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Ministério da Igreja IBA D EP In s titu to B íb lico da A ssem bléia de D eus - E nsino e pesquisa IBA D EP - In s titu to B íb lico da A ssem bléia de D eus - E n sin o e Pesquisa Av. B rasil, S /N ° - E le tro s iü - Cx. P ostal 248 85980-000 - G uaíra - PR Fone/Fax: (44) 3642-2581 / 3642-6961 / 3642-5431 E -m ail: íbadep a ibadep .com S ite: w w w .ibadep .com A luno(a):..................................................................................... DIGITALIZAÇÃO IBADEP ESDRAS DIGITAL E PASTOR DIGITAL http://www.ibadep.com Hermenêutica e Homilética Pesquisado e adaptado pela Equipe Redatoria l para Curso exclusivo do IBADEP - Insti tuto Bíb lico das Igrejas Evangélicas Assemblé ias de Deus do Estado do Paraná. Com auxílio de adaptação e esboço de vários ensinadores 4 a Edição - Agosto/2004 Todos os direitos reservados ao IBADEP Diretorias CIEADEP Pr. José Pimentel de Carvalho - Presidente de Honra Pr. José Alves da Silva - Presidente Pr. Israel Sodré - I o Vice-Presidente Pr. Moisés Lacour - 2o Vice-Presidente Pr. Ival Theodoro da Silva - I o Secretário Pr. Carlos Soares - 2o Secretário Pr. Simão Bilek - I o Tesoureiro Pr. Mirislan Douglas Scheffel - 2o Tesoureiro AEADEPAR - Conselho Deliberativo Pr. José Alves da Silva - Presidente Pr. Ival Teodoro da Silva - Relator Pr. Israel Sodré - Membro Pr. Moisés Lacour - Membro Pr. Carlos Soares - Membro Pr. Simão Bilek - Membro Pr. Mirislan Douglas Scheffel - Membro Pr. Daniel Sales Acioli - Membro Pr. Jamerson Xavier de Souza - Membro AEADEPAR - Conselho de Administração Pr. Perci Fontoura - Presidente Pr. Robson José Brito - Vice-Presidente Ev. Gilmar Antonio de Andrade - Io Secretário Ev. Gessé da Silva dos Santos - 2o Secretário Pr. José Polini - I o Tesoureiro Ev. Darlan Nylton Scheffel - 2o Tesoureiro IBADEP Pr. Hércules Carvalho Denobi - Coord. Administrativo Pr. José Carlos Teodoro Delfino - Coord. Financeiro Pr. Walmir Antonio dos Reis - Coord. Pedagógico Cremos Em um só Deus, e te rnamente subsis tente em três pessoas: o Pai, o Fi lho e o Espíri to Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29). Na inspiração verba] da Bíblia Sagrada, única regra infa lível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17). No nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e expia tória , em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitor iosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9). Na pecaminos idade do homem que o dest i tuiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expia tória e redentora de Jesus Cristo é que o pode res taurar a Deus (Rm 3.23; At 3.19). Na necessidade abso lu ta do novo nascimento pela fé em Cris to e pelo poder atuante do Espíri to Santo e da Pa lavra de Deus, para tornar o homem digno do reino dos céus (Jo 3.3-8). No perdão dos pecados, na salvação presente e perfe ita e na eterna jus t i f icação das almas recebidas g ra tu itamente de Deus pela fé no sacrif ício efe tuado por Jesus Cris to em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9). No ba ti smo bíb lico efetuado por imersão do corpo inte iro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espír i to Santo, conforme de terminou o Senhor Jesus Cris to (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12). Na necessidade e na possib il idade que temos de viver em santidade mediante a obra expia tória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, in sp irador e san ti f icador do Espír i to Santo, que nos capacita a viver como fiéis te s temunhas do poder de Cristo (Hb 9.14; IP e 1.15). No ba ti smo bíblico com o Espíri to Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a ev idência inicial de falar em outras l ínguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7). Na atual idade dos dons espir i tuais d is tr ibuídos pelo Espíri to Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade ( IC o 12.1-12). Na Segunda vinda premilenia l de Cristo, em duas fases dist intas. Pr imeira - invisível ao mundo para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da grande tr ibulação. Segunda - visível e corporal , com sua Igreja glori ficada, para re inar sobre o mundo durante mil anos ( lT s 4.16,17; IC o 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14). Que todos os cristãos comparecerão ante o tr ibunal de Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10). No ju ízo vindouro que recompensará os fiéis (Ap 20.11-15) . E na vida eterna de gozo e fe lic idade para os fiéis e de tr i steza e to rmento para os infiéis (Mt 25.46). Equipe Redator ia l Metodologia de Estudo Para obter um bom aproveitamento , o aluno deve estar consc iente do porquê da sua dedicação de tempo e esforço no afã de galgar um degrau a mais em sua formação. Lembre-se que você é o autor de sua his tória e que é necessário a tual izar-se. Desenvolva sua capacidade de raciocínio e de solução de problemas, bem como se integre na p roblemática atual , para que possa vir a ser um e lemento útil a si mesmo e à igreja em que está inserido. Consc iente desta realidade, não apenas acumule con teúdos visando preparar-se para provas ou trabalhos por fazer. Tente seguir o roteiro sugerido abaixo e comprove os resul tados: 1. Devocional: a) Faça uma oração de agradecimento a Deus pela sua salvação e por proporcionar- lhe a oportunidade de es tudar a sua Palavra, para ass im ganhar almas para o Reino de Deus; b) Com a sua humildade e oração, Deus irá i luminar e d irecionar suas faculdades mentais através do Espíri to Santo, desvendando mistérios cont idos em sua Palavra; c) Para melhor aprove i tam ento do estudo, temos que ser organizados , ler com precisão as lições, medi tar com atenção os conteúdos. 2. Local de Estudo: Você precisa dispor de um lugar próprio para es tudar em casa. Ele deve ser: a) Bem arejado e com boa i luminação (de preferência, que a luz venha da esquerda); b) Isolado da c irculação de pessoas; c) Longe de sons de rádio, te levisão e conversas . 3. Disposição: Tudo o que fazemos por opção alcança bons resultados. Por isso adquira o hábito de estudar volunta r iamente , sem imposições . Consc ientize-se da im por tânc ia dos itens abaixo: a) Es tabe lecer um horário de estudo e x t ra d as se , d iv id indo-se entre as disciplinas do curr ículo (d ispense mais tempo às matérias em que t iver m aior dificuldade); b) Reservar, d iariamente, a lgum tempo para descanso e lazer. Ass im, quando estudar , estará desl igado de outras atividades; c) Concentrar-se no que está fazendo; d) Adotar uma correta pos tura (sentar-se à mesa, tronco ereto), para ev itar o cansaço físico; e) Não passar para outra l ição antes de dominar bem o que est iver estudando; f) Não abusar das capacidades físicas e mentais. Quando perceber que está cansado e o estudo não alcança mais um bom rendimento , faça uma pausa para descansar. 4. Aproveitamento das Aulas: Cada disciplina apresenta caracterís t icas própr ias , envolvendo d iferentes comportamentos: raciocínio , analogia, in te rpre tação, aplicação ou s implesmente habil idades motoras. Todas, no entanto , exigem sua part ic ipação ativa. Para alcançar melhor aproveitamento , procure: a) Colaborar para a manutenção da discipl ina na sala-de-aula ; b) Part ic ipar a tivamente das aulas, dando co laborações espontâneas e perguntando quando algo não lhe ficar bem claro; c) Anota r as observações complementa res do moni tor em caderno apropriado. d) Anota r datas de provas ou entrega de trabalhos. 5. Estudo Extraclasse: Observando as dicas dos i tens 1 e 2, você deve: a) Fazer d iar iamente as tarefaspropostas; b) Rever os conteúdos do dia; c) Preparar as aulas da semana seguinte (consta tando a lguma dúvida, anote-a para apresenta - la ao m oni tor na aula seguinte. Não deixe que suas dúvidas se acumulem). d) Materia is que poderão ajudá-lo: • Mais que uma versão ou tradução da Bíblia Sagrada; • Atlas Bíblico; • Dic ionár io Bíblico; • Enc ic lopéd ia Bíblica; • Livros de His tó rias Gerais e Bíblicas; • Um bom dic ionário de Português; • Livros e aposti las que tra tem do mesmo assunto. e) Se o estudo for em grupo, tenha sempre em mente: • A necessidade de dar a sua colaboração pessoal; • O dire ito de todos os in tegrantes opinarem. 