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Aula 3 1 - Evolução do modelo atômico

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Evolução do modelo atômico
Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizado, você vai saber como ocorreu o desenvolvimento da teoria atômica 
e compreender a estrutura do átomo. O estudo começará com o modelo primitivo descrito no 
século V por Demócrito e chegará até os experimentos que demonstraram a existência e as 
características das partículas subatômicas: elétrons, prótons e nêutrons.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar as características dos modelos atômicos de Demócrito, Thomson e Rutherford.•
Reconhecer os experimentos científicos que deram origem a esses diferentes modelos 
atômicos.
•
Definir o conceito de átomo e as seguintes partículas subatômicas: elétron, próton e nêutron.•
Desafio
A partir de agora, você terá um Desafio. Elaboramos uma atividade que vai lhe guiar neste caminho 
do conhecimento do átomo e dos modelos atômicos. Cabe a você encontrar a melhor forma de 
resolvê-lo. Explore o assunto e pesquise. Use todas as formas disponíveis para solucionar o 
problema.
A descoberta da radioatividade em 1896, por Henri Becquerel, abriu portas para uma vasta 
investigação sobre o mundo atômico. Rutherford afirmou que a radioatividade é composta por três 
tipos de radiação, conforme Da Rocha e De Castro (2020): 
a) alfa;
b) beta;
c) gama.
Essa descoberta foi um resultado científico muito importante no desenvolvimento do modelo 
atômico. 
Agora, imagine que você está fazendo um experimento científico em um laboratório para 
determinar a carga dessas partículas, isto é, se cada uma delas tem ou não carga e se ela é positiva 
ou negativa.
Para isso, você planeja o experimento mostrado na figura a seguir:
Nesse experimento, uma substância radioativa e que emite radiação alfa, beta e gama é colocada na 
presença de duas placas carregadas, uma com carga positiva (cor rosa) e outra com carga negativa 
(cor azul).
O comportamento das partículas (desvio ou não da trajetória) é visto na figura.
Em seu caderno, você elabora um desenho do que poderia estar ocorrendo em nível atômico, 
conforme a figura.
 
A que conclusões você chegaria a partir dos resultados desse experimento quanto à carga das 
partículas/radiação?
Infográfico
A ideia do átomo e a concepção da constituição da matéria levaram anos de desenvolvimento, 
passando pelos filósofos gregos até chegar aos tempos atuais, sendo que ainda se investiga a 
constituição atômica na busca por subpartículas. Dalton, Thomson e Rutherford contribuíram muito 
para a evolução dos modelos atômicos até a concepção atual por meio da experimentação de suas 
hipóteses, comprovando, em suas épocas, muito do que se suspeitava sobre o átomo e a 
constituição matéria.
Neste Infográfico, é apresentado um resumo das principais conclusões sobre os modelos atômicos 
de Demócrito, Dalton, Thomson e Rutherford.
 
Conteúdo do livro
O início da teoria atômica e a evolução de seus modelos foram processos essenciais para o 
desenvolvimento da química moderna.
Acesse o livro Química geral: conceitos essenciais, que servirá de base teórica para esta Unidade de 
Aprendizagem. Nele, você poderá diferenciar os modelos químicos e construir seu conhecimento 
acerca da evolução da teoria atômica. Inicie pela leitura do tópico 2.1 — Teoria atômica.
Boa leitura.
C O N C E I T O S E S S E N C I A I S
Raymond
CHANG
Quarta Edição
C456q Chang, Raymond.
 Química geral [recurso eletrônico] : conceitos essenciais /
 Raymond Chang ; tradução: Maria José Ferreira Rebelo. – 4.
 ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2010.
 Editado também como livro impresso em 2010.
 ISBN 978-85-63308-17-7
 1. Química. I. Título. 
CDU 54
Catalogação na publicação: Renata de Souza Borges CRB-10/1922
Imagem da Capa
A reação entre nitrato de potássio e sacarose, um processo altamente exotérmico.Quimica Geral
C O N C E I T O S E S S E N C I A I S
Figura 2.1
(a) De acordo com a teoria
atômica de Dalton, os átomos do
mesmo elemento são idênticos,
mas são diferentes daqueles de
outros elementos. (b) Um
composto formado por átomos
dos elementos X e Y. Nesse caso,
a razão entre o número de
átomos do elemento X e dos
átomos do elemento Y é 2:1.
