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OBJETIVA - Interpretação e Produção de Textos - APOIO

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Prévia do material em texto

Questão 1. Observe a ilustração a seguir.
Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/340514421817058668/>. Acesso em: 30 jul. 2018.
O objetivo da ilustração é:
a) Enaltecer o papel das novas tecnologias no desenvolvimento do pensamento autônomo.
b) Mostrar que o homem depende da agricultura, pois todas as riquezas são decorrentes dela.
c) Criticar a homogeneização do pensamento e do comportamento.
d) Criticar as sociedades agrárias, que não têm acesso às tecnologias de comunicação.
e) Denunciar o trabalho escravo, especialmente nas lavouras. 
f) 
Alternativa correta: C.
Comentário
No texto não verbal, observamos que a máquina apara as cabeças que tentam se destacar da multidão, mantendo todas voltadas aos celulares. Assim, o objetivo da ilustração é criticar o pensamento padronizado e alienado pelas novas tecnologias.
Unidade I
Nível: Fácil
Questão 2. Leia o texto 1, do livro Os nascimentos, de Eduardo Galeano, que narra pensamentos e mitos dos povos pré-colombianos, e o texto 2, da filósofa Marilena Chauí.
Texto 1
O Fogo
As noites eram de gelo e os deuses tinham levado o fogo embora. O frio cortava a carne e as palavras dos homens. Eles suplicavam, tiritando, com a voz quebrada; e os deuses se faziam de surdos. 
Uma vez lhes devolveram o fogo. Os homens dançaram de alegria e alçaram cânticos de gratidão. Mas, de repente, os deuses enviaram chuva e granizo e apagaram as fogueiras. 
Os deuses falaram e exigiram: para merecer o fogo, os homens deveriam abrir peitos com um punhal de pedra e entregar corações. 
Os índios quichés ofereceram o sangue de seus prisioneiros e se salvaram do frio. 
Os cakchiqueles não aceitaram o preço. Os cakchiqueles, primos dos quichés e também herdeiros dos maias, deslizaram com pés de pluma através da fumaça, roubaram o fogo e o esconderam nas covas de suas montanhas.
GALEANO, E. Os nascimentos. Porto Alegre: LP&M, 2010.
Texto 2
O antropólogo Claude Lévi-Strauss estudou o “pensamento selvagem” para mostrar que os chamados selvagens não são atrasados nem primitivos, mas operam com o pensamento mítico. O mito e o rito, escreve Lévi-Strauss, não são lendas nem fabulações, mas uma organização da realidade a partir da experiência sensível enquanto tal. Para explicar a composição de um mito, Lévi-Strauss refere-se a uma atividade que existe em nossa sociedade e que, em francês, se chama bricolage. O que faz um bricoleur, ou seja, quem pratica bricolage? Produz um objeto novo a partir de pedaços e fragmentos de outros objetos. Vai reunindo, sem um plano muito rígido, tudo o que encontra e que serve para o objeto que está compondo. O pensamento mítico faz exatamente a mesma coisa, isto é, vai reunindo as experiências, as narrativas, os relatos, até compor um mito geral. Com esses materiais heterogêneos, produz a explicação sobre a origem e a forma das coisas, suas funções e suas finalidades, os poderes divinos sobre a Natureza e sobre os humanos. O mito possui, assim, três características principais, citadas a seguir. 
1. Função explicativa: o presente é explicado por alguma ação passada cujos efeitos permaneceram no tempo. Por exemplo, uma constelação existe porque, no passado, crianças fugitivas e famintas morreram na floresta e foram levadas ao céu por uma deusa que as transformou em estrelas; as chuvas existem porque, nos tempos passados, uma deusa apaixonou-se por um humano e, não podendo unir-se a ele diretamente, uniu-se pela tristeza, fazendo suas lágrimas caírem sobre o mundo etc.
2. Função organizativa: o mito organiza as relações sociais (de parentesco, de alianças, de trocas, de sexo, de idade, de poder, etc.) de modo a legitimar e garantir a permanência de um sistema complexo de proibições e permissões. Por exemplo, um mito como o de Édipo existe (com narrativas diferentes) em quase todas as sociedades selvagens e tem a função de garantir a proibição do incesto, sem a qual o sistema sociopolítico, baseado nas leis de parentesco e de alianças, não pode ser mantido.
3. Função compensatória: o mito narra uma situação passada, que é a negação do presente e que serve tanto para compensar os humanos de alguma perda como para garantir-lhes que um erro passado foi corrigido no presente, de modo a oferecer uma visão estabilizada e regularizada da Natureza e da vida comunitária. Por exemplo, entre os mitos gregos, encontra-se o da origem do fogo, que Prometeu roubou do Olimpo para entregar aos mortais e permitir-lhes o desenvolvimento das técnicas. Numa das versões desse mito, narra-se que Prometeu disse aos homens que se protegessem da cólera de Zeus realizando o sacrifício de um boi, mas que se mostrassem mais astutos do que esse deus, comendo as carnes e enviando-lhe as tripas e gorduras. Zeus descobriu a artimanha e os homens seriam punidos com a perda do fogo se Prometeu não lhes ensinasse uma nova artimanha: colocar perfumes e incenso nas partes dedicadas ao deus.
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1994 (com adaptações).
Com base na leitura, analise as afirmativas.
I. O mito dos povos pré-colombianos em relação ao surgimento do fogo não coincide com o mito grego de Prometeu, o que comprova a invalidade do mito na sua função explicativa dos fenômenos naturais.
II. De acordo com o antropólogo Lévi-Strauss, os mitos não são fabulações, eles correspondem a uma explicação racional e verdadeira do Universo e, por isso, não se pode considerar que os povos indígenas são atrasados.
III. O mito narrado no texto 1 cumpre a função explicativa do domínio do fogo pelos humanos e também revela diferentes comportamentos dos povos em relação ao mesmo dilema.
IV. Tanto no texto 1 quanto no texto 2, o mito sobre o domínio do fogo baseia-se em uma artimanha humana para enganar os deuses.
É correto o que se afirma somente em
a) II, III e IV.
b) I e II.
c) II e IV.
d) II e III.
e) III e IV.
f) 
Alternativa correta: E.
Comentário
O mito oferece uma explicação não científica para os fenômenos e organiza o mundo a partir da experiência sensível. Nos dois textos, narra-se o domínio do fogo, conseguido por meio de artimanhas que enganaram os deuses.
Unidade II
Nível: Difícil
Questão 3. Observe a charge a seguir.
Disponível em: <https://www.facebook.com/photo.php?fbid=218228768604968&set=a.122730144821498.1073741829.100012535396791&type=3&theater>. Acesso em: 25 jul. 2018.
Com base na análise, considere as afirmativas.
I. A charge, ao ilustrar o mapa do Brasil rachado, propõe o separatismo das regiões do país como possível solução para os problemas que atingem a nação.
II. A charge apresenta o Brasil como um país separado pelas desigualdades sociais.
III. A charge tem por objetivo mostrar que o país está em um buraco e que a crise que vivemos afeta igualmente ricos e pobres.
É correto o que se afirma somente em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) II e III.
e) I e II.
f) 
Alternativa correta: B.
Comentário
A charge mostra o mapa do Brasil dividido em duas partes. Do lado direito, construções que indicam pessoas com bom poder aquisitivo. Do lado esquerdo, moradias precárias que indicam pessoas pobres. Dessa forma, vê-se o país dividido pela desigualdade social.
Unidade I
Nível: Médio
Questão 4. Leia o trecho extraído do livro As veias abertas da América Latina, de Eduardo Galeano.
É a América Latina, a região das veias abertas. Do descobrimento aos nossos dias, tudo sempre se transformou em capital europeu ou, mais tarde, norte-americano, e como tal se acumulou e se acumula nos distantes centros do poder. Tudo: a terra, seus frutos e suas profundezas ricas em minerais, os homens e sua capacidade de trabalho e de consumo, os recursos naturais e os recursos humanos. O modo de produção e a estrutura de classes de cada lugar foram sucessivamente determinados, do exterior, por sua incorporação à engrenagem universal do capitalismo. Para cada um, se atribuiu uma função, sempre em benefício do desenvolvimento da metrópole estrangeira do momento, e se tornou infinita a cadeia de sucessivas dependências, que têm muito mais do que dois elos e que, por certo, também compreende, dentroda América Latina, a opressão de países pequenos pelos seus vizinhos maiores, e fronteiras adentro de cada país, a exploração de suas fontes internas de víveres e mão de obra pelas grandes cidades e portos.
Com base na leitura, analise as afirmativas.
I. De acordo com o autor, historicamente, a América Latina serviu aos interesses dos países centrais do capitalismo internacional.
II. Segundo o texto, os países da América Latina são explorados pela Europa e pelos Estados Unidos, mas são parceiros e solidários entre si. 
III. A organização social, econômica e política dos países latino-americanos, segundo Galeano, foi determinada de modo a atender à engrenagem do sistema capitalista internacional.
IV. A metáfora das veias abertas refere-se à cordialidade e à pouca produtividade dos povos latinos, responsáveis pelo baixo desenvolvimento econômico desses países.
É correto o que se afirma somente em:
a) I, II e III.
b) I e II.
c) II, III e IV.
d) I e III.
e) I e IV.
f) 
Alternativa correta: D.
Comentário
O historiador Eduardo Galeano, no trecho do enunciado, afirma que a América Latina sempre foi explorada pelos países centrais do capitalismo. Suas riquezas foram expropriadas por esses países. Além disso, segundo Galeano, dentro da própria América Latina, há opressão dos países mais fortes economicamente sobre os mais fracos.
Unidade II
Nível: Médio
Questão 5. Observe a ilustração a seguir.
Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/333336809906423953/>. Acesso em: 20 set. 2018.
Com base na análise, considere as afirmativas:
I. O objetivo da ilustração é defender a pena de morte como punição a quem comete crimes hediondos.
II. A ilustração ratifica a ideia do ditado popular “em terra de cego, quem tem um olho é rei”.
III. A ilustração opõe a singularidade à massificação, mostrando que aquele que não se insere no padrão social pode ser punido.
É correto o que se afirma somente em:
a) I e III.
b) II.
c) I e II.
d) II e III.
e) III.
f) 
Alternativa correta: E.
Comentário
Observa-se na imagem que o personagem que vai ser executado é diferente dos demais. A cabeça dele é à frente do seu tempo, pois é representada por uma lâmpada elétrica, ao passo que as dos outros são representadas por velas. Por isso ele será enforcado. Dessa forma, entende-se que aquele que pensa de forma mais avançada é punido pela sociedade.
Unidade I
Nível: Médio
Questão 6. Leia a charge e trechos de um ensaio, escrito pelo professor Eduardo Marks, publicado pela filósofa Márcia Tiburi. 
