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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Psicologia Giovanna Zeoli Sousa Matheus De Souza Miranda DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA: SOB A PERSPECTIVA DOS PAIS São Paulo - SP 2022 2 Giovanna Zeoli Sousa Matheus De Souza Miranda DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA: SOB A PERSPECTIVA DOS PAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Graduação em Psicologia do Centro Universitário São Camilo, orientado pela Prof.ª Drª Cynthia Cassoni, como requisito parcial para a obtenção do título de Psicóloga. São Paulo - SP 2022 3 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Padre Inocente Radrizzani Sousa, Giovanna Zeoli Depressão na adolescência: sob a perspectiva dos pais / Giovanna Zeoli Sousa, Matheus de Souza Miranda. -- São Paulo: Centro Universitário São Camilo, 2022. 52 p. Orientação de Cynthia Cassoni. Trabalho de Conclusão de Curso de Psicologia (Graduação), Centro Universitário São Camilo, 2022. 1. Adolescentes 2. Depressão 3. Orientação 4. Pais I. Miranda, Matheus de Souza Il. Cassoni, Cynthia III. Centro Universitário São Camilo IV. Título CDD: 616.8527 4 Giovanna Zeoli Sousa Matheus De Souza Miranda DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA: SOB A PERSPECTIVA DOS PAIS São Paulo, 17 de novembro de 2022 ___________________________________________________________________ Professora Orientadora (Cynthia Cassoni) ___________________________________________________________________ Professora Examinadora (Rafaela Cocchiola) São Paulo 2022 5 AGRADECIMENTOS Uma das fases mais importantes de nossas vidas está sendo concluída e com isso devemos agradecer um ao outro pelo companheirismo, paciência e comprometimento que tivemos durante estes cinco anos de faculdade. Saímos daqui com a certeza de que não seremos apenas uma dupla de TCC ou meros colegas de curso, mas sim, amigos para vida. Cabe aqui agradecer também aos nossos pais: Alessandra e Alexandre, Tania e Miraton, por todo apoio, investimento e amor dado em toda nossa trajetória e principalmente desde o início de uma das escolhas mais importantes já feitas. Devemos muito a vocês. Às nossas irmãs Sophia e Nathália, obrigada por nos ensinarem o que é o amor e a partilha, vocês são nossos maiores tesouros. Aos nossos amigos e familiares, obrigado por nos apoiarem, aplaudirem e estarem sempre por perto, foi bom ter chegado aonde chegamos com vocês do lado. A nossa maravilhosa Orientadora Cynthia, por sempre nos manter com os pés no chão e por nos orientar da forma mais empática e paciente possível para que esse trabalho fosse feito com máxima excelência, nossa eterna gratidão professora. Ao nosso quarteto fantástico, obrigada Fernanda e Julia, foi muito bom compartilhar momentos, conhecimentos, risadas e aflições durante esses anos de faculdade, encerramos este ciclo tendo a certeza de que com vocês tudo fluiu mais leve, obrigada por toda parceria. Seremos ótimos profissionais e amigos. Mesmo este trabalho sendo em dupla, eu Giovanna, não poderia deixar de agradecer meu namorado Silvio, por todo cuidado, amor e paciência diante as minhas angústias e medos, ter você ao meu lado para me amparar e me fazer seguir em frente foi essencial. E por fim, mas não menos importante, Deus, sem Ele nada disso estaria se concretizando. 6 RESUMO A adolescência é a fase entre a infância e a idade adulta com grande importância na construção da identidade do indivíduo. Sendo que a identidade pode ser considerada produto das relações biológicas e sociais que vão se interligando ao longo dos anos enquanto o indivíduo experencia a vida. Neste período da vida do indivíduo marcado por mudanças físicas e cognitivas também ocorrem alterações nas relações interpessoais. A dificuldade de socialização na escola pode ser um indicador de depressão quando acompanhado de outros diversos comportamentos, como exemplo a dificuldade escolar, que somada com a falta de suporte familiar pode haver uma piora abrupta no funcionamento psicológico. O objetivo deste trabalho foi averiguar a compreensão dos pais ou responsáveis sobre a depressão na adolescência e quanto este conhecimento ou falta de conhecimento podem afetar a vida do adolescente com depressão. Para tanto optou-se por uma pesquisa empírica quantitativa. Participaram da pais, mães ou responsáveis (n=57) de jovens de 10 a 14 anos de idade, que residiam na cidade de São Paulo. Os dados coletados foram organizados em: busca de informação sobre o tema; formas de detectar; conhecimento sobre o que é o transtorno; como lidar; principais sintomas; sobre os tratamentos; faixa etária mais propensa; eventos que podem ser facilitadores para o quadro de depressão e associação de tristeza e suicídio a depressão. Pode-se constatar que em sua grande maioria os participantes dizem entender e lidar com a depressão, porém ao traçarmos um paralelo entre a literatura e as respostas obtidas, foi possível perceber que a falta de conhecimento sobre o assunto de tamanha complexidade faz com que pessoas que acreditam saber e lidar com a patologia fiquem perdidos quando se deparam com casos em alguma de suas relações interpessoais. Palavras-chave: Depressão; Adolescência; Orientação para pais 7 ABSTRACT Adolescence is the stage between childhood and adulthood with great importan ce in the construction of an individual's identity. Identity can be considered a pro duct of biological and social relationships that are interconnected over the years while the individual experiences life. In this period of the individual's life, marked by physical and cognitive changes, changes in interpersonal relationships also occur. Difficulty in socializing at school can be an indicator of depression when a ccompanied by other diverse behaviors, such as school difficulty, which, added t o the lack of family support, can lead to an abrupt worsening of psychological fu nctioning. The objective of this study was to investigate the understanding of par ents or guardians about depression in adolescence and how much this knowled ge or lack of knowledge can affect the life of adolescents with depression. There fore, quantitative empirical research was chosen. The participants were fathers, mothers, or guardians (n=57) of young people aged between 10 and 14 years ol d, who lived in the city of São Paulo. The collected data were organized in searc h for information on the topic; ways to detect; knowledge about what the disorde r is; how to deal; main symptoms; about treatments; age group most likely; even ts that may facilitate depression and the association of sadness and suicide with depression. It can be seen that the vast majority of participants say they unders tand and deal with depression, but when we draw a parallel between the literatu re and the answers obtained, it was possible to perceive that the lack of knowle dge on the subject of such complexity makes people who believe they know and deal with the pathology are lost when they come across cases in any of their int erpersonal relationships. Keywords: Depression; Adolescence; guidance for parents 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 9 1.1 Desenvolvimento Infantil ......................................................................... 9 1.2Adolescência ......................................................................................... 12 1.3 Relação com pais e responsáveis ........................................................... 13 1.4 Contexto escolar e familiar ...................................................................... 14 1.5 Adolescência X Depressão ..................................................................... 17 2 OBJETIVOS ................................................................................................ 23 3 METODOLOGIA .......................................................................................... 24 3.1 Participantes ........................................................................................... 24 3.2 Instrumentos ........................................................................................... 24 3.3 Procedimento de coleta de dados ........................................................... 25 3.4 Procedimento de análise de dados ......................................................... 25 3.5 Considerações éticas .............................................................................. 25 4 RISCOS E BENEFÍCIOS ............................................................................. 