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Instalações elétricas – 18/05/2022 Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi https://ufsj.edu.br/fregonezi/instalacoes_eletricas.php 1 Motores elétricos AC Campus Alto Paraopeba Instalações elétricas – 18/05/2022 Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi https://ufsj.edu.br/fregonezi/instalacoes_eletricas.php 2 Capítulo 09 – Motores elétricos AC Há dois tipos de motores elétricos de corrente alternada quanto às fases: • Motor monofásico; 1; 1~; • Motor trifásico 3; 3~. Há dois tipos de motores elétricos de corrente alternada quanto ao rotor: • Motor de indução (rotor gaiola de esquilo) (squirrel-cage); • Motor de rotor bobinado. Figura 1. – Rotor gaiola de esquilo. Figura 2. – Rotor gaiola. Figura 3. – Gaiola de esquilo. Instalações elétricas – 18/05/2022 Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi https://ufsj.edu.br/fregonezi/instalacoes_eletricas.php 3 Figura 4. – Rotor bobinado trifásico. • O motor de rotor bobinado é mais indicado para um sistema monofásico por causa da com- plexidade do sistema de coletores e escovas e porque nos sistemas monofásicos geralmente a potência instalada é menor; • Geralmente, a potência destes motores é medida em Watts e não em CV; • Esta opção apresenta todos os inconvenientes do motor com coletor e escovas; • Esse motor possui uma estrutura bastante semelhante à do motor de corrente contínua, com a diferença de que o estator também é bobinado. Desvantagens do motor AC de rotor bobinado: • Elevada produção de ruído acústico; • Elevada produção de ruído na rede elétrica (harmônicos); • Elevado desgaste mecânico; • Elevado custo de produção e de manutenção. Vantagens do motor AC de rotor bobinado: • Elevada relação potência/peso (ideal para eletroportáteis). • Elevada relação potência/volume; • Baixa inércia; • Obtenção de elevadas rotações, chegando a 10000RPM. Por causa de suas características, o motor AC de rotor bobinado é usado em aplicações de uso esporádico, como, por exemplo: • Furadeiras; • Liquidificadores; • Batedeiras; • Secadores de cabelos; • Aspiradores de pó. Figura 5. – Motores de rotor bobinado – liquidificador e furadeira. Instalações elétricas – 18/05/2022 Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi https://ufsj.edu.br/fregonezi/instalacoes_eletricas.php 4 Figura 6. – Motores de rotor bobinado – aspirador de pó e batedeira. O motor de indução existe, somente, na versão AC pelo mesmo motivo porque não existe transformador elétrico DC. Como não existe sistema de coletores e escovas, o sistema de acopla- mento magnético estaria sujeito a uma corrente contínua e, por esse motivo, não funcionaria. O seu rotor é chamado de “gaiola de esquilo”. Este é o tipo de motor mais comum na indústria. Vantagens do motor indução (monofásico ou trifásico): • Baixo custo; o Não possui enrolamento de campo; o Não possui escovas; o Não possui coletores; • Baixa manutenção; • Alta inércia por causa do peso do rotor; • Baixa produção de ruído acústico (ruído dos rolamentos); • Baixa produção de ruído na rede elétrica (harmônicos). A maior fonte de ruído acústico nos motores de indução é o envelhecimento dos rolamentos. Em motores grandes, é preciso elaborar uma agenda de substituição programada dos rolamentos. • Não existe motor bifásico; • Um motor AC ligado a uma instalação bifásica é um motor monofásico; • Quando a instalação fornece uma ou duas fases, a única opção é usar um motor 1; • O motor de indução trifásico é melhor do que o motor de indução monofásico; • Nem todas as instalações elétricas são trifásicas, requerendo o uso de motores 1; • Além disso, o motor trifásico somente é oferecido para valores acima de 1/3CV, por razões puramente comerciais; • Quando a potência é muito baixa, o custo da inserção do sistema de conexão trifásico torna-se proporcionalmente muito elevado, justificando o uso de um motor monofásico. Instalações elétricas – 18/05/2022 Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi https://ufsj.edu.br/fregonezi/instalacoes_eletricas.php 5 Figura 7. – Norma ABNT NBR 17094. Há dois tipos de motores elétricos de corrente alternada quanto ao ambiente: • Uso interno – indoor use; o Menor peso; o Menor custo; o Menor robustez; • Uso externo – outdoor use; (sol e chuva); o Carcaça de ferro fundido; o Pintura resistente; o Aplicação para maiores potências; Figura 8. – Motores monofásicos. Figura 9. – Motores trifásicos para uso interno - indoor. Instalações elétricas – 18/05/2022 Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi https://ufsj.edu.br/fregonezi/instalacoes_eletricas.php 6 Figura 10. – Motores trifásicos para uso externo - outdoor. Vantagens do motor trifásico em relação ao monofásico: • Maior relação potência/peso; • Maior relação potência/volume; • Maior relação potência/custo; • Não tem o problema de queima dos capacitores de partida; • O sentido de rotação é facilmente determinado pela seqüência de fase. • Uma queda de uma fase desliga o motor monofásico, mesmo em instalação bifásica; • O desligamento automático do motor monofásico preserva sua integridade física; • Uma queda de fase em um motor trifásico não desliga o motor, ele continua operando com as duas fases restantes; • Uma queda de fase em um motor trifásico pode provocar a sua queima; • Para evitar esse problema é usado um relé de falta de fase que será apresentado em um capítulo destinado aos relés de proteção; • Outra desvantagem do motor trifásico é o maior custo do circuito de seccionamento; • O circuito de comando de um motor trifásico é monofásico; • Uma alimentação trifásica proporciona naturalmente, ao motor, o giro fasorial que leva ao giro mecânico do rotor; • Uma alimentação monofásica não proporciona este giro fasorial e o motor permanece pa- rado, em equilíbrio estático; • O motor monofásico precisa de algum sistema auxiliar que determine o sentido de rotação, ou seja, a remoção do estado de equilíbrio estático; • Este sistema auxiliar é responsável, também, pela partida do motor monofásico; • Para que o motor monofásico inicie o giro, é preciso fazer uso de um capacitor em série com um enrolamento auxiliar que proporcione um deslocamento fasorial inicial; • Existem vários tipos de motores monofásicos quanto à forma de uso do capacitor. A forma mais comum para motores industriais é o uso de um enrolamento auxiliar à armadura, usado somente na partida do motor, quando é necessário eliminar o equilíbrio; • Este enrolamento auxiliar é ligado em série com um capacitor; • Esse par LC é ligado em paralelo com o enrolamento principal temporariamente; • Por causa do capacitor, surge uma defasagem fasorial que retira o motor do equilíbrio es- tático e define o sentido de rotação; • Após alguns segundos, este enrolamento auxiliar precisa ser desligado a fim de melhorar a performance do motor e reduzir o consumo de energia elétrica. Instalações elétricas – 18/05/2022 Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi https://ufsj.edu.br/fregonezi/instalacoes_eletricas.php 7 Figura 11. – O enrolamento de armadura e o enrolamento auxiliar. Figura 12. – O par RL em paralelo com o enrolamento de armadura. Figura 13. – Duplo capacitor. Tipos de desligamento do enrolamento de partida para motor monofásico: • Manual, por meio do uso de botoeira; • Chave centrífuga (em desuso); • Termostato (bimetal, temporizador analógico, chave NF); • Temporizador externo (o mais comum hoje). Instalações elétricas – 18/05/2022 Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi https://ufsj.edu.br/fregonezi/instalacoes_eletricas.php 8 Figura 14. – Chave centrífuga. As chaves centrífugas estão caindo em desuso por motivo de: • Aumento no peso do motor; • Aumento no tamanho do motor; • Como os circuitos eletrônicos tornaram-se muito baratos nas últimas décadas, e o custo da metalurgia subiu, o usoda chave centrífuga tornou-se desmotivador; • Quem estica a mola em operação de regime permanente é o próprio motor, e isso significa em consumo de energia elétrica e redução no rendimento do motor; • Alguma sujeira pode acumular-se nos contatos acionados pela chave centrífuga, im- pedindo a partida do motor. Figura 15. – Placa de identificação. Instalações elétricas – 18/05/2022 Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi https://ufsj.edu.br/fregonezi/instalacoes_eletricas.php 9 Figura 16. – Exemplos de fabricantes brasileiros. • O motor trifásico é mais simples do que o motor monofásico porque o sentido de rotação é determinado pela seqüência de fases; • O eixo do motor possui um chanfro para que haja um encaixe no acoplamento mecânico com o carregamento, afim de evitar escorregamento mecânico; Figura 17. – Motor de doze terminais. Instalações elétricas – 18/05/2022 Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi https://ufsj.edu.br/fregonezi/instalacoes_eletricas.php 10 Figura 18. – Esquemas de ligação para bobinas de 220V em um motor de doze terminais. Figura 19. – Esquemas de ligação para motor de seis e de doze terminais respectivamente. Figura 20. – Motor trifásico de 1/3 CV. Figura 21. – A