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CURSO PARA CATECUMENOs 0 guevocG prccis2 Saber antes.da profissão de tée batismo 11 Ediçao ADÃO CARLOS NASCIMENTO teAMOISEO KAe A tooe euss CURSO PARA CATECUMENOS calton CURSO PARA CATECUMENODS AUTOR Adão Carlos Nascimento EDITOR REPONSÁVEL Alberto José Bellan REVISÃO Juana del Carmen C. Campos CAPA, PRODUÇÃO E DIAGRAMAÇÃo GRUPO z3 d comunlcagh Tel. 19-3455.7422 IMPRESSAO E ACABAMENTO Associação Religiosa Imprensa da Fé - SP Dados Internaclonais de Catalogação na Publcação (CIP) (Camara Brasilelra do Livro, SP Brasi) Nascimento, Adão Carlos Curso paa catecúmenos:o quevocèprecisa saber antes da prolis sáo de fë batismo| AdãoCarlos Nascimento. - Santa Bárbara dOeste, SP:23 Editora, 2008. Bibliografia. 1. Batismo 2. CateCumenato 3. Catecumenos 4. Educação Crista 5. Fé 1. Titulo. 08-09661 CDD-265.1 Indice para catálogo sistemálico: 1. Catecumenato Iniciação Cristä : Cristianismo 265.1 . FRaMeusco LABTDT 6: lo0RIGuCS CURSO PARA CATECUMENOS O que você precisasaber antes da profissão dc fé e batismo ADÃO CARLOS NASCIMENTO 23eaitona CURSO PARA CATECUMENOS 11 EDiçAOo SETEMBRO DE 2014 cOPYRIGHT 2008 por 23 Editora Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser repro- duzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrónicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. ToDos os DIREITOS RESERVADOS, NA LÍNGUA PORTUGUESA, POR Z3 Editora Ltda. Rua Floriano Peixoto, 277 Centro-CEP 13450-022 Santa Bárbara d'Oeste SP-Brasil Tel/Fax: 19-3464.9000 vendas@z3ideias.com.br www.z3ideias.com.br SUMÁR10 Como Utilizar Este Livro.... 09 10 12 Abreviatura dos Nomes dos Livros da Biblia.. Abreviaturas de Textos Bíblicos... Estudo n1- PROFISSO DE F Oque é Profissão de Fe O Intelecto... ****" A Emoção.. A Vontade.. . 15 16 17 .8 20 Conclusão.. 22 Estudo n 2- A BIBLIA SAGRADA.. A Revelação.. A Inspiração... A Iluminação.. Conclusäão. 25 27 .29 30 Estudo n3 - DEUS.. 33 Os Nomes de Deus. A Trindade.. .34. 36 37 ***** Os Atributos de Deus. Conclusão .. 39 Estudo n®4 O HOMEM.. 43 43A Criação do Universo. A Criação do Homem...*******. A Queda do Homem.. Conclusão ***** .45 .48 49 Estudo n® 5 -OPLANO DE SALVAÇÃO.. Pecado e Castigo... A Obra Redentora de Cristo.. 53 54****** 55 .56Arrependimento e Fé... Conclusão.... 57 5 CURSO PARA CATECÚMENOS Estudo n® 6 - OOUTRCO LADO DO PLANO DE SALVAÇÃO .... A Predestinação eo Chamado para a Salvação... A Regeneração e a Conversão . 64 A Justificação e a Segurança do Salvo... 67 Conclusão... ********* *****. 61 "*******.. b1 .... 69 Estudo n 7- COMO SURGIUO PRESBITERIANISMO... .73****** A lgreja Primitiva..************ A Reforma Protestante... O Presbiterianismo... 74 75 .76 Conclusão.. .78****"*************** Estudon8- A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL.. História. .81*************************************. 82 85 *** ************* ************* Sistema Doutrinário...***************.*************u**** Govern0.. **** Conclusão. .85****. .89a******.a* Estudo n?9 - O BATISMO CRISTAO. 93 O Significado do Batismo.****************************** .94 Batismo por Imersão. O Batismo por Aspersão.. Conclusão... .96***** ******** .99 101 Estudo n 10- O BATISMO DE CRIANÇA 105********* O Batismoe a Circuncis0. O Batismo de Criança no Novo Testamento.. Os Benefícios do Batismo de Criança.. 111 Conclusão.. ******************* .105 108 ****************" 112**************************** *i Estudon11 A SANTA CEIA.. *. 117 117A Páscoa. A Instituição da Santa Ceia. . 119 SUMÁRIO A Presença de Jesus nos Elementos da Ceia.... ******** 120 Os Benefícios da Participação na Ceia.121 .. 123Conclusão .. Estudo n12 DÍZIMO E OFERTAS.. 127 O Dizimo no Antigo Testamento.. O Dízimo no Novo Testamento. 127 128 As Ofertas no Antigo e no Novo Testamento... 129 Bênçãos Decorrentes do Dízimo e das Ofertas.. 130 131Conclusão. Estudo n 13 A VIDA DEPOIS DESTA VIDA... 135 135A Morte ea Ressurreição.... A Segunda Vinda de Cristo .. O Juízo Final e o Destino Eterno. Conclusão.. 137 138 140 Bibliograia .143 8 CURSO PARA CATECÚMENOS COMO UTILIZAR ESTE LIVRO Este livro contém um curso preparatório para os candi datos à pública profissão de fé e batismo. Ele pode ser utilizado para estudo em classe ou individual. ESTUDO EM CLASSE 1. A classe poderá funcionar no horário da Escola Bíblica Dominical ou em outro horário, a critério do pastor da igreja. 2. Na primeira aula o professor ensina o conteúdo do primeiro estudo. Durante aquela semana o aluno estuda a lição, os textos bíblicos indicados para leitura e faz o exercício para fixação da matéria estudada. Na aula seguinteo professor corrige o exercício e ensinao conteúdo do estudo n° 2. E assim sucessivamente até o estudo n° 13. 3. Os textos biblicos indicados para a leitura trazem a base biblica do estudo. E o exercício para a fixação da matéria estudada se constitui num resumo do estudo. Portarnto, o aluno só terá umbom aproveitamento se estudar cuidadosamente os textos bíblicos e responder às questões do exercicio. Se o aluno tiver dificuldade para responder as questões, deve estudar novamente a lição, pois todas elas estão bem claras no texto do estudo. 4. Oprofessor deve respeitar a seguinte ordem: primeiro o conteúdo do estudo deve ser ensinado em classe, depois o aluno estuda a lição e responde o questionári0. CURSO PARA CATECUMENOS ESTUDO INDIVIDUAL 1. Primeiro o aluno deve fazer a leitura de todo o con teúdo do estudo na1. A seguir, deve fazer uma segunda leitura examinando as referências bíblicas. 2. Após estudar cuidadosamente a lição, o aluno deve fazer o exercício para fixação da matéria estudada. Se tiver dificuldade em alguma questão, deve estudar novamente a lição. 3. Os textos bíblicos indicados para leitura devem ser estudados cuidadosamente, pois trazem a base bíblica da lição. 4. O estudo deve ser feito na sequência em que aparece neste livro: primeiro o estudo n 1; depois o n* 2; e assim, su- cessivamente, até o último. Pois cada estudo é uma sequência do anterior, embora o assunto seja diferente. 5. Caso tenha dúvida, consulte o pastor de sua igreja. ABREVIATURA DOS NOMESS DOS LIVROS DA BÍBLIA Neste curso usamos a Biblia Sagrada, traduzida em portugués por João Ferreira de Almeida, edição revista e atualizada no Brasil, editada pela Sociedade Biblica do Brasil. Se a sua Bíblia é de uma edição diferente, procure adquirir a edição acima mencionada para acompanhar o curso. As abreviaturas dos nomes dos livros da Bíblia Sagrada, edição revista e atualizada no Brasil, são as seguintes: 10 CURSO PARA CATECÜMENOS ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO Abreviatura Nome do livro Abreviatura Nome do Livro Apocalipse Atos dos Apóstolos Colossenses ApAgeu Amós Ag Am At Ct Cantares CI 1 Cr 1 Crônicas 1 Co 1 Coríntios 2 Cr 2 Crônicas 2 Co 2 Coríntios Dn Daniel Ef Efésios Dt Deuteronômio Fm Filemomn Fp GI Filipenses Gálatas Ec Eclesiastes Ed Esdras Et Ester Hb Hebreus Jo 1 Jo 2Jo 3 Jo Jd João (Evangelho) 1 João (Epístola) 2 João (Epístola) 3 João (Epístola) Judas Ex Exodo Ezequiel Gênesis Ez Gn Hc Habacuque Is Isaías Lc LucasJeremiass J6 Joel Jonas Josué Juizes Lamentações Levitico Jr J6 Mc Marcos Mateus 1 Pedro 2 Pedro Mt 1 PeJn Js Jz 2 Pe Rm Romanos 1Ts 1 TessalonicensesLm 2 Ts 2 TessalonicensesLv Malaquias Miqueias Naum Tg 1 Tm Tiago 1 Timóteo MI Mq Na 2 Tm 2 Timóteo Neemias Tt TitoNe Nm Números Ob Obadias Os Oseias Pv Provérbios 1 Rs 1 Reis 2 Rs 2 Reis Rt Rute SI Salmos 1 Sm 1 Samuel 2 Sm 2Samuel Sf Sofonias Zc Zacarias 11 GURSO PARA CATECUMENOS ABREVIATURAS DE TEXTOS BÍBLICOS As abreviaturas de textos da Bíblia Sagrada, edição revista e atualizada, são escritas assim: 1. Primeiro, a abreviatura do nome do livro. Por exemplo: Gn (Gênesis) 2. A seguir, o número do capítulo, seguido do ponto. Porexemplo:Gn 1. (Génesis, capítulo 1). Quando a abreviatura indica apenas o capitulo, não é necessáriocolocar o ponto. Por exemplo: Gn 1 (Gênesis, capítulo 1) 3. Após o ponto, vem o número do versículo. Por exem- plo: Gn 1.26 (Gênesis, capitulo 1, versículo 26). 4. Se o texto citado contém mais de um versículo, a in- dicação é feita assim: a) se forem dois versículos, os números devem ser separados por vírgula. Por exemplo: Gn 1.26,27 Gênesis, capitulo 1, versículos 26 e 27). A vírgula deve ser lida como e. b) se forem mais de dois versículos, um imediata- mente depois do outro, os números devem ser separados por um hífen(). Por exemplo: Gn 1.26-28 (Gênesis, capitulo 1, versiculos 26 a ou até 28). O hífen deve ser lido como a ou até. c) se os versículos estiverem longe um do outro, os números devem ser separados por vírgula. Por exemplo: Gn1.26,31 (Gênesis, capítulo 1, versículos 26 e 31). 5. Resumindo: a) todo número seguido de ponto indica capítulo; b) todo número seguido de vírgula ou de hifen indica versículo; ca virgula é lida como e; d) o hifen é lido como a ou até. 12 CURSO PARA CATECUMENOS 6. Alguns exemplos a) Gn 1 (Gênesis, capítulo 1) b) Gn 1.2 (Gênesis, capítulo 1, versículo 2) )Gn 1.2,3 (Gênesis, capítulo 1, versículos 2e3) d) Gn 1.2-4 (Gênesis, capítulo 1, versículos 2 a 4 ou 2 até 4) e) Gn 1.2-4,8 (Gênesis, capítulo 1, versículos 2 a 4 e versículo 8) f Gn 1.26-2.4 (Genesis, capítulo 1, versículo 26 até capitulo 2, versículo 4). AS respostaspara as questões deste livro estãono site da Z3 Editora www.z3ideias.com.br/.cursoparacatecumenos 13 14 Estudo n1 PROFISSÃO DE FË Texto básico: Atos 8.26-40 eus não foi surpreendido pelo pecado de Adão e Eva. Deus é onisciente - ele conhece todas as coisas do presente, do passado e do futuro. Aguem, entao, pode perguntar: Se Deus sabia que o ho- mem ia pecar, por que não impediu que isso acontecesse? A resposta sincera é que no sabemos por que Deus no impediu o homem de pecar. Mas sabemos que o riador não ficou indiferente à triste situação da raça humana. Ele providenciou os instrumentos necessários para a salvação dahumanidade.Ea Escritura Sagrada mostra que Deus pro- videnciou a solução para o problema do pecado antes que o ser humano se tornasse pecador. "O Pai, o Filhoe o Espirito Santo, antes que o mundo existisse, planejaram juntos a sal- vação dos pecadores. Neste plano, Deus, o Pai, devia enviar seu Filho ao mundo para resgatá-lo; Deus, o Filho, haveria de vir voluntariamente ao mundo para se tornar merecedor da salvação por sua obediência até à morte; e Deus, o Espírito, aplicaria a salvação aos pecadores, instilando neles a graça renovadora".1 O plano de Deus inclui tanmbém uma organização para reunir e congregar seu povo. No princípio essa organização era a família. Podemos citar como exemplo a família de Jó. O patriarca, além de chefe, era também o lider religioso da familia. Ele "... levantava-se de madrugada e oferecia holo- causto segundo o número de todos" os seus filhos (dó 1.5). Mais tarde surgiu a nação israelita, que passou a ser a insti- tuição que reunia e congregava o povo de Deus. E, após a 1 R. B. Kuiper, Evangelização Teocêntrica, p.7. 15 CURSO PARA CATECUMENOS vinda de Jesus ao mundo, a Igreja passou a ser a organização que arrebanha e congrega o povo de Deu5. Para fazer parte da lgreja a pessoa precisa tazer a sua pública profissão de fé e receber o batismo. O QUE E PROFISSÃO DE F Mas, o que é profissão de fé? Na mais simples e primitiva forma, profissão de fé é a declaraçãopública, feita por aquele que crê que Jesus Cristoé o Filhode Deus./A primeira pessoa a fazer essa declaração foi 2 oapóstolo Pedro. Diante de Jesus, ele declarou: "Tu éso Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16.16). Na história de Filipe e o eunuco temos um exemplo da profissão de fé e batismo. O eunuco era tesoureiro do reino da Etiópia. Viera a Jerusalém adorar. E quando regressava ao seu país, foi evangelizado por Filipe. "Seguindo eles canminho fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que seja eu batizado?" (At8.36). Certamente Filipe tinha falado também sobre o batismo. "Filipe respondeu: é licito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Então mandou parar o carro, ambos desceram à água, e Filipe batizou o eunuco" (At 8.37,38). Todo aquele que crê deve confessar publicamente a sua fé. Quanto a isto, o apóstolo Paulo deixou a seguinte instrução: "Se, com a tua boca, confessares a Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque como coração se crê para a justiça e coma boca se confessa a respeito da salvação" (Rm 10.9,10). As igrejas evangélicas, obedecendo ao ensino bíblico, exigem que aqueles que desejam ser membros da igreja façanma profissão de fé.Neste ato solene, a pessoa declara publicamente crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus, que veio ao mundo morrer numa crz para pagar pelos nossos pecados; afirma sua convicção de que a Escritura Sagrada é a única regra de fé e prática dada por Deus ao seu povo e assume compromissos com a igreja. Se o professando ainda não foi batizado numa 16 ESTUDO N® 1 PROFISSÃO DE FE igreja evangélica, ele recebe o batismo