26 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 27 5.1 Descrição da amostra ............................................................................. 27 5.2 Compreensão dos pais X Depressão ...................................................... 28 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 37 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 40 APÊNDICES ................................................................................................... 45 9 1 INTRODUÇÃO 1.1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL Os impactos do ambiente, do círculo social e das responsabilidades escolares e familiares no desenvolvimento físico e psicológico de uma criança, para serem compreendidos, necessitam de um olhar acurado, sobre o desenvolvimento biológico e psicológico, e sobre a importância desses fatores em tal desenvolvimento. Segundo Piaget (1999), o desenvolvimento infantil começa desde o nascimento, esse contato com o externo desconhecido traz uma compreensão totalmente nova e diferente das experiências tidas dentro da barriga da mãe; a luz, o frio, o reconhecimento de seus membros, a noção do seu próprio corpo e de objetos externos se dão de forma gradual de acordo com os diferentes estímulos recebidos pelo bebê. O principal foco do trabalho de Piaget é a aprendizagem, segundo Pulaski (1980) a capacidade de adaptação dos seres vivos a diferentes situações e cenários é a base teórica e biológica dos estudos de Piaget. Entende-se que os estímulos do ambiente, sejam eles outras pessoas, situações sociais e novas experiências estão ligadas diretamente ao desenvolvimento do indivíduo e de sua aprendizagem, essa adequação do organismo leva a mudanças que resultam na maturação dele, passando então pelas fases do desenvolvimento. Observa-se assim, que o meio em que se está inserido tem grande influência na forma como o desenvolvimento da aprendizagem do indivíduo irá caminhar, já que a adaptação do organismo se dá através dos estímulos recebidos, fazendo com que a criança busque um equilíbrio em relação ao que se tem contato, juntando um antigo conhecimento com o novo apresentado pelo estímulo, assim readaptando o aprendizado. Piaget (2013) denomina estes processos: assimilação, acomodação e a adaptação, sendo que através da assimilação do estímulo apresentado pelo ambiente, o indivíduo é obrigado a se acomodar a estes novos pensamentos, e a se reajustar a eles, a adaptação seria o estágio final deste processo, o equilíbrio após a pessoa assimilar e acomodar o conhecimento. Esta internalização leva a compreensão de conteúdos externos. 10 Existem quatro estágios do desenvolvimento para Piaget (1999), o sensório motor (vai do nascimento até os 2 anos de idade), o pré-operacional (dos 2 anos até os 7), o operacional concreto (dos 7 anos até os 12), e as operações formais (dos 12 anos em diante). No estágio sensório motor o bebê aprende sobre si mesmo e o seu ambiente, ele compreende sua capacidade de movimentação e observa objetos externos, com intenção de alcançá-los, mas muitas vezes sem sucesso (TAILLE, 1992). A partir disso a criança começa a combinar as suas ações imaginativas ou mentais com as físicas, se utilizando de gestos para se expressar. Segundo Papalia (2006), a criança começa a ter consciência das pessoas e objetos que a cercam, passando de forma saudável para o estágio pré-operatório. No período pré-operacional a criança começa a ter formações de ideias lógicas ao mesmo tempo que ainda carrega noções do período sensório motor, pensando que tudo está voltado ao seu desejo, por isso segundo Taille (1992) ela ainda é egocêntrica. De acordo com Papalia (2006) o egocentrismo da criança também a leva a atribuir vida a objetos externos, revelando uma pouca noção de eu, e essa confusão demonstra que sua relação com o real e o imaginário ainda não estão separadas. Ao chegar no estágio de operações concretas, a criança passa do pensamento egocêntrico e concreto para o questionamento de todos os fatores que envolvem um conteúdo, estruturando pensamentos com razão e incitando um raciocínio que leva em conta a realidade, nesse período não só a maturação como o ambiente e seus estímulos atuais e anteriores, irão influenciar nas capacidades de estrutura de pensamento e capacidade de organização (PIAGET, 1999). A criança terá um conhecimento real, correto e adequado de objetos e situações da realidade externa (esquemas conceituais), e poderá trabalhar com eles de modo lógico. Assim, a tendência lúdica do pensamento, típica da idade anterior, quando o real e o fantástico se misturam nas explicações fornecidas pela criança, será substituída por uma atitude crítica (RAPPAPORT, 1981, p.72). O estágio das operações formais é o último do desenvolvimento infantil. Segundo Piaget (1999) nesse período a criança chega ao pensamento “hipotético-dedutivo”, isto é, o pensamento cognitivo desenvolvido consegue 11 manipular informações de forma mais flexível, e não somente observando o real, suas conclusões não dependem apenas da realidade do fato apresentado e, sua capacidade de raciocínio ultrapassa o pensamento concreto presente na fase anterior, ela é mais crítica. Rappaport (1981) diz que é neste período que os adolescentes começam a compreender conceitos e termos, e o que estes significam, buscando refletir e julgar ideias e doutrinas, tentando criar suas próprias opiniões para apoiar o que acredita. “Com isso adquire capacidade para criticar os sistemas sociais e propor novos códigos de conduta; discute os valores morais de seus pais e constrói os seus próprios (adquirindo, portanto, autonomia)” (RAPPAPORT, 1981, p. 74). Piaget (1999) diz que é no decorrer desse processo crítico de tudo em sua volta, inclusive dos valores morais e ideias de seus pais, que ocorre a busca pela identidade, o adolescente procura criar seus próprios conceitos, tentando se desligar daquilo que julga incoerente. Este processo gera conflitos internos, já que a busca pela sua autonomia vai de encontro com aquilo que esta muitas vezes presente em sua volta, o mesmo ambiente que o estimulou a tal ponto de desenvolvimento. [...] graças a sua personalidade em formação, coloca-se em igualdade com seus mais velhos, mas sentindo-se outro, diferente deles, pela vida nova que o agita. É este o motivo pelo qual os sistemas ou planos de vida dos adolescentes são, ao mesmo tempo, cheios de sentimentos generosos, de projetos altruístasou de fervor místico e de inquietante megalomania e egocentrismo consciente (PIAGET, 1999, p.62). Ao elucidar as fases do desenvolvimento através da teoria de Jean Piaget, podemos entender melhor a forma que os estímulos apresentados pelo ambiente afetam a aprendizagem da criança ao longo do seu crescimento. De acordo com Brentani et al (2014), este ambiente no qual a criança está inserida envolve relacionamentos sociais, com os pais, parentes e amigos. A escola é também um grande estimulador para o desenvolvimento cognitivo e emocional dessa criança, que será fortemente influenciada por esta desde a infância, criando repercussões durante toda a sua vida (BRENTANI et al., 2014). Os processos de desenvolvimento e aprendizagem infantil ocorrem continuamente nas relações que a criança estabelece desde seu nascimento, iniciando com seus pais e, depois, com cuidadores e 12 professores, profissionais de saúde, outras crianças e indivíduos da comunidade na qual está crescendo. Isto é, as crianças experienciam e aprendem no mundo através dos relacionamentos socioafetivos, e estes, por sua vez, influenciam todos os aspectos do desenvolvimento infantil. Além disso, ela também se beneficia de suas próprias ações em relação às pessoas com que convive e aos objetos que utiliza em seu cotidiano e nas brincadeiras. (BRENTANI et al., 2014, p. 06). Compreende-se então que assim como os relacionamentos e estímulos positivos afetam a criança e seu desenvolvimento, os negativos fazem o mesmo. O empobrecimento ou negligência afetiva podem vir a se tornar fatores de risco para futuros distúrbios de comportamento ou psicossociais. 