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Reações Orgânicas Conceitos fundamentais Tipos de cisão ✿ O tipo de quebra de ligação em que dois átomos sofrem nos mostram os tipos de partículas que nós temos para reagir com o composto orgânico ✿ Podem ser: ↠ Homolíticas (homólises): Radicais livres são formados ↠ Heterolíticas (heterólises): Cátions e ânions são formados OBS: Radicais → Espécies com número ímpar de elétrons e extremamente reativas ✿ As homólises são favorecidas na presença de luz e/ou calor (250-400°C) ✿ Utilizaremos homólise nas reações de substituição em alcanos ✿ A formação de carbocátions se dá por duas maneiras: ↠ Por diferença de eletronegatividade: Pode ser reversível ↠ Pela adição de uma espécie positiva a um composto orgânico insaturado: Nucleófilo ou eletrófilo ✿ Nucleófilos: ↠ Espécies que possuem afinidade por cargas positivas ↠ No geral, são carregadas negativamente (carbânion) ↠ Possuem par de elétrons não ligante no átomo central (base de Lewis) ✿ Eletrófilos: ↠ Espécies que possuem afinidade por cargas negativas ↠ No geral, são carregadas positivamente (carbocátion ou hidrônio (H+)) ou possuem orbitais vazios para receber elétrons ↠ De forma genérica, consideramos os ácidos de Lewis substâncias eletrófilas OBS: Radicais livres são considerados eletrófilos, pois precisam de elétrons para atingir a estabilidade Mecanismos de reação Mecanismo de adição/substituição eletrofílico ✿ Primeiro um eletrófilo é adicionado Mecanismo de adição/substituição nucleofílico ✿ Primeiro um nucleófilo é adicionado Reações de adição Adição em alcenos ✿ Possuem uma ligação pi → Um ponto de quebra ✿ Esta ligação é fora do plano e concede aos alcenos um pseudo-polaridade ✿ Adição à dupla ligação ✿ Saturação de hidrocarbonetos HIDROGENAÇÃO ✿ Não ocorre sem a presença de catalisador metálico ✿ As ligações de H2 serão rompidas por homólise quando o gás hidrogênio está adsorvido a superfície do metal ✿ Muito comuns para fazer gordura hidrogenada → Parte-se de um óleo (triglicerídeo de cadeia insaturada) e faz-se o processo de hidrogenação catalítica ✿ Catalisadores comuns para esta reação: Níquel, Paládio e Platina ALCENO + H2 → ALCANO HALOGENAÇÃO ✿ A ligação pi do alceno consegue polarizar o halogênio (geralmente Cl2 e Br2) → Surgem cargas positivas e negativas na estrutura ✿ A primeira parte adicionada é o eletrófilo → Reações em alcenos são eletrofílicas ✿ Adição à dupla ligação ✿ Saturação de hidrocarbonetos ✿ Produz dialetos vicinais → 2 átomos X em carbonos vizinhos (X = F, Cl, Br, I) OBS: Regra de Markovnikov ✿ Quando temos a adição de um componente assimétrico, existe um carbono de preferência para entrada do hidrogênio (eletrófilo) ✿ O hidrogênio sempre será adicionado no carbono da pi que gere o carbocátion mais estável ✿ O hidrogênio vai para o carbono mais hidrogenado ✿ Em caso de empate, olhar para o vizinho HIDROALOGENAÇÃO ✿ O HX que irá entrar na estrutura já possui seus polos definidos pela diferença de eletronegatividade existente na ligação → H+ e X- ✿ O produto majoritário leva sempre o hidrogênio no carbono mais hidrogenado ✿ Adição à dupla ligação ✿ Saturação de hidrocarbonetos ✿ Obtenção de monoaletos OBS: Efeito Karasch (Anti-Markovnikov) ✿ Ocorre com HBr na presença de peróxido ✿ Podem ser peróxidos orgânicos ou peróxidos de hidrogênio ✿ O hidrogênio do HBr vai para o carbono menos hidrogenado HIDRATAÇÃO ✿ Não ocorre sem a presença do catalisador H+ → Este irá iniciar a reação ✿ Nas respostas de vestibular, basta considerar a regra de Markovnikov e adicionar o H+ no carbono mais hidrogenado ✿ Adição