logo após a profissão de fé; se já foi batizado, é declarado membro da igreja, com todos os direitos e deveres. Na profissão de fé estão presentes três elementos: inte-S lecto, enmoção e vontade. William Bright comparou o nosso relacionamento com Jesus Cristo ao casamento. Na uniäo matrimonial, do ponto de vista ideal, estão incluídos o intelecto, a emoção e a vontade. O intelecto é usado para avaliar se a pessoa com quem se pretende casar é a pessoa certa. A emoção envolve a pessoa levando-a a amar o(a) escolhido(a) de todoo seu coração. E por um ato de vontade os dois se comprometem, perante a autoridade competente, a viver com0 maridoe mulher. A seguir, veremos como esses três elementos se expres- sam na profissão de fé e na identidade do verdadeiro cristão. O INTELECTO Quando os saduceus tentaram contestar a ressurreição dos mortos Jesus lhes respondeu: "Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus" (Mt 22.29). Em outra oca- sião, Jesus desafiou os judeus, dizendo-Ihes: "Examinais as Escrituras, ... são elas que testificam de mim" (Jo 5.39). E Lucas declarou, no prefácio do seu evangelho, ter feito "acurada in- vestigação de tudo desde sua origem," para que o leitor tenha "plena certeza das verdades" registradas por ele (Lc 1.1-4). Isso mostra que a fé cristé convicçãobaseadaem fatos reais. Não ésalto noescuro. O apóstolo Paulo citou a profecia de Joel de que "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" g1 2.32); e, a seguir, perguntou: "Como, porém, invocarão aquele em que não creranm? E como crerão naquele de quem nada ouviram? (Rm 10.14). Com isto ele estava afirmando que, para servir a Deus, é necessário conhecé-io. A conversa de Jesus com a mu- lher samaritana também aponta nessa mesma direção. Quando a mulher quis tratar da questão relacionada com o lugar de adoração, Jesus lhe disse: "Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem 17 CURSO PARA CATECUMENOS dos judeus" (Jo 4.22). Implicitamente Jesus estava declarando que a adoração dos samaritanos não era correta porque eles a s taziam na ignorância. Para ser verdadeiramente crist a pessoa precisa saber o que isto significa. Precisa conhecer pelo menos os pontos fundamentais da fé crist. Tentar servir a Deus na ignoråncia pode ser desastroso. Jesus declarou que pessoas matariam seus servos, julgando com isto estarem prestando um culto a Deus (Jo 16.2). E o apóstolo Paulo testemunhou que os judeus de sua época tinham "zelo por Deus, porém não com entendimento" (Rm 10.2). Aignorân cia os levava a se afastarem de Deus, mesmo quando julgavam servi-lo. Certa vez um senhor me disse que gostaria de ser cren te, mas não conseguia. E explicou a sua dificuldade, dizendo: "Eu sei que para ser crente a gente precisa acreditar, mesmo sabendo que aquilo não é verdade,mas eu no consigo fazer isso". Ele estava inteiramente enganado. "Acreditar naquilo que a pessoa sabe não ser verdade" é ser supersticioso, e não Crente. "A fé éa certeza de cousas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem" (Hb 11.1). A fé vê o invisível, mas não o inexistente. Nós somos chamadosacrer naquilo que Deus nos revelou em sua Palavra. Não podemos crer em nada que va além dessa P'alavra, pois a recomendação biblica, através do apóstolo Paulo, éesta: "Mas, ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema" (Gl 1.8,9). Por isto, quem deseja ser membro da igreja precisa ter o conhecimento dos pontos fundamentais da fé crist. A EMOÇÃo Oconhecimento intelectual dos fundamentos da fé crist é muito importante, masé insuficiente paraa salvação. A Escri- tura Sagrada fala muitas vezes sobre o conhecer, referindo-se ao conhecimento experimental. Conhecer a Jesus, no sentido bíblico, implica necessariamente em ter experiência com Jesus. 18 ESTUDO NO 1 PROFISSO DE FE Este é o lado emocional do conhecimento de Deus. E ele que nos leva a um envolvimento com Jesus. E através desse envol- vimento que nós nos alegramos com o Senhor e no Senhor, e também nos entristecemos com o que entristece o Senhor. 0 Salmo 119.136 e Atos 11.23 ilustram esse envolvimento emo- cional do cristão nas vitórias e vicissitudes da causa de Deus no mundo. No primeiro texto o salmista declara: "Torrentes de água nascem dos meus olhos, porque os homens não guar dam a tua lei". No segundo texto temos o registro da alegria de Barnabé, ao ver que os gentios também se convertiam ao Senhor. Um outro aspecto desse conhecimento emocional e o amor. Para ser verdadeiramente cristão, não basta saber que Jesus é o Filho de Deus que veio ao mundo para nos salvar. E necessário mais. E preciso anmá-lo de todo o coração. Ele mes- mo disse: "Aquele que me ama, será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele" (Jo 14.21). E quanto à intensidade deste amor, ele afirmou o seguinte: "Quem ama seu pai ou sua me mais do que a mim, não é digno de mim; quem ama seu ilho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim" (Mt 10.37). Aqui também está uma área que deve ser tratada com muito cuidado. O amor é um sentimento; portanto, faz parte das nossas emoções. MaS a intensidade do nosso amor no pode ser medida pela intensidade de nossas emoções. A emoção é um sentimento ou reação a um evento ou experiência. Emocionalmente as pessoas reagem de maneira diferente. Assistindo ao mesmo acontecimento ou participando da mesma experièência, as pessoas podem reagir de maneira bem diferente. O eunuco, ao ouvir o Evangelho de Jesus Cris- to, creu e pediu para ser batizado. Tudo naturalmente, sem grandes emoções. Mas o carcereiro de Filipos experimentou um turbilhão de emoções. Lucas registrou que ele "... entrou precipitadamente e, trêmulo, prostrou-se diante de P'aulo e Silas" (At 16.29). O eunuco e o carcereiro tiveram experiências e emoções diferentes; mas a conversão de ambos foi autêntica. Não existe um padrão para medir as emoções de uma pessoa diante do Evangelho de Jesus Cristo. Algumas têm. 19 CURSO PARA CATECÜMENOS uma experiência de conversão fortemente emocional. Outras têm uma experiência sem grandes emoções, mas igualmente real. Alguns têm uma vida crist cheia de manifestações emocionais; outros têm uma vida crist sem grandes arroubos emocionais, mas igualmente sincera e autêntica. O verdadeiro crente tem um envolvimento emocional com o Senhor Jesus, mas não vive de emoções. O crente que precisa de emoções para manter a sua fé estará sempre insegurO, porque as emo ções são muito instáveis e, também, porque sempre precisará de emoções mais fortes para não cair na rotina, no trivial e no desanumo.Oque de fato evidencia aintensidadedo amorque2 a pessoa tem por Jesus Cristo,são os seusatos (Mt 7.15-23). Quem ama a Jesus deve provar isto através de suas palavras e seus atos. A VONTADE Além do intelecto e das emoções, o ser verdadeiro cristão envolve também a vontade. Chamamos de vontade a faculdade que leva a pessoa a querer alguma coisa e a se comprometer com aquilo que quer. E a capacidade de agir com intencionalidade definida. Para ser verdadeiramente crist, a pessoa precisa assumir com Jesus Cristo um compromisso de fé. Neste compromisso, a pessoa crê que o sacrificio de Jesus é suficiente para perdoar todos os seus pecados; por isso, entrega a Jesus o destino eterno de sua alma, e se dispõe a, dia-a-dia, procurar viver de acordo com os seus ensinos. Mas a decisão de seguir a Jesus não é to simples como possa parecer. Ela implica numa tomada de posição radical. Jesus exige que ela seja radical. Lucas registra que Jesus "dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruze siga-me" (Lc9.23). Na instrução aos doze apóstolos, Jesus declarou: "Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz, e vem após mim não é digno de mim" (Mt 10.37,38). 20 ESTUDO N91 PROFISSÃO DE FË Essas declarações de Jesus foram colocadas em prática várias vezes. Nicodemos, líder entre os fariseus, membro da mais alta corte de justiça da Judeia, procurou Jesus fazendo- Ihe os maiores elogios: "Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes se Deus não estiver com ele" (Jo 3.2). Mas Jesus não ficou impressionado com os elogios, nem com a alta posição social de Nicodemos, e respondeu-lhe: "Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus Jo 3.3). Ao homem que queria primeiro sepultar seu pai, para depois seguir a Jesus, o Mestre lhe ordenou: "Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. Tu, porém, vai eprega o reino de Deus" (Lc 9.60). Aquele quequeria primeiro despedir-se de seus parentes, para depois seguí-lo, Jesus disse "Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto parao reino de Deus" (Lc 9.62). E a respeito da multidão que o aplaudia, mas sem compromisso, Jesus declarou: "Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim" (Mt 15.8). Em certa ocasião Jesus fez um discurso muito duro, e por isto muitos deixaram de segui-lo. Diante disto seria natural que ele abrandasse suas exigências. Mas Jesus não voltou atrás; pelo contrário, confrontou os seus pró- prios discípulos, dizendo-Ihes: "Porventura, quereis também vós outros retirar-vos?" (Jo 6.67). Jesus não aceita crente pela metade, porque ele não pode salvar o homem pela metade. Ou somos inteiramente crentes, ou então estamos completannente perdidos. O apóstolo Paulo tinha conhecimento das exigências de Jesus, por isto ele declarou: "Esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado" (1 Co 9.27). Muitas pessoas se julgam crists, mas, na realidade, são apenas admiradoras de Jesus Cristo. Outras gostam de Jesus e, por isto, pensam sercrists. Mas o verdadeiro cristãoé aquele que tem compromisso com Jesus. 21 CURSO PARA CATECUMENOS CONCLUSÃOo A profissão de fé não salva. Nem o batismo. O que vai decidir o destino eterno de sua alma é o seu compromisso comn Jesus Cristo. Se você recebeu Jesus como Salvador e Senhor, você está salvo - quer tenha feito ou não a profissão de fé. Mas, por outro lado, aquele que recebeu Jesus como Salvador e Senhor deve fazer a sua protissão de fé. Jesus exige uma tomada de posição pública de seus servos. 0 Ele afirmou: "Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nós céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus" (Mt 10.32,33). Voce já recebeu Jesus como seu Salvadore Senhor. Você nasceu de novo, é nova criatura. Você pertence a Jesus. Por isto, você deve fazer a sua pública profissão de fé. E ordem de Jesus.. TEXTOS BiBLICOS PARA LEITURA 1. Predito o nascimento de Jesus - Lucas 1.26-38 2. O nascimento de Jesus -Lucas 2.1-7 3. OmeninoJesus no meio dos doutores - Lucas 2.41-52 4. O testemunho de João Batista sobre Jesus - João 1.19-31 5. O batismo de Jesus e os primeiros discípulos - João 1.32-42 6. A crucificação, morte e sepultamento deJesus-João19.17-42 7. A ressurreição de Jesus - João 20.1-29 ExERCiCIO PARA FIXAÇÃO DA MATÉRIA ESTUDADA Após estudar cuidadosamente a lição, responda, por escrito, às seguintes perguntas: 1. Que é profissão de fé? R: 22 ESTUDO Ne 1 PROFIsSÃO DE FË 2. Quem foi a primeira pessoa a fazer profissão de fé emJesus Cristo? R: 3. Quais são os três elementos que estão presentes na profisso de fé? R: 4. Completar: "A fé crist é baseada Não é Lucas declarou no prefácio do seu evangelho, ter feito "para que o leitor tenha " registradas por ele." 5. 1Por que a adoração dos samaritanos não era correta? R: 6. Em que nós somos chamados a crer? R: 7. A experiência de conversão de uma pessoa, pode ser me- dida por suas emoções? Por quê? R: 23 CURSO PARA CATECUMENOS 8.Que éque evidencia a intensidade doamorque uma pessoa tem por Jesus Cristo? R: Por que é necessário assumir compromisso com Jesus Cristo? 