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6 1 Tecido nervoso Sistema nervoso central e periférico

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Tecido nervoso: Sistema nervoso central 
e periférico
APRESENTAÇÃO
O Tecido Nervoso está distribuído por todo o nosso corpo. É ele que coordena as funções de 
praticamente todos os nossos órgãos. Nessa UA estudaremos as principais estruturas que 
compõem o Sistema Nervoso Central e Periférico, assim como as células gliais que, juntamente 
com os neurônios, constituem o Tecido Nervoso. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar as células gliais de acordo com sua morfologia e função.•
Caracterizar o Sistema Nervoso Central e Periférico.•
Identificar os órgãos e estruturas que compõem o Sistema Nervoso Central e Periférico.•
DESAFIO
Nessa doença as bainhas de mielina do Sistema Nervoso Central são destruídas por mecanismo 
ainda não completamente esclarecido, causando diversos distúrbios neurológicos.
Diante desse contexto, você foi desafiado a explicar:
a) Quais são as células que produzem a bainha de mielina no Sistema Nervoso Central e como 
se dá essa produção?
a) E no caso da patologia, quais são as células que fagocitam os restos de mielina destruídos 
nesta doença?
INFOGRÁFICO
Na figura estão representadas as células gliais e também a diferenciação das estruturas que 
compõem o Sistema Nervoso Central e o Sistema Nervoso Periférico.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central e sistema nervoso periférico, cada qual 
é formado por estuturas e órgãos diferenciados para realização das mais variadas funções. As 
células que fazem parte do tecido nervoso são os neurônios e as células gliais.
No capítulo Tecido Nervoso: Sistema nervoso central e periférico da obra Histologia e 
embriologias humanas, você vai aprender a diferenciar as células gliais morfologicamente e por 
função, caracterizar o Sistema Nervoso Central e Periférico e identificar os órgãos e estruturas 
que compõem esses sistemas.
Boa leitura!
HISTOLOGIA E 
EMBRIOLOGIA
Adriana Dalpicolli Rodrigues
Tecido nervoso: sistema 
nervoso central e periférico
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Diferenciar as células gliais de acordo com sua morfologia e função.
 � Caracterizar o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico.
 � Identificar os órgãos e as estruturas que compõem o sistema nervoso 
central e o sistema nervoso periférico.
Introdução
O sistema nervoso é um sistema complexo que, juntamente com o sistema 
endócrino, coordena, controla e integra os demais sistemas do organismo 
humano para reagir a alterações internas ou do ambiente externo, sempre 
com o intuito de manter a homeostasia. O tecido nervoso se distribui por 
todo o organismo, sendo que as células constituintes desse tecido são os 
neurônios (responsáveis pelos impulsos nervosos) e as células da glia. As 
células da glia são de diferentes tipos e, portanto, apresentam diversas 
funções, como sustentar, alimentar e proteger os neurônios e manter 
o equilíbrio no líquido intersticial. Algumas dessas células fazem parte 
apenas do sistema nervoso central (SNC), enquanto outras do sistema 
nervoso periférico (SNP). Esses dois sistemas se diferenciam tanto pelos 
tipos de células da glia, órgãos e demais estruturas de sua composição, 
quanto pela função que exercem no organismo.
Neste capítulo, você vai aprender a diferenciar as células da glia pela 
sua morfologia e função e a caracterizar o SNC e o SNP, além disso, irá 
identificar os órgãos e as estruturas que compõem esses sistemas.
Diferença das células da glia de acordo com 
sua morfologia e função
O tecido nervoso é constituído por dois grupos celulares principais: os neu-
rônios e as células da glia (neuroglia). Os neurônios são responsáveis pela 
recepção, pela transmissão e pelo processamento dos impulsos nervosos. 
As células da glia são, na verdade, diferentes tipos celulares que atuam dando 
suporte e sustentação aos neurônios, de modo a proporcionar um microambiente 
adequado para essas células, além de participar de outras funções importantes. 
