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HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE

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HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE (2021BIM1.2)
Aula 1.1 - Processo saúde e doença
A saúde é definida como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social. 
Dizer que há saúde não é o mesmo que dizer que não há doença e vice-versa. Esses termos tratam de coisas diferentes e ao mesmo tempo indissociáveis.
O conceito de doença também é mais amplo e pode nos ajudar a aprender sobre questões epidemiológicas que permeiam o processo saúde e doença. A presença ou ausência de doença é um problema pessoal e social. A capacidade individual para trabalhar, ser produtivo, amar e divertir-se está relacionada com a saúde física e mental da pessoa. É, também, social, pois a doença de uma pessoa pode afetar outras pessoas de forma significativa.
 Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre esses conceitos e relacioná-los com a história e a epidemiologia.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
· Descrever o conceito de saúde.
· Definir o conceito de doença.
· Identificar historicamente os conceitos de saúde e doença e relacionar esses conceitos com a epidemiologia.
DESAFIO: Antigamente, as pessoas entendiam a saúde como algo estático e formal, mas esse conceito foi alterado e, atualmente, a Organização mundial de Saúde (OMS) define como completo bem-estar físico, social e mental e não apenas a ausência de doenças.
De que forma você explicaria esse novo conceito incluindo as novas dimensões (bem-estar físico, social e mental)? Apresente uma pequena definição de cada uma.
RESPOSTA : Saúde é o completo estado de bem-estar entre as três dimensões (físico, mental e social), passando a ser mais um valor da comunidade do que do indivíduo, portanto não se trata somente da ausência de enfermidade, conforme a OMS.
Para compreender melhor o conceito de saúde, a explicação das três dimensões contribuirá para isso, segundo a OMS:
Bem-estar físico: significa que não há apenas a saúde de um órgão, mas sim do todo, completa.
Bem-estar social: é o ajuste às exigências do meio, fundamentalmente das condições socioeconômicas, do local onde vivemos, da distribuição de riquezas e das oportunidades oferecidas ao indivíduo.
Bem-estar mental: o ser humano precisa estar bem ajustado às condições de vida, dentro do ambiente em que vive; com entendimento, equilíbrio, tolerância, compreensão dos indivíduos. A saúde mental é a resposta psíquica ajustada com a boa adaptação.
INFOGRÁFICO:  aspectos gerais e a importância da Classificação Internacional de Doenças (CID).​​​​​​​​​​​​​​
Quando estudamos saúde e doença precisamos relacioná-las com a epidemiologia para compreender as causas, os efeitos e os desfechos. Com a epidemiologia, conseguimos acompanhar a história dos estudos sobre saúde e doença, e a evolução das pesquisas dos tratamentos. Além disso, é possível entender sobre riscos, chances e outros conceitos importantes que permeiam a saúde e a doença nas populações.
Acompanhe o capítulo Processo saúde e doença, do livro Saúde Coletiva, o qual demonstrará historicamente de que forma os conceitos evoluíram, tornando mais fácil entender os processos na saúde.
O conceito de doença também é mais amplo e pode nos ajudar a aprender sobre questões epidemiológicas que permeiam o processo de saúde e doença. A presença ou ausência de doença é uma questão pessoal e social. Pessoal, porque a capacidade individual para trabalhar, ser produtivo, amar e divertir-se está relacionada com a saúde física e mental da pessoa. Social, porque a doença de uma pessoa pode afetar outras pessoas significativas.
O conceito de saúde Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como completo bem- -estar físico, social e mental, e não apenas a ausência de doenças. Define também que se trata de um direito fundamental, e que a consecução do mais alto nível de saúde é a mais importante meta social mundial, cuja realização requer a ação de muitos outros setores sociais e econômicos, além do setor de saúde. Em seu sentido mais abrangente, a saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida. Dentro desse conceito, são encontradas 3 dimensões:
· Bem-estar físico: significa que não há apenas a saúde de um órgão, mas sim do todo, completa;
· Bem-estar social: é o ajuste às exigências do meio, fundamentalmente das condições socioeconômicas, do local onde se vive, da distribuição de riquezas e das oportunidades oferecidas ao indivíduo;
· Bem-estar mental: o ser humano precisa estar bem ajustado às condições de vida, dentro do ambiente em que vive; com entendimento, equilíbrio, tolerância e compreensão dos indivíduos; a saúde mental são as respostas psíquicas ajustadas com boa adaptação. A saúde torna-se a capacidade que o ser humano tem de gastar, consumir a própria vida. Entretanto, é importante destacar que a vida não admite a reversibilidade, ela aceita apenas reparações. Cada vez que o indivíduo fica doente, está reduzindo o poder que tem de enfrentar outros agravos.
Ainda de acordo com a OMS, existem determinantes sociais de saúde que são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população.
Definições mais flexíveis quer de saúde quer de doença consideram múltiplos aspectos causais da doença e da manutenção da saúde, tais como fatores psicológicos, sociais e biológicos (ALBUQUERQUE et al., 2002). No passado, a saúde significava “mente sã em corpo são” e só podia ser mantida se a pessoa seguisse um estilo de vida consonante com as leis naturais. Só assim seria possível assegurar um equilíbrio entre as forças do organismo e as do seu ambiente. Depois surgiu o modelo biomédico, que conduziu ao desenvolvimento das modernas medidas de saúde pública. Tais medidas foram essenciais para as mudanças dos padrões de saúde e doença do mundo desenvolvido (ALBUQUERQUE et al., 2002).
Outra parte importante da saúde é a promoção da saúde, que é um conceito multidisciplinar e tem como definição o processo de “capacitar” as pessoas para aumentarem o controle sobre a sua saúde e para melhorá-la.
Qualidade de vida e saúde : A qualidade de vida é um método utilizado para avaliar as condições de vida dos indivíduos. Envolve o bem espiritual, físico, psicológico e emocional, além de relacionamentos sociais, saúde, educação, poder de compra, habitação, saneamento básico e outras circunstâncias da vida. A Saúde está incluída nessa medida, que auxilia os pesquisadores a melhorarem a vida das populações, pois consegue avaliar domínios da vida das pessoas. Dentro das avaliações de qualidade de vida é possível também avaliar os anos de vida ajustados pela qualidade de vida (do inglês, Quality Adjusted Life Years, QALY), que é um índice simples que combina a mortalidade e a morbidade.
A qualidade de vida foi definida como sensação íntima de conforto, bem-estar ou felicidade no desempenho de funções físicas, intelectuais e psíquicas dentro da realidade da sua família, do seu trabalho e dos valores da comunidade à qual pertence.
Saúde e doença não são estados ou condições estáveis, mas sim conceitos vitais, sujeitos a constante avaliação e mudança. A doença é considerada como ausência de Saúde, um estado que, ao atingir um indivíduo, provoca distúrbios das funções físicas e mentais. Pode ser causada por fatores exógenos (externos, do ambiente) ou endógenos (internos, do próprio organismo).
O modelo biomédico, aplicado à saúde pública, reconheceu que:
· as doenças infecciosas eram difíceis senão impossíveis de curar e, uma vez instaladas no adulto, o seu tratamento e a sua cura eram dispendiosos;
· os indivíduos contraíam doenças infecciosas em contato com o meio ambiente físico e social que continha o agente patogénico;
· as doenças infecciosas nãose contraíam a não ser que o organismo hospedeiro fornecesse um meio favorável ao desenvolvimento do agente infeccioso.
A medicina curativa que, a partir de meados do século XX, encontrou nos antibióticos um auxiliar eficaz na destruição desses microorganismos. A partir dos sinais das doenças, o desenvolvimento da anatomia patológica tornou-se um dos principais alicerces da medicina moderna e a doença passou a ser considerada uma patologia (BATISTELLA, 2007).
Para facilitar a classificação das doenças, a OMS criou uma lista conhecida como Classificação Internacional de Doenças (CID), que é uma ferramenta epidemiológica que fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas, circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos ou doenças. Essa classificação foi criada a partir de uma necessidade de classificar as doenças, e a partir de outras tentativas de organizar o conhecimento sobre as doenças. 
A CID é formada por uma letra, seguida por três números. O código formado permite a identificação de todas as doenças conhecidas, bem como de sintomas, queixas de pacientes, aspectos fisiológicos anormais, dentre outros.
Em 1855, Willian Far estabeleceu uma classificação que estava dividida em 5 grupos: doenças epidêmicas, generalizadas e localizadas, de acordo com a classificação anatômica, do desenvolvimento e consequentes de traumatismo. A partir da classificação de Far e de muitas revisões, chegou-se ao CID utilizado atualmente.
Dentro das questões de doenças, faz-se necessário compreender o processo saúde-doença que surge a partir de diferentes dimensões: 
· Microestrutural – molecular ou celular; 
· Microsistêmica – metabolismo ou tecido; 
· Subindividual (órgão ou sistema) – processos fisiopatológicos;
· Clínica individual – casos; 
· Epidemiológica – população sob risco; 
· Interfaces ambientais – ecossistemas; 
· Simbólica – semiológica e cultural.
No nível individual, a expressão do processo pode ser, simultaneamente, alteração fisiopatológica, sofrimento e representação (mediada por valores culturais). No nível coletivo, o processo saúde-doença possui uma expressão populacional (demográfica, ecológica), cultural (conjunto de regras) e espacial (organização e disposição). Nas sociedades, esse mesmo processo aparece como problema de saúde pública, entre o particular e o público e entre o individual e o coletivo (BATISTELA, 2007).