Disponível em: <http://angloguarulhos.com.br/temas-pos-verdade-e-manipulacao-das-redes-sociais/>. Acesso em: 5 fev. 2018.
Obs.: No primeiro quadrinho, vê-se uma caricatura do filósofo René Descartes (1596-1650) e a frase conhecida como a máxima do seu pensamento.
No campo das pós-verdades; ou quando o verde também é azul
Eduardo Marks de Marques
Até meados de novembro de 2016, se alguém me falasse em “pós-verdade”, talvez a minha referência mental imediata fosse ao trabalho realizado pelo Ministério da Verdade na Inglaterra, (já nem tão) distópica criada por George Orwell em seu romance 1984. O referido ministério era responsável por promover ações de propaganda para a manutenção do partido no poder e, talvez mais sintomaticamente para os tempos em que vivemos, rever e reescrever a história para que ela sempre esteja alinhada aos interesses presentes do poder. Para mim, “pós-verdade” era isso: transformar o passado a partir dos alinhamentos ideológicos do presente. No entanto, com a nomeação do termo como a palavra do ano pelos lexicógrafos do Oxford Dictionaries, me vi obrigado a rever uma série de posições.
Conforme a definição, “pós-verdade” relaciona-se ou denota circunstâncias nas quais os fatos objetivos são menos importantes em moldar a opinião pública do que apelos emocionais e crenças individuais. Ao ler tal definição, fiquei duplamente surpreso; primeiramente, porque ela consegue, in a nutshell, resumir bem os últimos anos, ao menos no Ocidente. Quem frequenta as redes sociais como eu não consegue mais ignorar não só a polarização maniqueísta pela qual a sociedade está passando, mas também (e, quiçá, como sua causa e consequência ao mesmo tempo) essa tentativa voraz de transformar vivências e opiniões pessoais em experiência universal e senso comum. A pós-verdade surge para dar nome a essa prática humana assustadora não para entendê-la e eventualmente domesticá-la, mas, sim, para validá-la. A pós-verdade é meta-pós-verdade em sua essência.
Estamos perdendo a habilidade de refletir criticamente sobre a realidade que nos circunda, e essa tentativa constante de transformar ontologia em epistemologia de forma direta é sua consequência mais maligna, especialmente porque ela vem acompanhada de um complexo de deus (…).
Na língua japonesa, o kanji 青 pode referir-se ao mesmo tempo às cores azul e verde. O contexto faz com que saibamos a qual delas o ideograma aponta em determinado momento. A aceitação da polissemia faz com que haja harmonia em seu uso. Será que conseguiremos chegar a um estágio em que superemos as pós-verdades e consigamos voltar a conviver com dúvidas?
Disponível em: <https://revistacult.uol.com.br/home/no-campo-das-pos-verdades-ou-quando-o-verde-tambem-e-azul/>. Acesso em: 8 fev. 2018 (com adaptações).
I. A charge valoriza a evolução do pensamento humano e a superação das ideias cartesianas, promovida pelo acesso à informação que temos atualmente.
II. A charge e o texto indicam que a pós-verdade é marcada pela supressão da razão, da reflexão, que é substituída pela mera crença.
III. De acordo com o texto, na era da pós-verdade, opiniões e crenças pessoais tendem a ser divulgadas como verdades universais e alimentam o senso comum, que é desprovido de reflexão crítica.
IV. O autor espera que a pós-verdade seja superada e, assim, as pessoas reaprendam, por meio da razão, a separar o azul do verde, eliminando dúvidas e divergências. 
Está correto o que se afirma somente em:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) III e IV.
e) II e IV.
f) 
Alternativa correta: C.
Comentário
Os dois textos apresentam crítica à pós-verdade, caracterizada pela mera crença em fatos e ideias, sem sustentação no real ou na razão. A charge brinca com Descartes, considerado um dos fundadores da Filosofia Moderna, que acreditava no poder da razão na busca da verdade. O texto, por sua vez, aponta as consequências negativas da ascensão da pós-verdade e, em nenhum momento, defende a superação de divergências.
Unidade II
Nível: Médio
Questão 7. Leia o texto a seguir.
A pipoca
Rubem Alves
A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras do que com as panelas.
Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de carne com tomate, feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.
As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu.
A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas ideias começaram a estourar como pipoca.
Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível.
A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela. Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem.
Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho,que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida…). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas.
Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblé…
A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido. Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas.
Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a ideia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.
Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado.
Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente das crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!
Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar.
Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem.
Por exemplo: em Minas “piruá” é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: “Fiquei piruá!”.
Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior. Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
Ignoram o dito de Jesus: “Quem preservar a sua vida perdê-la-á”. A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira…
Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu.
Disponível em: <http://www.releituras.com/rubemalves_pipoca.asp>. Acesso em: 3 out. 2013.
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir.
I. A pipoca é usada como metáfora para a transformação de pessoas fisicamente feias em bonitas.
II. O autor emprega a palavra “piruá” para pessoas duras que resistem às transformações.
III. O autor considera que só as pessoas não religiosas tornam-se piruás, pois são incapazes de se transformarem.
Está correto o que se afirma somente em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
f) 
Alternativa correta: B.
Comentário
O autor compara as pessoas que não se transformam aos piruás, ou seja, os milhos que não estouram com o fogo. São indivíduos sem alegria, que não sabem aproveitar o que a vida oferece.
Unidade II
Nível: Fácil
Questão 8. Considere a charge a seguir, que parodia o famoso quadro O Grito, de Edward Munch.
Disponível em: <http://www.esmaelmorais.com.br/2012/09/23/>. Acesso em: 3 fev. 2013.
I. A charge aponta que o motivo do desespero do personagem é o apelo excessivo dos candidatos políticos pelo voto.
II. A charge apresenta intertextualidade com o quadro e assume uma postura de crítica ao sistema democrático, que impõe ao cidadão a obrigação do voto.
III. A charge é uma defesa do pluripartidarismo, que permite a candidatura de políticos com ideologias diferentes. 
Está correto somente o que se afirma em:
a) I e III.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I.
f)
Alternativa correta: E.
Comentário
Por meio da intertextualidade com o quadro de Munch, a charge indica que o desespero do personagem que grita são os apelos das propagandas dos políticos. Em nenhum momento a charge critica o sistema democrático ou defende o pluripartidarismo. Não é esse o foco do texto.
Unidade I
Nível: Médio
Questão 9. Considere a charge e as afirmativas a seguir.
Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-_rK1dxxjr5A/UEdLJxXuSHI/AAAAAAAAB2U/83zDyMGCxsY/s1600/As+pessoas+de+hoje+em+dia+PROC.png>. Acesso em: 6 mar. 2013.
I. A charge tem por objetivo enaltecer o valor da imagem como registro dos fatos cotidianos.
PORQUE
II. A charge evidencia que a curiosidade das pessoas supera a solidariedade em momentos de tragédia.
Está correto o que se afirma em:
a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II justifica a I.
b) As asserções I e II são verdadeiras, e a II não justifica a I.
c) A asserção I é verdadeira, e a II é falsa.
d) A asserção I é falsa, e a II é verdadeira.
e) As asserções I e II são falsas.
f) 
Alternativa correta: D.
Comentário
A charge é uma crítica ao comportamento das pessoas que valorizam mais o registro das tragédias (para posterior postagem nas redes sociais) do que o auxílio àquelas que necessitam de ajuda.
Unidade II
Nível: Médio
Questão 10. Considere a charge e o trecho da notícia e analise as afirmativas a seguir.
Disponível em: <https://www.facebook.com/LinguagemGeografica/photos/a.462181793864622.1073741828.462133257202809/1412524115497047/?type=3&theater>. Acesso em: 3 jul. 2017.
Brasil é o 10º país mais desigual do mundo
País apresenta mais disparidades que vizinhos como Chile e México
Marcelo Corrêa
21/3/2017
O Brasil é o décimo país mais desigual do mundo, segundo dados divulgados nesta terça-feira no Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), elaborado pelas Nações Unidas. O levantamento usa como referência o chamado Índice de Gini, uma forma de calcular a disparidade de renda. O indicador varia de 0 a 1 – quanto menor, melhor. No Brasil, ficou em 0,515 em 2015, mesmo número registrado pela Suazilândia, e maior que vizinhos da América Latina, como Chile (0,505) e México (0,482).
O ranking é liderado pela África do Sul, a nação mais desigual, com Gini de 0,634. Namíbia, com 0,610, e Haiti, com 0,608, completam o top 3. Todos esses três países têm Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) considerados baixos ou médios. O Brasil, que ficou estagnado em 2015, tem IDH de 0,754, considerado alto.
Já na parte de baixo da tabela, a Ucrânia se destaca como país menos desigual, com Gini de 0,241. Slovênia (0,256) e Noruega (0,259) completam a lista das economias com menores disparidades de renda.
A desigualdade social é apontada como um dos principais problemas do Brasil. Há vários anos, o ranking de desenvolvimento humano mostra como o país seria prejudicado por esse desequilíbrio, caso as disparidades fossem consideradas para calcular o IDH. No relatório mais recente, o Brasil perderia 19 posições no ranking, com os ajustes pela desigualdade.
Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/brasil-o-10-pais-mais-desigual-do-mundo-21094828#ixzz4oN96HYQB>. Acesso em: 17 jul. 2017. 
I. A charge tem como objetivo mostrar que o cidadão necessita de segurança (representada pelo muro alto e com arame), pois a criminalidade provocada pela desigualdade social é alta.