à dupla ligação ✿ Saturação de hidrocarbonetos ✿ Catalisada por ácido ✿ Solução diluída de ácido sulfúrico ou ácido fosfórico ALCENO + HOH → ÁLCOOL Adição em alcinos ✿ Semelhante à adição em alcenos ✿ Poderá ser parcial ou total HIDROGENAÇÃO ✿ Os alcinos podem sofrer reação parcial, indo a alcenos, ou podem sofrer reação total, indo a alcanos ✿ As condições reacionais são as mesmas da hidrogenação em alcenos → Porém muda a proporção de reagente HALOGENAÇÃO ✿ Também podem sofrer reação parcial ✿ As condições reacionais são as mesmas da halogenação em alcenos → Porém muda a proporção de reagente ✿ ATENÇÃO!! Os produtos de reação parcial podem gerar discussões sobre isomeria geométrica HIDROALOGENAÇÃO ✿ Pode ser total ou parcial ✿ Os produtos de reação irão depender da proporção do reagente inorgânico estiver no meio ✿ Essa reação, assim como a hidroalogenação para alcenos, segue a regra de Markovnikov HIDRATAÇÃO ✿ Gera sempre compostos carbonílicos → Tautomeria da reação de hidratação parcial ✿ Caso ocorra hidratação total, a formação do composto carbonílico se dá pela desidratação de álcoois geminados, formando compostos carbonílicos ✿ Atente-se para o fato que esta segunda reação na prática não acontece, pois, a primeira hidratação converte o composto para aldeído ou cetona Adição em dienos ✿ Mais importante: Em dienos conjugados → Sofrem ressonância e rearranjam a ligação pi na estrutura ✿ Adição à dupla ligação conjugada → Separadas por uma única ligação simples ✿ Reagente “em falta”: Adição 1,2 ✿ Adição 1,4: Mais estável HIDROGENAÇÃO ✿ Pode ser total ou parcial ✿ As condições reacionais são iguais (Catalisador metálico: Ni, Pt e Pd) HIDROALOGENAÇÃO ✿ Por conta da ressonância, há a possibilidade de formação de dois produtos isômeros → Adição 1,2 e adição 1,4 ✿ O produto majoritário é o da adição 1,4 → A estrutura de ressonância aparece nesta configuração por mais tempo HIDRATAÇÃO ✿ Ocorre nas mesmas condições vistas acima Adição em compostos cíclicos ✿ Para ocorrer reação de adição em compostos cíclicos, as ligações do anel precisam estar tensionadas → Tensão do anel de Bayer ✿ Ou seja, estão em um ângulo menor do que da hibridação Adição em carbonilados ✿ Compostos carbonilados geralmente fazem esse caminho de reação por conta da sua polarização dos grupos carbonílicos Adição de HCN ✿ A reação de um aldeído ou uma cetona com cianeto de sódio leva a formação de cianohidrinas ✿ O átomo de carbono age como nucleófilo atacando a carbonila, levando ao rompimento da ligação C=O e a formação de um intermediário ✿ Após o ataque do cianeto, ocorre a formação do produto de adição → Cianohidrina Reação de Grignard ✿ Os compostos de grignard possuem a capacidade de formar um carbânion nucleófilo que ataca o carbono da carbonila ✿ Esta reação é seguida de uma hidrólise → O produto é um álcool e o subproduto é um sal hidroxilado inorgânico de magnésio ✿ Possuem fórmula geral: R - MgX X = Cl, Br ou I ✿ As principais reações são: ↠ METANAL + R - MgX → ÁLCOOL PRIMÁRIO + MgOHX (sal básico de magnésio) ↠ OUTRO ALDEÍDO + R - MgX → ÁLCOOL 2º + MgOHX ↠ CETONA + R - MgX → ÁLCOOL 3º + MgOHX ✿ Inverso: Retrossíntese Reações de eliminação Desidrogenação ✿ É possível converter gorduras saturadas em insaturadas, álcoois em cetonas ou aldeídos (oxidação), alcanos em alcenos, aminas em nitrilas Desalogenação ✿ As reações mais comuns serão o tratamento desses haletos com zinco metálico ✿ O zinco cede elétrons para os átomos de Bromo, rompendo homoliticamente a ligação C-Br e formando uma insaturação ✿ Estes haletos podem ser não-vicinais ✿ O tratamento com