menor potência disponível para motor trifásico, 1/4 CV. Instalações elétricas – 18/05/2022 Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi https://ufsj.edu.br/fregonezi/instalacoes_eletricas.php 11 • O escorregamento elétrico (S) de um motor é definido como sendo a relação entre a velo- cidade angular real medida (N) e a velocidade angular teórica (velocidade síncrona - Ns); • A velocidade angular real é medida por meio de uma luz estroboscópica ajustável; • Em uma situação ideal, o escorregamento elétrico é nulo; • Em um sistema de controle de malha fechada (P, PD, PI ou PDI), é possível monitorar a ve- locidade angular do motor e controlar a tensão no motor de modo a garantir a obtenção da velocidade desejada. 𝑆 = 𝑁𝑠 − 𝑁 𝑁𝑠 ∙ 100% A velocidade síncrona depende de: • A freqüência da rede elétrica; • A quantidade de pólos magnéticos. • Por tratar-se de um dispositivo de ação magnética, o motor é acionado por meio de pólos magnéticos. • Os pólos magnéticos surgem em pares norte-sul. • A quantidade de pólos é sempre dada por um número par. Velocidade síncrona dos motores elétricos de corrente alternada [rmp]: • f = 60Hz (Brasil); o fasor de tensão dá 60 voltas por segundo; • 1 minuto = 60 segundos; • f = 6060 voltas por minuto (RPM); • f = 3600 RPM; • 1 volta para cada par (norte-sul) -> 2 pólos magnéticos. Pólos 60Hz 50Hz Giro fasorial/giro mecânico Uso 2 3600 RMP 3000 RMP 360/360 Uso médio 4 1800 RMP 1500 RMP 360/180 Default 6 1200 RMP 1000 RMP 360/120 Pouco usado 8 900 RMP 750 RMP 360/90 Pouco usado 10 720 RMP 600 RMP 360/72 Raríssimo Tabela 1 – Velocidades síncronas. • Raras são as aplicações onde o eixo do motor responde pelo giro necessário; • Ventiladores são o principal exemplo desses casos; • Na maioria dos casos, a velocidade fasorial da rede elétrica é excessivamente elevada; • Na maioria das aplicações industriais, é necessário o uso de baixas rotações; • Nesses casos, suam-se mecanismos redutores de velocidade (caixas de redução), construí- dos com engrenagens ou polias; • Por esse motivo, desejam-se motores trifásicos com muitos pólos; • Por outro lado, o motor de oito pólos, ou mais, requer a colocação de muitas bobinas, im- plicando em um motor caro, volumoso, pesado e com maior probabilidade de apresentar defeito; • O consenso é o uso de motor de quatro pólos (+50% dos motores na indústria). Instalações elétricas – 18/05/2022 Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi https://ufsj.edu.br/fregonezi/instalacoes_eletricas.php 12 Figura 22. – Motores de dois, quatro e seis polos. Figura 23. – Exemplo de motor trifásico de dez pólos. Situações clássicas onde usam-se alta velocidade de giro para motor trifásico: • Ventilador; • Bomba. Instalações elétricas – 18/05/2022 Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi https://ufsj.edu.br/fregonezi/instalacoes_eletricas.php 13 Motor de 2 pólos: Cada par N/S vale por 360. • 1 giro mecânico para 1 giro magnético; • Máxima velocidade; • 3600 RPM; • Mínimo torque (conjugado); • Menor, mais leve, mais barato; • Por causa da maior velocidade, existe maior desgaste nos rolamentos; • Usado em situações onde não existam engrenagens ou polias, como, por exemplo, ventiladores industriais. • Não indicado em situações onde requerem-se elevado torque inicial, como, por exemplo, bombas. Motor de 4 pólos: Cada par N/S vale por 180; • Equivale a dois motores de 2 pólos deslocados em 180; • 1/2 giro mecânico para 1 giro magnético; • Máx. Velocidade /2; • 1800 RPM; • Médio torque (conjugado); • Para uso geral; • É o mais usado (+50%). Motor de 6 pólos: Cada par N/S vale por 120; • Equivale a três motores de 2 pólos deslocados em 120; • 1/3 giro mecânico para 1 giro magnético; • Máx. Velocidade /3; • 1200 RPM; • Médio torque (conjugado); Motor de 8 pólos: Cada par N/S vale por 90; • Equivale a dois motores de 4 pólos deslocados em 90; • 1/4 giro mecânico para 1 giro magnético; • Máx. Velocidade /4; • 900 RPM; • Máximo torque (conjugado); • Maior, mais pesado, mais caro; • Indicado para aplicações com partida em plena carga onde não seja possível o uso de grande redução através de engrenagens. Motor de 10 pólos: Cada par N/S vale por 72. • Equivale a dois motores de 4 pólos deslocados em 72; • 1/5 giro mecânico para 1 giro magnético; • Máx. Velocidade /5; • 720 RPM; • Máximo torque (conjugado); • Raríssimo. Instalações elétricas – 18/05/2022 Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi https://ufsj.edu.br/fregonezi/instalacoes_eletricas.php 14
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