Buscar

TCC - Depressao na adolescencia_sob a perspectiva dos pais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO 
Curso de Psicologia 
 
 
 
 
 
Giovanna Zeoli Sousa 
Matheus De Souza Miranda 
 
 
 
 
 
 
 
DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA: SOB A PERSPECTIVA DOS PAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo - SP 
2022 
 
 
2 
 
Giovanna Zeoli Sousa 
Matheus De Souza Miranda 
 
 
 
 
DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA: SOB A PERSPECTIVA DOS PAIS 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao curso de Graduação em 
Psicologia do Centro Universitário São 
Camilo, orientado pela Prof.ª Drª Cynthia 
Cassoni, como requisito parcial para a 
obtenção do título de Psicóloga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo - SP 
2022 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Padre Inocente Radrizzani 
 
 
 
Sousa, Giovanna Zeoli 
 Depressão na adolescência: sob a perspectiva dos pais / Giovanna 
Zeoli Sousa, Matheus de Souza Miranda. -- São Paulo: Centro 
Universitário São Camilo, 2022. 
 52 p. 
 Orientação de Cynthia Cassoni. 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso de Psicologia (Graduação), 
Centro Universitário São Camilo, 2022. 
 1. Adolescentes 2. Depressão 3. Orientação 4. Pais I. Miranda, 
Matheus de Souza Il. Cassoni, Cynthia III. Centro Universitário São 
Camilo IV. Título 
 
 CDD: 616.8527 
 
 
 
4 
 
Giovanna Zeoli Sousa 
Matheus De Souza Miranda 
 
 
 
 
DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA: SOB A PERSPECTIVA DOS PAIS 
 
 
 
 
 
 
São Paulo, 17 de novembro de 2022 
 
 
 
 
 
___________________________________________________________________ 
Professora Orientadora (Cynthia Cassoni) 
 
 
 
 
 
___________________________________________________________________ 
Professora Examinadora (Rafaela Cocchiola) 
 
 
 
São Paulo 
2022 
 
 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Uma das fases mais importantes de nossas vidas está sendo concluída e com 
isso devemos agradecer um ao outro pelo companheirismo, paciência e 
comprometimento que tivemos durante estes cinco anos de faculdade. Saímos 
daqui com a certeza de que não seremos apenas uma dupla de TCC ou meros 
colegas de curso, mas sim, amigos para vida. 
Cabe aqui agradecer também aos nossos pais: Alessandra e Alexandre, Tania 
e Miraton, por todo apoio, investimento e amor dado em toda nossa trajetória e 
principalmente desde o início de uma das escolhas mais importantes já feitas. 
Devemos muito a vocês. 
Às nossas irmãs Sophia e Nathália, obrigada por nos ensinarem o que é o amor 
e a partilha, vocês são nossos maiores tesouros. 
Aos nossos amigos e familiares, obrigado por nos apoiarem, aplaudirem e 
estarem sempre por perto, foi bom ter chegado aonde chegamos com vocês do 
lado. 
A nossa maravilhosa Orientadora Cynthia, por sempre nos manter com os pés 
no chão e por nos orientar da forma mais empática e paciente possível para que 
esse trabalho fosse feito com máxima excelência, nossa eterna gratidão 
professora. 
Ao nosso quarteto fantástico, obrigada Fernanda e Julia, foi muito bom 
compartilhar momentos, conhecimentos, risadas e aflições durante esses anos 
de faculdade, encerramos este ciclo tendo a certeza de que com vocês tudo fluiu 
mais leve, obrigada por toda parceria. Seremos ótimos profissionais e amigos. 
Mesmo este trabalho sendo em dupla, eu Giovanna, não poderia deixar de 
agradecer meu namorado Silvio, por todo cuidado, amor e paciência diante as 
minhas angústias e medos, ter você ao meu lado para me amparar e me fazer 
seguir em frente foi essencial. 
E por fim, mas não menos importante, Deus, sem Ele nada disso estaria se 
concretizando. 
 
 
 
6 
 
RESUMO 
 
 
A adolescência é a fase entre a infância e a idade adulta com grande importância 
na construção da identidade do indivíduo. Sendo que a identidade pode ser 
considerada produto das relações biológicas e sociais que vão se interligando 
ao longo dos anos enquanto o indivíduo experencia a vida. Neste período da 
vida do indivíduo marcado por mudanças físicas e cognitivas também ocorrem 
alterações nas relações interpessoais. A dificuldade de socialização na escola 
pode ser um indicador de depressão quando acompanhado de outros diversos 
comportamentos, como exemplo a dificuldade escolar, que somada com a falta 
de suporte familiar pode haver uma piora abrupta no funcionamento psicológico. 
O objetivo deste trabalho foi averiguar a compreensão dos pais ou responsáveis 
sobre a depressão na adolescência e quanto este conhecimento ou falta de 
conhecimento podem afetar a vida do adolescente com depressão. Para tanto 
optou-se por uma pesquisa empírica quantitativa. Participaram da pais, mães ou 
responsáveis (n=57) de jovens de 10 a 14 anos de idade, que residiam na cidade 
de São Paulo. Os dados coletados foram organizados em: busca de informação 
sobre o tema; formas de detectar; conhecimento sobre o que é o transtorno; 
como lidar; principais sintomas; sobre os tratamentos; faixa etária mais 
propensa; eventos que podem ser facilitadores para o quadro de depressão e 
associação de tristeza e suicídio a depressão. Pode-se constatar que em sua 
grande maioria os participantes dizem entender e lidar com a depressão, porém 
ao traçarmos um paralelo entre a literatura e as respostas obtidas, foi possível 
perceber que a falta de conhecimento sobre o assunto de tamanha complexidade 
faz com que pessoas que acreditam saber e lidar com a patologia fiquem 
perdidos quando se deparam com casos em alguma de suas relações 
interpessoais. 
Palavras-chave: Depressão; Adolescência; Orientação para pais 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
ABSTRACT 
 
Adolescence is the stage between childhood and adulthood with great importan
ce in the construction of an individual's identity. Identity can be considered a pro
duct of biological and social relationships that are interconnected over the years
 while the individual experiences life. In this period of the individual's life, marked
 by physical and cognitive changes, changes in interpersonal relationships also 
occur. Difficulty in socializing at school can be an indicator of depression when a
ccompanied by other diverse behaviors, such as school difficulty, which, added t
o the lack of family support, can lead to an abrupt worsening of psychological fu
nctioning. The objective of this study was to investigate the understanding of par
ents or guardians about depression in adolescence and how much this knowled
ge or lack of knowledge can affect the life of adolescents with depression. There
fore, quantitative empirical research was chosen. The participants were fathers, 
mothers, or guardians (n=57) of young people aged between 10 and 14 years ol
d, who lived in the city of São Paulo. The collected data were organized in searc
h for information on the topic; ways to detect; knowledge about what the disorde
r is; how to deal; main symptoms; about treatments; age group most likely; even
ts that may facilitate depression and the association of sadness and suicide with
 depression. It can be seen that the vast majority of participants say they unders
tand and deal with depression, but when we draw a parallel between the literatu
re and the answers obtained, it was possible to perceive that the lack of knowle
dge on the subject of such complexity makes people who believe they know and
 deal with the pathology are lost when they come across cases in any of their int
erpersonal relationships. 
Keywords: Depression; Adolescence; guidance for parents 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 9 
1.1 Desenvolvimento Infantil ......................................................................... 9 
1.2Adolescência ......................................................................................... 12 
1.3 Relação com pais e responsáveis ........................................................... 13 
1.4 Contexto escolar e familiar ...................................................................... 14 
1.5 Adolescência X Depressão ..................................................................... 17 
2 OBJETIVOS ................................................................................................ 23 
3 METODOLOGIA .......................................................................................... 24 
3.1 Participantes ........................................................................................... 24 
3.2 Instrumentos ........................................................................................... 24 
3.3 Procedimento de coleta de dados ........................................................... 25 
3.4 Procedimento de análise de dados ......................................................... 25 
3.5 Considerações éticas .............................................................................. 25 
4 RISCOS E BENEFÍCIOS ............................................................................. 26 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 27 
5.1 Descrição da amostra ............................................................................. 27 
5.2 Compreensão dos pais X Depressão ...................................................... 28 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 37 
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 40 
APÊNDICES ................................................................................................... 45 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
 
Os impactos do ambiente, do círculo social e das responsabilidades 
escolares e familiares no desenvolvimento físico e psicológico de uma criança, 
para serem compreendidos, necessitam de um olhar acurado, sobre o 
desenvolvimento biológico e psicológico, e sobre a importância desses fatores 
em tal desenvolvimento. 
Segundo Piaget (1999), o desenvolvimento infantil começa desde o 
nascimento, esse contato com o externo desconhecido traz uma compreensão 
totalmente nova e diferente das experiências tidas dentro da barriga da mãe; a 
luz, o frio, o reconhecimento de seus membros, a noção do seu próprio corpo e 
de objetos externos se dão de forma gradual de acordo com os diferentes 
estímulos recebidos pelo bebê. 
O principal foco do trabalho de Piaget é a aprendizagem, segundo Pulaski 
(1980) a capacidade de adaptação dos seres vivos a diferentes situações e 
cenários é a base teórica e biológica dos estudos de Piaget. Entende-se que os 
estímulos do ambiente, sejam eles outras pessoas, situações sociais e novas 
experiências estão ligadas diretamente ao desenvolvimento do indivíduo e de 
sua aprendizagem, essa adequação do organismo leva a mudanças que 
resultam na maturação dele, passando então pelas fases do desenvolvimento. 
Observa-se assim, que o meio em que se está inserido tem grande 
influência na forma como o desenvolvimento da aprendizagem do indivíduo irá 
caminhar, já que a adaptação do organismo se dá através dos estímulos 
recebidos, fazendo com que a criança busque um equilíbrio em relação ao que 
se tem contato, juntando um antigo conhecimento com o novo apresentado pelo 
estímulo, assim readaptando o aprendizado. Piaget (2013) denomina estes 
processos: assimilação, acomodação e a adaptação, sendo que através da 
assimilação do estímulo apresentado pelo ambiente, o indivíduo é obrigado a se 
acomodar a estes novos pensamentos, e a se reajustar a eles, a adaptação seria 
o estágio final deste processo, o equilíbrio após a pessoa assimilar e acomodar 
o conhecimento. Esta internalização leva a compreensão de conteúdos externos. 
 
