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Imunidade mediada por células T APRESENTAÇÃO A ativação das células T virgens em resposta a um antígeno, bem como a proliferação e a diferenciação em células efetoras, constitui uma resposta adaptativa primária. As células T efetoras diferem de suas precursoras virgens de muitas maneiras, e essas alterações permitem que elas respondam de maneira rápida e eficiente quando encontram o antígeno específico nas células-alvo. Vejamos agora quais os principais eventos desencadeados pelos linfócitos T citotóxicos e T auxiliares. Bons estudos! Ao final desta unidade você deve apresentar os seguintes aprendizados: Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir as respostas mediadas por linfócitos T ativados;• Especificar os processos de citotoxicidade mediados por linfócito T citotóxico;• Reconhecer o processo de sinalização apresentado por linfócito T auxiliar na resposta imune adaptativa. • DESAFIO Uma vez dentro da célula, um patógeno torna-se inacessível aos anticorpos e a outras proteínas solúveis do sistema imune. O patógeno pode ser eliminado tanto através dos esforços das próprias células infectadas quanto por um ataque direto da célula infectada pelo sistema imune. Sobre essa afirmação, responda: • Qual linfócito T é utilizado para eliminar um patógeno intracelular? • Como essa célula alcança tal objetivo? E quais são exemplos de substâncias? • Sabendo que nos locais de infecção existem centenas de células sadias e que não devem ser afetadas, como ocorre essa diferenciação? INFOGRÁFICO Todos os aspectos da resposta imune adaptativa são iniciados e controlados pelas células T efetoras. Veja quais são as principais funções executadas pelas células T. CONTEÚDO DO LIVRO Após a ativação, as células T tornam-se células efetoras. Os linfócitos T citotóxicos apresentarão citotoxicidade frente a células tumorais e infectadas. Já os linfócitos T auxiliares apresentam notabilidade pela sinalização da resposta adaptativa humoral. Vejamos um pouco sobre esses linfócitos no trecho do livro. Para conhecer mais sobre este assunto, leia o capítulo "Imunidade mediada por células T da obra Imunobiologia. Que servirá como base teórica desta unidade de aprendizagem. Boa leitura. IMUNOLOGIA Sofia Pizzato Scomazzon Imunidade mediada por células T Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir as respostas mediadas por linfócitos T ativados. Especificar os processos de citotoxicidade mediados por linfócito T citotóxico. Reconhecer o processo de sinalização apresentado por linfócito T auxiliar na resposta imune adaptativa. Introdução A imunidade adaptativa é uma porção altamente especializada do sistema imune que pode gerar memória imunológica e respostas es- pecializadas para o tipo de infecção. Ela se adapta (por isso o nome “adaptativa”) aos microrganismos com os quais se depara. É composta por diferentes células, como a célula B e a célula T, e ainda por fatores presentes no compartimento extracelular, como anticorpos e citoci- nas. Além disso, juntamente com a imunidade inata, compõe o nosso sistema imune. Neste capítulo, você vai ver como ocorre a ativação da resposta dos linfócitos T, como ocorre a citotoxicidade mediada por linfócitos T citotóxicos e como é a sinalização de linfócitos T auxiliares na resposta imune adaptativa. Resposta de linfócitos T ativados Os linfócitos T são provenientes de células imaturas da medula óssea, as células-tronco hematopoiéticas. Essas células indiferenciadas dão origem, ainda na medula óssea, às células progenitoras linfoides comuns. Essas células dão origem a linfócitos antígeno-específi cos, células com recepto- res para diferentes antígenos que o corpo possa encontrar durante a vida. Essas células possuem um repertório gigante de receptores para reagir ao encontrar antígenos circulantes. Dentro do grupo das células T, existem três principais subtipos de células, as células T citotóxicas, as células T reguladoras e as células T auxiliares — as três são chamadas de células T efetoras (ou seja, realizam ações) (LEVINSON, 2016). Para o seu amadurecimento, os linfócitos T migram da medula óssea para o timo (do qual recebem o nome). No timo, os receptores dos linfócitos T sofrem recombinação gênica e são capazes de reconhecer todo tipo de antígeno que venha a desafiar o corpo. Os linfócitos T que apresentam uma alta taxa de reação com antígenos próprios são eliminados por apop- tose. Da mesma forma, linfócitos T que apresentam total falta de reação a antígenos também são eliminados por apoptose. Nessas situações, a falta de estímulo de sobrevivência (a partir da completa falta de reação ou da reação com antígenos próprios) leva à morte celular por apoptose. Nesse mesmo tecido, as células T recebem estímulos de citocinas para apresentar receptores específicos de linfócitos T: os CD4 e os CD8 (LEVINSON, 2016). Quando saem do timo, os linfócitos T maduros (que apresentam rea- tividade moderada para antígenos próprios, os MHC) entram na corrente sanguínea como linfócitos T virgens. Eles percorrem o sangue e vão aos órgãos linfoides secundários, como linfonodos e baço, para inspecionar os complexos de peptídeos ligados a MHC na superfície de células dendríti- cas. Para que a célula saia da corrente sanguínea e vá aos linfonodos, por exemplo, deve haver sinalização de quimiocinas e a presença de moléculas de adesão. Assim, o linfócito pode realizar a transmigração (também chamada de diapedese), em que a célula atravessa a camada endotelial do vaso sanguíneo para chegar a áreas paracorticais do órgão linfoide (Figura 1). Se a célula T não encontrar seu antígeno específico, ela retorna à corrente sanguínea para continuar a recirculação (KINDT; GOLDSBY; OSBORNE, 2008). Imunidade mediada por células T2 Figura 1. Transmigração dos linfócitos. Fonte: Murphy (2014, p. 339). Dentro do órgão linfoide secundário, acontece uma importante intera- ção entre o sistema imune inato e o sistema imune adaptativo. As células apresentadoras de antígeno (também chamadas de APCs) imaturas do sistema imune inato (imunidade com a qual já nascemos) estão presentes (e residem) no tecido periférico e, ao entrarem em contato com os patógenos, iniciam a resposta imune. Essas células fagocitam e processam o elemento estranho e são, então, estimuladas pelas citocinas inflamatórias liberadas por outras células do sistema imune inato a migrarem para os tecidos lin- foides secundários. Essa estimulação por citocinas inflamatórias também induz essas células apresentadoras de antígenos a expressarem moléculas coestimulatórias para a interação com as células T. No tecido linfoide, as APCs maduras (que já expressam moléculas coestimulatórias) apresentam o antígeno para as células T virgens e ativam as células T específicas para o antígeno, ocorrendo a divisão e a maturação das células efetoras, que podem entrar novamente na circulação. Ou seja, os linfócitos T são produzidos na medula óssea a partir de células-tronco hematopoiéticas, migram para o timo para seu amadurecimento e vão aos órgãos linfoides secundários para interagir com os antígenos (MURPHY, 2014). 3Imunidade mediada por células T Vamos imaginar uma situação em que um aluno, enquanto estuda imunologia para as provas finais, corta seu dedo com papel. As bactérias presentes na pele e no papel entram em contato com o ferimento na pele e geram reação inflamatória. Nesse caso, a reação inflamatória recruta células dendríticas residentes da pele (células APCs presentes no tecido) por meio da liberação de citocinas por outras células imunes. As células dendríticas fagocitam as bactérias, processam seus componentes e migram para os linfonodos responsáveis por aquela área por meio dos vasos linfáticos. Além disso, essas células sofrem um processo de maturação para a expressão de moléculas coestimulatórias.Quando chegam aos linfonodos, as células dendríticas liberam diversas quimiocinas que atraem as células T vir- gens. A interação entre a célula dendrítica (que é uma APC) e o linfócito T virgem específico ocorre nas zonas específicas dos linfonodos, ativando as células T para se tornarem células T efetoras. A ativação e diferenciação da célula T, também chamada pelo termo em inglês priming, ocorre com interação da APC com o linfócito T. Diversos sinais são necessários para a ativação dessas células. O primeiro sinal é a ligação do antígeno presente no MHC de classe II da APC no receptor da célula T (também chamado de TCR). O segundo sinal é a ligação de moléculas coestimulatórias envolvidas na sobrevivência e expansão clonal dessas células. Esse segundo sinal geralmente é dado por uma molécula na superfície das APC, a molécula B7. Para que ocorra a correta sobrevivência e expansão das células, é necessária a presença de IL-2, a qual é produzida pelas células ativadas após a ligação a molécula B7 das APC. Juntamente com a produção de IL-2, as células também produzem o seu receptor, aumentando a afinidade por essa molécula, realizando essa autoativação e continuando a expansão clonal (Figura 2) (MURPHY, 2014). Imunidade mediada por células T4 Figura 2. Produção e autoativação da IL-2. Fonte: Murphy (2014, p. 356). 5Imunidade mediada por células T O terceiro sinal necessário para a ativação e diferenciação dos linfócitos T é mediado por citocinas estimulatórias produzidas por outras células imuno- lógicas. Diferentes citocinas podem induzir a diferenciação aos vários tipos de linfócitos T. Para a diferenciação dos tipos de linfócitos T CD4, o sinal 3 pode ser originado, por exemplo, da citocina TGF-β (que irá estimular o desenvolvimento de células T reg ou Th17), IL-12 e IFN-γ (que irá estimular o desenvolvimento de células Th1), IL-4 (que irá estimular o desenvolvimento de células Th) (Figura 3). Figura 3. Diferentes estímulos para diferenciação de células T CD4. Fonte: Murphy (2014, p. 362). Na falta de algum desses três estímulos secundários, haverá deleção clonal e eliminação da célula defeituosa. A célula pode utilizar essa falta de estímu- los secundários ou a falta de ligação do sinal 2 para alteração proposital de resposta de algumas células, por meio de moléculas CTLA-4, por exemplo. A molécula CTLA-4 é um receptor de superfície que tem como função regular negativamente a ativação de células T, ou seja, é um receptor que, quando interagindo com seu ligante, a molécula B7 das APCs, bloqueia a resposta imune citotóxica (o receptor CTLA-4 se liga ao receptor B7 no lugar do receptor CD28, seu ligante ativador da resposta imune). Muitos tipos de câncer utilizam a superexpressão dessa molécula como uma estratégia para sobrevivência e evasão do controle pelo sistema imunológico, ligando-se à molécula B7 das APCs e freando a resposta imunológica contra essa célula estranha, a célula cancerosa (MURPHY, 2014). Imunidade mediada por células T6 Para saber mais sobre como o câncer consegue, em alguns casos, enganar o sistema imunológico e continuar a sua progressão, leia os artigos nos links a seguir. O primeiro fala sobre o uso de imunoterapia no tratamento de câncer e outro é um artigo de revisão sobre o assunto. https://qrgo.page.link/LY7uh https://qrgo.page.link/u4Ag5 Após a ativação a partir dos três sinais, a célula estará ativada e diferen- ciada (Figura 4). Portanto, em um futuro encontro com o antígeno específico que a ativou, será desencadeada uma resposta específica (de acordo com a diferenciação que a célula sofreu) sem necessidade de coestímulo. Figura 4. Resumo dos três sinais de ativação e diferenciação de células T. Fonte: Murphy (2014, p. 354). 7Imunidade mediada por células T Processos de citotoxicidade mediados por linfócito T citotóxico Os linfócitos T citotóxicos são os linfócitos que expressam em sua super- fície os marcadores CD8. Essas células adquirem esse marcador durante a maturação nos linfonodos e são ativadas para seus antígenos específi cos nos tecidos linfoides secundários. Sua principal função é destruir células infectadas com patógenos que se multiplicam no ambiente intracelular, como bactérias, fungos e alguns protozoários que resistiram a destruição após fagocitados, e os vírus (que não têm capacidade de se multiplicar fora da célula). A eliminação das células infectadas se dá pelo meio da indução da morte celular pela ação específicas das células T. As células podem morrer prin- cipalmente por dois modos: necrose ou apoptose. A necrose ocorre quando células têm sua estrutura lesada e os restos celulares são eliminados pelas células fagocíticas. A apoptose ocorre quando a célula é programada para morrer, ou seja, a célula se autodestrói. As células T citotóxicas eliminam seus alvos por meio da indução da apoptose (GUIMARÃES, 2016). Uma das formas de indução de apoptose é pela liberação de fatores indutores de morte celular, como a família do TNF. Esse mecanismo é utilizado principalmente para controle de população de células (e não é geralmente utilizado para células infectadas). Um dos componentes dessa família de moléculas, a molécula Fas, induz a apoptose em células através da ativação da via das caspases. A forma bastante utilizada pelos linfócitos T citotóxicos (CD8) para morte celular das células infectadas é a liberação de grânulos citotóxicos após o reconhecimento do antígeno na superfície da célula-alvo. Esses grânulos são lisossomos modificados produzidos e armazenados na forma ativa dentro de linfócitos T. Eles contêm três classes de proteínas efetoras: perforinas, granzimas e granulisinas (Quadro 1) (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2019). Imunidade mediada por células T8 Fonte: Adaptado de Murphy (2014). Proteína nos grânulos líticos das células T citotóxicas Ações nas células-alvo Perforina Auxilia na entrega do conteúdo dos grânulos para o citoplasma das células-alvo. Granzima Serina protease que, uma vez dentro do citoplasma da célula-alvo, ativa a apoptose. Granulisina Tem ação antimicrobiana e pode induzir apoptose. Quadro 1. Proteínas liberadas por células T citotóxicas As perforinas atuam na liberação do conteúdo dos grânulos na mem- brana da célula alvo. Antigamente, acreditava-se que essas proteínas eram responsáveis por criar poros na membrana das células-alvo. Entretanto, recentemente, acredita-se que as perforinas criam complexos com as gran- zimas e com um proteoglicano chamado serglicina (que atua como suporte); agem ligando-se à membrana da célula-alvo e realizam o transporte desse complexo para dentro da célula infectada para mediar o aporte da granzima para meio intracelular. As granzimas são as responsáveis por induzir a apoptose na célula- -alvo. Quando no citosol da célula-alvo, elas clivam e ativam as enzimas denominadas caspases, especialmente a caspase-3. A caspase-3 ativa uma cascata de caspases, que, mais adiante, ativam a CAD (desoxirribonuclease ativada por caspase), clivando sua proteína inibidora (a ICAD). Acredita-se que a proteína CAD tenha função de degradação de DNA. Além disso, a granzima também pode clivar a proteína BID (proteína agonista do domínio de morte que interage com a BH3) ou induzir sua clivagem através da cas- pase-3. Essa proteína é responsável pelo rompimento da membrana externa das mitocôndrias, liberando moléculas pró-apoptóticas presentes no espaço intermembrana, como a molécula citocromo C. 9Imunidade mediada por células T Veja, na Figura 5, os modos de ação das perforinas e granzimas. Figura 5. Modo de ação das perforinas e granzimas. Fonte: Murphy (2014, p. 375). Imunidade mediada por células T10 As granulisinas têm ação bactericida e, em altas concentrações, podem induzir apoptose nas células-alvo. Trata-se de uma molécula da família das saposinas que age formando poros em membranas celulares, e é bastante relacionada ao combate a parasitas e bactérias. A liberação de grânuloscitotóxicos é específica e direcionada para a célula- -alvo infectada pelo patógeno. Quando a célula T CD8 ativada encontra a célula infectada pelo antígeno específico, ocorre a ligação do MHC da célula infectada e do TCR da célula T. Isso desencadeia a liberação de grânulos citotóxicos, como mostrado anteriormente, e a indução da morte celular. Esse processo ocorre de forma específica contra células infectadas (e reconhecidas pelo TCR), e a liberação dos grânulos ocorre de forma direcionada e polarizada para a célula-alvo, sem que células adjacentes sejam afetadas, ou seja, a liberação ocorre somente em um ponto de contato. Isso evita a criação de lesões disseminadas em tecidos frágeis, como no sistema nervoso central. As vesículas contendo as proteínas citotóxicas são rapidamente repostas pela maquinaria celular, permitindo que uma mesma célula T possa agir em diferentes células infectadas. Além dos grânulos citotóxi- cos, as células T CD8 podem também liberar diferentes citocinas que auxiliam no combate de infecções, como o IFN-γ, que combate a replicação viral e