6. Como obte r melhor aprovei tam ento em avaliações: a) Revise toda a maté ria antes da avaliação; b) Permaneça calmo e seguro (você estudou!) ; c) Concentre-se no que está fazendo; d) Não tenha pressa; e) Leia a ten tamente todas as questões; f) Resolva primeiro as questões mais acessíveis ; g) Havendo tempo, revise tudo antes de entregar a prova. Bom Desempenho! Currículo de Matérias 1. Educação Geral £□ His tória da Igreja 00 Educação Cristã CQ Geograf ia Bíblica 2. Min is tér io da Igreja B3 Ética Cris tã / Teologia do Obreiro <■111 Homilé tica / Hermenêut ica CO Famíl ia Cristã 03 Adminis tração Ecles iás tica 3. Teologia £□ Biblio logia CO A Trindade CO Anjos, Homens, Pecado e Salvação. CQ Heresio logia CO Ecles io logia / Miss io logia 4. Bíblia £Ql Penta teuco CO Livros Históricos CO Livros Poéticos £Q Profetas Maiores ICO Profetas Menores » CO Os Evangelhos / Atos *03 Epís tolas Paulinas / Gerais CO Apocal ipse / Escato logia Abreviaturas a.C. - antes de Cristo. ARA - A lm eida Revista e Atualizada ARC - A lm eida Revista e Corrida AT - Antigo Tes tamento BLH - B íb lia na Linguagem de Hoje c. - Cerca de, aproximadamente , cap. - capítulo; caps. - capítulos, cf. - confere, compare. d .C. - depois de Cristo. e.g. - por exemplo, gr. - grego hb. - hebra ico i.e. - isto é. lit. - literal, l i tera lmente . LXX - Septuagin ta (versão grega do Antigo Testamento) m - Sím bolo de metro. MSS - manuscri tos NT - Novo Testamento NVI - Nova Versão In ternacional p. - página. ref. - referência; refs. - re ferências ss. - e os seguintes (isto é, os vers ículos consecut ivos de um capítu lo até o seu final. Por exemplo: IPe 2.1ss, significa IPe 2.1-25). séc. - século (s). v. - vers ículo; vv. - versículos. ver - veja Lição 1 A Hermenêutica 1 E t im o lo g ia 1 da pa lavra “H erm enêu t ica” . O termo “herm enêu t ica” vem (t rans l i te rado2) do adjetivo grego “Herm eneu t ike” que, por sua vez, deriva do verbo “H erm eneuo” (“ interpretar, exp lana r” seja uma palavra, uma doutr ina ou um evento). O verbo “H erm en eu o ” também aparece no Novo Tes tamento (Lc 24.27; IC o 14.27; Hb 7.2). Defin ição de Hermenêutica . Li teralmente , H erm enêut ica é a arte de “H e rm en eu e in ” (interpretar) , mas é comumente empregada para designar a teor ia desta arte. Algumas definições: • “Hermenêut ica é a c iência da in te rp re tação” ; • “Hermenêut ica é a c iência e arte de in terpre ta r” ; • “Pr incípios , as leis e os métodos de in te rpre tação” . Tipos de Hermenêutica . • Geral: apl ica-se à in te rpre tação de qualquer obra escri ta. 1 O e s t u d o das pa lavras , de sua h i s t ór ia , e das poss íve is m u d a n ç a s de seu s ign i f icado . Or ige m e ev o lu ç ã o h is tór ica de um vocábulo . 2 R e p r e s e n t a r (os ca ra c te r e s de um vo cáb u lo ) por carac te re s d i f e r en te s no co r r e s p o n d e n te vo cábu lo de ou t ra l íngua. 15 • Especial: apl ica-se a de terminados tipos de produção l i terária (Leis, História, Filosofia, Poesia, etc.)- Uma das Hermenêuticas especia is é a Hermenêutica Bíblica (Sacra, Sagrada), objetivo do nosso estudo. Ela é especial porque trata de um livro p ecu l i a r1 no campo da l iteratura: As Sagradas Escrituras. Algumas defin ições de Hermenêut ica Bíblica. • “É a c iência da in terpre tação das Sagradas Escrituras , do Antigo e Novo Tes tam ento” . • “É o estudo metódico dos princípios e regras de inte rpre tação da B íb l ia” . O Lugar da Hermenêut ica nos estudos teológicos. • A Hermenêutica pertence ao grupo de estudos que se central izam na Bíblia (Estudos Bibliológicos). • Segundo Berkhof, a Hermenêut ica segue a Filo logia Sacra (Línguas Bíbl icas) e precede imedia tamente a Exegese. Filosofia Sacra <=> Hermenêut ica <=> Exegese • Hermenêutica e Exegese se re lacionam na mesma forma que a teoria se re laciona com a prática. A Hermenêutica é a teoria (ciência) e a exegese a prática (arte). O que a Hermenêutica Bíb lica não é. 1. Crít ica Textual. Es ta procura dete rminar quais são as palavras realmente escri tas pelo autor no texto original (O que está escri to?). Mas a Hermenêutica procura descobr ir o sentido destas palavras (O que quer ia dizer o autor?). 1 Que é a t r ibu to p ar t i cu la r de uma pe sso a ou co isa ; espec i a l , p róprio . 16 2. Exegese . Esta aplica os pr incíp ios e regras es tabelecidas pela Hermenêut ica . Obs.: O exegeta ou in térprete serve-se dos conhec imentos fornecidos pela Crí t ica Textual e a Hermenêutica . 3. Expos ição Bíblica (Homilética) . Es ta se preocupa com a comunicação da Palavra , enquanto que a Hermenêut ica se preocupa em estudar a Palavra. O Propósito da Hermenêutica 1? _ W / Descobri r o s ignificado do texto bíblico na época em que foi escri to (O que o autor queria dizer aos seus contemporâneos?) . Obs: Dis to surge a necessidade de es tudar as palavras usadas, as impl icações gramaticais , a h is tória do autor e dos seus contemporâneos , a h is tória dos povos re lacionados, a geografia, a tradução (se é corre ta ou não), etc. Aplicar a mensagem descoberta no estudo do texto, do povo re lacionado e as nossas vidas. A Necessidade da Hermenêutica O pecado obscureceu o entendimento do homem e ainda exerce in fluência pe rn ic io sa1 sobre sua vida (Por isso é necessário um esforço especial para evita r o erro). A partir de que in te rpre tamos? “Não se in te rpre ta a partir do nada. Há condic ionamentos culturais: l íngua, história, rel igião, ideologia, etc... de que n inguém escapa. Norm alm ente funciona ao nível 1 Mau, noc ivo , ru inoso ; per igoso . 17 de pré -conhec imento , ao nível não c rí t ico de compromissos herdados ou até assumidos. Nossos pa rad igm as1 de in terpre tação f luem de nossa cosmologia. O problema aparece quando os cri térios que surgem de nossos pré -conhec imentos se tornam normativos para in te rpre ta r a fé c r is tã” . “A pr imeira razão porque prec isamos aprender como in terpre tar é que, quer deseje, quer não, todo le itor é ao mesmo tempo um intérprete. Ou seja, a maioria de nós toma por cer to que, enquanto lemos, também entendemos o que lemos. Tendemos, também, a pensar que nosso entendimento é a mesm a coisa que a intenção do Espír i to Santo ou do autor humano. Apesar disto, invar iavelmente t razemos para o texto tudo quanto somos, com todas as nossas exper iências, cultura e en tendimento prévio de palavras e idéias. As vezes, aquilo que trazemos ao texto, sem o fazer de liberadamente , nos desencaminha, ou nos leva a a tribuir ao texto tudo quanto é idéia est ranha a e le” . A Importância da Hermenêutica Surgem conseqüências fúnebres de más in terpretações de fatos e textos. Exemplos: • Deus de ira e de amor. • O Cristo “frág i l” da igreja católica Romana. Se a Bíblia é a Palavra de Deus, norma para a nossa fé e prática, ela exige um cuidado todo especial . Prec isamos saber o que Deus de fato disse. A Hermenêut ica sadia diminui orisco de incorrermos no erro de fazermos acréscimo ou um decréscimo da Palavra de Deus (Ap 22 .18,19; 2Pe 3.16) e de torcê-la. 1 M ode lo , padrão . 18 • Interpretação errada - Aplicação errada • In te rpretação corre ta - Aplicação correta • 2Timóteo 2.15. A base da interpretação da Bíblia é a própr ia Bíblia. Ela in terpre ta a si mesma: 1. Pelo seu conteúdo e ensino geral; 2. Pelo ensino geral do escri tor de cada livro; 3. Pelos seus textos e contextos, paralelos, precedentes ou que se seguem; 4. Pelo que conhecemos de seus escri tores, os homens santos de Deus, que fa laram e escreveram todos inspirados pelo Espíri to Santo, embora fossem de diferentes culturas e pos ições sociais: a) Legislados, como Moisés ; b) His tor iador, como Josué; c) Sábios, como Salomão e Paulo; d) Sacerdote como Esdras; e) Profetas, como Isaías e Jeremias , e outros; f) Pastores, como Amós; g) Reis, como Davi; h) Estadis ta, como Daniel; i) Pescadores , como Pedro e João; j) Médico, como Lucas. E tantos outros ( I C o 2.4,8; At 2.22; 7.22; Js 1.7,9). Na interpre tação do l ivro de Deus torna-se necessár io: 1. Comparar as coisas espir i tuais com as espir i tuais (Cl I.9; IPe 2.5; ICo 2.15; 3.1); 2. Procurar conhecer a realidade e a verdade (2Tm 2.25; 3.7; lT m 2.4; Cl 1.5; Ef 4.15,21); 3. Ser sensato e saber rac iocinar (Pv 2.3,5; Tg 1.5; Pv I I . 2 ; Rm 12.16); 19 4. Ser s imples, modesto, sem a l t ivez1 (Pv 11.2; SI 119.130; Mt 11.25)*; & 5. Saber que as Escrituras tratam princ ipa lmente de Cristo, que é seu centro, porém apresentam assuntos mater ia is e espiri tuais: tempo e e tern idade, terra e céu, passado, presente e futuro ( l C r 16.36; Ne 9.5,6; SI 41.13; Is 57.15). Sabemos que para esses importantes assuntos, nos é muito útil a Hermenêut ica Bíblica; lembremo-nos, porém, de que a Palavra do Senhor é que permanece para sempre ( IP e 1.25; SI 12.6; SI 119.40; Mt 24.35). Iniciação à Interpretação Conhecimentos importantes. Línguas originais. Sendo as l ínguas originais da Bíblia o ^Hebraico e o Grego, deve-se saber procurar aí o sentido verdadeiro, o significado das palavras, do texto ou da passagem da Escritura da qual queremos a interpre tação certa. Paulo sabendo do valor do hebraico, ao ser preso em Jerusa lém falou aos judeus nessa l íngua, e os que o ouviram “guardaram o maior s i lêncio” (At 21.40; 2 2 . 1 ,2 ). Interpretação de textos isolados. Na l inguagem bíb lica não se devem interpre tar palavras e textos isoladamente ; quando as palavras ou os textos apresentarem sentidos diferentes, devemos prefer ir o mais compreensível aos ouvintes, o que não lhes ofereçam dúvidas. 1 Qu a l i d ad e de a l t ivo; a r rogânc ia , o rgul ho , am or-p ró p r io . 