 
10 
 
Existem quatro estágios do desenvolvimento para Piaget (1999), o 
sensório motor (vai do nascimento até os 2 anos de idade), o pré-operacional 
(dos 2 anos até os 7), o operacional concreto (dos 7 anos até os 12), e as 
operações formais (dos 12 anos em diante). 
No estágio sensório motor o bebê aprende sobre si mesmo e o seu 
ambiente, ele compreende sua capacidade de movimentação e observa objetos 
externos, com intenção de alcançá-los, mas muitas vezes sem sucesso (TAILLE, 
1992). A partir disso a criança começa a combinar as suas ações imaginativas 
ou mentais com as físicas, se utilizando de gestos para se expressar. Segundo 
Papalia (2006), a criança começa a ter consciência das pessoas e objetos que a 
cercam, passando de forma saudável para o estágio pré-operatório. 
No período pré-operacional a criança começa a ter formações de ideias 
lógicas ao mesmo tempo que ainda carrega noções do período sensório motor, 
pensando que tudo está voltado ao seu desejo, por isso segundo Taille (1992) 
ela ainda é egocêntrica. De acordo com Papalia (2006) o egocentrismo da 
criança também a leva a atribuir vida a objetos externos, revelando uma pouca 
noção de eu, e essa confusão demonstra que sua relação com o real e o 
imaginário ainda não estão separadas. 
Ao chegar no estágio de operações concretas, a criança passa do 
pensamento egocêntrico e concreto para o questionamento de todos os fatores 
que envolvem um conteúdo, estruturando pensamentos com razão e incitando 
um raciocínio que leva em conta a realidade, nesse período não só a maturação 
como o ambiente e seus estímulos atuais e anteriores, irão influenciar nas 
capacidades de estrutura de pensamento e capacidade de organização 
(PIAGET, 1999). 
A criança terá um conhecimento real, correto e adequado de objetos e 
situações da realidade externa (esquemas conceituais), e poderá 
trabalhar com eles de modo lógico. Assim, a tendência lúdica do 
pensamento, típica da idade anterior, quando o real e o fantástico se 
misturam nas explicações fornecidas pela criança, será substituída por 
uma atitude crítica (RAPPAPORT, 1981, p.72). 
O estágio das operações formais é o último do desenvolvimento infantil. 
Segundo Piaget (1999) nesse período a criança chega ao pensamento 
“hipotético-dedutivo”, isto é, o pensamento cognitivo desenvolvido consegue 
 
 
11 
 
manipular informações de forma mais flexível, e não somente observando o real, 
suas conclusões não dependem apenas da realidade do fato apresentado e, sua 
capacidade de raciocínio ultrapassa o pensamento concreto presente na fase 
anterior, ela é mais crítica. 
Rappaport (1981) diz que é neste período que os adolescentes começam 
a compreender conceitos e termos, e o que estes significam, buscando refletir e 
julgar ideias e doutrinas, tentando criar suas próprias opiniões para apoiar o que 
acredita. “Com isso adquire capacidade para criticar os sistemas sociais e propor 
novos códigos de conduta; discute os valores morais de seus pais e constrói os 
seus próprios (adquirindo, portanto, autonomia)” (RAPPAPORT, 1981, p. 74). 
Piaget (1999) diz que é no decorrer desse processo crítico de tudo em sua 
volta, inclusive dos valores morais e ideias de seus pais, que ocorre a busca pela 
identidade, o adolescente procura criar seus próprios conceitos, tentando se 
desligar daquilo que julga incoerente. Este processo gera conflitos internos, já 
que a busca pela sua autonomia vai de encontro com aquilo que esta muitas 
vezes presente em sua volta, o mesmo ambiente que o estimulou a tal ponto de 
desenvolvimento. 
[...] graças a sua personalidade em formação, coloca-se em igualdade 
com seus mais velhos, mas sentindo-se outro, diferente deles, pela 
vida nova que o agita. É este o motivo pelo qual os sistemas ou planos 
de vida dos adolescentes são, ao mesmo tempo, cheios de 
sentimentos generosos, de projetos altruístasou de fervor místico e de 
inquietante megalomania e egocentrismo consciente (PIAGET, 1999, 
p.62). 
 
 Ao elucidar as fases do desenvolvimento através da teoria de Jean Piaget, 
podemos entender melhor a forma que os estímulos apresentados pelo ambiente 
afetam a aprendizagem da criança ao longo do seu crescimento. 
De acordo com Brentani et al (2014), este ambiente no qual a criança está 
inserida envolve relacionamentos sociais, com os pais, parentes e amigos. A 
escola é também um grande estimulador para o desenvolvimento cognitivo e 
emocional dessa criança, que será fortemente influenciada por esta desde a 
infância, criando repercussões durante toda a sua vida (BRENTANI et al., 2014). 
Os processos de desenvolvimento e aprendizagem infantil ocorrem 
continuamente nas relações que a criança estabelece desde seu 
nascimento, iniciando com seus pais e, depois, com cuidadores e 
 
 
12 
 
professores, profissionais de saúde, outras crianças e indivíduos da 
comunidade na qual está crescendo. Isto é, as crianças experienciam 
e aprendem no mundo através dos relacionamentos socioafetivos, e 
estes, por sua vez, influenciam todos os aspectos do desenvolvimento 
infantil. Além disso, ela também se beneficia de suas próprias ações 
em relação às pessoas com que convive e aos objetos que utiliza em 
seu cotidiano e nas brincadeiras. (BRENTANI et al., 2014, p. 06). 
 Compreende-se então que assim como os relacionamentos e estímulos 
positivos afetam a criança e seu desenvolvimento, os negativos fazem o mesmo. 
O empobrecimento ou negligência afetiva podem vir a se tornar fatores de risco 
para futuros distúrbios de comportamento ou psicossociais. 
1.2 ADOLESCÊNCIA 
Segundo Erikson (1976), a adolescência é a fase entre a infância e a idade 
adulta com grande importância na construção da identidade do indivíduo. Sendo 
que a identidade pode ser considerada produto das relações biológicas e sociais 
que vão se interligando ao longo dos anos enquanto o indivíduo experiência a 
vida. 
De acordo com Rossi et al. (2019) é possível entender que as vivências 
neste período são várias e distintas, tais como escolha profissional, pressão 
externa e interna de uma pretensão acadêmica valorizada, conflitos familiares, a 
“descoberta” da vida sexual, as transformações hormonais e as 
responsabilidades que são esperadas e cobradas de um jovem na nossa 
sociedade. Desta forma, essas crises de identidade ligadas com a idealização 
constante do futuro podem se tornar recorrentes, já que este período é repleto 
de mudanças e descobertas psicológicas e corporais. 
Para Papalia, Olds e Feldman (2006) a adolescência tem a duração 
aproximada de 10 anos, tendo seu início nos 11 anos de idade até meados dos 
20 anos, mas vale ressaltar que não existe consenso com relação ao seu início 
e término. No entanto, consideram que seu início coincida com o período da 
puberdade. 
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1983) e o Ministério da 
Saúde esta fase da vida dos indivíduos varia dos 10 aos 19 anos de idade. 
Enquanto para a Organização das Nações Unidas (ONU) ocorre entre os 15 e 
24 anos, usando esta faixa etária para fins estatísticos e políticos. No Brasil 
 
 
13 
 
utilizamos de forma constante o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), 
com base na lei brasileira n° 8069 de 13 de julho de 1990, que considera 
adolescente o indivíduo entre os 12 e 18 anos. 
A palavra “adolescência” tem uma dupla origem etimológica que 
caracteriza muito bem as especificidades desta etapa da vida. Ela vem 
do latim ad (a, para) e olescer (crescer), também deriva de adolescer 
(adoecer). Partindo da etimologia da palavra, significa então que o 
indivíduo está apto a crescer tanto físico com psicologicamente e para 
adoecer em termos de sofrimento emocional devido às transformações 
mentais e biológicas dessa fase da vida. (OUTERRIAL, 2008, p. 06). 
1.3 RELAÇÃO COM PAIS E RESPONSÁVEIS 
 
Segundo Castro (1998) o adolescente está cada vez mais solitário em 
relação a sua família. Enquanto seus pais estão preocupados com o sustento da 
casa, em ganhar dinheiro e em não perder tempo, o diálogo na família é muito 
pouco presente. Crianças e adolescentes são educados sob uma nova 
pedagogia: a da televisão, a mesma que trata de assuntos como a violência, a 
sexualidade, o amor, a traição e o eterno final feliz. 
Segundo Dessen e Polonia (2007), é de suma importância que a boa 
relação entre pais e filhos seja um dos pilares preservados e cultivados dentro 
de um ambiente familiar. Essa relação preservada, tem como objetivo melhorar 
a qualidade e o sucesso do desenvolvimento pessoal e social da criança, uma 
vez que o diálogo entre os componentes crie uma maior segurança emocional 
para o indivíduo. A ausência de uma relação saudável e a exposição da criança 
a práticas parentais inadequadas, como violências, brigas/conflitos ou um baixo 
envolvimento com pais ou responsáveis, pode acarretar fatores de risco para o 
desenvolvimento infantil, aumentando a vulnerabilidade a eventos ameaçadores, 
como exemplo, atos de agressividade e o envolvimento com drogas. 
Por outro lado, para Del Prette e Del Prette (1999) os pais que 
estabelecem um ambiente familiar acolhedor e que organizam contextos 
favoráveis para o desenvolvimento da criança estabelecem fatores de proteção 
diante dos eventos citados, aos quais as crianças podem vir a serem expostas. 
Para Bohanek et al. (2006), esse ambiente acolhedor prevê um padrão 
adequado de comunicação, onde os pais conseguem ajudar seus filhos a 
 