o zinco metálico gera composto alicíclico OBS: Síntese de Wurtz ✿ Promove a formação de alcanos a partir da reação química entre haletos orgânicos e o sódio metálico ✿ O sódio cede elétrons para o halogênio, forma o composto iônico, e as valências que são abertas no substrato orgânico são juntadas Desidratação de álcoois ✿ Para acontecer, é necessário um poderoso agente desidratante no meio - H2SO4 ✿ O que distinguirá o produto de eliminação intramolecular do produto intermolecular será a temperatura em que a reação se processa ✿ Intramolecular: É necessário que o meio reacional esteja em uma temperatura de mais ou menos 170°C (ou maior) → Segue a regra de Zaitsev ✿Intermolecular: O meio reacional precisa ter a presença de ácido sulfúrico, porém em temperatura menor - 140°C ✿ Caso tenhamos uma mistura de álcoois, os produtos serão as possibilidades de combinação → A proporção formada de produto é bem parecida uma com a outra OBS: Regra de Zaitsev ✿ Na reação de desidratação de álcoois com ácido sulfúrico, o hidrogênio é preferencialmente eliminado do carbono mais pobre em hidrogênio Desidrohalogenação ✿ A regra de Zaitsev se aplica ✿ Neste tipo de reação, devemos ter cuidado em observar o meio reacional → Um detalhe pode fazer com que o produto de substituição seja prioritário frente ao produto de eliminação ✿ O meio reacional para que o produto de eliminação seja majoritário precisa ser alcoólico ✿ Se o meio for aquoso, o produto de substituição será prioritário Desidratação de ácido carboxílico ✿ Ácidos se desidratam quando são aquecidos na presença de agentes desidratantes como P2O5, H3PO4 e H2SO4 ✿ Formação de anidridos: ↠ Pode ocorrer para apenas um reagente ou para uma mistura de reagentes ↠ Caso aconteça o caso da mistura de reagentes, todos os produtos possíveis serão formados mais ou menos na mesma proporção → A combinação dos ácidos está relacionada com choques efetivos OBS: Anidridos são espécies mais reativas que ácidos carboxílicos Geralmente são produzidos in situ logo para reagir ✿ Formação de anidridos cíclicos: Ácidos carboxílicos desidratam com maior facilidade e ciclizam ao perder a água Desidratação do ácido fórmico Desidratação do ácido oxálico Reações de substituição Substituição em alcanos ✿ Compostos apolares → Pouco reativos ✿ Sofrerão reação em condições bastante energéticas HALOGENAÇÃO ✿ Ocorre através da homólise do halogênio ser adicionado ✿ As condições que favorecem a homólise é a presença de luz ou calor ✿ A facilidade de saída do hidrogênio é sempre do carbono terciário ao primário → Isso ocorre devido aos efeitos eletrônicos que “amenizam” a reatividade daquele radical ✿ A reação com o flúor é pouco útil, pois o flúor é muito reativo, caro e corrosivo ✿ Com iodo também é pouco útil, pois a reação é muito lenta ✿ Estas substituições podem ser sucessivas ✿ Mecanismo: Substituição eletrofílica ✿ A monohalogenação de alcanos com mais de 2 carbonos forma uma mistura de compostos NITRAÇÃO ✿ Substituição de um ou mais átomos de hidrogênio de um alcano por grupo nitro (NO2) ✿ Realizada na presença de ácido nítrico, a quente e na presença de ácido sulfúrico ✿ A mononitração de alcanos com mais de 2 carbonos forma uma mistura de compostos SULFONAÇÃO ✿ Reações realizadas com o intuito de inserir um grupo SO3H na estrutura ✿ Um dos produtos desta reação é a água ✿ O meio reacional é tão violento que só acontece para alcanos com 6 ou mais carbonos → Os alcanos mais simples são destruídos numa redox violenta Substituição em compostos halogenados ✿ Os haletos orgânicos sofrem hidrólise alcalina → Sofrem quebra