1.2 ADOLESCÊNCIA Segundo Erikson (1976), a adolescência é a fase entre a infância e a idade adulta com grande importância na construção da identidade do indivíduo. Sendo que a identidade pode ser considerada produto das relações biológicas e sociais que vão se interligando ao longo dos anos enquanto o indivíduo experiência a vida. De acordo com Rossi et al. (2019) é possível entender que as vivências neste período são várias e distintas, tais como escolha profissional, pressão externa e interna de uma pretensão acadêmica valorizada, conflitos familiares, a “descoberta” da vida sexual, as transformações hormonais e as responsabilidades que são esperadas e cobradas de um jovem na nossa sociedade. Desta forma, essas crises de identidade ligadas com a idealização constante do futuro podem se tornar recorrentes, já que este período é repleto de mudanças e descobertas psicológicas e corporais. Para Papalia, Olds e Feldman (2006) a adolescência tem a duração aproximada de 10 anos, tendo seu início nos 11 anos de idade até meados dos 20 anos, mas vale ressaltar que não existe consenso com relação ao seu início e término. No entanto, consideram que seu início coincida com o período da puberdade. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1983) e o Ministério da Saúde esta fase da vida dos indivíduos varia dos 10 aos 19 anos de idade. Enquanto para a Organização das Nações Unidas (ONU) ocorre entre os 15 e 24 anos, usando esta faixa etária para fins estatísticos e políticos. No Brasil 13 utilizamos de forma constante o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com base na lei brasileira n° 8069 de 13 de julho de 1990, que considera adolescente o indivíduo entre os 12 e 18 anos. A palavra “adolescência” tem uma dupla origem etimológica que caracteriza muito bem as especificidades desta etapa da vida. Ela vem do latim ad (a, para) e olescer (crescer), também deriva de adolescer (adoecer). Partindo da etimologia da palavra, significa então que o indivíduo está apto a crescer tanto físico com psicologicamente e para adoecer em termos de sofrimento emocional devido às transformações mentais e biológicas dessa fase da vida. (OUTERRIAL, 2008, p. 06). 1.3 RELAÇÃO COM PAIS E RESPONSÁVEIS Segundo Castro (1998) o adolescente está cada vez mais solitário em relação a sua família. Enquanto seus pais estão preocupados com o sustento da casa, em ganhar dinheiro e em não perder tempo, o diálogo na família é muito pouco presente. Crianças e adolescentes são educados sob uma nova pedagogia: a da televisão, a mesma que trata de assuntos como a violência, a sexualidade, o amor, a traição e o eterno final feliz. Segundo Dessen e Polonia (2007), é de suma importância que a boa relação entre pais e filhos seja um dos pilares preservados e cultivados dentro de um ambiente familiar. Essa relação preservada, tem como objetivo melhorar a qualidade e o sucesso do desenvolvimento pessoal e social da criança, uma vez que o diálogo entre os componentes crie uma maior segurança emocional para o indivíduo. A ausência de uma relação saudável e a exposição da criança a práticas parentais inadequadas, como violências, brigas/conflitos ou um baixo envolvimento com pais ou responsáveis, pode acarretar fatores de risco para o desenvolvimento infantil, aumentando a vulnerabilidade a eventos ameaçadores, como exemplo, atos de agressividade e o envolvimento com drogas. Por outro lado, para Del Prette e Del Prette (1999) os pais que estabelecem um ambiente familiar acolhedor e que organizam contextos favoráveis para o desenvolvimento da criança estabelecem fatores de proteção diante dos eventos citados, aos quais as crianças podem vir a serem expostas. Para Bohanek et al. (2006), esse ambiente acolhedor prevê um padrão adequado de comunicação, onde os pais conseguem ajudar seus filhos a 14 identificarem emoções e ajuda-os a expressarem de uma forma melhor, seja por meio de conversa ou conselhos. Além disso, Dessen e Polonia (2007), citam a importância do comportamento verbal, no que diz respeito ao papel dos pais na aprendizagem interpessoal da criança; onde a forma como eles planejam e conduzem a educação dos filhos, seja de maneira positiva. Ou seja, um relacionamento sustentado por regras claras e diálogos, com informações sobre as contingências em vigor para os comportamentos sociais. Tais práticas aumentam a probabilidade de a criança desenvolver relações sociais saudáveis no âmbito familiar e com os pares. 1.4 CONTEXTO ESCOLAR E FAMILIAR É preciso contextualizar de forma ampla as influências educacionais, sociais e psicológicas da escola enquanto instituição de ensino e aprendizagem, e da família no desenvolvimento saudável e patológico da criança e do adolescente. É preciso entender como esses dois núcleos sociais se ramificam e, são percebidos pela criança e pelo adolescente através do ponto de vista institucional, responsável pela inserção destes na sociedade adulta e competitiva do trabalho, e pela visão da criança e do adolescente que passam por anos e anos de sua infância e adolescência por diversos desafios e conflitos que estão fora de seu alcance de influência, além de diversas pressões geradas e apoiadas pela escola e seus próprios pais ou responsáveis. Diversas mudanças sociais, políticas e econômicas ocorreram a partir do século XVII, e tiveram grande influência na forma em que a família é percebida e apresentada diante a sociedade, deixando de ser um núcleo apenas comunitário para se tornarem responsáveis pela construção de caráter, desenvolvimento social e cognitivo e de personalidade dos indivíduos que farão parte desta. Esta é a família moderna, uma parte importante da estruturação das pessoas que convivem entre si e com a sociedade e cultura na qual estão inseridas (ARIÈS, 1981). 15 Dolto (1999) diz que as ações de uma família seguem de acordo com o que seus progenitores referiam como educação, e que essa educação transcende o discurso, indo ao ponto do que inspira a criança a querer “ser”: modo de ser que inspira à criança confiança em si ou desconfiança de si própria, que inculca o orgulho do seu sexo e de suas iniciativas, que lhe dá a segurançade que, faça o que fizer, é sempre amada, mesmo que seja às vezes repreendida (DOLTO, 1999, p. 41). Portanto é possível dizer que a família desempenha uma grande e essencial função no desenvolvimento de seus filhos, tanto cognitivo, quanto social e de personalidade. Além disso, os pais são os primeiros indicativos de presença de autoridade na vida dos filhos, autoridade essa que teria a responsabilidade de impor limites e implantar a noção de realidade na vida da criança segundo Rojas (2010), contendo seus impulsos destrutivos e auxiliando na inserção social. Como dito antes, as mudanças na forma em que a família é vista pela sociedade não param, assim como suas mudanças de agir e lidar com seus filhos, mas segundo Janin (2011), é importante salientar que independente das mudanças dos séculos nas configurações familiares esta, ainda é o primeiro grande modelo de identificação apresentado para a criança, que auxiliam no desenvolvimento infantil, seja ele saudável ou patológico. Assim, mesmo com a escola desempenhando uma grande parte do ensino da criança durante o seu crescimento, a família ainda tem o papel primordial do ensino no processo de escolarização dos filhos. Essas duas instituições possuem atividades e objetivos distintos, mas que se alinham, e tanto a família, a escola e a comunidade na qual a criança está inserida buscam um bom desempenho acadêmico, com cada um em seu devido papel. Por isso, cada vez mais cedo a criança é inserida na escola, durante períodos de desenvolvimento importantes que durante séculos estavam vinculados apenas a família, assim atividades básicas do cotidiano ou o ensino de relações sociais é atualmente ligado a escola, e a família acaba por depositar uma confiança na instituição escolar que se torna uma expectativa de criação de um “cidadão modelo”, transferindo uma grande responsabilidade para essa instituição, ao mesmo tempo que tira essa responsabilidade da família (MARIOTTO; SCHAEDLER, 2013). 