 
14 
 
identificarem emoções e ajuda-os a expressarem de uma forma melhor, seja por 
meio de conversa ou conselhos. 
Além disso, Dessen e Polonia (2007), citam a importância do 
comportamento verbal, no que diz respeito ao papel dos pais na aprendizagem 
interpessoal da criança; onde a forma como eles planejam e conduzem a 
educação dos filhos, seja de maneira positiva. Ou seja, um relacionamento 
sustentado por regras claras e diálogos, com informações sobre as 
contingências em vigor para os comportamentos sociais. Tais práticas 
aumentam a probabilidade de a criança desenvolver relações sociais saudáveis 
no âmbito familiar e com os pares. 
1.4 CONTEXTO ESCOLAR E FAMILIAR 
É preciso contextualizar de forma ampla as influências educacionais, 
sociais e psicológicas da escola enquanto instituição de ensino e aprendizagem, 
e da família no desenvolvimento saudável e patológico da criança e do 
adolescente. 
É preciso entender como esses dois núcleos sociais se ramificam e, são 
percebidos pela criança e pelo adolescente através do ponto de vista 
institucional, responsável pela inserção destes na sociedade adulta e competitiva 
do trabalho, e pela visão da criança e do adolescente que passam por anos e 
anos de sua infância e adolescência por diversos desafios e conflitos que estão 
fora de seu alcance de influência, além de diversas pressões geradas e apoiadas 
pela escola e seus próprios pais ou responsáveis. 
Diversas mudanças sociais, políticas e econômicas ocorreram a partir do 
século XVII, e tiveram grande influência na forma em que a família é percebida 
e apresentada diante a sociedade, deixando de ser um núcleo apenas 
comunitário para se tornarem responsáveis pela construção de caráter, 
desenvolvimento social e cognitivo e de personalidade dos indivíduos que farão 
parte desta. Esta é a família moderna, uma parte importante da estruturação das 
pessoas que convivem entre si e com a sociedade e cultura na qual estão 
inseridas (ARIÈS, 1981). 
 
 
15 
 
Dolto (1999) diz que as ações de uma família seguem de acordo com o 
que seus progenitores referiam como educação, e que essa educação 
transcende o discurso, indo ao ponto do que inspira a criança a querer “ser”: 
modo de ser que inspira à criança confiança em si ou desconfiança de 
si própria, que inculca o orgulho do seu sexo e de suas iniciativas, que 
lhe dá a segurançade que, faça o que fizer, é sempre amada, mesmo 
que seja às vezes repreendida (DOLTO, 1999, p. 41). 
Portanto é possível dizer que a família desempenha uma grande e 
essencial função no desenvolvimento de seus filhos, tanto cognitivo, quanto 
social e de personalidade. Além disso, os pais são os primeiros indicativos de 
presença de autoridade na vida dos filhos, autoridade essa que teria a 
responsabilidade de impor limites e implantar a noção de realidade na vida da 
criança segundo Rojas (2010), contendo seus impulsos destrutivos e auxiliando 
na inserção social. 
Como dito antes, as mudanças na forma em que a família é vista pela 
sociedade não param, assim como suas mudanças de agir e lidar com seus 
filhos, mas segundo Janin (2011), é importante salientar que independente das 
mudanças dos séculos nas configurações familiares esta, ainda é o primeiro 
grande modelo de identificação apresentado para a criança, que auxiliam no 
desenvolvimento infantil, seja ele saudável ou patológico. 
Assim, mesmo com a escola desempenhando uma grande parte do 
ensino da criança durante o seu crescimento, a família ainda tem o papel 
primordial do ensino no processo de escolarização dos filhos. Essas duas 
instituições possuem atividades e objetivos distintos, mas que se alinham, e tanto 
a família, a escola e a comunidade na qual a criança está inserida buscam um 
bom desempenho acadêmico, com cada um em seu devido papel. 
Por isso, cada vez mais cedo a criança é inserida na escola, durante 
períodos de desenvolvimento importantes que durante séculos estavam 
vinculados apenas a família, assim atividades básicas do cotidiano ou o ensino 
de relações sociais é atualmente ligado a escola, e a família acaba por depositar 
uma confiança na instituição escolar que se torna uma expectativa de criação de 
um “cidadão modelo”, transferindo uma grande responsabilidade para essa 
instituição, ao mesmo tempo que tira essa responsabilidade da família 
(MARIOTTO; SCHAEDLER, 2013). 
 
 
16 
 
É possível assim perceber uma descentralização da família no 
desenvolvimento dos filhos, já que esse lugar de ensino maior também está 
muito associado a escola hoje em dia, causando um processo de menor amparo 
psíquico dos pais à criança, tornando a escola uma instituição apoiadora nesta 
falta da família, Mariotto e Schaedler (2013 Apud MAINARDI; OKAMOTO, 2017 
p. 827). 
o espaço privilegiado de articulação entre o saber técnico dos médicos 
e a ortopedia química a ser realizada nas crianças, de modo a ajustá-
la a um ideal de normalidade engendrado na pós-modernidade, 
representado pelo sujeito bem adaptado, produtivo e feliz. 
Em um estudo realizado por Mainardi e Okamoto (2017), que buscou 
através de uma pesquisa qualitativa identificar as concepções e a compreensão 
da família a respeito da importância e do papel da escola e da família para o 
desenvolvimento das crianças, identificar a compreensão atual da família sobre 
a escola, e suas expectativas em relação a esta instituição como responsável 
pelos seus filhos e filhas durante o período letivo. 
Ao longo do estudo realizado é perceptível a confiança que pais e 
responsáveis demonstram em relação a escola, a vendo como mais que um 
ambiente de estudo e ensino, atribuindo também segurança a mesma, além de 
um conhecimento e capacidade que só se pode ter na escola, desqualificando a 
família como capaz de suprir essas necessidades da criança, como a de oferecer 
carinho, afeto e limites, seja essa por falta de tempo dos pais ou por falta de 
capacidade em relação a instituição segundo esses pais (MAINARDI; 
OKAMOTO, 2017). 
É indispensável a presença e capacidade dos pais para orientar de forma 
saudável o desenvolvimento de comportamentos considerados como adequados 
para se conviver em sociedade e se adaptar a vigências culturais (MARINHO-
ARAÚJO, 2010). Portanto essa responsabilidade deve ser primordialmente da 
família com o auxílio da escola, não apenas da escola. Segundo Marinho-Araújo 
(2010) também demonstra que esta responsabilidade que pais atribuem a escola 
está ligada a busca por um futuro promissor para os filhos, dando aos pais um 
papel de provedores de instrumentos para que o filho atinja esse futuro, já que 
as necessidades escolares e de formação cada vez mais especializada é 
necessária para um alcance financeiro e cultural maior. 
 
 
17 
 
A posição desempenhada pela família frente ao desenvolvimento das 
crianças, segundo as mães, sempre está ligada à escola, ou seja, 
incentivar os filhos no estudo [...] No lugar da função de contenção, 
surge a necessidade de motivar os filhos para os estudos, o que 
demonstra a mudança no lugar ocupado pelos pais, que passam a 
ocupar um lugar secundário ao da escola, uma vez que sua principal 
ação relaciona-se à preocupação com o desempenho e o 
desenvolvimento futuro dos filhos (MAINARDI; OKAMOTO, 2017, p. 
835). 
Com o estudo apresentado é possível compreender a importância da 
família na estruturação psíquica e social da criança e da escola como provedora 
dos mesmos aspectos familiares, assim como a mudança ao longo dos séculos 
da família e da escola como instituições importantes para o desenvolvimento 
infantil e da adolescência. 
pode-se notar um descompasso entre a função familiar e a escolar. 
Verifica-se que a família deposita grande parte da expectativa e da 
responsabilidade sobre o desenvolvimento, tanto cognitivo quanto 
emocional de seus filhos, na instituição escolar, alegando falta de 
conhecimento e tempo para o desempenho de tais funções. [...] Dessa 
forma, restaria à escola, por sua vez, incorporar e se responsabilizar 
por papeis que anteriormente não era necessário desenvolver nesse 
âmbito institucional (MAINARDI; OKAMOTO, 2017, p. 836). 
1.5 ADOLESCÊNCIA X DEPRESSÃO 
 
 Segundo o DSM-5 (2014) um grau de tristeza muito grave ou persistente, 
que diminui o interesse do indivíduo em realizar suas tarefas diárias ou que 
interfere em seu dia a dia pode ser indicativo de depressão, mas apenas tristeza 
não pode ser entendida como depressão, como no caso de uma pessoa que está 
em luto e passa por um período de tristeza excessiva que é derivada da perda 
de alguém querido, portanto, o que se deve levar em consideração não é apenas 
a tristeza em si, mas o quanto ela dura e como ela afeta o dia a dia da pessoa. 
Diversas abordagens da psicologia estudam o fenômeno da depressão e 
entendem essa patologia através de diferentes escopos. Segundo Cavalcante 
(1996) a perspectiva analítico-comportamental entende a depressão a partir de 
uma interação social, expandindo o seu entendimento para uma análise 
multidefinida, ou seja, uma influência de diversas fatores ambientais que levam 
em conta principalmente as interações com a comunidade em volta do sujeito: 
Ao lado de outros fatores, múltiplas influências culturais podem 
contribuir para a depressão como, por exemplo, a crescente alienação 
e estresse presentes nas sociedades industriais e crenças culturais 
acerca do comportamento humano. Neste último caso, a crença de que 
 
