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Protocolo de Cirurgia Segura Prof.ª Carolina Vicentini Docente do Curso Técnico em Enfermagem PROTOCOLO DE CIRURGIA SEGURA Determinar as medidas a serem implantadas para reduzir a ocorrência de incidentes e eventos adversos e a mortalidade cirúrgica, possibilitando o aumento da segurança na realização de procedimentos cirúrgicos, no local correto e no paciente correto, por meio do uso da Lista de Verificação de Cirurgia Segura desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde – OMS. PROTOCOLO DE CIRURGIA SEGURA Definições: 1.Lista de Verificação: lista formal utilizada para identificar, comparar e verificar um grupo de itens/procedimentos 2.Demarcação de Lateralidade: demarcação de local ou locais a ser operados. Esta demarcação é particularmente importante em casos de lateralidade (distinção entre direita e esquerda), estruturas múltiplas (p.ex. dedos das mãos e dos pés, costelas) e níveis múltiplos (p.ex. coluna vertebral); 3.Condutor da Lista de Verificação: profissional de saúde (médico ou profissional da enfermagem), que esteja participando da cirurgia e seja o responsável por conduzir a aplicação da lista de verificação, de acordo com diretrizes da instituição de saúde; 4.Segurança Anestésica: conjunto de ações realizadas pelo anestesiologista, que visa à redução da insegurança anestésica por meio da inspeção formal do equipamento anestésico, da checagem dos medicamentos e do risco anestésico do paciente antes da realização de cada cirurgia; 5.Equipe cirúrgica: equipe composta por cirurgiões, anestesiologistas, profissionais de enfermagem, técnicos e todos os profissionais envolvidos na cirurgia. Aliança Mundial Em 2005, a OMS lançou a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, com o objetivo de despertar a consciência profissional, favorecer as normas e práticas de segurança do paciente e o comprometimento político para uma melhor segurança na assistência a saúde e apoiar no desenvolvimento de boas práticas assistências. “Soluções Simples para a Segurança do Paciente” No Brasil Diante desse cenário, o Ministério da Saúde em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) apresentou o Manual de implementação de Medidas para o projeto Segurança do Paciente: “Cirurgias Seguras Salvam Vidas” O que é segurança do paciente? “É a redução de atos não seguros no sistema de assistência à saúde, assim como a utilização das melhores práticas que resultados ótimos para oconduzem a paciente” The Canadian Patient Safety Dictionary. Canadá, 2006 Cirurgia Segura Estudo em hospitais participantes da campanha Cirurgia introdução da utilização do checklist, a taxa complicações maiores caiu de 11% para 7% e Segura Salva Vidas da OMS demonstrou que, após a de da mortalidade hospitalar após grandes operações caiu de 1,5% para 0,8% New England Journal of Medicine, January 29, 2009 Antes da indução anestésica O condutor da Lista de Verificação deverá: 1.Revisar verbalmente com o próprio paciente, sempre que possível, que sua identificação tenha sido confirmada; 2.Confirmar que o procedimento e o local da cirurgia estão corretos; 3. Confirmar o consentimento para cirurgia e a anestesia; 4.Confirmar visualmente o sítio cirúrgico correto e sua demarcação; 5.Confirmar a conexão de um monitor multiparâmetro ao paciente e seu funcionamento; 6.Revisar verbalmente com o anestesiologista, o risco de perda sanguínea do paciente, dificuldades nas vias aéreas, histórico de reação alérgica e se a verificação completa de segurança anestésica foi concluída. Antes da incisão cirúrgica (Pausa Cirúrgica) Neste momento, a equipe fará uma pausa imediatamente antes da incisão cirúrgica para realizar os seguintes passos: 1.A apresentação de cada membro da equipe pelo nome e função; 2.A confirmação da realização da cirurgia correta no paciente correto, no sítio cirúrgico correto; 3.A revisão verbal, uns com os outros, dos elementos críticos de seus planos para a cirurgia, usando as questões da Lista de Verificação como guia; 4.A confirmação da administração de antimicrobianos profiláticos nos últimos 60 minutos da incisão cirúrgica. 5.A confirmação da acessibilidade dos exames de imagens necessários. Antes do paciente sair da sala de cirurgia A equipe deverá revisar em conjunto a cirurgia realizada por meio dos seguintes passos: 1.A conclusão da contagem de compressas e instrumentais; 2.A identificação de qualquer amostra cirúrgica obtida; 3.A revisão de qualquer funcionamento inadequado de equipamentos ou questões que necessitem ser solucionadas; 4.A revisão do plano de cuidado e as providências quanto à abordagem pós-operatória e da recuperação pós-anestésica antes da remoção do paciente da sala de cirurgia. Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP) SAEP A Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória(SAEP) deve ser implantada por Enfermeiros durante o perioperatório, na busca da satisfação das necessidades da pessoa em condição cirúrgica. Com o foco na satisfação do cliente, tal processo leva a realização de um serviço com qualidade, que pode tornar os profissionais mais envolvidos e motivados, uma vez que é desenvolvido com segurança, satisfação, destreza e confiabilidade. Objetivos do SAEP O SAEP deve ser o alicerce que sustenta as ações de enfermagem no Centro Cirúrgico, além de promover a interação da assistência nos períodos pré, trans e pós-operatório. Os principais objetivos do SAEP são: 1. Ajudar o paciente e a família a compreenderem e a se prepararem para o tratamento anestésico-cirúrgico proposto; 2. Prever, prover e controlar recursos humanos e materiais necessários ao ato anestésico-cirúrgico; 3. Diminuir ao máximo os riscos decorrentes da utilização de materiais e equipamentos necessários para o desenvolvimento desses procedimentos; 4. Diminuir ao máximo os riscos inerentes ao ambiente especifico do Centro Cirúrgico e da Sala de Recuperação Anestésica. Objetivos do SAEP Embora exista a possibilidade de trabalhar com outros modelos de assistência de enfermagem Perioperatória, no Brasil, o modelo mais difundido é o SAEP, fundamentado no “atendimento das necessidades básicas e no Processo de Enfermagem, estruturados por Wanda de Aguiar Horta” O SAEP é composto por 5 fases: 1. Visita pré-operatória de enfermagem; 2. Planejamento da assistência Perioperatória; 3. Implementação da assistência; 4. Avaliação da assistência, por meio da visita pós-operatória de enfermagem; 5. Reformulação da assistência a ser planejada, segundo resultados obtidos e solução de situações não desejadas ou ocorrência de eventos adversos. Recomendações Implementar a assistência de enfermagem integral, individualizada e documentada nos períodos pré, trans, pós- operatório; Identificar e analisar as necessidades individuais do paciente que será submetido ao procedimento anestésico-cirúrgico; Realizar o planejamento da assistência de enfermagem; Ajudar o paciente e sua família a compreenderem o problema de saúde, preparando-os para o procedimento anestésico-cirúrgico; Diminuir a inquietação e a ansiedade do paciente e de sua família, contribuindo para sua recuperação; Diminuir ao máximo os riscos inerentes ao ambiente cirúrgico; Realizar o registro das ações do enfermeiro em um instrumento próprio e adequado as fases do perioperatório. ETAPAS DA SAEP 1º Fase: Visita pré–operatória de Enfermagem; 2º Fase: Implementação da assistência de Enfermagem (Período trans-operatório); 3º Fase: Visita pós-operatória ETAPAS DA SAEP: Visita Pré-operatória: 1º Fase: Visita pré–operatória de Enfermagem; Durante a entrevista ✓ Questionar: Alergias, patologias associadas, medicamentos em uso, cirurgias prévias, fumo, álcool, uso de órteses/próteses, marcapasso, estado civil, religião, nível de instrução, profissão e outros dados relevantes. ✓ Fazer o levantamento dosexames laboratoriais e diagnósticos (radiografias, ultrassom, tomografia, ressonância magnética, eletrocardiograma e outros; ETAPAS DA SAEP: 2º Fase: Implementação da assistência de Enfermagem 2º Fase: Implementação da assistência de Enfermagem Transoperatório ou Intraoperatório. Envolve recepção, avaliação na admissão no CC e execução dos cuidados de enfermagem prescritos para o transoperatório. Na SO auxilia no posicionamento cirúrgico evitando iatrogênias e complicações no pós-operatório, verificação de drenos e sondas, colocação da placa de bisturi, etc. ETAPAS DA SAEP: 2º Fase: Implementação da assistência de Enfermagem Recuperação Anestésica Avaliação permanente do paciente: SinaisVitais; Nível de consciência; Posicionamento do paciente; Condições Respiratórias e de Perfusão; Avaliação e resposta neuromuscular; Condições do(s) curativo(s); Drenos, cateteres e sondas; InfusãoVenosa. ETAPAS DA SAEP: 2º Fase: Implementação da assistência de Enfermagem Avaliação da dor; Escala de Aldrete e Kroulik, Steward eRamsay; Elaborar tabela para anotação dos controles de Sinais Vitais; Temperatura, Pulso, PA, Respiração (freqüência e saturação) e horários das verificações (assinatura de quem verificou); Elaborar tabela de controle hídrico (Infusão-ganhos e Eliminações-perdas). Elaborar Prescrição de Enfermagem. ETAPAS DA SAEP: 2º Fase: Implementação da assistência de Enfermagem Elaborar a Evolução de Enfermagem: Nome da cirurgia; Anestesia recebida; Nível de consciência; Infusões venosas; Elaborar a Evolução de Enfermagem: Aspecto do(s) curativo(s); Saturação de oxigênio e todos os outros itens da avaliação permanente do paciente; Anotar condições da alta e local para onde será encaminhado o paciente. ETAPAS DA SAEP: 3º Fase: Visita pós- operatória. Visita Pós-Operatória Operacionalização: Coleta de dados da evolução operatória; Levantamento do prontuário sobre presença ou não de sinais de infecção, intercorrências cirúrgicas; Entrevista com paciente e família; Exame físico (enfatizando o problema cirúrgico); Evolução de enfermagem. Bibliogragia - file:///C:/Users/Usuario/Downloads/protc_cirurgiaSegura.pdf; - http://www.ebah.com.br/content/ABAAABJRIAK/saep- sistematizacao-assistencia. file://///localhost/C:/Users/Usuario/Downloads/protc_cirurgiaSegura.pdf http://www.ebah.com.br/content/ABAAABJRIAK/saep-