16 É possível assim perceber uma descentralização da família no desenvolvimento dos filhos, já que esse lugar de ensino maior também está muito associado a escola hoje em dia, causando um processo de menor amparo psíquico dos pais à criança, tornando a escola uma instituição apoiadora nesta falta da família, Mariotto e Schaedler (2013 Apud MAINARDI; OKAMOTO, 2017 p. 827). o espaço privilegiado de articulação entre o saber técnico dos médicos e a ortopedia química a ser realizada nas crianças, de modo a ajustá- la a um ideal de normalidade engendrado na pós-modernidade, representado pelo sujeito bem adaptado, produtivo e feliz. Em um estudo realizado por Mainardi e Okamoto (2017), que buscou através de uma pesquisa qualitativa identificar as concepções e a compreensão da família a respeito da importância e do papel da escola e da família para o desenvolvimento das crianças, identificar a compreensão atual da família sobre a escola, e suas expectativas em relação a esta instituição como responsável pelos seus filhos e filhas durante o período letivo. Ao longo do estudo realizado é perceptível a confiança que pais e responsáveis demonstram em relação a escola, a vendo como mais que um ambiente de estudo e ensino, atribuindo também segurança a mesma, além de um conhecimento e capacidade que só se pode ter na escola, desqualificando a família como capaz de suprir essas necessidades da criança, como a de oferecer carinho, afeto e limites, seja essa por falta de tempo dos pais ou por falta de capacidade em relação a instituição segundo esses pais (MAINARDI; OKAMOTO, 2017). É indispensável a presença e capacidade dos pais para orientar de forma saudável o desenvolvimento de comportamentos considerados como adequados para se conviver em sociedade e se adaptar a vigências culturais (MARINHO- ARAÚJO, 2010). Portanto essa responsabilidade deve ser primordialmente da família com o auxílio da escola, não apenas da escola. Segundo Marinho-Araújo (2010) também demonstra que esta responsabilidade que pais atribuem a escola está ligada a busca por um futuro promissor para os filhos, dando aos pais um papel de provedores de instrumentos para que o filho atinja esse futuro, já que as necessidades escolares e de formação cada vez mais especializada é necessária para um alcance financeiro e cultural maior. 17 A posição desempenhada pela família frente ao desenvolvimento das crianças, segundo as mães, sempre está ligada à escola, ou seja, incentivar os filhos no estudo [...] No lugar da função de contenção, surge a necessidade de motivar os filhos para os estudos, o que demonstra a mudança no lugar ocupado pelos pais, que passam a ocupar um lugar secundário ao da escola, uma vez que sua principal ação relaciona-se à preocupação com o desempenho e o desenvolvimento futuro dos filhos (MAINARDI; OKAMOTO, 2017, p. 835). Com o estudo apresentado é possível compreender a importância da família na estruturação psíquica e social da criança e da escola como provedora dos mesmos aspectos familiares, assim como a mudança ao longo dos séculos da família e da escola como instituições importantes para o desenvolvimento infantil e da adolescência. pode-se notar um descompasso entre a função familiar e a escolar. Verifica-se que a família deposita grande parte da expectativa e da responsabilidade sobre o desenvolvimento, tanto cognitivo quanto emocional de seus filhos, na instituição escolar, alegando falta de conhecimento e tempo para o desempenho de tais funções. [...] Dessa forma, restaria à escola, por sua vez, incorporar e se responsabilizar por papeis que anteriormente não era necessário desenvolver nesse âmbito institucional (MAINARDI; OKAMOTO, 2017, p. 836). 1.5 ADOLESCÊNCIA X DEPRESSÃO Segundo o DSM-5 (2014) um grau de tristeza muito grave ou persistente, que diminui o interesse do indivíduo em realizar suas tarefas diárias ou que interfere em seu dia a dia pode ser indicativo de depressão, mas apenas tristeza não pode ser entendida como depressão, como no caso de uma pessoa que está em luto e passa por um período de tristeza excessiva que é derivada da perda de alguém querido, portanto, o que se deve levar em consideração não é apenas a tristeza em si, mas o quanto ela dura e como ela afeta o dia a dia da pessoa. Diversas abordagens da psicologia estudam o fenômeno da depressão e entendem essa patologia através de diferentes escopos. Segundo Cavalcante (1996) a perspectiva analítico-comportamental entende a depressão a partir de uma interação social, expandindo o seu entendimento para uma análise multidefinida, ou seja, uma influência de diversas fatores ambientais que levam em conta principalmente as interações com a comunidade em volta do sujeito: Ao lado de outros fatores, múltiplas influências culturais podem contribuir para a depressão como, por exemplo, a crescente alienação e estresse presentes nas sociedades industriais e crenças culturais acerca do comportamento humano. Neste último caso, a crença de que 18 eventos internos são as causas do comportamento e o conceito de saúde psicológica, propagado pela mídia -que reúne elementos como garantia de recursos económicos suficientes, prazer e relações humanas tranquilas e ausência de sentimentos e pensamentos perturbadores- seriam particularmente úteis para uma melhor compreensão da depressão (CAVALCANTE, 1996, p. 3). Já para a psicanálise segundo Ferreira, Gonçalves e Mendes (2014, p. 06) o uso psicanalítico do termo “depressão” pode ser atribuído a duas definições: uma se refere à noção mecanicista da depressão como uma queda, um decréscimo numa função psíquica qualquer, queda atribuída a uma insuficiência libidinal. A outra definição está relacionada a um estado de sofrimento psíquico. Ao contrário da definição analítico-comportamental, que busca auxílio no ambiente e como o sujeito se relacionacom ele, a psicanálise analisa como o sujeito se relaciona consigo mesmo, ou seja, com o inconsciente e como a patologia surge no exterior, a entendendo como um problema mais interno do que externo. Independente da abordagem utilizada é entendido que a depressão não discrimina por idade ou sexo, podendo afetar idosos, adultos, crianças e adolescentes, que acumulam diversas variáveis que influenciam o surgimento dessa patologia. Na adolescência, período da vida do indivíduo marcado por mudanças físicas e cognitivas também ocorrem alterações nas relações interpessoais. O desenvolvimento social que ocorre no ambiente escolar, familiar entre outros podem ser preditores da depressão na adolescência segundo Chaves e colaboradores (1993). Segundo Bordin e Offord (2000), a dificuldade de socialização na escola pode ser um indicador de depressão quando acompanhado de outros diversos comportamentos, como por exemplo as dificuldades escolares, que somada com a falta de suporte familiar pode haver uma piora abrupta no funcionamento psicológico. Ainda de acordo com os autores Bordin e Offord (2000), a falta de suporte familiar pode vir de várias formas, como por exemplo o estereótipo de adolescente irritado e aborrecido com tudo, este pensamento dos pais pode levar a alguns extremos, como conflitos familiares ou a normatização destes comportamentos, que podem acarretar numa falha de comunicação entre os pais e responsáveis para com seus filhos, isso pode trazer sentimentos de inutilidade 19 e desamparo para o adolescente, que serviriam de incentivo para seu isolamento social, tanto no ambiente familiar quanto no ambiente escolar. Nos últimos anos, os padrões de adoecimento físico e mental de crianças e adolescentes podem ser percebidos de forma distinta. Dos problemas que afetam as relações familiares e sociais, “um dos principais citados são os emocionais e os de conduta que chegam a ser até 20% dos casos, causando um enorme peso na vida da criança e ou adolescente” (LOPES et al., 2016, p. 2). No Brasil, um estudo conduzido em São Paulo coletou dados da população geral, relatando que quanto aos transtornos de ansiedade, a idade média é de 13 anos de idade e para transtornos do controle de impulsos a média é de 14 anos de idade (LOPES et al., 2016). Com base em dados da OMS (2001), os transtornos mentais são divididos em dois grupos, sendo eles: transtornos do desenvolvimento psicológico e os transtornos de comportamento e emocionais. Os transtornos do desenvolvimento psicológico, tem sua aparição na primeira e segunda infância, lincada com o comprometimento do desenvolvimento de algumas funções ligadas a maturação biológica do sistema nervoso central. Muito dos casos que possuem esse transtorno, há o comprometimento de funções da linguagem, habilidades de espaçamento e habilidades motoras (OMS, 2001, p. 35). Enquanto os transtornos de comportamento e emocionais, são caracterizados: pelo aparecimento de um comportamento agressivo e dissocial, relacionados a sinais de sintomas da depressão, ansiedade ou de transtornos emocionais. Este segundo grupo ocorre durante os primeiros cinco anos de vida do indivíduo, podendo acarretar déficit cognitivo e até mesmo em um atraso significante motor e linguístico (OMS, 2001, p. 35). Quadro 1: Principais transtornos mentais da Infância e adolescência. Transtornos do Desenvolvimento Retardo mental: Transtorno invasivo do desenvolvimento: Autismo, transtorno de Asperg, de Rett, desintegrativo da Infância e transtornos invasivos do desenvolvimento sem outra especificação; Transtorno da aprendizagem: da leitura, da matemática; expressão escrita e transtorno da aprendizagem sem outra especificação. 