Capítulo 2 Átomos, Moléculas e Íons 29
2.1 Teoria Atômica
No século V a.C., o filósofo grego Demócrito expressou a crença de que toda a matéria
consistia em partículas, muito pequenas e indivisíveis, às quais ele chamou de átomos
(que significa indivisível). Embora a idéia de Demócrito não tenha sido aceita por
muitos dos seus contemporâneos (como Platão e Aristóteles), ela prevaleceu. Resulta-
dos experimentais de investigações científicas deram suporte ao conceito de “atomis-
mo” e gradualmente fizeram surgir as definições modernas de elementos e compostos.
Em 1808, um cientista e professor inglês, John Dalton, formulou uma definição precisa
dos blocos indivisíveis constituintes da matéria aos quais denominamos átomos.
O trabalho de Dalton marcou o início da era moderna da química. As hipóteses
acerca da natureza da matéria nas quais a teoria atômica de Dalton se baseia podem
ser resumidas da seguinte forma:
1. Os elementos são constituídos por partículas extremamente pequenas chamadas
átomos.
2. Todos os átomos de dado elemento são idênticos, tendo o mesmo tamanho, massa
e propriedades químicas. Os átomos de um elemento são diferentes dos átomos
de todos os outros elementos.
3. Os compostos são constituídos por átomos de mais de um elemento. Em qual-
quer composto, a razão entre os números de átomos de quaisquer elementos pre-
sentes é um número inteiro ou uma fração simples.
4. Uma reação química envolve apenas a separação, combinação ou rearranjo dos
átomos: não resulta na sua criação ou destruição.
A Figura 2.1 é uma representação esquemática das hipóteses 2 e 3.
O conceito de átomo de Dalton era bem mais detalhado e específico que o de
Demócrito. A segunda hipótese afirma que os átomos de um elemento são diferentes
daqueles de todos os outros elementos. Dalton não tentou descrever a estrutura ou
composição dos átomos — ele não fazia idéia de como era na realidade o átomo. Mas
percebeu que as diferentes propriedades apresentadas por elementos como o
hidrogênio e o oxigênio podem ser explicadas pressupondo-se que os átomos de
hidrogênio não sejam os mesmos que os de oxigênio.
A terceira hipótese sugere que, para formar determinado composto, precisamos
não só de átomos dos elementos certos, como também de números específicos desses
átomos. Essa idéia é uma extensão de uma lei publicada em 1799 por Joseph Proust, um
químico francês. A lei das proporções definidas de Proust afirma que amostras dife-
rentes do mesmo composto contêm sempre a mesma proporção em massa dos seus 
elementos constituintes. Assim, se analisássemos amostras de dióxido de carbono
gasoso obtidas de fontes diferentes, encontraríamos em cada uma a mesma razão entre
as massas de carbono e de oxigênio. É então razoável que, se a razão entre as massas dos
diferentes elementos em dado composto é fixa, a razão do número de átomos desses 
elementos também deverá ser constante.
(b)
Um composto dos elementos X e YÁtomos do elemento X Átomos do elemento Y
(a)
30 Química Geral
A terceira hipótese de Dalton apóia outra lei importante, a lei das proporções
múltiplas. De acordo com essa lei, se dois elementos podem combinar-se para formar
mais de um composto, as massas de um elemento que se combinam com dada massa do
outro elemento estão na razão de números pequenos e inteiros. A teoria de Dalton ex-
plica a lei das proporções múltiplas de forma muito simples: compostos diferentes cons-
tituídos pelos mesmos elementos diferem no número de átomos de cada espécie com
que se combinam. Por exemplo, o carbono forma dois compostos estáveis com o oxi-
gênio, chamados de monóxido de carbono e dióxido de carbono. As técnicas de medição
modernas indicam que um átomo de carbono se combina com um átomo de oxigênio no
monóxido de carbono e com dois átomos de oxigêniono dióxido de carbono. Assim, a
razão entre o oxigênio no monóxido de carbono e o oxigênio no dióxido de carbono é
1:2. Esse resultado é consistente com a lei das proporções múltiplas, porque a massa de
um elemento em um composto é proporcional ao número de átomos do elemento pre-
sente (Figura 2.2).