 
18 
 
eventos internos são as causas do comportamento e o conceito de 
saúde psicológica, propagado pela mídia -que reúne elementos como 
garantia de recursos económicos suficientes, prazer e relações 
humanas tranquilas e ausência de sentimentos e pensamentos 
perturbadores- seriam particularmente úteis para uma melhor 
compreensão da depressão (CAVALCANTE, 1996, p. 3). 
 Já para a psicanálise segundo Ferreira, Gonçalves e Mendes (2014, p. 
06) o uso psicanalítico do termo “depressão” pode ser atribuído a duas 
definições: 
uma se refere à noção mecanicista da depressão como uma queda, 
um decréscimo numa função psíquica qualquer, queda atribuída a uma 
insuficiência libidinal. A outra definição está relacionada a um estado 
de sofrimento psíquico. 
 Ao contrário da definição analítico-comportamental, que busca auxílio no 
ambiente e como o sujeito se relacionacom ele, a psicanálise analisa como o 
sujeito se relaciona consigo mesmo, ou seja, com o inconsciente e como a 
patologia surge no exterior, a entendendo como um problema mais interno do 
que externo. Independente da abordagem utilizada é entendido que a depressão 
não discrimina por idade ou sexo, podendo afetar idosos, adultos, crianças e 
adolescentes, que acumulam diversas variáveis que influenciam o surgimento 
dessa patologia. 
Na adolescência, período da vida do indivíduo marcado por mudanças 
físicas e cognitivas também ocorrem alterações nas relações interpessoais. O 
desenvolvimento social que ocorre no ambiente escolar, familiar entre outros 
podem ser preditores da depressão na adolescência segundo Chaves e 
colaboradores (1993). Segundo Bordin e Offord (2000), a dificuldade de 
socialização na escola pode ser um indicador de depressão quando 
acompanhado de outros diversos comportamentos, como por exemplo as 
dificuldades escolares, que somada com a falta de suporte familiar pode haver 
uma piora abrupta no funcionamento psicológico. 
Ainda de acordo com os autores Bordin e Offord (2000), a falta de suporte 
familiar pode vir de várias formas, como por exemplo o estereótipo de 
adolescente irritado e aborrecido com tudo, este pensamento dos pais pode levar 
a alguns extremos, como conflitos familiares ou a normatização destes 
comportamentos, que podem acarretar numa falha de comunicação entre os pais 
e responsáveis para com seus filhos, isso pode trazer sentimentos de inutilidade 
 
 
19 
 
e desamparo para o adolescente, que serviriam de incentivo para seu isolamento 
social, tanto no ambiente familiar quanto no ambiente escolar. 
Nos últimos anos, os padrões de adoecimento físico e mental de crianças 
e adolescentes podem ser percebidos de forma distinta. Dos problemas que 
afetam as relações familiares e sociais, “um dos principais citados são os 
emocionais e os de conduta que chegam a ser até 20% dos casos, causando 
um enorme peso na vida da criança e ou adolescente” (LOPES et al., 2016, p. 
2). No Brasil, um estudo conduzido em São Paulo coletou dados da população 
geral, relatando que quanto aos transtornos de ansiedade, a idade média é de 
13 anos de idade e para transtornos do controle de impulsos a média é de 14 
anos de idade (LOPES et al., 2016). 
Com base em dados da OMS (2001), os transtornos mentais são divididos 
em dois grupos, sendo eles: transtornos do desenvolvimento psicológico e os 
transtornos de comportamento e emocionais. 
Os transtornos do desenvolvimento psicológico, tem sua aparição na 
primeira e segunda infância, lincada com o comprometimento do 
desenvolvimento de algumas funções ligadas a maturação biológica do 
sistema nervoso central. Muito dos casos que possuem esse 
transtorno, há o comprometimento de funções da linguagem, 
habilidades de espaçamento e habilidades motoras (OMS, 2001, p. 
35). 
Enquanto os transtornos de comportamento e emocionais, são 
caracterizados: 
pelo aparecimento de um comportamento agressivo e dissocial, 
relacionados a sinais de sintomas da depressão, ansiedade ou de 
transtornos emocionais. Este segundo grupo ocorre durante os 
primeiros cinco anos de vida do indivíduo, podendo acarretar déficit 
cognitivo e até mesmo em um atraso significante motor e linguístico 
(OMS, 2001, p. 35). 
Quadro 1: Principais transtornos mentais da Infância e adolescência. 
Transtornos do 
Desenvolvimento 
Retardo mental: Transtorno invasivo do 
desenvolvimento: Autismo, transtorno de Asperg, de 
Rett, desintegrativo da Infância e transtornos invasivos 
do desenvolvimento sem outra especificação; Transtorno 
da aprendizagem: da leitura, da matemática; expressão 
escrita e transtorno da aprendizagem sem outra 
especificação. 
 
 
 
20 
 
Transtorno de 
Comportamento 
Disruptivo 
Transtorno de comportamento e transtorno de conduta 
(TC), transtorno opositivo desafiador (TOD) e transtorno 
de comportamento sem outra especificação; Transtorno 
de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). 
Transtorno de Humor Transtorno depressivo – depressão unipolar (transtorno 
Depressivo Maior – TDM, distímico, depressivo sem 
outra especificação). Transtornos bipolares e baseados 
na etiologia. 
Transtorno de Alimentação Anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtornos da 
alimentação da primeira infância. 
Transtorno de Excreção Encoprese, enurese. 
Transtorno por uso de 
substâncias 
Álcool, drogas e outras substâncias. 
Outros Esquizofrenia. 
FONTE: APA, 2002: OMS, 1993. 
 
Ressaltaremos dos transtornos do humor, por se tratar foco deste estudo, 
o transtorno depressivo, a Classificação Internacional de Doenças e Problemas 
Relacionados à Saúde (CID-10) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais (DSM-V) utilizam parâmetros clínicos como duração, 
persistência, abrangência, perturbação do funcionamento psicológico e 
fisiológico e desproporção em relação a um fator desencadeante. 
Para o DSM-V (2014, p. 125), existem nove critérios intitulados como 
principais, sendo eles: 
1- Humor deprimido, 2- Acentuada diminuição de interesse ou prazer 
em todas ou quase todas as atividades diárias, 3- Perda ou ganho 
significativo de peso, 4- Insônia ou hipersonia quase diária. 5. Agitação 
ou retardo psicomotor, 6- Fadiga ou perda de energia, 7- Sentimentos 
de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada, 8- Capacidade 
diminuída para pensar ou se concentrar e por fim, 9- Pensamentos 
recorrentes de morte e tentativas de suicídio. 
Sendo que os dois primeiros critérios são necessários para o diagnóstico, 
junto a aparição de pelo menos cinco. 
 
 
21 
 
O transtorno depressivo maior, possui três fases que caracterizam seu 
andamento. Essas são, a fase aguda com duração de dois a três meses, a fase 
de continuação de quatro a nove meses e a última, fase de manutenção que 
dura de um a mais anos. Por ser um espectro muito complexo, ele possui três 
níveis de gravidade, onde neles se baseiam o tratamento. Citando assim, grau 
leve, onde o indivíduo possui poucos sintomas e o quadro clínico é de fácil 
manejo, o nível moderado no qual os sintomas depressivos oscilam entre os 
níveis leve e grave, e por fim, o grau grave que possui tamanha complexidade, 
já que seu quadro clínico e sintomas são de difícil manejo (DSM-V, 2014). 
De acordo com Calderaro e Carvalho (2005) os sintomas de depressão 
em uma criança não se apresentam da mesma forma que nos adultos: 
Os pais ou responsáveis geralmente procuram ajuda do pediatra por 
problemas que inicialmente não são identificados como sendo de 
depressão. As principais queixas orgânicas são cefaleia, dores 
abdominais, diarreia. Aparecem também a falta de apetite ou apetite 
exagerado, insônia, irritabilidade, agressividade ou passividade 
exagerada, choro sem razão aparente, dificuldades cognitivas, 
comportamento anti-social, indisciplina, ideias ou comportamento 
suicidas (CALDERARO; CARVALHO, 2005, p. 182). 
A depressão foi considerada pela OMS (2016) como o “mal do século 
XXI”, atingindo grande parte da população mundial e aumentando sua incidência 
a cada ano. A psicologia já mostra interesse no estudo da depressão no mundo 
todo, tendo milhares de pesquisas sobre o assunto e como ele não discrimina 
por etnia, idade, localização geográfica e nem sexo, é um transtorno que pode 
atingir qualquer pessoa. 
Ao abordar depressão na adolescência é possível encontrar diversas 
pesquisas com diferentes embasamentos teóricos e diferentes ângulos de 
abordagem, inclusive o social, que é um grande fator para como um adolescente 
é afetado e lida com a depressão. 
Mesmo sendo um tópico de pesquisa que vem crescendo gradativamente, 
nota-se a escassez de informações quando se refere ao conhecimento dos pais 
diante deste assunto e as formas como eles lidam com a depressão de seus 
filhos nos dias de hoje. 
Faz-se então necessário compreender o que os pais ou responsáveis 
pensam sobre a depressãona adolescência, seu entendimento sobre o assunto, 
 
 
22 
 
experiências já vivenciadas e sua forma de lidar com este tema delicado e muito 
recorrente nos dias de hoje para futuramente orientá-los. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
2 OBJETIVOS 
 
O objetivo principal deste estudo foi averiguar a compreensão dos pais 
ou responsáveis sobre a depressão na adolescência e quanto este 
conhecimento ou falta de conhecimento podem afetar a vida do adolescente com 
depressão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
3 METODOLOGIA 
 
A metodologia escolhida para realização do trabalho foi a pesquisa com 
abordagem quantitativa, que segundo Knechtel (2014), é um tipo de pesquisa 
que possui base em testes e teorias e que possuem variáveis quantificadas em 
números, onde pode-se analisar de modo estatístico e com a intenção de 
generalizar a teoria. 
Com delineamento transversal, que traz a investigação de um 
determinado assunto, é considerada dinâmica. De acordo com Rouquayrol 
(1994), a pesquisa transversal é um estudo epidemiológico, no qual fator e efeito 
são observados num mesmo momento histórico e que, atualmente, tem sido o 
mais empregado. 
3.1 PARTICIPANTES 
 
Foram convidados a participar da pesquisa homens ou mulheres, que 
residam na cidade de São Paulo e que tenham pelo menos um filho, com idade 
entre 10 e 14 anos e que tenham acesso ao convite e pesquisa no período 
determinado para coleta de dados. A amostragem de participantes do estudo foi 
selecionada através da internet, com o envio do link do questionário em grupos 
do WhatsApp, Facebook, através dos métodos de conveniência e “bola de neve”, 
nos quais o pesquisador convoca os entrevistados, através de contato direto, e 
solicita que estes indiquem outros candidatos para a composição da amostra. 
Os critérios de exclusão adotados foram: pais e mães que possuam filhos com 
idades inferiores ou superiores à delimitada para a pesquisa. 
3.2 INSTRUMENTOS 
 
