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FACULDADE DE MAUÁ - FAMA KAREN VITORINO THOMAZ RA: 2018025214 TÉCNICA E PROTOCOLO DE INSERÇÃO DO CATETER PICC MAUÁ/SP 2021 FACULDADE DE MAUÁ - FAMA TÉCNICA E PROTOCOLO DE INSERÇÃO DO CATETER PICC Trabalho apresentado ao curso de Enfermagem na Faculdade Fama como requisito parcial a obtenção de nota Prof.ª Ms Nadir Barbosa Silva. MAUÁ/SP 2021 SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO........................................................................................................04 2. OBJETIVOS .......... ................................................................................................05 3. MÉTODO................................................................................................................05 3.1 Tipos de pesquisa ............................................................................................. 05 4. TÉCNICA E PROTOCOLO DE INSERÇÃO DO CATETER PICC........................06 4.1 Qual a definição e descrição do PICC?............................................................06 4.2 Quais os critérios para indicação do picc e a escolha do cateter do picc do calibre e numero de lumens do cateter..................................................................07 4.3 Quais são as contra indicações para a inserção do picc...............................10 4.4 Quais são os eventos adversos do picc..........................................................10 4.5 Qual a técnica de inserção do picc e seleção do sitio de inserção.....................13 4.6 Qual o preparo para a inserção e qual o material para inserção do picc.........13 4.7 Qual a técnica de mensuração do comprimento do cateter em adultos e na pediatria...............................................................................................................15 5. EXPLIQUE OS CUIDADOS DE MANUTENÇÃO DO PICC.............................................15 5.1 Como faz a lavagem ou flushing do cateter..................................................................15 5.2 Diante das novas diretrizes de segurança do paciente ainda se utiliza a técnica de heparinização e a sorolização................................................................................................16 5.3 Qual a técnica do curativo e estabilização e fixação do cateter................................17 5.4 Qual a técnica para desobstrução de cateteres e retirada do cateter...............19 5.5 Prepare uma aula sobre cateter de picc...........................................................22 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................23 7. BIBLIOGRAFIA......................................................................................................24 4 1. INTRODUÇAO O estudo tem como objetivo aprimora e expandir o conhecimento dos discentes em enfermagem. PICC (PeripherallyInserted Central Catheter) vem sendo utilizado como alternativa de acesso venoso estável e eficaz para pacientes criticamente enfermos. Trata-se de um dispositivo longo e flexível, inserido através de uma veia periférica que, por meio de uma agulha introdutora, progride até o terço distal da veia cava superior ou veia cava inferior, adquirindo dessa forma propriedades de acesso venoso central (BAGGIO, 2020). PICC é um dispositivo vascular de inserção periférica, de localização central, podendo apresentar-se com lúmen único ou duplo, sendo constituído de material biocompatível como silicone ou poliuretano (HARANDA; PEDREIRA, 2011). Além disso, proporciona maior segurança para o paciente, pois contribui com a diminuição dos riscos de embolia gasosa e refluxo sanguíneo (FEITOSA; BEZERRA; QUEIROZ; 2018). O PICC tem sido utilizado no tratamento de pacientes há quase três décadas. Seu uso foi relatado pela primeira vez em 1912, mas em 1973, descreveu-se sua técnica de inserção e o seu uso ganha atenção, principalmente para a infusão de agentes antineoplásicos, nutrição parenteral, drogas vesicantes e irritantes (D’ELLIA, 2002; MIRANDA, 2016). Frente a isso, este trabalho tem o objetivo abranger os conhecimentos dos discentes de enfermagem sobre a importância do cateter central de inserção periférica, mostrando a técnica e o protocolo de inserção do cateter de forma correta. Para a realização deste trabalho foi preciso do embasamento das aulas interdisciplinares ministradas no curso de enfermagem identificando as indicações do uso deste procedimento e os fatores que levam à retirada do mesmo 5 2. OBJETIVO Trata-se de um estudo complementar com o objetivo de aprimorar o conhecimento e adquirir uma boa nota parcial na disciplina. Tendo como finalidade realizar levantamento bibliográfico, identificar e evidenciar achados sobre a utilização do cateter central de inserção periférica pelos profissionais de enfermagem em seus campos de atuação. 