A quarta hipótese de Dalton é outra forma de exprimir a lei da conservação da
massa, que diz que a matéria não pode ser criada nem destruída.† Como a matéria é
constituída por átomos que não são alterados em uma reação química, então a massa
também deve se conservar. A visão brilhante de Dalton sobre a natureza da matéria foi
o principal estímulo para o progresso rápido da química no século XIX.
2.2 Estrutura do Átomo
Com base na teoria atômica de Dalton, podemos definir um átomo como a unidade
básica de um elemento que pode participar de uma combinação química. Dalton imagi-
nou um átomo que era simultaneamente indivisível e extremamente pequeno. Contudo,
uma série de investigações que tiveram início na década de 1850 e se estenderam até o
século XX demonstraram claramente que os átomos possuem na realidade uma estru-
tura interna; isto é, eles são constituídos por partículas ainda menores, chamadas de
partículas subatômicas. Essa investigação levou à descoberta de três dessas partículas
— os elétrons, os prótons e os nêutrons.
Elétron
Na década de 1890 muitos cientistas foram “apanhados” pelo estudo da radiação, a
emissão e transmissão de energia através do espaço na forma de ondas. A informação
obtida com essa investigação contribuiu grandemente para a compreensão da estrutura
atômica. Um instrumento usado para investigar esse fenômeno era o tubo de raios
catódicos, o precursor do tubo de televisão (Figura 2.3). Trata-se de um tubo de vidro do
qual se retira a maior parte do ar. Quando se ligam as duas placas metálicas à fonte de
alta tensão, a placa carregada negativamente, denominada cátodo, emite uma radiação
invisível. Os raios catódicos são atraídos para a placa com carga positiva, conhecida
como ânodo, passam através de um orifício e continuam o percurso até a outra extremi-
dade do tubo. Quando os raios atingem a superfície coberta com um revestimento espe-
cial, produzem uma fluorescência forte ou uma luz intensa.
Em algumas experiências, duas placas carregadas eletricamente e um ímã foram
colocados na parte externa do tudo de raios catódicos (veja a Figura 2.3). Quando o
campo magnético está ligado e o campo elétrico, desligado, os raios catódicos atingem
o ponto A. Quando se aplica apenas o campo elétrico, os raios atingem o ponto C.
Quando ambos os campos, elétrico e magnético, estão desligados ou ligados, mas equi-
librados anulando a influência um do outro, a radiação atinge o ponto B. De acordo com
†De acordo com Albert Einstein, massa e energia são aspectos alternados de uma única entidade chamada
de massa-energia. As reações químicas geralmente envolvem ganho ou perda de calor e de outras formas
de energia. Assim, quando energia é liberada em uma reação, por exemplo, massa também é perdida. Entre-
tanto, alterações na massa em reações químicas são muito pequenas para serem detectadas, com exceção
das reações nucleares (veja o Capítulo 21). Assim, para todo efeito prático, massa é conservada.
Monóxido de carbono
Dióxido de carbono
A razão entre o oxigênio no
monóxido de carbono e o oxigênio
no dióxido de carbono é: 1:2
O
±
C
2
±
1
O
±
C
1
±
1
� ±±± �
� ±±±±±± �
Figura 2.2
Ilustração da lei das 
proporções múltiplas.
Animação:
Tubo de Raios Catódicos.
Centro de Aprendizagem
Online. Animações.
Capítulo 2 Átomos, Moléculas e Íons 31
a teoria eletromagnética, um corpo carregado em movimento comporta-se como um ímã
e pode interagir com os campos elétrico e magnético que atravessa. Em virtude de os
raios catódicos serem atraídos pela placa com carga positiva e repelidos pela placa com
carga negativa, devem ser constituídos por partículas com carga negativa. Essas partícu-
las com carga negativa são denominadas elétrons. A Figura 2.4 mostra o efeito de uma
barra magnética em um raio catódico.