O instrumento utilizado será um questionário, com 18 perguntas objetivas 
(Apêndice A). O questionário é um conjunto de questões que tem o objetivo de 
levantar informações sobre os participantes pesquisados, com a finalidade de ter 
conhecimento sobre a opinião dos mesmos sobre os assuntos perguntados. As 
questões devem ser claras, para que todos possam compreender o que está 
sendo perguntado, e objetivas, para que não há dúvidas ou uma interpretação 
equivocada das perguntas ou respostas. As perguntas podem ser fechadas, em 
 
 
25 
 
que as respostas são predefinidas pelas pesquisadoras e o entrevistado tem que 
escolher uma opção dentre todas, ou abertas, em que o participante pode 
formular as respostas com suas próprias palavras (SEVERINO, 2013). 
3.3 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS 
 
A pesquisa ocorreu na cidade de São Paulo. Após a aprovação deste 
projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética, iniciou-se o processo de busca pelos 
participantes que se enquadraram nos critérios de inclusão. 
Todo o contato com os participantes durante a pesquisa foi realizado 
remotamente. No convite (Apêndice B), que foi enviado pelo aplicativo WhatsApp 
ou postado online nas redes sociais, os participantes foram informados dos 
objetivos da pesquisa e então puderam formalizar seu consentimento com o 
preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE 
(Apêndice C), para então aceder ao link do formulário. A duração máxima do 
preenchimento do questionário era de 20 minutos. O questionário é anônimo, de 
forma a preservar o sigilo, confidencialidade e segurança de todas as 
informações coletadas. 
3.4 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE DADOS 
O método utilizado para a análise de dados, foi a estatística descritiva, 
que tem como objetivo concentrar uma série de informações da mesma 
natureza, permitindo dessa forma que se tenha uma visão geral da variação 
dessas informações, podendo ser organizado de três maneiras: tabelas, 
gráficos e de modo descritivo. 
3.5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS 
Este projeto de pesquisa atendeu as normas da Resolução nº 466/12, do 
CONEP, e ao disposto na Resolução nº 016/2000 do Conselho Federal de 
Psicologia. Teve início após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do 
Centro Universitário São Camilo. 
 
 
 
 
26 
 
4 RISCOS E BENEFÍCIOS 
Benefícios: A pesquisa pretendeu promover maior conhecimento sobre o 
tema abordado e os participantes do estudo puderam se beneficiar indiretamente 
com os conhecimentos adquiridos após a sua conclusão, visto que, a partir 
desta, pretendeu-se obter uma melhor compreensão do fenômeno da depressão 
na adolescência, fenômeno cada vez mais comum nas famílias brasileiras. 
Riscos: O procedimento utilizado foi considerado de risco mínimo. Assim, 
por tratar de temas relacionados ao convívio diário, a pesquisa poderia mobilizar 
emoções e desencadear alterações emocionais negativas ao evocar memórias 
no decorrer do preenchimento do instrumento. Neste caso, se o participante 
experimentasse algum desconforto ou incômodo com qualquer pergunta, 
poderia optar em não responder ou interromper sua participação a qualquer 
momento do estudo. 
Caso interrompesse sua participação, seus dados não seriam analisados. 
Caso sinta algum desconforto emocional que necessite maior atenção, poderia 
ser encaminhado(a) para avaliação e atendimento psicológico gratuitos na 
Clínica Psicológica do Centro Universitário São Camilo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 
Após a aplicação do formulário, as respostas foram tabuladas e 
analisadas. O formulário de pesquisa era composto por 18 perguntas com 
respostas de múltipla escolha. Antes de ter acesso ao questionário, os 
voluntários tinham que dar sua anuência em participar da pesquisa, estando de 
acordo com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido apresentado na 
primeira página. 
5.1 DESCRIÇÃO DA AMOSTRA 
Dos 57 entrevistados 84,2% (n=48) alegam que possuem filhos nessa 
faixa etária, os outros 15,8% (n=9) responderam de forma negativa. Os 
participantes são 77,2% (n=44) do sexo feminino (conforme Figura 1). 
Figura 1. Quantidade de participantes por sexo. 
 
Dos 57 entrevistados 5,3% (n=3) se enquadraram na faixa etária de 18 
até 25 anos e 40,4% (n=23) entre 36 e 46 anos (Figura 2). 
Figura 2. Faixa etária dos participantes. 
 
 
 
 
28 
 
A maioria dos participantes, 52,6% (n=30) possuem 2 filhos e apenas 
5,3% (n=3) possuem 4 ou mais filhos (Figura 3). 
Figura 3. Quantidade de filhos de cada participante. 
 
 
Com relação a idade das crianças observou-se que nesta amostra a 
maioria 35,1% (n=20) tem filhos com mais de 14 anos, 28,1% (n=16) tem filhos 
que estão com 10 anos de idade, seguido por 24,6% (n=14) que possuem filhos 
na faixa etária abaixo de 10 anos (Figura 4). 
Figura 4. Faixa etária dos filhos dos participantes. 
 
5.2 COMPREENSÃO DOS PAIS X DEPRESSÃO 
Quando perguntado sobre a frequência com a qual eles pesquisavam 
sobre depressão (Figura 5) os resultados apontam para: 8,8% (n=5) alegaram 
pesquisar muito frequentemente; 24,6% (n=14) alegam pesquisar 
frequentemente; 33,3% (n=19) alegaram pesquisar as vezes; 26,3% (n=15) 
alegaram pesquisar raramente e 7% (n=4) alegaram que não pesquisam sobre 
o assunto. 
 
 
29 
 
Figura 5. Frequência que os participantes pesquisam sobre depressão 
 
Em seguida, os participantes responderam sobre o seu entendimento 
referente ao tema abordado. Dentre as 57 respostas, 98,2% (n=56) relataram 
que sabem o que é depressão e apenas 1,8% (n=1) relatou não saber o que é 
depressão. 
Foi perguntado se já houve algum caso de depressão com algum familiar 
ou amigo próximo. Dentre as respostas, 93% (n=53) responderam que sim e os 
outros 7% (n=4) responderam de forma negativa. 
Sobre às formas de detectar a depressão e o conhecimento dos 
participantes acercado tema, pode-se analisar que 80,7% (n=47) dizem saber 
detectar a depressão e 19,3% (n=11p) dizem não conseguir detectar a 
depressão, pois segundo os mesmos, eles não possuem esse conhecimento. 
Em nossa pesquisa 98,2% dos participantes alegam saber o que é 
depressão, 80,7% relatam saber detectá-la e 33,3% alegam pesquisar sobre o 
tema, porém estes resultados mostram-se diferentes quando comparamos estes 
resultados com os encontrados em outras pesquisas (IBOPE, 2017). Nesta 
pesquisa (IBOPE, 2017) com 2.000 participantes, constataram que 47% dos 
participantes alegavam que a depressão seria uma doença de alma e não a 
caracterizam como uma doença psicológica, mostrando assim a falta de 
compreensão e de pesquisas sobre o tema. 
Quanto a conhecimento sobre como lidar com pessoas diagnosticadas 
com depressão, dentre as respostas, 61,4% (n=35) relataram saber lidar com 
esta doença. De acordo com Bohry, Feitosa e Machado (2011) o auxílio da 
família e ou pessoas próximas tem um papel essencial durante o tratamento da 
depressão, porém nem sempre os envolvidos possuem o conhecimento 
 
 
30 
 
necessário acerca do tema, podendo acentuar o sofrimento do enfermo, 
sofrimento esse que gira em torno de um julgamento de pessoas próximas. 
Para Bertolini et al. (2009) o conhecimento não necessariamente deve ser 
voltado apenas para a saúde do paciente, já que esta condição afeta todas as 
suas relações interpessoais e principalmente as pessoas que se propõe a cuidar. 
Estes mesmos autores revelam que a ausência de cuidado e informações 
para com o familiar, pode acarretar má qualidade de vida, criando uma 
sobrecarga emocional, física e financeira, somando com responsabilidades 
excessivas. Já que os cuidados dedicados a pessoas com sintomas depressão 
muitas vezes é delicado, visto que a condição psíquica do indivíduo está 
fragilizada. 
No que diz respeito a identificação de sintomas por pais ou responsáveis 
dos adolescentes deprimidos, BRASIL (2020) discorrem sobre possíveis 
conflitos e interpretações errôneas por parte de familiares em relação a 
mudanças de comportamentos no filho. Comportamentos esses como alteração 
de humor e afastamento muitas vezes são considerados como ato de rebeldia 
por seus genitores. Por não saberem como lidar com estes pontos ou até mesmo 
sem compreender que se trata de um sintoma de depressão, familiares acabam 
tendo atitudes aversivas, que acarretam a vida do jovem um certo desconforto, 
afetando assim a comunicação entre pais e filhos. 
De acordo com os autores percebe-se que o entendimento acerca da 
depressão, engloba diversos fatores e não apenas o significado teórico da 
doença, tal como os participantes desta pesquisa (BERTOLINI et al., 2009; 
BOHRY; FEITOSA; MACHADO, 2011; BRASIL, 2020). 
Sobre os possíveis sintomas apresentados em uma pessoa com 
depressão, 82,5% (n=47) acreditam que humor deprimido seja um sintoma; 
80,7% (n=46) acham que auto estima baixa se enquadra; 82,5% (n=47) 
assinalaram a alternativa sonolência ou insônia; 84,2% (n=48) acham que choros 
excessivos fazem parte do quadro de sintomas; 80,7% (n=46) assinalaram perda 
e ganho de peso; 56,1% (n=32) acham que introversão seja um sintoma; 31,6% 
(n=18) alegam que cansaço no final do dia seja um sintoma; 29,8% (n=17) 
 
 
31 
 
acham que fatores genéticos corroboram para o quadro de depressão; 57,9% 
(n=33) acreditam que falta de concentração seja um sintoma; 84,2% (n=48) 
alegam que diminuição de interesse pelas atividades rotineiras/vida seja um sinal 
de depressão; 80,7% (n=46) acham que aumento ou diminuição de apetite possa 
ser um sintoma e por fim, 26,3% (n=15) acreditam que o hiperfoco em algumas 
situações possa se enquadrar como um sintoma da depressão. 
No que se diz respeito a sintomatologia da depressão, de acordo com os 
resultados obtidos pelo estudo de Ortiz, Panhoça e Santos (2020), foi possível 
perceber que as pessoas acreditam que os principais sintomas da depressão 
sejam: tristeza, sonolência, alteração de apetite e desinteresses por algumas 
atividades. Essas respostas se assemelham ao que está escrito no DSM-5 
(2014, p.125), onde refere-se como sintomas da depressão: 
Humor deprimido; acentuada diminuição de interesse ou prazer em 
todas ou quase todas as atividades diárias; Perda ou ganho 
significativo de peso; Insônia ou hipersonia quase diária; Agitação ou 
retardo psicomotor; Fadiga ou perda de energia; Sentimentos de 
inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada; Capacidade diminuída 
para pensar ou se concentrar. 
 