3. MÉTODO Este estudo foi construído através do levantamento de dados encontrados na bibliografia já existente. Utilizou-se base de dados de revistas nacionais disponíveis na biblioteca virtual Scielo e lilacs relacionados ao assunto. Os critérios de inclusão são estudos publicados em português no período de 2016 a 2021 e que demonstraram conteúdo de relevância sobre o assunto. Descritores: PICC; Enfermagem; Cuidados. 3.1 Tipos de pesquisa Trabalho realizado através de sites científicos e artigos bibliográficos. 6 4. TÉCNICA E PROTOCOLO DE INSERÇÃO DO CATETER PICC 4.1 Qual a definição e descrição do PICC? RESPOSTA: O Cateter Central de Inserção Periférica (CCIP) ou Peripherilly Inserted Central Catheter (PICC) é um dispositivo intravenoso longo, inserido em veias periféricas, especialmente as veias basílica e cefálica dos membros superiores, progredindo até a veia cava. A localização central é definida quando a ponta do cateter está no terço inferior da veia cava superior ou terço superior da veia cava inferior (especificamente em neonatos), próximo à junção com o átrio direito. Ele foi descrito em 1975 como uma alternativa mais segura para terapia intravenosa quando comparado aos cateteres centrais de inserção em subclávia, jugular interna ou femoral. A posição central do cateter deve ser confirmada por meio de exame radiológico. O PICC é um cateter de uso por tempo mais prolongado que os cateteres centrais de curta permanência e gera maior segurança e menor desconforto ao paciente quando inserido em membros superiores. Como qualquer cateter central é de risco para eventos adversos e necessita de protocolos rígidos de inserção e manutenção. Diversos pacientes podem ser beneficiados com o uso do PICC, entretanto faz-se necessária avaliação individualizada de cada caso com base no custo e efetividade da utilização do cateter, uma vez que esse dispositivo tem critérios de indicação específicos e até a presente data não é ressarcido pelo Sistema Único de Saúde, exceto para neonatos e cirurgia cardíaca. Como critérios gerais o PICC é indicado para manter acesso venoso profundo por tempo prolongado em adultos ou crianças, com soluções hiperosmolares, vesicantes ou irritantes e/ou para uso em terapia endovenosa intermitente ambulatorial ou domiciliar. Quando há previsão de uso após alta hospitalar é necessário avaliar as condições do paciente ou cuidador para manutenção do cateter e estabelecer contra referência com serviços de saúde. 7 4.2 Quais os critérios para indicação do picc e a escolha do cateter do picc do calibre e numero de lumens do cateter? RESPOSTA: O PICC deve ser um cateter de primeira escolha para populações específicas e os critérios gerais de indicaçãode uso estão descritos no Quadro1. É importante ressaltar que o PICC tem critérios de indicação específicos e não deve ser indicado como um substituto do central de curta permanência (Intracath) ou do periférico curto. Na admissão do paciente o enfermeiro deverá fazer a avaliação da rede venosa periférica dos membros superiores e se previsto o uso do PICC, preservar o membro superior direito para a punção por meio de identificação com pulseira. É recomendado o consentimento informal do paciente ou acompanhante sobre o procedimento. CRITÉRIOS GERAIS DE INDICAÇÃO DO PICC DE ACORDO A ESPECIALIDADE ESPECIALIDADES CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO PICC ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS E CLÍNICAS Paciente clinicamente estável, com rede venosa periférica de difícil visualização e necessidade de uso de acesso central por tempo prolongado, em uso de drogas vesicantes, irritantes, com extremo de pH ou hiperosmolaridade. Previsão de uso desse tipo de terapia intravenosa de forma intermitente após alta hospitalar. HEMATOLOGIA E TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA Infusão de drogas antineoplásicas. Protocolos de quimioterapia. Pacientes com rede venosa deficiente para terapia infusional prolongada (NPP – antobioticoterapia). Indução de leucemias. Tratamento de mieloma múltiplo, linfomas com mais de 2 ciclos de quimioterapia. 