Entre as epidemias mais importantes que assolaram o Brasil desde o final do século XIX, estão a da febre amarela nos anos 1850 e 1870, a da varíola de 1834 a 1839, a da gripe espanhola entre os anos de 1918 e 1919, a da sífilis em 1920 e a dengue nos anos 1930.
A Epidemiologia é o estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos problemas de saúde em populações, bem como a aplicação desses estudos no controle dos eventos relacionados com saúde.
Para os estudos epidemiológicos é necessário conhecimento detalhado das condições de vida e de trabalho das pessoas para que se possa planejar e programar o desenvolvimento de ações em Saúde. Esses determinantes mais amplos do processo Saúde-doença são as condições de materiais necessários à sobrevivência, relacionados à nutrição, habitação, saneamento básico e ás condições de meio ambiente.
Dentro da epidemiologia é possível estudar os indicadores de Saúde, que são medidas que refletem características e têm como propósito elucidar situações de saúde. Os indicadores possuem muitas especifidades e são divididos em três categorias: 1) Indicadores que traduzem diretamente a Saúde: razão de mortalidade proporcional, coeficiente geral de mortalidade, esperança de vida ao nascer, coeficiente de mortalidade infantil e coeficiente de mortalidade por doenças transmissíveis; 2) Indicadores que referem às condições do meio: índice de abastecimento de água, rede de esgotos, contaminações ambientais por poluentes; e 3) Indicadores que medem os recursos materiais e humanos relacionados às atividades de Saúde: índices relativos à rede de unidades de saúde de atenção básica, profissionais de saúde e leitos hospitalares.
Dentro da epidemiologia temos conceitos muito importantes que precisam ser destacados para compreensão do processo saúde e doença: 
1)Mortalidade: dados provenientes de declarações de dados de morte;
2) Morbidade: a comunicação de uma doença ou agravo à saúde feita a autoridade sanitária;
3) Razão de chances: medida de associação, significa quantas vezes maior é a chance de um indivíduo estar doente entre aqueles expostos a algum fator e aos não expostos (exemplo: qual a chance de ter câncer de pulmão entre os fumantes e não fumantes);
4) Risco relativo: responde a quantas vezes é maior o risco de desenvolver uma doença entre indivíduos expostos e não expostos (por exemplo: risco de bebês que não são amamentados exclusivamente com leite materno de terem diarreia com comparação com bebês que são amamentados apenas com leite materno), e também é uma medida de de associação;
5) Causalidade: explica a ocorrência da doença ou de outros eventos ligados à saúde.
Indicadores auxiliam a medir simultaneamente o impacto da mortalidade e dos problemas de saúde que afetam a qualidade de vida dos indivíduos: 1) O DALY que mede os anos de vida perdidos por morte prematura; 2) O YLL –Years of Life Lost – Anos de vida perdidos por morte prematura ou incapacidade; 3) E o YLD – Years Lived with Disability – Anos de vida vividos com incapacidade.
A OMS sugere pesos segundo sexo, faixa etária e tratamento ou não da doença. Basicamente os cálculos da DALY são a soma do YLL com YLD. ( DALY = YLL + YLD)
E o YLL é igual ao número de mortes multiplicado pela expectativa de vida e a idade da morte em anos (YLL = M x E).
· Entender sobre o conceito de epidemiologia é importante para entender as questões sobre saúde e doença na saúde coletiva.
· Epidemiologia: É o estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos problemas de saúde da população, bem como, aplicação no controle dos eventos.
· Para controlar/ prevenir/ tratar doença Dados epidemiológicos coletados nos locais de interesse (país, estados, etc)
· Epidemiologia: 
· auxilia a reduzir os problemas de saúde na população porque estuda a ausência de saúde na forma de doenças e agravos
· informar a situação de saúde da população
· investigar os fatores da situação de saúde 
· avaliar os impactos das ações para alterar a situação encontrada
· Epidemiologia social: distingue pela insistência em investigar explicitamente os determinantes sociais do processo saúde e doença
EXERCÍCIOS 1) A epidemiologia possui conceitos determinantes. Esses conceitos são aplicados através de informações adquiridas na coleta de informações do histórico do paciente, podendo a partir daí compreender o processo da doença. Considere um paciente que apresentou IAM (infarto agudo do miocárdio), porem este paciente é obeso, diabético e sedentário, com mal hábito alimentar. Neste qual dos conceitos relacionados abaixo se encaixa para compreender o processo saúde e dença deste paciente?
a) prevalência RESPOSTA INCORRETA
b) risco relativo
RESPOSTA CORRETA conceitos epidemiológicos para compreensão do processo saúde e doença:
Mortalidade: dados provenientes de declarações de dados de morte;
Morbidade: a comunicação de uma doença ou agravo à saúde feita a autoridade sanitária;
Razão de chances: medida de associação, significa quantas vezes maior é a chance de um indivíduo estar doente entre aqueles expostos a algum fator e aos não expostos; 
Risco relativo: responde a quantas vezes é maior o risco de desenvolver uma doença entre indivíduos expostos e não expostos; 
Causalidade: explica a ocorrência da doença ou de outros eventos ligados à saúde Prevalência (o número de casos existentes de uma doença, em um dado momento) Incidência (a frequência com que surgem casos novos da doença num intervalo de tempo)
c) Incidência RESPOSTA INCORRETA
d) razão de chances RESPOSTA INCORRETA
e) causalidade RESPOSTA INCORRETA
2) Quando estudamosas condições de saúde e doença em epidemiologia, é necessário planejar e programar o desenvolvimento de ações em saúde. Esse conhecimento exige um detalhamento das condições de vida e de trabalho das pessoas. Assinale a resposta CORRETA com esses determinantes mais amplos do processo saúde e doença.
a) Condições de materiais necessários à sobrevivência, relacionados à nutrição, habitação, saneamento básico e às condições de meio ambiente.
RESPOSTA CORRETA Esses são os determinantes mais amplos para compreender as ações relacionadas à saúde e à doença.
b) Formas sociais e culturais do estilo de vida no padrão de se alimentar, no dispêndio de energia no cotidiano, no trabalho e nos esportes, hábitos como consumo de fumo, álcool e lazer.
RESPOSTA INCORRETA Esses são fatores condicionantes utilizados para realizar as ações de saúde e doença.
c) Características genéticas e imunológicas, renda, acesso a serviços de saúde, escolaridade e educação, posição na sociedade, personalidade , hábitos, entre outros.
RESPOSTA INCORRETA Esses são os microdeterminantes para os estudos de saúde e doença.
d) Políticas públicas, desenvolvimento sustentável, produto nacional bruto, desigualdade de rendas, ambiente social, iniquidades sociais e posições hierárquicas.
RESPOSTA INCORRETA Esses são os macrodeterminantes para os estudos de saúde e doença.
e) Sociedade, família, indivíduo, órgão e célula.
RESPOSTA INCORRETA Essa é a representação de um modelo sistêmico que explica o adoecimento de uma forma orgânica com as dimensões do indivíduo, desde as biológicas até as mais gerais vinculadas à sociedade.
3) Os indicadores de saúde refletem situações que interferem na saúde de algum modo e tem 3 caracteristicas definidoras: as que traduzem diretamente a saúde, as que se referem as condições de meio, as que medem recursos humanos e materiais relacionados a saúde. Pensando nisso qual das alternativas abaixo refletem as características de condições do meio que refletem na saúde?
a) Razão de mortalidade proporcional RESPOSTA INCORRETA
b) Coeficiente de mortalidade por doenças transmissíveis RESPOSTA INCORRETA
c) Índice de unidades de saúde de atenção básica RESPOSTA INCORRETA
d) Profissionais de saúde e leitos hospitalares. RESPOSTA INCORRETA
e) Rede de esgotos
RESPOSTA CORRETA Dentro da epidemiologia é possível estudar os indicadores de Saúde, que são medidas que refletem características e têm como propósito elucidar situações que interferem na saúde. Esses indicadores são divididos em 3 categorias: Indicadores que traduzem diretamente a Saúde: razão de mortalidade proporcional, coeficiente geral de mortalidade, esperança de vida ao nascer, coeficiente de mortalidade infantil e coeficiente de mortalidade por doenças transmissíveis; Indicadores que referem às condições do meio: índice de abastecimento de água, rede de esgotos, contaminações ambientais por poluentes; e Indicadores que medem os recursos materiais e humanos relacionados às atividades de Saúde: índices relativos à rede de unidades de saúde de atenção básica, profissionais de saúde e leitos hospitalares.
4) Sobre a Classificação Internacional de doenças, marque a alternativa CORRETA.
a) É um entendimento do estado patológico e avança nas relações entre os diversos estados patológicos da população em um determinado momento.
RESPOSTA INCORRETA Esse é o conceito de patocenose utilizado pelo autor Grmek na compreensão dos processos de saúde e doença e que auxiliaria na classificação das doenças, não tem relação com o CID.
b) Ocorrência de doenças e o estabelecimento de condições de transmissão associadas a biogeocenoses ou ecossistemas.
RESPOSTA INCORRETA Conceito central da Teoria das doenças de foco natural estabelecida por Pavlovsky, em 1939.
c) Está dividida em cinco grupos: doenças epidêmicas, generalizadas, localizadas devido à classificação anatômica, do desenvolvimento e consequentes de traumatismo.