Sobre a depressão ter cura, 77,2% (n=44) relataram acreditar que a 
depressão tem cura. Segundo Razzouk (2016), não existe um tipo de cura 
específica para a depressão e nem para transtornos mentais, mas sim 
tratamentos que podem desacentuar a latência dos sintomas. Este autor discorre 
em seu estudo que o tratamento feito de forma correta pode sim restaurar a 
saúde mental do paciente. 
Para Avila, Lopes e Obara (2022), a depressão quando há um tratamento 
correto e medicamentoso reduz danos na vida do enfermo, danos esses que 
podem ser no âmbito pessoal, profissional e familiar. Em contrapartida, a 
ausência do acompanhamento e deste cuidado pode trazer riscos para ele, como 
recaídas e ideações suicidas. É de extrema importância observar e manter o 
comprometimento com as formas de tratamentos, para os sintomas acentuados 
não retornarem. 
 
 
32 
 
Sobre a faixa etária que os colaboradores julgavam menos propensa a ter 
depressão, 41,2% (n=24) escolheram a faixa etária entre 10 e 14 anos; 5,3% 
(n=3) assinalaram a faixa etária entre 15 e 20 anos; 28,1% (n=16) escolheram a 
faixa etária entre 20 e 25 anos e por fim, 24,6% (n=14) acreditam que a faixa 
etária menos propensa seja entre 30 e 50 anos (Figura 6). 
Em nossa pesquisa ficou evidente que os participantes acreditam que a 
faixa etária com menos chances de ter depressão é dos 10 aos 14 anos, porém 
vale ressaltar o aumento significativo de casos de depressão nesta faixa etária. 
De acordo com o estudo de Lage e Monteiro (2007), ressaltam dados que 
mostram o aumento de pessoas com depressão no mundo, argumentando que 
a depressão representará no futuro a segunda doença que mais afetará nos anos 
de vida útil da população mundial. Relatando que o transtorno em questão entra 
no ranking como o segundo lugar na faixa etária compreendida entre 15 a 44 
anos, podendo se tornar um problema crônico ou recorrente que impossibilite ao 
sujeito cuidar de si mesmo e de suas atividades diárias. 
Em uma pesquisa feita e divulgada pelo IBGE (2019), constataram que a 
população que se enquadra na idade de 60 a 64 anos, tem uma maior 
probabilidade de ter depressão e a com menor probabilidade estão os indivíduos 
entre os 18 e 29 anos. Importante salientar que esses dados estão em constante 
mudança por diversos fatores importantes, fatores esses citados anteriormente. 
Outras informações relevantes de serem passadas é que na pesquisa em 
questão, indivíduos com ensino superior completo ou fundamental incompleto, 
indivíduos com recorte racial, principalmente pretos e pardos, estão mais 
propensos a terem depressão. Há também um foco maior identificado em 
mulheres, do que em homens. 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Figura 6. Opinião dos participantes sobre as faixas etárias mais propensas a depressão. 
 
 
Sobre a frequência na qual os colaboradores presenciaram ou tiveram 
contato com adolescentes com depressão, 10,5% (n=6) relataram ter este 
contato muito frequentemente; 24,6% (n=14) contato frequentemente; 33,3% 
(n=19p) contato as vezes; 15,8% (n=9) contato raramente, e por fim, 15,8% (n=9) 
relatam nunca ter tido este contato. 
Figura 7. Frequência que os participantes têm contato com adolescentes com depressão. 
 
Foi questionado quais os eventos do cotidiano os participantes 
acreditavam serem facilitadores para a depressão na adolescência, 84,2% 
(n=48) acreditamque a falta de atenção dos pais seja um evento; 70,2% (n=40) 
selecionaram a opção de cyberbullying; 66,7% (n=38) relacionaram padrões 
estéticos como um fator e por fim, 63,2% (n=36) acreditam que situações 
escolares corroboram para a depressão na adolescência. 
Silva e Siqueira (2021), relatam em seu estudo que os fatores que 
colaboram para um possível caso de depressão são: relacionamento familiar, 
vulnerabilidade social, gênero/idade e insatisfação corporal. A falta de 
 
 
34 
 
estabilidade emocional dentro da família faz com que os adolescentes se sintam 
vulneráveis e sozinhos nessa etapa tão importante da vida, etapa essa que é 
imprescindível o apoio dos pais e responsáveis para a formação de 
personalidade, tomada de decisões e a formação do eu. A separação dos pais, 
relação deficiente entre ambos, a figura de padrastos e madrastas e baixa 
interação positiva entre filho e família contribuem significativamente para um 
abalo emocional que pode acarretar um transtorno depressivo. 
Já no que se diz respeito ao fator relacionado aos padrões estéticos, é 
notório que nos dias atuais os indivíduos mais afetados com essa distância do 
corpo perfeito são as mulheres, vale ressaltar que o uso das mídias sociais 
acentuou essa insatisfação e busca incessante pelo corpo ideal. Alguns estudos 
constataram que essa patologia está relacionada principalmente as mulheres de 
uma forma negativa, quando o assunto é a autoestima e insatisfação corporal. 
Ratificam também que a relação da imagem corporal com a depressão eleva a 
distância entre o real e o concreto, o que acaba intensificando a autocrítica e 
agravando os sintomas depressivos (FERNANDES et al., 2017; SANTOS et al., 
2019 apud SILVA; SIQUEIRA, 2021). 
Para Lisboa e Wendt (2020), o cyberbullying pode interferir no 
desenvolvimento social e psicossocial nos jovens, que podendo ser percebido 
no âmbito familiar, escolar e pessoal. Em seu estudo, os autores, alegam que 
adolescentes que já sofreram cyberbullying ou bullying possuem uma pré-
disposição aos sintomas de depressão, já que a tristeza, insegurança, 
insatisfação corporal, entre outros entram em latência nesses casos. 
Quando questionados se acreditavam que a tristeza é sinônimo de 
depressão, observa-se que um total de 34 participantes responderam 
positivamente, reforçando que as respostas obtidas se assemelham com outros 
estudos (DSM-5, 2014; ORTIZ; PANHOÇA; SANTOS, 2020), que mostram a 
tristeza como uma das principais características deste transtorno. Porém vale 
ressaltar, que este fenômeno de forma isolada não necessariamente caracterize 
um episódio de depressão. Para melhor entendimento, vale ressaltar que 
segundo Porto (1999) a tristeza é vista como uma resposta humana universal e 
natural à diversas situações, como luto, frustração, sensação de perda e brigas. 
 
 
35 
 
Embora a característica mais prevalente da depressão seja a sensação 
constante de tristeza e vazio, vale pontuar que não são todos os pacientes que 
relatam esse sintoma. A maioria deles percebem a sintomatologia da depressão, 
quando se deparam com sintomas como: perda de interesse em certas 
atividades, fadiga ou perda de energia, seguida pela queixa de cansaço 
exagerado (PORTO, 1999). 
Sobre a depressão poder levar ao suicídio, todos os 57 participantes 
responderam que concordam com esta afirmativa. De acordo com o estudo de 
Barbosa, Macedo e Silveira (2011) entende-se que o suicídio está associado a 
transtornos mentais e principalmente ao transtorno depressivo maior. 
A OMS, publicou que no ano de 2021 houve aproximadamente mais de 
um milhão de mortes em decorrência do suicídio. Basicamente um suicido a cada 
20 segundos, número que impressiona se levarmos em conta que as tentativas 
podem ser de 10 a 20 vezes mais recorrentes em relação ao número de mortes 
efetivas. Segundo a Cartilha de Prevenção ao Suicídio, divulgada pelo CFM 
(2022), transtornos mentais como a depressão, ansiedade, dependências 
químicas entre outros, estão na maioria das vezes relacionados com casos de 
suicídio. 
Por fim, com o objetivo de entender quais seriam as ações tomadas pelos 
colaboradores no caso de alguém próximo estar com depressão, dentre as 57 
respostas obtidas, 31,6% (n=18) relataram que levariam o conhecido para um 
acompanhamento terapêutico e 45,6% (n=26) relataram que iriam buscar ajuda 
de algum profissional. Antunes e Campos (2007), no decorrer de seu trabalho 
exploram a dificuldade dos pais em buscar uma ajuda profissional para seus 
filhos adolescentes que começaram a demonstrar alguns comportamentos que 
indicam a depressão. 
É importante enfatizar que no Brasil, pais e responsáveis veem como 
primeira opção a busca de um clínico geral e não um terapeuta ou psiquiatra, 
acreditando assim que os sintomas sejam associados à uma doença física e não 
psíquica, sem contar que muitos deixam de buscar tratamentos precoces para 
seus filhos por problemas financeiros ou por acreditar que seja uma “crise da 
idade”, a famosa “aborrecência”. 
 