na presença de uma solução aquosa de base forte e formam álcoois ✿ A facilidade com que a reação de substituição de haletos orgânicos ocorre depende do caráter que o carbono ligado ao haleto orgânico adquire em cada composto → A facilidade é maior em haleto de carbono terciário, depois em secundário e por último em carbono primário ✿ Como nesta reação estamos trocando partes negativas da molécula, estamos tratando de substituições nucleofílicas Substituição em aromáticos ✿ Em um núcleo aromático, será substituído o átomo de qualquer carbono indiferentemente → Todos têm o mesmo caráter parcial ✿ O benzeno é um hidrocarboneto bastante estável e as substituições nos anéis aromáticos só são possíveis por conta dos catalisadores HALOGENAÇÃO ✿ Catalisador: Cloreto de ferro III/ cloreto de alumínio/ ferro metálico → Atuam como ácido de Lewis e promovem a heterólise de Cl - Cl em Cl+ e Cl+ ✿ Nesta reação formam-se halogenados aromáticos ALQUILAÇÃO DE FRIEDEL CRAFTS ✿ Substituição de um átomo de hidrogênio do anel aromático por um grupo alquila ✿ Ocorre quando um aromático reage com haletos de alquila sob aquecimento (360°C) e na presença de um catalisador como o AlCl3 → Faz papel de ácido de Lewis e promove a heterólise da ligação Cl - CH3 ✿ Esta reação produz hidrocarbonetos aromáticos homólogos do benzeno ACILAÇÃO ✿ Substituição de um átomo de hidrogênio do anel aromático por um grupo acila ✿ Ocorre nas mesmas condições da alquilação → Na presença de um ácido de Lewis como catalisador para promover a cisão heterolítica do halogeneto de acila ✿ Produto: Cetonas aromáticas SULFONAÇÃO ✿ Substituição de um átomo de hidrogênio do anel aromático por um grupo sulfônico - SO3H ✿ Ocorre na presença de ácido sulfúrico fumegante → Gás trióxido de enxofre dissolvido e ligeiro aquecimento ✿ Formam-se os ácidos sulfônicos aromáticos → Precursores de tensoativos aniônicos sulfonados OBS: O grupo sulfônico pode aparecer na forma condensada NITRAÇÃO ✿ Substituição de um hidrogênio do benzeno por um grupo nitro, utilizando uma mistura sulfonítrica (ácido sulfúrico + ácido nítrico) concentrada e a quente ✿ O ácido nítrico atua como reagente (agente nitrante) e o ácido sulfúrico é o catalisador (agente desidratante) OBS: O grupo nitro pode ser representado na forma condensada Substituição em compostos substituídos ✿ A segunda substituição (substituição em compostos já substituídos) será orientada pelo substituinte (ou grupo funcional) que se encontra ligado ao grupo aromático ✿ Estas orientações podem ocorrer de duas maneiras: ORTO E PARA ORIENTADORES ✿ Os grupos orto e para dirigentes ou de primeira classe são grupos ativantes → Ativam a próxima substituição nas posições orto e para e deixam a cinética da substituição um pouco melhor META ORIENTADORES ✿ Meta dirigentes ou de segunda classe ✿ Atuam como desativantes ✿ Deixam a cinética da reação prejudicada ✿ A entrada de um grupo meta orientador no benzeno dificulta a entrada de um segundo substituinte → O efeito mesomérico mostra que o carbono fica positivo nas posições orto e para ✿ A substituição só poderá se dar na posição meta → Não possui carga alguma apenas a polarização negativa Substituição em compostos homólogos do benzeno ✿ São aqueles de se diferenciam entre si apenas por um grupo CH2 ✿ Estes compostos podem sofrer reação do anel aromático ou na cadeia lateral (radical alquila) ligada ao núcleo aromático ✿ O que determina onde a substituição vai ocorrer são as condições em que a reação ocorre ✿ Substituição na cadeia lateral ocorrerá sempre que houver luz e calor no meio reacional ✿ Principais: