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Doenças do Sistema Hemolinfático COMPONENTES DO SISTEMA HEMOLINFÁTICO Eritrócitos Hemoglobina Plaquetas Leucócito Órgãos linfoides QUEIXA PRINCIPAL Perda de Peso Inapetência Prostação Síncope Desmaio Dispneia Perda de sangue (hematêmese, melena, hematoquezia ou hematúria) Aumento de volume Alteração de pele e mucosas(icterícia ou anemia) Anamnese Ectoparasitas (no caso de suspeita de erliquiose e babesia) Viagens (lugares endemicos de Lesh ou gatos que vão a rua e podem ser infectados por FIV/felv) Doenças anteriores (pode está vinculado a uma doença crônica) Perda de sangue (erliquia pode ficar parasitando o animal por 10 anos) Histórico familiar (hemofilia) O que esperar de um paciente com doença no sistema hemolinfático 1.Alterações nas células do sangue (formato e quantidade) 2.Impacto em todos os sistemas orgânicos 3. Eventos na hemostasia 4. Eventos na imunidade 5.Aparecimento do aumento de volume e linfadenopatias Logo, entendemos que: Alterações em hemáceas ANEMIA Alteração de plaquetas DISTURBIO DE COAGULAÇÃO Alterações em célula de defesa IMUNOGLOBULINAS E OUTROS Alterações em órgãos linfóides LINFOMA E LEUCEMIA Anemia Não é uma doença, mas uma condição secundária à doença! A anemia é um processo caracterizado pela diminuição do número de eritrócitos (He), concentração de hemoglobina (Hb) e/ou hematócrito (Ht) abaixo dos valores de normalidade. Classificação: resposta medular, morfologia e fisiopatogenia Classificação da anemia Regenerativa – presença de eritrócitos imaturos na circulação Arregenerativa – ausência de eritrócitos imaturos na circulação sugere disfunção da medula óssea. RESPOSTA MEDULAR Classificação da anemia MORFOLÓGICA VCM Volume corpuscular médio Tamanho médio dos eritrócitos Anisocitose ( variações de tamanho) Macrocítica Normocítica Microcítica CHCM Concentração de hemoglobina corpuscular média Concentração de hemoglobina por volume de sangue (coloração) Policromasia ( variação de cores) Hipercrômica Normocrômica Hipocrômica Classificação da anemia FISIOPATOGENIA Palidez Taquicardia Ressecamento da mucosa Prostação Colapso cardiovascular Pulso rápido, fraco e fino Cianose Esfriamento de mucosa Prostação Morte (50%) ANEMIA CHOQUE HIPOVOLÉMICO Anemia Regenerativa Contagem de reticulócitos acima dos valores normais Anemia – redução da oxigenação na córtex renal - sensores Estímulo à síntese de eritropoetina Fator (hormônio) estimulador de células precursoras na medula óssea Aumento das produções de eritrócitos para a circulação O processo dura 1 semana: 2 dias para o reticulócito amadurecer na MO Eritropoese acelerada: presença de células imaturas no sangue Anemia Regenerativa Secundária a hemorragia, a hemólise ou ela pode ser verificada na fase de recuperação da medula óssea. A hemorragia é a perda de sangue extracorporal, perdendo substância como ferro e proteínas. Mas quando ocorre hemorragia em cavidades corporais as células são reabsorvidas pele sistema linfático. Hemorragia Aguda Aproximadamento 72 horas após a hemorragia, surgem reticulócitos no sangue, após uma semana nota-se a contagem máxima. O teor plasmático deve retornar ao normal em aproximadamente em uma semana. Tratamento: reposição de fluidos, transfusão, tratamento da causa primária. Perda de sangue total: inclusive proteínas totais, trombocitopenia e leucograma de estresse. Sinais clínicos: perda de 20% do sangue total. Macrocitose e policromasia. Hemangiossarcoma – anemia causada pela ruptura do tumor Combinação de hipoproteinemia e reticulositos significa perda sanguínea! Hemorragia Crônica Anemia por deficiência de ferro Sangramento intestinal, tais como leiomioma, leiomiossarcomas e carcinoma, úlceceras gastrointestinais. Deficiência de vitamina K e protrombina, Hemofilia A, trombocitopenia, parasitos internos e externos Tratamento: reposição de ferro(sulfato ferroso), reposição de fluido (15%). Em filhotes não deve ser suplementado por via oral. Sinais clínicos: microcítica e hipocromica Diagnóstico diferencial: shunt portassistemico Anemia Hemolítica imunomediada (AHIM) E a consequência da destruição de eritrócitos, devido a ação de anticorpos contra eritrócitos ou adesão de complexos imunes a eles. Em geral, a AHIM tem regeneração marcante e com alto de policromasia (reticulocitose). Existem casos de anemia hemolítica imunomediada devido a formação de anticorpos contra percursores de eritrócitos, com destruição de eritrócitos policromafilico ou percussores de células imaturas (arregenerativa). O início do quadro pode ser agudo ou gradativo. A anemia pode ser idiopática ou secundária. Anemia Hemolítica imunomediada (AHIM) Possíveis causas da AHIM secundária: Vacinas com vírus vivo modificado; Neoplasias, principalmente do sistema linfoide; Picada de abelha; Intoxicação por zinco; Uso de medicamentos como: penicilina, cefalosporinas, sulfametoxazol, trimotropima, levamisol e amiodarona, nesse caso, ocorre hemólise imunomediada devido a ligação direta do medicamento com os eritrócitos (penicilina) ou formação de complexos imune – medicamentos, os anticorpos podem se ligar aos eritrócitos. - Em gatos, a AHIM foi comumente associada a Hemobartonella felis (Mycoplasma haemofelis), leucemia felina e doença linfoproliferastiva. Anemia Hemolítica imunomediada (AHIM) Esferocito: animal com eritrócitos em formato de esfera; Eritrofagocitose: quando o macrófago fagocita o eritrócito devido a fixação de complemento(C3b) no eritrócito. Anemia Hemolítica imunomediada (AHIM) Sinais clínicos Letargia Esplenomegalia Febre Icterícia Além de outros sinais gerais associados a anemia: Palidez Dispneia Taquicardia Sopro cardíaco sistólico Anemia Hemolítica imunomediada (AHIM) Achados laboratoriais Diminuição do volume globular; Diminuição da contagem de eritrócitos; Diminuição da contagem de hemoglobina; Quando há hemólise intravascular, pode haver também hemoglobinemia, hemoglobina e bilirrubinúria. Azotemia pré-renal. Os achados laboratoriais são variáveis, porém sempre incluem diminuição do volume globular, da contagem de eritrócitos e da concentração de hemoglobina. Além disso, o teor de hemoglobina pode estar falsamente aumentado em relação ao volume globular, com falso aumento do CHCM. Pode haver aglutinação e a contagem de plaquetas em geral estará diminuída devido à destruição imunomediada concomitante 9síndrome de Evans) ou à coagulapatia intravascular disseminada (CID). Anemia Hemolítica imunomediada (AHIM) A resposta leucocitária quase sempre é inflamatória, com neutrofilia madura, aumento da população de bastonetes e monocitose. Acredita-se que a resposta inflamatória decorra da liberação de fatores estimulantes de colônias pelos macrófagos ativados. Anemia Hemolítica imunomediada (AHIM) Diagnóstico Diferencial Cães picados por cascáveis, apresentam esferocitos; Cães picados por abelhas, apresentam esferocitos, pode ser induzida pela melitina; Intoxicação por zinco leva a formação de esferocito, o zinco removido desfaz as ligações de anticorpo; Animais com transfusão sanguínea errada podem desenvolver algum grau de AHIM e esferocitose A relatos de deficiência de espectrina em cães de raça Golden Retriever na Holanda. Anemia Hemolítica imunomediada (AHIM) Tratamento Emprego de glicocorticoide, porque reduz a produção de anticorpos, a atividade da células T e a ação dos macrófagos; (Prednisona geralmente de 1 a 2mg / Kg/ 12h, via oral) Cães que não respondem ou sejam intolerante aos glicocorticoides . Pode ser usado aziatropina, danazol, ciclosporina, ciclofosfomida. A dose de glicocorticoide deve ser interrompida 2 ou 3 meses após o retorno do hematócrito ao valor normal. No entanto, em alguns casos, talvez seja necessário realizar o tratamento com baixa dose de prednisona ou prednisolona (0,5 MG/KG VIA ORAL, EM DIAS ALTERNADOS), por tempo indeterminado Indica- se a transfusão de sangue apenasquando houver absoluta necessidade devido