O físico inglês J. J. Thomson usou o tubo de raios catódicos e seu conhecimento da
teoria eletromagnética para determinar a razão entre a carga elétrica e a massa de um
elétron. O número que ele encontrou foi �1,76 � 108C/g, em que C é o coulomb, a
unidade de carga elétrica. A partir daí, em uma série de experiências realizadas entre
1908 e 1917, R. A. Millikan, um físico norte-americano, descobriu que a carga de um
elétron era de �1,6022 � 10�19 C. Com base nesses resultados, ele calculou a massa do
elétron:
que é uma massa extremamente pequena.
 � 9,10 � 10�28 g
 �
�1,6022 � 10�19 C
�1,76 � 108 C/g
 massa de um elétron �
carga
carga/massa
Fonte de alta tensão
–
+
Ânodo Cátodo
A
B
C
N
S
Tela fluorescente
Figura 2.3
Um tubo de raios catódicos com
um campo elétrico perpendicular
à direção dos raios catódicos e
um campo magnético externo.
Os símbolos N e S representam
os pólos norte e sul do ímã. 
Os raios catódicos atingirão a
extremidade do tubo em: A, na
presença do campo magnético;
C, na presença de um campo
elétrico, e B, quando não há
campos externos ou quando os
efeitos dos campos elétrico e
magnético se anulam.
(a) (b)
Figura 2.4
(a) Um raio catódico produzido 
em um tubo de descarga se 
movimentando do cátodo (esquerda)
para o ânodo (direita). O raio é 
invisível, mas a fluorescência do
sulfeto de zinco que recobre o vidro
permite a sua visualização em verde.
(b) O raio catódico é desviado para
baixo quando o pólo norte do ímã é
aproximado. Quando a polaridade 
do ímã é revertida, o raio é desviado
para a direção oposta.
Os elétrons estão usualmente associados
aos átomos. Contudo, também podem ser
estudados individualmente.
Animação:
Gota de Óleo de Millikan.
Centro de Aprendizagem
Online. Animações.
32 Química Geral
Radioatividade
Em 1895, o físico alemão Wilhelm Röntgen observou que os raios catódicos faziam
que o vidro e os metais emitissem uma radiação incomum. Essa radiação altamente 
energética penetrava a matéria, escurecia placas fotográficas cobertas e provocava fluo-
rescência em várias substâncias. Como esses raios não eram desviados por um ímã, não
podiam conter partículas com carga, à semelhança dos raios catódicos. Röntgen
chamou-lhes de raios X.
Pouco depois da descoberta de Röntgen, Antoine Becquerel, um professor de física
em Paris, começou a estudar as propriedades de fluorescência das substâncias. Por mero
acidente, verificou que a exposição a certos compostos de urânio causava o escureci-
mento de placas fotográficas, envolvidas em um revestimento espesso, mesmo sem a es-
timulação dos raios catódicos. Tal como os raios X, os raios do composto de urânio eram
muito energéticos e não eram desviados por um ímã, porém distinguiam-se dos raios X
porque apareciam espontaneamente. Um dos estudantes de Becquerel, Marie Curie,
sugeriu o nome radioatividade para descrever essa emissão espontânea de partículas
e/ou radiação. Desde essa época, qualquer elemento que emita radiação espontanea-
mente chamamos de radioativo.
Investigações posteriores mostraram que, na desintegração ou quebra de substân-
cias radioativas, como o urânio, são produzidos três tipos de radiação, dois dos quais
desviados por placas metálicas com cargas opostas (Figura 2.5). A radiação alfa (�)
consiste em partículas com carga positiva, chamadas de partículas �, e são desviadas
pela placa com carga positiva. A radiação beta (�), ou partículas �, são elétrons e são
desviados pela placa com carga negativa. O terceiro tipo de emissão radioativa consiste
em raios de elevada energia denominados raios gama (�). Tal como os raios X, os raios
� não têm carga e não são afetados por um campo elétrico ou magnético externo.