II. O índice de Gini do Brasil revela que a desigualdade social é grande, mas a situação do país é melhor do que a de vizinhos latinos, como Chile e México.
III. O Brasil apresenta alto Índicede Desenvolvimento Humano, apesar da grande concentração de renda.
Está correto o que se afirma apenas em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e III.
e) II e III.
f) 
Alternativa correta: C.
Comentário
A charge é uma crítica à desigualdade social observada no Brasil e, pelo índice de Gini, o Brasil é o décimo país mais desigual do mundo.
Unidade II
Nível: Médio
Questão 11. Leia o texto a seguir, fragmento da entrevista do filósofo Zygmunt Bauman ao periódico El País, e analise as afirmativas que seguem.
As redes sociais são uma armadilha
A diferença entre a comunidade e a rede é que você pertence à comunidade, mas a rede pertence a você. É possível adicionar e deletar amigos, e controlar as pessoas com quem você se relaciona. Isso faz com que os indivíduos se sintam um pouco melhor, porque a solidão é a grande ameaça nesses tempos individualistas. Mas, nas redes, é tão fácil adicionar e deletar amigos que as habilidades sociais não são necessárias. Elas são desenvolvidas na rua, ou no trabalho, ao encontrar gente com quem se precisa ter uma interação razoável. Aí você tem que enfrentar as dificuldades, se envolver em um diálogo […]. As redes sociais não ensinam a dialogar porque é muito fácil evitar a controvérsia… Muita gente as usa não para unir, não para ampliar seus horizontes, mas ao contrário, para se fechar no que eu chamo de zonas de conforto, onde o único som que escutam é o eco de suas próprias vozes, onde o único que veem são os reflexos de suas próprias caras. As redes são muito úteis, oferecem serviços muito prazerosos, mas são uma armadilha.
Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/30/cultura/1451504427_675885.html>. Acesso em: 6 ago. 2017.
I. Segundo o texto, as redes sociais permitem que o indivíduo gerencie suas relações pessoais sem necessariamente lançar mão de aptidões sociais, como, por exemplo, o diálogo.
II. Para Bauman, as redes sociais são uma armadilha, porque nelas estão presentes pessoas mal intencionadas.
III. De acordo com o autor, as redes sociais constituem um espaço de muitas controvérsias e não há possibilidade de diálogo.
Está correto o que se afirma somente em:
a) I.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
e) II.
f) 
Alternativa correta: A.
Comentário
O autor afirma que as redes possibilitam relações sem a necessidade do diálogo pessoal. O foco do texto não é a questão de pessoas mal intencionadas na rede.
Unidade II
Nível: Médio
Questão 12. Leia a charge a seguir.
Disponível em: <http://www.bixodagoiaba.com.br/2013/04/padrao-de-beleza-ao-longo-dos-anos.html>. Acesso em: 10 ago.2017.
O objetivo da charge é:
a) Criticar o crescimento da obesidade na sociedade contemporânea.
b) Mostrar que há 400 anos as mulheres tinham uma vida mais saudável e isso se refletia no seu peso.
c) Evidenciar o desenvolvimento tecnológico da pintura para a fotografia.
d) Mostrar que, em épocas distintas, existem pessoas insatisfeitas porque não apresentam o padrão de beleza socialmente determinado.
e) Criticar a imobilidade e a falta de realização prática, provocadas pelo excesso de idealização.
f) 
Alternativa correta: D.
Comentário
O texto mostra uma moça de 1600 sonhando em ter mais peso, e uma moça de 2000 desejando ser mais magra. Ambas estão insatisfeitas com sua aparência e procuram se adaptar ao padrão de beleza retratado na arte e na mídia. 
Unidade I
Nível: Fácil
Questão 13. Leia o texto e analise as afirmativas.
A linguagem como atividade humana
O homem é um ser que fala. A palavra se encontra no limiar do universo humano, pois caracteriza fundamentalmente o homem e o distingue do animal. Se criássemos juntos um bebê humano e um macaquinho, não veríamos muitas diferenças nas reações de cada um nos primeiros contatos com o mundo e as pessoas. O desenvolvimento da percepção, da preensão dos objetos, do jogo com os adultos é feito de forma similar, até que em dado momento, por volta dos dezoito meses, o progresso do bebê humano torna impossível prosseguirmos na comparação com o macaco, devido à capacidade que o homem tem de ultrapassar os limites da vida animal ao entrar no mundo do símbolo. Poderíamos dizer, porém, que os animais também têm linguagem. Mas a natureza dessa comunicação não se compara à revolução que a linguagem humana provoca na relação do homem com o mundo. É interessante o estudo da "linguagem" das abelhas, que dançando “comunicam” às outras onde acharam pólen. Ninguém pode negar que o cachorro expressa a emoção por sons que nos permitem identificar medo, dor, prazer. Quando abana o rabo ou rosna arreganhando os dentes, o cão nos diz coisas; e quando pronunciamos a expressão “Vamos passear”, ele nos aguarda alegremente junto à porta. No exemplo das abelhas, estamos diante da linguagem programada biologicamente, idêntica na espécie. No segundo exemplo, o do cachorro, a manifestação não se separa da experiência vivida; ao contrário, se esgota nela mesma, e o animal não faz uso dos “gestos vocais” independentemente da situação na qual surgem. Quanto a entender o que o dono diz, isso se deve ao adestramento, e os resultados são sempre medíocres, porque mecânicos, rígidos, geralmente obtidos mediante aprendizagem por reflexo condicionado. A diferença entre a linguagem humana e a do animal está no fato de que este não conhece o símbolo, mas somente o índice. O índice está relacionado de forma fixa e única com a coisa a que se refere. Por exemplo, as frases com que adestramos o cachorro devem ser sempre as mesmas, pois são índices, isto é, indicam alguma coisa muito específica. Por outro lado, o símbolo é universal, convencional, versátil e flexível. Consideremos a palavra cruz. Além de ser uma convenção, é de certa forma arbitrária. Mas a palavra cruz não tem um sentido unívoco, na medida em que faz lembrar um instrumento usado para executar os condenados à morte; pode representar o cristianismo; referir-se à morte (ver seção de necrologia dos jornais); se usada de cabeça para baixo, adquire outro significado para certos roqueiros; pode significar apenas uma encruzilhada de caminhos; ou um enfeite, e assim por diante, com múltiplas, infindáveis e inimagináveis significações. 
Assim, a linguagem animal visa à adaptação à situação concreta, enquanto a linguagem humana intervém como uma forma abstrata que distancia o homem da experiência vivida, tornando-o capaz de reorganizá-la numa outra totalidade e lhe dar novo sentido. É pela palavra que somos capazes de nos situar no tempo, lembrando o que ocorreu no passado e antecipando o futuro pelo pensamento. Enquanto o animal vive sempre no presente, as dimensões humanas se ampliam para além de cada momento. É por isso que podemos dizer que, mesmo quando o animal consegue resolver problemas, sua inteligência é ainda concreta. Já o homem, pelo poder do símbolo, tem inteligência abstrata. Se a linguagem, por meio da representação simbólica e abstrata, permite o distanciamento do homem em relação ao mundo, também é o que possibilitará seu retorno ao mundo para transformá-lo. Portanto, se não tem oportunidade de desenvolver e enriquecer a linguagem, o homem torna-se incapaz de compreender e agir sobre o mundo que o cerca. 
Na literatura, é belo (e triste) o exemplo que Graciliano Ramos nos dá com Fabiano, protagonista de Vidas secas. A pobreza de vocabulário da personagem prejudica a tomada de consciência da exploração a que é submetida, e a intuição que tem da situação não é suficiente para ajudá-la a reagir de outro modo. Exemplo semelhante está no livro 1984, do inglês George Orwell, cuja história se passa num mundo do futuro dominado pelo poder totalitário, no qual uma das tentativas de esmagamento da oposição crítica consiste na simplificação do vocabulário realizada pela “novilíngua”. Toda gama de sinônimos é reduzida cada vez mais: pobreza no falar, pobreza no pensar, impotência no agir. Se a palavra, que distingue o homem de todos os seres vivos, se encontra enfraquecida na possibilidade de expressão, é o próprio homem que se desumaniza.
ARANHA, M. L.; MARTINS, M. H. Filosofando: Introdução à Filosofia.São Paulo: Moderna, 2. ed., 1993, p. 28.
I. A capacidade cognitiva do ser humano está relacionada ao seu domínio sobre a linguagem.
II. A linguagem afasta o ser humano da realidade concreta, da experiência vivida, e, com isso, dificulta a tomada de consciência do mundo que o cerca.
III. O empobrecimento vocabular enfraquece a possibilidade de expressão e a capacidade reflexiva.
IV. A literatura não ajuda no enriquecimento linguístico e no conhecimento de mundo, uma vez que trata de temas ficcionais.
Está correto o que se afirma somente em:
a) I e II.
b) II e III e IV.
c) I e III.
d) III e IV.
e) I, II e III.
f) 
Alternativa correta: C.
Comentário
O texto afirma que a capacidade cognitiva e expressiva está diretamente relacionada ao domínio de linguagem do indivíduo.
Unidade II
Nível: Médio
Questão 14. Sociedade e economia: globalização (desigualdade social).
Leia a charge e o trecho de Milton Santos.
Disponível em: <https://mcartuns.wordpress.com/2013/08/02/globalizacao-3/>. Acesso em: 15 ago. 2017.
De fato, para grande parte da humanidade, a globalização está se impondo como uma fábrica de perversidades. O desemprego crescente torna-se crônico. A pobreza aumenta e as classes médias perdem em qualidade de vida. O salário médio tende a baixar. A fome e o desabrigo se generalizam em todos os continentes. A mortalidade infantil permanece, a despeito dos progressos médicos e da informação. A educação de qualidade é cada vez mais inacessível. Alastram-se e aprofundam-se males espirituais e morais, como o egoísmo, o cinismo e a corrupção. A perversidade sistêmica que está na raiz dessa evolução negativa da humanidade tem relação com a adesão desenfreada aos comportamentos competitivos que atualmente caracterizam as ações hegemônicas. Todas essas mazelas são direta ou indiretamente imputáveis ao presente processo de globalização.
SANTOS, M. Por uma outra globalização, do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2001.
Com base na leitura, analise as afirmativas.
I. A charge e o texto apresentam visões antagônicas sobre o processo de globalização, pois a charge mostra a inclusão de todos, e o texto critica a perversidade da economia global.
II. Para Milton Santos, a perversidade caracterizada pelas desigualdades é intrínseca à globalização.
III. A charge destaca o aumento das ofertas de emprego promovido pela globalização, ao contrário do texto, que afirma que o desemprego é crescente e crônico.