8 CRITÉRIOS GERAIS DE INDICAÇÃO DO PICC DE ACORDO A ESPECIALIDADE ESPECIALIDADES CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO PICC UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE ADULTOS Paciente hemodinamicamente estável, com rede venosa periférica de difícil visualização e necessidade de uso de acesso central por tempo prolongado, em uso de drogas vesicantes, irritantes, com extremo de pH ou hiperosmolaridade e previsão de uso de terapia intravenosa intermitente ou contínua após alta da UTI. PEDIATRIA E UTI PEDIÁTRICA Os casos de indicação do PICC nos Setores de internação Pediátrica deverão ser discutidos por, no mínimo, 2 médicos que atuam na área e o enfermeiro do posto, considerando: a idade da criança, condições clínicas, tempo previsto de uso do PICC e estado da rede vascular do paciente. Pode haver indicação em: 1. Casos de osteomielite onde o tratamento endovenoso pode chegar a 3 a 4 semanas. 2. Casos de meningite pós DVP (derivação ventrículo peritoneal), onde o tratamento é de 3 a 4 semanas. 3. Pacientes com intestino curto com necessidade de Nutrição Parenteral por longo tempo. 4. Pacientes com fibrose cística, dependendo da idade, da rede vascular e da frequência de internação para antibioticoterapia. 5. Pacientes com necessidade de sedação contínua prolongada, sem distúrbio hemodinâmico. São exemplos: bronquiolite ou outras insuficiências respiratórias, epilepsia refratária com indicação de antiepilético de uso intravenoso contínuo. A retirada dos cateteres de PICC também deverá ser discutida entre a equipe médica e de enfermagem. 9 A escolha do cateter deve ser multiprofissional e com base na necessidade e segurança do paciente, terapia intravenosa proposta, tempo de uso do dispositivo e critérios estabelecidos pela instituição.O calibre (French) e o número de lúmens (mono, duplo ou triplo) do cateter devem ser proporcionais à veia selecionada e à terapia infusional proposta. O tipo de cateter de PICC (convencional, valvulado ou com microintrodutor) deve ser indicado de acordo com critérios clínicos e avaliação do custo-efetividade. Quanto ao material, os PICCs podem ser confeccionados em poliuretano ou silicone. O poliuretano é um polímero termoplástico, pouco flexível, resistente, moldável, com bioestabilidade e baixa trombogenicidade, indicado principalmente para infusão de grandes volumes ou alta pressão em bomba, suporta infusão de sangue, nutrição parenteral e contraste. O silicone também é um polímero sintético elastomérico, com elevada força tensil, resistência à temperatura, dobras e oxidação, baixa trombogenecidade, baixa aderência bacteriana e altíssima biocompatibilidade. O material de confecção do cateter deve ser considerado de acordo com as soluções e ou medicamentos da terapia intravenosa proposta e custos. Os seguintes critérios para escolha do calibre e numero de lumens do cateter são: - Selecionar o tipo e calibre do cateter de acordo com as características e necessidades terapêuticas de cada paciente; - Considerar que o calibre do cateter não deverá ultrapassar 1/3 do lúmen do vaso de escolha para punção; - Utilizar o ultrassom para avaliação da rede venosa e adequação do calibre do cateter; - Solicitar o cateter utilizando o CHC e descritivo resumido de acordo com a Tabela1. - Considerar sempre as recomendações do fabricante do dispositivo; - Escolher o número de vias do cateter de acordo com a necessidade terapêutica e observar que o maior número de vias representa maior risco de contaminação e consequentemente de infecção; - Via exclusiva de administração endovenosa para Nutrição Parenteral Total ou com concentração de glicose final maior ou igual a 12,5 (Resolução ANVISA RDC 45/2003). 10 4.3 Quais são as contra indicações para a inserção do picc? RESPOSTA: Algumas situações exigem avaliação criteriosa do enfermeiro e do médico, como a presença de distúrbios de coagulação e plaquetopenia, considerados contra indicações relativas para o uso do PICC. São consideradas contra indicações formais: - Lesões cutâneas ou infecção próxima ao local escolhido para punção; - Flebites, hematomas, tromboflebites, tromboses ou extravasamentos no membro escolhido para punção; - Alterações anatômicas que possam impedir a progressão do cateter; - Lesões ou cirurgias prévias que possam ter alterado a anatomia do vaso; - Difícil acesso venoso periférico por repetidas punções anterior; - Recusa do paciente/família; - Necessidade de coleta de sangue pelo cateter de calibre inferior a 3Fr; - Necessidade de