20 Textos obscuros. Uma base segura para in terpre ta r as passagens obscuras é saber que as Escr ituras Sagradas foram dirigidas ao povo em geral; assim, deve-se ter em vista o que os escri tores queriam dizer; quando a Bíblia registra: “Noé, entra na arca, tu e tua casa” (Gn 7.1); “Ordena a tua casa” (Gn 18.19); “Eu e minha casa” (Js 24.15); “salvação poderosa na casa de D a v i” (Lc 1.69); “Creu ele e toda a sua casa” (Jo 4 .53) , essa palavra não signif ica moradia , mas descendentes , f i lhos, família. Sentido usual e comum das palavras. Deve-se dar preferência ao sentido com um e usual das palavras, sempre que possível; podemos veri ficar o que diz Paulo aos tessa lonicenses: “A obra da vossa fé e o trabalho de car idade, e a paciênc ia da vossa esperança” , isto é, a vossa obra fiel, vosso traba lho caridoso e vossa esperançosa paciência ( lT s 1.3; Mt 24.15; Mc 13.14); Jesus, fa lando aos seus discípulos em l inguagem natural e ao alcance deles, disse: “Qualquer que a mim me receber, recebe não a mim, mas ao que me env iou” (Mc 9.37); o s ignificado certo é: recebe não somente a mim, mas também ao que me enviou; Moisés diz: “As vossas murmurações não são contra mim, mas contra o Senhor” (Ex 16.8); outros exemplos : IS amuel 8.7; Lucas 10.20; 14.12; João 5.22; Atos 5.4; IC or ín t ios 1.17; Efésios 6.12; Hebraísmos. Na Bíblia há muitas expressões hebraicas com significado próprio. Por exemplo, a passagem: “ se a lguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe.. . não é digno de m im ” (Lc 14.26), pode ser esc la recido 21 com esta outra: “quem ama o pai, mais do que a mim, não é d igno de m im ” (Mt 10.37); veja-se, ainda: Gênesis 29.31; Deuteronômio 21.15; Malaquias 1.2,3; Romanos 9.13. Interpretação em Sentido Geral - I a Parte A Bíblia é o seu próprio intérprete. Es ta é a grande verdade, a principal regra a ser seguida. Exis tem outras formas que auxi l iam a in terpre tação bíb lica (Êx 4.15; Dt 17.19; Js 1.8; Pv 30.6; Lc 24.27,32; Jo 5.39; At 17.11; IC o 2.6,16; 2Tm 3.15; IPe 1.11; 2Pe 1.19,21). Considerações: É de absoluta necessidade examinar o verdadeiro sentido, a f inalidade a que se propôs o autor sagrado ao escrever. Em Provérbios 1.1,6, por exemplo, Salomão diz com que fim o escreveu; no Evangelho de Lucas 1.1,4 igualmente o escri tor esc larece; do mesmo modo em Mateus 1.1; em Marcos 10.45; em João 20.31; em Atos 1.1,2 e em Romanos 3.28. É ponto firme e real que qualquer interpre tação de ensino ou doutrina só pode ser verdadeira, se não houver passagem contrária nas Escri tu ras (Dt 29.29; Is 8.20; Rm 2.29; 7.6; 2Co 3.6; Cl 4.16; lT s 5.27). Vocabulário . A Escritura Sagrada apresenta expressões própr ias de seus escri tores, e de seu autor (Êx 20.1; Nm 16.22; At 3.15; Hb 2.10; 12.2). Considerações: 1. A Escr itura é r ica em expressões simbólicas , f iguras de re tó r ica e em muitas frases do chamado hebra ísmo (Os 12.10; ICo 3.21; 4.6). 22 2. Quando se quer en tender um livro pres ta-se a tenção às expressões , às f iguras e aos símbolos; muito maior cuidado deve-se ter em conhecer isso na Bíblia, para não in te rpre tá -la erradamente (Jr 29.8,9; Rm 16.17; 2Co 11.13,15; Cl 2.4,8 ,10,18; E f 4 .14 e 5.6). Ainda que o estudante tenha a lcançado um bom conhec imento aparecem muitas passagens de obscura compreensão. Para in terpre tá-la acertadamente , há outras regras na santa Bíblia (Is 34.16; Êx 24.7; 32.32; At 17.11). Considerações: 1. O melhor in térpre te da Escritura , além da própr ia Escritura , é o Espír i to Santo (Jo 16.13; 14.26; IC o 2.10; l J o 2.20,27). 2. Orar a Deus, suplicando a i luminação do Espír i to Santo para a compreensão certa da passagem obscura. 3. Verif icar quem escreveu ou disse; para quem escreveu ou disse e porque escreveu ou disse ( lR s 3.9; 11.12; Pv 2.3,6; Tg 1.5,6; Mc 11.24; Jo 15.7). 23 Questionário • Ass inale com “X ” as al ternat ivas corretas 1. U m a das definições de hermenêut ica a)l I C iência da pregação b)l I C iência e arte de cantar c)| | Princípios , leis e métodos da ora tória d)| I Ciência de in te rpre ta r 2. Quanto às necessidades na in te rpre tação do livro de Deus, é incorre to dizer que, devemos a)| I Saber que as Escri turas tra ta-se da história, pr inc ipalmente , do passado, que é seu centro b) |~l Procurar conhecer a rea lidade e a verdade c)| | Ser sensato e saber raciocinar d)l I Comparar as coisas espir i tuais com as espir i tuais 3. São as l ínguas originais da Bíblia a)| | O Latim e o Hebraico b)| I O Aramaico e o Latim c)Pk1 O Hebraico e o Grego d)[ | O Grego e o Latim • Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado 4.fcl Um dos propósitos da herm enêut ica é descobri r o s ignificado do texto bíblico na época em que foi escri to 5 . m O melhor intérprete da Escritura , além da própr ia Escri tura , é o Pastor da igreja 24 Interpretação em Sentido Geral - 2a Parte Interpre tação no sent ido l iteral e espiri tual (Cl 1.9; IPe 2.2; ICo 2.14,15). Considerações: 1. É necessár io cer t if icar -se bem do sentido das palavras, frases, texto e contexto, com parando as passagens referentes ou semelhantes ao mesmo assunto (At 17.11; ICo 2.13). 2. Exam inar e p rocurar ter um melhor conhec imento da própr ia Bíblia, a f im de rejeitar qualquer c itação ou interpre tação errada (Gn 2.17; 3.1,9; Mt 4 .3 ,6 ,11; Jo 5.39; 8.44). As Palavras e seu Signif icado. 5? O s ignif icado das palavras deve ser tomado V ' conforme o sentido da frase. Nas Escri tu ras , as palavras variam muito em suas significações. Exemplo : 1. Salvação. • Salvação: ato ou efeito de salvar; Jacó abençoa seus fi lhos, faz uma pausa e diz: “A tua salvação espero, ó Senhor” (Gn 49.18); salvação, aqui, é o mesmo que Sa lvador esperado: “Ele é o autor da Salvação de D eu s” (Hb 2.10; 5.9; SI 3.8; 50.23). • Salvação como livramento: Moisés cantou: “O Senhor é o meu cântico; ele me foi por Sa lvação” (Ex 14.13; 15.2). “Estai em pé e vede a salvação do Senhor . . .” (2Cr 20.17). • Sa lvação como cura da enfermidade: Tiago diz: “A oração da fé salvará o doen te” (Tg 5.15). • Salvação como comple ta revelação do Evangelho , e de bênçãos para o crente na vida atual , na v inda de Cristo e na glór ia eterna (Hb 2.8; Rm 13.11; IPe 1.5,9). 25 2. Fé. Tem muitos s ignif icados na Escr itura; fé: conf iança na lealdade, no saber e na veracidade de alguém; Jesus é o autor e consum ador da fé (Hb 11.1,6; 12.2; E f 3.12; Rm 14.23). S ignificações da fé: • Fé: significa doutrina do evangelho, pregação, mensagem (Cl 1.23; 3.2; R m 10.8); • Fé: significa verdade e f ide lidade ( l T m 3.9; 4.1; At 24.24); • Fé: significa base do perdão e jus ti f icação (Rm 3.28,30; G1 3.8). 3. Graça. Favor que se d ispensa ou se recebe; favor que não merecemos, mas que Deus l ivremente nos concede (2Tm 1.9; IPe 5.10; Tt 2.11). Considerações: • Graça como prova do propósito divino de redenção e revelação: “Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor” (Gn 6.8; Ef 2.7,8; At 15.8); • Graça como jus tif icação: “jus t i f icados pela graça, gra tu i tamente” (Tt 3.7; Rm 3.24); • Graça como força e santidade: “a minha graça te bas ta” (2Co 12.9). “Pela graça de Deus sou o que sou e sua graça para comigo não foi em vão” , “mas graças a Deus, temos v iv ido” ( I C o 15.10; 2Co 1.12); • Graça como a palavra do evangelho: “a palavra de sua graça” (At 14.3); “evangelho da Graça de D eus” (At 14.3; 20.24; Tt 2.11); • Graça como doutr ina do evangelho: “é bom que o coração se for t if ique com a graça” (Hb 13.9; At 13.43; IPe 1.12; 2Pe 3.18); • Graça como salvação e glór ia eterna: “da graça que nos foi dada” ; “a graça que se vos ofereceu na revelação de Cristo Jesus” ( I P e 1.10,13; Ap 21.6). 26 Salvação, fé, e graça apresentam-se a inda na Bíblia com muitas outras s ignificações e interpretações. Há passagens, frases e pa lavras das Escrituras cujo sentido não entendemos bem. Para encontrarmos o sent ido certo, temos de in te rpre ta r o texto de conformidade com o contexto. Textos e Contextos O sentido das palavras no contexto. Para compreender o texto, é preciso examinar as pa lavras que o precedem e as que seguem depois dele; é necessário verificar o que indica o contexto. Exemplos: 1. Mãos impuras. “Comiam pão com as mãos im puras” ; isto não quer dizer que comiam com as mãos sujas, por falta de higiene; o sentido é que os discípulos não cumpriam a cer imônia exigida pelos rabinos , de lavar as mãos, conforme a tradição (Mc 7.2; compare com Mt 15.2). 2. Mãos purif icadas. “Puri ficai as mãos, pecadores” ; isto não quer dizer lavar as mãos; pelo contexto compreende-se que o sentido é submeter- se a Deus, mante r-se leal ao Senhor, de mãos purif icadas (Tg 4.8; SI 24.3,4; IPe 1.22; l J o 3.3; Is 1.15,16). 3. Perfeição. “O mantimento sólido é para os perfe i tos” ; pelo contexto , perfeito, aqui, significa apropr iar-se de um claro e verdadeiro conhecimento da verdade divina (Hb 5.14; IC o 2.6; F1 3.15). 27 4. Perfeito. Em Tiago 1.4, s ignif ica comple to na maneira de viver; no Antigo Tes tamento , perfeição aparece como retidão, sincer idade (SI 37.37). Palavras com sentido contrário. Às vezes, o significado é precisamente o oposto ao sentido ou idéia apresentada. Exemplos : Vejamos as expressões: “Vai e serás p róspe ro” ( l R s 22.15); “Andai e clamai aos deuses” (Jz 10.14); o verdadeiro sentido dessas palavras é inverso, pois, se alguém as cumprisse l i teralmente , sofreria as conseqüências de não observar o que antes fora esclarecido; “Porque o salário do pecado é a mor te” (Rm 6.23) não fala da morte natural - caminho de todos - mas da morte eterna, separação de Deus; no entanto, a parte seguinte do vers ículo 23 traz uma verdade sublime: “o dom gratuito de Deus é a vida eterna por Cristo Jesus, nosso Senhor” ; “Estando nós ainda m or tos” : a idéia aqui é provar que agora temos vida; o verdadeiro sentido dessa expressão está na continuação do versículo e do assunto (Ef 2.5; Ef 2.1; Rm 4.5; Jo 3.36). A inte rpre tação do texto pelo contexto bíblico. Qualquer expressão de sentido natural ou figurado deve ser submet ida ao contexto geral da Bíblia (SI 119.130; Is 8.20; ICo 2.14,15). Exemplos : 1. O Deus Trino não revela qua lquer ensino ou doutrina que não se possa compreender (Dt 29.29; SI 119.18; Lc 24.45). 