Próton e Núcleo
No início do século XX, duas características dos átomos se tornaram claras: continham
elétrons e eram eletricamente neutros. Para manter a neutralidade elétrica, um átomo
deve conter um número igual de cargas positivas e negativas. Porisso, Thomson propôs
que um átomo podia ser imaginado como uma esfera com carga positiva uniforme de
matéria, na qual os elétrons estão embutidos como passas em um bolo (Figura 2.6). Esse
modelo chamado de “pudim de passas” foi a teoria aceita durante muitos anos.
–
+
α
γ
β
Substância radioativa
Bloco de chumbo
Figura 2.5
Três tipos de raios emitidos por
elementos radioativos. Os raios
� consistem em partículas com
carga negativa (elétrons) e são,
portanto, atraídos pela placa 
carregada positivamente. O
oposto é válido para os raios �
— eles têm carga positiva e são
atraídos para a placa com carga
negativa. Como os raios � não
têm carga, o seu percurso 
não é afetado por um campo
elétrico exterior.
A carga positiva está
distribuída sobre toda a esfera
–
–
–
–
–
–
–
Figura 2.6
O modelo de átomo de Thomson,
às vezes descrito como o modelo
do “pudim de passas”, uma 
sobremesa tradicional inglesa.
Os elétrons estão embutidos em
uma esfera com carga positiva 
distribuída uniformemente.
Animação:
Raios Alfa, Beta e Gama.
Centro de Aprendizagem
Online. Animações.
Capítulo 2 Átomos, Moléculas e Íons 33
Em 1910, o físico neo-zelandês Ernest Rutherford, que tinha estudado com Thom-
son na Universidade de Cambridge, decidiu usar partículas � para analisar a estrutura
dos átomos. Juntamente com o seu colega Hans Geiger e um estudante chamado Ernest
Marsden, Rutherford realizou uma série de experiências empregando lâminas muito fi-
nas de ouro e de outros metais como alvos para as partículas � de uma fonte radioativa
(Figura 2.7). Eles observaram que a maioria das partículas � penetrava a lâmina sem
desvio ou com apenas uma ligeira deflexão. Mas, de vez em quando, uma partícula � era
desviada de um ângulo grande. Em alguns casos, a partícula � era ricocheteada na di-
reção de onde tinha vindo! Esse foi um achado surpreendente, pois no modelo de Thom-
son a carga positiva do átomo era tão difusa que as partículas positivas � deveriam ter
atravessado a lâmina com desvios muito pequenos. Quando informado dessa des-
coberta, a reação inicial de Rutherford foi: “Foi tão inacreditável como se tivéssemos
disparado uma bala de 15 polegadas (cerca de 38 cm) contra uma folha de papel de seda
e ela voltasse e nos atingisse”.
Rutherford conseguiu explicar os resultados da experiência de desvio de partículas
� em termos de um novo modelo para o átomo. De acordo com Rutherford, grande parte
do átomo deve ser constituído de espaço vazio. Isso explica o porquê de a maioria das
partículas � atravessar a lâmina de ouro praticamente sem desvio. Rutherford propôs
que as cargas positivas do átomo se encontravam todas concentradas no núcleo, um
cerne denso no interior do átomo. Sempre que uma partícula � se aproximava de um nú-
cleo na experiência de desvio, sofria grande força de repulsão e, portanto, era muito de-
fletida. Além disso, uma partícula � cujo percurso se dirigia diretamente para o núcleo
seria completamente repelida e sua direção, invertida.
As partículas com carga positiva no núcleo chamam-se prótons. Em experiências
separadas, verificou-se que cada próton transporta a mesma quantidade de carga que um
elétron e tem uma massa de 1,67262 � 10–24 g — cerca de 1.840 vezes a massa 
do elétron de carga contrária.