administração de grandes volumes “em bolus”; 4.4 Quais são os eventos adversos do picc? RESPOSTA: As complicações podem ser locais ou sistêmicas e estão relacionadas com problemas de funcionamento do PICC/CCIP, duração da terapia, natureza dos fármacos, habilidade técnica dos profissionais na manutenção do cateter e características do paciente. Os eventos adversos são: - OBSTRUÇÃO: Ocorre pela oclusão do lúmen devido à formação de coágulo ou precipitado de medicamentos, impedindo a infusão da solução. A obstrução pode ser trombótica ou mecânica. - OBSTRUÇÃO TROMBÓTICA : Pode ser intra lúmen (formação de trombo ou fibrina no interior do cateter) ou extra lúmen (formação de bainha de fibrina na ponta do cateter). - OBSTRUÇÕES NÃO TROMBÓTICAS ou mecânicas podem ocorrer por precipitação de fármacos incompatíveis ou por pinçamento do sistema de infusão ou do cateter, ocasionando interrupção do fluxo. - EXTERIORIZAÇÃO: ocorre por tração acidental durante a remoção da 11 cobertura transparente ou por não estabilização do cateter. - INFILTRAÇÃO E EXTRAVASAMENTO: A infiltração e extravasamento se dão por administração inadvertida de medicamentos no espaço extravascular e a diferença entre as denominações é que infiltração refere-se a soluções não vesicantes e o extravasamento com soluções vesicantes. A severidade do evento depende do tipo, concentração e volume do fluído infiltrado ou extravasado. Os sintomas podem ser dor, eritema, edema, calor e falta do retorno venoso. - FLEBITE: consiste na inflamação das células endoteliais da parede venosa por fatores mecânicos, químicos ou infecciosos e deve ser classificada por grau de gravidade (abaixo). Os sinais clínicos estão relacionados à gravidade e podem ser hiperemia dolorosa, edema local, cordão fibroso e palpável ao longo da veia e/ou secreção purulenta no ostio deinserção. - FLEBITE MECÂNICA é a complicação local mais observada nos pacientes com PICC/CCIP e ocorre em resposta ao trauma endotelial durante a inserção do cateter, retirada ou movimentação do dispositivo no interior do vaso, apresentando- se como uma hiperemia no trajeto do vaso cateterizado. Ocorre, geralmente, nas primeiras 24 horas pós implantação do cateter e deve ser tratada de forma conservadora: manter o cateter permeabilizado e aplicar compressas mornas no local a cada 4 horas, por 72 horas. Após um período de 72 horas, a reação local tende a desaparecer. Os fatores de risco para lesão endotelial são calibre grosso do cateter e inserção na veia cefálica. O menor diâmetro da veia cefálica, quando comparado com a basílica, bem como sua tortuosidade, favorece a lesão endotelial e, consequentemente, levam a um maior número de complicações vasculares. As medidas de prevenção são inserção atraumatica, adequação do calibre do cateter ao vaso (sempre o menor calibre possível do cateter que não deve ultrapassar 1/3 do calibre do vaso), fixação estável e segura, manipulação cuidadosa. - FLEBITE QUÍMICA pode ocorrer pelo uso de medicamentos ou infusões que acarretam em efeito tóxico na parede do vaso, diluição inadequada do medicamento, infusão rápida, medicamentos associados inapropriadamente ou presença de micropartículas na solução. Os principais fatores de risco relacionados aos fármacos são a osmolaridade (acima de 500mOsml/L; pH extremo (<5 ou >9), efeito tóxico tecidual do medicamento e propriedades de vasoconstrição ou vasodilatação da droga. 12 - FLEBITE INFECCIOSA ocorre por infecção da parede endotelial e está relacionada com técnicas inadequadas de implantação ou manutenção do cateter. Além das manifestações comuns aos demais tipos de flebite, também poderá apresentar secreção purulenta pelo óstio de inserção. O tratamento consiste na remoção do cateter. - HEMATOMAS E EQUIMOSE: Hematoma é a coleção de sangue extra vascular, usualmente coagulado. Equimose é a infiltração difusa de sangue no tecido subcutâneo que provoca mancha escura ou azulada na pele, decorrente de traumatismo. Os sintomas são edema local e desconforto e a população de maior risco são os idosos. - INFECÇÃO LOCAL: A infecção do sitio de inserção é caracterizada pela presença de sinais inflamatórios e presença de secreção purulenta no local de inserção do cateter e/ou cultura positiva quantitativa ou semiquantitativa do cateter. Cultura positiva do cateter sem sintomatologia clínica é considerada colonização. - TRAUMA E ALARGAMENTO DO ÓSTEO: Ocorre por movimentos de pistão do cateter no local de inserção. - EMBOLIA POR CATETER: Quebra