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Profa. Dra. Maria Teresa UNIDADE I Métodos Alternativos e Resolução de Conflitos: Negociação e Mediação Métodos Alternativos de Resolução de Conflitos (Marc) são meios complementares à jurisdição exercida pelo Poder Judiciário. São eles: Negociação, Conciliação, Mediação e Arbitragem. Mecanismos alternativos e consensuais de conflitos têm como objetivo ser instrumentos efetivos de pacificação social, solução e prevenção de litígios, para fins de reduzir a excessiva judicialização dos conflitos de interesses, a quantidade de recursos e de execução de sentenças. Teoria geral do conflito – Introdução Conselho Nacional de Justiça (CNJ) delibera, por meio de seu Pleno, a Resolução n. 125, de 29 de novembro de 2010, precursora da cultura de pacificação social, que dispõe sobre a Política Judiciária de tratamento adequado dos conflitos de interesses no âmbito do Poder Judiciário, por meio do oferecimento de mecanismos de solução de controvérsias, pela via consensual, como a mediação e a conciliação, bem como a prestação de atendimento e orientação ao cidadão (art. 1º e § único). Além da jurisdição, cabe ao Estado promover e difundir outras formas de solução dos conflitos, como os métodos de solução consensuais de conciliação e mediação e a solução por arbitragem (CPC, art. 3º, §§ 1º, 2º e 3º). Conselho Nacional de Justiça tem por função o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário; eficiência operacional, como o acesso ao sistema de Justiça e a responsabilidade social; zelar pela observância dos princípios relacionados à administração pública, como os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (CF, art. 37). Teoria geral do conflito – Cultura da pacificação e princípios (1/2) Essa política pública de tratamento adequado à natureza e à peculiaridade dos conflitos está fundamentada nos seguintes princípios constitucionais: Princípio do acesso à Justiça e pacificação social (CF, art. 5º, XXXV). Princípio da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III). Respeito ao direito de acesso à Justiça implica (CF, art. 5º, XXXV): no acesso à ordem jurídica justa e em soluções efetivas de conflitos com duração razoável do processo que tramita no Poder Judiciário. Teoria geral do conflito – Cultura da pacificação e princípios (2/2) Resolução n. 125/2010 do CNJ prevê a instalação dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejuscs), onde se realizam as sessões de conciliação e mediação, a cargo de conciliadores e mediadores capacitados, bem como atendimento e orientação ao cidadão. Desde então vem sofrendo alterações e atualizações. Código de Processo Civil (CPC) internaliza a “justiça consensual” na jurisdição e no processo judicial cível, introduzindo uma nova concepção de participação cooperativa entre os sujeitos processuais na condução do processo, o que inclui formas autocompositivas de conciliação e mediação, e confere maior ênfase à arbitragem (art. 3º e §§). CPC elevou a solução consensual de conflitos a um efetivo mecanismo de que pode se valer as partes, ao considerar os mediadores e conciliares como auxiliares da justiça (art. 165 e seguintes). Lei de Mediação (Lei n. 13.140, de 26 de junho de 2015), denominado Marco Legal da Mediação, regulamenta a mediação judicial e extrajudicial para a solução de conflitos entre particulares e entre particulares e a administração pública. Os sujeitos envolvidos na mediação podem ser pessoas físicas e jurídicas, públicas e privadas. Teoria geral do conflito – Legislação Conflito de interesses “quando a intensidade do interesse de uma pessoa por determinado bem se opõe à intensidade do interesse de outra pessoa pelo mesmo bem, donde a atitude de uma tende à exclusão de outra quanto a este”. (SANTOS, Moacir Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. Volume 1. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 26). Os conflitos dão origem a litígios, que são caracterizados “por serem um conflito de interesses em que a pretensão de um dos sujeitos se opõe à resistência do outro”. (SANTOS, Moacir Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. Volume 1. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 31). Litígios de diversas áreas do direito: direito de família, direito do trabalho, direito civil, direito consumerista, direito penal e outros. Qual é a causa do conflito? A mudança. Mudança de uma situação já existente que provoca algum tipo de transformação, modificação ou extinção do que existia antes, diante de aspirações e percepções divergentes e resistidas entre dois ou mais sujeitos. Exemplos de mudanças: casamento, divórcio, fusão de empresas, troca de chefia, falecimento, consumo, prestação de serviços, nova etapa de vida etc. Conflitos de Interesses: conceitos Métodos de Resolução de Conflitos Sistema de composição de conflitos Autotutela ou autodefesa Autocomposição Autocomposição unilateral Autocomposição bilateral Negociação Conciliação Mediação Heterocomposição Jurisdição Arbitragem Autocomposição consiste na solução direta entre os litigantes por meio de acordo firmado entre eles, isto é, o conflito é solucionado por ato das próprias partes, com ou sem a intervenção de um terceiro, mediante ajuste de vontades. Classificação da autocomposição em unilateral e bilateral. Exemplo de autocomposição unilateral: Renúncia ao direito em favor de outra. Desistência da ação após o ajuizamento da causa. Reconhecimento jurídico do pedido pelo réu, admitindo a procedência da pretensão deduzida pelo autor. Espécies de autocomposição bilateral: Negociação, conciliação e mediação. Exemplo de autocomposição bilateral: Transação: as partes fazem concessões recíprocas. Autocomposição Diferenças entre os métodos de resolução de conflitos (1/2) Autotutela ou autodefesa Autocomposição Heterocomposição As partes solucionam o conflito sem a intervenção de terceiro. As partes consensualmente solucionam o conflito sem ou com a intervenção de terceiro, conciliador ou mediador. Terceiro impõe a solução dos conflitos às partes, de observância obrigatória e definitiva. A parte mais forte impõe a solução à parte mais fraca. Não há ajuste de vontades. Solução direta entre os conflitantes através de acordo firmado entre eles, mediante ajuste de vontades. Solução do conflito por uma pessoa ou órgão acima das partes, que decide com força obrigatória e definitiva sobre os litigantes, que são submetidos à decisão. Diferenças entre os métodos de resolução de conflitos (2/2) Autotutela ou autodefesa Autocomposição Heterocomposição Mecanismo de solução de conflitos vedado por lei. Métodos utilizados são negociação, conciliação e mediação. Métodos utilizados são jurisdição e arbitragem. Não há participação de terceiro. Pode haver a intervenção de terceiro, conciliador ou mediador. Há obrigatoriamente a atuação de terceiro, juiz ou árbitro, que impõe a solução por meio do proferimento de decisão, definitiva e obrigatória. Exceções: legítima defesa, estado de necessidade e estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular, greve. Exemplo: acordo firmado pelo ajuste de vontades das partes conflitantes. Exemplos: sentença judicial ou sentença arbitral. Resolução n. 125/2010 do CNJ, marco legal de Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses no âmbito do Poder Judiciário, com base na qual a resolução consensual dos conflitos deve ser organizada e disseminada na sociedade civil a partir do próprio Poder Judiciário, permitindo a instalação de setores de conciliação e mediação junto aos Fóruns, denominados Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejuscs). A implementação e o funcionamento dos Cejuscs estão inseridos na Res. n. 125/2010 do CNJ, no CPC e na Lei de Mediação. Incumbe aos tribunais criar os Cejuscs, com observância às normas do CNJ, sem exclusão de outras formas de conciliação e mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais ou realizadas por intermédio de profissionais independentes, que poderão ser regulamentadas por lei específica. Cejuscs são instalados nos locais onde exista mais de um Juízo, Juizado ou Vara com competência para realizar audiências nas áreas cíveis e de família (CPC, art. 334). Resolução n. 125 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Cejuscs são unidades do Poder Judiciário responsáveis pela realização das sessões de conciliação e mediação pré-processuais e processuais, que estejam a cargo de conciliadores e mediadores e pelo atendimento e orientação ao cidadão (art. 8º). Acordos firmados no Cejusc devem ser submetidos à homologação judicial do Juiz Coordenador, com natureza jurídica de título executivo judicial, podendo fundamentar a execução em caso de descumprimento. São transacionáveis direitos disponíveis. Remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo CNJ, exceto para aqueles que se engajaram por concurso público (CPC, art. 169, § 1º). Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Centros ou Cejuscs) (Res. n. 125/2010 do CNJ) Administração e supervisão dos serviços de conciliadores e mediadores (Res. n. 125/2010, art. 9º) Um juiz coordenador. Um juiz adjunto, se necessário. Servidor(es). Sessão de conciliação e mediação: Conciliadores. Mediadores. Outros órgãos e instituições: Ministério Público, Defensoria Pública e OAB, por meio de seus procuradores e/ou advogados. Setores de solução de conflitos (Res. n. 125/2010, art. 10): Setor pré-processual: não há ação judicial. Setor processual: há ação judicial em andamento. Setor de serviços de cidadania: orientação jurídica e sobre conciliação, emissão de documentos, assistência social e psicológica etc. Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejuscs) – Estrutura, atuação e setores de solução de conflitos Fluxograma de tramitação da reclamação no setor pré-processual no Cejusc Fonte: Adaptado de: (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO. Núcleo de Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos. Centros Judiciários de Solução de Conflitos. Apostila de Procedimentos e Sistema SAJ. Disponível em <http://www.tjsp.jus.br/Download/Conciliacao/Nucleo/ApostilaCEJUSC-NPMCSC.pdf>. Acesso em: 5 mar. 2019) Fluxograma – Fluxo Pré-Processual Cejusc Interessado Cejusc Audiência Comparece pessoalmente ao Cejusc Expede o Termo de Ajuizamento Agenda a audiência de conciliação Visita ao Ministério Público Audiência não realizada Audiência de uma das partes ou de ambas Audiência realizada Presença das partes Solicita agendamento de audiência para tentativa de acordo Expede Carta Convite para cientificar a outra parte Houve acordo? Há menores/idosos envolvidos? Sentença homologatória Reclamação arquivada NÃO NÃO SIMSIM Solução de conflito com processo judicial em andamento. Distribuída a ação judicial, o juiz recebe a inicial. Designada a audiência de tentativa de conciliação ou mediação com antecedência mínima de 30 dias. Expedida a citação do réu, a qual deverá ser cumprida 20 dias antes da data da audiência (CPC, art. 334). Processo é encaminhado ao Cejusc, com a indicação do método de solução de conflitos a ser seguido, sendo o Setor o responsável pelo agendamento da audiência e sua realização. As partes são intimadas da data, hora e local da audiência de conciliação ou mediação pelo DJE, providência esta do Cartório da Vara de origem do processo judicial. Não será realizada conciliação ou mediação (CPC, art. 334, §§ 4º e 6º) se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual, bem como de todos os litisconsortes, e se não admitir a autocomposição. Cejusc – Setor de solução de conflitos processual (1/2) Obrigatória a presença de advogados e/ou defensores públicos. O não comparecimento injustificado das partes (autor ou réu) à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será imposta multa de até 2% da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado (CPC, art. 334, § 8º). Acordo firmado submetido à homologação judicial pelo Juiz Coordenador. Frustrado o acordo, dá-se o prosseguimento dos trâmites processuais normais. Poderá ocorrer mais de uma sessão de conciliação ou mediação, não podendo exceder a 2 meses da data da realização da primeira sessão (CPC, art. 334, § 2º). Após a realização da audiência, seja qual for o seu resultado, obtido ou não o acordo, o processo deve retornar à Vara de origem para deliberações. Cejusc – Setor de solução de conflitos processual (2/2) Fluxograma de tramitação da ação judicial no setor processual no Cejusc Fonte: Adaptado de: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO. Núcleo de Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos. Centros