 
36 
 
Bohry, Feitosa e Machado (2011), apontam que em grande parte dos 
casos, familiares e ou pessoas próximas apenas buscam ajuda externa após 
uma tentativa de suicídio. Onde ressaltam a importância da valorização dos 
sintomas apresentados pelo seu ente, para que o mesmo consiga obter um 
tratamento preventivo ao suicídio. 
A falta de conhecimento dos sintomas pode acarretar na busca tardia por 
auxílio de um profissional devidamente capacitado, podendo ocasionar uma 
piora no quadro depressivo do enfermo que consequentemente afeta os 
indivíduos de seu círculo social (ANTUNES; CAMPOS, 2007; BOHRY; 
FEITOSA; MACHADO, 2011). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O objetivo deste estudo era verificar o conhecimento dos pais ou 
responsáveis sobre a depressão na adolescência e quanto este conhecimento 
ou a falta dele podem afetar de forma positiva ou negativa a vida do adolescente 
com depressão. Além disso discutir a problemática acerca do tema quando 
atrelada a falta de amparo parental e alguns contextos que possam influenciar. 
Para tanto utilizamos um questionário com 18 perguntas relacionadas a 
depressão na adolescência, destinado a pais e responsáveis de filhos de 10 a 
14 anos de idade. 
Para o seu desenvolvimento foram abordadas temáticas tais como 
desenvolvimento infantil, onde foi possível investigar e compreender todo o 
processo de crescimento e entendimento de um indivíduo, culminando na 
adolescência período do desenvolvimento do nosso interesse. Logo após 
discutimos assuntos como a relação com pais e responsáveis e contexto escolar 
e familiar, na tentativa de elucidar os benefícios e malefícios que estas relações 
trazem para a vida do indivíduo. E por fim, abordamos a depressão na 
adolescência, traçando paralelos entre a patologia e a fase da vida em questão. 
Ao longo do estudo verificou-se que grande parte dos participantes 
entendem o que é depressão, mas que ainda há uma grande divisão de opiniões 
sobre sintomas indicativos da patologia e dúvidas sobre como lidar com uma 
pessoa que está com a mesma. 
Constatou-se também um resultado significativo em relação a quantidade 
de casos com pessoas próximas/conhecidas, o que pode revelar uma dificuldade 
em identificar uma pessoa com a patologia ou até mesmo círculos de amigos e 
parentes com poucos casos de depressão. 
Algumas dificuldades e limitações enfrentadas durante a realização do 
trabalho foi em relação a pesquisas especificas sobre depressão infanto-juvenil 
e o papel dos pais ou responsáveis nessas situações, na busca por artigos ou 
estudos com dados indicativos de depressão na adolescência, sejam esses 
quantitativos ou qualitativos, e sobre estudos atuais, sejam estes nacionais ou 
internacionais. 
 
 
38 
 
Além disso alguns dos resultados alcançados pelo estudo se mostraram 
diferentesde outros utilizados para a pesquisa literária, como a quantidade de 
pessoas que entendem o que é depressão e como ela pode surgir e afetar um 
sujeito, revelando que no nosso estudo realizado em 2022 a quantidade de 
participantes que tem noção e conhecimento sobre o que realmente é a patologia 
é maior do que os números revelados por estudos de 2017, o que pode implicar 
em um maior interesse da população sobre o assunto. 
Outro dado que chama a atenção é a quantidade de participantes que 
responderam saber lidar com uma pessoa com depressão, que foi mais da 
metade das respostas, de acordo com a literatura apresentada ao longo do 
trabalho a família se torna um grande fator no desenvolvimento ou tratamento de 
um indivíduo e que saber diferenciar os sintomas mais comuns da patologia para 
não confundi-los com uma errônea interpretação de “rebeldia” frequentemente 
atrelada a adolescência, é tão importante quanto saber detectar a depressão em 
si, este dado sobre saber como lidar quando relacionado com os resultados 
apresentados sobre o que os participantes fariam caso alguém próximo 
estivesse com depressão são reforçados, já que a maioria dos participantes 
responderam que buscariam ajuda externa de alguém que entende mais sobre 
o assunto, seja este um profissional de psicologia ou psiquiatria, portanto, 
entende-se que cada vez mais a família percebe o seu papel no tratamento de 
tal patologia, se colocando no lugar de responsáveis pela criança ou 
adolescente. 
Pode-se pensar através das dificuldades enfrentadas que a escassez de 
estudos atuais sobre a depressão na adolescência demonstra um desinteresse 
que vai em uma direção contrária aos acontecimentos atuais, já que cada vez 
mais este assunto deixa de ser visto como algo que não é digno de discussão e 
se torna mais aparente, seja em estudos ou em número de casos mundiais da 
patologia, e mesmo assim a depressão na adolescência parece ser deixada de 
lado ou simplesmente ignorada. 
Com a globalização e as mídias sociais diversos relatos de adolescentes 
com sintomas ou até mesmo exposições explicitas sobre casos de ideações 
suicidas ou suicídios cometidos por pessoas nessa faixa etária, é perceptível e 
inegável que a depressão não discrimina por idade e afeta crianças e 
 
 
39 
 
adolescentes tanto quanto adultos e idosos, portanto pesquisas futuras sobre 
adolescência e depressão podem ser realizadas com o objetivo de enriquecer 
este assunto que pode ser muito explorado e estudado. 
Além disso para se ter um panorama amplo e claro sobre a relação da 
população brasileira sobre o assunto depressão, pode-se sugerir estudos que 
busquem entender melhor a dinâmica das famílias brasileiras, que em grande 
parte não são formadas pelo núcleo clássico de família, que envolve um pai, uma 
mãe e filhos, e que através de suas variações, sejam estas por quaisquer 
motivos, geram um ambiente diferente de desenvolvimento para a criança e ao 
adolescente, consequentemente influenciando seu crescimento saudável ou 
não. 
Também se indica futuros estudos que tenham um foco maior nos 
adolescentes, buscando entender sua visão de mundo na atualidade, e como 
suas vivências que são intensamente ligadas a tecnologia, podem afetar o seu 
desenvolvimento e avanço da infância, passando pela adolescência e 
caminhando para a vida adulta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
7. REFERÊNCIAS 
 
AMERICAN PSYCHIATRY ASSOCIATION (APA). Manual diagnóstico e 
estatístico de transtornos mentais-DSM-V. Porto Alegre: Artmed, 2014. Acesso 
em: 15 setembro, 2022. 
 
ANTUNES, H; CAMPOS, C. Pais e responsáveis do adolescente deprimido 
buscando conhecer experiências que levaram à procura de atendimento 
especializado. Revista da Escola de Enfermagem da USP [online], São Paulo, 
v. 41, n. 2, p. 205-212, ago./2007. Disponível em: 
<https://doi.org/10.1590/S0080-62342007000200005> Acesso em: 7 out. 2021. 
ARAÚJO, C.; BARBOSA, R. Psicologia escolar no Brasil: considerações e 
reflexões históricas. Estudos de Psicologia (Campinas) [online]. 2010, v. 27, 
n. 3 [Acessado 10 agosto 2022], pp. 393-402. Disponível em: 
<https://doi.org/10.1590/S0103-166X2010000300011>. 
BARBOSA, F.; MACEDO, P.; SILVEIRA, R. Depressão e o Suicídio. Rev. SBPH, 
Rio de Janeiro, v.14 n.1, p. 233 – 243, jun. 2011. Disponível em: < 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1516-
08582011000100013&script=sci_abstract> Acesso em 10 set, 2022. 
BARBOSA, L; NELSON, F. et al. Frequência de sintomas de ansiedade, 
depressão e estresse em brasileiros na pandemia COVID-19. Revista Brasileira 
de Saúde Materno Infantil [online]. 2021, v. 21, n. 2 [Acessado 7 Outubro 2021] 
, pp. 413-419. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1806-
9304202100S200005>. 
BARBOSA, L. Depressão na infância e adolescência: aspectos sociais. 
Cadernos de Saúde Pública [online]. 1987, v. 3, n. 3 [Acessado 7 outubro 
2021], pp. 250-265. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-
311X1987000300004>. 
BETRANI, A et al. O Impacto do desenvolvimento na primeira infância sobre a 
aprendizagem. Comitê Científico do Núcleo Ciência Pela Infância, 2014. 
Disponível em: 
<https://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/crianca_feliz/Treinamento_Multip
licadores_Coordenadores/IMPACTO_DESENVOLVIMENTO_PRIMEIRA%20IN
FaNCIA_SOBRE_APRENDIZAGEM.pdf> Acesso em, 15 de out 2021 
 
 
41 
 
BOHRY, S.; FEITOSA, M.; MACHADO, E. Família, e seu papel no tratamento do 
paciente. Encontro: Revista de Psicologia, v. 14, n. 21, p. 121 - 144, 2011. 
Disponível em < https://seer.pgsskroton.com/renc/article/view/2499 >. Acesso 
em 10 set. 2022 
BORDIN, I; OFFORD, D. Transtorno da conduta e comportamento anti-social. 
Brazilian Journal of Psychiatry. v.22, 2000. Disponível em: 
<https://www.scielo.br/j/rbp/a/6KyCKnGj4bHv7qBzXbqWzzK/?lang=pt>. Acesso 
em: Dez 2021. 
BORUCHOVITCH, E; CRUVINEL, M. Depressão infantil: uma contribuição para 
a prática educacional. Psicologia Escolar e Educacional [online]. 2003, v. 7, 
n. 1 [Acessado 7 outubro 2021], pp. 77-84. Disponível em: 
<https://doi.org/10.1590/S1413-85572003000100008>. 
BORUCHOVITCH, E; CRUVINEL, M. Regulação emocional em crianças com e 
sem sintomas de depressão. Estudos de Psicologia (Natal) [online]. 2011, v. 
16, n. 3 [Acessado 7 outubro 2021], pp. 219-226. Disponível em: 
<https://doi.org/10.1590/S1413-294X2011000300003>. 
BRASIL, M. Depressão na adolescência: Impacto do diagnóstico para a família. 
Faculdade de Educação e Meio ambiente, 2020. Disponível em: < 
https://repositorio.faema.edu.br/bitstream/123456789/2754/1/TCC%20Marcela
%20G%20Brasil%20OFICIAL%20corrigido%20E%20assinado_assinado_assin
ado1606845223.pdf> Acesso em 08 set, 2022. 
CALDERARO, R; CARVALHO, C. Depressão na infância: um estudo 
exploratório. Psicologia em Estudo [online]. 2005, v. 10, n. 2 [Acessado 7 
Outubro 2021], pp.181-189. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-
73722005000200004.> 
CASTRO, L. Infância e adolescência na cultura do consumo. NIPIAC- RJ, 1998. 
Disponível em: <http://www.nipiac.ufrj.br/producao2/item/794-inf%C3%A2ncia-
e-adolesc%C3%AAncia-na-cultura-do-consumo> Acesso em setembro de 2022. 
CAVALCANTE, S. Notas sobre o fenômeno depressão a partir de uma 
perspectiva analítico-comportamental. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 17, 
ed. 2, p. 2-12, 24 set. 2012. Disponível em: 
 