20 Transtorno de Comportamento Disruptivo Transtorno de comportamento e transtorno de conduta (TC), transtorno opositivo desafiador (TOD) e transtorno de comportamento sem outra especificação; Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Transtorno de Humor Transtorno depressivo – depressão unipolar (transtorno Depressivo Maior – TDM, distímico, depressivo sem outra especificação). Transtornos bipolares e baseados na etiologia. Transtorno de Alimentação Anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtornos da alimentação da primeira infância. Transtorno de Excreção Encoprese, enurese. Transtorno por uso de substâncias Álcool, drogas e outras substâncias. Outros Esquizofrenia. FONTE: APA, 2002: OMS, 1993. Ressaltaremos dos transtornos do humor, por se tratar foco deste estudo, o transtorno depressivo, a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) utilizam parâmetros clínicos como duração, persistência, abrangência, perturbação do funcionamento psicológico e fisiológico e desproporção em relação a um fator desencadeante. Para o DSM-V (2014, p. 125), existem nove critérios intitulados como principais, sendo eles: 1- Humor deprimido, 2- Acentuada diminuição de interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades diárias, 3- Perda ou ganho significativo de peso, 4- Insônia ou hipersonia quase diária. 5. Agitação ou retardo psicomotor, 6- Fadiga ou perda de energia, 7- Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada, 8- Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar e por fim, 9- Pensamentos recorrentes de morte e tentativas de suicídio. Sendo que os dois primeiros critérios são necessários para o diagnóstico, junto a aparição de pelo menos cinco. 21 O transtorno depressivo maior, possui três fases que caracterizam seu andamento. Essas são, a fase aguda com duração de dois a três meses, a fase de continuação de quatro a nove meses e a última, fase de manutenção que dura de um a mais anos. Por ser um espectro muito complexo, ele possui três níveis de gravidade, onde neles se baseiam o tratamento. Citando assim, grau leve, onde o indivíduo possui poucos sintomas e o quadro clínico é de fácil manejo, o nível moderado no qual os sintomas depressivos oscilam entre os níveis leve e grave, e por fim, o grau grave que possui tamanha complexidade, já que seu quadro clínico e sintomas são de difícil manejo (DSM-V, 2014). De acordo com Calderaro e Carvalho (2005) os sintomas de depressão em uma criança não se apresentam da mesma forma que nos adultos: Os pais ou responsáveis geralmente procuram ajuda do pediatra por problemas que inicialmente não são identificados como sendo de depressão. As principais queixas orgânicas são cefaleia, dores abdominais, diarreia. Aparecem também a falta de apetite ou apetite exagerado, insônia, irritabilidade, agressividade ou passividade exagerada, choro sem razão aparente, dificuldades cognitivas, comportamento anti-social, indisciplina, ideias ou comportamento suicidas (CALDERARO; CARVALHO, 2005, p. 182). A depressão foi considerada pela OMS (2016) como o “mal do século XXI”, atingindo grande parte da população mundial e aumentando sua incidência a cada ano. A psicologia já mostra interesse no estudo da depressão no mundo todo, tendo milhares de pesquisas sobre o assunto e como ele não discrimina por etnia, idade, localização geográfica e nem sexo, é um transtorno que pode atingir qualquer pessoa. Ao abordar depressão na adolescência é possível encontrar diversas pesquisas com diferentes embasamentos teóricos e diferentes ângulos de abordagem, inclusive o social, que é um grande fator para como um adolescente é afetado e lida com a depressão. Mesmo sendo um tópico de pesquisa que vem crescendo gradativamente, nota-se a escassez de informações quando se refere ao conhecimento dos pais diante deste assunto e as formas como eles lidam com a depressão de seus filhos nos dias de hoje. Faz-se então necessário compreender o que os pais ou responsáveis pensam sobre a depressãona adolescência, seu entendimento sobre o assunto, 22 experiências já vivenciadas e sua forma de lidar com este tema delicado e muito recorrente nos dias de hoje para futuramente orientá-los. 23 2 OBJETIVOS O objetivo principal deste estudo foi averiguar a compreensão dos pais ou responsáveis sobre a depressão na adolescência e quanto este conhecimento ou falta de conhecimento podem afetar a vida do adolescente com depressão. 24 3 METODOLOGIA A metodologia escolhida para realização do trabalho foi a pesquisa com abordagem quantitativa, que segundo Knechtel (2014), é um tipo de pesquisa que possui base em testes e teorias e que possuem variáveis quantificadas em números, onde pode-se analisar de modo estatístico e com a intenção de generalizar a teoria. Com delineamento transversal, que traz a investigação de um determinado assunto, é considerada dinâmica. De acordo com Rouquayrol (1994), a pesquisa transversal é um estudo epidemiológico, no qual fator e efeito são observados num mesmo momento histórico e que, atualmente, tem sido o mais empregado. 3.1 PARTICIPANTES Foram convidados a participar da pesquisa homens ou mulheres, que residam na cidade de São Paulo e que tenham pelo menos um filho, com idade entre 10 e 14 anos e que tenham acesso ao convite e pesquisa no período determinado para coleta de dados. A amostragem de participantes do estudo foi selecionada através da internet, com o envio do link do questionário em grupos do WhatsApp, Facebook, através dos métodos de conveniência e “bola de neve”, nos quais o pesquisador convoca os entrevistados, através de contato direto, e solicita que estes indiquem outros candidatos para a composição da amostra. Os critérios de exclusão adotados foram: pais e mães que possuam filhos com idades inferiores ou superiores à delimitada para a pesquisa. 3.2 INSTRUMENTOS O instrumento utilizado será um questionário, com 18 perguntas objetivas (Apêndice A). O questionário é um conjunto de questões que tem o objetivo de levantar informações sobre os participantes pesquisados, com a finalidade de ter conhecimento sobre a opinião dos mesmos sobre os assuntos perguntados. As questões devem ser claras, para que todos possam compreender o que está sendo perguntado, e objetivas, para que não há dúvidas ou uma interpretação equivocada das perguntas ou respostas. As perguntas podem ser fechadas, em 25 que as respostas são predefinidas pelas pesquisadoras e o entrevistado tem que escolher uma opção dentre todas, ou abertas, em que o participante pode formular as respostas com suas próprias palavras (SEVERINO, 2013). 3.3 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS A pesquisa ocorreu na cidade de São Paulo. Após a aprovação deste projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética, iniciou-se o processo de busca pelos participantes que se enquadraram nos critérios de inclusão. Todo o contato com os participantes durante a pesquisa foi realizado remotamente. No convite (Apêndice B), que foi enviado pelo aplicativo WhatsApp ou postado online nas redes sociais, os participantes foram informados dos objetivos da pesquisa e então puderam formalizar seu consentimento com o preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apêndice C), para então aceder ao link do formulário. A duração máxima do preenchimento do questionário era de 20 minutos. O questionário é anônimo, de forma a preservar o sigilo, confidencialidade e segurança de todas as informações coletadas. 3.4 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE DADOS O método utilizado para a análise de dados, foi a estatística descritiva, que tem como objetivo concentrar uma série de informações da mesma natureza, permitindo dessa forma que se tenha uma visão geral da variação dessas informações, podendo ser organizado de três maneiras: tabelas, gráficos e de modo descritivo. 3.5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS Este projeto de pesquisa atendeu as normas da Resolução nº 466/12, do CONEP, e ao disposto na Resolução nº 016/2000 do Conselho Federal de Psicologia. Teve início após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário São Camilo. 