e migração do cateter no sistema vascular, podendo migrar para o tórax e alojar-se no ventrículo direito ou na artéria pulmonar.Os sintomas são dor aguda e repentina no local, retorno de sangue mínimo, cateter irregular, curto e áspero observado na remoção, cianose, dor no peito, taquicardia e hipotensão. - EMBOLIA GASOSA: Ocorre pela entrada de ar na circulação central e pode ser letal. Os sintomas são taquicardia, cefaléia, dispnéia ou taquipnéia, cianose, tosse, ansiedade ou confusão. - INFECÇÃO SANGUÍNEA RELACIONADA AO CATETER: Para o diagnóstico de bacteremia associada ao cateter é necessário a cultura de sangue periférico + cultura de sangue do cateter ou cultura semiquantitativa do cateter 13 4.5 Qual a técnica de inserção do picc e seleção do sitio de inserção? RESPOSTA: A inserção do CCIP/PICC deve ser realizada na sala de procedimentos da unidade de internação ou no leito do paciente em área reservada com uso de biombos. A inserção deverá ser realizada por meio de técnica estéril, como preconizado para a inserção de todos os cateteres vasculares centrais (paramentação completa do operador com luvas cirúrgicas estéreis, gorro e máscara; utilização de campos estéreis para cobertura do paciente da cabeça aos pés). Utilizar óculos de proteção como EPI. O procedimento de inserção do cateter deve ser realizado exclusivamente por enfermeiro ou médico habilitado e capacitado. Seleção do sitio de inserção é feita da seguinte forma: - Avaliar criteriosamente a rede venosa antes da punção; - Utilizar o ultrassom para avaliação da rede venosa; - As veias consideradas para canulação com o PICC em adultos são da região da fossa anticubital: cefálica, basílica e braquial; A ordem da escolha do acesso deverá respeitar a seguinte sequência: - 1ª Veia Basílica do MSD; - 2ª Veia Basílica do MSE; - 3ª Veia Cefálica do MSD; - 4ª Veia Braquial do MSD; - 5ª Veia Cefálica do MSE; - 6ª Veia Braquial do MSE 4.6 Qual o preparo para a inserção e qual o material para inserção do picc? (e outros cateteres centrais). RESPOSTA: O preparo para a inserção do picc é feito da seguinte forma: - Higienizar as mãos; - Conferir o material necessário para o procedimento; - Informar o paciente ou acompanhante sobre o procedimento que será realizado; - Posicionar o paciente em decúbito dorsal horizontal; 14 - Avaliar as condições clínicas do paciente e solicitar sedação ou analgesia, se necessário; - Preparar o material para monitorização cardíaca durante o procedimento. Materiais para inserção do picc são: - BANDEJA PARA ACESSO VASCULAR CENTRAL 01 campo amplo para cobertura do paciente da cabeça aos pés; 01 campo fenestrado; 01 pinça de dissecção 14 cm; 01 pinça Crille curva 14 cm; 01 tesoura cirúrgica reta 14 cm; 01 avental estéril; 01 wiper estéril para secagem das mãos; 01 bandeja de inox; 01 porta agulha Mayo reta de 14 cm (esse material compõe a bandeja, mas não é utilizado na inserção do PICC). - KIT PARA ACESSO VASCULAR CENTRAL 2 toucas; 2 máscaras; 3 pacotes de gazes estéreis; 1 seringa de 10 mL; 1 seringa de 5 mL (aspiração anestésico); 1 agulha 25 x 12; 1 agulha 25 x 7; 1 frasco Lidocaína 2% sem vasoconstritor; 1 fio de sutura de Nylon 3.0; 1 Equipo de soro simples; 1 bolsa de SF 0,9% (250mL); 1 frasco Clorexidina degermante; 1 frasco Clorexidina alcoólica. - MATERIAIS ULTRASSOM 1 pacote capa estéril descartável para o probe; 2 ampolas de solução fisiológica; Gel para ultrassom. 15 4.7 Qual a técnica de mensuração do comprimento do cateter em adultos e na pediatria? RESPOSTA: A Técnica de mensuração do comprimento do cateter em adultos inserção em membros superiores em adulto é: - Posicionar o braço a 90 graus; - Mensurar a distância entre o ponto de punção e a articulação escapuloumeral, deste ponto até a fúrcula esternal e, em seguida, até o terceiro espaço intercostal; - Determinar a melhor área para punção; - Registrar o valor da medida. A Técnica de mensuração do comprimento do cateter em adultos inserção em membros superiores em pediatria é: - Posicionar o membro em ângulo de 90 graus em relação ao tórax. - Mensurar a distância entre o ponto de punção e a fúrcula esternal. - INSERÇÃO EM REGIÃO CERVICAL: Medida do local da punção, seguindo pela região cervical lateral, até a clavícula direita e, daí, até o terceiro espaço intercostal direito. - INSERÇÃO EM MEMBROS INFERIORES: A medida do local da punção até a região inguinal e, desta, até a região umbilical, terminando a medida na região do apêndice xifóide. - INSERÇÃO EM REGIÃO CEFÁLICA: Medida do local da punção, seguindo pela região cervical lateral, até a clavícula direita e, daí, até o terceiro espaço intercostal direito. 