2. Sobre a doutr ina da jus t i f icação pela fé, lemos: “ a saber, a jus tiça que vem de Deus, pela fé” (Rm 3.22); mas essa doutr ina é explanada pelo contexto e 28 por muitas outras passagens das Escri turas (Gn 15.6; Hb 2.4; At 13.39; Rm 1.17; 3.28; 4.3,8; G1 2.6; 3.8,24); 3. A doutrina da ressurreição: o autor aos Hebreus, re ferindo-se a doutrinas diversas, inclui a da ressurreição (Hb 6.2) que é com provada nas seguintes passagens: “Anunciava a Jesus e a ressurre ição” (At 1.22; 4.2,33; 17.18); “ressusci tou para nossa jus t i f icação” (Rm 4.25); “ somos semelhantes na sua ressurre ição” (Rm 6.5; Fp 3.10,11; Jo 11.25); 4. Para uma interpre tação verdadeira de um ensino ou doutr ina, muitas vezes temos de recorrer ao ensino da Bíblia toda ( I C o 15.3,4; At 3.18; 26.22,23). Interpretação da Linguagem Figurada A linguagem figurada nas Escri tu ras é muito variada. E de suma importância estudá-la , para in terpre tar as f iguras corretamente. Considerações : • Os povos antigos usaram bastante an a lo g ia1 - comparação das coisas espir i tuais com as materia is - explicando, assim, fatos espiri tua is por s ímbolos materiais. • Deus sabe da nossa d ificuldade em compreender as coisas celestes e, por isso, nos p roporc iona a compreensão delas pelas coisas que estão ao nosso alcance. Deus se apresenta nas Escri tu ras através das l inguagens figuradas, compreensíveis à mente humana, mas nessa l inguagem nos dá apenas uma pálida imagem daquilo que realmente Ele é, da sua grandeza, sabedoria e pureza. Considerações: 1 Pont o de s em e lh an ça en t re coisas d i f e ren tes . 29 Ele apresenta-se como o Deus que vive e vê; como a luz; como tendo mãos, pés, olhos; como pai, rei e cr iador (SI 42.2; Jr 10.10; lT m 4.10; Gn 16.13; ISm 16.7; Jz 2.15; Hb 10.31; 2Rs 2.12; Mt 6.9; 5.48; SI 4.6; 27.1; 89.15; Is 40.28; 43.15; Jo 1.5). Comparem-se estas passagens ( l T m 6.16; Ex 33.20; Êx 33.11); qual o sentido e a in te rpre tação destas afirmações: “Nenhum homem viu nem pode ver D eus” e “Moisés falava cara a cara com D eu s” , há nelas contradições? a pr im eira quer dizer que nenhum homem terá uma revelação, uma visão integral da glória e da majestade divina, e a segunda s ignif ica que Deus, na sua onipotência, manteve com Moisés um contato direto, sem in te rvenção de outra pessoa, não havendo, portanto , contradição alguma.Em Gênesis 6.6 lemos: “arrependeu-se o Senhor de haver feito o ho m em ” e em Números 23.19: “Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se a rrependa” ; alguém dirá que nisso há patente contradição, mas a in terpre tação real, com base na própr ia Escri tu ra é que Deus já não t inha prazer na sua obra, pois o homem se tornara desagradável a Ele por causa do pecado; de igual modo, quando diz que Deus se arrepende, desv iando de alguém o mal com que o ameaçara, isso significa que Deus não mandou o mal por ter esse alguém se humilhado, como se vê dos casos de Nín ive e de Zedequias. Mais exemplos: “e Eu vos falei, madrugando e fa lando” (Jr 7.13); “descerei e ve re i” (Gn 18.21); “e segundo a sua vontade Ele opera” (Dn 4.35); Ele esconde de nós o seu rosto (SI 69.17); “para onde fugirei da tua face?” (SI 139.7). Pela l inguagem figurada pode-se conhecer a onipotência divina: “o veremos como Ele é” ( IC o 13.12). 30 Linguagem Figurada - Figuras Classificadas Pela Gramática Figuras de retórica. As figuras de l inguagem, que aparecem na Bíblia, são as mesmas class ificadas pela gramática. í ) 1 1. Metáfora. ""Semelhança entre duas coisas que se aplicam a um termo. Vejamos estas expressões do própr io Cristo: “Eu sou o cam inho” ; “Eu sou a v ideira” ; “Vós sois a luz do m undo” ; “Vós sois as varas” (Jo 14.6; 15.1,5; Mt 5.14). 2. S inédoque Quando são mencionadas duas coisas entre as quais não há semelhança, mas uma certa relação. Em ICorín t ios 11.27, lemos: “beber o cálice do S enhor” . Aqui se menciona cálice por aquilo que contém; “A minha carne repousará segura” (SI 16.9), quando se dever ia dizer: o meu corpo, ou o meu ser, estará seguro. 3. M eton ím ia b i o Relação de uma coisa não visível , fo rmada apenas na mente: a causa do efeito ou sinal pela coisa significada. Como vemos nas palavras de Cristo a Pedro: “Se eu não te lavar, não tens parte com igo” (Jo 13.8). A palavra lavar signif ica aqui purif icar ou l impar. Pedro confunde ao símbolo com a real idade, pedindo ao Senhor que lhe lave não somente os pés, como também as mãos e a cabeça. Em João 13.7-10 a s ignif icação da lavagem dos pés expressa pur if icação completa. 31 4. Prosopopéia Personif icação de coisas inanimadas, a tr ibuindo- lhes os efeitos e ações das pessoas (SI 85.10,11; Is 55.12; ICo 15.55; IPe 4.8). 5. Ironia. Expressão que significa o contrário do que se está pensando ou sentindo; é usada para d iminu ir e deprec ia r1; mas, às vezes, é empregada para louvar e engrandecer ( l R s 18.27; Jó 12.2; 2Co 11.5,13; 12.11). 6. Hipérbole. Figura que engrandece ou diminui exageradamente a verdade das coisas (Nm 13.33; Dt 1.28; Jo 21.25). 7. Fábula Narração em que seres irracionais e mesmo objetos inanimados são apresentados fa lando, com paixão e sentimento humano para ensinar l ições morais. A fábula narra o que é imaginário. No Novo Testamento há diversas recomendações re ferentes a certas fábulas de falsos mestres para enganar o crente ( l T m 1.4; 4.7; 2Tm 4.4; Tt 1.14; 2Pe 1.16). 8. Enigma. A palavra, nas Escrituras, significa uma expressão que só se entende com muito esforço mental (Nm 12.8; SI 78.2). 9. Alegoria. Exposição de um pensamento sob forma figurada; f icção que apresenta um objeto para dar idéia 1 Pe rd e r a es t ima, a con s i de ra ção ; av il ta r - se , de sac re d i ta r - s e . 32 de outro. Veja-se na Epís to la aos Gálatas, capítulo 4, uma alegor ia referente a fatos importantes da história de Abraão e Israel , onde os dois concertos - o da Lei e 0 da Graça - são apresentados a legor icamente em Sara e Agar. 10. Símile. Signi fica analogia, semelhança , comparação que se faz de uma coisa com outra que se assemelha . A palavra símile aparece escri ta em nossa Bíblia somente uma vez e está no livro do profe ta Oséias (12.10), porém, como figura gramatical , é muito apresentada e é de uma extraord inár ia beleza para a compreensão e a in terpre tação da Palavra de Deus. 11. Antítese. Antí tese signif ica contraste , oposição de pensamentos ou de palavras. É encontrada em muitas partes das Escrituras e quase sempre apresenta o contraste exis tente entre o mal e o bem, e entre o falso e o verdadeiro . 12. Apóst rofe . E a interrupção que o orador faz para dirigir- se a coisas ou pessoas, é a in te rpe lação1 direta e repentina, o dito mordaz2 e imprevisto. A apóstrofe é com um ente usada pelos oradores sagrados a f im de chamar a tenção para alguma coisa presente ou ausente, real ou imaginária. 13. Clímax ou gradação. Clímax ou gradação refere-se a grau máximo, a ponto culminante. Aparece na Bíbl ia 1 Di r ig i r a p a la v r a a a lguém pa ra pe rg u n ta r a lguma coisa. 2 C o r ro s iv o , de s t ru t ivo . 33 const i tu ído por palavras, por um capí tu lo intei ro, ou por um livro. 14. Interrogação. “Ação de interrogar, perguntar. Figura pela qual o orador se dirige ao seu adversário ou ao público em tom in te rroga tório , sabendo que não terá re spos ta” . 15. Provérbio. “Sentença ou máxima expressa em poucas palavras e que se tornou vulgar e co m u m ” . Os provérbios constantes das Sagradas Escri turas são adágios da sabedoria divina aplicados às condições do povo de Deus. Contêm orientação sábia e podem ser aplicados à vida prática. Salomão foi inspirado a escrever um livro de provérbios , cujo obje tivo está expresso em Provérbios 1.2-6, que deve ser l ido pelos estudantes para melhor entendimento. Nas páginas sagradas encontramos muitos provérbios. Alguns foram proferidos pelo próprio Senhor Jesus, tais como: “Médico, cura-te a ti m esm o” (Lc 4.23); “Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa” (Mt 13.57). Para uma correta in te rpre tação dos provérbios , deve-se saber que eles normalmente , não têm contexto. Deve-se também verificar a que classe pertence, visto que podem apresentar-se como metáfora, símile, parábola ou alegoria. Exemplo , em Provérbio 1.20,33 e Eclesiastes 9.13,18, apresenta-se como parábola. 16. Acróstico. Acróst ico é uma composição poética em que o conjunto de letras iniciais, mediais ou finais de cada versículo formam um nome de pessoa ou de coisa. Esta figura é com um nas Escrituras (no hebraico), mas a sua 34 tradução não é possível . Os Sa lmos 111 e 112, por exemplo, fo rmam um par de poesias acrós t icas1 que descreve os caminhos do homem e os de Deus; o Sa lmo 119 está d ividido em vinte e dois grupos de oito vers ículos cada um; cada grupo tem os seus vers ículos in ic iados por uma letra, segundo o alfabeto hebra ico, como pode ser visto em algumas traduções. 17. Paradoxo. Paradoxo é a proposição que, ou que parece ser contrária à opinião comum; é sinônimo de desconchavo, de contradição. Tipos Tipo é a representação de pessoa ou coisa espiri tual por pessoa ou coisa material. A palavra t ipo significa, l i tera lmente , marca ou impressão e pode ser traduzida, segundo o contexto , por figura. Exemplo: modelo , etc. A palavra Antít ipo, l i teralmente , quer dizer: corresponder ao tipo, e é a realidade. Jesus faz diversas re ferências a tipos do Antigo Testamento , sendo Ele mesmo, por vezes, o antí tipo. E impossível apresentar toda a t ipologia do Antigo Tes tam ento re ferente a Cris to e à sua Igreja. O es tudioso da Bíblia deve conhecer os t ipos, os quais para uma corre ta interpretação, devem ter aprovação no Novo Testamento . O tipo é inferior ao antí t ipo, à real idade que aquele representa. 1 C o m p o s iç ã o poé t ic a na qua l o c on ju nt o das let ras in ic iai s (e por vezes as media i s ou f inai s ) dos versos c o m p õ e ve r t ic a lm en te uma pa la vr a ou frase. 