RESPOSTA INCORRETA Essa é a classificação de Farr, criada em 1855, que após revisões foi adotada para classificar as doenças.
d) Fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas, circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos ou doenças.
RESPOSTA CORRETA Esse é o objetivo principal do CID e o conceito utilizado para a classificação das doenças.
e) Classificação segundo a natureza das doenças em: gotosa, herpética, hemática, entre outras.
RESPOSTA INCORRETA Classificação de D`Espine apresentada para auxiliar na classificação das doenças, em 1855.
5) Sobre os determinantes sociais da saúde, assinale o que está CORRETO.
a) Considera como fator único de surgimento de doenças um agente etiológico - vírus, bactérias ou protozoários.
RESPOSTA INCORRETA Esse é o pressuposto da teoria da uni causalidade, muito aceita no início do século XX, para explicar as doenças.
b) É o método utilizado para avaliar as condições de vida dos indivíduos, envolve o bem espiritual, físico, psicológico e emocional; além de relacionamentos sociais, saúde, educação, poder de compra, habitação, saneamento básico e outras circunstâncias da vida.
RESPOSTA INCORRETA Esse é o conceito de qualidade de vida, no qual um dos itens avaliados é a saúde, mas não os determinantes sociais.
c) São os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população.
RESPOSTA CORRETA Esse é o conceito principal dos determinantes de saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) agrega ainda que são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham.
d) É um agente externo causador da doença que deve ser combatido como um inimigo da saúde.
RESPOSTA INCORRETA Esse é o modelo exógeno do adoecimento, segundo Laplantine. Por exemplo: se é o cigarro que causa o câncer, ele é o agente diretamente responsável por essa doença.
e) É uma medida genérica da carga de doenças incluindo tanto a qualidade de vida quanto o tempo que se vive.
RESPOSTA INCORRETA Esse é o conceito de QALY que são os anos de vida ajustados pela qualidade da vida dos indivíduos. Essa medida combina em um simples índice numérico a quantidade de vida (mortalidade) e a qualidade de vida (morbidade).
Aula 1.2 - Relação saúde, sociedade e cultura
Você sabia que quando conversamos sobre saúde devemos incluir e conhecer a realidade demográfica, epidemiológica, social, política e cultural? Dentro desse contexto há uma estreita relação entre saúde e sociedade, onde devemos refletir desde o sujeito até a família e as relações sociais mais amplas.
A cultura é um conjunto de valores, costumes, regras e leis que interferem em vários aspectos da vida; e a saúde é vista como um traço cultural. 
A saúde geralmente era vista como a perspectiva da sobrevivência, de anos de vida ganhos a defender a vida, mas considerando a cultura, a saúde é também ligada à intensidade e à qualidade de vida. 
Antigamente, a única cultura envolvida na saúde era a cultura científica. Esse tipo de cultura não se preocupava com a cultura nacional, importava-se apenas com campanhas de vacinação, controle de epidemias, internações hospitalares e sanitização urbana, sem olhar para a cultura da sociedade.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá estudar essa relação entre saúde, sociedade e cultura, que considera outro modelo onde a cultura aparece de forma muito mais dialética e interativa, considerando o interesse de sobreviver, mas também o desejo, o prazer, a realização, o sujeito e o contexto.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
· Reconhecer, dentro do conceito de saúde e doença, os determinantes que levam ao processo de adoecimento e cura.
· Relacionar conceitualmente saúde, sociedade e cultura.
· Definir os sistemas de saúde cultural e social.
DESAFIO: Há uma relação entre desejo, cultura, prazer, realização, sujeito e seu contexto. No Brasil, essa relação fica clara pelo programa de controle de AIDS, que leva em consideração questõesculturais importantes. As técnicas de promoção e prevenção têm que variar conforme o sujeito com quem se está trabalhando: se é religioso, se é jovem, se é idoso, se é dependente de droga, etc.
É necessário compreender o conceito de redução de dano, não só na distribuição de seringas, mas pensar nesse conceito como uma combinação da cultura e da técnica, tanto da clínica quanto da cultura epidemiológica e sanitária. 
INFOGRÁFICO: É comum afirmar que um bom paciente é aquele com cultura suficiente para compreender e seguir as orientações e cuidados transmitidos pelos profissionais da saúde. No entanto, sabe-se que no processo de adoecimento, a pessoa quando se vê diante de uma doença, busca todos os recursos possíveis para manter sua vida. Isso independentemente do nível intelectual e do esquema de transmissão de informações, o que reforça a influência das crenças nas condições de adoecimento e cura.
Desta forma, estuda-se um modelo conceitual de saúde que leva em consideração a determinação social. Confira o Infográfico a seguir.
 
Quando estudamos as relações entre saúde, sociedade e cultura conseguimos estabelecer as relações entre adoecimento e cura. Ainda, é possível compreender historicamente os modelos conceituais de saúde que levam às estratégias de prevenção e promoção de saúde, considerando as informações culturais da sociedade.
O processo saúde-doença é determinado pela forma como o homem se apropria da natureza em seus processos de trabalho em cada momento histórico e em determinadas relações sociais de produção (CAMPOS, 2002). A saúde é um traço cultural: pensamos em saúde na perspectiva da sobrevivência, dos anos de vida ganhos, de defender a vida. Mas, do ponto de vista cultural, a vida é também ligada ao prazer, ou seja, à intensidade da vida, à qualidade de vida (CAMPOS, 2002) e a tudo relacionado com a saúde. 
· Saúde: determinada pela própria biologia humana, pelo ambiente físico, social e econômico ao qual o indivíduo está exposto e pelo seu estilo de vida, isto é, pelos hábitos de alimentação e outros comportamentos que podem ser benéficos ou prejudiciais. A boa saúde está associada ao aumento da qualidade de vida.
· Sociedade: o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, preocupações e costumes e que interagem entre si, constituindo uma comunidade.
· Cultura: é um conjunto de valores, costumes, regras e leis que interferem em vários aspectos da vida.
Quando queremos estudar saúde, sociedade e cultura, devemos compreender que temos dois modelos assistenciais: um modelo biomédico e um modelo de determinação social. 
O modelo biomédico veio através da valorização do complexo industrial, da célula e da química, do poder do médico e sua onipotência, do conhecimento fragmentado e da rigidez. Nesse modelo, o conhecimento e a prática de saúde são centralizados no profissional médico. 
O modelo de determinação social valoriza a psicologia e o cultural, a atuação interdisciplinar e multiprofissional, a pessoa como um todo, a permeabilidade e a humildade, a flexibilidade e o pensamento crítico político. Com a compreensão desses modelos, fica mais fácil a discussão da relação entre sociedade, cultura e saúde.
A partir desses modelos podemos incluir o conceito de promoção da saúde que, implica em ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e fatores de risco e, depois de instalada a doença, no tratamento adequado dos doentes. A promoção da saúde se refere a ações sobre os determinantes sociais da saúde, dirigidas a impactar favoravelmente a qualidade de vida das pessoas na sociedade.
A promoção da saúde está dividida entre duas questões importantes: o comportamento dos indivíduos e seus estilos de vida (que se aproxima muito do modelo preventivo das doenças); e o enfoque mais amplo das políticas públicas e das condições favoráveis à saúde. A promoção de saúde é baseada em dois pilares: um diz respeito aos comportamentos cotidianos e, o outro, às circunstâncias em que vivemos.
Existem fatores que determinam a promoção da saúde e que vão além das características das doenças: são os chamados determinantes sociais de saúde ( conjunto das condições em que as pessoas nascem, vivem, trabalham e envelhecem).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu ações para melhorar a situação da saúde e reduzir iniquidades. Essas ações são baseadas em 3 princípios: 
1. Melhorar as condições de vida cotidianas — as circunstâncias em que as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem. 
2. Abordar a distribuição desigual de poder, dinheiro e recursos — os motores estruturais das condições de vida referidas — nos níveis global, nacionais e locais. 
3. Quantificar o problema, avaliar a ação, alargar a base de conhecimento, desenvolver um corpo de recursos humanos formado sobre os determinantes sociais da saúde e promover a consciência pública sobre o tema.
· A abordagem dos determinantes sociais reflete o fato de que as iniquidades em saúde não podem ser combatidas sem que as iniquidades sociais sejam combatidas junto. Para que a economia permaneça forte e a estabilidade social e a segurança global sejam mantidas, é essencial que ações coordenadas em prol da saúde sejam implementadas. Trabalhar sobre os determinantes sociais também ajuda a melhorar as condições de saúde como um todo (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2011).
· Existe no Brasil a Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), criada em 2006 com o objetivo de promover uma tomada de consciência sobre a importância dos determinantes sociais na situação de saúde e sobre a necessidade do combate às iniquidades de saúde por eles geradas.
· Fatores culturais devem ser considerados nas intervenções preventivas e terapêuticas
· Políticas públicas de promoção da saúde têm por objetivo promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e os riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes (modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura e acesso a bens e serviços essenciais) (BRASIL, 2010). Algumas ações específicas ganham destaque promoção de saúde: alimentação saudável, prática corporal e atividade física, prevenção e controle do tabagismo, redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas, redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito, prevenção da violência e estímulo à cultura de paz e promoção do desenvolvimento sustentável.
Os sistemas de saúde não podem ser estudados isolados da sociedade; ao contrário, devem ser inseridos nela. 
· O sistema de saúde tem 2 tópicos importantes, que estão relacionados:
· cultural: conceitual e prático; social: organizacional e normativo.