à anemia com o risco de morte. Animais com AHIM têm alto risco de desenvolver coagulação intravascular disseminada (CID) e tromboembolismo, desta forma, pode ser instituída terapia profilática com medicamentos de ação anticoagulante. Prednisona 1 a 2mg/ kg/ 12h, via oral por 2 ou 3 meses Fluidoterapia MICOPLASMOSE Os micoplasmas hematróficos são bactérias pleomórficas que parasitam eritrócitos de muitas espécies de animais domésticos. Esses microrganismos gram-negativos são pequenos (cerca de 0,3 micrometros de diâmetro) e não possuem parede celular. Altamente patogênicos e pode causa grave anemia hemolítica. Mycoplasma haemofelis (gatos) Mycopasma haemocanis (cães) - em geral causa da doença em apenas em cães esplenectomizados ou severamente imunodeprimidos. Transmissão: pelo sangue infectado, possivelmente por artrópodes que se alimentam de sangue, como pulgas e carrapatos, por mordida de gato e pela exposição iatrogênica. O microganismo também é transmitido pelas gatas aos seus filhotes. Diagnostico: esfregaço sanguíneo, PCR (com sinais clínicos), testes de croombs, bioquímicos (bilirrubina não conjugada), sorologia para FIV Felv (anemia pode se tornar arregenerativa). Sinais clínicos: anemia, esplenomegalia, febre, letargia; as vezes, icterícia Tratamento: prednisona (2mg/kg/12, por via oral) ou Doxiciclina (2 a 5mg/kg 12h, via oral, durante 3 semanas), Enrofloxacino (5 a 10mg / kg / 24h/ via oral) MICOPLASMOSE Achados laboratoriais: anemia macrocítica normocrômica, anemia regenerativa com presença de moderada anisocitose e policromasia. O plasma ictérico e hemolisado. No leucograma é leucocitose, provavelmente inespecífica, devido à acentuada anemia hemolítica. As enzimas hepáticas estavam discretamente aumentadas, indicando uma possível lesão hepática causada pelo hemoparasita. BABESIOSE Hemoparasita causado por protozoário, que leva a anemia hemolítica e trombocitopenmia em animais domésticos. Cães: Babesia canis e B.gibsoni Gatos: B,cato, B.felis, B.herpailuri e B.pantheras Transmissão: por vários tipos de carrapato, transplacentária e contaminação por sangue infectado. Diagnostico: esfregaço sanguíneo, PCR Achados laboratoriais: trombocitopenia, hipoproteinemia, em casos severos a babesia leva a redução do nível séricoe albumina. A hipoalbuminemia pode ocorrer devido ao fato de a albumina ser uma proteína de fase aguda negativa e, portanto, na presença de um aumento dos níveis de globulinas, induzida por um processo inflamatório, pode ocorrer diminuição da concentração de albumina. Ainda, a hipoproteinemia pode ser justificada em animais com deficiências nutricionais. As alterações leucocitárias são inespecíficas, podendo o hemograma apresentar leucocitose com neutrofilia em doença hiperaguda, leucopenia, neutrofilia ou neutropenia, linfocitose e eosinofilia e monocitose. Sinais clínicos: anemia hemolítica, ictéricia, vasculite, trombocitopenia, hepatite, glomerulonefrite e linfadenopatia reativa Tratamento: Dipropionato de imidocarb (babecid), dor no local poda administração e sinais parassimapatomimeticos faz a aplicação da atropina, transfusão sanguínea e controle dos vetores. Metaglobulinemia A metemoglobina é a forma oxidada da hemoglobina, que além de não se ligar ao oxigênio, aumenta a afinidade deste pela porção parcialmente oxidada da hemoglobina. Anemia hemolítica associada a uso de fármacos ( PARACETAMOL). Sinais clínicos: letargia, cianose, redução da intolerância ao exercício, letargia, taquicardia, taquipneia, ataxia, estupor episódico e síncope após um breve exercício. Diagnóstico: suspeitado em pacientes que apresentem cianose e baixa leitura de saturação ao oxímetro de pulso (SpO2), sem que haja comprometimento cardiopulmonar significativo. A co-oximetria é o método padrão-ouro e define o diagnóstico. Tratamento: remoção da droga, fluidoterapia agressiva, anti-oxidante (ograx atro 10), administração de oxigênio
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