35 Tipos Pessoais: AntigoTes tam ento Novo Tes tamento Adão (Gn 1.26; 2.7) Rm 5.14; IC o 15.45; Abel (Gn 4.8,9) Hb 12.24; Abraão (Gn 17.5) Ef 3.15; Hb 9.7,24; Davi (2Sm 8.15; SI 89.19,20) At 7.45; 13.34,36; Fp 2.9; Isaque (Gn 22.1,2) Hb 11.17,19; Jacó (Gn 32.28) Jo 11.42; Hb 7.25; José (Gn 50.19,20) Hb 11.11,22; Josué (Js 1.5,6) Hb 4.8,9; Moisés (Nm 12.7; Dt 18.5) Hb 3.2; At 3.20,22; Arão (Ex 30 .7,10) Hb 9.6,7; Sansão (Jz 16.30) Cl 2.14,15; Zorobabel (Zc 4.7,9) Hb 10.20. 36 Tipos, Ritos e Coisas: Antigo Tes tamento Novo Tes tamento A expiação e os sacrif ícios (Lv 16.15,16) Hb 9.12,24; As ofertas que imadas (Lv 2.4) Hb 10.10; As ofertas dos leprosos (Lv 14.4- 7) Rm 4.25; As ofertas pelas transgressões (Lv 7.1-7; Is 53.10) At 8.23; As ofertas pelo pecado (Lv 4.2,3) Hb 13.11,12; O cordeiro pascal (Ex 12.3,46) Jo 19.36; ICo 5.7; A A arca da aliança (Ex 25.16; SI 40.8; Is 42.16) Hb 9.4,5; O altar de bronze (Ex 27.2) Hb 13.10; O altar de ouro (Ex 40.5 ,26,27) Ap 8.3; As cidades de refúgio (Nm 35.6) Hb 6.18; O candelabro de ouro (Ex 25.31) Jo 8.12; A pia de bronze (Ex 30.18,20) Ef 5.26,27; O maná (Ex 16.11-15) Jo 6.32,35; O propic ia tó rio (Ex 25.17-20) Hb 4.16 A rocha de Horebe (Ex 17.6; Nm 20.11) ICo 10.4; O tabernáculo (Ex 40.2,34) Hb 9.11; A mesa dos pães da proposição (Êx 25.23-30) Jo 6.48; O Templo ( lR s 6 .1 -38) Jo 2 .19-21; O véu do tabernáculo e o do templo (Êx 40; 2Cr 3.14) Hb 10.20. 37 Questionário • Ass inale com “X ” as al ternativas corretas 6. O significado das palavras deve ser tomado conforme o sentido a)l I Da letra b)[x] Da frase c)[ | Do capítulo d)| I Do livro 7. Figura que engrandece ou diminui exageradamente a verdade das coisas a)| I Paradoxo b)| | Metá fora c)l I Provérbio d ) 0 Hipérbole 8. A palavra Antí t ipo, l i tera lmente, quer dizer a)í71 Corresponder ao tipo, é a realidade b)| I Contrapor ao tipo, é a falsidade c)| | Concorre r ao tipo, é a f lexibil idade d)| I Contrariar ao tipo, é a obscur idade • Marque “C” para Certo e “E ” para Errado 9.[T] A s figuras de l inguagem que aparecem na Bíblia, são as mesmas class ificadas pela gramática 10.0 A Meton ímia é uma composição poética em que o conjunto de letras iniciais, mediais ou finais de cada vers ículo formam um nome de pessoa ou de coisa 38 Lição 2 A Hermenêutica 2 Parábolas J Parábolas são narrações alegór icas ' destinadas a transmit ir verdades impor tantes. Nas Escrituras, as parábolas ensinam verdades celestiais. Exemplos: “O reino dos céus é semelhante a uma rede que, lançada no mar, recolhe os peixes de toda e spéc ie” (Mt 13.47). O s ignificado desta parábola é semelhante ao da parábola do jo io . E, portanto, uma figura do que acontecerá: “Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos e separarão os maus de entre os ju s to s ” (Mt 13.49). Segundo outros comentários, a rede lançada pelo evangeli s ta apanha os que rea lmente se conver tem, e também traz os que, apenas, vêm acompanhar a vida social da igreja. Várias verdades são e luc idadas1 nas parábolas. Jesus fez uso contínuo delas no seu ministério: “E com muitas parábolas lhes dirigia a palavra, segundo o que podiam compreender. E sem parábolas nunca lhes falava; porém tudo declarava em part icular aos seus d isc ípu los” (Mc 4.33,34). Na interpre tação das parábolas , o problema é saber quais os detalhes que têm significação, e quais os T o rn a r compre ens íve l ; es c la r ece r ; expl icar . 39 incidentes sem sentido real na his tória apresentada . Ord inariamente , a parábola tem por e sco p o 1 m os tra r um fato impor tante ; dela não devem ser t i radas, à força, l ições de cada pormenor, pois a lgumas partes são apenas complementos da his tória apresentada. Nunca devemos esquecer : as parábolas não são para produzir doutrinas: seu obje tivo é i lus trar as verdades que Jesus quis ensinar. Há nos evangelhos onze parábolas citadas somente por Mateus (Mt 13.24,47; 20.28; 22.2; 15.1,14-31); duas só por Marcos (Mc 4.2; 13.34); sete apenas por Lucas (Lc 7.41-19.12) , e três unicamente por Mateus e Lucas (Mt 7.24; 13.33; 18.12; Lc 6.47; 13.20; 15.4); sete são ci tadas por Mateus , Marcos e Lucas: Mateus 5,9,13,21,24; Marcos capítulos 2,4,12,13 e Lucas capítulos 5,8,13,20,21. Além das muitas parábolas c itadas nos V evangelhos , há também parábolas no Antigo Testamento. Exemplos: duas em 2Samuel 12.1-4; 14.1- 11; uma em IReis 20.35,40; uma em Isaías 5.1-7, e três em Ezequiel 17.3-10; 19.2-9; 24.3-14. Símbolos C v . r \ Símbolo: “emblema, f igura, sinal , que representa objeto ou alguma coisa; im agem com que se designa uma coisa puramente mora l” . Teologicamente , é “sinal ex terno da ceia do Senhor; é formulár io dos principais art igos de uma re lig ião” ; em retór ica é “subst i tuição do nome de uma coisa pelo nome de um sinal” . A s imbologia da Bíblia é r iqu íss ima tanto no Velho quanto no Novo Testamento, daí a necessidade 1 Alvo , mira , intu i to ; intenção. 40 de um estudo apr imorado dos símbolos bíblicos para in te rpre ta r o que o escri tor apresenta. : Profecias, parábolas , mi lagres, e mensagens foram, muitas vezes, apresentadas em l inguagem simbólica. Os símbolos do Velho Testamento são base para as doutr inas do Novo. De modo geral, símbolos devem ser es tudados no sentido literal em relação ao contexto , e não forçando o texto a uma part icula r interpretação. O in térpre te não deve extremar-se nos mínimos detalhes dos s ímbolos , pois isso pode t razer confusão. A seguir aprecia remos os símbolos com suas d iversas class ificações: Céus e terra. “No princípio criou Deus os céus e a terra.. . e chamou Deus à expansão céus. . . e chamou Deus à porção seca te rra” (Gn 1.1,8,10). Significação: 1. Céus: o f irmamento que se estende como uma tenda sobre a terra; é também compreendido como o universo (Gn 1.14; Jó 37.18; SI 104.2; Is 40 .22; Jr 23.24; Mt 5.18); 2. Céus e terra: um conjunto de poderes polí t icos de um país; céus s imbolizando os governantes , e terra, o povo (Gn 6.11); 3. Céus: lugar onde Deus habita com seus exérci tos (SI 2.4; 115.3; 123.1; Is 66.1; Mt 24.36; 28.2; Mc 13.32; Lc 22.43); 3. Céus: lugar da habi tação dos remidos do Senhor e dos santos apóstolos e profetas (2Co 5.1; Ef 3.15; Fp 3.20; IPe 1.4; Ap 19.1); 5. “Céus aber tos” e “portas e janelas do céu” : bênçãos e proteção de Deus para os seus servos fiéis, e também ju ízo para os infiéis (Gn 28.17; Ml 3.10; Jo 1.51; Ap 4.1; 19.11). 41 Elementos , fenômenos e coisas diversas. Signi ficação: 1. Água: regeneração, Palavra de Deus (Jo 3.5; 4.10,11; Ef 5.26); 2. Luz: verdade, sabedoria, gozo; glór ia e pureza de Deus; fe lic idade (SI 104.2; Jo 12.35; l T m 6.16; 2Co 4.6; 2Pe 1.19); 3. Trevas: mentira, ignorância, cegueira espiri tua l (Mt 6.23; l J o 1.6); 4. Sol: autoridade super ior (Gn 1.16); 5. Lua: a au toridade secundária (Gn 1.16; 37.9,10); 6. Estrela: sinal , aviso, ju ízo , autoridade sujeita a j u í z o de Deus; a “estrela resplandecente da m anhã” s imboliza Cris to (Gn 1.14; Jd 13; Ap 2.28; 8.10,11; 22.16); 7. Chuva: inf luência divina, benef icência de Deus para todos, bênçãos para o seu povo; significa também ju lgam ento e castigo para os desobedientes ( lR s 8.35; SI 65.10; Mt 5.45; At 14.17; Tg 5.7,18); 8. Vento, vento im pe tuoso1: conturbação; vento detido, tranqüil idade , est rondo ou som de vento veemente e impetuoso é conturbação para os infiéis, mas, para os fiéis no cenáculo, foi gozo e enchim ento do Espír i to Santo (SI 55.8; Ez 1.4; Mt 7.27; 8.26,27, At 2 .2 ); 9. Montanha: grandeza e estabi l idade (Is 2.2; Dn 2.35); 10. Bosque: c idade ou reino; suas árvores altas representam regentes e governadores (Is 10.18,34; 32.19; Jr 21.14; Ez 20.46);11.Pó: frag il idade dos homens (Gn 2.7; Jó 30.19; Ec 3.20); 12.Rocha: fala de fortaleza, abrigo, refúgio, Deus, Cris to (Dt 32.31; ISm 2.2; SI 61.2; Mt 7.24; Rm 9.33; IPe 2.8). 1 Que se m ov e co m ímpeto . A rreba ta do , veemente , fogoso . 42 Plantas , f lores e frutos. Signif icação: 1. Arvores : as altas, os governantes e as baixas , o povo (Ez 31.5-9; Ap 7.1); 2. Espinhos e abrolhos: as más influências (Mt 13.22; Hb 6.7,8); 3. Fruto: as manifestações das a tividades da vida (Mt 7.16); 4. “Frutos maduros de ve rão” : aproximação do fim; frutos bons são o exemplo dos piedosos , a conversa santa, as recompensas dos santos, os conver tidos das Igrejas, os efeitos do arrependimento , as boas obras, as doutrinas de Cristo, a operação do Espíri to Santo, o louvor a Deus (SI 72.16; Pv 11.30; 12.14; 18.20; Is 3.10; Mt 3.8; 7.17,18; G1 5.22; E f 5.9); Frutos maus são a conduta, e conversa dos perversos (Mt 7.17; 12.33); 5. Jardim: a igreja; ja rd im cercado, a natureza frutífera e segura da Igreja; ja rd im bem regado, a prosperidade espiri tual da Igreja; ja rd im seco, os ímpios (Ct 4.12; 6.2,11); 6. Uvas: as maduras s im bolizam pessoas prontas para o castigo (Ap 14.18,20; Is 63.2; Lm 1.15); 7. Vinha: grande fecundidade. Vindimar signif ica destruição (Jr 2.21; Os 14.7; Ap 14.18,19); 8. Sega, m e sse 1 ou ceifa: tempo de destruição e também s ímbolo de campo para os trabalhos da Igreja (Is 17.5; Mt 9.37; Ap 14.18); 9. Ramos ou rebentos: f ilhos ou descendentes (Is 11.1); ramo frutífero s imboliza os santos e ramo infrutífero , os maus professores (Jo 15.2,6); 10. Palmeiras , palmas: realeza, vitória, prosperidade (SI 92.12; Ap 7.9); 1 Seara em bo m es tado de se cei far . Ce i fa , co lhe i ta . 