· O sistema de saúde possui as seguintes características: 1. Individualismo. 2. Saúde/doença como mercadoria. 3. Ênfase no biologismo. 4. A historicidade da prática médica. 5. Medicalização dos problemas. 6. Privilégio da medicina curativa. 7. Estímulo ao consumismo médico. 8. Participação passiva e subordinada dos consumidores
· Dentro do sistema cultural de saúde existem formas diferentes de cuidado: a popular, a informal e a profissional: 
· Informal: inclui a automedicação e consulta com leigos que tiveram o mesmo problema. Crenças sobre saúde e doença são incluídas aqui. 
· Popular: envolve curas milenares ou sagradas, grande variabilidade de cenários e abordagens, inclui os curandeiros, a abordagem holística, as facetas espirituais e a medicina alternativa: as medicinas originais não ocidentais (alternativas e complementares) incluem homeopatia, acupuntura, quiropraxia, etc. 
· Formal (Profissional) : medicina tradicional.
· Exemplo: Muitas vezes, as pessoas buscam tratamentos tradicionais (como chás, ervas e cura espiritual) tão amplamente utilizados na comunidade, mesmo quando podem pagar por um tratamento médico.
· Quando estudamos a influência da cultura na saúde, temos que ficar atentos à questão da religiosidade. Respeitar as crenças, as diferenças e os hábitos de cada indivíduo auxilia na forma como as pessoas encaram a doençae como aderem aos tratamentos.
· Sistemas de saúde: 
· 1) Hegemônico: Modelo Biomédico (tradicional); solução pontual aplicada à doença; consulta em posto/hospital/consultório 
· 2) Alternativo: Outros modelos assistenciais; cuidado com a família; cuidado com cada indivíduo; visita domiciliar; leva em conta os hábitos culturais; respeito à diversidade religiosa; respeito a curandeiros, benzedeiras, etc.
· 
EXERCÍCIOS: 1) As condições econômicas e sociais influenciam decisivamente as condições de saúde de pessoas e populações. A maior parte da carga das doenças, assim como as iniquidades em saúde, que existem em todos os países, acontecem por conta das condições em que as pessoas nascem, vivem, trabalham e envelhecem. Esse conjunto é denominado Determinantes Sociais da Saúde. Para melhorar a situação da saúde e reduzir iniquidades, foram propostas ações pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Assinale a alternativa CORRETA sobre elas:
a) Disponibilidade de habitação de custo suportável; Investimento na requalificação de bairros degradados, incluindo como prioridade o abastecimento de água e condições de saneamento, eletricidade e pavimentação; Comunicação para todos os lares, independentemente da sua capacidade financeira.
RESPOSTA INCORRETA Estes são investimentos essenciais para assegurar que o planejamento urbano promova comportamentos equitativos saudáveis e seguros.
b) Melhorar as condições de vida cotidiana: as circunstâncias em que as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem; Abordar a distribuição desigual de poder, dinheiro e recursos: os motores estruturais das condições de vida referidas nos níveis global, nacional e local; Quantificar o problema, avaliar a ação, alargar a base de conhecimento, desenvolver um corpo de recursos humanos formado sobre os determinantes sociais da saúde e promover a consciência pública sobre o tema.
RESPOSTA CORRETA
 Estes são os três princípios das ações organizadas no relatório da OMS na Conferência Mundial sobre Determinantes da Saúde, ocorrida no Rio de Janeiro.
c) Inclusão, Atuação e Controle.
RESPOSTA INCORRETA Estes são três itens importantíssimos para o desenvolvimento social, saúde e de bem-estar.
d) Erradicar a extrema pobreza; Acelerar a redução da desigualdade na distribuição de renda; Garantir a segurança alimentar e o acesso à água a todos os brasileiros.
RESPOSTA INCORRETA Estas são metas que visam, manter o crescimento em direção à redução de iniquidades.
e) Igualdade de gênero, inclusão social e desenvolvimento humano para todos.
RESPOSTA INCORRETA Estes são desafios prioritários que contribuem para o desenvolvimento sustentável
2) Existem duas maneiras de conceber o processo saúde-doença, uma definida por determinação biomédica e outra como modo de determinação social da doença. Esses dois modelos são conceituais em saúde. Marque a resposta CORRETA sobre o modelo de determinação social:
a) Valoriza a psicologia e o cultural, a atuação interdisciplinar e multiprofissional, a pessoa como um todo, permeabilidade e humildade, flexibilidade e pensamento crítico político.
RESPOSTA CORRETA Este é o modelo de determinação social das doenças e os itens que são levados em consideração nesse processo. O modelo não nega a atenção individual quando necessária, mas contextualiza na relação entre os cidadãos.
b) Valorização do complexo industrial, da célula e da química, todo poder do médico, onipotência, conhecimento e rigidez.
RESPOSTA INCORRETA Estes itens pertencem ao modelo biomédico, onde o conhecimento e a prática de saúde são centralizados no profissional médico.
c) O marco teórico no modelo capitalista norte americano é chamado modelo flexneriano por causa do educador Flexner, que provocou uma reforma na educação médica nos EUA.
RESPOSTA INCORRETA Marco do modelo biomédico do processo saúde-doença.
d) Focaliza no indivíduo, negando os grupos sociais e a comunidade.
RESPOSTA INCORRETA Característica do modelo biomédico relacionanda ao individualismo.
e) Dá ênfase à cura das doenças, em detrimento da promoção de saúde e da prevenção das doenças.
RESPOSTA INCORRETA Característica do modelo biomédico relacionanda ao curativismo.
3) Sobre a promoção de saúde, assinale a alternativa CORRETA:
a) Não afeta a população em seu conjunto no contexto da vida diária, mas prioriza pessoas com determinadas enfermidades.
RESPOSTA INCORRETA A promoção de saúde influencia a população na vida diária, não priorizando o seu cuidado a pessoas que correm o risco de sofrer determinadas doenças.
b) Dedica-se a informar as pessoas sobre, por exemplo, a importância de uma correta alimentação, da higiene pessoal, da prática do exercício físico, da prevenção de comportamentos de risco, etc. 
RESPOSTA INCORRETA Estas são característica da medicina preventiva que também faz parte da promoção de saúde mas, não deve ser considerada como uma única forma de promoção.
c) É baseada em dois pilares, sendo que um diz respeito aos comportamentos cotidianos e o outro, às circunstâncias em que vivemos. Ambos têm um grande impacto na vida e na saúde, ou seja, a saúde do homem é fortemente influenciada por esses dois fatores. Oferece uma visão holística, ou seja, olhar para as pessoas como um todo, de uma forma abrangente, pois ser saudável é muito mais do que a inexistência de doença.
RESPOSTA CORRETA Definição correta de promoção de saúde.
d) Não está relacionada aos profissionais da atenção primária, deve ser especificamente utilizada para níveis de maior complexidade na saúde
RESPOSTA INCORRETA Os profissionai de saúde primária estão diretamente relacionados à promoção de saúde, pois é nesse momento que deve existir uma facilitação do cuidado em saúde.
e) Tem restrições de participação da comunidade.
RESPOSTA INCORRETA A promoção de saúde permite a inteira participação da comunidade, auxiliando na criação de políticas públicas e até mesmo reorganizando serviços de saúde para serem mais efetivos.
4) Em relação às políticas públicas de promoção da saúde no Brasil é CORRETO afirmar:
a) Não apresentam relação com a Reforma Sanitária ocorrida a partir de 1970.
RESPOSTA INCORRETA Ao contrário, todas as políticas públicas tiveram início a partir da Reforma Sanitária.
b) É dirigida a doenças e grupos de riscos.
RESPOSTA INCORRETA As políticas públicas são dirigidas a toda população, não somente a grupos de riscos ou doenças específicas.
c) São ações violentas, que submetem a todos e os obrigam a assumir certos comportamentos.
RESPOSTA INCORRETA Este conceito é errado, pois as políticas de promoção à saúde são ações que dão possibilidade de escolher fazer ou não, são ações possíveis que caracterizam certa forma de governo .
d) Supõe medidas que são implementadas unicamente após o agravo das doenças.
RESPOSTA INCORRETA Supõe medidas antecipadas para evitar adoecimentos ou agravos, ocorre por meio de ações que controlam e modificam o comportamento da população em relação a determinadas possibilidades de adoecimento.
e) Entre as principais estão: Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue, Prevenção de Impacto da Violência na Saúde das Crianças e Adolescentes e a Política Nacional de Promoção da Saúde.
RESPOSTA CORRETA Estas são importantes políticas públicas de promoção à Saúde estabelecidas no Brasil.
5) A equidade relaciona-se à justiça na distribuição de bens sociais e materiais em uma sociedade. Políticas de redução dessas desigualdades devem minimizar as diferenças. Na saúde as políticas devem basear-se na igualdade de oportunidade, igualdade ao acesso e ao tratamento. Com relação a equidade, aponte a alternativa CORRETA:
a) Refere-se ao resultado correto de uma intervenção sob condições ideais.
RESPOSTA INCORRETA Este é o conceito de eficácia que diz sobre a adequada intervenção, todos os indivíduos devem receber tratamento com eficácia independente das diferenças sociais
b) Implica em uma análise entre custos e consequências.