9. R: 10. Por que aquele que crê deve fazer a profissão de fé? R: 24 Estudo n 2 A BIBLIA SAGRADA Texto básico: 2 Timóteo 3.16,17 O fé crist é convicção baseada em fatos reais. E estes fatos estão registrados na Bíblia Sagrada. Por isto, a Bíblia éo manual do cristão. Ela nos ensina, repreende, corrige e educa. A Biblia Sagrada é uma coleção de 66 livros. Divide-se em duas partes: Antigo Testamento, com 39 livros; e o Novo Testamernto, com 27. A palavra testamento vem do latim, e seu significado original é acordo, aliança, pacto. E é neste sentido que ela é usada para dar nome às duas partes da Bíblia Sagrada. O Antigo Testamento é assim chamado porque é formado pelos livros que registram o antigo pacto feito por Deus com seu povo. Esse pacto foi feito com Abraão, pai do povo israelita, e ratificado por meio de Moisés mandamentos. O Novo Testamento recebe este nome porque é formado pelo conjunto dos livros que registram a nova aliança que Deus fez como seu povo, por meio de Jesus Cristo. No antigo pacto, o povo de Deus era formado pelos israelitas. Na nova aliança é constituído por todos aqueles que creem em Jesus Cristo como Salvador e Senhor. A Bíblia Sagrada é nossa única regra de fé e prática. Através dela Deus nos guia e orienta. Para compreend-la melhor, vamosestudar arevelação,ainspiraçãoeailuminação. quando foi dadaa lei ou os dez A REVELAÇÃO O ser humano janmais conheceria a Deus, nem tomaria conhecimento do seu plano de salvação, se o próprio Criador não tomasse a iniciativa de se revelar à criatura. Felizmente, Deus tomou a iniciativa de se revelar ao homenm. Esta revelação 25 CURSO PARA CATECÚMENOS é um ato "consciente, voluntário e intencional, por meio do qual o mesmo Deus revela ou comunica ao homem a verdade referente a si mesmo, em relação com suas criaturas".2 Deus se revela através das obras da criação e da providência, na preservação e no governo do universo. Davi escreveu que: "Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos" (SI 19.1). Eo apóstolo Paulo, falando aos habitantes de Listra, afirmou que Deus "no se deixou ficar sem testemunho de si mesmno, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas" (At 14.17). E na Epístola aos Romanos ele tratou do mesmo assunto de modo ainda mais claro, afirmando: "Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas" (Rm 1.20). "Deus fala ao homem através de toda a sua criação, nas forças e nos poderes da natureza, na constituição da mente humana, na voz da consciência, e no governo providencial do mundo em geral e das vidas dos indivíduos em particular"^ Esta revelação é chamada de revelação geral,por ser dirigidaa todos os homens. Ela é suficiente para deixar os homens indesculpáveis diante de Deus. Mas é insuficiente para a salvação. Toda a criação foi atingida pelo pecado. Tornou-se imperfeita. Como instrumento da autorrevelação de Deus, ela deve ser considerada um livro incompleto, com algumas páginas rasuradas. O homem também foi atingido. Espiritualmente, ele ficou ignorante e embrutecido como um irracional. E assim, ficou impossível compreender corretamente o que Deus nos fala através da natureza. Mas o pland eterno de Deus inclui também a revelação especinl, que tem o objetivo de levar o pecador de volta ao Criador. O autor da Epístola aos Hebreus escreveu sobre esta revelação especial o seguinte: "Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu 2Louis Berkhof- Introducción a la Teologla Sistemática- p. 126. 3 Louis Berkhof-Manualde Doulrina Cristá-p. 29. 26 ESTUDO Ne 2 A BÍBLIA SAGRADA herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fezo universo" (Hb1.1,2). Deus falou. Falou através de manitestações especiais. Falou diretamente a alguns de seus servos, como, por exemplo, a Moisés. Falou através dos profetas. Falou através de milagres. A revelação especial é progressiva, atingindo o seu ápice em Jesus Cristo. "As grandes verdades da redenção aparecem, a principi0, apenas obscuramente, mas aumentam gradualmente em clareza, e finalmente se destacam em toda a sua grandeza na revelação do Novo Testamento".4 A INsPIRAÇÃO Deus falou "muitas vezes e de muitas maneiras". "E depois, para melhor preservação e propagaço da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi gualmente servido tazë-la escrever toda"E assim surgiu a Bíblia Sagrada, livro inspirado pelo Espírito Santo. Quando falamos em inspiração da Biblia, estamos afirmando que Deus levantou homens e os fez registrar, sem erro, a sua revelação especial. Estes homens, sob inspiração divina, escreveram os livros que compöem a Bíblia Sagrada. ". jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram, da parte de Deus, movidos pelo Espirito Santo" (2 Pe 1.21). "Toda a Escritura é inspirada por Deus" (2 Tm 3.16). Os escritores dos livros da Biblia Sagrada escreveram sob inspiração divina. Escreveram por determinação divina. Alguns autores registraram ter recebido ordem direta de Deus para escrever (Ex 17.14; 34.27; Nm 33.2; ls 30.8; Jr 30.2; 36.2). Outros, certamente, sentiram-se impulsionados a escrever. Era Deus agindo em suas mentes e corações. Mas não devemos imaginar que Deus ia ditando e eles escrevendo. Eles não foram meros escribas. Pelo contrário, Deus os usou precisamente como eles eram. Deus certamente guiou-os na escolha das palavras, na construço das frases, para que os Louis Berkhof - Manual de Doutrina Crista - p. 36. 5Confissão de Fé de Westminster-Cap. I, Paragrafo 1. 27 CURSO PARA CATECÜMENOS fatos e as ideias fossem corretamente registrados. Mas cada um escreveu usando o seu próprio vocabulário e de acordo com o seu próprio estilo. Por isto, cada livro, embora inspirado por Deus, traz a marca pessoal de seu autor e as marcas do tempo em que ele vivia. A diviso em capítulos e versículos foi feita bem mais tarde. "Não foi trabalho de uma só pessoa ou equipe. Os massoretas (especialistas judeus que prod e utilissimo sistema de sinais vocálicos e outros sinais para a preservação da lingua hebraica, puramente consonantal), fizeram também a divisão do Velho Testamento em versículos, no século 9 da era crist. Entretanto, alguns atribuem ao cardeal Hugo de São Caro, e outros atribuem a Stephen Langton, arcebispo de Cantuária, Inglaterra,a divisão da Bíblia em capítulos, no século 13. Essa divisão foi aplicada à Vulgata, e por volta de 1440 foi aplicada à Biblia Hebraica pelo rabino Nathan. A divisão em versículos apareceu pela primeira vez na Vulgata em 1555, trabalho de Robert Stephen, em Gênova. Em 1551 Robert Stephen tinha lançado em Gênova uma edição do Novo Testamento grego. A primeira Bíblia inglesa, com divisão em capítulos e versículos, foi publicada em Gênova, em 1560"6 Os livros da Bíblia foram escritos por, no mínimo, 36 autores, num período que pode chegara1.600 anos. Mas existe uma extraordinária harmonia em todas as suas partes. Milhões de pessoas têm sido transformadas através da leitura da Biblia. Ecada crente, ao ler a Bíblia, sente Deus falando com ele. Tudo iziram unm complexo isto é evidência de que a Biblia Sagrada é realmente inspirada por Deus. Mas a plena convicção desta inspiração divina é questão de fé, e no de prova científica. Por isto, só a operação do Espírito Santo em nós é que nos dá a convicção de que a Bíblia é realmente a Palavra de Leus. A Biblia editada soba chancela da Igreja Católica tem sete livros a mais do que a Bíblia editada pelos evangélicos. Até o inicio do século 16 não havia uma definição oficial sobre a situação desses livros. Alguns os aceitavam como 6 Odayr Olivetti-BAASL PRESBITERIANO- Ano 37- n° 499 - abril de 1996 p. 2. 28 ESTUDO Ne2 A BIBLIA SAGRADA inspirados; outro0s, não. Mas, no dia 15 de abril de 1546, o Concílio de Trento anexou-os, por decreto, à Biblia. Os evangélicos chamam esses livros de apöcrifos e não oS aceitam como inspirados por Deus. Os livros apócrifos, comparados com os livros inspiradoos, revelam uma grande pobreza de estilo e conteúdo. Além disso, ensinam doutrinas e práticas que se contradizem com os livros inspirados. Por exemplo: justificam a mentira (Judite 10.11-17; 11.1-23; 15.8-10) e o suicídio (2 Macabeus 14.37-46); ensinam feitiçaria (Tobias 6.1-9) e oração pelos mortos (2 Macabeus 12.38-45). Uma simples leitura é suficiente para nos mostrar que eles não são inspirados por Deuus. A revelação especial está encarnada na Bíblia Sagrada. Através dela Deus nos diz quem Ele é, quem somos nós, de onde viemos e para onde vamos, e Seu plano geral para anossa vida. No passado Deus falou a Moisés"boca a boca" (Nm 12.8). Hoje Deus nos fala através da Bíblia Sagrada. A lLUMINAÇÃO Tudo que precisamos saber para a nossa salvação e para uma vida correta, justa, em comunhão com Deus, está registrado na Bíblia Sagrada. Mas "o homem natural no aceita as coisas do Espirito de Deus, porque Ihe são loucura; e não pode entend-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1 Co 2.14). Isto significa que o homem, apenas com os seus recursos naturais, sem a assistência do Espírito Santo, não pode compreender a Biblia Sagrada. Ela só poderá ser compreendida com a iluminação do Espírito Santo. Quando falamos em iluminação estamos nos referindo à atuação de Deus na mente e no coração do homem, através do Espírito Santo, capacitando-o para compreender o ensino da Bíblia Sagrada. A Confissão de Fé de Westminster ensina que: "Todo O conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela." Mas acrescenta: "... reconhecemos, entretanto, ser necessária a intima iluminação do Espirito 29 CURSO PARA CATECÜMENOS Santo para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra" No registro da conversão de Lídia temos um exemnplo da iluminação. Muitas mulheres ouviram a pregação, mas apenas Lidia se converteu. E ela só se converteu porque "o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia" (At 16.14).0Espirito Santo iluminou a mente e abriu o coração de Lídia, levando-a a compreender e a aceitar a mensagem que estava sendo pregada. A iluminação, contudo, não dispensa o esforço sério e piedoso para compreendermos corretamente a Palavra de Deus. A Biblia Sagrada deve ser examinada com seriedade e interpretada com fidelidade. "A regra infalível de interpretação da Escritura é a própria Escritura. Portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura - o qual não é múltiplo, mas único esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente".8 CONCLUSÃO Deus tomou a iniciativa de se revelar a nós. Através de uma revelação especial ele nos deu a conhecer o seu plano para a nossa vida e o modo como devemos vivere servi-lo. Ele também inspirou homens para registrar, sem erro, a sua revelação especial. E, pela iluminaço, através da atuação do Espírito Santo em nossas mentes, ele nos capacita a compreender a sua revelaço especial, registrada na Biblia. A Biblia Sagrada é a nossa única regra de fé e prática. Por isso devemos examiná-la continuamente. E o estudo deve ser seguido da prática. Pois viver o ensino bíblico resulta em crescimento espiritual. Não que a Bíblia seja um livro mágico. Mas, sendo ela a Palavra de Deus, somos aperfeiçoados na medida de nossa prontidão em responder aos apelos que ele nos faz através da sua Palavra. 7 Confissão de Fé de Westminster- Cap. I, Parágrafo6. 8Confissão de Féde Westminster- Cap.1, Parágrafo 9. 30 ESTUDO 2 A BÍBLIA SAGRADA TEXTOS EBiBLIcOS PARA LEITURA 1. O Pacto de Deus com Abraão - Gênesis 12.1-9; 17.9-14 2. Deus fala com Moisés - Exodo 3.1-10 3. Deus se revela através da criação -Salmo 19.1-6 4. A superioridade da Palavra de Deus - 2 Pedro 1.16-21 5. O ensino do Espírito Santo - 1 Coríntios 2.6-16 6. A inspiração da Biblia Sagrada - 2Timóteo 3.14-17 7. Jesus explica a sua misso - João 5.19-47 ExERCICIOs PaRa FixAÇÃO DA MATÉRIA EsTUDADA Após estudar cuidadosamente a lição, responda, por escrito, às seguintes perguntas: 1. Quantos livros tem a Bíblia Sagrada? Quantos no Antigo Testamento? E no Novo Testamento? R: 2. Como se chamam as duas partes da Biblia Sagrada? E por que? R: 3. Que é revelação? R: 4. Completar: "O ser humano, próprio Criador no tomasse a iniciativa de se revelar à criatura. se o 31 CURSO PARA CATEGÜMENOS 5. A revelação feita por Deus na natureza, é suficiernte para a salvação do pecador? Por que? R: 6. Que é inspiração? R: 7. O que nos dá plena convicção de que a Bíblia Sagrada éé inspirada por Deus? R: 8. Porque não aceitamos os livros apócrifos como inspirados? R: 9. Que é iuminação? R: 10. Como a Biblia Sagrada deve ser interpretada? R: 32 Estudo n3 DEUS Texto básico: Salmo 139 Biblia Sagrada afirma: "Ninguém jamais viu a Deus" (Jo 1.18). Se ninguém jamais viu a Deus, como podemos conhecê-lo? Devemos saber, inicialmente, que a visão no é o único instrumento de que dispomos para conhecer alguém ou algo. Ninguém jamais viu a dor, nem a saudade, nem o amor. Mas não há dúvida de sua existência. Não é possível vê-los com os olhos, mas há outros meios através dos quais podemos tomar conhecimento da dor, da saudade e do amor. No caso do Criador, se o próprio Deus não tivesse tomado a iniciativa de se revelar, ninguém jamais o conheceria. Mas, felizmente, ele se revelou "através de toda a sua criação, nas forças e nos poderes da natureza, na constituição da mente humana, na voz da consciência, e no governo providencial do mundo em geral e das vidas dos indivíduos em particular"s, Deus também falou "muitas vezes e de muitas maneiras" (Hb 1.1). E hoje ele nos fala através da BibliaSagrada. Mas, quemé Deus? Não é possível definir Deus. A mente humana, embora prodigiosa, no dispõe de recursos para captar toda a grandeza do Criador. O máximo que podemos fazer é a descriço analítica de Deus, a partir do que ele nos revela na Biblia Sagrada. Deus não é uma ideia abstrata ou uma força impessoal que atua no universo, comno afirmam algumas pessoas. Deus é uma pessoa. Ele tem sentimentos. Ele nos ama. Ele nos sustenta em nossas provações e dificuldades. Ele nos dá alegria e vitória. Nós podemos compartilharcom ele nossas experiências. 9Louis Berkhof-Manual de Doutrina Crist-p. 29. 