Judiciários de Solução de Conflitos. Apostila de Procedimentos e Sistema SAJ. Disponível em: http://www.tjsp.jus.br/Download/Conciliacao/Nucleo/ApostilaCEJUSC-NPMCSC.pdf. Acesso em: 5 mar. 2019. Fluxograma – Fluxo Processual Cejusc Cartório CartórioCejusc Cejusc Pedido de conciliação Agenda a audiência de conciliação Realiza a audiência de conciliação Devolve o processo ao Cartório COM ou SEM acordo Intima as partes por meio do Diário da Justiça Eletrônico - DJE Encaminha o processo ao Cejusc com antecedência de 2 dias da audiência Devolve o processo ao Cartório para intimação das partes Encaminha o processo ao Cejusc para a realização de audiência de conciliação No tocante aos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejuscs), assinale a alternativa correta abaixo: a) Os acordos firmados no setor de solução de conflitos pré-processual são homologados judicialmente e considerados títulos executivos judiciais. b) Os acordos firmados no setor de solução de conflitos processual são homologados judicialmente, considerados títulos executivos judiciais e imediatamente executados neste mesmo setor em caso de descumprimento. c) O setor de cidadania apenas presta serviços de assistência social e psicológica. d) Os Cejuscs são constituídos pelos setores de solução de conflitos pré-processual, de conflito processual e da cidadania, bem como do Juizado Especial, para o caso de não resultar acordo. e) Os acordos firmados no setor de solução de conflitos pré- processual são homologados judicialmente e considerados títulos executivos extrajudiciais. Interatividade No tocante aos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejuscs), assinale a alternativa correta abaixo: a) Os acordos firmados no setor de solução de conflitos pré-processual são homologados judicialmente e considerados títulos executivos judiciais. b) Os acordos firmados no setor de solução de conflitos processual são homologados judicialmente, considerados títulos executivos judiciais e imediatamente executados neste mesmo setor em caso de descumprimento. c) O setor de cidadania apenas presta serviços de assistência social e psicológica. d) Os Cejuscs são constituídos pelos setores de solução de conflitos pré-processual, de conflito processual e da cidadania, bem como do Juizado Especial, para o caso de não resultar acordo. e) Os acordos firmados no setor de solução de conflitos pré- processual são homologados judicialmente e considerados títulos executivos extrajudiciais. Resposta Negociação existe desde os tempos em que o homem passou a viver em sociedade e ocorre em todos os momentos de nossas vidas, fazendo parte da maioria de nossas decisões. Negociação “é o mecanismo de solução de conflitos com vistasà obtenção da autocomposição caracterizado pela conversa direta entre os envolvidos sem qualquer intervenção de terceiro como auxiliar ou facilitador. É uma atividade inerente à condição humana, pois o homem tem por hábito apresentar-se diante da outra pessoa envolvida sempre que possui interesse a ela ligado” (CALMON, Petrônio. Fundamentos da Mediação e da Conciliação. 3. ed. Brasília: Gazeta Jurídica, 2015, p. 105). A negociação é um processo bilateral e direto de resolução de impasses ou de controvérsias, no qual existe o objetivo de alcançar um acordo conjunto, através de concessões mútuas. Envolve a comunicação, o processo de tomada de decisão e a resolução extrajudicial de uma controvérsia. Negociação – Conceito Qual a semelhança entre a negociação e a conciliação/mediação? Método autocompositivo de solução de conflitos. Quais as diferenças entre a negociação e a conciliação/mediação? Conciliação e mediação são formas de autocomposição assistidas por um terceiro. Negociação é forma de autocomposição direta entre as partes. Características da negociação: Não há opositores ou adversários, e sim participantes. Negociar não é discutir, mas sim conversar objetivando a solução de um conflito. Procedimento bilateral, involuntário e informal. Capítulo introdutório ao estudo de qualquer outro mecanismo de solução de conflitos, pois as suas ferramentas e técnicas podem ser usadas por outras formas consensuais e adjudicatórias de solução