IV. A charge e o texto contrapõem-se ao discurso comum de que a globalização promove igualdade e crescimento a todos os países e classes sociais.
É correto o que se afirma somente em:
a) II e IV.
b) I, II e IV.
c) II, III e IV.
d) I e III.
e) II e III.
f) 
Alternativa correta: A.
Comentário
A charge e o texto apresentam visões similares sobre a globalização. Tanto a charge quanto o texto contrariam a ideia segundo a qual o processo de globalização seria capaz de levar à igualdade social e promover o crescimento da totalidade das nações. A charge mostra uma situação de exclusão social na era da globalização e não indica que esse processo gere aumento na oferta de emprego. O texto afirma que “para grande parte da humanidade, a globalização está se impondo como uma fábrica de perversidades”.
Unidade II
Nível: Médio
Questão 15. Leia a charge. 
Disponível em: https://www.reddit.com/r/brasil/comments/mk5z37/brasil_2021/. Acesso em: 2 ago.2021.
O objetivo do texto é:
a) Criticar a linguagem científica, que é indecifrável para a população em geral.
b) Mostrar as vantagens do aprendizado por meio das novas tecnologias.
c) Criticar o discurso negacionista, que se opõe à ciência.
d) Enaltecer a agilidade da pesquisa nas redes sociais.
e) Valorizar a pluralidade de pontos de vista na ciência.
f) 
Alternativa correta: C.
Comentário. O texto contrapõe o discurso da opinião não fundamentada ao discurso científico, baseado em pesquisas e cálculos.
Unidade I
Nível: Fácil
Questão 16. O Pisa, exame internacional desenvolvido e aplicado pela Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE), avalia o letramento dos estudantes na faixa dos 15 anos nas áreas de matemática, ciências e leitura. Os resultados do Pisa são apresentados de acordo com a escala de desempenho da tabela a seguir, que mostra seis níveis de proficiência em função da pontuação obtida. 
Escala de desempenho dos participantes do Pisa.
	Nível
	Pontuação
	1
	De 358 a 420 pontos
	2
	De 420 a 482 pontos
	3
	De 482 a 545 pontos
	4
	De 545 a 607 pontos
	5
	De 607 a 669 pontos
	6
	Acima de 669 pontos
Alunos com menos de 358 pontos são classificados como “abaixo do nível 1”, pois não conseguem compreender nem os enunciados mais simples do exame.
A periodicidade do Pisa é trienal e ele já foi aplicado em 2000, 2003, 2006, 2009, 2012 e 2015. No gráfico a seguir, estão indicadas as pontuações em matemática de alguns países que participaram de todas as edições do Pisa, incluindo o Brasil.
Pontuações de alguns países em matemática em várias edições do Pisa.
Com base nos dados fornecidos, analise as afirmativas.
I. O Brasil já apresentou, no Pisa, resultados em matemática classificados como “abaixo do nível 1”, em escala de 1 a 6.
II. Embora os resultados em matemática do Brasil e do México, nas diversas edições do Pisa, nunca tenham superado o nível 1, em escala de 1 a 6, esses países sempre mantiveram crescimentos de pontuações.
III. A Polônia apresentou significativo crescimento de pontuações em matemática no Pisa de 2009 para 2012, mas, ainda assim, nunca superou o desempenho da China (Hong Kong).
Está correto o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I, apenas.
e) III, apenas.
f) 
Alternativa correta: C.
Comentário
Em 2000, a pontuação do Brasil em matemática, no Pisa, foi inferior a 358 pontos, o que classifica o país em “abaixo do nível 1”. De 2012 para 2015, tanto o Brasil quanto o México tiveram decrescimentos de pontuações em matemática no Pisa. A Polônia apresentou significativo crescimento de pontuações em matemática no Pisa de 2009 para 2012, passando de quase 500 pontos para cerca de 520 pontos. A China (Hong Kong) sempre obteve cerca de 550 pontos ou mais.
Unidade II
Nível: Médio
Questão 17. Considere a charge a seguir e assinale a alternativa que melhor a interpreta.
Disponível em: <https://www.facebook.com/DepositoDeCartuns/photos/a.141674892627444.26560.141672549294345>. Acesso em: 2 jul. 2017.
a) Hoje em dia, as pessoas não querem ler, gostam apenas de aparelhos eletrônicos.
b) Na vida, a pessoa precisa ter luz própria para achar seu caminho.
c) A leitura transforma o modo como vemos as coisas.
d) O livro impresso é um objeto arcaico, que oferece um modo de leitura pouco atraente.
e) As pessoas andam nas trevas até absorverem mensagens de caráter religioso, que iluminam seus caminhos.
f) 
Alternativa correta: C.
Comentário
A personagem lê, sofre o impacto da leitura e transforma seu modo de ver a realidade.
Unidade I
Nível: Fácil
Questão 18. Leia os quadrinhos a seguir.
Disponível em: <http://www.quadrinhosacidos.com.br/2015/07/89-e-mais-facil-descartar.html?m=1>. Acesso em: 17 dez. 2015.
Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.
I. O objetivo dos quadrinhos é criticar o discurso da descartabilidade da sociedade contemporânea, na qual os objetos e as relações pessoais tendem à efemeridade.
II. Os quadrinhos enaltecem a sociedade contemporânea, na qual problemas são resolvidos rapidamente com a substituição de produtos.
III. A crítica dos quadrinhos concentra-se no machismo, uma vez que os homens esperam que as mulheres resolvam seus problemas cotidianos.
a) Apenas as afirmativas I e II são corretas.
b) Apenas as afirmativas I e III são corretas.
c) Apenas a afirmativa I é correta.
d) Apenas a afirmativa II é correta.
e) Nenhuma afirmativa é correta.
f) 
Alternativa correta: C.
Comentário
O personagem masculino queixa-se de que as coisas quebraram, geralmente, por motivos simples e de fácil conserto, mas dizser mais simples comprar um produto novo. A charge visa a criticar esse pensamento tão comum em nossa sociedade. A personagem feminina desiste do relacionamento em vez de tentar melhorar a relação, mostrando que a descartabilidade se aplica tanto aos produtos quanto às relações pessoais. Os quadrinhos não focam a questão de gênero. O andamento da história ocorre independentemente do gênero dos personagens.
Unidade II
Nível: Médio
Questão 19. Analise o gráfico, com o levantamento da renda familiar no Brasil em 2013, e as afirmativas a seguir. Considere que o salário mínimo na época da pesquisa era de R$ 678,00.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/fernandocanzian/2014/01/1398643-o-role-do-brasil.shtml>. Acesso em: 22 mar. 2016.
I. Em 2013, a renda de 66% das famílias era de três salários mínimos.
II. O fato de a soma dos percentuais indicados na pirâmide resultar em 96% mostra que o levantamento da renda mensal familiar foi incompleto.
III. Pouco mais de um terço das famílias, em 2013, tinha renda mensal entre dois e cinco salários mínimos.
Está correto o que se afirma em:
a) I e III.
b) II e III.
c) III.
d) I.
e) II.
f) 
Alternativa correta: C.
Comentário
Em 2013, 2 salários mínimos seriam R$ 1.356,00, pois R$ 678,00 × 2 = R$ 1.356,00, e cinco salários mínimos seriam R$ 3.390,00, pois R$ 678,00 × 5 = R$ 3.390,00. Do gráfico, vemos que, em 2013, a renda de 36% (20% + 16%) das famílias estava entre dois e cinco salários mínimos (entre R$ 1.356,00 e R$ 3.390,00). A fração um terço corresponde ao percentual de, aproximadamente, 33%.
Unidade II
Nível: Difícil
Questão 20. Considere a ilustração e as afirmativas a seguir.
Disponível em: <http://www.materiaincognita.com.br/wp-content/uploads/2012/04/TV-faz-mal-ao-cerebro.jpg>. Acesso em: 20 jun. 2016.
I. O objetivo da ilustração é mostrar que os meios de comunicação tecem o conhecimento das crianças, contribuindo para um mundo mais bem informado.
II. A ilustração é uma crítica aos meios de comunicação ultrapassados, que não promoviam o acesso à informação como a internet faz atualmente.
III. A ilustração sugere que os meios de comunicação de massa provocam perda de autonomia do raciocínio.
Está correto o que se afirma somente em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e III.
e) II e III.
f) 
Alternativa correta: C.
Comentário
A ilustração faz uma crítica ao modo como os meios de comunicação desfazem os pensamentos próprios dos indivíduos. A crítica refere-se à falta de pensamento crítico que os meios de comunicação causam.
Unidade I
Nível: Médio
Questão 21. Com base no texto a seguir, analise as afirmativas.
O vírus letal da xenofobia
Eliane Brum
Uma epidemia, como Albert Camus sabia tão bem, revela toda a doença de uma sociedade. A doença que esteve sempre lá, respirando nas sombras (ou nem tão nas sombras assim), manifesta sua face horrenda. Foi assim no Brasil na semana passada. Era uma suspeita de ebola, fato suficiente, pela letalidade do vírus, para exigir o máximo de seriedade das autoridades de saúde, como aconteceu. Descobrimos, porém, a deformação causada por um vírus que nos consome há muito mais tempo, o da xenofobia. E, como o outro, o “estrangeiro”, a “ameaça”, era africano da Guiné, exacerbada por uma herança escravocrata jamais superada.
O racismo no Brasil não é passado, mas vida cotidiana conjugada no presente. A peste não está fora, mas dentro de nós.
Foi ela, a peste dentro de nós, que levou à violação dos direitos mais básicos do homem sobre o qual pesava uma suspeita de ebola. Contrariando a lei e a ética, seu nome foi exposto. Seu rosto foi exposto. O documento em que pedia refúgio foi exposto. Ele não foi tratado como um homem, mas como o rato que traz a peste para essa Oran chamada Brasil. Deste crime, parte da imprensa, se tiver vergonha, se envergonhará.
Ainda existe a espera de um segundo teste para o vírus do ebola. Não importa se der negativo ou positivo, devemos desculpas.
Não sei se há desamparo maior do que alcançar a fronteira de um país distante, nessa solidão abissal. E pedir refúgio, essa palavra-conceito tão nobre, ao mesmo tempo tão delicada. E então se sentir mal, e cada um há de saber como a fragilidade da carne nos escava. Corrói mesmo aqueles que têm o melhor plano de saúde num país desigual. Ele, desabitado da língua, era desterrado também do corpo. Para alcançar o que viveu o homem desconhecido, porque o que se revelou dele não é ele, mas nós, é preciso vê-lo como um homem, não como um rato que carrega um vírus. Para alcançá-lo, é preciso vestir o homem. Mas só um humano pode vestir um humano.
E logo ouviu-se o clamor. “Não é hora de fechar as fronteiras?”, cobrou-se das autoridades. Que os ratos fiquem do lado de fora, onde sempre estiveram. Que os ratos apodreçam e morram. Para os ratos não há solidariedade nem compaixão. Parece que nada se aprendeu com a Aids, com aquele momento de vergonha eterna em que os gays foram escolhidos como culpados, o preconceito mascarado como necessária medida sanitária.
E quem são os ratos, segundo parte dos brasileiros?