33 CURSO PARA CATECUMENOS Podemos falar com ele, e estarmos certos de que ele nos ouve e nos atende. Ele cuida de nós e quer o nosso bem. Mas Deus é uma pessoa diferente de nós. Ele é espírito (Jo 4.24). Ele não tem um corpo físico comoo nosso (Lc 24.39). Por isto não podemos vê-lo, assim como não podenmos ver o nosso próprio espírito ou o espírito das pessoas que estão ao nosso lado. Os NoMES DE DEUS Hoje os nomes das pessoas têm pouca importância. Se alguém tem o nome de José, Jó ou Joaquim, não faz diferença. Mas na época em que a Biblia foi escrita, era diferente. Os nomes atribuídos a Deus, na Bíblia, são instrumentos ou meios que o Criador usa para revelar a nós quem Ele é. Eles devem ser estudados e compreendidos à luz dos costumes da época em que foram escritos. O nome era unma descrição da pessoa. Por isso, quando uma pessoa passava por uma mudança significativa em sua vida ou em seu caráter, podia também ter o seu nome mudado. Veja, por exemplo, o caso de Jacó. Ele era um enganador astucioso. E era exatamente isto o que significava o seu nome (Gn 27.36). Mas ele passou por uma grande transformação. Deixou de ser um enganador. E o seu nome foi mudado para Israel (Gn 32.28; 35.10). No Novo Testamento temos o caso de Pedro. Ele se chamava Simão, mas Jesus Ihe deu o nome de Pedro (Cefas, em aramaico), antecipando assim que ele passaria por uma grande mudançae ocuparia um lugar de destaque entre os apóstolos. Assim também os nomes ou títulos atribuídos a Deus na Escritura Sagrada são instrumentos da providéncia divina para nos revelar qualidades, atributose modos de agir doo nosso Criador. Vejamos, agora, alguns desses nomes, as circunstàncias ou situações em que aparecem e o que eles nos revelam sobre Deus. a) Deus O primeiro versículo da Bíblia Sagrada diz que: "No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gn 1.1). O nome Deus (Elohin, em hebraico, plural de Elonh), descreve o Criador como um ser forte e poderoso, que deve ser temido ecultuado. 34 ESTUD0 Ne3 DEUS "O plural deve ser considerado como intensivo e, portanto, serve para indicar plenitude de poder"0. b) Deus Altissimo Quando Melquisedeque abençoou a Abraão (Gn 14.18- 20), ele o fez em nome do Deus Altíssimo (Elyon, em hebraico). Este nome descreve Deus como um ser supremo, que está acima das divindades locais. c) Deus Todo-Poderoso A Abraão (Gn 17.1) Deus se apresentou como o Deus Todo-Poderoso (El-SIhnddai, em hebraico). Este nome descreve Deus como um ser poderoso, que tem poder no céu e na terra o sustentador, nutridor, aquele que é capaz de satisfazer. d) Sou o que Sou Deus apareceu a Moisés, no monte Horebe, e lhe disse: "Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito" (Ex 3.10). Disse Moisés a Deus: "Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser:O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que Ihes direi? Disse Deus a Moisés: EU SOU OQUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de lsrael: EU SOU me enviou a vós outros. Disse Deus ainda mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de lsaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós outros; este é o meu nome (Ex 3.13-15). O nonme SENHOr (com todas as letras maiúsculas, Yalweh, em hebraico) significa "Eu Sou o que Sou". Através dele Deus se revela como o Deus da graça, que sempre existiu e sempre existirá, que não fica velho, não muda, é eternamente o mesmo. e) Senhor Quando convocou o povo para atravessar o Jordão, e entrar na terra prometida, Josué lhes disse: "Tomai, pois, agora, doze homens das tribos de Israel, um de cada tribo; porque hà de acontecer que, assim que as plantas dos pés dos sacerdotes que levama arca do SENIHOR, O Senhor de toda a terra, 10 Louis Berkhof- Teologia Sistemática - p. 50. 35 CURSO PARA CATECÜMENOS pousem nas águas do Jordão, serao elas cortadas, a saber. as que vém de cima, e se amontoarão" (Is 3.12,13). O nome SenhOr (com a inicial maiúscula e as demais letras minúsculas, Adonai, em hebraico) descreve Deus como o dono e o governador de todos os homens. Deus (Elolhim), Deus Altíssimo (Elyon), Deus Todo- Poderoso (El-Shaddat), SENHOR (Yalweln) e Senhor (Adonai) são nomes ou títulos do Criador, registrados na Biblia Sagrada. Eles são meios usados por Deus para nos revelar quem ele é. Através deles sabemos que Deus é um ser supremo, forte e poderoso, tem poder no céu e na terra, é o dono e o governador de todos os homens. Mas ele é também o Deus da graça, sustentador, nutridor, capaz de satisfazer todas as nossas necessicdades. Ele sempre existiu e sempre existirá. Ele não fica velho, não muda, não sofre variação, é eternamente o mesmo. A TRINDADE A Bíblia Sagrada ensina que há um só Deus, mas Ele subsiste em três pessoas. Em Deuteronômio 6.4 está escrito: "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único SENHOR". E em Isaías 44.6 o próprio Deus declara: "Eu sou o primeiro e eu sou o útimo, e além de mim não há Deus". Mas, por outro lado, a Bíblia afirma que Jesus também é Deus: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" (Jo 1.1). OVerbo é Jesus Cristo. A Biblia ensina que o Espírito Santo também é Deus. Quando Ananias mentiu a respeito da venda de sua propriedade, Pedro o repreendeu, dizendo: "Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? (..) Não mentiste aos homens, mas a Deus" (At 5.3,4). Mentir ao Espirito Santo é mentir a Deus, prova de que o Espírito Santo é Deus. O Pai é Deus; o Filho é Deus; o Espírito Santo é Deus. Três pessoas, um só LDeus. Uma trindade, ou triunidade. A palavra Trindade não está na Biblia; mas é inegável que ela ensina que existe um único Deus, que subsiste em trés pessoas: Pai, Filho (Jesus Cristo) e ESpirito Santo. 36 ESTUDO N 3 DEUS Adoutrina da Trindade é um mistério. Está além da nossa compreensão. Mas podemos descrevê-la conforme é ensinada na Biblia. Em síntese, a doutrina pode ser descrita assim: existe um só Deus; Deus subsiste em três pessoas distintas: Pai, Filho (Jesus Cristo) e Espírito Santo; cada pessoa da Trindade e Deus completo, e não parte de Deus; as três pessoas da Trindade são guais em poder e glória. No registro do batismo de Jesus as três pessoas da Trindade aparecem, distintamente. O Pai se manifesta do céu, dizendo: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mt 3.17). O Filho estava sendo batizado. E o Espírito Santo desceu sobre ele "como pomba" (Mt 3.16). Muitas pessoas fazem uma grande confusão com as três pessoas da Trindade. Tal confusão pode ser observada especialmente nas orações. Num culto alguém orou assim: "Senhor nosso Deus e Pai, nós te agradecemos Senhor Jesus porque tu morreste na cruz em nosso lugar e porque tu habitas em nós.Quanta confusão! O Pai não é o Filho. Não foi o Pai quem morreu na cruz, foi o Filho. E quem habita em nós é o Espírito Santo. Na oração nós nos dirigimos a Deus, o Pai, em nome de Jesus, o Filho. Os ATRIBUTOS DE DEUS Os atributos são propriedades ou qualidades de Deus, mencionadas na Biblia Sagrada, ou deduzidas de seus atos. Como Deus é perfeito, seus atributos são chamados também de perteições divinas. Os atributos que só Deus possui, como, por exemplo, a imutabilidade, são chamados de atributos incomunicáveis. São assim denominados para caracterizar que eles não foram concedidos aos homens. Aqueles que os homens também possuem, como, por exemplo, o amor, são chanmados de atributos comunicáveis. A diferença é que as qualidades humanas são imperfeitas e os atributos de Deus são perfeitos. a) Atributos Incomunicáveis A autoexistência ou independência é um atributo incomunicável de Deus (Ex 3.13,14; Jo 5.26; At 17.25). 37 CURSO PARA CATECUMENOS Deus não depende de nada e nem de ninguém para existir ou agir. Um outro atributo è a eternidade (SI 90.2; 102.12; 2 Pe 3.8).Deus sempre existiu e sempre existirá, ele não está limitado pelo tempo. Outro atributo incomunicável é a imensidade ou onipresença (1 Re 8.27; SI 139.7-10; Is 66.1). Deus não está limitado pelo espaço, ele está presente ao mesmo tempo enm todos os lugares. Outro atributo é a imutabilidade (MI 5.6; 181.17). Deus nao,muda em seu ser, em sua essência, em seus atos, nem em seus propósitos. Quando a Bíblia diz ou dá a entender que Deus mudou, na realidade, a situação é que mudou. A linguagem usada é a do observador, como, por exemplo, quando alguém afirma que o sol saiu a tal hora, dando a ideia de que o sol se movimenta, quando a terra é que se move. b) Atributos Comunicáveis A bondade é um atributo comunicável de Deus (SI 145.9,15,16; Jo 3.16,17; Ef 2.1-9; 1 Jo 4.7-10). O homem também recebeu do Criador esta qualidade. Mas a bondade de Deus é diferente da borndade humana. Deus é absolu- tamente bom. Ele trata benévola e generosamente todas as suas criaturas. Esta bondade, em relaço às criaturas racionais, chama-se amor. "Deus é amor" (1 Jo 4.8). Por causa do pecado, o homem perdeu o direito de ser amado por Deus, mas o Criador continua a nos amar. Deus é misericordios0, por isto ele tem compaixão de nós. Ele é longânimo, por isto nos tolera. A santidade é outro atributo comunicável (Ex 15.11; 1 Sm 2.2; Is 6.3; Hc 1.13; Ap 4.8). Deus é perfeitamente puro em sua pessoa e em seus atos e, consequentemente, ele é contra toda e qualquer forma de impureza. Um outro atributo comunicavel é a justiça (SI 71.19; Mt 10.42; Rm 1.32). Deus é absolutamente justo, ele governa o mundo com justiça, recompensa todos os atos dos homens e pune os seus erros. A soberania também é um atributo comunicável (SI 115.3; Mt 10.29). Deus "faz todas as cousas conforme o conselho da sua vontade" (Ef 1.11). E importante conhecer Deus, através do estudo da sua autorrevelação registrada na Escritura Sagrada. Mas, além desse conhecimento teórico, precisamos também de um 38 ESTUDO N°3 DEUS conhecimento espiritual. E tal conhecimento só se adquire através de uma vida de comunhão com ele. "Só conhecemos verdadeiramentea Deus em nossa alma, quando nos rendemos a Ele, quando nos submetemos à Sua autoridade e quando os Seus preceitos e mandamentos regulam todos os pormenores da nosa vida".11 CONCLUsAO Zofar perguntou a Jó: "Porventura, desvendarás os arcanos de Deus ou penetrarás até à perfeição do Todo Poderoso?" (Jó 11.7). Realmente o homem não tem condições para desvendar os arcanos de Deus. E quando tentamos compreender racionalmente muitos atos de Deus, registrados na Biblia Sagrada, percebemos que eles estão além de nossa compreensão. A ponte que liga o Rio de Janeiro a Niterói tem pilares gigantes e vãos de até 300 metros. Gigantescas vigas ligam estes pilares. Mas quem está mergulhado na água, debaixo da ponte, não vê que pilares tão distantes estão ligados uns aos outros através das vigas. Assim também é a nossa situaçãoO. Estamos mergulhados nas limitações cda natureza humana, por isto não podemos compreender Deus, nem seus atos. Contudo, aquilo que é necessário para a nossa salvação e para a nossa vida em comunhão com Deus, ele nos revelou e está registrado na Bíblia Sagrada, com tanta clareza que, qualquer pessoa, culta ou não, no uso de suas faculdades mentais, pode compreender. Nas alegrias e nas lutas da vida, em todos os lugares e em todos os momentos, nós não estamos sozinhos. Deus está sempre condsco. "Como em redor de Jerusalém estão os montes, assim o Senhor, em derredor do seu povo, desde agora e para sempre" (SI 125.2). "Ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém" (1 Tm 1.17). 11 Arthur W. Pink 0s Atributos de Deus -p. 5. 39 CURSO PARA CATECUMENOS TEXTOS BIiBLIcOS PARA A LEITURA 1. Deus fala a Moisés - Exodo 3.1-18 2. Os Dez Mandanmentos - Exodo 20.1-17 3. Todo bem procede de Deus Salmo 127 4. Deus oniscientee onipotente - Salmo 139 5. A Trindade no Batismo de Jesus - Mateus 3.13-17 6. Deus é Espírito - João 4.1-30 7. Deus é Amor - 1 João 4.7-21 ExERCICIO PARA FIXAÇÃO DA MATÉRIA ESTUDADA Após estudar cuidadosamente a lição, responda, por escrito, as seguintes perguntas: 1. Podemos definir Deus? Por quê? R 2. Os nomes ou títulos de Deus na Bíblia são importantes porque eles revelam algo sobre o Criador. Vamos citar alguns nomes e você deve colocar na frente de cada um o que ele revela sobre Deus. Deus Sou o que Sou - . Senhor- Deus Todo-Poderoso - 40 ESTUDO N9 3 DEUS 3. Descreva, em síntese, a doutrina da Trindade. R 4 Você compreende a doutrina da Trindade? Por que? R: 5. Que são atributos de Deus? R: 6. Como se dividem os atributos de Deus? E Por quê? R 7. Dos atributos mencionados neste estudo, qual Ihe chamou mais a atenção? Por quê? R: Como entender os textos bíblicos que dizem que Deus se arrependeu ou que parecem dar a entender que Deus mudou o seu plano? 