43 11. Cedro: força, perpetuação (SI 104.16); também, o cris tão (SI 92.12); 12. Romeira: os santos e seus frutos (Ct 6.11; Ct 4.13); 13. Videira: Cristo, Israel (Jo 15.1,2; SI 80.8; Is 5.2-7); sentar-se sob a própr ia - videira significa paz e prosper idade ( lR s 4.25; Mq 4.4; Zc 3.10); 14. Vara: comando, correção; vara de Arão (Êx 7.9,12; Nm 17.3,10; Pv 10.13; 13.24; ICo 4.21; 2Co 11.25; SI 23.4; Is 10.5; SI 2.9; Ap 2.27; 12.5); simboliza também os crentes (Jo 15.5); 15. Figueira: paz e prosperidade ( lR s 4.25; Zc 3.10); 16. Figos: f igos bons e maduros, as obras dos santos (Jr 24.2,3,5); Figos maus e fora de tempo, ímpios maduros para o ju lgamento de Deus (Is 34.4; Jr 24.8). Metais. Signif icação: 1. Ferro: severidade, força, res is tência (Dt 4.20; Jó 40.18; SI 107.10; Ap 9.9); 2. Bronze: força e f i rmeza (Is 48.4; Jr 6.28; SI 107.16); 3. Prata: resgate, redenção (Êx 26.21); 4. Ouro: glór ia de Deus, realeza e poder (Gn 41.42; Êx 28.36; 25.17,18; Ap 3.18); ouro refinado pelo fogo s imboliza a verdadeira riqueza espiri tual; 5. Cobre: res is tência ao fogo (Êx 27.2-6; 30.18); Pedras. Signif icação: 1. Pedras preciosas: magnificência e formosura (Êx 28.9-21; Ap 4.3; 21.11): 2. Crisóprazo: paz que sobrepu ja1 todo entendimento (Ap 2 Í .20) ; 3. Topázio: alegr ia do Senhor. 1 Ex c e d e r em a l tura ; sobre levar : 44 Animais. Significação: 1. Boi: submissão; o ato de tr i lhar o grão sem ter atada à boca signif ica o dire ito que tem o obre iro do evangelho ao seu sustento (Is 30.24; ICo 9.9,10); 2. Bode: os reis macedônios , especia lmente Alexandre (Dn 8.5,7,21); é também símbolo dos ímpios e dos falsos pastores (Zc 10.3; Mt 25.32,33): 3. Besta: poder t irano e usurpador , porém, às vezes simboliza um poder tempora l qualquer (Dn 7.3-17; Ez 34.28); 4. Cavalo: equipamento de guerra e de conquista; rapidez (J1 2.4); domínio: (Dt 32.13; Is 58.14); 5. Carneiro: os reis em geral, especia lmente dos reis persas (Dn 8.3,7,20); 6. Cordeiro: s implic idade e mansidão; pureza de Cristo; Cristo como sacrifício; o povo do Senhor; crentes fracos (Is 5.17; 40.11; 53.7; Jo 21.15); 7. Cão: impureza, apostas ia (Pv 26.11; Fp 3.2; Ap 22.15); também s ímbolo de vigilância, falsos mest res e minis tros infiéis (Is 56.10); 8. Leão: majestade, força, ferocidade; símbolo de poder enérgico e dominador; de rea leza soberana do Messias (Dn 7.4; Am 3.8; Ap 5.5); 9. Leopardo (tigre): in imigo cruel e enganoso (Jr 5.6; Dn 7.6; Hb 1.8; Ap 13.2); 10. Jumento: selvagem, os ismaeli tas , a instabil idade do homem natura l , os ímpios em busca do pecado; Israel e seu amor pelos ídolos (Gn 16.12; Jó 11.12); jument inho s im boliza a paz - Cristo entrando em Jerusa lém como Rei da Paz (Zc 9.9; Mt 21.5,7); 11. Raposa: engano, astúcia, falsos profetas (Ez 13.4; Lc 13.32); 12. Touro: inimigo forte e furioso (SI 22.12); 13. Novilhos: povo comum; casas e povoações (Jr 50.27); 45 14. Urso: in imigo feroz e t em erár io1; governantes ímpios, e também ju ízo de Deus contra os ímpios (Pv 17.12; 28.15; Lm 3.10; Os 13.8; Ap 13.2); 15. Lobo: egoísmo e av idez2; os ímpios e governantes ímpios ; falsos mestres; Satanás (Ez 22.27; Mt 7.15; Mt 10.16; Lc 10.3; Jo 10.12); 16. Dragão: reis cruéis; perseguidores; in imigos da Igreja, os ímpios e o diabo (Ez 29.3; SI 44.19; Ap 13.2; 20.2). Aves. Signif icação: 1. Águia: poder, vista penetrante , movimento no sentido mais elevado (Dt 32.11,12); sabedoria , selo dos min is tros de Deus (Ez 1.10; Ap 4.7); 2. Pomba: o Espíri to Santo, mansidão de Cristo, influência suave e benigna do Espíri to de Deus, inocência, pureza (SI 68.13; Ct 6.9; Mt 3.16; 10.16; Jo 1.32); 3. Aves do céu: reis cruéis, nações, povos de diferentes nações , o diabo (Is 46.11; Jr 12.9; Ez 31.6; Lc 8.5). Insetos e Répteis. Significação: 1. Abelha: os reis da Sír ia (Is 7.18); às vezes s imbol iza um poder invasor cruel (Dt 1.44; Jz 14.8; SI 118.12); 2. Gafanhotos: calamidade (Am 7.1,2); inimigos destru idores, governantes ímpios, falsos mestres, apostasia, destruição dos inimigos de Deus (Jz 6.5; 7.12); 3. Crocodilo (ou dragão): Egito e, em geral de todo poder anticris tão (SI 44.19; Is 27.1; 51.9; Ez 29.3; Ap 12.13); 1 A rr i sc ad o , impruden te , per igoso . Ar ro jad o , audac ioso , a t rev ido; p rec ip i tado . 2 D ese jo a rdente , im od e ra do , veemen te , de a lguma coisa. A ns iedade , sof reguid ão . Cobi ça , ambição . Vora c id ade , sede. 46 4. Peixes: governadores das gentes (Ez 29.4: Hc 1.14); 5. Formiga: d i l igênc ia1, trabalho, cuidado (Pv 6.6; 30.25). Cores. Significação: 1. Azul: céus, montes, dis tância, perfeição; 2. Branco: formosura, santidade - branco resplandecente era a cor real e sacerdotal entre os judeus (Ec 9.8; Mc 9.3; Ap 3.4); 3. Amarelo: enfermidade mortal , pesti lência (Ap 6.8); 4. Carmesim: ident if icação, pecado, purif icação (Js 2.18; Is 1.18; l Jo 1.7); 5. Púrpura: realeza - era a cor real dos romanos (Jo 19.2,5); 6. Preto: angústia, afl ição e fome (Jó 30.30); 7. Vermelho: guerra, derramamento de sangue e também vitória (Zc 6.2; Ap 12.3). Diversos. Significação: 1. Varão: homem respei tável, valoroso, anjos, Jesus (Gn 2.23; 6.4; At 1.10; 17.31); 2. Homem: toda a humanidade (At 17.26); homem velho - sentido terreno; homem novo - sentido espiri tual ( I C o 15.45); 3. Mulher: mãe da raça humana; mulher vestida de sol e montada numa besta representa Israel (Ap 12.1; e 17.3, 4,9); 4. Virgem: servos fiéis que não se mancharam com a idolatria; símbolo da Igreja (Ap 14.4); 5. Pr imogênito: Israel e os crentes (SI 89.27; Rm 8.29; Hb 1.6; 12.23; Ap 1.5); 6. Criança: humildade e dependência ( lR s 3.7; Jr 1.6; Mt 18.4); Cu idado a t ivo ; ze lo, ap l i cação . A t i v id ade , rap idez , pres teza . 47 7. Braços: força e poder; braço nu e estendido - símbolo de poder em exercíc io (Êx 6.6); 8. Mãos: at ividade, poder, comunhão, ajuda; mão di reita - s ímbolode honra e dis t inção, poder, apoio e pro teção (Êx 15.6); 9. Pés f irmados numa rocha: estabil idade (SI 40.2); 10. Pés colocados num lugar amplo: l iberdade (SI 31.8); 11. Pés lavados ou mergulhados em azeite: abundância (Jó 29.6); 12. Pés mergulhados em sangue: vitória (SI 68.23); 13. Sentado aos pés de alguém: si tuação de humildade; aprendiz (Lc 7.38); 14. Lavar os pés: ato de hospita lidade e também de humildade (Gn 18.4; Jo 13.5,8,10); 15. Pés escorregando: ceder à tentação (Jó 12.5; SI 38.16); 16. Sangue: vida ou alma (Lv 17.11); Isaías diz de Cristo: “Derramou a sua alma na morte para fazer expiação pelas nossas a lm as” ; 17. Morte: separação, separação de Deus, insensib il idade espiri tual (Ef 2.1); 18. Casamento : união perfeita e f idelidade (Ef 5.23,32); 19. Adultério: infidelidade, infração do pacto, idolatria (Jr 3.8,9); 20. Pão: al imento espiri tual; representa também o corpo de Cristo ( I C o 11.23,26); pão da vida simboliza Cristo (Jo 6.35); 21. Vinho: sangue de Cristo (Mt 26.28); 22. Maná: o verdadeiro pão do céu para vida e sustento dos que são de Cristo (Jo 6.31,35,48); 23. Fermento: maldade ou corrupção ( I C o 5.7,8); 24. Azeite: o Espíri to Santo (SI 133.2); 25. Incenso: oração (SI 141.2); 48 26. Fogo: e lemento purif icador; s imboliza tam bém ju ízo divino (Is 6.6,7; 9.18,19); Números Simbólicos. A s imbologia dos números nas Escri tu ras é muito importante para o estudante da Bíblia. Os hebreus dever iam escrever os números por extenso, pois não existe prova de que usassem algarismos. Para representa r os números , empregavam as letras do alfabeto. Por exemplo, a pr im eira letra “A l e f ’ era o número “u m ” ; a segunda, “Bei t” , o número “do is” e assim por diante. Também a expressão de Jesus em Apocalipse: “Eu sou o Alfa e o Omega (pr imei ra e última letra do alfabeto grego), o primeiro e o derradeiro” , mos tra a grande importância da s imbologia dos números. 49 Questionário • Ass ina le com “X ” as a lternat ivas corretas 1. Narrações de Jesus dest inadas a t ransmit ir e ensinar verdades importantes e celestiais a)l I Os Provérbios b)[X1 As Parábolas c)l | As Profecias d)| | Os Acrósticos 2. Em blema, f igura, sinal , que representa objeto ou a lguma coisa a)| I Parábola b)l I Paradoxo c)F1 Símbolo d)| | Hipérbole 3. Quanto aos diversos símbolos e seus significados, ass inale a incorreta a)| I Varão: homem respeitável, valoroso, anjos, Jesus b ) D Vinh o: sangue de Cristo c)[ | Maná: o verdadeiro pão do céu para vida e sustento dos que são de Cristo d ) Q Azeite: al imento espiri tual; representa também o corpo de Cristo • Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado 4 . 0 Há parábolas citadas nos evangelhos, e também parábolas no Antigo Tes tamento 5 . m Profecias, parábolas, milagres e mensagens foram, muitas vezes, apresentadas em linguagem simból ica 50 Auxílios Externos Várias matérias ou ciências extrabíb licas precisam ser estudadas, tendo em vista os subsíd ios valiosos à corre ta inte rpre tação da Palavra de Deus. Essa contr ibuição não pode ser dispensada, sob pena de perdermos uma visão mais ampla dos fatos narrados na Escritura. Dentre essas matérias ou ciências podemos considerar: ? r Geografia Bíblica. A ' ^ Oferece auxíl io indispensável à compreensão dos acontec imentos narrados na Bíblia. Um acontecimento está sempre es tre it amente l igado a um determinado ambiente geográfico. O conhec imento da Geografia da Palest ina, seus climas, ac identes geográficos, r iquezas minera is e vegetais, muito auxil iará a inte rpre tação da Palavra de Deus. História. ; ^ Conhecer a histór ia das nações c ircunvizinhas da Palest ina, os seus costumes , o seu progresso cultural e econômico, fornece mui tos esc larecimentos de fatos narrados na Bíblia; conf irma mesmo a veracidade dela. Como se pode ver, pois a história é de transcendental impor tância no estudo da interpretação das Escrituras . Outros auxílios. Conhecer o reino vegetal e mineral , os costumes do povo hebreu e os de seus vizinhos: a al imentação, o modo de vestir, as habitações, é auxíl io valioso no estudo da Bíblia. O estudo da a rqueologia também oferece fonte importante, considerando que essa c iência confi rma fatos e lugares narrados na Bíblia; que antes eram comple tamente desconhecidos . 