervencionista e integrada de: 
a) Washington Luiz 
b) Getúlio Vargas 
c) Castelo Branco 
d) Fernando Henrique 
 
123. Foram conseqüências imediatas do Segundo Ciclo da Borracha, exceto: 
a) Criação do Banco da Borracha 
b) Aumento crescente da produção de borracha 
c) Expansão dos centros urbanos (Manaus e Belém) 
d) Abertura de frentes pioneiras com incremento à agricultura na Amazônia 
Ocidental (Rondônia). 
 
124. Sobre os trabalhos realizados pela Comissão Rondon podemos afirmar que: 
a) a natureza braçal dos trabalhos requeria organização militar e numerosa mão-
de-obra disponível. 
b) o contingente era composto por militares e civis que trabalhavam em 3 linhas 
distintas. 
c) durante a construção da linha telegráfica os trabalhadores foram atacados por 
uma epidemia de febre amarela, que foi combatida pelo Doutor Joaquim 
Tanajura. 
d) dentre os trabalhos realizados identificamos a abertura das picadas nas seivas 
do Madeira que permitiram a construção da EFMM. 
e) os trabalhos das frentes da Linha Telegráfica foram realizados também por 
condenados da revolta da Chibata que foram transportados para o Vale do 
Madeira pelo navio Satélite. 
 
125. O atual Estado de Rondônia foi constituído por Áreas desmembradas dos 
Estados: 
a) Acre e Mato-Grosso 
b) Mato-Grosso e Tocantins 
c) Amazonas e Tocantins 
d) Mato-Grosso e Amazonas 
 
126. Durante a abertura da rodovia BR 364 era Presidente da República: 
a) Juscelino Kubitschek b) Jânio Quadros 
64 
 
c) João Figueiredo d) Eurico Gaspar Dutra 
 
127. Foi o último governador do Território Federal de Rondônia e primeiro 
governador do Estado de Rondônia: 
a) Osvaldo Piana. b) Jerônimo Santana. 
c) Jorge Teixeira. d) Valdir Raupp 
 
128. Sobre os garimpos de cassiterita do Território Federal de Rondônia podemos 
afirmar que: 
a) promoveram um considerável surto migratório para o eixo da BR-364 que foi 
responsável pelo aparecimento de cidades como Espigão do Oeste e Cacoal. 
b) estimulará a abertura da BR-364. 
c) Estimulou a reativação da EFMM. 
d)Foram realizados de forma mecanizada até 1970 quando o governo federal 
através de um decreto lei criou os garimpos manuais. 
d) a proibição do garimpo manual reforçou presença de grupos multinacionais 
que atuaram na exploração da cassiterita do Território Federal de Rondônia. 
e) a demarcação das terras indígenas pela FUNAI impediu a entrada de 
garimpeiros em áreas de Reservas indigenistas preservando os grupos 
indígenas de Rondônia. 
 
129. A exploração do minério de_________utilizado na fabricação de latas, teve 
início na década de 60, contribuindo para a ocupação do Estado de 
______________, cuja população aumentou significativamente partir de 1970, 
sendo considerado o Estado que mais cresceu demograficamente Região 
Amazônica nos últimos 30 anos. 
Assinale a seqüência de palavras que preenche corretamente as lacunas: 
a) estanho - Amazonas 
b) bauxita - Pará 
c) estanho - Rondônia 
d) cobre – Amazonas 
 
130. Após a abertura da BR-364 um fluxo de migrantes passou a dirigir-se para a 
região adjacente ao percurso da antiga linha Telegráfica construída pela 
Comissão Rondon, esses migrantes estavam à procura de: 
a) empregos nos grandes empreendimentos agro-industriais da região. 
b) terras para o estabelecimento de peque- nas e médias propriedades agrícolas. 
c) ocupação nos setores secundários da economia. 
d) terras griladas. 
 
131. Dentre as conseqüências de abertura da BR-364, podemos citar: 
a) o incremento das atividades ferroviárias da EFMM.O processo de colonização 
a partir dos garimpos de ouro, localizados.ao longo da BR-364, durante as 
décadas de 1960 e 1970. 
b) ó processo de colonização agrária que trouxe para o. eixo da BR-364, 
imigrantes predominantemente sulistas responsáveis pela fundação de 
municípios como Cacoal e Presidente Médici. 
c) o incremento da colonização ao longo do eixo Guaporé, Madeira e Mamoré 
cortado pela BR-364. 
d) o desenvolvimento de um notável parque industrial nas cidades surgidas ao 
longo da BR, a partir da facilidade de ligação entre Rondônia e o restante do 
país. 
 