26 4 RISCOS E BENEFÍCIOS Benefícios: A pesquisa pretendeu promover maior conhecimento sobre o tema abordado e os participantes do estudo puderam se beneficiar indiretamente com os conhecimentos adquiridos após a sua conclusão, visto que, a partir desta, pretendeu-se obter uma melhor compreensão do fenômeno da depressão na adolescência, fenômeno cada vez mais comum nas famílias brasileiras. Riscos: O procedimento utilizado foi considerado de risco mínimo. Assim, por tratar de temas relacionados ao convívio diário, a pesquisa poderia mobilizar emoções e desencadear alterações emocionais negativas ao evocar memórias no decorrer do preenchimento do instrumento. Neste caso, se o participante experimentasse algum desconforto ou incômodo com qualquer pergunta, poderia optar em não responder ou interromper sua participação a qualquer momento do estudo. Caso interrompesse sua participação, seus dados não seriam analisados. Caso sinta algum desconforto emocional que necessite maior atenção, poderia ser encaminhado(a) para avaliação e atendimento psicológico gratuitos na Clínica Psicológica do Centro Universitário São Camilo. 27 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a aplicação do formulário, as respostas foram tabuladas e analisadas. O formulário de pesquisa era composto por 18 perguntas com respostas de múltipla escolha. Antes de ter acesso ao questionário, os voluntários tinham que dar sua anuência em participar da pesquisa, estando de acordo com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido apresentado na primeira página. 5.1 DESCRIÇÃO DA AMOSTRA Dos 57 entrevistados 84,2% (n=48) alegam que possuem filhos nessa faixa etária, os outros 15,8% (n=9) responderam de forma negativa. Os participantes são 77,2% (n=44) do sexo feminino (conforme Figura 1). Figura 1. Quantidade de participantes por sexo. Dos 57 entrevistados 5,3% (n=3) se enquadraram na faixa etária de 18 até 25 anos e 40,4% (n=23) entre 36 e 46 anos (Figura 2). Figura 2. Faixa etária dos participantes. 28 A maioria dos participantes, 52,6% (n=30) possuem 2 filhos e apenas 5,3% (n=3) possuem 4 ou mais filhos (Figura 3). Figura 3. Quantidade de filhos de cada participante. Com relação a idade das crianças observou-se que nesta amostra a maioria 35,1% (n=20) tem filhos com mais de 14 anos, 28,1% (n=16) tem filhos que estão com 10 anos de idade, seguido por 24,6% (n=14) que possuem filhos na faixa etária abaixo de 10 anos (Figura 4). Figura 4. Faixa etária dos filhos dos participantes. 5.2 COMPREENSÃO DOS PAIS X DEPRESSÃO Quando perguntado sobre a frequência com a qual eles pesquisavam sobre depressão (Figura 5) os resultados apontam para: 8,8% (n=5) alegaram pesquisar muito frequentemente; 24,6% (n=14) alegam pesquisar frequentemente; 33,3% (n=19) alegaram pesquisar as vezes; 26,3% (n=15) alegaram pesquisar raramente e 7% (n=4) alegaram que não pesquisam sobre o assunto. 29 Figura 5. Frequência que os participantes pesquisam sobre depressão Em seguida, os participantes responderam sobre o seu entendimento referente ao tema abordado. Dentre as 57 respostas, 98,2% (n=56) relataram que sabem o que é depressão e apenas 1,8% (n=1) relatou não saber o que é depressão. Foi perguntado se já houve algum caso de depressão com algum familiar ou amigo próximo. Dentre as respostas, 93% (n=53) responderam que sim e os outros 7% (n=4) responderam de forma negativa. Sobre às formas de detectar a depressão e o conhecimento dos participantes acercado tema, pode-se analisar que 80,7% (n=47) dizem saber detectar a depressão e 19,3% (n=11p) dizem não conseguir detectar a depressão, pois segundo os mesmos, eles não possuem esse conhecimento. Em nossa pesquisa 98,2% dos participantes alegam saber o que é depressão, 80,7% relatam saber detectá-la e 33,3% alegam pesquisar sobre o tema, porém estes resultados mostram-se diferentes quando comparamos estes resultados com os encontrados em outras pesquisas (IBOPE, 2017). Nesta pesquisa (IBOPE, 2017) com 2.000 participantes, constataram que 47% dos participantes alegavam que a depressão seria uma doença de alma e não a caracterizam como uma doença psicológica, mostrando assim a falta de compreensão e de pesquisas sobre o tema. Quanto a conhecimento sobre como lidar com pessoas diagnosticadas com depressão, dentre as respostas, 61,4% (n=35) relataram saber lidar com esta doença. De acordo com Bohry, Feitosa e Machado (2011) o auxílio da família e ou pessoas próximas tem um papel essencial durante o tratamento da depressão, porém nem sempre os envolvidos possuem o conhecimento 30 necessário acerca do tema, podendo acentuar o sofrimento do enfermo, sofrimento esse que gira em torno de um julgamento de pessoas próximas. Para Bertolini et al. (2009) o conhecimento não necessariamente deve ser voltado apenas para a saúde do paciente, já que esta condição afeta todas as suas relações interpessoais e principalmente as pessoas que se propõe a cuidar. Estes mesmos autores revelam que a ausência de cuidado e informações para com o familiar, pode acarretar má qualidade de vida, criando uma sobrecarga emocional, física e financeira, somando com responsabilidades excessivas. Já que os cuidados dedicados a pessoas com sintomas depressão muitas vezes é delicado, visto que a condição psíquica do indivíduo está fragilizada. No que diz respeito a identificação de sintomas por pais ou responsáveis dos adolescentes deprimidos, BRASIL (2020) discorrem sobre possíveis conflitos e interpretações errôneas por parte de familiares em relação a mudanças de comportamentos no filho. Comportamentos esses como alteração de humor e afastamento muitas vezes são considerados como ato de rebeldia por seus genitores. Por não saberem como lidar com estes pontos ou até mesmo sem compreender que se trata de um sintoma de depressão, familiares acabam tendo atitudes aversivas, que acarretam a vida do jovem um certo desconforto, afetando assim a comunicação entre pais e filhos. De acordo com os autores percebe-se que o entendimento acerca da depressão, engloba diversos fatores e não apenas o significado teórico da doença, tal como os participantes desta pesquisa (BERTOLINI et al., 2009; BOHRY; FEITOSA; MACHADO, 2011; BRASIL, 2020). Sobre os possíveis sintomas apresentados em uma pessoa com depressão, 82,5% (n=47) acreditam que humor deprimido seja um sintoma; 80,7% (n=46) acham que auto estima baixa se enquadra; 82,5% (n=47) assinalaram a alternativa sonolência ou insônia; 84,2% (n=48) acham que choros excessivos fazem parte do quadro de sintomas; 80,7% (n=46) assinalaram perda e ganho de peso; 56,1% (n=32) acham que introversão seja um sintoma; 31,6% (n=18) alegam que cansaço no final do dia seja um sintoma; 29,8% (n=17) 31 acham que fatores genéticos corroboram para o quadro de depressão; 57,9% (n=33) acreditam que falta de concentração seja um sintoma; 84,2% (n=48) alegam que diminuição de interesse pelas atividades rotineiras/vida seja um sinal de depressão; 80,7% (n=46) acham que aumento ou diminuição de apetite possa ser um sintoma e por fim, 26,3% (n=15) acreditam que o hiperfoco em algumas situações possa se enquadrar como um sintoma da depressão. No que se diz respeito a sintomatologia da depressão, de acordo com os resultados obtidos pelo estudo de Ortiz, Panhoça e Santos (2020), foi possível perceber que as pessoas acreditam que os principais sintomas da depressão sejam: tristeza, sonolência, alteração de apetite e desinteresses por algumas atividades. Essas respostas se assemelham ao que está escrito no DSM-5 (2014, p.125), onde refere-se como sintomas da depressão: Humor deprimido; acentuada diminuição de interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades diárias; Perda ou ganho significativo de peso; Insônia ou hipersonia quase diária; Agitação ou retardo psicomotor; Fadiga ou perda de energia; Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada; Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar. Sobre a depressão ter cura, 77,2% (n=44) relataram acreditar que a depressão tem cura. Segundo Razzouk (2016), não existe um tipo de cura específica para a depressão e nem para transtornos mentais, mas sim tratamentos que podem desacentuar a latência dos sintomas. Este autor discorre em seu estudo que o tratamento feito de forma correta pode sim restaurar a saúde mental do paciente. Para Avila, Lopes e Obara (2022), a depressão quando há um tratamento correto e medicamentoso reduz danos na vida do enfermo, danos esses que podem ser no âmbito pessoal, profissional e familiar. Em contrapartida, a ausência do acompanhamento e deste cuidado pode trazer riscos para ele, como recaídas e ideações suicidas. É de extrema importância observar e manter o comprometimento com as formas de tratamentos, para os sintomas acentuados não retornarem. 