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Lista 6 - Ciência e Tecnologia dos Materiais 1 Elementos de liga influem pouco no módulo de elasticidade. Entretanto, as resistências mecânicas são significativamente afetadas. Por quê? Porque a deformação elástica é resultado de um pequeno alongamento ou contração das células cristalinas na direção da tensão aplicada: tração ou compressão (os átomos podem se deformar ou se afastar um pouco uns dos outros). O módulo de elasticidade está ligado diretamente às forças das ligações interatômicas. Os elementos de liga dificultam a deformação do material, pois travado os caminhos de deslizamento das discordâncias, eles aumentam a resistência mecânica e afetam muito pouco a parte elástica, ou seja, o módulo de elasticidade. 2 Por que as ligas de metais têm maior resistência mecânica do que os metais puros? Porque com a solubilização de um segundo elemento na rede o movimento de discordâncias é dificultado, pois o segundo elemento é a barreira para tal movimento, assim aumentando a resistência mecânica. 3 Qual a dificuldade de se empregar deformação plástica para obter-se um aumento de resistência mecânica para metais como chumbo, zinco e estanho? Em função de sua temperatura de recristalização ser muito baixa, o material sofre facilmente o processo de recristalização, o número de discordâncias reduz ainda mais e as propriedades mecânicas voltam ao seu estado original. 4 Qual o efeito da temperatura sobre o módulo de elasticidade e sobre a resistência mecânica de um metal? O módulo de elasticidade e a resistência mecânica dos metais decrescem com o aumento da temperatura. 5 Qual a diferença entre tensão de cisalhamento crítica e tensão de cisalhamento efetiva? A tensão de cisalhamento crítica é a tensão mínima necessária para iniciar o escorregamento dos planos dentro de um monocristal, que tem seu início de escorregamento para a direção de orientação que está mais favorável. A tensão de cisalhamento efetivas são as tensões paralelas e perpendiculares à direção de uma tensão por tração ou compressão, as tensões de cisalhamento efetivas não dependem apenas das tensões aplicadas, mas também da orientação do plano de escorregamento e a direção dentro do mesmo plano. 6 Por que metais com tamanho de grão pequeno possuem a temperatura ambiente maior resistência mecânica do que se possuíssem grãos maiores? Metais com tamanho de grão pequeno possuem maior resistência mecânica porque, proporcionalmente, possuíssem uma maior área de contorno de grão que os com grãos maiores. O contorno de grão interfere no movimento das discordâncias. Devido às diferentes orientações cristalinas presentes, resultantes do grande número de grãos, as direções de escorregamento das discordâncias variam de grão para grão. Quanto menor tamanho de grão, mais descontinuidades para travar o movimento de discordâncias. 7 Por que metais com tamanho de grão grande possuem a elevadas temperaturas maior resistência mecânica do que se possuíssem grãos pequenos? Em elevadas temperaturas, grãos menores, maior área de contorno, fluência mais rápida: existem mais “alçapões” para os átomos ao longo dos contornos horizontais e mais “fontes” de átomos de contornos verticais. Materiais de granulometria fina as distâncias de difusão são bem menores. 8 Os grãos aumentam seu tamanho médio a altas temperaturas? Por que não diminuem a baixas temperaturas? O crescimento dos grãos ocorre através da migração de contornos de grão e sua energia associada. O início do crescimento do grão é uma relação entre o tempo e a temperatura de exposição, e só ocorre acima da temperatura de recristalização, os grãos não diminuem com baixas temperaturas porque o material já está recristalizado e não há energia suficiente para mudança de tamanho de grão. 9 Explique como um átomo de um elemento liga bloqueia uma discordância em movimento. A presença de um elemento intersticial ou substitucional compensa a região tracionada ou comprimida nas discordâncias e atua restringindo o movimento dessa discordância e tornando necessário o uso de maior energia para esse movimento, ‘bloqueando-a’. 10 Explique os diferentes estágios de fluência. Fluência é a deformação permanente de materiais quando estes são sujeitos a cargas ou tensões constantes e está em função do tempo. Pode ser dividida em 3 estágios: I - Alongamento inicial instantâneo do corpo-de-prova: taxa de fluência diminui ao longo do tempo; II – Inclinação da curva de fluência é a taxa de fluência, que é constante nesta fase; III – Taxa de fluência aumenta rapidamente com o tempo até a ruptura 11 O que é recuperação, recristalização e crescimento de grão? Descreva esses fenômenos. Recuperação: Há um alívio das tensões internas armazenadas durante a deformação devido ao movimento das discordâncias resultante da difusão atômica. Redução do número de discordâncias e seu rearranjo. Recristalização: ocorre um rearranjo dos átomos em grãos menos deformados em temperaturas elevadas, a recristalização, com o crescimento do grão o número de discordâncias reduz ainda mais e as propriedades mecânicas voltam ao seu estado original. A temperatura de recristalização é dependente do tempo e está entre 1/2 e 1/3 da temperatura absoluta de fusão. Crescimento de grão: Depois da recristalização se o material permanecer por mais tempo em temperaturas elevadas o grão continuará à crescer pela “absorção” de outros. 