Há sempre muitos, demais, nas redes sociais, dispostos a despejar suas vísceras em praça pública. No Facebook, desde que a suspeita foi divulgada, comprovou-se que uma das palavras mais associadas ao ebola era “preto”. “Ebola é coisa de preto”, desmascarou-se um no Twitter. “Alguém me diz por que esses pretos da África têm que vir para o Brasil com essa desgraça de bactéria (sic) de ebola”, vomitou outro. “Graças ao ebola, agora eu taco fogo em qualquer preto que passa aqui na frente”, defecou um terceiro. Acreditam falar, nem percebem que guincham.
“Descrever uma epidemia é uma forma magistral de revelar as diversas formas de totalitarismo que maculam uma sociedade. Neste quesito, os brasileiros não economizaram. A divulgação, por meios de comunicação que atingem dezenas de milhões de pessoas, da foto de um homem negro, vindo da África, como suspeito de ebola, foi a apoteose do fantasma do estrangeiro como portador da doença”, afirmou a esta coluna Deisy Ventura, professora de direito internacional da Universidade de São Paulo, pesquisadora das relações entre direito e saúde, autora do livro Direito e Saúde Global – O caso da pandemia de gripe A (H1N1). “Veja que este fantasma é mobilizado em relação aos pobres, sobretudo negros, nunca em relação aos estrangeiros ricos e brancos. O escravagismo, terrível doença da sociedade brasileira, associa-se ao desejo conjuntural de dizer: este governo não deveria ter deixado essas pessoas entrarem. É uma espécie de lamento: tanto se esforçaram as elites para branquear este país, e agora querem preteá-lo?”.
A África desponta, de novo e sempre, como o grande outro. Todo um continente povoado por nuances e diversidades reduzido à homogeneidade da ignorância – a um fora.
Como disse um imigrante de Burkina Faso à repórter Fabiana Cambricoli, do jornal O Estado de S. Paulo: “Os brasileiros não sabem que Burkina Faso é longe dos países que têm ebola. Acham que é tudo a mesma coisa porque somos negros”.
Ele e dezenas de imigrantes de diversos países da África estão sendo hostilizados e expulsos de lugares públicos na cidade de Cascavel, no Paraná, onde o primeiro caso suspeito foi identificado. Tornaram-se “os caras com ebola”, apontados na rua “como os negros que trouxeram o vírus para o Brasil”.
O ebola não parece ser um problema quando está na África, contido entre fronteiras. Lá é destino. O ebola só é problema, como escreveu o pesquisador francês Bruno Canard, porque o vírus saiu do lugar em que o Ocidente gostaria que ele ficasse.
“A militarização da resposta ao ebola, que com a anuência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em setembro último, passou da Organização Mundial da Saúde a uma Missão da ONU, revela que a grande preocupação da comunidade internacional não é a erradicação da doença, mas a sua contenção geográfica”, reforça Deisy Ventura.
Para o homem que alcançou o Brasil em busca de refúgio e teve sua dignidade violada na exposição de seu nome, rosto e documentos, ainda existe a espera deum segundo teste para o vírus do ebola. Não importa se der negativo ou positivo, devemos desculpas. Devemos reparação, ainda que saibamos que a reparação total é uma impossibilidade, e que essa marca pública já o assinala. Não é uma oportunidade para ele, é para nós.
É preciso reconhecer o rato que respira em nós para termos alguma chance de nos tornarmos mais parecidos com um humano.
Disponível em: <http://brasil.elpais.com/brasil/2014/10/13/opinion/1413206886_964834.html>. Acesso em: 13 out. 2014.
I. Metaforicamente, a xenofobia é uma peste que se espalha na sociedade, alimentada por postagens em redes sociais.
II. A xenofobia manifesta-se, no Brasil, contra o estrangeiro em geral, pois somos um povo ainda culturalmente atrasado.
III. O ódio e o preconceito são geralmente dirigidos a grupos socialmente excluídos ou desprivilegiados. 
De acordo com o texto, é correto o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) III, apenas.
f) 
Alternativa correta: D.
Comentário
A autora compara a xenofobia com uma peste, provocada por um vírus, e considera que o preconceito e o ódio têm sido disseminados nas redes sociais. O texto destaca que o ódio e o preconceito se dirigem especialmente aos negros e aos pobres.
Unidade II
Nível: Médio
Questão 22. Leia o texto de Antonio Candido e analise as afirmativas a seguir.
Em comparação a eras passadas, chegamos a um máximo de racionalidade técnica e de domínio sobre a natureza. Isso permite imaginar a possibilidade de resolver grande número de problemas materiais do homem, quem sabe inclusive o da alimentação. No entanto, a irracionalidade do comportamento é também máxima, servida frequentemente pelos mesmos meios que deveriam realizar os desígnios da racionalidade. Assim, com a energia atômica podemos ao mesmo tempo gerar força criadora e destruir a vida pela guerra; com o incrível progresso industrial aumentamos o conforto até alcançar níveis nunca sonhados, mas excluímos dele as grandes massas que condenamos à miséria.
CANDIDO, Antonio. Direito à Literatura, in: Vários Escritos.
I. O autor considera irracionais as tecnologias modernas.
II. O autor destaca as contradições materiais do nosso tempo, afirmando que a racionalidade técnica não implica o fim das desigualdades sociais.
III. O autor afirma que a racionalidade técnica, com o domínio sobre a natureza, é suficiente para resolver os problemas da humanidade.
IV. O autor enaltece a evolução tecnológica, uma vez que ela melhora as condições de vida da população, possibilitando confortos nunca antes imaginados.
É correto o que se afirma somente em:
a) I e II.
b) II.
c) III e IV.
d) II e IV.
e) II e III.
f) 
Alternativa correta: B.
Comentário
O autor afirma que o progresso industrial aumenta o conforto de uns, mas exclui grandes massas, condenadas à miséria. O autor não enaltece o progresso industrial, pois ele não vem acompanhado da racionalidade do comportamento humano. Além disso, destaca que não são todos que usufruem dos confortos promovidos pela evolução tecnológica. 
Unidade II
Nível: Difícil
Questão 23. Leia o texto a seguir.
A complicada arte de ver
Rubem Alves
Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões… Agora, tudo o que vejo me causa espanto.”
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico.
Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”, de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta… Os poetas ensinam a ver”.
Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.
William Blake sabia disso e afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.
Adélia Prado disse: “Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra”.
Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem. “Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios”, escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori”, a abertura do “terceiro olho”. Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram”.
Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, “seus olhos se abriram”. Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em “Operário em Construção”: “De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa – garrafa, prato, facão – era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção”.
A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas – e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam… Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que veem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.
Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: “A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as tem na mão e olha devagar para elas”.
Por isso – porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver – eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar “olhos vagabundos”…
Disponível em: <http://www.releituras.com/i_airon_rubemalves.asp>.Acesso em: 28 jul. 2015.
Com base na leitura, analise as afirmativas.
I. O tipo de professor sugerido pelo autor teria a função de reduzir o problema exposto por Alberto Caeiro quando afirma que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores”.
II. De acordo com o texto, a poesia causa perturbações e faz com que as pessoas não vejam a realidade tal qual ela é, como no caso de Drummond, que não viu a pedra.
III. De acordo com o texto, as crianças gostam de brincar com o que veem e o papel do educador é fazer com que elas não percam o foco e aprendam a usar os olhos como ferramentas de conhecimento.
IV. O autor propõe um novo modelo de educação, em que o professor consiga corrigir os desvios individuais da visão e revelar aos alunos a noção correta da realidade.
É correto o que se afirma somente em:
a) I.
b) I e III.
c) III e IV.
d) II e IV.
e) I e II.
f) 
Alternativa correta: A.
Comentário
O autor propõe um tipo de professor que ensine os alunos a olharem de fato as coisas do mundo. De acordo com o texto, o papel do educador é ensinar as crianças a olharem o mundo de outra forma.
Unidade II
Nível: Médio
Questão 24. Considere o gráfico e analise as afirmativas a seguir.
ONU, International Migration Report, 2015. Disponível em: <http://www.un.org/en/development/desa/population/migration/publications/migrationreport/docs/ MigrationReport2015_Highlights.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2016 (com adaptações).
I. A Ásia é o lugar de destino que, em 2015, apresentou a maior diferença entre o número de homens e o de mulheres imigrantes.
II. O número de mulheres com destino à Europa cresceu mais no período de 2000 a 2010 do que no período de 2010 a 2015.
III. O número de imigrantes que chegaram à Europa em 2015 foi de 35 milhões.
É correto o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, apenas.
f) 
Alternativa correta: B.
Comentário
Do gráfico, vemos que em 2015 os números de imigrantes homens foram os indicados a seguir:
· Para a África: cerca de 10 milhões.
· Para a Europa: cerca de 35 milhões.
· Para o Canadá e para os Estados Unidos: cerca de 25 milhões.
· Para a Ásia: cerca de 45 milhões.
Do gráfico, vemos que em 2015 os números de imigrantes mulheres foram os indicados a seguir:
· Para a África: cerca de 10 milhões.
· Para a Europa: cerca de 40 milhões.
· Para o Canadá e para os Estados Unidos: cerca de 25 milhões.
· Para a Ásia: cerca de 30 milhões.
Temos, então, que as diferenças entre os números de imigrantes homens e de mulheres foram de cerca de 5 milhões para a Europa e cerca de 15 milhões para a Ásia. Nas demais regiões, os números de imigrantes homens e mulheres foram similares.
Para analisarmos crescimento, devemos comparar as inclinações dos gráficos: quanto maior a “inclinação para a direita”, maior a taxa de crescimento. Vemos, no gráfico de imigrantes mulheres com destino à Europa, que a inclinação é maior no período de 2000 a 2010 do que no período entre 2010 e 2015, o que evidencia menor taxa de migração no segundo período.
Unidade II
Nível: Difícil
Questão 25. Leia o texto a seguir.
A descartabilidade das mercadorias e pessoas: consumo, obsolescência e relacionamentos humanos
Rita Alves
Recentemente, circulou pelas redes sociais digitais uma pequena história na qual um casal de idosos, juntos há décadas, é interrogado sobre o segredo de se manter um relacionamento tão longo; respondem que na época em que se casaram não se costumava jogar fora um aparelho quebrado, mas se buscava consertá-lo e, assim, seguia-se a vida por muitos anos com os mesmos equipamentos. O casal estava dizendo, em outras palavras, que a longevidade de seu relacionamento se baseava na capacidade de “consertar” as fissuras da relação em vez de descartá-la quando os problemas aparecem.
Os relacionamentos, assim como as mercadorias, passam por um período de intensa descartabilidade. O cientista social polonês Zygmunt Bauman já apontou a íntima relação entre as práticas de consumo contemporâneas e a fragilidade dos laços humanos na atualidade.
O consumo é pautado pela obsolescência planejada e pelo desejo intenso por novidades, mudanças e, principalmente, novos desejos. Para ele, a satisfação dos desejos é angustiante na medida em que nos obriga a eleger um novo objeto de desejo; aponta que atualmente “o desejo não deseja a satisfação; o desejo deseja o desejo”. Daí a sensação constante de angústia e a incessante busca por novos desejos e realizações. O mesmo acontece com os relacionamentos atuais. As relações amorosas, as amizades, os contratos de trabalho e até mesmo os laços familiares são afetados por essa lógica da descartabilidade e da efemeridade do consumo, ou melhor, do consumismo.
Segundo o antropólogo David Harvey, trata-se da lógica do capitalismo implementada após a Segunda Guerra Mundial, que trouxe a alteração das nossas noções de tempo e espaço a partir da aceleração do tempo de giro das mercadorias. Os bens materiais passaram a ser produzidos, distribuídos, consumidos e descartados com maior velocidade. Com essa compressão do tempo, passamos a valorizar a velocidade e a aceleração, que se transformaram em valores inquestionáveis, como se o veloz fosse, necessariamente, o bom e o desejável.
A partir daí, nosso cotidiano passou a ser pautado pela efemeridade, pela volatilidade, pela instantaneidade, pela simultaneidade e, no limite, pela descartabilidade. Para Bauman, neste mundo líquido, flexível e mutável em que vivemos, a única coisa sólida e perene que nos sobra é o lixo, que se amplia, acumula e permanece como um dos maiores problemas do planeta.
O desejo de mudança já está interiorizado e presente nas nossas ações. Desejamos mudar os cabelos, a cor das paredes das nossas casas, nossos corpos, automóveis. “Mude a sua sala de estar mudando apenas a mesinha de centro”, dizia o anúncio de uma revista de decoração.
“Mude, seja outra pessoa”, sugere a cultura contemporânea. Os reality shows de intervenção trocam todo o guarda-roupa dos participantes e jogam no lixo toda sua história, todas as suas lembranças e memórias impregnadas nas roupas; trocam todos os móveis da casa por outros novos e alinhados com as tendências contemporâneas, mas que, sabe-se, não durarão mais que cinco ou seis anos em boas condições, posto que são feitos apenas para atender à moda do momento. Essas práticas de consumo envolvem não só a qualidade das mercadorias adquiridas, mas também a quantidade, nunca tivemos tantos objetos.
É esse o cenário que envolve também os relacionamentos humanos, dos matrimônios às amizades, da sexualidade aos circuitos familiares. As relações amorosas, por exemplo, entram na mesma lógica quantitativa e efêmera que desenvolvemos com os objetos, especialmente entre os jovens, que não escondem a valorização dos “ficantes” nas suas baladas noturnas; numa mesma noite “fica-se” com vários parceiros efêmeros e passageiros, às vezes nem mesmo perguntam-se os nomes e já partem para outra conquista rápida; ao final da noite, uma contabilidade geral indica o status de cada um. Mesmo quando a relação é duradoura, o tempo entre o namoro, o casamento e a separação pode ser de alguns anos, às vezes meses. A angústia do compromisso duradouro está na base dessa volatilidade amorosa; “será que estou perdendo algo melhor?”; o medo da descartabilidade aflige as duas partes: ou seremos descartados ou descartaremos nosso par. Entre as amizades juvenis, acontece quase o mesmo; troca-se de turma, incorporam-se novos amigos; as redes sociais digitais registram a intensidade do relacionamento, “adorei te conhecer!”, e, depois de alguns dias de exposição das afinidades e afetos, deixa-se que a nova amizade esfrie até que seja substituída por outra mais nova ainda. No âmbito de trabalho, antigamente dedicava-se à mesma empresa por 30 ou 40 anos; hoje em dia, dizem os especialistas em gestão de carreiras que não se deve permanecer num mesmo emprego por mais de cinco anos, que isso pode parecer acomodação e falta de ousadia profissional. Busca-se descartaro emprego antes de ser descartado pelo patrão.
De certa forma, as redes sociais digitais vieram contribuir para essa situação, provocando o aumento dos relacionamentos superficiais e passageiros, as conversas fragmentadas e teatralizadas, o excesso de “amigos” e convites para eventos aos quais não conseguimos dar muita atenção.
As vozes pessimistas consideram que as tecnologias digitais estão contribuindo para o isolamento, a separação e a superficialidade das relações humanas. Isso pode ser verdadeiro em muitas situações, mas existem outros lados dessa questão. As redes on-line também resgatam antigas amizades e recuperam, mesmo que pontualmente, relações deixadas no passado; recuperam-se fotografias antigas, marcam-se encontros de turmas do colégio, apresentam-se os filhos e maridos ou esposas. Com a recente entrada dos idosos nas redes sociais, temos presenciado interessantes alterações nas dinâmicas familiares, com a criação de novos canais de comunicação entre avós e netos, por exemplo, ou ainda entre parentes há muito separados pela distância ou dificuldades de locomoção; as separações geográficas e geracionais no âmbito familiar estão sendo reconfiguradas de forma interessante e contribuindo positivamente para o resgate da socialização dos idosos.
Apesar do quadro desalentador que envolve o consumo exacerbado e os relacionamentos humanos, temos observado práticas alternativas que vão na contramão dessa situação. Espalha-se pelo mundo o movimento slow, que questiona a velocidade e a descartabilidade das mercadorias e relações, propondo um retorno às práticas desaceleradas de tempos atrás. A vertente mais conhecida desse movimento é o slow food, que propõe que voltemos a preparar a comida lentamente, que conversemos com o açougueiro, o padeiro e o verdureiro; que convivamos com nossos amigos na beira do fogão enquanto preparamos a comida lentamente. Na contramão do fast food, o slow food busca resgatar os rituais de alimentação que sempre estruturaram as relações familiares e de amizades. Vemos ainda a emergência de grupos que questionam o consumo excessivo e inconsequente, propondo o consumo consciente no qual se buscam informações sobre as práticas sociais das empresas produtoras, questionam-se as embalagens, aponta-se a possibilidade de reutilizar e reciclar embalagens e objetos.
Existe ainda o recente consumo colaborativo, no qual os sujeitos partilham equipamentos como máquinas de cortar grama, furadeiras elétricas e até automóveis, considerando que individualmente estão subutilizados e que com os usos partilhados e coletivos pode-se otimizar os recursos. Do ponto de vista das relações humanas, temos observado nas grandes cidades o surgimento de grupos que propõem o resgate das relações de vizinhança, a ocupação e revitalização das praças públicas, a produção de hortas urbanas comunitárias, piqueniques coletivos e o resgate da convivência comunitária nos bairros. Na base desses movimentos está uma consciência ecológica renovada, que vai além dos discursos de preservação da natureza e que se volta à transformação dos cotidianos e das relações interpessoais. Para além da descartabilidade das mercadorias e pessoas, continuamos com a certeza de que a base da humanidade não está no avanço da tecnologia ou no acúmulo de riquezas, mas na força dos relacionamentos humanos; foram eles que ergueram o edifício da sociedade e da cultura e, seguramente, não serão descartados com tanta facilidade.
Disponível em: <http://www.sescsp.org.br/online/artigo/6687_OBSOLESCENCIA+PROGRAMADA#/tagcloud=lista>. Acesso em: 15 dez. 2015.
Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.
I. O foco do texto é valorizar o mundo atual, em que os produtos são efêmeros e o consumo é possível, pois há liberdade de mercado.
II. Segundo o texto, apesar do consumismo desenfreado da sociedade atual, surgiram movimentos contrários a essa tendência, que propõem a desaceleração das atividades cotidianas e questionam a descartabilidade de objetos e relacionamentos.
III. Para o sociólogo Bauman, vivemos na época das relações líquidas e qualquer mudança é negativa.
IV. A autora posiciona-se contra o fim dos matrimônios, que deveriam ser indissolúveis como antigamente.
a) Apenas as afirmativas I e II são corretas.
b) Apenas a afirmativa II é correta.
c) Apenas as afirmativas II e III são corretas.
d) Apenas as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Nenhuma afirmativa é correta.
f) 
Alternativa correta: B.
Comentário
O texto critica o mundo atual, em que os produtos são efêmeros e o consumo é possível. Segundo o texto, “apesar do quadro desalentador que envolve o consumo exacerbado e os relacionamentos humanos, temos observado práticas alternativas que vão na contramão dessa situação. Espalha-se pelo mundo o movimento slow, que questiona a velocidade e a descartabilidade das mercadorias e relações, propondo um retorno às práticas desaceleradas de tempos atrás”.
O sociólogo Bauman afirma que vivemos em um mundo líquido, mas não considera qualquer mudança negativa.
Unidade II
Nível: Médio
Questão 26. A primeira ilustração foi construída com base no mito de Narciso, cuja imagem mais conhecida é a representada no quadro de Caravaggio (a segunda ilustração). De acordo com a mitologia grega, Narciso era um jovem extremamente belo e, embora muito assediado, preferia ficar só. Um dia, ele debruçou-se à beira de um lago e viu sua imagem na água. Sem saber que era ele a figura refletida, apaixonou-se pela sua beleza. Em uma versão, Narciso, ao tentar alcançar a “pessoa” no lago, acabou morrendo afogado. Em outra, Narciso ficou tão enfeitiçado pela imagem que não saiu mais de lá e definhou, morrendo de fome e de sede.
O termo narcisista é, então, usado para se referir às pessoas que idolatram a própria imagem.
	