Há uma proporção de 10 células da glia para cada neurônio, porém, devido ao 
seu tamanho, tais células representam aproximadamente metade do volume 
do tecido nervoso. Em caso de lesões ou doenças, as células da glia se mul-
tiplicam para preencher o espaço que anteriormente era ocupado por algum 
neurônio. O tumor das células da neuroglia é chamado de glioma e é um dos 
que apresenta crescimento mais rápido (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008; 
NEIVA, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Os neurônios têm excitabilidade elétrica, ou seja, eles têm a capacidade de responder 
a estímulos e convertê-los em um potencial de ação. A maioria dos neurônios é 
dividida em três partes: corpo celular, dendritos e axônio. O corpo celular contém um 
núcleo circundado por citoplasma que inclui as organelas (retículo endoplasmático, 
lisossomos, mitocôndrias e complexo de Golgi). 
Dois tipos de extensões emergem do corpo celular dos neurônios: múltiplos den-
dritos e um único axônio. O corpo celular e os dendritos são as partes receptoras de 
estímulos, sendo que normalmente os dendritos são curtos, afunilados e altamente 
ramificados. O axônio conduz os impulsos nervosos em direção a outro neurônio ou 
a uma célula muscular ou ainda a uma célula glandular. Ele consiste em uma projeção 
cilíndrica longa (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Tecido nervoso: sistema nervoso central e periférico2
Há diversos tipos de células da glia. A seguir serão apresentadas as carac-
terísticas morfológicas e funcionais de cada uma delas.
Astrócitos: são as maiores células do SNC. Eles se comunicam uns com os 
outros por meio de junções comunicantes (também chamadas de junções gap). 
Os astrócitos apresentam forma estrelada com múltiplos prolongamentos 
que irradiam do corpo celular. Como reforço estrutural, existem feixes de 
filamentos intermediários compostos por proteína fibrilar ácida glial (GFAP). 
Os astrócitos podem ser fibrosos ou protoplasmáticos. Os fibrosos são aqueles 
que apresentam poucos prolongamentos, sendo estes mais longos, e estão 
presentes na substância branca, enquanto os protoplasmáticos são os que têm 
mais prolongamentos, os quais são mais curtos e muito ramificados e são 
principalmente observados na substância cinzenta. 
Os astrócitos apresentam a capacidade de ligar os neurônios aos capilares 
sanguíneos (podem transferir moléculas e íons do sangue para os neurônios) 
e à meninge pia-máter (fina camada que reveste o SNC). Além de atuar na 
sustentação, eles estão envolvidos no controle da composição iônica e molecular 
do ambiente extracelular dos neurônios. Os astrócitos ainda participam da 
regulação de atividades dos neurônios, apresentando receptores de neurotrans-
missores e outras moléculas, tendo, dessa forma, a capacidade de responder a 
sinais químicos do organismo. Além disso, eles nutrem o sistema nervoso por 
terem a capacidade de realizar glicólise anaeróbia (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 
2008; NEIVA, 2014; MONTANARI, 2016). Na Figura 1, é possível identificar 
vários astrócitos em lâmina histológica. 
A substância branca é basicamente composta por axônios mielínicos e neuroglia. A 
coloração esbranquiçada se dá devido à mielina — material lipídico esbranquiçado 
que envolve o axônio. A substância cinzenta contém os corpos celulares neuronais, 
os dendritos, os axônios amielínicos e a neuroglia. A coloração mais acinzentada se 
deve às organelas celulares, sendo que existe pouca ou nenhuma mielina nessas áreas. 
Os vasos sanguíneos estão presentes tanto na substância branca quanto na cinzenta 
(MONTANARI, 2016; TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
3Tecido nervoso: sistema nervoso central e periférico
Figura 1. Astrócitos.
Fonte: Jose Luis Calvo/Shutterstock.com.
Oligodendrócitos: localizam-se tanto na substância cinzenta quanto na branca 
do SNC. Eles são menores em comparação aos astrócitos e têm poucos prolon-
gamentos. Em microscopia eletrônica,é possível observar o retículo endoplas-
mático rugoso, os ribossomos e as mitocôndrias em abundância, bem como o 
complexo de Golgi e os microtúbulos, além de não haver filamentos intermedi-
ários ou lâmina basal. Essas células ajudam a controlar o pH extracelular por 
intermédio da enzima anidrase carbônica. Sua função principal é a produção 
das bainhas de mielina, as quais funcionam como isolantes elétricos para os 
neurônios do SNC. Os prolongamentos dos oligodendrócitos se enrolam nos 
axônios e formam a bainha de mielina (NEIVA, 2014; MONTANARI, 2016). 
Tecido nervoso: sistema nervoso central e periférico4
Células microgliais: são pequenas (menores células da glia) e alongadas e 
os seus prolongamentos são curtos e irregulares. Elas estão presentes nas 
substâncias cinzenta e branca do SNC. Em lâminas histológicas coradas com 
hematoxilina-eosina, essas células podem ser identificadas a partir de seus 
núcleos, que são escuros e alongados, contrastando com os núcleos das outras 
células da glia, que são esféricos. A organela predominante nessas células é 
os lisossomos, sendo que a função destas é a de defesa do SNC. Quando estão 
ativadas, as células microgliais adquirem a forma dos macrófagos, tendo seus 
prolongamentos retraídos. Elas então têm a capacidade de realizar fagocitose, 
apresentam antígenos para outras células de defesa e secretam diversas ci-
tocinas. As células microgliais participam dos processos inflamatórios e de 
reparação do SNC (NEIVA, 2014; MONTANARI, 2016). 
Células ependimárias: são células epiteliais colunares, ou cúbicas, com micro-
vilos (projeções da membrana sob a forma de dedos de luva), que apresentam 
prolongamentos. O seu núcleo é ovoide, basal e com cromatina condensada. 
As células ependimárias estão presentes lado a lado, sendo unidas por des-
mossomos, e revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula 
espinal. Elas produzem o líquido cefalorraquidiano (líquor) que transporta íons 
e proteínas para o SNC. Algumas dessas células podem apresentar cílios que 
facilitam a movimentação do líquor (NEIVA, 2014; MONTANARI, 2016).
Células satélites: células encontradas no SNP que se encontram ao redor 
dos corpos dos neurônios nos gânglios nervosos. Apresentam-se pequenas, 
achatadas, com núcleo escuro e heterocromático. As células satélites têm GFAP, 
junções gap e uma lâmina basal na face externa, além disso, elas permitem 
um microambiente controlado em torno do neurônio, com isolamento elétrico 
e via para trocas metabólicas (MONTANARI, 2016). 
Células de Schwann: são alongadas, com núcleo alongado, complexo de 
Golgi pouco desenvolvido e poucas mitocôndrias. Elas contêm GFAP e são 
circundadas pela lâmina externa e não têm prolongamentos. As células de 
Schwann são encontradas ao redor dos axônios do SNP, podendo dar até 
mais de 50 voltas no axônio, além de também serem produtoras da bainha de 
mielina (NEIVA, 2014; MONTANARI, 2016). 
5Tecido nervoso: sistema nervoso central e periférico
Na Figura 2, há uma imagem esquemática de neurônios e células da glia, 
podendo ser observadas também outras estruturas, como a bainha de mielina.
Figura 2. Células da glia e neurônios. 
Fonte: Tortora e Derrickson (2016, p. 242). 
Caracterização dos sistemas nervoso central 
e periférico
O sistema nervoso é anatomicamente dividido em SNC e SNP. O SNC é 
composto pelo encéfalo e pela medula espinal. No início do desenvolvimento 
embriológico, a partir da terceira semana de desenvolvimento, o SNC se deriva 
a partir do tubo neural. Com a evolução do tecido, a cavidade central diminui 
em proporção, mas a espessura das paredes e o diâmetro do espaço por elas 
delimitado variam de uma região para a outra. 
Tecido nervoso: sistema nervoso central e periférico6
Para a formação do SNC, há alguns eventos importantes que devem ser 
citados, como a derivação do prosencéfalo em telencéfalo e diencéfalo, a 
permanência do mesencéfalo, que será mantido no adulto, e a derivação do 
rombencéfalo em metencéfalo e mielencéfalo. No embrião, a medula espinal 
se estende por todo o comprimento do canal vertebral, porém, à medida que 
o indivíduo cresce, a extremidade caudal da medula espinal é realocada para 
vértebras cada vez mais superiores. A estreita cavidade central que persiste 
dentro da medula espinal é chamada de canal central. 
O SNC é responsável por integrar, processar e coordenar a chegada de 
estímulos sensitivos ao organismo e a saída de estímulos motores, além disso, 
ele é responsável por funções superiores, como a inteligência, a memória, o 
aprendizado e as emoções (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008; MARTINI; 
TIMMONS; TALLITSCH, 2009; MONTANARI, 2013; TORTORA; DER-
RICKSON, 2016). 
O SNP é formado especialmente por gânglios nervosos (aglomerados de 
neurônios) e nervos (feixes de prolongamentos dos neurônios). Embriologi-
camente, ele é formado a partir de células da crista neural. O SNP estabelece 
a comunicação entre os órgãos de sensibilidade, os centros nervosos e os 
órgãos efetores (músculos e glândulas), além de ser responsável por levar 
informações sensitivas obtidas dentro do corpo ou no meio ambiente para os 
centros nervosos (impulsos aferentes) e dos centros nervosos para os órgãos 
efetores (impulsos eferentes) (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008; MARTINI; 
TIMMONS; TALLITSCH, 2009; MONTANARI, 2013; TORTORA; DER-
RICKSON, 2016). 
Tanto a comunicação aferente quanto a eferente apresentam componentes 
somáticos e viscerais. A comunicação aferente conduz as informações dos 
receptores sensitivos somáticos, que monitoram os músculos esqueléticos, as 
articulações e a pele, e dos receptores sensitivos viscerais, que monitoram 
outros tecidos, como a musculatura lisa e a cardíaca e as glândulas, além de 
fornecer informações advindas de órgãos sensitivos especiais, como os olhos 
e os ouvidos. Por outro lado, a eferente inclui o sistema nervoso somático 
(SNS), que controla a contração dos músculos esqueléticos, e o sistema nervoso 
autônomo (SNA), também chamado de sistema motor visceral, que regula a 
musculatura lisa, o músculo cardíaco e a atividade glandular. As atividades 
do SNS podem ser voluntárias ou involuntárias. As contrações voluntárias dos 
músculos esqueléticos estão sob controle consciente do indivíduo, como levan-
tar o braço para coçar a cabeça, por exemplo. As contrações involuntárias, no 
7Tecido nervoso: sistema nervoso central e periférico
entanto, são gerenciadas de forma inconsciente (p. ex., reflexo de normalmente 
tirar a mão ao tocar algo muito quente antes mesmo de sentir dor) (MARTINI; 
TIMMONS; TALLITSCH, 2009; TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Conforme dito anteriormente, os neurônios são responsáveis por todos os 
tipos de transmissão de informação. Para que isso ocorra, são necessários os 
impulsos nervosos (potenciais de ação) e as sinapses. A geração dos potenciais 
de ação nas células musculares e nos neurônios depende de duas características 
da membrana plasmática: existência de potencial de membrana em repouso 
(diferença na quantidade de carga elétrica no lado interno da membrana ao 
comparar com o lado externo) e presença de canais iônicos. O que acontece 
basicamente é que os canais iônicos permitem a passagem de íons específicos 
do meio menos concentrado para o mais concentrado, do mesmo modo, íons 
carregados positivamente se dirigem à área com carga negativa e, dessa forma, 
vão alterando o potencial de membrana. Uma célula que tem um potencial 
de membrana é denominada polarizada (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
A sinapse (Figura 3) é responsável pela transmissão unidirecional dos 
impulsos nervosos de um neurônio para outro ou para uma célula efetora. 
A sinapse pode ser elétrica ou química. Na elétrica, impulsos nervosos são 
conduzidos diretamente entre as membranas plasmáticas dos neurônios adja-
centes pelas junções comunicantes (encontradas nos músculos liso visceral e 
cardíaco e no encéfalo), de modo a permitir condução e coordenação rápidas. 
As sinapses químicas são a maioria das sinapsesque ocorrem no organismo. 
Nelas, um impulso nervoso provoca liberação de neurotransmissores na fenda 
sináptica (pequeno espaço preenchido com líquido intersticial) (TORTORA; 
DERRICKSON, 2016).
Tecido nervoso: sistema nervoso central e periférico8
Figura 3. Sinapse.
Fonte: Tortora e Derrickson (2016, p. 248). 
Órgãos e estruturas que compõem o sistema 
nervoso central e o sistema nervoso periférico
Os órgãos e as demais estruturas que fazem parte do SNC e do SNP são com-
plexos, com numerosos vasos sanguíneos e camadas de tecido conjuntivo que 
conferem proteção física e sustentação mecânica. O SNC é constituído pelo 
encéfalo, localizado dentro do crânio, e pela medula espinal, cujo formato é 
cilíndrico, que está localizada no interior da coluna vertebral. As três partes 
principais do encéfalo são: tronco encefálico, cerebelo e cérebro (diencéfalo e 
telencéfalo — maior massa do encéfalo) (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
É possível ver as estruturas do SNC na Figura 4. 
9Tecido nervoso: sistema nervoso central e periférico
Figura 4. Estruturas do SNC.
Fonte: Tortora e Derrickson (2016, p. 262).
A medula espinal é constituída de tecido nervoso, sendo externamente 
composta por substância branca e internamente pela cinzenta. Dependendo 
de sua imaginação, ela tem o formato de uma borboleta ou de uma letra H em 
corte transversal. A medula espinal inicia no forame magno do osso occipital do 
crânio e segue até aproximadamente a segunda ou a terceira vértebra lombar. 
Na lombar, a medula é afinada, em formato de cone medular, o qual segue até 
o cóccix com apenas um filamento meníngeo, também chamado de filamento 
terminal. Essa região terminal do cone medular até o final do filamento 
meníngeo é conhecida como cauda equina. A medula espinal apresenta três 
funções principais (ZIERI, 2014):
1. inervação sensorial e motora do organismo inteiro a partir da cabeça 
por intermédio dos nervos espinais;
2. condução de sinais entre o encéfalo e o corpo, e vice-versa, pelos tratos 
ascendentes e descendentes da substância branca;
3. centro fundamental para os reflexos por meio da integração sensorial 
e motora da substância cinzenta.
Tecido nervoso: sistema nervoso central e periférico10
O tronco encefálico é externamente constituído pela substância branca e 
internamente pela cinzenta. Fazem parte do tronco encefálico o bulbo, a ponte 
e o mesencéfalo, sendo que é a partir do bulbo que se inicia a medula espinal. 
O tronco encefálico apresenta quatro funções básicas: via de passagem para 
todos os tratos fibrosos, que vão do cerebelo até a medula espinal; participação 
na inervação da cabeça e da face; produção de comportamentos programados 
e automáticos essenciais para a sobrevivência, como regulação da respiração, 
da pressão arterial, dos batimentos cardíacos, entre outros; e integração dos 
reflexos auditivos e visuais. Na parte posterior do tronco encefálico está 
localizado o cerebelo, que tem o formato de uma couve-flor e é separado do 
tronco encefálico por um ventrículo (quarto ventrículo). Ele consiste em dois 
hemisférios, cada um subdividido em três lobos, e tem três regiões: córtex 
externo de substância cinzenta, substância branca interna e substância cinzenta 
profunda. O cerebelo tem como função suavizar e coordenar os movimentos 
do corpo e ajudar a manter a postura e o equilíbrio (ZIERI, 2014).
Acima do tronco encefálico há o diencéfalo, que é composto pelo tálamo, 
pelo hipotálamo e pelo epitálamo (a partir do qual se desenvolve a glândula 
pineal). Essas estruturas margeiam um ventrículo (terceiro ventrículo) e são 
constituídas, principalmente, de substância cinzenta (MONTANARI, 2013; 
ZIERI, 2014). O tálamo é o responsável pela transmissão de muitos impulsos 
sensoriais provenientes da medula espinal e do tronco encefálico e que alcançam 
o córtex cerebral (p. ex., informações visuais, táteis, de dor, etc.), e também 
pela transmissão entre diferentes áreas do telencéfalo, sendo importante para 
a manutenção da consciência e a aquisição de conhecimentos (cognição). 
Além disso, ele contribui para as funções motoras, transmitindo informações 
do cerebelo e dos núcleos da base para as áreas motoras do córtex cerebral. 
O hipotálamo é uma pequena porção do diencéfalo localizada abaixo do 
tálamo e acima da hipófise — também conhecida como pituitária, trata-se 
de uma glândula endócrina produtora de hormônios que é responsável pelo 
funcionamento de outras glândulas do organismo. Ele controla muitas ativida-
des corporais importantes, estando a maioria delas associada à homeostasia. 
Entre as suas principais atividades estão: 
 � controlar e integrar as atividades do SNA, como ajudar a regular a 
frequência cardíaca, o movimento do alimento dentro do trato gastrin-
testinal e a contração da bexiga urinária; 
 � controlar a hipófise e a produção de hormônios, sendo o principal ponto 
de ligação entre os sistemas nervoso e endócrino; 
11Tecido nervoso: sistema nervoso central e periférico
 � regular os padrões emocionais e comportamentais, tais como raiva, 
agressividade, dor, prazer e excitação sexual; 
 � regular a ingestão de alimentos e líquidos, sendo conhecido como 
centro da sede; 
 � controlar a temperatura corporal; 
 � regular o ritmo circadiano e o estado de consciência. 
O epitálamo tem funções associadas ao hipotálamo, além de núcleos rela-
cionados à mastigação e à deglutição. A glândula pineal é aproximadamente 
do tamanho de uma ervilha e tem como função a secreção da melatonina, 
hormônio que promove a sonolência e contribui para o estabelecimento do 
relógio biológico do corpo (MONTANARI, 2013; TORTORA; DERRICKSON, 
2016). Normalmente, esse hormônio começa a ser produzido no final da tarde, 
quando o sol começa a se pôr (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
A superfície do telencéfalo é constituída por uma fina camada de substância 
cinzenta, que se refere ao córtex cerebral, sendo que abaixo dessa camada se 
encontra a substância branca do cérebro. O telencéfalo é o que proporciona 
aos seres humanos toda a sua capacidade intelectual (ler, escrever, fazer 
cálculos, pensar, etc.). Nessa estrutura, existem pregas, chamadas de giros, e 
entre elas há fissuras e fendas alongadas e rasas que são chamadas de sulcos, 
os quais permitem o aumento da área do córtex sem aumento do volume da 
massa cefálica. 
Uma fissura longitudinal do cérebro separa o telencéfalo em hemisférios 
cerebrais direito e esquerdo. A ligação interna entre os hemisférios é feita 
pelo corpo caloso, uma faixa larga de substância branca contendo axônios. 
Cada hemisfério cerebral tem quatro lobos que são nomeados de acordo 
com os ossos que os recobrem: lobo frontal (responsável por pensamentos 
complexos, tomadas de decisões e julgamentos e pelo controle motor), lobo 
parietal (alguns sentidos enviam informações para serem processadas nessa 
região), lobo temporal (centro da comunicação, da memória e da audição) e 
lobo occipital (região de processamento das informações obtidas pela visão). 