RESPOSTA INCORRETA Refere-se ao conceito de eficiência , ou seja, aos efeitos alcançados em relação aos custos, recursos e tempo gastos para o tratamentodas doenças.
c) Representa características mais estáveis dos serviços, incluindo recursos humanos, financeiros e físicos.
RESPOSTA INCORRETA Este é o conceito de estrutura em saúde que é fundamental para garantir a qualidade dos serviços de saúde com ênfase no processo e nos resultados de melhora dos pacientes sem diferenças.
d) Existe a horizontal situação em que indivíduos com mesmo problema de saúde tenham a mesma oportunidade de serviços de saúde e recebam cuidados adequados. A vertical é focada nas necessidades diferentes que devem receber cuidados diferenciados.
RESPOSTA CORRETA Essas são duas abordagens da operacionalização do conceito de equidade.
e) Sua ocorrência deve desencadear uma investigação no sentido de detectar causas e medidas para corrigi-las.
RESPOSTA INCORRETA Este é o conhecido evento sentinela que pode acontecer quando se avalia a qualidade da assistência prestada aos pacientes, é um evento que não deve ocorrer quando há um bom funcionamento do serviço, por exemplo, óbitos infantis em filas de espera, mortalidade cirúrgica elevada, entre outros.
Aula 2.1 - Conceituação e contextualização da Saúde
O conceito de saúde foi se modificando ao longo do tempo. Ter saúde não significa apenas não ter enfermidades. A organização do sistema de saúde também se modificou ao longo dos anos. Atualmente, não basta tratar doenças, é preciso promover e proteger a saúde, além de prevenir doenças. O Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela Lei n.° 8.080/90, tem essas premissas como eixo norteador.
É importante ressaltar que as instituições privadas também estão investindo em promoção de saúde e prevenção de doenças. Assim como no setor público, os investimentos na atenção primária têm sido cada vez maiores.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
· Reconhecer os conceitos básicos de saúde assistencial.
· Identificar a complexidade dos serviços em saúde.
· Analisar a expectativa do cliente com os serviços da saúde.
DESAFIO: Atender às expectativas dos clientes em um serviço de saúde é uma tarefa complexa. Nesse sentido, os gestores das unidades de saúde precisam estar atentos a múltiplos fatores que podem determinar o nível de satisfação do cliente.
Sendo assim, responda: Ao realizar o levantamento das demandas da unidade, você precisa realizar o planejamento de ações que melhorem a satisfação dos clientes em relação ao serviço prestado pela sua unidade.
Que fatores você deve considerar ao realizar esse planejamento? Quais ações emergenciais poderiam ser tomadas para atender às necessidades da comunidade atendida pela sua unidade?
RESPOSTA: Inicialmente, deve ser realizado um levantamento dos recursos disponíveis na unidade, assim como uma revisão nas agendas médicas, de modo a estabelecer um fluxo de atendimento que diminua o tempo de espera. O acolhimento da demanda espontânea deve ser implementado, evitando a distribuição de fichas para atendimento.
O ambiente deverá ser reorganizado, mantendo a sala de espera iluminada e ventilada, com bancos ou cadeiras suficientes para os clientes que estiverem aguardando. Deverá ser recomendada a higienização da unidade, no início e no fim de cada turno, de modo que o ambiente se mantenha limpo.
Deve ser realizado um treinamento com toda a equipe, focando nos aspectos de acolhimento do paciente, como a atenção, a cordialidade no tratamento e a abordagem resolutiva. O cliente deve ter sua demanda atendida na unidade; caso isso não seja possível, deve ser feito o encaminhamento responsável, assim como o acompanhamento até o desfecho do caso.
As consultas médicas, de enfermagem e odontológicas devem ser feitas sem pressa, considerando a integralidade no cuidado preconizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
INFOGRÁFICO: A Lei n.° 8.080/90 determina que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve ser organizado em uma rede de atenção com diferentes níveis de complexidade. Cada nível é responsável por determinados tipos de atendimentos, proporcionando, assim, a integralidade no cuidado, princípio fundamental do SUS. Neste Infográfico, você vai ver como é estruturada a rede de atenção do SUS.
 
 
- O Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela Lei n.° 8.080/90, contempla todos os aspectos ligados à saúde da população. O sistema é público, de responsabilidade do Estado, podendo, sempre que necessário, ser complementado pela iniciativa privada. Define ainda os determinantes e condicionantes em saúde, citando saneamento básico, alimentação, educação, moradia, meio ambiente, emprego, transporte e lazer como fatores que devem ser amparados na adoção de políticas públicas voltadas à promoção de saúde e à prevenção e ao tratamento de doenças.
- Saúde assistencial: O modelo assistencial configura-se na forma em que as ações de saúde são organizadas em um determinado local. Contempla ações relacionadas ao mapeamento de necessidades, planejamento e distribuição de recursos, monitoramento do funcionamento das ações implementadas e avaliação contínua do funcionamento do sistema de saúde em cada região.
- A Organização Mundial de Saúde (OMS) conceitua saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”, é preciso ter qualidade de vida. Nesse sentido, a saúde constitui-se em direito social, intrínseco à cidadania, devendo ser assegurada a todos, sem nenhum tipo de discriminação ou distinção (SEGRE; FERRAZ, 1997).
- Nesse sentido, para que o indivíduo seja considerado saudável, ele precisa ter qualidade de vida, com meios que lhe proporcionem sua saúde física, mental e social, como: saneamento básico; água potável; coleta de lixo; alimentação adequada; acesso à educação; habitação; emprego; lazer.
- A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) veio de encontro às prerrogativas constitucionais. A assistência em saúde passou a ser oferecida de forma gratuita à população, podendo, ainda, ser ofertada pela iniciativa privada, sendo o SUS um sistema nacional e público. Nesse contexto, os serviços de atenção primária e o atendimento de urgências são oferecidos pelo SUS, enquanto que os serviços de maior complexidade são comprados de entidades privadas.
- A Constituição Federal do Brasil, de 1988, assegura, em seus artigos 196 e 197, a saúde como direito de todos e dever do Estado. 
· Art. 196.” A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. 
· Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado (BRASIL, 1988, documento on-line).
- Nesse sentido, instituíram-se os três níveis de atenção que compõem a rede assistencial do SUS:
· Atenção Primária: deve disponibilizar consultas com médico generalista e algumas especialidades (sempre que possível), acolhimento e consultas de enfermagem, consultas de odontologia e a realização de pequenos procedimentos médicos, de enfermagem e odontológicos, além de vacinação. Cada equipe de saúde da família deve ter, no mínimo: um médico, de preferência com especialização em medicina de família e comunidade, um enfermeiro, de preferência especialista em saúde da família, um auxiliar e/ou técnico de enfermagem e um Agente Comunitário de Saúde (ACS)
· Atenção Secundária: serviços de média complexidade, tais como consultas em especialidades médicas clínicas e cirúrgicas, apoio diagnóstico (exames de imagem, biópsias, etc.) e terapêutico. Além disso, contempla o atendimento de urgência e emergência oferecido em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou hospitais gerais. Procedimentos e cirurgias também podem estar inseridos.
Ex.: Cirurgias ambulatoriais especializadas; procedimentos traumato-ortopédicos;ações especializadas em odontologia; patologia clínica; anatomopatologia e citopatologia; radiodiagnóstico; exames ultrassonográficos; diagnose; fisioterapia; terapias especializadas; próteses e órteses; anestesia
· Atenção Terciária: terapias e procedimentos de alta complexidade e tecnologia de densidade tecnológica alta, que exigem um alto grau de especialização.
Ex.: Procedimentos e cirurgias em cardiologia, oftalmologia e oncologia; neurocirurgia; partos de alto risco; traumatologia e ortopedia; hemodiálise; cirurgias reparadoras; reprodução assistida e genética clínica; cirurgia bariátrica; quimioterapia e radioterapia; hemoterapia; ressonância magnética; medicina nuclear e outros
 
- Fatores determinantes para que sejam atendidas as expectativas dos clientes: Velocidade no atendimento; Tratamento humanizado; Ambiente; Disponibilidade dos profissionais.
- Rodrigues et al. (2011), as expectativas dos clientes em relação ao serviço passam por 3 níveis distintos: 
· 1. Serviço desejado: o tipo de serviço que o cliente almeja receber, que vai de encontro com suas melhores expectativas. 2. Serviço adequado: o tipo de serviço que o cliente considera aceitável. 3. Zona de tolerância: o intervalo existente entre o que o paciente ainda reconhece e tem a tendência de aceitar e o real desempenho do serviço oferecido
- Para que se possa melhorar a gestão de qualidade dos serviços de saúde e ir de encontro às expectativas dos clientes, faz-se necessário: 
· reconhecer que as pessoas têm expectativas diferentes em relação ao desempenho de cada tipo de serviço;
· saber diferenciar as expectativas gerais do paciente das expectativas em relação ao serviço que está sendo utilizado; 
· observar e informar o paciente sobre os fatores controláveis e não controláveis do serviço prestado; 
· concordar que diferentes pacientes podem ter expectativas semelhantes em relação aos serviços ofertados;
· planejar e implementar ações que estejam em consonância com as expectativas dos clientes.
-Para isso, os três níveis administração, estratégico, tático e operacional devem trabalhar articulados e em consonância com os interesses da sua clientela.
- Atualmente, a definição de saúde contempla aspectos físicos, sociais e mentais. Nesse sentido, somente a ausência de enfermidade não caracteriza uma pessoa como saudável. 