132. No último quartel do século XIX, milhares de seringueiros brasileiros 
ocupam ilegalmenteO território boliviano do Acre, ocasionando tensos conflitos 
fronteiriços. Na tentativa de consolidar a presença dos Seringueiros na região, é 
deflagrada uma rebelião, que culmina com a formação da República do Acre, em 
14 de julho de 1889. o líder da referida rebelião, autoproclamado “Imperador da 
República do Acre”, foi: 
a) José Carvalho 
b) Pedro Teixeira 
c) Luiz Galvez 
d) Plácido de Castro 
e) Frederico Hoepken 
 
133. Nas primeiras décadas do século XVIII, os portugueses incentivam os 
padres Jesuítas no trabalho de catequização das tribos indígenas ao longo do rio 
Madeira, contando com a colaboração técnica do sargento-mor Francisco Palheta, 
que executa o trabalho de reconhecimento do referido rio. Em 1734, com a 
descoberta de ouro nos afluentes do rio Guaporé, a Coroa Portuguesa funda uma 
nova capitania denominada: 
a) Mato Grosso b) Amazonas c) Grão-Pará 
d) Maranhão e) Goiás 
 
134. Em 1647 partiu de São Paulo uma importante bandeira apresadora e 
prospectora, que percorreu os rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas. Essa 
65 
 
bandeira pioneira. conhecida como Grande Bandeira de Limites, constituiu um 
importante marco da presença portuguesa na região. 
A bandeira em questão foi liderada por: 
a) Diogo Borba Gato 
b) Manoel Nunes Viana 
c) Domingos Jorge Velho 
d) Antônio Raposo Tavares 
e) Mauricio de Albuquerque 
 
135. Em 1867, Brasil e Bolívia assinaram tratados que definiam a livre 
navegação nos rios da Amazônia e asseguravam as nações estrangeiras o domínio 
dos seringais amazônicos, Este tratado foi o de: 
a) Petrópolis b) Madri c) Utrecht 
d) Ayacucho e) Palmas 
 
136. A construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, partindo de Santo 
Antônio até Guajará-Mirim, em terras sob a jurisdição do Estado d Mato Grosso, 
ocorreu como conseqüência de que Tratado: 
a) Tratado de Madri. 
b) Tratado de Versalhes 
c) Tratado de Petrópolis. 
d) Tratado de Mcthuen. 
e) Tratado da Otan. 
 
137. Em janeiro de 1990, o Presidente da República do Brassil, cedendo não 
somente a pressões de setores e grupos organizados da sociedade nacional e 
internacional, mas fundamentalmente, às reivindicações e lutas históricas dos 
trabalhadores rurais pela permanência na floresta, criou a Primeira Reserva 
Extrativista no Estado do Acre, com uma área aproximada de 506.186 hectares. 
Onde se localiza essa reserva? 
a) Alto ( rio ) Acre. b) Rio Purus c) Serra do Moa 
d) Rio Abunã. e) Alto ( rio ) Juruá 
 
138. A reserva Chico Mendes, é uma homenagem ao seringueiro ecologista e 
líder sindical. Ele fico conhecido internacionalmente e ganhou vários prêmios por 
seu trabalho em defesa da Amazônia, o que acabou por levá-lo a morte, em 
dezembro de 1988, assassinado por fazendeiros que viam nele uma ameaça aos 
seus interesses. Em qual dos Estados abaixo situa-se essa reserva extrativista: 
a) Roraima b) Tocantins c) Rondônia 
d) Acre e) Amapá 
 
139. A BR-364 iniciada em 1960 e concluída em 1964, facilitou a migração, 
integrando Rondônia ao desenvolvimento nacional. Ao longo da BR-364 foram 
formando núcleos de povoamento e projetos de assentamento agrícola. Nesse 
período foi criado um órgão responsável por esses projetos de assentamento 
agrícola. O órgãos responsável era: 
a) ITERON b) INCRA c) EMBRAPA 
d) Secretaria da Agricultura 
 
140. Em 1977, foram criados 5 municípios ao longo da BR-364. Dentre eles não 
podemos citar. 
a) Cacoal. b) Vilhena. c) Pimenta Bueno. 
d) Ariquemes. e)Jacy-Paraná. 
 
141. Quando o Território foi elevado à categoria de Estado ocupava a presidência 
da República: 
a) Jorge Teixeira de Oliveira 
b) Juscelino Kubitschek 
c) João Figueiredo 
d) Mário Andreazza 
 
142. Em 22 de dezembro de 1981 foi aprovado Lei Complementar n° 41, criando 
o Estado Rondônia, tendo como primeiro governador nomeado: 
a) Jônatha Pedrosa b) Jerônimo Santana 
c) Aluízio Pinheiro d) Jorge Teixeira 
 
143. Os garimpos de ouro do Rio Madeira demonstram claros sinais de exaustão 
a partir de: 
a) meados da década de 60. 
b) inicio da década de 70. 
c) meados dos anos 90. 
d) meados dos anos de 80. 
 
 
 
 
66 
 
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