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Teoria do Conflito Pedro Donato, Estudante de Direito. O objetivo deste artigo é realizar uma analise sobre a Teoria do Conflito na mediação no Judiciário Brasileiro. O Conflito e o Processo Judicial Definição de conflito: circunstância em que duas ou mais pessoas divergem em razão de algum assunto incompatível entre as partes. Normalmente a expressão “conflito” é associada a outras expressões com conotação negativa, como briga, guerra, etc. É comum perceber-se, ainda, que ao se deparar com um conflito as pessoas externalizam através de reações fisiológicas, emocionais e comportamentais, aquilo que se passa em seu subconsciente, dessa forma, muitas vezes, as pessoas apresentam ruborização, taquicardia, aumento do tom de voz, etc. Pessoas envolvidas em conflitos tendem a se comportar de forma a julgar a outra parte, atribuir culpa, responsabilizar, etc. Apesar do exposto, o conflito não é visto como algo negativo. Pelo contrário, tem-se entendido que o conflito possui muitos aspectos positivos e dele pode resultar entendimento, compreensão, solução, etc. Essa passagem de uma forma negativa de se ver o conflito para uma forma positiva de avaliá-lo tem representado uma verdadeira reviravolta na teoria do conflito. A partir do momento que o conflito é visto de forma positiva e comum nas relações humanas, ele poderá ser utilizado com ferramenta para solução de litígios. Entender o conflito de forma negativa desencadeia uma reação denominada "retorno de luta ou fuga", o que desencadeia todas as reações negativas do conflito, por sua vez, quando o conflito é visto como uma oportunidade, o efeito é contrário e as partes saem mais felizes com o resultado. O mediador tem um papel importantíssimo, pois ele tem o poder de conduzir o conflito de forma negativa ou positiva, a depender de como ele próprio enxergará o conflito e como o conduzirá perante as partes. Conflitos e Disputas Apesar de semelhantes o conceito de conflito e disputa não se confundem. Para que exista uma disputa é necessário que se tenha existido um conflito prévio, mas para haver um conflito, não necessariamente tem que haver uma disputa. O conflito irá se instaurar mediante um desentendimento ou uma incompatibilidade. Já a disputa somente se instaurará quando uma das partes instaurar uma lide e procurar a solução por meio de um juiz, que poderá conceder total ou parcialmente o pedido, ou, ainda, negá-lo. Assim, a disputa somente ocorrerá quando uma demanda for proposta. Espirais de Conflito Alguns autores consideram que o conflito se insere em um contexto de um ciclo vicioso de ação e reação pelas partes, sendo que a reação, normalmente é mais severa que a ação que a precedeu, isso poderá culminar em uma disputa. Quando essa cadeia não é controlada corre-se o risco, inclusive, de as partes perderem de vista seus verdadeiros anseios e as causas que inicialmente eram originárias, tornam-se secundárias. Processos Construtivos e Destrutivos O processualista mexicano Zamorra Y Castillo, faz uma crítica ao atual sistema processual e procedimental, pois além dele ser lento e custoso, muitas vezes o processo aborda o fenômeno jurídico tratando somente o que é tutelado juridicamente, e excluindo aspectos tão importantes ou até mais, do que os fenômenos tutelados. Em sua obra, Morton Deutsch, classifica o processo de resolução de disputa como construtivos e destrutivos. Processo destrutivo é caracterizado pelo enfraquecimento ou rompimento da relação social preexistente à disputa em razão da forma pela qual é conduzida. A tendência desse tipo de conflito é expandir ou tornar-se mais acentuada ao longo do seu desenvolvimento. Dessa forma o conflito torna-se "independente de suas causas iniciais", assumindo uma feição de competição e cada parte busca ser o vencedor. Esse processo não permite a coexistência ou convivência das partes. Já o processo construtivo tende a fortalecer a relação social já existente. As suas características são: I) capacidade de estimular as partes a desenvolver soluções criativas que permitam a compatibilização dos interesses aparentemente contrapostos; II) capacidade das partes ou do condutor do processo motivarem todos os envolvidos para que prospectivamente resolvamos questões sem atribuição de culpa; III) desenvolvimento de condições que permitam a reformulação das questões diante de eventuais impasses; e IV) disposição das partes ou do condutor do processo a abordar, além das questões juridicamente tutelados, todas e quaisquer questões que estejam influenciado a relação das partes. Para Zamorra deve-se criar novos modelos para permitir a resolução de conflitos de forma pacífica, participativa e manter a relação já existente entre as partes, dessa forma tendendo ao fortalecimento do laço entre as partes. Os modelos construtivos conhecidos hoje em dia são a Mediação e a Conciliação. Bibliografia: BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. AZEVEDO, André Gomma de (Org.). Manual de Mediação Judicial, 5ª edição. Brasília: Conselho Nacional de Justiça, 2015.
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