- A saúde de um indivíduo é influenciada diretamente pelas condições do ambiente em que mora, como saneamento, condições de moradia e qualidade da água, e condições sociais: emprego, trabalho, condições financeiras, etc. 
- Essas condições formam os determinantes e condicionantes da saúde, fatores que podem alterar a saúde de uma pessoa, de uma família e da coletividade.
- Fatores individuais: influenciados por condições de vida e trabalho; condições socioeconômicas; condições ambientais; condições culturais.
- SUS Saúde como direito fundamental ; Responsabilidade do Estado
- ESTADO formulação e execução de políticas econômicas e sociais redução de riscos de doenças e de outros agravos ACESSO UNIVERSAL E IGUALITÁRIO
- Lei n.° 8.080/90 Artigo 3 Determinantes e condicionantes em saúde Fatores que podem influenciar ou determinar as condições de Saúde de um indivíduo ou coletividade.
EXERCÍCIOS: 1)“A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) tem na saúde da família a sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da atenção básica.” (PNAB, 2017). Ao regular a atenção básica no Brasil, a PNAB estabeleceu, na Portaria n.° 2.436/2017, que a equipe de saúde da família (ESF) deve ter uma composição mínima. Assinale a composição mínima da equipe de saúde da (ESF).
a) A ESF deve ser composta, no mínimo, por médico, auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS). RESPOSTA INCORRETA
b) A ESF deve ser composta, no mínimo, por médico, enfermeiro e auxiliar e/ou técnico de enfermagem. RESPOSTA INCORRETA
c) A ESF deve ser composta, no mínimo, por médico, enfermeiro, odontologista e agente comunitário de saúde (ACS). RESPOSTA INCORRETA
d) A ESF deve ser composta, no mínimo, por médico, enfermeiro, auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS).
RESPOSTA CORRETA De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), a equipe de saúde da família (ESF) deve ser composta, no mínimo, por médico, enfermeiro, auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS). É fundamental que essa composição esteja completa.
e) A ESF deve ser composta, no mínimo, por médico, enfermeiro, auxiliar e/ou técnico de enfermagem e odontologista. RESPOSTA INCORRETA
2) Durante a campanha sanitarista, coordenada pelo médico Oswaldo Cruz, o qual determinou a vacinação obrigatória da população do Rio de Janeiro em 1904, ocorreu um conflito que ficou conhecido como Revolta da Vacina.
Assinale a alternativa que apresenta corretamente as causas desse conflito.
a) A população ficou revoltada contra os altos custos das vacinas oferecidas pelo governo. RESPOSTA INCORRETA
b) A população revoltou-se contra a intervenção do governo nas campanhas de vacinação. RESPOSTA INCORRETA
c) A população ficou revoltada com o projeto que determinava a obrigatoriedade da vacinação à população.
RESPOSTA CORRETA A Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1904, foi uma rebelião motivada pela revolta da população com a publicação de um projeto de lei, liderado pelo médico Oswaldo Cruz, o qual determinava a obrigatoriedade da vacinação à população.
d) A população revoltou-se com o projeto que determinava a suspensão da vacinação à população. RESPOSTA INCORRETA
e) A população revoltou-se com a suspensão das campanhas e da distribuição de vacinas à população. RESPOSTA INCORRETA.
3) Com a finalidade de garantir a integralidade na assistência, nos moldes da Lei n.° 8080/90, a assistência em saúde no Brasil foi organizada em diferentes níveis de complexidade, capaz de oferecer desde o atendimento inicial até os serviços de alta complexidade.
Assinale a alternativa que relaciona corretamente o nível de atenção com o serviço por ele prestado.
a) A atenção primária oferece serviços de média complexidade, como consultas de urgência e emergência, além de serviços de especialidades clínicas e cirúrgicas. RESPOSTA INCORRETA
b) Atenção secundária é a atenção básica destinada às populações de área de abrangência preestabelecida. RESPOSTA INCORRETA
c) A atenção terciária configura-se nos serviços de média complexidade, tais como consultas em especialidades médicas, clínicas e cirúrgicas e apoio diagnóstico (exames de imagem, biópsias, etc.) e terapêutico. RESPOSTA INCORRETA
d) A atenção secundária compreende os serviços prestados pelos hospitais terciários e quaternários. É possível citar como exemplo de atenção secundária os exames de ressonância magnética, assim como a quimioterapia.​​​​​​​ RESPOSTA INCORRETA
e) A atenção primária é a atenção básica que constitui-se em um conjunto de ações, no campo individual ou coletivo, que compreendem a promoção da saúde, a prevenção de doenças e agravos, o diagnóstico, o tratamento adequado, a reabilitação do doente e a manutenção da saúde.
RESPOSTA CORRETA Conforme a Política Nacional de Atenção Básica e as redes de atenção à saúde (RAS), a atenção primária configura-se na atenção básica, composta por um conjunto de ações, no campo individual ou coletivo, que compreendem a promoção da saúde, a prevenção de doenças e agravos, o diagnóstico, o tratamento adequado, a reabilitação do doente e a manutenção da saúde. Serviços de especialidades médicas, urgência e emergência, assim como apoio diagnóstico, são competências da atenção secundária. A atenção terciária, por sua vez, contempla serviços de alta complexidade, tais como grandes cirurgias, transplantes, quimioterapia, etc.
4) A Constituição Federal do Brasil de 1988 assegura, em seus artigos 196 e 197, o direito à saúde aos cidadãos brasileiros. 
Assinale a alternativa correta, a qual apresenta o conteúdo expresso no Artigo 196 da Constituição Federal de 1988.
a) “A saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.” INCORRETA
b) “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doenças ou enfermidades” RESPOSTA INCORRETA
c) “A saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde.” RESPOSTA INCORRETA
d) “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
CORRETA De acordo com o artigo 196 da Constituição Federal de 1988, “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. As definições apresentadas nas outras alternativas não correspondem ao texto da Constituição Federal de 1988, portanto, não estão corretas.
e) “A saúde é uma necessidade humana, cuja satisfação associa-se imediatamente a um conjunto de condições, bens e serviços que permitem o desenvolvimento individual e coletivo de capacidades e potencialidades.” RESPOSTA INCORRETA
5) De acordo com Rodrigues (2011) as expectativas dos clientes em relação ao serviço passam por três níveis distintos: o serviço desejado, o serviço adequado e a zona de tolerância. 
Assinale a alternativa que descreve corretamente a zona de tolerância.
a) Refere-se ao tipo de serviço que o cliente considera como aceitável. RESPOSTA INCORRETA
b) Refere-se ao ambiente e à agilidade no atendimento ou na realização do serviço. RESPOSTA INCORRETA
c) Refere-se ao tipo de serviço que o cliente almeja receber, de acordo com suas melhores expectativas. RESPOSTA INCORRETA
d) Refere-se ao tratamento humanizado, à atenção e à cordialidade com que o paciente é tratado. RESPOSTA INCORRETA
e) Refere-se ao intervalo entre o que o paciente ainda reconhece e aceita e o real desempenho do serviço.
RESPOSTA CORRETA Na avaliação dos usuários em relação ao serviço de saúde utilizado, a zona de tolerância refere-se ao intervalo entre o que o paciente ainda reconhece e aceita e o real desempenho do serviço, ou seja, não correspondem às suas melhores expectativas (serviço desejado), tampouco se refere ao serviço adequado (aceitável).
Aula 2.2 - Humanização da Assistência em Saúde no Brasil
Nesta Unidade de Aprendizagem estudaremos a temática de Humanização da Assistência em Saúde a partir, principalmente, da Política Nacional de Humanização, lançada em 2003 pelo Ministério da Saúde e republicada 10 anos depois. Assim, abordaremos os princípios e as diretrizes da política, além da aplicação na prática e da importância da humanização na atenção e gestão dos serviços.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
· Analisar a Política Nacional de Humanização.
· Reconhecer seus princípios e diretrizes.
· Identificar a importância da Humanização na constituição dos serviços de saúde.
DESAFIO: Joana, 64 anos, mora sozinha e tem três filhos. Logo pela manhã, foi à Unidade Básica de Saúde (UBS) Cataventos com queixa de muita dor no corpo, dizendo estar assim há dois dias.
Quando atendida, logo no primeiro momento, Joana chorava muito, com medo de ser algo grave, e teria vergonha se precisasse tirar a roupa para ser examinada.
Joana saiu do consultório mais aliviada e retornou com a enfermeira para ser medicada e escutar as demais orientações, como a mudança de hábito e o controle da pressão. 
A enfermeira chamou a nutricionista para o atendimento, e Joana sentiu-se importante, pois mais uma pessoa estava preocupada com a sua saúde.
1. Cite e descreva quais diretrizes da Política Nacional de Humanização estão claras neste caso.
2. Quais mudanças no comportamento de Joana, com este atendimento, você consegue identificar?
RESPOSTA: 1. Cite e descreva quais diretrizes da Política Nacional de Humanização estão claras neste caso.
Acolhimento: o profissional que a acolheu escutou suas queixas e levou em consideração suas angústias. Após a avaliação, identificou a necessidade de atendimento médico, a partir da classificação de risco. A escuta qualificada foi importante, pois, se o profissional não tivesse parado para escutar a paciente, não entenderia que também seria difícil para ela tirar a blusa para ser examinada, por exemplo.
Ambiência: se não fosse um local saudável e confortável, Joana certamente não conseguiria conversar tranquilamente com sua vizinha. Neste momento, ela pode conversar, trocar experiências e ter um momento com mais pessoas.