Disponível em: <https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1627324970849655&set=a.1489160314666122.1073741828.100007165034998&type=3&theater>. Acesso em: 15 nov. 2015.
	
Disponível em: <http://www.amigodaalma.com.br/2009/12/29/espelho-portal-para-o-si-mesmo/caravaggio-1573-1610-narciso-na-fonte/>. Acesso em: 15 nov. 2015.
Com base nas informações e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas.
I. A ilustração, ao colocar uma tela do celular com uma rede social no lugar do lago, altera o conceito de narcisismo, uma vez que a imagem do dispositivo é compartilhada socialmente.
II. A ilustração tem como objetivo alertar sobre o perigo de morte que a moda das selfies vem provocando no mundo.
III. A ilustração critica o modo narcisista como algumas pessoas utilizam as redes sociais.
IV. A ilustração tem por objetivo mostrar os aspectos positivos das redes sociais, que melhoram a autoestima.
Está correto o que se afirma apenas em:
a) I e IV.
b) II e III.
c) I e III.
d) III.
e) III e IV.
f) 
Alternativa correta: D.
Comentário
A ilustração, ao mostrar uma pessoa cultuando sua própria imagem refletida na tela de um celular, critica o narcisismo decorrente do uso das redes sociais.
Unidade I
Nível: Médio
Questão 27. Analise a ilustração e as afirmativas a seguir.
Disponível em: <https://www.facebook.com/137459689780175/photos/a.409068539285954.1073741892.137459689780175/409068882619253/?type=3&theater>. Acesso em: 15 out. 2015.
I. A ilustração aponta o aspecto positivo das redes sociais na construção da autoestima.
II. Segundo a ilustração, as curtidas recebidas na página da rede social representam a aprovação do outro, o que alimenta o ego do indivíduo e o torna mais sensível à coletividade.
III. O foco da crítica da ilustração é o uso das redes sociais como forma de exposição da intimidade das pessoas.
Assinale a alternativa correta.
a) Nenhuma afirmativa é correta.
b) Apenas a afirmativa I é correta.
c) Apenas a afirmativa II é correta.
d) Apenas a afirmativa III é correta.
e) Apenas as afirmativas II e III são corretas.
f) 
Alternativa correta: A.
Comentário
A ilustração aponta o aspecto negativo das redes sociais: a construção da autoestima por meio de curtidas (“likes”) jogadas em um comedouro rotuladode “ego”. Isso não torna o indivíduo mais sensível e empático.
Unidade I
Nível: Fácil
Questão 28. Leia a charge a seguir, de autoria de Laerte.
Disponível em: <http://40.media.tumblr.com/e654441e9cf174a5bd39b1521a95f98b/tumblr_nvg2ejfcHR1qmggloo1_500.jpg>. Acesso em: 15 dez. 2015.
Obs.: Nas faixas, da esquerda para a direita, leem-se as seguintes frases: “100 salários mínimos”, “50 salários mínimos”, “10 salários mínimos” e “5 salários mínimos”.
Com base na leitura, analise as afirmativas.
I. O objetivo da charge é criticar as faixas exclusivas de ônibus, que provocam mais congestionamentos nas cidades.
II. A quantidade e o tipo de veículos em cada faixa ilustram a distribuição de renda da população brasileira.
III. O objetivo da charge é mostrar a ascensão da classe média, que pôde conquistar o sonho de adquirir um automóvel nos últimos anos.
IV. De acordo com a charge, a maioria das pessoas tem renda na faixa de 10 salários mínimos.
Está correto o que se afirma apenas em:
a) I e II.
b) II e IV.
c) III.
d) IV.
e) II.
f) 
Alternativa correta: E.
Comentário
A charge associa carros mais caros e menores quantidades de automóveis a valores mais elevados de salários e associa ônibus lotados ao valor mais baixo de salário, fazendo alusão à distribuição de renda da população brasileira. De acordo com a charge, a maioria das pessoas tem renda na faixa de cinco salários mínimos, pois, nessa categoria, fazemos analogia com o ônibus lotado.
Unidade II
Nível: Difícil
Questão 29. Observe a figura, retirada de uma reportagem da edição 73, de 2015, da revista Ser médico e analise as afirmativas a seguir.
I. Segundo o gráfico, 71% das pessoas ganham salários mensais de até 10 mil dólares.
II. De acordo com o gráfico, 8,1% da população mundial concentram mais de 80% da riqueza mundial.
III. O gráfico mostra que a má distribuição de renda é responsabilidade dos países não desenvolvidos, como o Brasil.
IV. Na base da pirâmide, encontram-se aproximadamente 3,4 bilhões de pessoas que, juntas, possuem 3% da riqueza global.
Está correto o que se afirma somente em:
a) II, III e IV.
b) I e II.
c) II e IV.
d) I, II e IV.
e) III e IV.
f) 
Alternativa correta: C.
Comentário
Segundo o gráfico, em 2015, 8,1% da população detinham mais de 80% da riqueza mundial. Esses valores resultam, respectivamente, da soma dos percentuais dos dois setores superiores da pirâmide (7,4% + 0,7% = 8,1%) e da soma dos percentuais de riqueza a eles associados (39,4 + 45,2% = 84,6%). 
De acordo com o gráfico, em 2015, na base da pirâmide tínhamos 71% da população (cerca de 3,4 bilhões de pessoas) detendo 3% da riqueza mundial (menos de 10 mil dólares).
Unidade II
Nível: Difícil
Questão 30. Leia o texto, observe as imagens e analise as afirmativas a seguir.
A mais grave crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial parece longe do fim. Atualmente, há ao menos 65 milhões de pessoas deslocadas de seus lares, dos quais 21,3 milhões vivem em situação de refúgio. 
A Síria é um dos países que registram o maior fluxo de refugiados. Palco de uma guerra civil que assola suas cidades há seis anos e de uma luta incessante contra o estabelecimento do grupo terrorista Estado Islâmico, a Síria é o país de origem de 4,9 milhões dessas pessoas.
Uma delas é o artista sírio Abdalla Al Omari. Nascido na capital, Damasco, em 1986, deixou o país em 2011 em razão da violência. Agora, vive em Bruxelas, na Bélgica, com o status de refugiado. Seu trabalho mais recente tem uma proposta ousada: mostrar ao mundo como seria a vida dos atuais líderes globais, se refugiados fossem.
Na série de pinturas, pertinentemente intitulada como “A Série da Vulnerabilidade” (The Vulnerability Series), o artista retrata nomes como o presidente americano Donald Trump, a premiê alemã Angela Merkel, o presidente russo Vladimir Putin e o sírio Bashar Al-Assad.
	