O sulco central separa os lobos frontal e parietal. Há núcleos no interior de 
cada hemisfério que são constituídos de substância cinzenta e denominados 
como núcleos da base, os quais são chamados de núcleo lentiforme (globo 
pálido, putâmen) e núcleo caudado. Suas principais funções incluem auxiliar 
no início e na finalização dos movimentos, regular o tônus muscular e con-
trolar contrações subconscientes dos músculos esqueléticos, como o ato de 
balançar os braços quando se está caminhando (MONTANARI, 2013; ZIERI, 
Tecido nervoso: sistema nervoso central e periférico12
2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016). As características estruturais do 
telencéfalo podem ser vistas na Figura 5.
Figura 5. Características estruturais do telencéfalo.
Fonte: Tortora e Derrickson (2016, p. 269).
Todas essas estruturas do encéfalo, citadas anteriormente, e da medula 
espinal são protegidas pelos ossos do crânio (no caso do encéfalo) ou da coluna 
vertebral (medula espinal) e pelas meninges encefálicas, quesão dura-máter 
(camada mais dura e externa), aracnoide (camada mediana) e pia-máter (camada 
mais fina e mais interna). O líquor também tem função protetora, de nutrição 
e de remoção de resíduos para essas estruturas, já que preenche o canal central 
13Tecido nervoso: sistema nervoso central e periférico
e os ventrículos, além de circundar o SNC. Os ventrículos encefálicos são 
câmaras expandidas, contínuas com o canal central, e encontradas em regiões 
específicas do cérebro (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
O SNP é constituído por todo o tecido nervoso fora do SNC, fazendo parte 
desse sistema as estruturas descritas a seguir.
Nervos: são compostos por feixes de fibras nervosas agrupadas. Tais fibras 
são constituídas por um axônio e as bainhas que os envolvem. Nervos que 
têm apenas fibras aferentes são chamados de sensitivos, enquanto os nervos 
com fibras efetoras são conhecidos como motores e os que têm ambas são 
chamados de mistos. Há um total de 12 pares de nervos cranianos que emer-
gem a partir da base do encéfalo e 31 pares de nervos espinais que surgem da 
medula espinal. Cada um deles seguirá um caminho específico para inervar 
órgãos e outros tecidos. Esses nervos se conectam à medula pelas raízes dor-
sal e ventral (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008; ZIERI, 2014; TORTORA; 
DERRICKSON, 2016). 
Gânglios: são pequenos acúmulos de neurônios situados fora do SNC. Eles 
estão intimamente relacionados aos nervos. Dependendo do sentido do impulso 
nervoso, os gânglios podem ser sensoriais (aferentes) ou do SNA (eferentes) 
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008; TORTORA; DERRICKSON, 2016).
Plexos entéricos: são extensas redes de neurônios localizadas nas paredes 
dos órgãos do trato gastrintestinal, cuja função é ajudar a regular o sistema 
digestório (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 
Receptores sensoriais: são as estruturas do tecido nervoso que monitoram 
as alterações dos ambientes externo e interno, como, por exemplo, receptores 
sensoriais de toque na pele ou olfativos no nariz (TORTORA; DERRICKSON, 
2016). Os plexos entéricos e os receptores sensoriais também podem ser 
chamados simplesmente de terminações nervosas. Veja na Figura 6 como 
são organizados o SNC e o SNP.
Tecido nervoso: sistema nervoso central e periférico14
Figura 6. Partes do SNC e do SNP.
Fonte: Tortora e Derrickson (2016, p. 237).
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 11. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2008. 
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2009. (Série Martini).
MONTANARI, T. Embriologia: texto, atlas e roteiro de aulas práticas. Porto Alegre: Ed. do 
autor, 2013. Disponível em: http://www.ufrgs.br/livrodeembrio. Acesso em: 25 ago. 2019.
MONTANARI, T. Histologia: texto, atlas e roteiro de aulas práticas. 3. ed. Porto Alegre: Ed. 
do autor, 2016. Disponível em: http://professor.ufrgs.br/tatianamontanari/publications/
histologia-texto-atlas-e-roteiro-de-aulas-pr%C3%A1ticas. Acesso em: 25 ago. 2019.