de conflitos. Objetiva um acordo “ganha versus ganha”. Semelhança e diferenças entre negociação e conciliação/mediação e características da negociação Universidade de Harvard (EUA) foi a pioneira no desenvolvimento do método de negociação, por Roger Fisher, William Ury e Bruce Patton, e que tem como base quatro premissas: Pessoas Interesses Opções Critérios Método da Negociação Pessoas – Separar as pessoas envolvidas do problema: Separar as pessoas de suas emoções, que dificultam a comunicação com objetividade. Interesses – A comunicação deve se ater nos interesses das pessoas e não nas suas posições, indagando: Como chegar aos interesses? Técnica básica consistente em se colocar no lugar do outro e pensar em sua escolha (pergunte “por quê?”; “por que não?”) para reconhecer os interesses do outro como parte do problema, olhando para frente (futuro), e não somente para trás (passado). Método de Negociação de Harvard – Premissas (1/2) Opções – Criar várias possibilidades/várias alternativas para solução de conflito. Para criar opções criativas (brainstorming), é preciso: Separar o ato de inventar opções do ato de julgá-las; Ampliar as opções sobre a mesa, em vez de buscar uma resposta única; Buscar benefícios mútuos; Inventar meios de facilitar as decisões dos outros. (Coord. SALLES, Carlos Alberto de; LORENCINI, Marco Antônio Garcia Lopes; SILVA, Paulo Eduardo Alves da. Negociação, mediação, conciliação e arbitragem: curso de métodos adequados de solução de controvérsias. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020, p. 128). Critérios – Insistir em critérios objetivos: Debater sobre padrão razoável e critérios de solução objetiva, direta e racional, como o valor de mercado, a opinião especializada (técnica), os costumes, a lei, a eficiência, os custos, o precedente de um Tribunal, dentre outros. Método de Negociação de Harvard – Premissas (2/2) Quem pode negociar? O titular do bem negociado ou o seu preposto ou representante, devidamente autorizado para tanto. Abertura da negociação: Corresponde ao primeiro valor apresentado por uma das partes, em uma negociação. Valor limite: Valor mínimo e valor máximo que devem ser observados para fins de negociação. Posições: soluções pré-concebidas para se obter um determinado resultado, defendidas em uma negociação, como por exemplo: dinheiro, prazos, condições e garantias. Alternativa de proposta: Formular proposta nova (fora da mesa), caso a negociação entre em um impasse. Concessão: Compreende no ato ou efeito de ceder algo de sua opinião ou direito à outra parte. Negociação – Aspectos importantes Ser um bom ouvinte Escuta atenta e sem interrupções, facilita o entendimento da mensagem da outra pessoa e informações que poderão ser de valia no processo. Desenvolver um espírito negocial O ambiente precisa ser declaradamente de negociação, respeitando o interesse das partes e o consenso no processo, para que se possa alcançar o objetivo planejado. Planejamento Necessário dispender parte do tempo a estudar e entender as variáveis que possam vir a interferir na negociação, como recursos, prazos, metas, condições de pagamento etc. Almejar o melhor resultado Em busca de resultados com legitimidade, os objetivos deverão alcançar o ponto máximo de uma negociação. Ser paciente O negociador deve ter paciência, eis que muitas vezes são necessárias várias rodadas de negociação para a obtenção de um bom acordo. Técnicas de negociação: postura e habilidades do negociador (1/3) Visar à satisfação das partes A negociação deve resultar em um bom acordo para ambas as partes. As partes devem estar comprometidas na busca de um resultado altamente satisfatório. Ter cuidado com a primeira oferta Planejar bem as bases limites de uma negociação. Ser ético O negociador deve agir com correção e respeito, visando embates na certeza de lisura e resultados concretos. Trocar concessões Negociar é trocar concessões de um lado para o outro em busca de um acordo. Ser empático “Rapport” significa o estabelecimento de confiança, empatia e cooperação em qualquer tipo de relação humana. Técnicas de negociação: postura e habilidades do negociador (2/3) “Rapport”: palavra de origem francesa, que significa o