Nessa fase da investigação, os cientistas entendiam o átomo da seguinte maneira: a
massa do núcleo constitui a maior parte da massa de todo o átomo, mas o núcleo ocupa
apenas cerca de 1/1013 do volume do átomo. Exprimimos as dimensões atômicas (e
moleculares) em termos da unidade SI chamada de picômetro (pm), em que
1 pm � 1 � 10�12 m
Um raio atômico típico é cerca de 100 pm, enquanto o raio de um núcleo atômico
é apenas cerca de 5 � 10–3 pm. Podemos ter uma noção das dimensões relativas de um
átomo e de seu núcleo imaginando que se um átomo fosse do tamanho do Astródomo de
Houston, o volume de seu núcleo seria comparável a uma bola de gude. Enquanto os
prótons estão confinados ao núcleo do átomo, concebem-se os elétrons como estando
espalhados à volta do núcleo e a alguma distância deste.
FendaTela de detecção
Lâmina de ouro
(a) (b)
Emissor de 
partículas � 
Figura 2.7
(a) O esquema da experiência de
Rutherford para medir o espalhamento
das partículas � por uma lâmina de
ouro. Em sua maioria, as partículas �
atravessaram a lâmina de ouro 
praticamente sem serem desviadas.
Algumas foram desviadas de grandes 
ângulos. Ocasionalmente, uma
partícula � era desviada em sentido
contrário. (b) Uma visão ampliada de
partículas � que atravessam e que são
desviadas pelos núcleos.
Embora não faça parte do sistema SI, o
angstrom (Å: 1 Å = 100 pm) é uma unidade
comumente utilizada para expressar as
dimensões atômicas.
Animação:
Espalhamento de Partículas �.
Centro de Aprendizagem
Online. Animações.
34 Química Geral
O Nêutron
O modelo de estrutura atômica de Rutherford deixou um grande problema por resolver.
Sabia-se que o hidrogênio, o átomo mais simples, continha apenas um próton e o átomo
de hélio, dois prótons. Portanto, a razão entre a massa do átomo de hélio e a massa do
átomo de hidrogênio deveria ser 2:1. (Como os elétrons são muito mais leves que os pró-
tons, a sua contribuição para a massa atômica pode ser desprezada.) Na realidade, con-
tudo, é 4:1. 
Rutherford e outros postularam que devia existir outro tipo de partícula subatômica
no núcleo atômico; a prova foi fornecida por outro físico inglês, James Chadwick, em
1932. Quando Chadwick bombardeou uma folha fina de berílio com partículas �, o
metal emitiu uma radiação de energia muito elevada, semelhante aos raios �. Experiên-
cias posteriores mostraram que a radiação era constituída por um terceiro tipo de
partícula subatômica, à qual Chadwick deu o nome de nêutrons, porque elas mostraram
ser partículas eletricamente neutras com uma massa ligeiramente superior à massa dos
prótons. 
O mistério da razão das massas podia agora ser explicado. No núcleo de hélio há
dois prótons e dois nêutrons, mas, no núcleo de hidrogênio, apenas um próton e nenhum
nêutron, daí a razão 4:1.
A Figura 2.8 indica a localização das partículas elementares (prótons, nêutrons e
elétrons) em um átomo. Existem outras partículas subatômicas, porém o próton, o
elétron e o nêutron são os três componentes fundamentais do átomo que são importantes
na química. A Tabela 2.1 mostra as massas e cargas dessas três partículas elementares.
Prótons
Nêutrons
Figura 2.8
Os prótons e os nêutrons de um
átomo estão contidos em um 
núcleo extremamente pequeno.
Os elétrons são apresentados
como “nuvens” em torno 
do núcleo.
Carga
Partícula Massa (g) Coulomb Unidades de Carga
Elétron* 9,10939 � 10�28 �1,6022 � 10�19 �1
Próton 1,67262 � 10�24 �1,6022 � 10�19 �1
Nêutron 1,67493 � 10�24 0 0
TABELA 2.1 Massa e Cargas das Partículas Subatômicas
*Medições mais refinadas deram-nos um valor mais preciso da massa do elétron que o valor encontrado por Millikan.