12 Qual a distinção entre trabalho a frio e trabalho a quente para um metal. Para o tungstênio, por exemplo, qual seria a temperatura limite entre um e outro? Trabalho a frio: deformação realizada abaixo da temperatura de recristalização. Trabalho a quente: deformação realizada acima da temperatura de recristalização. Para o tungstênio a temperatura de recristalização é aproximadamente 1200°C. 13 Descreva a fratura dúctil e a fratura frágil. Fratura Dúctil: a deformação plástica continua até uma redução de área tal em que não há mais resistência, rompendo o material. Na fratura dúctil se consome energia na formação de discordâncias e outras imperfeições no interior dos cristais. Fratura Frágil: as partes adjacentes do metal são separadas por tensões normais à superfície da fratura. A fratura frágil não produz deformação plástica, ela requer menos energia que uma fratura dúctil. 14 Qual a importância da temperatura de transição. Que estruturas estão mais susceptíveis à transformação dúctil-frágil? A transição de dúctil para frágil está relacionada com a dependência da absorção da energia de impacto que é medida em relação a temperatura. A baixas temperaturas uma trinca pode se propagar mais velozmente que os mecanismos de deformação plástica, logo, pouca energia é absorvida, já em temperaturas mais altas, a fratura é precedida de uma deformação plástica, que consome energia. Quando os metais CCC são submetidos a cargas de impacto em temperaturas relativamente baixas, verifica-se uma transição da fratura dúctil para a fratura frágil. Como a transição ocorre numa faixa de temperatura, frequentemente adota-se como temperatura de transição a que corresponde a uma certa energia de impacto. 15 Explique por que um metal monocristalino é mais macio e dúctil que um metal policristalino? Um metal monocristalino é mais macio e dúctil que um metal policristalino porque não apresenta contorno de grão, logo, a frio, não existe uma barreira na circulação dos átomos. E, em cada grão é necessário o sistema de deslizamento para que ocorra a deformação. Num metal policristalino os contornos de grão funcionam como barreiras para o movimento de discordâncias, tornando assim o metal menos dúctil. Já nos monocristais as discordâncias têm maior facilidade de movimentação. 16 Qual a possível relação entre resistência mecânica à tração de um metal e o resultado dedureza Brinell? Por quê? A resistência mecânica e dureza Brinell estão diretamente ligados a resistência de um material a deformações plásticas, isto é, o aumento de uma das propriedades resulta no aumento proporcional da outra. 17 Qual a possível relação entre resistência mecânica e limite à fadiga de um metal? Por quê? Sabendo que fadiga é a falha que ocorre em estruturas submetidas a tensões dinâmicas e flutuantes e que fatores como poros e irregularidades podem agir como concentradores de tensões, facilitando a falha, é possível relacionar o aumento de resistência mecânica de materiais provocado pelo aumento das discordâncias com a redução do limite à fadiga da peça. 18 Em que etapas pode-se dividir o processo de fadiga de um material metálico? PROPAGAÇÃO FASE I: após aplicação de um determinado número de ciclos de carregamento, formam-se extrusões e intrusões, onde é intensa a concentração de tensões. Taxa de crescimento de trinca: muito baixa (10-10 m/ciclo). PROPAGAÇÃO FASE II: ocorre a propagação de uma trinca bem definida com velocidade elevada (ordem de µm), surgindo estrias com o avanço da trinca. Taxa de crescimento de trinca: muito elevada! FRATURA FINAL (CATASTRÓFICA!): trinca percorreu uma área suficiente e o material não consegue suportar a carga aplicada, ocorre a fratura. 19 A presença de discordância contribui positivamente ou negativamente para a deformação plástica de um metal? As discordâncias contribuem positivamente para a deformação plástica de um metal, já que o movimento de escorregamento se dá pelo movimento de discordâncias. Mas já num número elevado de discordância acaba sendo um empecilho pois elas vão trancar o movimento mútuo delas. 20 Explique a Figura 1 abaixo. A figura 1 mostra que quanto mais trabalho a frio é feito no material, o limite de escoamento aumenta e a ductilidade diminui. 21 Relacione a estrutura e as propriedades mecânicas apresentadas na Figura 2. Quando o material sofre um trabalho a frio ocorre uma deformação plástica, que ocasiona uma diminuição na ductilidade e aumento na tensão de escoamento. Quando é feito um recozimento a temperatura vai aumentando e com isso os grãos antes deformados começam a gerar novos grãos. Quando se atinge a recristalização temos uma microestrutura igual a original, ou seja, com muitos grãos e de pequeno tamanho. Nessa fase a ductilidade já é alta e a tensão de escoamento diminui, com o aumento contínuo da temperatura os grãos começam a crescer e o material se estabiliza com uma ductilidade alta e uma tensão de escoamento baixa.
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