estabelecimento de confiança, empatia e cooperação em qualquer tipo de relação humana. Técnica da programação neurolinguística (PNL) para obtenção da empatia e da confiança de alguém, sendo que também utiliza técnicas de espelhamento. Confiança se estabelece entre pessoas que se parecem. Na negociação, o negociador deve se fazer parecer com a outra pessoa, mostrando laços em comum, se colocando no lugar do outro. Qual é a razão da confiança? Empatia. “Rapport” utiliza técnica de espelhamento: busca obter empatia pela imitação física do comportamento do outro. “Rapport” (1/2) Elementos fundamentais para obtenção da empatia e confiança no “rapport”: Sorriso e otimismo. Chamar a pessoa pelo nome. Não interromper seu interlocutor, ouvindo com paciência e interesse. Não julgar e não falar mal de outros. Não fazer perguntas fechadas, com respostas “sim” ou “não”, mas perguntas abertas. Utilizar humor na hora e na medida certa. Tentar encontrar conexões e interesses comuns. A imitação deve ser sutil, elegante e discreta, como: Expressões corporais: gestos e movimentos. Volume, espécie e ritmo das palavras. Expressões faciais: concordar com a cabeça enquanto a pessoa fala. Respiração. “Rapport” (2/2) Considerando a classificação do sistema de composição de conflitos, qual método de resolução de conflitos é um processo bilateral e direto de solução de impasses ou de controvérsias, no qual existe o objetivo de alcançar um acordo conjunto, por meio de concessões mútuas, sem intervenção de terceiro como auxiliar ou facilitador? a) Autotutela ou autodefesa. b) Autocomposição, mediação e conciliação. c) Autocomposição, negociação. d) Heterocomposição, jurisdição. e) Heterocomposição, arbitragem. Interatividade Considerando a classificação do sistema de composição de conflitos, qual método de resolução de conflitos é um processo bilateral e direto de solução de impasses ou de controvérsias, no qual existe o objetivo de alcançar um acordo conjunto, por meio de concessões mútuas, sem intervenção de terceiro como auxiliarou facilitador? a) Autotutela ou autodefesa. b) Autocomposição, mediação e conciliação. c) Autocomposição, negociação. d) Heterocomposição, jurisdição. e) Heterocomposição, arbitragem. Resposta CALMON, Petronio. Fundamentos da Mediação e da Conciliação. 3. ed. Brasília: Gazeta Jurídica, 2015. CARMONA, Carlos A. Arbitragem e processo: um comentário à Lei n. 9.307/96, 3. ed. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2012. CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 2012. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Resolução n. 125 do CNJ. Disponível em: https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/156. Acesso em: 03 maio 2022. GRINOVER, Ada, P. et al. Mediação e gerenciamento do processo: revolução na prestação jurisdicional: guia prático para a instalação do setor de conciliação e mediação. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2007. Referências PINHO, Humberto Dalla Bernardina, D. e Marcelo Mazzola. Manual de Mediação e Arbitragem. Disponível em: Minha Biblioteca, 3. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2021. SALLES, Carlos Alberto, D. et al. Negociação, Mediação, Conciliação e Arbitragem. Disponível em: Minha Biblioteca, 4. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2021. SANTOS, Moacir Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. Volume 1. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. SCAVONE JÚNIOR, Luiz Antonio. Arbitragem – Mediação, Conciliação e Negociação. Disponível em: Minha Biblioteca,10. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2020. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Vol. 1. Disponível em: Minha Biblioteca, 62. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2021. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO. Núcleo de Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos. Centros Judiciários de Solução de Conflitos. Apostila de Procedimentos e Sistema SAJ. Disponível em: http://www.tjsp.jus.br/Download/Conciliacao/Nucleo/ApostilaCEJU SC-NPMCSC.pdf. Acesso em: 5 maio 2022. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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