32 Sobre a faixa etária que os colaboradores julgavam menos propensa a ter depressão, 41,2% (n=24) escolheram a faixa etária entre 10 e 14 anos; 5,3% (n=3) assinalaram a faixa etária entre 15 e 20 anos; 28,1% (n=16) escolheram a faixa etária entre 20 e 25 anos e por fim, 24,6% (n=14) acreditam que a faixa etária menos propensa seja entre 30 e 50 anos (Figura 6). Em nossa pesquisa ficou evidente que os participantes acreditam que a faixa etária com menos chances de ter depressão é dos 10 aos 14 anos, porém vale ressaltar o aumento significativo de casos de depressão nesta faixa etária. De acordo com o estudo de Lage e Monteiro (2007), ressaltam dados que mostram o aumento de pessoas com depressão no mundo, argumentando que a depressão representará no futuro a segunda doença que mais afetará nos anos de vida útil da população mundial. Relatando que o transtorno em questão entra no ranking como o segundo lugar na faixa etária compreendida entre 15 a 44 anos, podendo se tornar um problema crônico ou recorrente que impossibilite ao sujeito cuidar de si mesmo e de suas atividades diárias. Em uma pesquisa feita e divulgada pelo IBGE (2019), constataram que a população que se enquadra na idade de 60 a 64 anos, tem uma maior probabilidade de ter depressão e a com menor probabilidade estão os indivíduos entre os 18 e 29 anos. Importante salientar que esses dados estão em constante mudança por diversos fatores importantes, fatores esses citados anteriormente. Outras informações relevantes de serem passadas é que na pesquisa em questão, indivíduos com ensino superior completo ou fundamental incompleto, indivíduos com recorte racial, principalmente pretos e pardos, estão mais propensos a terem depressão. Há também um foco maior identificado em mulheres, do que em homens. 33 Figura 6. Opinião dos participantes sobre as faixas etárias mais propensas a depressão. Sobre a frequência na qual os colaboradores presenciaram ou tiveram contato com adolescentes com depressão, 10,5% (n=6) relataram ter este contato muito frequentemente; 24,6% (n=14) contato frequentemente; 33,3% (n=19p) contato as vezes; 15,8% (n=9) contato raramente, e por fim, 15,8% (n=9) relatam nunca ter tido este contato. Figura 7. Frequência que os participantes têm contato com adolescentes com depressão. Foi questionado quais os eventos do cotidiano os participantes acreditavam serem facilitadores para a depressão na adolescência, 84,2% (n=48) acreditamque a falta de atenção dos pais seja um evento; 70,2% (n=40) selecionaram a opção de cyberbullying; 66,7% (n=38) relacionaram padrões estéticos como um fator e por fim, 63,2% (n=36) acreditam que situações escolares corroboram para a depressão na adolescência. Silva e Siqueira (2021), relatam em seu estudo que os fatores que colaboram para um possível caso de depressão são: relacionamento familiar, vulnerabilidade social, gênero/idade e insatisfação corporal. A falta de 34 estabilidade emocional dentro da família faz com que os adolescentes se sintam vulneráveis e sozinhos nessa etapa tão importante da vida, etapa essa que é imprescindível o apoio dos pais e responsáveis para a formação de personalidade, tomada de decisões e a formação do eu. A separação dos pais, relação deficiente entre ambos, a figura de padrastos e madrastas e baixa interação positiva entre filho e família contribuem significativamente para um abalo emocional que pode acarretar um transtorno depressivo. Já no que se diz respeito ao fator relacionado aos padrões estéticos, é notório que nos dias atuais os indivíduos mais afetados com essa distância do corpo perfeito são as mulheres, vale ressaltar que o uso das mídias sociais acentuou essa insatisfação e busca incessante pelo corpo ideal. Alguns estudos constataram que essa patologia está relacionada principalmente as mulheres de uma forma negativa, quando o assunto é a autoestima e insatisfação corporal. Ratificam também que a relação da imagem corporal com a depressão eleva a distância entre o real e o concreto, o que acaba intensificando a autocrítica e agravando os sintomas depressivos (FERNANDES et al., 2017; SANTOS et al., 2019 apud SILVA; SIQUEIRA, 2021). Para Lisboa e Wendt (2020), o cyberbullying pode interferir no desenvolvimento social e psicossocial nos jovens, que podendo ser percebido no âmbito familiar, escolar e pessoal. Em seu estudo, os autores, alegam que adolescentes que já sofreram cyberbullying ou bullying possuem uma pré- disposição aos sintomas de depressão, já que a tristeza, insegurança, insatisfação corporal, entre outros entram em latência nesses casos. Quando questionados se acreditavam que a tristeza é sinônimo de depressão, observa-se que um total de 34 participantes responderam positivamente, reforçando que as respostas obtidas se assemelham com outros estudos (DSM-5, 2014; ORTIZ; PANHOÇA; SANTOS, 2020), que mostram a tristeza como uma das principais características deste transtorno. Porém vale ressaltar, que este fenômeno de forma isolada não necessariamente caracterize um episódio de depressão. Para melhor entendimento, vale ressaltar que segundo Porto (1999) a tristeza é vista como uma resposta humana universal e natural à diversas situações, como luto, frustração, sensação de perda e brigas. 35 Embora a característica mais prevalente da depressão seja a sensação constante de tristeza e vazio, vale pontuar que não são todos os pacientes que relatam esse sintoma. A maioria deles percebem a sintomatologia da depressão, quando se deparam com sintomas como: perda de interesse em certas atividades, fadiga ou perda de energia, seguida pela queixa de cansaço exagerado (PORTO, 1999). Sobre a depressão poder levar ao suicídio, todos os 57 participantes responderam que concordam com esta afirmativa. De acordo com o estudo de Barbosa, Macedo e Silveira (2011) entende-se que o suicídio está associado a transtornos mentais e principalmente ao transtorno depressivo maior. A OMS, publicou que no ano de 2021 houve aproximadamente mais de um milhão de mortes em decorrência do suicídio. Basicamente um suicido a cada 20 segundos, número que impressiona se levarmos em conta que as tentativas podem ser de 10 a 20 vezes mais recorrentes em relação ao número de mortes efetivas. Segundo a Cartilha de Prevenção ao Suicídio, divulgada pelo CFM (2022), transtornos mentais como a depressão, ansiedade, dependências químicas entre outros, estão na maioria das vezes relacionados com casos de suicídio. Por fim, com o objetivo de entender quais seriam as ações tomadas pelos colaboradores no caso de alguém próximo estar com depressão, dentre as 57 respostas obtidas, 31,6% (n=18) relataram que levariam o conhecido para um acompanhamento terapêutico e 45,6% (n=26) relataram que iriam buscar ajuda de algum profissional. Antunes e Campos (2007), no decorrer de seu trabalho exploram a dificuldade dos pais em buscar uma ajuda profissional para seus filhos adolescentes que começaram a demonstrar alguns comportamentos que indicam a depressão. É importante enfatizar que no Brasil, pais e responsáveis veem como primeira opção a busca de um clínico geral e não um terapeuta ou psiquiatra, acreditando assim que os sintomas sejam associados à uma doença física e não psíquica, sem contar que muitos deixam de buscar tratamentos precoces para seus filhos por problemas financeiros ou por acreditar que seja uma “crise da idade”, a famosa “aborrecência”. 36 Bohry, Feitosa e Machado (2011), apontam que em grande parte dos casos, familiares e ou pessoas próximas apenas buscam ajuda externa após uma tentativa de suicídio. Onde ressaltam a importância da valorização dos sintomas apresentados pelo seu ente, para que o mesmo consiga obter um tratamento preventivo ao suicídio. A falta de conhecimento dos sintomas pode acarretar na busca tardia por auxílio de um profissional devidamente capacitado, podendo ocasionar uma piora no quadro depressivo do enfermo que consequentemente afeta os indivíduos de seu círculo social (ANTUNES; CAMPOS, 2007; BOHRY; FEITOSA; MACHADO, 2011). 