8. R: Quem pode compreender oque é necessário para a salvação e para a vida em comunhão com Deus? 9. R: 41 CURSO PARA CATECUMENOS 10. Por que não podemos ver Deus? R: 42 HAL14: i ENvep Estudo n* 4 O HOMEM Texto básico: Gênesis 1.26-30 udo que existe tem um princípi0, um tempo a partir de onde passou a existir. Só Deus é diferente. Ele sempre existiu e sempre existirá. Ele não teve princípio nem terá fim. Ele é eterno, imutável, infinito. Mas o homem e o universo tiveram um princípio, foram criados por Deus. "Ao princípio aprouve a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para a manitestação da gloria do seu eterno poder, sabedoria e bondade, criar ou fazer do nada, e tudo muito bom, o mundo e tudo que nele há, visíveis ou invisíveis. Depois de haver feito as outras criaturas, Deus criou o homem, macho e fêmea, com almas racionais e imortais, e dotou-as de inteligência, retidão e perfeita santidade, segundo a sua própria imagem".12 A CRIAÇO DO UNIVERSO O primeiro livro da Bíblia Sagrada começa assim: "No princípio, criou Deus os céus e a terra" (Gn 1.1). A Bíblia afirma que Deus é o criador, preservador e governador do universo. No livro de Neemias está escrito: "Só tu és SENHOR, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto há neles; e tu Os preservas a todos com vida, e o exército dos céus te adora" (Ne 9.6). E Davi declarou: "Nos céus, estabeleceu o SENHOR O seu trono, e o seu reino domina sobre tudo" (SI 103.19). As declarações de que Deus criou, preserva e governa todas as coisas, visíveis e invisíveis, estão presentes em todas as partes da Biblia Sagrada. 12 Conlissão de Fé de Westminster- Cap. IV, Parágrafos 1 e 2 43 CURSO PARA CATECÚMENOS Existem inúmeras teorias filosóficas e científicas sobre a origem do universo. Muitos livros apresentam essas teorias como se fossem a últinma palavra da Ciéncia ou da Filosofia. Mas não é possível dizer que a Filosotia ou a Ciência encampe qualquer uma delas, pois não passamde teorias, isto é, elas não foram comprovadas - nem pelo método filosófico, nem pelo método científico. Elas representam apenas o pensamento de alguns filósofos ou cientistas Sobre a origem do universo. Mas a Biblia Sagrada afirma categoricamente que Deus é o criador do universo. Não é teoria, é revelação! Todas as teorias cientificas e filosóficas sobre a origemn do universo afirmam que ele surgiu por um acaso. Mas, imagine a seguinte situação: você encontra um relógio e passa a examiná-lo. Vê que as suas peças têm formas diferentes e foram feitas de vários tipos de matéria prima. E todas elas se encaixam e combinam de tal maneira que todas funcionam harmoniosamente. E marcam as horas. E cumprem um papel relevante. Formam um todo que tem sentido e propósito. Se alguém Ihe dissesse que aquele relógio surgiu por um acaso, você acreditaria? Então, como acreditar que o universo, muito mais complexo do que um relógio, surgiu por um acaso?13 Merece mais crédito a afirmação bíblica de que Deus criou todas as coisas. Nem a Ciência nem a Filosofia dispöem de meiospara dizer como se originou o universo. Por que então muitos homens da Ciência ou da Filosofia negam a existência de um Criador? Christiano P. da Silva Neto, Mestre em Ciencia pela Universidade de Londres, responde: "Talvez a principal razão que leve tantos homens de ciência a rejeitaro modo criacionista seja, na verdade, bem outra. Crer num Criador traz consigo um compromisso... Via de regra, porém, as pessoas desejam viver suas vidas segundo as suas próprias conveniências, e evitam, portanto, este tipo de comprometimento".14 A Biblia é a Palavra de Deus. E, embora usando a linguagem do observador, a linguagem comum do dia-a-dia, Versão simplificada do clássico argumento do relógio, formuladoporWilliam Paley (1743-1805), filósofo moral e teólogo britânico. 14 Origens do Universo e da Vida - Módulo 1 - p. 24. 44 ESTUDO N° 4 0 HOMEM sem entrar em detalhes técnicos, ela afirma que Deus criou todas as coisas, visíveis e invisíveis. A CRIAÇÃO DO HoMEM O registro da criação do homem, na Bíblia Sagrada, começa assim: "Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra" (Gn 1.26). E continua assim: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gn 1.27). Os vegetais e os animais foram criados "segundo a sua espécie", mas o homen foi criado à imagem e semelhança do Criador. A imagem e semelhança de Deus no homem, no sentido restrito, consiste no verdadeiro conhecimento, retido e santidade, com que o homem foi dotado na criação. E num sentido mais abrangente, irnclui também o fato de o homem ser um ente espiritual, racional, moral e imortal. Após a queda, por causa do pecado, o homem perdeu a imagem de Deus no sentido restrito, ficando apenas com a imagem no sentido mais abrangente. Isto é, o homem perdeu o verdadeiro conhecimento, retidão e santidade, mas continuou sendo um ente espiritual, racional, moral e imortal, embora imperfeito em todas essas áreas. Detalhando mais a criação do homem, a Biblia Sagrada afirma que "formou o SENHOr Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente" (Gn 2.7). O corpo do homem foi feito de material que Deus havia criado antes, que no texto bíblico é chamado de "pó da terra". Mas a alma surgiu como resultado do sopro divino. O primeiro homenm era formado por um elemento material, o corpo, e por um elemento imaterial, a alna. E todos os demais seres humanos também são constituídos de corpo e alma. A doutrina que afirma que o homemé constituído de duas partes distintas, a saber, corpo e alma, é denominada dicotomia. Existe, também, uma outra doutrina denominada tricotonuia, 45 CURSO PARA CATECUMENOS segundo a qual o homeméconstituído de três elementos: corpo, alma e espírito. De acordo com esta doutrina, o corpo é a parte material do ser humano; a alma é o principio da vida animal; eo espíritoéo elemento racional, imortal, através do qual o homem se relaciona com Deus. Os dicotonistas defendem seu ponto de vista afirmando que a Escritura Sagrada usa as palavras alma e espírito, "umas pelas outras, em permuta recíproca, para referir-se ao elemento superior ou espiritual do homem. Logo, alna e espirito, quando descrevem o elemento espiritual do homem, na Escritura Sagrada, são sinôninmos. Os ricotomistas citam dois textos biblicos, onde aparecem alma e espirito, como os elemnentos superiores do ser humano. O primeiroé1 Tessalonicenses 5.23, que diz: "O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensiíveis na vinda de nosso SenhorJesusCristo". Eo outro éHebreus 4.12: "Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espirito, juntas e medulas,e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração". Os dicotomistas respondem a esse argumento afirmando que: "A simples menção dos termos espirito e alma um ao lado do outro no prova que, segundo a Escritura, são duas substâncias distintas, como também Mateus 22.37 não prova que Jesus considerava o coração, a alma e o entendimento como três substâncias distintas. Em 1 Tessalonicenses 5.23 o apóstolo deseja simplesmente fortalecer a afirmação: 'O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo', como uma declaração epizegética,13 na qual se resumem Os diferentes aspectos da existência do homem, e na qual o apóstolo se sente perfeitamente livre para mencionar os termos alma e espírito um ao lado do outro, porque a Bíblia distingue entre ambos. ... (O que o texto diz é que a palavra de Deus) produz uma separação entre os pensamentos e as intenções no coração"O teólogo Louis Berkhof afirma que a tricotomia 3 Epizeuxe é uma figura de retórica pela qual há repetição de palavras, ou de seus sinónimos, para maior veeméncia ou ênfase. 16 Louis Berkhof-Teologia Sistemática -p. 194 e 195. 46 ESTUDO N9 4 0 HOMEM "não resultou do estudo da Escritura, mas nasceu com o estudo da filosofia grega"7 Deus criou o homem com capacidade de reprodução, e lhe ordenou: "Sede fecundos, multiplicai-vos, encheiaterra (Gn 1.28). Mas aqui surge uma pergunta: A capacidade humana de se reproduzir inclui também a alma? Ou apenas o corpo? Este assunto não está claro na Bíblia Sagrada. Por isto, existem várias teorias sobre a origem da alma em cada individuo. As principais teorias são: pré-existencialismo, criacionismo e traducianismo. A teoria pré-existencialista afirma que a alma de cada pessoa já existia antes que o seu corpo fosse formado. A teoria criacionista afirma que Deus cria uma alma para cada pessoa que é gerada. Esta teoria se baseia especialmente em Eclesiastes 12.7, onde está escrito que, logo após a morte, "o pó volta à terra, como o era, e o espírito volta a Deus, que o deu; e em Hebreus 12.9, onde está registrado o seguinte: "Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos?". A teoria traducianista afirma que a alma é gerada junto com o corpo, e, portanto, é transmitida pelos pais aos filhos. Segundo essa teoria, quando Deus capacitou o homem para se reproduzir, deu-lhe a capacidade para gerar seres humanos conmpletos, e não apenas corpos que deviam receber uma alma para se completarem. Os seus defensores argumentam que, quando Deus criou a mulher, usou uma parte do honmem, e no soprou lhe nas narinas o fôlego de vida. Portanto, o corpo e a alma de Eva procederam de Adão. Assim também o corpo e a alma dos filhos procedem de seus pais. A teoria pré-existencialista é rejeitada por quase todos os evangélicos. As teorias criacionista e traducianista são aceitas por muitos. Mas todas elas apresentam algumas dificuldades. Isto significa que este é um assunto que só será esclarecido quando estivermos com o Senhor. 17 Louis Berkhof- Manual de Doutrina Crist - p. 110. 47 CURSO PARA CATECMENOS A QUEDA DO HOMEM Na criação Deus estabeleceu uma aliança com o homem. que os teólogos chamam de pacto ou aliança das obras. o Criador o colocou no jardim do Eden, e Ihe deu esta ordem: "De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal nao comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2.16,17). A ameaça de morte, no caso de desobediência, deixa implicito que havia também uma promessa de vida. "Adão foi, de fato. realmente criado num estado de santidade positiva, e não estava sujeito à lei da morte. Mas não possuía ainda os mais elevados privilégios à espera do homem; ainda não havia sido elevado acima da possibilidade de errar, de pecar e de morrer. Ainda não possuía o mais alto grau de santidade, nem gozava a vida em toda a sua plenitude".5 Se ele obedecesse alcançaria a plenitude devida, ou seja, estaria acima de qualquer possibilidade de errar, pecar ou morrer. A promessa tinha uma condição: perfeita obediência. Se o homem falhasse, a penalidade seria a morte. A obediência consistia em no comer do fruto da árvore do beme do mal. Era o teste para provar se Adão estava disposto a submeter a sua vontade à vontade de Deus. Eo homem não passou no teste. Caiu. Deus lhe havia dado uma variedade enorme de frutas, verduras, legumes e cereais para sua alimentação (Gn1.29). Mas ele preferiu comer da árvore proibida, desobedecendo ao Criador. Assim, rejeitava a vontade de Deus, e fazia a sua própria vontade. Abandonava o Criador, e tomava o seu próprio caminho. A sentença de morte pairava sobre o homem. Morte, na Bíblia Sagrada, significa basicamente separação. Ao pecar, o homem separou-se de Deus. Morreu espiritualmente. E as sementes da morte física começaram imediatamente a agir no seu corpo. Ele passou a vIver soba tirania da morte, que finalmente o alcançaria. Adão arrastou para o pecado toda a sua descendência. Ele era o cabeça e o representante de toda a raça humana. Por isto, todos se tornaram pecadores quando ele pecou. Nós não 2 Louis Berkhof -Manualde Doutrina Crista - p. 118. 48 ESTUDO NP 4 0 HOMEM somos responsáveis pelo pecado de nosso pai ou de nossa mãe. "O filho não levará a iniquidade do pai" (Ez 18.20). Mas somos responsáveis pelo pecado de Adão, porque ele era nosso representante. O apóstolo Paulo escreveu que "por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação (Rm 5.18). Além de herdarmos a culpa do pecado de Adão, herdamos também a corrupção moral. Por isto, temos uma inerente disposição para o pecado. O próprio apóstolo Paulo confessou: "... vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contraa lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros" (Rm 7.23). "Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim, o que detesto. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço" (Rm 7.15,19). CONCLUSsÃO Felizmente Deus não executou de imediato a sentença de morte que pairava sobre o homem. Ao invés de eliminar o homem, Deus Ihe fez uma promessa de restauração. O descerndente da mulher feriria a cabeça da serpente (Gn 3.15). E o proto-evangelho. E a promessa bendita de que o inimigo seria vencido, e o homem restaurado à comunhão com o Criador. O primeiro livro da Bíblia Sagrada mostra o homem sendo expulso do paraíso, da presença de Deus. Mas o último livro, o Apocalipse, mostrao homem de volta ao paraíso. No primeiro livro está escrito que Deus disse ao homem: "Visto que atendeste à voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não conmesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és póe ao pó tornarás" (Gn 3.17-19). Masnoúltimo livro está escrito que Deus habitará com os homens. "Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo 49 CURSO PARA CATECÚMENOS estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já näo existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram" (Ap 21.3,4). O plano de Deus para o homem não se esgotava no Eden. "O profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescruláveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que ihe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!" (Rm 11.33-36). TEXTOS BiBLicos PARA LEITURA 1. A criação dos céus e da terra - Gênesis 1.1-2.3 2. A formação do homem e da mulher -Gênesis 2.4-25 3. A queda do homem - Gênesis 3.1-24 4. Adão e Cristo - Romanos 5.12-21 5. Livres do pecado pela graça - Romanos 6.1-14 6. O novo céu e a nova terra - Apocalipse 21.1-8 7. A justificação pela fé e paz com Deus - Romanos 5.1-11 ExERciCIO PARA FixAÇÃO DA MATÉRIA ESTUDADA Após estudar cuidadosamente a lição, responda, por escrito, às seguintes perguntas: 1. Oque merece mais crédito: as teorias cientificas e filosóficas sobre a origem do universo ou a declaração bíblica de que Deus criou todas as coisas? Por quê? R: 50 ESTUDO N° 4 0 HOMEM 2. Em que consiste a imagem e semelhança de Deus no homem? R: 3. Ohomem ainda é a imageme semelhança do Criador? Por gue? R: 4. Existem três teorias sobre a origem da alma em cada indivíduo. Escreva na frente de cada teoria oque ela ensina: PRE-EXISTENCIALISMO - CRIACIONISMO - TRADUCIANISMO - 5. Qual delas você julga mais correta? Por que? R: 6. Que é pacto das obras? R: 51 CURSO PARA CATECUMENOS 7. Em que consistia o pacto das obras? R: 8. Por que somos responsáveis pelo pecado de Adão? R: 9. Além da culpa, o que mais herdamos do pecado de Adão? R: 10. No dia em que pecou, o homenm morreu? Explique a sua resposta? R: 52 tALT WALACE Estudo n® 5 O PLANO DE SALVAÇÃO Texto básico: Lucas 15.11-32 eus criou o homem à Sua imagem, conforme a Sua semelhança. "Homem e mulher os criou" (Gn 1.27). E os cercou de tudo o que necessitavam para uma vida feliz. Deu-lhes uma enorme variedade de frutas, verduras, legumes e cereais para sua alimentação. E os uniu num casamento tão perfeito, numa identidade tão completa, que os dois se tornaram uma só carne (Gn 2.23,24). Mas o homem toi reprovado no teste da perteita obedi ência. Afastou-se de Deus. Escolheu o seu próprio caminho. Tornou-se pecador. Algumas pessoas perguntam: Já que Deus é onisciente e, portanto, sabia que o homem ia pecar, por que não impediu que isso acontecesse? A resposta honesta é que não sabemos por que Deus não impediu o homem de pecar. Mas sabemos que o Criador não estava alheio à situaço da criatura. Antes decriar o mundo, ele jáhaviaestabelecido uma aliança com Filho para salvar o homem. Nessa aliança, que os teólogos cha- mam de pacto ou aliança da redenção, o Filho "se colocou no lugar do pecador e incumbiu-se de fazer a expiação do pecado, suportando o castigo necessário, e de satisfazer as exigências da lei em lugar de todo o seu povo". Baseado nesse pacto ou aliança da redenço, Deus estabeleceu com o homem, agora pecador, um pacto de amizade e salvação, denominado pelos teologosdepactoou aliança da graça. Nesse pacto, Deus ofere- ce ao pecador a salvação e a vida eterna através de Jesus Cristo. Felizmente, o plano de Deus parao homem nãose esgotava no Eden. 19 Louis Berkhof -Manualde Doutrina Crist -p. 140. 53 CURSO PARA CATECUMENOS PECADO E CASTIGO Por causa do pecado de Adão, todas as pessoas nascem pecadoras. Davi reconheceu isso e declarou: "Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha me" (SI 51.5). Herdamos do primeiro casal a culpa e a corrupção. Não con- seguimos fazer o bem que queremos, mas fazemos o mal que, às vezes, até detestamos. Mas, o que é pecado? "E qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou qualquer transgressão dessa lei" 20 Se analisarmos algumas palavras gregas usadas pelos escritores do Novo Testamento para designar o pecado, fica mais fácil compreender a sua extensão e abrangências. Veja algumas destas palavras: hamartia (Rm 5.12; Tg 2.9; 1 Jo 1.7) significa errar o alv0; paraptoma (Rm 5.15-18; 2 Co 5.19; Ef 2.1) significa escorregar ou cair, desviar da verdade e da justiça; adikia (Rm 9.14; 1 Co 13.6; 1 Jo 5.17) significa injustiça; parabasis (Rm 2.23; GI 3.19; Hb 2.2) significa transgressão, ato de passar além da linha; anomia (1 Jo 3.4) significa desobediencia e desrespeito à lei. Pocdemos afirmar, portanto, que o pecado consiste em errar o alvo da vida, não ser o que devia ou poderia ser, desviar- se da verdade e da justiça, praticar a injustiça, ultrapassar a linha que limita os nossos direitos e liberdade, desobedecere desrespeitar as leis. Mas, como o pecado sempre tem relação com Deuse sua vontade, podemos dizer que pecar é ser, pensar, falar, desejar ou fazer o que desagrada a Deus. O homem trata o pecado levianamente, mas Deus o trata de modo severo. O pecado é uma violaçãodajustiçade Deus e um insulto à Sua santidade. Por isto Deus o castiga nestavidae na futura. "O pecado é a desgraça do homem. Todo o seu sofrimento e miséria são devidos ao pecado. O pe- cadoéacausa básica das dores, perdas, angústias de coraçãoe frustrações."21 Cada pecado recebe a justa puniço. Podemos ver na Biblia Sagrada castigos naturais e disciplinares. Mas nenhum pecado fica impune. Os castigos naturais consistem em 2BreveCatecismo de Westminster- resposta pergunta 14. 21 Manford George Gutzke - Palavras Chaves da Fé Crist p. 57. 54 ESTUDO N°5 0 PLANO DE SALVAÇÃO consequencias diretas das fal tas cometidas. "Aquilo que o homem semear, isto também ceifará" (GI 6.7). Cada homem colhe os frutos do seu pecado. O preguiçoso passa privações. O mentiroso cai em total descrédito e, muitas vezes, paga caro por suas mentiras. A lei de causa e efeito aplica-se também aos pecados Cometidos por nós. Mesmo que a pessoa tenha sido agraciada com oarrependimento eo perdão divino,aindaassim sofreráasconsequências naturais de seu pecado. Mas há, tam- bém, os castigos disciplinares, que são impostos diretamente por Deus. Quando tais castigos são aplicados aos crentes, o objetivo é discipliná-los para que eles abandonem o pecado e se voltem para o Senhor. Podemos citar como exemplo o caso de Himeneu e Alexandre, os quais, "tendo rejeitado a boa cons- ciência,vieram a naufragar na fé", pelo que oapóstolo Paulo os entregou "a Satanás, para serem castigados, a fimdenaomais blasfemarem" (1 Tm 1.19,20).Quandoos castigos disciplinares são aplicadosaos ímpios,oobjetivoé refrear o ma. O castigo na vida futura consiste num sofrimento eterno no inferno. Jesus pintou este lugar de tormento com cores vivas, quando falou sobre ele ao povo. O Mestre não deu muitos de- talhes, mas deixou claroque o inferno é um lugar de terriveis sofrimentos.Jesus o chamou de inferno de fogo (Mt5.22;18.9), fogo eterno (Mt 18.8; 25.41), castigo eterno (Mt 25.46) e fogo inextinguível, que nunca se apaga (Mc 9.43,44). A OBRA ReDENTORA DE CRISTo Deus nutre um grande amor por nós. Mas ele no pode transigir com sua justiça. Ele não podia simplesmente fechar Os olhos para o pecado do homem. A justiça exige reparaçao. Alguém precisa pagar pelo erro cometido. Mas Deus mesmo, movido pelo seu grande amor, provi denciou um meio para a salvação do pecador. "Deus amou ao mundo de tal maneira que deu oseu Filho unigènito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16). "Mas Deus prova o seu próprio amor paraconosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Rm 5.8). 55 CURSO PARA CATECUMENOS Chegada a hora própria, o Filho assumiu a natureza humana para sofrer em nosso lugar e nos redimir. "Vindo. porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebessemos a adoçao de filhos (GI 4.4). Jesus ofereceu ao IPai a perfeita obediência. Viveu uma vida absolutamente santa. E se entregou å morte na cruz para a nossa salvação. Ele não foi vitima, nem mártir. Pelo contrário. entregou-se livremente ao sacriticio para a nossa salvação. Elemesmo declarou:"...eu dou a minha vida... Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho auto- ridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai" (lo 10.17,18). O sacrificio de Jesus Cristo em nosso lugar, foi um sacri- fício completo. E Deus aceitou o seu sacrifício, ressuscitando-o dentre os mortos. "Ele foi traspassado pelas nossas transgres- sões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados" (Is 53.5). ARREPENDIMENTO E FE Jesus sofreu o castigo que nós devíamos sofrer. Ele pagou pelos nossos pecados. Ele é o único meio de salvação, o único caminho para o Pai. "E não h salvação em nenhum outro; por- que abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre 0s homens, pelo qual importa que sejamos salvos (At4.12). Mas a salvação não é automática. Para ser salvo, o pecador precisa arrepender-se de seus pecados e crer em Jesus Cristo. Manford George Gutzke afirma que "A expressão tantas vezes usada -arrepender-nos dos pecados transmite uma ideia incorreta. A razão é que ninguém 'se arrepende de seus pecados, mas arrepende-se de si mesmo. Arrependimento e umjulgamento da pessoa acerca de si mesma, pelo qual admite que não vai bem" 22 Overdadeiro arrependimento causa um sentimento de tristeza e pesar pelo erro cometido, e leva a pessoa a Manford GeorgeGutzke-Palavras Chaves da Fé Cristã- p. 138. 56 ESTUDO N95 0 PLANO DE SALVAÇÃO mudar de vida. Os rabinos judeus diziam que o verdadeiro penitente (arrependido) é aquele que, se voltar a ter a oportuni dade de cometer o mesImo pecado, nas mesmas Circunstâncias, não o faz. Mediante o arrependimento, o pecador se desvincula da velha vida, dos tempos da ignoráncia. O filho pródigo, antes de vestir a melhor roupa, dada pelo pai, teve que tirar a roupa suja, rasgada e mal cheirosa, que trazia da terra distante. Se- melhantemente, o pecador precisa desvestir-se da imundícia do pecado, por meio do arrependimento, para revestir-se da nova vida em Cristo. Além de se desvincular da velha vida, através do arrependimento, o pecador precisa crer em Jesus Cristo e recebê-lo como Salvador e Senhor. Esta fé implica numa completa renúncia de toda tentativa para se alcançar a salvação através de obras, e numa entrega total a Cristo, na firme convicção de que o seu sacrifício na cruz é suficiente para nS salvar. Mediante o arrependimento, o pecador se desvincula da velha vida, e mediante a fé se vincula à nova vida em Cristo. Após reconciliar-se com Deus, mediante o arrependi- mento e a fé, ohomem precisa viver do modo como Deus quer que ele viva. Ou, como escreveu o apóstolo Paulo, praticar as boas obras, "as quais Deus de antemo preparou para que an- dássemos nelas" (Ef 2.10). Deve, também, tornar-se membro de uma igreja, para somar-se a outros servos de Jesus Cristo. Pois ele precisa testemunhar isto perante o mundo, com pa- lavras e ações. E para isto precisa se instruir e se fortalecer espiritualmente. E ao lado de outras pessoas que têm a mesma experiência e a mesma fé, fica mais fácil ser fiel ao Senhor. Por outro lado, há também aspectos da vida crist que só podem ser vividos coletivanmente. Como exemplo podemos citar a celebração da Ceia do Senhor. CONCLUSÃO Quem se arrepende de seus pecados e crê em Jesus Cris- to como Salvador e Senhor tem a vida eterna. Jesus garantiu: 57 CURSO PARA CATECUMENOS "Em verdade, em verdade vos digo:Quem ouve a minha pala- vra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida" (Jo 5.24). Observe queJesus disse: "tem a vida eterma"e não "terá a vida eterna". Ele usou o presente, e não o futuro. Eo apóstolo João escreveu o seguinte: "Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus näo tem a vida. Estas cousas vos es- crevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus" (1 Jo 5.12,13). A Bíblia Sagrada é muito realista; ela não esconde a fraqueza e a miséria do homem. Ela diz que somos fracos, frágeis, incapazes até de entender as coisas de Deus. Mas, apesar de tudo isto, ela nos garante que em Cristo podemos ter a certeza da salvação. Jesus atirmou categoricamente: "As minhas ovelhas ouvenm a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar" Jo 10.27-29). Podemos ter certeza completa e absoluta do cumpri- mento daspromessas que Deus nos faz em sua Palavra. "OO caráter de Deus paira acima de toda a suspeita. Ele é justo. Ele é santo. E a Palavra de Deus é tão digna de confiança quanto o seu caráter".3 "Deus não é lhomem, para que min- ta, nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cum- prirá?" (Nm 23.19). Graças a Deus, podemos tera certeza ea segurança da salvação. A nossa certeza não se baseia nos nossos méritos, mas em Jesus Cristo que afirmou: "... o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora" (Jo 6.37). TEXTOS BiBLICOS PARA LEITURA 1. A queda do homem - Gênesis 3.1-24 2. Todos os homens na condição de pecadores- Romanos 3.9-20 3. A misso do Filho -João 3.16-21 23 Clyde M. Narramore -Como Ser Feliz - p. 187. 