 
Dica do professor
Nesta Dica do Professor, você vai saber como foram desenvolvidos, ao longo da história, alguns 
dos mais conhecidos modelos atômicos — desde os filósofos gregos, que procuravam descobrir o 
que era a matéria, até os cientistas, que, por meio de experiências, conseguiram comprovar a 
existência do átomo e explicar a constituição da matéria.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/47255c463d6f2e34c285823776815bf9
Exercícios
1) De acordo com o modelo atômico de Dalton, escolha a alternativa correta.
A) Os átomos são compostos de prótons, nêutrons e elétrons.
B) Os compostos são constituídos por átomos de mais de um elemento. Em qualquer composto, 
a razão entre os números de átomos de quaisquer elementos presentes é um número inteiro 
ou uma fração simples.
C) O átomo é composto por um núcleo muito pequeno e por uma eletrosfera, responsável pela 
maior parte do volume do átomo.
D) O átomo é uma esfera com carga positiva, contendo cargas negativasdistribuídas por toda a 
sua extensão.
E) Os elétrons estão distribuídos em níveis específicos de energia.
2) Todos os átomos de determinado elemento são idênticos, tendo o mesmo tamanho, massa e 
propriedades químicas. Os átomos de um elemento são diferentes dos átomos de todos os 
outros elementos. 
Essa afirmação está relacionada a qual modelo atômico?
A) Modelo atômico de Bohr.
B) Modelo atômico de Thomson.
C) Modelo atômico de Demócrito.
D) Modelo atômico de Dalton.
E) Modelo atômico de Rutherford.
3) O descobrimento das partículas radioativas foi de suma importância para a evolução dos 
modelos químicos. Sobre essas partículas, assinale a alternativa correta.
A) A partícula alfa não tem carga.
B) A partícula alfa tem massa superior ao elétron e é carregada.
C) A partícula beta apresenta massa superior ao elétron e carga negativa.
D) A radiação gama tem carga positiva.
E) A partícula alfa tem massa inferior ao elétron e é carregada.
4) Sobre os avanços trazidos pelo modelo atômico de Rutherford, assinale a alternativa que 
não corresponde a um deles.
A) Núcleo concentrando a absoluta maioria da massa do átomo.
B) Conceito de núcleo e eletrosfera.
C) Núcleo com carga positiva e eletrosfera com carga negativa.
D) A eletrosfera ocupa a absoluta maioria do volume do átomo.
E) Elétrons distribuídos em níveis e subníveis de energia.
5) Observe os seguintes enunciados: 
I – Um átomo é uma unidade básica de um elemento que pode participar de uma 
combinação química. 
II – O átomo é uma esfera pequena e indivisível. 
III – O átomo tem um núcleo muito pequeno e carregado positivamente. Nesse núcleo, estão 
presentes os prótons e os nêutrons. Além do núcleo, o átomo também é composto pela 
eletrosfera, que apresenta um volume muito grande se comparado com o núcleo. A 
eletrosfera tem carga negativa, conferida pela presença de elétrons.
Assinale a alternativa correta. 
A) Somente I está correto.
B) Somente I está incorreto.
C) I e III estão corretos.
D) Somente III está incorreto.
E) II e III estão corretos.
Na prática
Veja, neste Na Prática, a importância de uma das ideias do modelo atômico de Dalton — a chamada 
lei das proporções múltiplas. 
Por intermédio dessa lei, complementada pelas leis de Lavoisier e Proust, consolidou-se a base da 
estequiometria química.
A estequiometria química é a base para as reações químicas, como, por exemplo, para o cálculo da 
quantidade de reagentes, produtos formados e rendimentos esperados das reações químicas.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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Leia o capítulo 1A desta obra, que trata do modelo nuclear dos átomos.
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Dos filósofos gregos a Bohr: uma revisão histórica sobre a 
evolução dos modelos atômicos
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atômicos.
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O processo de elaboração da teoria atômica de John Dalton
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Dalton.
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https://ojs.ifes.edu.br/index.php/ric/article/view/349/311
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Modelos teóricos para a compreensão da estrutura da matéria
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aprofundar.
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léptons
Este artigo trata da história das descobertas das partículas que compõem o átomo.
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http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/04/mod-teor.pdf
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