37 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste estudo era verificar o conhecimento dos pais ou responsáveis sobre a depressão na adolescência e quanto este conhecimento ou a falta dele podem afetar de forma positiva ou negativa a vida do adolescente com depressão. Além disso discutir a problemática acerca do tema quando atrelada a falta de amparo parental e alguns contextos que possam influenciar. Para tanto utilizamos um questionário com 18 perguntas relacionadas a depressão na adolescência, destinado a pais e responsáveis de filhos de 10 a 14 anos de idade. Para o seu desenvolvimento foram abordadas temáticas tais como desenvolvimento infantil, onde foi possível investigar e compreender todo o processo de crescimento e entendimento de um indivíduo, culminando na adolescência período do desenvolvimento do nosso interesse. Logo após discutimos assuntos como a relação com pais e responsáveis e contexto escolar e familiar, na tentativa de elucidar os benefícios e malefícios que estas relações trazem para a vida do indivíduo. E por fim, abordamos a depressão na adolescência, traçando paralelos entre a patologia e a fase da vida em questão. Ao longo do estudo verificou-se que grande parte dos participantes entendem o que é depressão, mas que ainda há uma grande divisão de opiniões sobre sintomas indicativos da patologia e dúvidas sobre como lidar com uma pessoa que está com a mesma. Constatou-se também um resultado significativo em relação a quantidade de casos com pessoas próximas/conhecidas, o que pode revelar uma dificuldade em identificar uma pessoa com a patologia ou até mesmo círculos de amigos e parentes com poucos casos de depressão. Algumas dificuldades e limitações enfrentadas durante a realização do trabalho foi em relação a pesquisas especificas sobre depressão infanto-juvenil e o papel dos pais ou responsáveis nessas situações, na busca por artigos ou estudos com dados indicativos de depressão na adolescência, sejam esses quantitativos ou qualitativos, e sobre estudos atuais, sejam estes nacionais ou internacionais. 38 Além disso alguns dos resultados alcançados pelo estudo se mostraram diferentesde outros utilizados para a pesquisa literária, como a quantidade de pessoas que entendem o que é depressão e como ela pode surgir e afetar um sujeito, revelando que no nosso estudo realizado em 2022 a quantidade de participantes que tem noção e conhecimento sobre o que realmente é a patologia é maior do que os números revelados por estudos de 2017, o que pode implicar em um maior interesse da população sobre o assunto. Outro dado que chama a atenção é a quantidade de participantes que responderam saber lidar com uma pessoa com depressão, que foi mais da metade das respostas, de acordo com a literatura apresentada ao longo do trabalho a família se torna um grande fator no desenvolvimento ou tratamento de um indivíduo e que saber diferenciar os sintomas mais comuns da patologia para não confundi-los com uma errônea interpretação de “rebeldia” frequentemente atrelada a adolescência, é tão importante quanto saber detectar a depressão em si, este dado sobre saber como lidar quando relacionado com os resultados apresentados sobre o que os participantes fariam caso alguém próximo estivesse com depressão são reforçados, já que a maioria dos participantes responderam que buscariam ajuda externa de alguém que entende mais sobre o assunto, seja este um profissional de psicologia ou psiquiatria, portanto, entende-se que cada vez mais a família percebe o seu papel no tratamento de tal patologia, se colocando no lugar de responsáveis pela criança ou adolescente. Pode-se pensar através das dificuldades enfrentadas que a escassez de estudos atuais sobre a depressão na adolescência demonstra um desinteresse que vai em uma direção contrária aos acontecimentos atuais, já que cada vez mais este assunto deixa de ser visto como algo que não é digno de discussão e se torna mais aparente, seja em estudos ou em número de casos mundiais da patologia, e mesmo assim a depressão na adolescência parece ser deixada de lado ou simplesmente ignorada. Com a globalização e as mídias sociais diversos relatos de adolescentes com sintomas ou até mesmo exposições explicitas sobre casos de ideações suicidas ou suicídios cometidos por pessoas nessa faixa etária, é perceptível e inegável que a depressão não discrimina por idade e afeta crianças e 39 adolescentes tanto quanto adultos e idosos, portanto pesquisas futuras sobre adolescência e depressão podem ser realizadas com o objetivo de enriquecer este assunto que pode ser muito explorado e estudado. Além disso para se ter um panorama amplo e claro sobre a relação da população brasileira sobre o assunto depressão, pode-se sugerir estudos que busquem entender melhor a dinâmica das famílias brasileiras, que em grande parte não são formadas pelo núcleo clássico de família, que envolve um pai, uma mãe e filhos, e que através de suas variações, sejam estas por quaisquer motivos, geram um ambiente diferente de desenvolvimento para a criança e ao adolescente, consequentemente influenciando seu crescimento saudável ou não. Também se indica futuros estudos que tenham um foco maior nos adolescentes, buscando entender sua visão de mundo na atualidade, e como suas vivências que são intensamente ligadas a tecnologia, podem afetar o seu desenvolvimento e avanço da infância, passando pela adolescência e caminhando para a vida adulta. 40 7. REFERÊNCIAS AMERICAN PSYCHIATRY ASSOCIATION (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais-DSM-V. Porto Alegre: Artmed, 2014. 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Para participar da pesquisa é necessário ser homens ou mulheres residentes no Estado de São Paulo, que possuam filhos na faixa etária entre 10 até 14 anos. Por favor, reserve algum tempo para ler as seguintes informações atentamente e sinta-se à vontade para entrar em contato caso tenha alguma dúvida. 1) Como será́ realizada esta pesquisa? Se concordar em fazer parte deste estudo, o(a) senhor(a) participará, remotamente, respondendo a 1 (um) questionário com 18 perguntas. As respostas não serão avaliadas como certas ou erradas, portanto, todas as respostas serão válidas e consideradas para o estudo. A pesquisa terá́ duração aproximada de 20 minutos através do Google Forms e pode ser preenchida por smartphones ou computadores. 2) Qual a relevância deste estudo? Esta pesquisa se justifica por buscar compreender o que os pais ou responsáveis de adolescentes sabem ou pensam sobre a depressão na adolescência, e como lidam ou lidariam com a depressão na adolescência. 3) Como serão utilizadas as informações coletadas dos participantes? Os dados pessoais serão mantidos em sigilo e serão preservadas a confidencialidade e segurança de todas as informações obtidas. https://forms.gle/UW3TP7uNBT7HKhVJA 46 4) Esta pesquisa trará algum benefício para os seus participantes? A pesquisa pretende promover maior conhecimento sobre o tema abordado e os participantes do estudo poderão se beneficiar indiretamente com os conhecimentos adquiridos após a sua conclusão, visto que, a partir destas, pretende-se obter uma melhor compreensão do fenômeno da depressão na adolescência, fenômeno cada vez mais comuns nas famílias brasileiras. 5) Esta pesquisa pode trazer algum risco para os seus participantes? O procedimento utilizado é considerado de risco mínimo. Assim, por tratar de temas relacionados ao convívio diário, a pesquisa poderá mobilizar emoções e desencadear alterações emocionais negativas ao evocar memórias no decorrer do preenchimento do instrumento. Neste caso, se o participante experimentar algum desconforto ou incômodo com qualquer pergunta, poderá optar em não responder ou interromper sua participação a qualquer momento do estudo. Caso interrompa sua participação, seus dados não serão analisados. Caso sinta algum desconforto emocional que necessite maior atenção, poderá ser encaminhado(a) para avaliação e atendimento psicológico gratuitos na Clínica Psicológica do Centro Universitário São Camilo. 6) Os participantes terão algum custo ou receberão algum valor por sua participação nesta pesquisa? As eventuais despesas necessárias para a realização da pesquisa não são de responsabilidade do participante e o(a) senhor(a) não receberá qualquer valor em dinheiro por sua participação. Em caso de dano pessoal comprovadamente causado pelos procedimentos deste estudo, o(a) senhor(a) tem direito de solicitar indenizações legalmente estabelecidas. 7) Caso queira esclarecer eventuais dúvidas ou tenha considerações a respeito dos procedimentos éticos que envolvem esta pesquisa, qual o contato dos responsáveis por este estudo? Para esclarecimento de dúvidas, o(a) senhor(a) poderá ter acesso ao profissional responsável pela pesquisa, a Profa. Dra. Cynthia Cassoni, que pode ser encontrada no endereço Rua Raul Pompeia, 144, Vila Pompeia, São Paulo, 47 SP, CEP: 05025-010, telefone: (11) 3465-2664. Para falar diretamente com os alunos pesquisadores que realizaram o questionário, fique à vontade para contatá-los via e-mail: giovanna.zeoli.sousa@aluno.saocamilo-sp.br ou matheus.miranda@aluno.saocamilo-sp.br
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