51 Profecia Uma def inição cons iderada s implis ta afirma que a p rofec ia é a predição de acontec imentos futuros e a base da mensagem de Deus ao homem (Gn 49.1; Nm 24.14; Is 38.5,6; 39.6,7; Hb 1.1). Deus é o autor da profecia. Os homens de Deus eram inspirados pelo Espír i to Santo (2Pe 1.19,20; IPe 1.10,11; Is 61.1,2). Tendo em vista a sua procedência , a profecia assume grande importância na Bíblia: 1. É qual candeia a i luminar o nosso caminho na escur idão desta vida; 2. É guia seguro para a vontade de Deus, se a soubermos interpretar; 3. É necessária em todo o tempo, até que venha o dia quando serão consumadas as promessas feitas à Igreja. Se t ivermos em mente que a Palavra de Deus tem objetivo certo e único - à salvação dos homens através da revelação de Jesus Cristo, observaremos que o propósito principal das profecias é o próprio Senhor Jesus Cristo. Muitas profec ias a respeito do Senhor Jesus j á t iveram seu pleno cumprimento : 1. Sua humildade (Gn 3.15; Is 7.14; Gn 12.3; Mt 1.21,22; Lc 2.7; G1 4.4; Hb 2.16,17); 2. Sua div indade (SI 2.7; Is 9.6; Zc 13.7; Mt 17.5; Jo 10.30; Fp 2.6); 3. Sua l inhagem (Gn 12.3; 21.12; 28.14; 49.10; 2Sm 7.14,16; Is 11.1; G1 3.16); 4. Seu precursor (Is 40.3; Ml 3.1; 4.5; Lc 1.17; 1.76; Mt 3.3); 5. Seu nascimento (Is 7.14; Mq 5.2; Mt 1.18,21; Lc 2.4,7); 52 6. Suas funções (Dt 18.15; SI 110.4; Zc 9.9; Lc 4.16,20; 9.35; Hb 5.5,6); 7. Sua humilhação (Zc 13.6,7; SI 69.8; 22.1 ,21; Is 53.1,7; Mt 6.3; 26.31,67; Jo 18.1). Dif iculdades cronológicas das profecias. U m a das maiores d if iculdades na inte rpre tação das profecias é a colocação dos fatos previstos em ordem cronológica. Às vezes, o mesmo profe ta viu o sofrimento e a glória do Messias , sem poder com preender o fator dentro da revelação do Espíri to. Princípios a serem observados na in terpretação. 1. As profec ias devem ser entendidas em sentido l iteral. Todas as profecias cumpridas ao longo dos tempos bíb licos t iveram seu cumprim ento rigorosamente l iteral; 2. As profecias, muitas vezes, foram enunciadas através de s ímbolos , t ipos, parábolas , etc, por isso há necessidade de se conhecer a exatidão dessas figuras para poder entendê-las; 3. N enhum a profec ia é de part icular in terpretação, logo, devem ser in terpretados observando as regras do contexto e do ensino geral das Escri turas e o ensino sobre o assunto específico , obje tivo da profecia; 4. Nunca devemos ju lgar entender tudo concernente às . profecias; nossa mente finita jamais poderá V/ compreender os des ígn ios1 de Deus em sua plenitude; sejamos humildes e pacientes, dependentes da revelação do Espíri to Santo! In tento, in te nção , p lano , p ro je to , p ropós i to . 53 No estudo da profecia, cabe dar-se o devido valor aos profetas. No Velho Testamento, os profetas eram os oráculos de Deus em favor dos homens. Considerações : Os profetas eram chamados de: • Servos do Senhor (Dt 34.5); • Homens de Deus ( I S m 9.6); • Videntes ( I S m 9.9); • Profetas de Deus (Ed 5.2); • Mensageiros de Deus (Ml 3.1); • Santos profetas (Lc 1.70; Ap 18.20; 22.6); • Homens santos de Deus ( I P e 1.21). A ordem dos profetas. Em um sent ido lato, os primeiros profetas foram os patriarcas, de Adão a Moisés (Gn 5.21,24; 7.4; 9.1; 9.25,27; Êx 7.1; Dt 18.18); porém, no sentido restrito, somente em Samuel é que começa o minis tério profético;entre estes profetas encontram-se Elias, Eliseu, Davi, e outros ( I S m 30.20; lR s 17.1; 19.16; 2Rs 17.13; SI 16.8,11). Há duas categorias de profetas: • Profetas não-canônicos; • Profetas canônicos. São class ificados como profetas não- canônicos os que não escreveram livros proféticos; Moisés , considerado o maior de todos os profetas, escreveu o Penta teuco, porém seus l ivros não são c lass ificados como proféticos . Moisés não é profeta canônico. Há no Antigo Testamento, conforme estudiosos da Bíblia, uma lista de 37 a 39 profetas não- canônicos , inc lusive alguns anônimos, começando por Enoque, Noé (2348 a.C.) até a profe tiza Hulda (624 a.C.) (Gn 5.21,24; 9.25,27; 2Rs 22.12,14,20; Jd 14,15; 2Pe 2.5); profetas canônicos são os que escreveram os livros proféticos. Vão de Isaías (760 a.C.) a Malaquias (54' (367 a.C.), o ú lt imo profeta do Antigo Testamento ; estes se c lass i f icam ainda em: profetas maiores , em número de quatro: Isaías, Jeremias, Ezequie l e Daniel; e profetas menores , em número de 12, fazendo um total de 16 profetas canônicos (Nm 12.6; Ml 1.1; Is 1.1). Há ainda, no Novo Tes tamento o ministério geral profético: Cristo, o grande profeta; os apóstolos, que receberam do próprio Cristo; e João Bat ista (Mt 10.5; At 1.22; IC o 9.1,2; Ef 4.11; Lc 3.4; Rm 3.12; ICo 2.13; 14.31; 2Ts 2.13; 2Tm 3.16; 2Pe 1.21; 3.15,16; l Jo 1.5; Ap 1.1) - Jesus e os apóstolos af irmaram a verdade das profecias do Antigo Testamento. Quer no Velho Testamento , quer no Novo Tes tamento , em qualquer tempo houve também falsos profetas, pois, fa ls if icar o que é verdadeiro, sempre foi, é, e será o art if íc io de Satanás; por esta razão, precisa o intérprete ou leitor da Bíblia, precaver-se do disfarce do impostor, cujo in teresse é sempre de falsificar, Ent re os falsos profetas do Velho Testamento: Balaão , Acabe, f i lho de Calaias e Zedequias , f i lho de Maaséias (Jr 29.21; 2Pe 2.15; Ap 2.14). Há dois princ ípios para ju lga r a veracidade da mensagem de um profeta: o pr imeiro diz respeito ao cumprimento da profecia enunciada (Dt 18.22); o segundo ensina que nenhuma mensagem pode contrad izer as profecias exis tentes ou qualquer sã doutrina j á estabelecida. Dificuldades de Interpretação Apresentam-se nas Escri turas Sagradas, dificuldades para a inte rpre tação de muitas passagens. 55 Na maioria das vezes essas d isc repânc ias1 são aparentes e devidas à fa lhas humanas . Por outro lado, deve-se ter em consideração que a cr iatura humana é finita e fraca, e que Deus é infinito e sábio. Logo, nunca poderemos alcançar os desígnios de Deus em sua plenitude. Por isso Paulo exclamou: “Ó profundidade das riquezas , tanto da sabedoria, como da c iência de Deus! Quão insondáveis2 são os seus ju ízos , e quão inescru táveis3 os seus caminhos! Por que quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu conse lheiro? Ou quem lhe deu primeiro a Ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória pois a Ele e ternamente . A m ém ” (Rm 11.33-36) . Algumas passagens requerem interpre tação profunda e, ao que parece , nem sempre se consegue esgotar o assunto. C i tamos abaixo algumas dessas dificuldades dando idéias sobre as alternativas de in terpretação mais conhecidas: Os sete dias da criação. Muito se tem discutido sobre o significado exato da palavra dia nos pr imeiros versículos do livro de Gênesis. Para mui tos os dias da criação (Gn 1.1,31) são longos per íodos, que, inclusive, devem coincidir com as Eras Geológicas . Outros, no entanto, in terpretam esses dias como períodos de vinte e quatro horas. Essa incer teza em nada afeta a veracidade da Palavra de Deus. Ele é o c r iador de todas as coisas. A Bíblia resume a criação nestas sublimes palavras: “No princípio criou Deus os céus e a te rra” (Gn 1.1). 1 Des acor do , d iv e rg ênc ia , d i s có rd ia . 2 Inexpl i cáve l , in com pre ens ív e l . 3 Não escru táve l ; impene t ráve l . 56 Realmente , a palavra dia aparece com vários sentidos. Por exemplo, em Gênesis 2.4: “Estas são as origens dos céus e da terra quando fo ram criados: no dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus” . Neste vers ículo a pa lavra dia parece com preender o período todo de criação , isto é, os seis dias. Os que advogam a pa lavra dia como s ignificando um longo período, afi rmam que até o 3o dia (Gn 1.1,13) não exis t iam o Sol e a Lua para reger o tempo, de fin indo o dia e a noite, à semelhança de hoje. Os que a fi rmam que os dias da criação compreendem um período de vinte e quatro horas apegam-se a Êxodo 20.11. Moisés teria se referido a dias de 24 horas, aplicando-os à criação. Em muitas outras referências bíblicas, a palavra dia tem significados diferentes, o que dif iculta a compreensão exata do assunto. Pedro leva isso mais longe, quando diz que “um dia, para o Senhor, é como mil anos e mil anos como um d ia” (2Pe 3.8). Deus, pela sua Pa lavra , poderia ter feito todas as coisas num só dia, mas, para Ele, tempo não é impedimento . O dia longo de Josué. Josué fora designado por Deus para sucessor de Moisés , e para isso, revest ido da graça e do poder de Deus (Êx 33.11; Nm 13.8; Dt 31.14,23; 34.9; Js 1.1). Tendo assumido o comando dos exérci tos de Israel obteve vitórias extraordinárias, e Deus fez maravilhas por seu in termédio. Dos mui tos milagres que Deus realizou no período de Josué, a Bíb lia registra vários, como a t ravess ia do Jordão pelo povo, em época de cheia, tendo as águas que vinham de c ima parado em montão de modo miraculoso, e a destruição de Jericó, cujos muros ruíram sem que houvesse inte rveniência dos exérci tos de Israel (Js 6.1,27). 