Clínica ampliada e compartilhada: foi identificada a necessidade de uma consulta compartilhada com a nutricionista para que Joana entendesse de outra forma a necessidade de mudar sua alimentação. Além disso, outras orientações foram dadas neste momento de encontro entre as duas categorias profissionais e a usuária.
2. Quais mudanças no comportamento de Joana, com este atendimento, você consegue identificar?
Joana saiu da consulta empoderada. A dor no corpo já não era mais problema. Ela entendeu que precisava mudar e partiu dela passar no mercado e até fazer uma caminhada. Além disso, ela entendeu que três profissionais cuidando dela era um estímulo para sua mudança, questão que pode ser classificada como vínculo com a equipe. Por fim, Joana demonstrou que é a principal atriz e responsável pela sua mudança - corresponsabilidade.
INFOGRÁFICO: O infográfico exemplifica a Influência da Humanização e alguns dos seus resultados direcionados aos usuários e trabalhadores dos serviços de saúde, tendo como base a Política Nacional de Humanização.
- Política de Humanização da Assistência à Saúde (PHAS) tem como princípios fundamentais o respeito às especificidades de cada instituição, estimula a cooperação entre as mesmas pela troca de experiências produzidas, que visam a qualificação do serviço público de saúde
- Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), criado em 2000 pelo Ministério da Saúde, estimulava a disseminação das ideias da humanização, os diagnósticos situacionais e a promoção de ações humanizadoras
- Política nacional de humanização (PNH), lançada em 2003 pelo Ministério da Saúde: Os princípios da PNH são totalmente de inspiração humanista: universalidade, integralidade, equidade e participação social. Foco principalmente nos processos de gestão e de trabalho. O resultado esperado é a valorização das pessoas em todas as práticas de atenção e gestão, a integração, o compromisso e a responsabilidade de todos com o bem comum.
- Política de Humanização da assistência à Saúde PHAS aponta diferentes parâmetros para a humanização da assistência hospitalar em três grandes áreas: acolhimento e atendimento dos usuários; trabalho dos profissionais; e lógicas de gestão e gerência. Esses parâmetros podem servir para o trabalho de análise, reflexão e elaboração de ações, campanhas, programas e políticas assistenciais que orientem um plano de humanização
- Humanização pode ser compreendida como: princípio de conduta de base humanista e ética; movimento contra a violência institucional na área da saúde; política pública para a atenção e gestão no SUS; metodologia auxiliar para a gestão participativa; tecnologia do cuidado na assistência à saúde.
-Com a implementação da política nacional de humanização (PNH), trabalhamos para consolidar quatro marcas específicas: serão reduzidas as filas e o tempo de espera com ampliação do acesso e atendimento acolhedor e resolutivo baseados em critérios de risco; todo usuário do SUS saberá quem são os profissionais que cuidam de sua saúde e os serviços de saúde se responsabilizarão por sua referência territorial; as unidades de saúde garantirão as informações ao usuário, o acompanhamento de pessoas de sua redesocial (de livre escolha) e os direitos do código dos usuários do SUS; as unidades de saúde garantirão gestão participativa aos seus trabalhadores e usuários assim como educação permanente aos trabalhadores.
- A partir da Política Nacional de Humanização, criada em 2003, a Humanização passar a ter estratégias de efetivação da humanização do SUS.
- PNH : é um conjunto de estratégias que visa por em prática os princípios do SUS no cotidiano dos serviços de saúde; alcançar a qualificação do cuidado e da gestão em saúde
· Transversalidade – a PNH deve estar inserida em todas as políticas do SUS
· Indissociabilidade entre atenção e Gestão – é a fusão das práticas de Atenção e Gestão, que proporciona a corresponsabilidade do usuário nas práticas de tratamentos e ações a serem tomadas
· Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletividade – empoderar o usuário das suas condutas
· Trabalho multiprofissional
· Atuação em Rede – educação, segurança, obras, etc
· Valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e gestão
- Diretrizes do PNH: 
· Acolhimento: emergência; muito urgente; urgente; pouco urgente; não urgente
· Organizar a porta de entrada do serviço
· Redução de filas e tempo de espera
· Ampliação do acesso
· Gestão participativa e Cogestão
· Rodas de conversas
· Ambiência: criar ambientes estruturados
· Clínica ampliada e compartilhada
· Valorização do trabalho
· Defesa dos direitos dos usuários
- A humanização da saúde é mais do que melhorar a qualidade do atendimento, é mais do que torná-lo "humano" ou "sensível". Entende-se que é um modo de garantir efetivamente os princípios do SUS de equidade, universalidade e integralidade. É uma forma de aproximar essa realidade antes distante dos trabalhadores, gestores e usuários do sistema. Essa aproximação objetiva mudanças no modo de administrar o serviço e do cuidar, pois, uma vez que esses princípios são colocados em prática efetivamente, temos um serviço com maior acesso, levando em consideração o empoderamento dos usuários e suas necessidades reais, visando ao atendimento integral destas.
-Aproximar os usuários, os trabalhadores e gestores entre si, além de fazer sua inclusão nas decisões dos processos de trabalho, requer esforços de todas as partes.
EXERCÍCIOS: 1) Assinale a alternativa CORRETA que completa a afirmação a seguir: A Política Nacional de Humanização (PNH) foi criada em 2003 e é definida como:
a) Conjunto de métodos para tornar o atendimento mais humano.
RESPOSTA INCORRETA Esses métodos podem ser de qualquer origem, não garantindo as estratégias previstas na PNH.
b) Estratégias humanizadas de assistir a população.
RESPOSTA INCORRETA As estratégias humanizadas fazem parte da PNH, mas não somente elas.
c) Estratégias para aproximar os princípios dos SUS da realidade dos serviços de saúde.
RESPOSTA INCORRETA Somente aproximar não faz sentido, tendo em vista que o trabalho em saúde é prático.
d) Uma releitura dos princípios do SUS.
RESPOSTA INCORRETA Os princípios são definidos pela Lei Orgânica da Saúde e não podem ser mudados ou relidos.
e) Estratégias para colocar em prática os princípios dos SUS à realidade dos serviços de saúde.
RESPOSTA CORRETA A Política Nacional de Humanização (PNH) foi criada em 2003 e é definida como estratégias para colocar em prática os princípios dos SUS à realidade dos serviços de saúde.
2) Uma das diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica é a ambiência. Assinale a alternativa INCORRETA.
a) A ambiência é o tratamento dado à estrutura física dos serviços de saúde, de modo a serem ambientes saudáveis e confortáveis.
RESPOSTA INCORRETA É importante que as pessoas que utilizam os serviços sintam-se bem e estejam confortáveis neles.
b) Ambiência é o modo como é organizado o serviço quanto aos ambientes, exclusivamente as salas de procedimento e os consultórios.
RESPOSTA CORRETA A ambiência permeia todos os serviços, em todos os ambientes, desde a fachada até os consultórios e ambientes privativos aos funcionários.
c) Faz parte da ambiência que os espaços mantenham a privacidade dos usuários.
RESPOSTA INCORRETA Os ambientes devem ser planejados, e os processos, adequados a manter a privacidade dos usuários.
d) A ambiência é uma diretriz da PNH que prevê que os serviços de saúde sejam também espaços de "estar", ou seja, pontos referenciais para encontros reflexivos.
RESPOSTA INCORRETA O ambiente também deve ser adequado para receber pessoas e que estas troquem experiências e façam reflexões. Um local desconfortável não é propício para isso.
e)Nesta diretriz, faz parte a diferenciação de espaços de espera para atendimentos especiais e movimentação de usuários e profissionais.
RESPOSTA INCORRETA É importante que o fluxo de atendimento (que inicia com a espera) seja pensado, bem como onde as pessoas que por lei têm preferência, podem esperar, de modo a agilizar o atendimento também.
3) Um dos princípios da Política Nacional de Humanização é a transversalidade. Tal princípio trata-se de:
a) Reflexões e práticas que permeiam todos os programas do sistema, que propiciam a melhor da comunicação entre pessoas do grupo e demais grupos.
RESPOSTA CORRETA A PNH visa a aumentar o grau de relação e comunicação, empoderando os atores dos serviços, tirando-os do isolamento da hierarquização do processo.
b) Cogestão dos serviços (usuários, trabalhadores e gestores), levando a gestão a interferir diretamente na atenção.
RESPOSTA INCORRETA Esse princípio é a indissociabilidade entre atenção e gestão.
c) Empoderamento das pessoas envolvidas na implementação das mudanças.
RESPOSTA INCORRETA Princípio do protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e do coletivo.
d) Participação das três esferas de governo nas decisões do SUS.
RESPOSTA INCORRETA Não faz parte dos princípios da PNH.
e) Momento de reconhecer as necessidades do usuário, classificando o risco e qualificando o acesso.
RESPOSTA INCORRETA Esta é a diretriz do acolhimento, disposta na PNH.
4) Os serviços devem estar em consonância com a PNH. Além de princípios e diretrizes, algumas marcas efetivam a humanização do sistema. Assinale a alternativa INCORRETA sobre as marcas da PNH.
a) Redução de tempo de espera e das filas.
RESPOSTA INCORRETA Essas marcas da PNH estão intimamente ligadas ao acolhimento.
b) O usuário do SUS poderá ter livre acesso a todas as reuniões da unidade.