ativa macrófagos, e o TNF-α, que ativa macrófagos e é capaz de induz a apoptose por se ligar a receptores do tipo TNFR-1. A apoptose gerada é um processo imunológico “silencioso”, ou seja, não gera mais resposta imunológica (MURPHY, 2014). O processo de sinalização do linfócito T auxiliar na resposta imune adaptativa A imunidade humoral é composta por diferentes fatores, como células, an- ticorpos e citocinas. Dentre as células, atuam as células apresentadoras de antígeno, as células T auxiliares e as células B. As células apresentadoras de antígenos são responsáveis por processar fragmentos de antígenos para serem mostrados (ou apresentados) às células T auxiliares por meio de um complexo de antígeno associado ao MHC de classe II (também chamada de complexo principal de histocompatibilidade). Como mostrado anteriormente, essa ligação ativa as células T auxiliares específi cas aos antígenos apresentados, que passam a produzir citocinas, como interleucina 2, 4 e 5 (IL-2, IL-4 e IL-5). A produção dessas citocinas pelas células T auxiliares específi cas ativa as células B, que se proliferam e iniciam a produção de anticorpos específi cos para os antígenos apresentados. As células B, quando ativadas, diferenciam-se em células plasmá- ticas (que produzem grandes quantidades de anticorpos) e células B de memória. 11Imunidade mediada por células T A interação entre as células T auxiliares e a resposta imune adaptativa ocorre durante o processo de ativação das células B tipo “timo-dependente”. Para que ocorra a ativação timo-dependente das células B, as células apresentadoras de antígenos (como as células dendríticas) devem interagir com células T virgens e apresentar os peptídeos apropriados à célula T para que, juntamente com os outros dois estímulos falados anteriormente, ela se ative e se transforme em célula T auxiliar. Após essa ativação, a célula B virgem deve internalizar um peptídeo ligado a uma imunoglobulina de superfície e depois devolvê-lo à superfície celular ligado a um MHC de classe II para interagir com essa célula T auxiliar específica, atuando também como uma célula apresentadora de antígeno. Durante essa interação entre a célula B e a célula T auxiliar específicas, sinais ativadores (citocinas) são enviados da célula T auxiliar para a célula B, fazendo com que esta última se diferencie em célula plasmática produtora de anticorpos. Além disso, o receptor CD40 nas células B é essencial para uma ativação inicial da célula B pela célula T através do ligante CD40L presente na célula T, iniciando o processo de proliferação celular. Em uma segunda exposição ao antígeno, as células B podem responder muito mais rapidamente, proliferando e ativando suas células de memória a se tornarem células plasmáticas e a produzirem grandes quantidades de anticorpos (Figura 6) (MURPHY, 2014). Figura 6. Ativação das células B por células auxiliares. Fonte: Murphy (2014, p. 390). Células T CD4 que foram diferenciadas a células Th1, pela presença de citocinas do tipo IL-12 e IFN-γ, levam à imunidade mediada por células e à produção de anticorpos do tipo opsonizante (principalmente IgG). Por outro lado, as células T CD4 diferenciadas a células Th2, pela presença de citocinas do tipo IL-4, levam a uma imunidade mais do tipo humoral, com a produção de anticorpos do tipo IgM, IgA e IgE. Outro tipo de células auxiliares, as Imunidade mediada por células T12 células Th17, formadas pela presença de citocinas do tipo TGF-β e IL-6, são importantes no recrutamento de neutrófilos e na resolução inicial de infecções. O correto balanço entre as células Th produzidas e ativadas pelo organismo é muito importante para a correta função das atividades imunológicas. As células Th1 são as principais responsáveis pela ativação de macrófagos contra bactérias intracelulares e ingeridas por eles, o que é chamado de ativação ma- crofágica. Células Th1 produzem IFN-γ, que se ligam aos macrófagos, ativando essas células e induzindo a sensibilidade a essa citocina. Macrófagos ativados produzem grandes quantidades de radicais de oxigênio e oxido nítrico. Esses radicais livres, além de destruírem os patógenos intracelulares, podem causar dano ao tecido adjacente, ou seja, a ativação de macrófagos deve ser muito bem controlada e específica. As células Th2 têm a capacidade de diminuir a ativação de macrófagos pela liberação de citocinas, como TGF-β e IL-10, limitando a ação dos macrófagos (MURPHY, 2014). ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia celular e molecular. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. GUIMARÃES, M. Uma forma de conter parasitas. Pesquisa FAPESP, v. 241, mar. 2016. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/2016/03/21/uma-forma-de-conter- -parasitas/. Acesso em: 29 ago. 2019. KINDT, T. J.; GOLDSBY, R. A.; OSBORNE, B. A. Imunologia de Kuby. 6. ed. Bookman, 2008. LEVINSON, W. Microbiologia e imunologia médicas. 13. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. MURPHY, K. Imunobiologia de Janeway. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. Leituras recomendadas GATO, M. I. R. et al. Manejo de pacientes com melanoma avançado em uso de ipili- mumabe. Revista Brasileira de Oncologia Clínica, v. 9, n. 34, out./dez. 2013. Disponível em: https://www.sboc.org.br/sboc-site/revista-sboc/pdfs/35/artigo3.pdf. Acesso em: 26 ago. 2019. IMUNIDADE a toda prova. Rede Câncer, n. 42, nov. 2018. Disponível em: https://www. inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//rrc-42-ciencia.pdf. Acesso em: 26 ago. 2019. 13Imunidade mediada por células T DICA DO PROFESSOR Assista agora a uma vídeo-aula sobre o assunto abordado! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) As células T virgens são classificadas em duas grandes classes: a das portadoras do co-receptor CD8 em sua superfície e a das portadoras do co-receptor CD4 em sua superfície. Assinale a alternativa que representa a célula com potencialidade para se tornar uma célula citotóxica. A) Eosinófilo. B) Célula dendrítica. C) CD4. D) Natural killer. E) CD8. 2) Qual o principal objetivo de defesa do linfócito T citotóxico? A) Defesa frente a vírus intracelulares. B) Defesa frente a parasitas. C) Defesa frente a vírus extracelulares. D) Opsonização de patógenos. E) Sinalização da resposta imune adaptativa humoral. 3) As células T CD4 diferenciam-se em várias subpopulações de células efetoras funcionalmente distintas. Qual a função efetuada pelo TH2? A) Está relacionada com a resposta extracelular frente a bactérias. B) Está relacionada com a autoimunidade. C) Auxiliam no controle das infecções por parasitas e desencadeiam a resposta humoral. D) Está relacionada no controle de bactérias que podem causar infecções intravesiculares em macrófagos. E) Está relacionada a estimulação a atividade bactericida dos macro ́fagos 4) "As células T CD4 ______________ estão envolvidas nocontrole da resposta imune adaptativa." Marque a alternativa que complete corretamente a afirmação. A) Reguladoras. B) Citotóxicas. C) Natural killer. D) Auxiliar. E) CD8. 5) Como é feita a ativação do linfócito B por meio de linfócitos T auxiliares? A) Por meio da secreção de citocinas. B) Granzimas. C) Perforinas. D) Complemento. E) N.d.a. NA PRÁTICA Alguns micro-organismos, incluindo a micobactéria que causa a tuberculose e a lepra, são patógenos intracelulares que gostam de uma vida protegida no sistema vesicular dos macrófagos. O protozoário parasito Leishmania também sobrevive parte de seu clico de vida dentro das vesículas dos macrófagos. Esses micro-organismos enganam a missão destrutiva dos macrófagos para os seus próprios propósitos. Por meio do seu aprisionamento nesse compartimento celular, eles não podem ser alcançados pelos anticorpos e nem seus peptídeos são apresentados pelas moléculas do MHC de classe I, impedindo, assim, que o macrófago infectado possa ser atacado pelas células T citotóxicas. A micobactéria evita a digestão pelas enzimas lisossômicas pela prevenção da acidificação dos fagolisossomas, necessária para ativar as hidrolases lisossomais. Infecções desse tipo são combatidas pelas células CD4 TH1, que auxiliam o macrófago a tornar- se ativado ao um ponto que os patógenos intracelulares sejam eliminados ou mortos. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Linfócitos T CD4+ e a Resposta Imune. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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