15Tecido nervoso: sistema nervoso central e periférico
NEIVA, G. S. M. Histologia I. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 
10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
ZIERI, R. Anatomia humana. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
Tecido nervoso: sistema nervoso central e periférico16
DICA DO PROFESSOR
Assistindo ao vídeo da Dica do Professor, será possível caracterizar o Tecido Nervoso quanto às 
suas células gliais e suas funções e conhecer os órgãos e estruturas que fazem parte do Sistema 
Nervoso Central e Periférico. 
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Quais são as células gliais que constituem a barreira hematoencefálica? 
A) Astrócitos.
B) Oligodendrócitos.
C) Micróglias.
D) Células ependimárias.
E) Células de Schwann.
2) O tecido nervoso é constituído por dois grupos celulares principais: os neurônios e as 
células da glia (neuroglia). Os neurônios são responsáveis pela recepção, pela 
transmissão e pelo processamento dos impulsos nervosos. As células da glia são, na 
verdade, diferentes tipos celulares que atuam dando suporte e sustentação aos 
neurônios, de modo a proporcionar um microambiente adequado para essas células, 
além de participar de outras funções importantes. Neste contexto, as células de 
Purkinje são encontradas em que lugar? 
A) No coração.
B) No cerebelo.
C) Na medula espinhal.
D) No gânglio.
E) No nervo.
3) Para que ocorra a propagação de um impulso nervoso, é de extrema importância que 
haja conexões entre os neurônios. Esses locais denominados _____________, apesar 
de não serem áreas de contato direto, permitem a passagem do impulso em virtude 
da liberação de neurotransmissores. 
 
Entre as alternativas a seguir, marque aquela que completa corretamente o espaço 
acima.
A) dendritos
B) bainha de Mielina
C) sinapses
D) axônios
E) terminais axônicos
4) Além dos neurônios, o Tecido Nervoso é constituído de outro componente celular: as 
células da glia ou neuróglia, que, além de servirem de sustentação para as células 
neuronais, apresentam funções diversas. Em se tratando de neuróglia, assinale a 
alternativa correta:
A) As células ependimárias são células epiteliais cúbicas que revestem as cavidades do 
encéfalo, o canal central da medula espinhal e os nervos.
B) As micróglias são consideradas os macrófagos do tecido nervoso, pois possuem função 
nutritiva para as células que estão apoiando (os neurônios).
C) No SNC, os astrócitos fibrosos são geralmente encontrados em áreas que não apresentam 
pericário.
D) As células de Schwann podem ser encontradas no Sistema Nervoso Periférico e possuem 
função semelhante às células da micróglia, porém circulam no sangue.
E) Os oligodendrócitos envolvem os axônios de neurônios localizados no Sistema Nervoso 
Periférico produzindo bainha de mielina.
5) A Esclerose Múltipla é uma doença neurológica crônica que pode causar: fraqueza 
muscular, rigidez articular, dores articulares e falta de coordenação motora. Em uma 
análise patológica dessa doença, há a infiltração de células específicas que 
degradaram grandes quantidades de lipídeos antes presentes no Tecido Nervoso. Que 
células são essas, qual a estrutura lipídica referenciada e como é denominada essa 
atividade celular?
A) Astrócitos protoplasmáticos – mielina – fagocitose.
B) Astrócitos fibrosos – mielina – fagocitose.
C) Microglia – mielina – fagocitose.
D) Células ependimárias – adipócitos – gliose.
E) Microglia – mielina – gliose.
NA PRÁTICA
Acompanhe um exemplo prático sobre glioma, um tipo de câncer que acomete o tecido 
nervoso:
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Para compreender melhor sobre o funcionamento das células que compõem o Sistema 
Nervoso, assista ao vídeo a seguir:
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Utilize essa sugestão de leitura complementar para aprofundar seus estudos sobre 
neurociências e o Sistema Nervoso:

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