 
42 
 
https://www.scielo.br/j/pcp/a/y9JLCZ78myL4z3hH7Cf6p9B/?lang=pt#. Acesso 
em: 21 set. 2022. 
DESSEN, M; POLONIA, A. A família e a escola como contextos de 
desenvolvimento humano. Paidéia (Ribeirão Preto) [online]. 2007, v. 17, n. 36 
[Acessado 1 novembro 2022], pp. 21-32. Disponível em: 
<https://doi.org/10.1590/S0103-863X2007000100003> 
FERREIRA, R.; GONÇALVES, C.; MENDES, P. Depressão: Do transtorno ao 
sintoma. Psicologia.pt – O portal dos Psicólogos, p. 1-16, 16. 2014. 
Disponível em: < https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0828.pdf> Acesso em 
15 set,2022. 
FREITAS, P. et al. Influência das relações familiares na saúde e no estado 
emocional dos adolescentes. Revista Psicologia Saúde, Campo Grande, v. 12, 
n.4, p. 95-109, dez. 2020. Disponível em: 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2177093X20200
00400009&Ing=pt&nrm=iso> Acesso em: 07 out 2021. 
LISBOA. C.; WENDT, G. Cyberbullying e depressão em adolescentes. Revista 
Psicologia para América Latina, México, n.34, p. 221 – 231, 2020. Disponível 
em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870-
350X2020000200012 >. acesso em 8 set. 2022 
Lopes, C. et al. Prevalência de transtornos mentais comuns em adolescentes 
brasileiros Revista de Saúde Pública [online]. 2016, v. 50. [Acessado 1 
novembro 2022]. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S01518-
8787.2016050006690>. 
MAINARDI, S; OKAMOTO, M. Desenvolvimento das crianças: um olhar sobre o 
papel da família e o papel da escola na perspectiva dos pais. Psicol. rev. (Belo 
Horizonte), Belo Horizonte, v. 23, n. 3, p. 822-839, dez. 2017. Disponível em 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.phpscript=sci_arttext&pid=S1677-
11682017000300004&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 10 ago. 2022. 
ORTIZ, B.; PANHOCA, I.; SANTOS, B. A perspectiva da sociedade acerca da 
depressão. Revista Científica UMC, v.5, n. 2, 2020. Disponível em < 
http://seer.umc.br/index.php/revistaumc/article/view/725>. Acesso em 11 set. 
2022 
 
 
43 
 
PORTO, J. Conceito e diagnóstico. Brazilian Journal of Psychiatry [online]. 
1999, v. 21, p. 06-11. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1516-
44461999000500003>. Acesso em 10 set, 2022. 
RAZZOUK, D. Por que o Brasil deveria priorizar o tratamento da depressão na 
alocação dos recursos da saúde? Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v.25, n.4, 
p.845-848, out-dez,2016. Disponível em: 
<http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679497420160004
00845&lng=pt&nrm=iso.>. Acesso em 11 set. 2022 
ROSSI, L. et al. Crise e saúde mental na adolescência: a história sob a ótica de 
quem vive. Cadernos de Sáude Pública, v. 35, 2019. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/csp/a/BNyxgYRcympMMDTkLdF5PDN/?lang=pt. Acesso 
em: Nov 2021. 
SILVA, J.; SIQUEIRA, M. Fatores desencadeantes de depressão na 
adolescência: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, 
v.10, n.16, p.1-10, 2021. Disponível 
em:<https://redib.org/Record/oai_articulo3528314-fatores-desencadeantes-de-
depress%C3%A3o-na-adolesc%C3%AAncia-uma-revis%C3%A3o-integrativa >. 
acessos em 10 set. 2022 
SOARES, G; BACILIERI, S. Depressão em pauta: um estudo sobre o discurso 
da mídia no processo de medicalização da vida. Interface - Comunicação, 
Saúde, Educação [online]. 2011, v. 15, n. 37 [Acessado 7 outubro 2021], pp. 
437-446. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1414-32832011005000006>. 
THIENGO, D; CAVALCANTE, M; LOVISI G. Prevalência de transtornos mentais 
entre crianças e adolescentes e fatores associados: uma revisão sistemática. 
Jornal Brasileiro de Psiquiatria [online]. 2014, v. 63, n. 4 [Acessado 7 outubro 
2021], pp. 360-372. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0047-
2085000000046>. 
VARANDAS, P. A Cura da Depressão: Mito ou Realidade. Revista do Serviço 
de Psiquiatria do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE, v. 15, n. 1, 
p.20-24, 2017. Disponível em: 
<https://revistas.rcaap.pt/psilogos/article/view/14737 >. acesso em 12 set. 2022 
WENDT, G; WELTER, M. Práticas parentais e associações com autoestima e 
depressão em adolescentes. Pensando fam., Porto Alegre, v.24, n.1, p.224-238, 
 
 
44 
 
jun. 2020. Disponível 
em<http:pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sciarttex&pid=S1679-
494X2020000100016&Ing=pt&nrm=isso>. Acesso em 07 out 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
APÊNDICES 
 
Apêndice A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
[Clique aqui - Link da pesquisa] 
Eu Giovanna Zeoli Sousa e Matheus Miranda De Souza alunos de 
Psicologia do Centro Universitário São Camilo e a Professora Drª Cynthia 
Cassoni convidamos o(a) senhor(a) a participar do estudo intitulado 
“DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA: SOB A PERSPECTIVA DOS PAIS” que 
tem como objetivo averiguar a compreensão dos pais sobre a depressão na 
adolescência. Para participar da pesquisa é necessário ser homens ou mulheres 
residentes no Estado de São Paulo, que possuam filhos na faixa etária entre 10 até 14 
anos. 
Por favor, reserve algum tempo para ler as seguintes informações 
atentamente e sinta-se à vontade para entrar em contato caso tenha alguma 
dúvida. 
1) Como será́ realizada esta pesquisa? 
Se concordar em fazer parte deste estudo, o(a) senhor(a) participará, 
remotamente, respondendo a 1 (um) questionário com 18 perguntas. As 
respostas não serão avaliadas como certas ou erradas, portanto, todas as 
respostas serão válidas e consideradas para o estudo. A pesquisa terá́ duração 
aproximada de 20 minutos através do Google Forms e pode ser preenchida por 
smartphones ou computadores. 
2) Qual a relevância deste estudo? 
Esta pesquisa se justifica por buscar compreender o que os pais ou responsáveis 
de adolescentes sabem ou pensam sobre a depressão na adolescência, e como 
lidam ou lidariam com a depressão na adolescência. 
3) Como serão utilizadas as informações coletadas dos participantes? 
Os dados pessoais serão mantidos em sigilo e serão preservadas a 
confidencialidade e segurança de todas as informações obtidas. 
https://forms.gle/UW3TP7uNBT7HKhVJA
 
 
46 
 
4) Esta pesquisa trará algum benefício para os seus participantes? 
A pesquisa pretende promover maior conhecimento sobre o tema abordado e os 
participantes do estudo poderão se beneficiar indiretamente com os 
conhecimentos adquiridos após a sua conclusão, visto que, a partir destas, 
pretende-se obter uma melhor compreensão do fenômeno da depressão na 
adolescência, fenômeno cada vez mais comuns nas famílias brasileiras. 
5) Esta pesquisa pode trazer algum risco para os seus participantes? 
O procedimento utilizado é considerado de risco mínimo. Assim, por tratar de 
temas relacionados ao convívio diário, a pesquisa poderá mobilizar emoções e 
desencadear alterações emocionais negativas ao evocar memórias no decorrer 
do preenchimento do instrumento. Neste caso, se o participante experimentar 
algum desconforto ou incômodo com qualquer pergunta, poderá optar em não 
responder ou interromper sua participação a qualquer momento do estudo. Caso 
interrompa sua participação, seus dados não serão analisados. Caso sinta algum 
desconforto emocional que necessite maior atenção, poderá ser encaminhado(a) 
para avaliação e atendimento psicológico gratuitos na Clínica Psicológica do 
Centro Universitário São Camilo. 
6) Os participantes terão algum custo ou receberão algum valor por sua 
participação nesta pesquisa? 
As eventuais despesas necessárias para a realização da pesquisa não são de 
responsabilidade do participante e o(a) senhor(a) não receberá qualquer valor 
em dinheiro por sua participação. Em caso de dano pessoal comprovadamente 
causado pelos procedimentos deste estudo, o(a) senhor(a) tem direito de 
solicitar indenizações legalmente estabelecidas. 
7) Caso queira esclarecer eventuais dúvidas ou tenha considerações a respeito 
dos procedimentos éticos que envolvem esta pesquisa, qual o contato dos 
responsáveis por este estudo? 
Para esclarecimento de dúvidas, o(a) senhor(a) poderá ter acesso ao 
profissional responsável pela pesquisa, a Profa. Dra. Cynthia Cassoni, que pode 
ser encontrada no endereço Rua Raul Pompeia, 144, Vila Pompeia, São Paulo, 
 
 
47 
 
SP, CEP: 05025-010, telefone: (11) 3465-2664. Para falar diretamente com os 
alunos pesquisadores que realizaram o questionário, fique à vontade para 
contatá-los via e-mail: giovanna.zeoli.sousa@aluno.saocamilo-sp.br ou 
matheus.miranda@aluno.saocamilo-sp.br

Outros materiais