57 Porém, o milagre mais ex traord inário regist rado pela Bíblia, e realizado por Deus nesse per íodo, foi quando Deus, ouviu a oração de Josué, fez o sol e a lua pa ra rem to rnando aquele dia mais longo, a f im de que o povo pudesse vingar-se de seus inimigos. Mui tos querem discut ir o assunto a parti r da maneira com está escri to e dizem: “Não havia necessidade de o sol e a lua deterem-se, bastaria a terra diminuir ou parar o seu movimento de ro tação” . Tal argumento não tem sentido, pois a Bíblia uti l iza-se da l inguagem usual ou comum. E é usual dizer-se que o sol é que se m ovim enta (aparece e desaparece no horizonte). Hoje, c ientistas têm comprovado a falta de quase um dia de vinte e quatro horas no calendário terreno, sem saber explicar o motivo, “porque, para Deus, nada é im poss íve l” (Lc 1.37). Jonas no ventre do peixe. Jonas (fi lho de Amita i) , profe ta de Deus, foi chamado a profetizar contra os habitantes da cidade de Nínive devido à corrupção moral e espiri tual re inante naquela cidade. In ic ia lmente , temeu as conseqüências da missão, e resolveu fugir da presença, da direção de Deus. Quando via java para Tarsis, j á em alto mar, sobreveio uma tempestade de tal m agn i tude1 que grande parte da carga do navio teve de ser lançada ao mar e, como a to rmenta não cessava, Jonas reconheceu que a causa era a sua desobediência , e pediu que o lançassem ao mar. A Bíblia narra que Deus preparou um grande peixe, que engoliu o profeta , e Jonas esteve três dias e três noites no ventre do peixe. 1 Qua l id ade de magno; grande za . I m po r t ânc i a , g r av idad 58 Algumas traduções da B íb lia t raduzem por baleia, ao invés de grande peixe, mas isso é incorreto, pois, no hebraico, a pa lavra significa grande peixe. Alguns intérpre tes, baseando-se na tradução por baleia, d izem que esse cetáceo não teria capacidade de engoli r um homem, devido à forma da sua garganta. Todavia , a tradução cer ta é um grande peixe. Sobre a possibil idade de Jonas ter-se mantido vivo e consc iente no ventre do peixe, durante aproximadamente 72 horas, a explicação mais p lau s ív e l1 é que foi um milagre, e milagre não pode ter explicação natural , pois, do contrário , deixar ia de ser milagre. Sobre a veracidade dessa história, encontramos a referência que a ela Jesus fez em Mateus 12.39,40. Se não fosse verídica, o Senhor não a teria citado. Muitas outras narra tivas bíblicas merecem prudência, humildade e reverência na sua interpretação, para não se cometerem erros nem se t i rarem conclusões precipitadas . É bom reafi rmar que a Bíblia não é um livro de ciência, é a Palavra de Deus, a revelação do Criador aos homens . Foi inspirada pelo Espír i to Santo e sua mensagem é corre ta e perfeita. Dif iculdades com referências a lugares. Alguns acidentes geográficos ou cidades são encontrados na Bíblia com mais de um nome. Isto dificul ta o entendimento , porém é perfeitamente expl icável pela influência de l ínguas e dialetos dos povos viz inhos sobre a l íngua escri ta pelos autores bíblicos. 1 Razoáve l , ace i táve l , admiss íve l . 59 Em Gênesis 31.46, um montão de pedras que serviu de te s temunho para o pacto entre Labão e Jacó; como era costume da época, recebeu dois nomes diferentes: Labão chamou-o de Jegar-Saaduta e Jacó de Galeede. Labão falava o arameu e Jacó o hebra ico; daí a diferença. Outros exemplos: 1. O monte Hermom (Dt 3.8) é chamado de Sir iom pelos sidônios; de Senir pelos amorreus (Dt 3.9), e de Siom em Deuteronômio 4.48; em lC rô n ica s 5.23 e Catares 4.8, a pa lavra Hermom refere-se a diferentes picos da mesm a montanha; 2. Laís ou Lessem, em Josué 19.47 e Juizes 18.29, é Dã em IReis 12.29; 3. Mizpa de ISamuel 7.11 parece ser o mesmo Mizpe de ISamuel 22.3; 4. O nome Mar Morto não é regist rado nas Escri tu ras , é chamado M ar de Sal em Gênesis 14.3; Mar Salgado em Números 34.3; Mar da Cam pina em Deuteronômio 4.49; Josué 3.16; e M ar Orienta l em Joel 2.20, Zacarias 14.8; 5. Jerusa lém é designada por Ariel, em Isaías 29.1,2,7; 6. Babi lônia é in ti tu lada de Sesaque (Jr 25.26); 7. O lago Genezaré também é conhecido nas Escrituras como Mar de Quinerete, Mar de Tiber íades e M ar da Gal ilé ia (Mt 4.18; Jo 21.1). Dif iculdades com relação a nomes de pessoas. Encontramos uma mesm a pessoa designada com nomes diferentes. Alguns desses nomes não passam de t í tulos nobres. Exemplos : 1. Dodanim (Gn 10.4), é o mesmo Rodanin ( l C r 1.7); 2. Jó, f ilho de Issacar, em Gênesis 46.13, é chamado Jasube em Números 26.23,24; 3. Deuel, em Números 1.14, é o mesmo Reuel em Números 2.14; 60 4. Oséias em Deuteronômio 32.44, é Josué em Deuteronômio 34.9 e em outras passagens; 5. Azar ias de 2Reis 15.1 é o mesmo Uzias de 2Reis 15.13 e de 2Crônicas 26.1; 6. Jeocaz, filho de Josias, de 2Reis 23.30,31, é Joanã em lCrôn icas 3.15; e Sa lum em Jeremias 22.11; 7. Reuel, sogro de Moisés (Êx 2.18), é Jetro em Êxodo 4.18, e Hobabe em Juizes 4.11; 8. Isvi, f ilho de Saul, em ISamuel 14.49, é chamado de Abinadabe: ISamuel 31.2; 9. Quileabe, filho de Davi, em 2Samuel 3.3, é chamado de Daniel em lC rôn icas 3.1; 10. Mateus , apóstolo do Senhor Jesus (Mt 9.9), também é chamado de Levi em Lucas 5.27,29; 11. Lebeu, apelidado Tadeu em Mateus 10.3, é também Judas, fi lho ou irmão de Tiago em Lucas 6.16; 12. Si lvano (2Co 1.19 e IPe 5.12), é Silas em Atos 15.22; 13. Herodes , César e Faraó são t í tulos nobres de mui tos homens. 61 Questionário • Ass inale com “X ” as alternat ivas corretas 6. Subs íd ios valiosos à corre ta in terpre tação da Bíblia a)l I Li teratura e his tória bíblica b ) 0 Geograf ia bíb lica e história c)l | B io logia bíb lica e química d)l I Astro logia e arqueologia bíblica 7. Quanto aos princ ípios a serem observados na interpre tação é errado afirmar que a)l | As profecias devem ser entendidas em sentido literal b)[01 Nunca devemos ju lga r entender tudo concernente às profecias c)[V] Toda profecia é de par ticular in terpre tação d)| I As profecias, muitas vezes, fo ram enunciadas através de símbolos , t ipos, parábolas , etc 8. Não é uma passagem bíblica considerada difíci l na compreensão a)| I Os sete dias da criação b)l I O dia longo de Josué c)| | Jonas no ventre do peixe d)[71 Os dez mandamentos • Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado 9.Í&1 Os primeiros profetas foram os patriarcas, de Adão a Moisés , porém, somente em Isaías é que começa o minis tério profético 10. |T] Oséias em Deuteronômio 32.44, é Josué em Deuteronômio 34.9 e em outras passagens 62 Lição 3 A Homilética Fundamental Antes propr iamente de começarmos a es tudar a homilé tica é bom que anali semos algumas idéias básicas iniciais. Prec isamos compreender a or igem da palavra, do discurso e das ciências estudadas pelos povos cláss icos que in f luencia ram o surgimento de um estudo técnico a respeito de como transmiti r a Palavra do Senhor. A Palavra A palavra é o veículo de comunicação qu( Deus deu ao ser humano. Ela pode ser expressa por: • Sinais corporais (gestos); • Sinais sonoros (fala); • Sinais gráficos (escri ta); • Sinais luminosos (luzes); De todas estas expressões a mais empregaé na transmissão da mensagem do evangelho é a palavr falada (sonora), que é um fenômeno que pode sc analisado em quatro aspectos: • Biológico; • Psíquico; • Social; • Espiri tual . 63 Podemos dizer que a pa lavra possui dois e lem entos básicos: o material (som), que recebe o nome especia l de “vocábulo” , e o imateria l , o qual é denom inado de “ te rmo” . Com a invenção do alfabeto, a escri ta passou a ser uma outra fo rma material da palavra. Um dos maiores privi légios do ser humano como coroa da criação de Deus é o domínio da palavra. E foi a part ir disso que ele pôde se comunicar, conversando com seu semelhante , e com seu próprio criador. A Origem da Conversa Deus vendo que não era bom que Adão vivesse sozinho criou Eva, pois queria que o homem se socia lizasse. Daí, vê a g radação1 com que poss ive lm ente o Senhor viabi l izou isso: pr imeiro dotou o hom em com a capacidade para a l inguagem e assim o ser humano inventou a palavra; depois ele produziu frases; em seguida criou a conversa, o diálogo. Et imologicamente “conversa” vem do latim “conversa t io” formada de “cum ”, com + “versare” , virar. Trocar idéias com outrem. Por outro lado, “diá logo” vem da l íngua grega “d iá” , através + “logos”, pa lavra - comunicação através da palavra. Os gregos davam à conversa o nome de “hom i l ia” (de onde nos veio o termo “homilé tica” ). E os romanos a chamavam de “serm on is” (de onde nos veio a expressão “ sermão” ). Ass im, vemos que “h om i l ia” e “sermonis” são simples sinônimos que s ignif icam apenas “conversa” . 1 A u m en to ou d im in ui ção gradua l . 64 A Origem do Discurso O convív io social que produziu a pa lavra , a frase e a conversa , também produziu o “d iscu rso” . Enquanto que a conversa é um diá logo em que o in te rlocutor tem uma participação direta e real , o íH discurso é um diá logo em que essa part ic ipação é direta, mas imaginária . No discurso, a pessoa que fala imagina que está trocando idéia e está sendo entendida pelos seus ouvintes. Podemos imaginar como o discurso surgiu no cenário da humanidade. Foi quando alguém, (podemos exemplif icar com um pai, um general , um rei, etc.) que teve que alterar a in tensidade de sua voz para se comunicar com um grupo de pessoas. Por essa razão o discurso tem duas marcas de identidade: a pessoa fala a um grupo, a uma colet ividade; e por causa disso, o discursante tem que aumentar a in tensidade ou tonalidade de sua voz. Assim, a altura da voz, evidentemente , teria que ser proporcional à dis