	
	
	
	
	
Disponível em: <https://exame.abril.com.br/mundo/e-se-os-lideres-mundiais-fossem-refugiados-este-artista-responde/>. Acesso em: 8 jan. 2018.
I. O objetivo dos quadros é evidenciar a sensibilidade e a empatia dos líderes políticos, que sabem se colocar no lugar dos imigrantes e adotam medidas que visam a beneficiar os refugiados.
II. Os quadros, ao retratarem líderes mundiais em situações de vulnerabilidade, têm a intenção de denunciar as precárias condições a que são submetidos os refugiados e mostrar que qualquer pessoa poderia estar nessa situação.
III. Ao atribuir aos políticos a vulnerabilidade, o artista mostra que somos todos iguais e que os que detêm o poder não devem ser responsabilizados pela crise que atravessa os refugiados.
Assinale a alternativa correta.
a)	Nenhuma afirmativa é correta.
b)	Apenas a afirmativa II é correta.
c)	Apenas a afirmativa I é correta.
d)	Apenas a afirmativa III é correta.
e)	Apenas as afirmativas II e III são corretas.
f)	
Alternativa correta: B.
Comentário
A obra expõe os poderosos na mesma situação de vulnerabilidade dos refugiados, mostrando que todos poderiam ser atingidos por esse sofrimento. Os quadros não evidenciam sensibilidade e empatia dos políticos. O fato de colocá-los nas mesmas condições de refugiados comuns constitui-se como uma crítica à falta de atuações governamentais que solucionem ou amenizem esse problema.
Unidade II
Nível: Médio
Questão 31. Observe a ilustração.
Observação: a imagem ilustra “um mar de aparelhos celulares”.
Disponível em: https://www.facebook.com/notaterapia/photos/a.1395172920517894/1896365387065309/?type=3&theater. Acesso em: 21 fev. 2020.
O objetivo da ilustração é:
a) Valorizar a internet como um mar de informações.
b) Apontar o livro como um lugar seguro de conhecimento.
c) Criticar as mídias tradicionais, como o livro impresso.
d) Estimular a solidariedade, especialmente entre os jovens.
e) Incentivar o intercâmbio de conhecimentos.
f) 
Alternativa correta: B
Comentário. Na figura, observa-se que o personagem a salvo em cima de um livro tenta salvar alguém que está se afogando em um “mar de celulares”. Assim, entende-se que o livro é o lugar seguro do conhecimento.
	
	
	
	
	
	
	
	Unidade: I
Nível: Fácil.
	
	
	
	
	
	
	
Questão 32. Considere a ilustração e as afirmativas. 
I. A ilustração vale-se apenas de signos não verbais para enaltecer o potencial econômico das florestas.
II. O texto é uma crítica à exploração econômica dos recursos naturais.
III. O objetivo da ilustração é incentivar a preservação ambiental e promover o crescimento econômico.
É correto o que se afirma somente em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.
f) 
Alternativa correta: B
Comentário. A ilustração, composta por signos não verbais, critica o desmatamento e a transformação das árvores em mercadoria (representada pelo código de barras). Não é objetivo do texto promover o crescimento econômico.
	
	
	
	
	
	
	
	Unidade: I
Nível: Fácil
	
	
	
	
	
	
	
Questão 33. Leia a charge.
Disponível em: http://arevolucaotecnologica.blogspot.com/2011/09/evolucao-humana.html. Acesso em: 21 fev. 2020.
Com base na leitura, analise as afirmativas.
I. O objetivo da charge é enaltecer a evolução humana, mostrando, em ordem cronológica, os avanços tecnológicos em diversos períodos da história.
II. A charge ironiza a ideia de que há progresso na história da humanidade, mostrando que o comportamento do homem no trato com as ferramentas de trabalho não sofreu alterações.
III. A charge tem por objetivo indicar que apenas a partir da Era Moderna as tecnologias deixaram de ter finalidade bélica.
Assinale a alternativa certa:
a) Nenhuma afirmativa é correta.
b) Apenas a afirmativa I é correta.
c) Apenas as afirmativas I e III são corretas.
d) Apenas a afirmativa II é correta.
e) Todas as afirmativas são corretas.
f) 
Alternativa correta: D.
Comentário. A charge, de forma irônica, mostra que o comportamento humano, a despeito da evolução tecnológica, não se altera.
	
	
	
	
	
	
	
	Unidade: II
Nível: Médio
	
	
	
	
	
	
	
Questão 34. Leia o texto a seguir.
– Mas o que é a língua? Para nós, ela não se confunde com a linguagem; é somente uma parte determinada,

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