5. EXPLIQUE OS CUIDADOS DE MANUTENÇÃO DO PICC 5.1 Como faz a lavagem ou flushing do cateter? RESPOSTA: Os cateteres vasculares centrais necessitam de lavagem regular a fim de manter a permeabilidade e prevenir obstruções por incompatibilidade de medicamentos e soluções. 16 - É recomendado o flushing com soro fisiológico a cada 6-8 horas para permeabilizar o cateter;- Utilizar pressão positiva de acordo com o sistema do dispositivo e características do paciente; - O volume mínimo para o flushing deve ser o dobro da capacidade interna do cateter (priming). Para adultos normalmente recomenda-se 10mL e criança 5mL; - Cada lúmen deve ser lavado durante o procedimento, independente do uso; - Realizar flushing com pressão positiva e turbilhonamento imediatamente após coleta de sangue (com duas seringas de 10 mL SF0, 9% em adultos) e avaliar o prime e peso da criança em pediatria; - Realizar flushing com pressão positiva e turbilhonamento antes e após administrar medicação (com duas seringas de 10 mL SF0, 9% em adultos) e avaliar o prime e peso da criança em pediatria; - Realizar flushing com pressão positiva e turbilhonamento antes de encaminha-lo ao Centro Cirúrgico ou Unidade de Procedimentos Especializados com identificação para não utilização do cateter, exceto se prescrito soro de manutenção ou se o paciente estiver recebendo algum medicamento que não possa ser interrompido. 5.2 Diante das novas diretrizes de segurança do paciente ainda se utiliza a técnica de heparinização? E a sorolização? RESPOSTA: Diante das novas diretrizes de segurança do paciente ainda se utiliza a técnica de heparinização e a sorolização. Os cuidados com a infusão de solução salina e heparinização do PICC (frequência, volume) devem ser prescritos pelo enfermeiro considerando condições do paciente, volume cabível do cateter (priming), tipo de infusão e intervalo de uso do PICC. - As soluções parenterais devem ser administradas por bomba de infusão, a fim de evitar interrupções e possíveis obstruções do cateter. - A manutenção da permeabilidade do PICC depende da sistematização do flushing com pressão positiva e manutenção de infusão contínua em bomba para cateteres < 3Fr. - Recomenda-se não abrir o sistema de infusão, mas nas situações em que o cateter seja desconectado da infusão contínua deve ser realizado o flush com 10 mL no 17 adulto e 5 mL nas crianças, salvo exceções, tais como pacientes com restrição de volume. - Para pacientes com uso intermitente do PICC (a cada 24h) é recomendado a heparinização do cateter. - Para pacientes ambulatorial ou domiciliar com infusão intermitente de drogas é recomendado a heparinização do cateter e a manutenção deve ser semanal. Tanto na heparinização quanto sorolização do cateter utilizar a técnica para acesso ao PICC: - Higienizar as mãos e colocar luvas de procedimentos; - Realizar desinfecção da conexão com álcool 70% (10 fricções); - Aspirar 1 mL da solução contida no cateter + sangue e desprezar; - Lavar o cateter com seringa de 10 mL com SF0, 9% sob pressão positiva e turbilhonamento; - Administrar o medicamento; - Lavar novamente o cateter com seringa de 10 mL com SF0, 9% sob pressão positiva e turbilhonamento; - Se heparinização: Administrar novo volume da solução de heparina após a lavagem (flushing). Observação: Utilizar a seringa de 10 mL ou 20 mL para a realização do flushing. Seringas de menor volume podem romper o cateter por exercerem altas pressões. 5.3 Qual a técnica do curativo e estabilização e fixação do cateter? RESPOSTA: O curativo do cateter compreende a troca da cobertura, antissepsia da pele e uso de nova cobertura. Esse procedimento de seguir alguns critérios: A troca do curativo deve ser realizada apenas por enfermeiros, pois há alto risco de deslocamento do cateter neste momento; A retirada da película transparente deve ser cuidadosa e tracionando-a paralelamente à pele; Em crianças, o enfermeiro deve solicitar auxílio para contenção dos movimentos, se necessário; O primeiro curativo deve ser realizado com gaze sobre o óstio e cobertura 18 transparente semipermeável estéril; A primeira troca de curativo deve ser realizada 48 horas após a inserção do cateter para retirada da gaze e observação do local de inserção; Na retirada de fitas adesivas e filmes transparentes a pele deve ser sustentada, segurando-a firmemente a fim de preservar sua integridade; A técnica de curativo está descrita nos processos relativos à CURATIVO DE CATETER VENOSO CENTRAL deste manual; Podem ser utilizadas hastes flexíveis estéreis (cotonete®) para aplicação das soluções de clorexidina no óstio; A solução de clorexidine alcoólico não deve entrar em contato com o cateter para evitar ressecamento e possíveis rupturas. Aplicar apenas na pele Peri- inserção. As condições do óstio devem ser avaliadas e documentadas; As tiras hipoalergênicas que acompanham a película transparente devem ser utilizadas para estabilizar o cateter; Cobrir totalmente a área de inserção do cateter com a película transparente estéril, permitindo a visualização do sítio de inserção. Observar a atividade da película com a pele e com o cateter; O filme transparente poderá permanecer por até 7 dias, mas deverá ser trocado se sujo ou descolado; Na presença de sinais inflamatórios locais ou sistêmicos, o curativo deve ser removido para inspeção direta; O dispositivo estabilizador do cateter, por permanecer sobre a pele íntegra, poderá permanecer enquanto mantiver sua funcionalidade e deverá ser trocado se sujo ou descolado. A técnica do curativo e estabilização e fixação do cateter: Estabilizar o cateter significa fixa-lo de maneira segura para que não haja migração ou deslocamento no interior do vaso, evitando perda ou complicações no acesso. A estabilização pode ser realizada com fitas estéreis, fios para sutura, fita cirúrgica ou dispositivos estabilizadores. O uso de cobertura transparente sobre os estabilizadores auxilia na manutenção da estabilidade. Alguns critérios devem ser observados: No curativo a cobertura do cateter deve ser a película transparente estéril; 19 O cateter deve ser estabilizado sem interferência ao acesso ou monitoramento do sítio de inserção; A porção exteriorizada do cateter deve ser observada e medida diariamente para identificação precoce de fixação inadequada e mobilização. A porção exteriorizada jamais deve ser reintroduzida; Nos casos de deslocamento do cateter, deve ser realizada nova radiografia para verificar seu posicionamento; Para reforçar a fixação, pode ser utilizado enfaixamento. 5.4 Qual a técnica para desobstrução de cateteres e retirada do cateter? RESPOSTA: A desobstrução do PICC é um procedimento de risco e deve ser realizada por enfermeiro treinado e capacitado. As principais complicações do uso inadequado de técnicas de desobstrução são trombose, tromboembolismo e ruptura do cateter com embolia. Quando diagnosticado a existência de obstrução por coágulo, o enfermeiro deve avaliar o risco-benefício do procedimento com o médico responsável e considerar a possibilidade de deslocamento do coágulo para a corrente sanguínea. As manobras de desobstrução NÃO DEVEM ser realizadas com seringas de baixo volume (5ml, 3ml ou 1ml) devido ao alto risco de deslocamento do trombo e ruptura do cateter. A manobra de desobstrução deve ser documentada. Técnica para desobstrução de cateteres é feita da seguinte forma: - Higienizar as mãos; - Posicionar o paciente confortavelmente; - Calçar luvas estéreis; - Realizar desinfecção das conexões com gaze estéril e álcool a 70%; - Remover as extensões conectadas ao cateter; - Conectar uma torneira 3 vias ao cateter, com a saída na posição OFF (fechada); - Conectar uma seringa de 10mL, com rosca e vazia, em uma das vias da torneira; - Conectar outra seringa de 10mL, com rosca e com solução fisiológica (SF0,9%), na outra via da torneira; - Fechar a saída da seringa cheia e abrir a saída da seringa de 10ml vazia; 20 - Fechar a saída para a seringa com solução salina e aspirar com a seringa vazia, fazendo com que o cateter fique vazio e crie uma pressão negativa;- Mantendo a pressão negativa, fechar a saída da seringa vazia e abrir a saída da seringa cheia. A solução deverá ser aspirada automaticamente para dentro do cateter devido à pressão negativa; - Repetir os passos anteriores até que ocorra refluxo de sangue pelo cateter; - Aspirar 3ml de sangue e desprezar; - Realizar a lavagem do cateter com 10ml de solução fisiológica. - Reiniciar a terapia intravenosa prescrita e os cuidados para manutenção da permeabilidade. - Retirar as luvas; - Lavar as mãos; - Registrar o procedimento nas anotações de enfermagem. Retirada do cateter é feita da seguinte forma: O cateter de PICC deverá permanecer em uso até o término da terapia. Não ha tempo de permanência ideal estabelecido, podendo permanecer durante meses, desde que haja acompanhamento