58 ESTUDO N°5 0 PLANO DE SALVAÇÃO 4. Arrependimento e fé - Marcos 1.1-15 5. O sofrimento de Cristo - Isaías 53.1-12 6. Nenhuma condenaço para os que estão em Cristo Romanos 8.1-11 7. Certeza de salvação - 1 João 5.10-13 ExERCiCIo PARA FixAÇÃO DA MATÉRIA EsTUDADA Após estudar cuidadosamente a lição, responda, por escrito, às seguintes perguntas: 1. Por que Deus não impediu que o homem pecasse? R: 2. Que é pacto da redenção? R: 3. Que é pecado, de acordo com o Breve Catecismo? R: Em que consiste o castigo na vida futura pelos pecados cometidos nesta vida?, 4. R: 5. Que é que Jesus falou sobre o inferno? R: 59 CURSO PARA CATECÜMENOS 6. Complete: Jesus ofereceu ao Pai Viveu uma vida E se entregou å morte na cruz para Ele não foi Pelo contrário, entregou-se para a nossa salvação. nem 7. Que éo verdadeiro arrependimento? R: 8. Em que implica a fé em Jesus Cristo para a salvação? R: Por que o verdadeiro cristão precisa ser membro de uma igreja crist? R: 10. Quem aceita Jesus como Salvador e Senhor, pode ter a certeza da salvação? Por quê? R: 60 KEtLA, WALACE Estudo 1126 O OUTRO LADO DO PLANO DE SALVAÇÃO Texto básico: Efésios 1.3-14 oda pessoa que se arrepende de seus pecados e crê em Jesus Cristo como Salvador e Senhor, pode ter certeza e segurança de sua salvação. Esta certeza se baseia nas promessas que Deus nos az em sua Palavra - a Bíblia Sagrada. E "Deus não é homem, para que. minta, nem filho de homem, para que se arrependa. Porven- tura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?" (Nm 23.19). As constantes exortações que a Biblia faz aos homens para que se arrependam e creiam em Jesus Cristo, podem dar a ideia de que o homem é capaz de arrepender-se e crer por si mesmo. A verdade, todavia, é que o verdadeiro arrepen- dimento e a fé salvadora são dádivas de Deus. Os crentes de Jerusalém, ao ouvirem a explanação que Pedro fez sobre a conversão de Cornélio e de seus familiares, glorificaram a Deus, dizendo: "Logo, também aos gentios foi por Deus concedido 0 arrependimento para a vida" (At 11.18). E o apóstolo Paulo escreveu aos efésios: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus" (Ef 2.8). E Deus quem concede ao homemo verdadeiro arrepen- dimentoea fé salvadora. Este é o assunto desta lição. A PREDESTINAÇÃO E o CHAMADO PARA A SALVAÇÃO O apóstolo Paulo escreveu aos efésios que Deus "nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Ef 1.5). 61 CURSO PARA CATEGÜMENOS E que esta escolha foi feita "antes da fundaço do mundo para sermos santos e irrepreensíveis perante ele" (Ef 1.4) A Biblia Sagrada ensina que Leus, antes da fundação do mundo, escolheu as pessoas que seriam salvas. A doutrina da predestinação, à semelhança da doutrina da Trindade, está alèm da nossa cormpreensão. Por isto, muitos erros tênm sido cometidos em relação a esta dou- trina. Veja, a seguir, alguns destes erros: a) Algumas pessoas simplesmente rejeitam a doutri- na da predestinação, afirmando que ela é incompatível com o ensino bíblico de que Deus "deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade" (1 Tm 2.4). Quantoa isto devemos lembrar que o raciocínio de Deus não funciona como o raciocinio do homem. "Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, (..) diz o SENHOR; porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos" (ls 55.8,9). Não podemos submeter as açõesde Deus ao juízo_da lógica humana. Se quisermos submeter os ensinos da Bíblia à lógica humana, deixaremos também de orar, pois Deus conhece todas as coisas e não haveria necessidade de falarmos com ele sobre as nossas necessidades. Contudo, a Bíblia, ao mesmo tempo que ensina a onisciência de Deus, afirma que deve- mos orar "sem cessar" (1 Ts 5.17). Logo, devemos observar aquilo que Deus nos diz em sua Palavra, e no oque nos diz o nosso raciocinio que éimperfeito, além de corrompido pelo pecado. b) Outras pessoas rejeitam a doutrina da predestinação, afirmando que Deus é justo, e não escolheria uns deixando de escolher outros. Quanto a isto, o apóstolo Paulo resporn de: "Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei . de quem me aprouver ter compaixão" (Rm 9.14,15). To- dos os homens são pecadores e, por isto, estão perdido5, 62 ESTUDO NO6 0OUTRO LADO DO PLANO DE SALVAÇÃO condenados ao sofrimento eterno. E ninguém pode alegar que Deus é injusto, pelo fato de haver escolhido alguns pecadores para serem salvos em Cristo. c) Existem, também, pessoas que afirmam que Deus escolheu para a salvação aqueles que ele sabia que iam crer em Jesus Cristo. Mas não é assim. A base da predestinação éo amor de Deus, e não o seu conhecimento prévio de que a pessoa ia crer em Cristo. d) Mas a pior situaço é a daqueles que usam da dou- trina da predestinação para dar lugar ao pecado. Eles afirmam: "Posso viver como quiser, pois se eu for um predestinado, serei salvo de qualquer maneira". Quem pensa e age assim desconhe- ce o ensino bíblico de que fomos predestinados "para sermos santos e irrepreensíveis" (Ef 1.4). Tais pessoas vão pagar muito caro pelo mau uso que estão fazendo da misericórdia divina! e) Por fim, existem aqueles que dizem que a doutrina da predestinação anula a pregação do evangelho. Quantoa isto, basta lembrar o que aconteceu com o apóstolo Paulo em Co- rinto: "Teve Paulo durante a noite uma visão em que o Senhor lhe disse: Não temas; pelo contrário, fala e não te cales; por quanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mai, pois tenho muito povo nesta cidade" (At 18.9). Deus tinha muitos escolhidos em Corinto, e Paulo devia continuar pregarndo ali para que eles fossem alcançados com a mensagem de salvação. A predestinação no elimina a pregaço do evangelho. Pelo contrário, ela exige a pregação, pois os predestinados precisam ouvir o evangelho para crer. A fé, que é um dom de Deus, "vem pela pregação" (Rm 10.17). Deus usa a sua Palavra e a atuação do Espírito Santo para chamar aqueles que Ele predestinou. Foi o que aconte- ceu com Lídia. Paulo pregava. Ela e outras mulheres ouviam. E Deus, através do Espirito Santo, abriu o coração dela para atender às coisas que Paulo dizia" (At 16.14). Os teólogos chamam isto de vocação eficaz, que é a atração irresistível que Deus, por meio da Palavra e do Espírito Santo, exerce sobre o pecador levando-o a aceitar a Cristo como seu único Salvador. 63 CURSO PARA CATECÜMENOS A REGENERAÇÃO E A CONVERSÃO A regeneração consiste na implantação do princípio da nova vida espiritual na pessoa que foi predestinada e que está sendo chamada, pela Palavra, para a salvação. Pocdemos definir regeneração como a ação do Espirito Santo, na nnente e no coração do pecador, dando-lhe uma disposição santa de servir a Deus emes- pírito e em verdade. Esta definição é compartilhada por grandes teólogos e confirmada pela Biblia Sagrada. Strong ensina que a "regeneração é aquele ato de Deus pelo quala disposição domi- nante da alma é tornada santa e o primeiro exercício santo da disposição é assegurado"4 Gordon definiu regeneração comoo "um ato drástico, operado sobre a natureza humana caída, por parte do Espírito Santo, que produz uma alteração na atitude inteira do individuo"E Berkhof ensina que "regeneração é o ato de Deus pelo qual o princípio da nova vida é implantado no homem, ea disposição dominante da alma é tornada santa eo primeiro exercício santo desta nova disposiço é assegurado" 26 Esse primeiro exercício de que falam Strong e Berkhof é o novo nascimento. Este novo nascimento - o nascer do Espírito (Jo 3.5,6), o nascimento espiritual - entroniza Jesus Cristo na alma do pecador e o leva a se mover em direção a Deus. O diálogo de Jesus com Nicodemos mostra claramen- te o que é a regeneração. Nicodemos, um dos principais dos judeus, disse a Jesus: "Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele. A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Perguntou- Ihe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez? Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pocde entrar no reino de Deus. O que é nascido cda carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito." (Jo 3.2-6). Nascer da águn ou 4 Augustus Hopkins Strong- Systematic Theology-p. 809. 25 Ctado em Novo Dicionário da B/ibla, verbete Aegeneração- p. 1379 26 Louis Berkhof- Teologia Sistemática-p. 471. 64 ESTUDO Ne6 0 0UTR0 LADO DO PLANO DE SALVAÇÃO nascer da carne eram expressões usadas pelos judeus para falar do nascimento fisico. E Jesus afirma que, para entrar no reino de Deus é preciso nascer mais unma vez: nascer do Espírito. O processo de mossa vida iniciou-se no momento de nossa concepção. ASsim tambem, o processo da aplicaço da obra de Cristo em nós, se inicia com a nossa concepção espiritual, isto é, no momento em que o Espírito Santo implanta em nós a sennente da nova vida. Ea regeneração, isto é, somos gerados de novo pelo Espírito Santo. Antes da regeneração a atração pelo pecado domina o pecador. A partir da regeneração, ele passa a desejar o que é bom, reto e justo. Este toque regenerador do Espírito Santo leva o pecador à conversão. "Esta conversão é apenas a expressão externa da obra da regeneração, ou a mudança que a acompanha, efetu- ada na vida consciente do pecador. Esta conversão tem dois aspectos, um ativo, o outro passivo. No primeiro, a conversão é contemplada como a mudança efetuada por Deus, na qual Ele muda o curso consciente da vida do homem. E no último, é considerada como o resultado desta ação divina. ... (E) aquele ato de Deus pelo qual Ele faz o regenerado, na sua vida cons- ciente, voltar para Ele com fé e arrependimento".27 Conversão, portanto, é o resultado da ação do Espírito Santo que leva o pecador a arrepender-se de seus pecados e a crer em Cristo como Salvador e Senhor. Não podemos confundir arrependimento com remorso. O remorso não é tanto um lamento pelo que fizemos, mas o medo das consequências do que fizemos. Já o arrependimento é um sentimento cle tristeza e pesar pelo erro cometido, acomn- panhado da disposição de mudar de vida. Os rabinos judeus diziam que o verdadeiro penitente (arrependido) é aquele que, se voltar a ter a oportunidade de cometer o mesnmo pecado, nas mesmas circunstâncias, não o fará. Mas o ponto fundamental no arrependimento dos pecados é a volta para Deus. Judas Iscariotes reconheceu o seu pecado, pois ele mesmo declarou: "Pequei, traindo sangue inocente". Sentiu tristeza pelo pecado cometido. E, quando ele atirou para o santuário as moedas de 27 Louis Berkhof Manualde Doutrina Crist - p. 220. 65 CURSO PARA CATECÜMENOS prata que recebera para trair o Mestre, estava abominando o erro cometido; mas não voltou para Deus. Foi suicidar-se (Mt 27.3-5). Pedro, por sua vez, arrependeu-se, voltando para Jesus. As constantes exortaçõies que a Biblia az aos homens para que se arrependam e creiam em Jesus Cristo, podem dar a ideia de que o homem é capaz de arrepender-se e crer por si mesmo. A verdade, todavia, é que o verdadeiro arrepen- dimento ea fésalvadora são dádivas de Deus. Os crentesde Jerusalénm, ao ouvirem a explanação que Pedro fez sobre a conversão de Cornélio e de seus tamiliares, glorificaram a Deus, dizendo: "Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para a vida" (At11.18). Eles reconheciam que o verdadeiroarrependimento é concedido por Deus, mediante a atuação do Espírito Santo. Por meio do profeta Jeremias, Deus disse a seu povo: "Pode, acaso, o etíope mudara sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estan- do acostumados a fazer o mal" (Jr 13.23). O homem, morto em transgressões e pecados ou em consequência do pecado - é incapaz de arrepender-se; ele só se arrepende quando é tocado pelo Espírito Santo. Mediante o arrependimento, o pecador se desvincula da antiga vida de pecado; e, através da fé, ele se vincula à nova vida em Cristo. A fé que leva à salvaço pode ser definida como "uma confiante entrega a Cristo para a salvação". 28 Calvino afirmou que podemos ter uma definição perfeita da fé, se afirmamos que é um conhecimento firme e certo da vontade de Deus a nosso respeito, fundado na verdade da promessa gratuita feita em Jesus Cristo, revelada ao nosso entendimento e selada em nosso coração pelo Espírito Santo". Berkhof define a fé salva dora como "uma firme convicção, efetuada no coração pelo Espírito Santo, quanto à verdade do evangelho, e uma confiança Sincera e entusiástica nas promessas de Deus em Cristo."20 apóstolo Paulo deu testemunho de sua fé, afirmando: "Eu sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia" (2 Tm 1.12). 28 José Martins-0 Homem e a Salvação - p.100. 29 Louis Berkhof -Manual de Doutrina Cristá - p. 227. 