RESPOSTA CORRETA Por mais que exista o estímulo da gestão participativa e cogestão, há espaços específicos para os trabalhadores e gestores alinharem o processo.
c) Atendimento acolhedor com acesso ampliado e qualificado, baseado em classificação de risco.
RESPOSTA INCORRETA O acolhimento é uma diretriz e, como marca, deve ser acolhedor, ampliado, de forma a qualificar o acesso.
d) Todo usuário do sistema saberá quem é a equipe que lhe assiste e os serviços de referência da sua região/unidade.
RESPOSTA INCORRETA É direito do usuário saber quem cuida dele, bem como os serviços de referência para seu cuidado, entendendo os processos e compreendendo que estes lugares já estão preparados para atendê-lo, não sobrecarregando outros serviços.
e) Os usuários e trabalhadores terão participação ativa nas decisões de planejamento e gestão.
RESPOSTA INCORRETA Cogestão e gestão participativa fazem parte das marcas da PNH.
5) Pedro é fisioterapeuta do Núcleo de Apoio à Saúde da Família da UBS Jardim das Camélias. Durante o ano, ele participou de dois cursos de qualificação, sendo um sobre prevenção e enfrentamento das violências e o outro sobre grupos educativos. Além disso, sempre participa das reuniões de planejamento da unidade e é responsável pela ginástica laboral da equipe. Qual diretriz da PNH pode-se identificar nessas ações?
a) Cogestão e gestão participativa.
RESPOSTA INCORRETA Inclusão de novos sujeitos nos processos administrativos, de gestão, não somente trabalhadores, mas também usuários
b) Clínica ampliada e compartilhada.
RESPOSTA INCORRETA Ferramenta prática e teórica de compreensão do processo saúde-doença, que contribui parauma abordagem ampliada e multiprofissional, diretamente ligada à conduta da equipe com relação a cada usuário/coletividade.
c) Ambiência.
RESPOSTA INCORRETA A ambiência tem relação com a criação de espaços saudáveis e confortáveis, mudança do processo para proteger a privacidade dos usuários também.
d) Valorização do trabalhador.
RESPOSTA CORRETA Acontece através de formação e educação permanente, espaços coletivos de gestão e diálogo, fortalecimento do grupo.
e) Acolhimento.
RESPOSTA INCORRETA É o contato inicial, momento no qual o usuário tem suas necessidades e queixas ouvidas e são dados os encaminhamentos.
Aula 3.1 - Processos e fundamentos históricos da educação em saúde
A educação em saúde apresenta diversos conceitos, modificados ao longo do tempo e em consonância com o período histórico em que foram desenvolvidos.
O enfermeiro tem papel fundamental para o desenvolvimento de ações de educação em saúde que buscam, primordialmente, a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, de forma que possam ser sujeitos ativos das suas transformações.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá as conceituações de educação em saúde correlacionadas com períodos históricos e as influências governamentais e econômicas envolvidas nesses conceitos. Além disso, verá como o enfermeiro pode agir para desenvolver ações de educação em saúde, associando conhecimentos técnicos aos conhecimentos populares dos indivíduos que assiste.
DESAFIO: A educação em saúde tem por objetivo realizar a integração entre os saberes populares e científicos para tornar o indivíduo um sujeito ativo e responsável sobre seus cuidados de saúde.
Partindo do pressuposto de que a população deverá ter espaço para a reflexão crítica que valorize coletivamente as formas de aprendizado, os grupos de educação em saúde são um importante instrumento para que o profissional de enfermagem consiga realizar essas práticas.
O Ministério da Saúde preconiza as ações em alguns tipos de programas previamente instalados, como o HiperDia. Esse sistema foi criado para o cadastramento e acompanhamento dos hipertensos e diabéticos, visando a uma melhor qualidade de vida. Sendo assim, questiona-se:
1) Qual é o enfoque, o objetivo e as intervenções que poderão ser executadas em conjunto pelo enfermeiro e pelos participantes nas ações desse grupo?
2) Quais tipos de atividades poderão ser efetuadas para que as propostas abordadas sejam melhor fixadas pelos pacientes?
3) Quais contribuições para a vida dos pacientes essas ações poderão trazer?
RESPOSTA : A hipertensão e o diabetes mellitus são doenças crônicas que podem gerar complicações se não tratadas adequadamente, como vasculopatias, infartos encefálicos e do miocárdio.
1) A realização de grupos do Programa HiperDia para atendimento aos pacientes que tenham essas patologias tem como enfoque a prevenção de complicações por meio da promoção, por parte do enfermeiro, de melhorias da qualidade de vida, com acompanhamento e planejamento de intervenções que busquem esse objetivo.
2) As atividades que poderão ser realizadas promovendo a difusão do conhecimento técnico e a troca de relatos de experiências são: palestras educativas, uso de panfletos, imagens em murais, realização de discussões em grupo, dinâmicas de grupo. Por meio dessas atividades é possível promover a troca de relatos e experiências entre todos, de forma a promover a confiança dos usuários na equipe de enfermagem atuante.
3) As ações realizadas por meio de palestras educativas, grupos ou orientações individuais geram maior adesão ao tratamento, pois explicam e esclarecem para os pacientes questões sobre a importância da prevenção e do controle dessas doenças com a manutenção correta dos tratamentos e mudança de hábitos nocivos à saúde. Além disso, essas atividades contribuem para, em conjunto com a adesão ao tratamento, melhor autonomia do paciente com seus cuidados a partir do momento em que se gera um espaço para que ele possa se expressar e tenha suas dúvidas e queixas ouvidas. Com isso, tem-se uma interferência positiva nas condições de saúde do indivíduo e uma melhoria da qualidade de vida dessa população.
INFOGRÁFICO: A conceituação da educação em saúde passou por mudanças, principalmente relacionadas aos processos políticos e econômicos de cada época, indo de uma educação impositiva até chegar ao compartilhamento de saberes entre profissionais e população a partir da implementação do Programa Saúde da Família.
Veja os marcos históricos da educação em saúde entre a metade do século XIX até a década de 90, com a criação do Programa Saúde da Família.
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· EUROPA – 2 Metade do século XIX
· Modelo tradicional de educação – as informações eram passadas aos indivíduos de forma unilateral, na qual o detentor do conhecimento repassa o que sabe, o que considera verdadeiro, aos educandos.
· BRASIL – Século XIX e parte do Século XX
· Ações higienistas – as normas de prevenção às doenças e intervenções eram normatizadoras e impostas por meio de regras
· BRASIL – início do século XX
· Ações do médico Oswaldo Cruz – controle da proliferação de doenças por meio de vigilância sobre as atitudes populacionais e da vacinação compulsória. Uso de ações da polícia sanitária.
· BRASIL – década de 40
· Criação da Fundação de Serviços Especiais de Saúde Pública (SESP) – convênio entre o governo brasileiro e o americano. Início do desenvolvimento para a participação comunitária e em grupo, por meio de ações de medicina preventiva, gerenciamento institucional e novas técnicas educacionais na área da saúde. Porém, a doença ainda era percebida de maneira individualizada e a população considerada como passiva e incapaz de iniciativas próprias.
· BRASIL – década de 50
· A educação em saúde passou a ser voltada para o interesse das elites – a partir da necessidade de relacionar o conceito de saúde ao homem produtivo, de forma a garantir a produção das indústrias
· BRASIL – década de 60
· Medicina comunitária- discurso participativo, trazendo a população para a participação nas soluções de culpabilidade, iniciando no indivíduo e seguindo para o coletivo
· BRASIL – década de 70 e 80
· Movimento da Educação Popular em Saúde – ações educativas e participativas, com interação de saberes técnicos e populares, por meio do diálogo. Influência das concepções de educação de Paulo Freire, com um maior diálogo sobre a educação em saúde por meio da participação popular. Criação do Sistema Único de Saúde a partir da Constituição Federal de 1988.
· BRASIL – década de 90
· Programa de Saúde da Família – a reorientação de práticas diretamente dentro das comunidades, com uma mudança significativa na atenção em saúde, pois integrava o enfermeiro, o paciente, a família e a comunidade em que este se inseria.
- Com a implantação do SUS e a criação do Programa Saúde da Família, o enfermeiro passou a ter maior destaque na atuação do ensino em saúde. Isso ocorre porque esse profissional tem, historicamente, um olhar diferenciado ao cuidado e, se utilizando dos conhecimentos agregados sobre a comunidade e os indivíduos que assiste, passa a ter um papel ímpar para as ações interdisciplinares necessárias à educação em saúde.
- Para o desenvolvimento da educação em saúde, Falkenberg et al. (2014) demonstra que existem três eixos que devem ser observados na busca dessas práticas, conforme descritos a seguir. 
· Os profissionais de saúde: ■ valorização da prevenção de doenças; ■ valorização da promoção da saúde. 
· Os gestores em saúde: ■ apoio às equipes de profissionais que atuam junto à população.
· A população: ■ agregar seus conhecimentos prévios aos novos; ■ aumentar a autonomia dos cuidados individuais e coletivos.
- Aspectos integrativos ao conceito de saúde ampliado (SCHALL; STRUCHINER, 1999):
· físicos e mentais — por meio da ausência de doenças nesses campos; 
· ambientais — por meio do ajustamento do ambiente de forma a ser, também, provedor de bem-estar saudável; 
· pessoais e emocionais — por meio de situações que promovam a autorrealização do indivíduo nos campos pessoais

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