e monitorização frequente do sítio de inserção. São indicações formais para remoção do cateter: Término do tratamento; Ruptura ou quebra do cateter; Extravasamento de líquidos; Flebite; Infecção sanguínea relacionada ao cateter. Nos casos de obstrução ou de exteriorização parcial, a retirada do cateter somente deve ser realizada por enfermeiro treinado e habilitado, após avaliação criteriosa e tentativas de preservação do acesso. A retirada do cateter deve seguir os seguintes passos: Higienizar as mãos; Posicionar o paciente adequadamente conforme o local de inserção; Calçar luvas de procedimento; Remover o curativo; Realizar antissepsia do local de inserção com clorexidine alcoólico; Remover o cateter cuidadosamente e de forma paralela à pele. 21 Em caso de resistência, realizar movimento circular com tração contínua do cateter. Se a resistência persistir aplicar compressa úmida e morna na área acima do trajeto do cateter para promover vasodilatação e facilitar a remoção (aplicar a compressa por 20 minutos e tentar novamente). Na segunda tentativa, se for mantida a resistência, refazer o curativo e tentar remover o cateter após 12 a 24 horas e, neste período, aplicar compressas mornas a cada 4 a 6 horas. Se o paciente referir dor forte durante as tentativas de retirada, deve-se realizar uma radiografia para eliminar a presença de nós e dobras no cateter. Exercer leve pressão com gaze sobre o local de punção, depois de retirado o cateter; Aplicar curativo oclusivo; Conferir o comprimento do cateter, comparando com o registrado na data da inserção; Registrar o procedimento nas anotações de enfermagem e na ficha de controle do PICC, ressaltando o motivo da retirada do cateter. Enviar ponta do cateter para cultura com uma amostra hemocultura periférica somente quando houver suspeita de infecção sanguínea relacionada ao cateter. 22 5.5 Prepare uma aula sobre cateter de pic, sua finalidade e indicações, pontuando todas as quesões acima. RESPOSTA Cateter Central De Inserção Periférica Discentes Karen Vitorino Thomaz Ra: 208025214 Enfermagem 8 semestre Matutino Localização: PICC 23 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que esse trabalho teve seu objetivo primordial aprimorar e expandir os conhecimentos dos discentes de enfermagem, objetivando os alunos em seus desenvolvimentos, pois objetiva a estudar os conteúdos ministrados e desenvolvidos em sala de aula, abordando os pontos essenciais e relevantes entre as matérias estudadas. A utilização do PICC é vital para os pacientes devido aos inúmeros benefícios que esse procedimento proporciona principalmente no que diz respeito à diminuição de punções periféricas e, consequentemente, da dor e do stresse, além de promover um acesso venoso seguro para a infusão da terapia prescrita. Para a realização deste estudo fez se necessário conhecer e analisar o conhecimento dessas enfermeiras para atuação do enfermeiro para um cuidado seguro. No presente estudo, todas citaram alguns cuidados de enfermagem na manutenção do PICC. O aumento considerável da utilização do PICC implica em manter os profissionais de saúde constantemente atualizados, no intuito de manter o cateter o maior tempo possível em boas condições de uso sem ocasionar complicações Com estas informações tão positivas destacamos a importância da educação permanente na busca de excelência técnica e melhor assistência de Enfermagem. 24 7. BIBLIOGRAFIA BAGGIO, M.A; BAZZI, F.C. S; BILIBIO, C.A.C. Cateter central de inserção periférica: descrição da utilização em UTI Neonatal e Pediátrica. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre, RS,v.31, n.1,p.70- 76, Março, 2020. 5. D’ELIA, C; CORREIA, M.S; OLIVEIRA, S.D, BARBOSA, N.M.M. Fístula Broncovascular - Complicação do Cateter Venoso percutâneo em neonato J.Pediatr. Rio de Janeiro, v.78 nº4 Porto Alegre, 2016. 11. GALLOTTI, R.M FEITOSA, T.L.O.; BEZERRA, F.S. de M.; QUEIROZ, M.V.O. Cateter Central de Inserção Periférica: protocolo para recém-nascidos. Revista Nursing, v.120 n.11, p.230-234, 2018. PEDREIRA M.L.G, CHAUD MN. Estudo prospectivo, randomizado e controlado sobre o tempo de permanência de cateteres venosos periféricos em crianças, segundo três tipos de curativos. Rev. Latino-Am. Enfermagem, 2015 maio-junho; 13(3): 291-8 UNICAMP. técnica e protocolo de inserção do cateter picc. Notícias cofen. 2020. Disponível em: https://intranet.hc.unicamp.br/manuais/gcat_picc.pdf. Acesso em 23 de Nov de 2021.
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