66 ESTUDO N°6 0 OUTRO LADO D0 PLANO DE SALVAÇÃO A semelhança do verdadeiro arrependimento, a fé salvadora também procede de Deus, através da atuação do Espírito Santo. O apóstolo Paulo escreveu: "Porque pela gra- ça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8). A fé é dom de Deus! A JuSTIFICAÇÃO E A SEGURANÇA DO SALVO Quando o pecador recebe Jesus Cristo como Salvador, ele é justificado diante de Deus, mediante a obra redentora de Cristo. "A justificação é um ato judicial de Deus, no qual Ele declara, com base na justiça de Jesus Cristo, que todas as rei- vindicações da lei são satisfeitas com vistas ao pecador".30 Isto significa que todos os seus pecados do passado, do presente e do futuro são perdoados, ele é restaurado como filho de Deuse passa a ter direito à herança da vida eterna. O apóstolo Paulo ensinou: "Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8.1). Esta justificação, embora operada fora do homerm, isto é, no tribunal de Deus, se faz sentir também no interior do homem. "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus" (Rm 5.1). A justificação, contudo, não impede o homem de conti- nuar pecando. Todo ser humano é pecador. Nasce em pecado, pecou no passado, peca no presente e continuará pecando até o momento de sua morte. O apóstolo João, escrevendo a cren- tes, afirmou: "Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se dissermos que no temos cometido pecado, fazemo-lo menti- roso e a sua palavra não está em nós" (1 Jo 1.8,10). E o apóstolo Paulo declarou: "Não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço" (Rm 7.19). Por isto Jesus nos ensinou a orar "perdoa-nos as nossas dívidas" (Mt 6.12). Eo apóstolo João escreveu: "Se confessarmos os nossos pecados, ele éfiel ejusto para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 Jo 1.9). Aquele que recebe Jesus como Salvador e Senhor, com toda acerteza chegará ao céu. Isto não significa que o 30 Louis Berkhof- Teologia Sistemática - p. 517. 67 CURSO PARA CATECUMENOS crente não esteja sujeito a pecar e a quebrar sua comunhão com Deus. Mas o verdadeiro crente jamais cairá completamen- te; isto significa que sua fë e seus habitos cristãos jamais desaparecerão inteiramente. Mlas essa perseverança também é obra do Espírito Santo. Os teólogos chamam isto de perse- verança dos santos e a definem "como a contínua operação do Espirito Santo no crente, pela qual a obra da graça divina, iniciada nocoração, tem prosseguimento O apóstolo Paulo declarou a mesma coisa, porém, com pala- vras diferentes: "Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra enm vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus" (Fp 1.6). ORev. José Martins, em seu livro O Homemea Salvnço2, aponta sete razões bíblicas para a nossa segurança de salvação. Duas se relacionam com o Pai, três com o Filho e duas com o Espírito Santo. Essas razões são as seguintes: a) Opropósito e o poder do Pai garantem a nossa sal- se completa".3 vaçao. Paulo escreveu aos efésios que "fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade" (Ef 1.11). E João escreveu: "Filhinhos, vos sois de Deuse tendes vencido os falsosprofetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo" (1 Jo 4.4). O Pai tem o propósito de nos salvar. Como ele não muda, podemos ter segurança da salvaço. Satanás tem um propósito diferente. Ele quer nos levar para o inferno. Mas o poder do Pai garante a nossa salvação. Nós venceremos porque maior é aquele que está em nós do que aquele que está no mundo. b) A morte, a ressurreição e a intercessão de Cristo garantema nossa sailvação. Oapóstolo Paulo escreveu: "Quem intentará acusação contra os eleitosde Deus?...Quem os condenará? E Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós" (Rm 8.33,34). Jesus morreu em nosso lugar, ressuscitou como prova de que o Pai aceitou 31 Louis Berkhof- Teologia Sistemática - p. 550. 32 José Martins - 0 Homem e a Salvação - p. 137-143. 68 ESTUDO N2 6 0 OUTRO LADO DO PLANO DE SALVAÇÃO o seu sacrificio e está constantemente intercedendo por nós. Ele é o nosso advogado diante do Pai. Por isto podemos ter a certeza da salvação. c) Oseloeopenhor do EspíritoSanto garantemanossa salvação. O apóstolo Paulo ensinou também que "depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito daa promessa;o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória" (Ef 1.13,14). Na an- tiguidade, uma das funções do selo era garantir a propriedade de um objeto ou de um escravo. O selo era uma marca ou uma tatuagenm, eo penhor era um objeto que garantia o pagamento de uma dívida. O Espírito Santo vem habitar em nós, a partir do momento em que recebemos Jesus como Salvador, assim ele nos sela como propriedade de Deus e, ao mesmo tempo, é o penhor de que o Pai cumprirá a promessa de nos salvar. CONCLUSÃO A nossa salvação depende da graça divina, e não dos esforços humanos. Se dependesse de nós, não poderíamos ter segurança; pois somos fracos, imperteitos, instáveis. Mas como depende só da graça de Deus, a situação é diferente. "Quando o próprio Deus é o guardiäo de nossa alma, podemos ficar tranquilos, na certeza cde que estamos de fato seguros-sem o mínimo resquício de dúvida".33 "Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de pro- clamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pe 2.9). Deus nos escolheu, nos chamou, nos regenerou, nos converteu e nos justificou, para sermos o seu povo. "Ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém." (Jd 25). 33 Clyde M. Narramore -Como Ser Feliz -p. 191. 69 CURSO PARA CATECUMENOS TEXTos BiBLICOs PARA LETURA 1. Exortação à firmeza na fé -2Tessalonicenses 2.13-17 2. Paulo em Corinto - Atos 18.1-11 3. A conversão de Lídia - Atos 16.11-155 4. A mulher samaritana - João 4.1-30 b. Zaqueu, o publicano - Lucas 19.1-10 6. Jesus, o bom pastor - João 10.1-18 7. As provas e a certeza do amor de Deus - Romanos 8.31-39 EXERCICIO PARA A FiXAÇÃO DA MATÉRIA ESTUDA Após estudar cuidadosamente a lição, responda, por escrito, às seguintes perguntas: 1. Cite dois versículos que mostram que o verdadeiro arre- pendimento e a fé salvadora são dádivas de Deus: R: 2 Que é que ensina a doutrina da predestinação? R: 3. A doutrina da predestinação é incompatível com a declara ção bíblica de que Deus deseja que todos os homens sejanm salvos? Por que? R: 70 ESTUDO N6 0OUTRO LADO DO PLANO DE SALVAÇÃO 4. Deus cometeu injustiça ao predestinar algumas pessoas para a salvação? Por quê? R: A doutrina da predestinação dispensa a necessidade de uma vida santa? Por quê? 5. R: 6. A predestinação anula a pregação do evangelho? Por quê? R: 7. Que é regeneração? R: 8. Que é conversão? R: 9. Que é justificação?. R: 71 CUASO PARA CATECUMENOS i i 10. Por que podemos ter segurança e certeza da nossa salvacão? R: 72 Estudo 12 7 COMO SURGIU O PRESBITERIANISMO Texto básico: Mateus 16.13-18 nossa salvação é um processo que começou antes da fundaço do mundo, quando o Pai eo Filho estabeleceram o pacto da redenção. O Filho "se colocou no lugar do pecador e incumbiu-se de fazer a expiação do pecado, suportando o castigo necessári0, e de satisfazer as exigências da lei em lugar de todo o seu povo"34 O plano de Deus para a nossa salvaço inclui uma organização para nos arrebanhar. Na antiga aliança feita com Abraão e ratificada quando Deus deu a lei, através de Moisés, esta organização era constituída pelos israelitas. Deus havia prometido a Abraão: "... de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome" (Gn 12.2). Mas Israel quebrou a aliança com o SENHOR. E negou- se a receber o Messias. Rejeitaram o Filho de Deus. "Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a to- dos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber, aos que creem no seu nome (Jo 1.11,12). Felizmente Deus fez uma nova aliança, através de Jesus Cristo. E, "a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus". E com estes Jesus edificou à sua igreja, conforme ele mesmo prometeu: ".. edificarei a na igreja, e as portas do interno não prevalecerão contra ela" (Mt 16.18). Assim a nação de Israel, como organização 34 LOuis Berkhol -Manual de Doutrina Cristã - p. 140 73 CURSO PARA CATECUMENOS instituída para congregar o povo de Deus, foi substituida pela igreja. A igreja se ramificou em vários grupos. A lGREJA PRIMITIVA Historicamente a igreja crist nasceu no dia de Pen- tecostes. A princípio ela era considerada apenas uma seita do judaísmo (At 24.14; 28.22). Mas, com o passar do tempo, adquiriu identidade própria. Os cristãos foram violentamente perseguidos pelos judeus e pelos romanos. A perseguição, contudo, ajudava a igreja. Os crentes tornavam-se mais ousados, e os falsos cristãos não suportavam a pressão e saíam. Assim a igreja ia, ao mesmo tempo, se fortalecendo e se purificando. No século 4 cessaram as perseguições. No ano 313, Constantino e Licínio, concorrentes ao trono imperial, se encontraram e assinaram o Edito de Milio, concedendo plena liberdade ao cristianismo. Em 323 Constantino finalmente derrotou Licínio, tornando-se o único governante do mundo romano. Com seu tino político sentiu a necessidade de unificar o Império. "Havia uma só lei, um só imperador e uma única cidadania para todos os homens livres. Era necessário que houvesse também uma sóreligião".3 Eocristianismo passou a ter proteção do Império Romano. A partir daí, a igreja crist passoua receber un gran- de número de adesões. Muitas pessoas, sem a verdadeira conversão, entraram para a igreja. A atuação de tais pessoas e a influência do mundo pagão levaram a igreja a adotar doutrinas e práticas que se chocam brutaimente com os ensinos biblicos. Eis alguns exemplos: no ano 375, foi instituido o culto aos santos; no ano 431, instituiu-se o culto a Maria, a partir do Concilio de Efeso, cidade em que pontificava a grande Diana dos Efésios, divindade feminina pag; em 503, surgiu a doutrina do purgatório; em 783, foi adotada a adoração de imagens e relíquias; em 1090, inventou-se o rosário; em 1229 foi proibida a leitura da Bíblia. Há muitas outras 35 Williston Walker -História da lgreja Cristá- Volumel- p. 154. 74 ESTUDO N°7 COMO SURGIU O PRESBITERIANISMO inovações que seria long mencionar aqui. Algumas pessoas afirmam que a igreja organizada pelos apóstolos é a lgreja Católica Romana. Quanto a isto devemos esclarecer o seguinte: a) A igreja dos apóstolos no adotou nenhum nome especifico. Ela é chamada no Novo Testanento simplesmente de igreja. Historicamente ela é denominada lgreja Primitivn, por ter sido a primeira. b) O sistema de governo e a organização da Igreja Pri mitiva, suas doutrinas e sua liturgia, eram bem diferentes do que é praticado pela Igreja Católica Romana. c)A verdade é que algreja Católica Romana surgiu das transformações ocorridas na lgreja Primitioa. Transformações que, lanmentavelmente, só afastaram a igreja dos ensinos de Jesus Cristo. As heresias mencionadas, aliadas à corrupção e imo- ralidade do clero, levaram a igreja a perder suas principais características de igreja crist. Mas ainda existiam pessoas sinceras, tementes a Deus, que clamavam por uma reforma. A REFORMA PROTESTANTE A partir do ano 1300, o mundo ocidental experimen- tou um sentimento crescente de nacionalismo. Os povos não queriam sujeitar-se a Roma. Aspiravam ver surgir uma igreja nacional. Esse clima favoreceu o surgimento dos Precursores da Reforma. Eram homens cultos, de vida exemplar, que tinham prazer na leitura e na exposição da Bíblia Sagrada. São cha- mados precursores porque antecederam aos reformadores e, principalmente, porque não conseguiram superar o legalismo religioso não descobriram a graça salvadora. Queriam fazer alguma coisa para alcançar a salvação, quandoa Biblia afirma: Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie" (Et 2.8,9). Os principais precursores da Reforma foram: João Wyclif (1328?-1384), professor na Universicdade de Oxtord, na Inglaterra; João Huss (1373?-1415), professor na Universidade 75 CURSO PARA CATECUMENOS de Praga, que foi queimado por causa de sua fé; e Girolano Sa. vonarola (1452-1498), monge dominicano, que foi enforcado e queimado por ordem do Papa Alexandre VI, em Florença, na Itália. Alem dos movimentos liderados pelos Precursores da Reforma, ocorreram outras tentativas de retormar a igreja, mas sem êxito. No século 16 a situação era bastante propicia a uma reforma da igreja. A Europa estava no limiar de uma nova época politica e social. Gutemberg revolucionara o processo de impressão de livros; Colombo descobrira a Amêrica. E o descontentamento com a igreja persistia. Tudo isso preparava o terreno para a retorma. No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero (1483- 1546), monge agostiniano, afixou na porta da capeladeWitten- berg, na Alemanha, as suas 95 teses. Era o início da Reforma Religiosa do Século 16. Lutero tentou reformar a igreja, mas Roma não quis se reformar. Antes, o perseguiu violentamente. Em 1521 ele foi excomungado. Neste mesmo ano teve que se esconder durante 10 meses no castelo de Wartburgo, perto de Eisenach, para não ser morto. Depois voltou para Wittenberg, de onde comandou a expansão do movimento de reforma. O PRESBITERIANISMo Paralela à reforma de Lutero, surgiu na Suíça um refor mador chamado Ulrico Zwínglio (1484-1531). Era mais novo do que Lutero apenas 50 dias, mas tinha formação e ideias diferentes do reformador alemão. Em 1525 Zurique, na Suíça, tornou-se, oficialmente, protestante. Outros cantöes (estados) suíços também aderiramn ao protestantismo. As divergências entre esses cantões e os que permaneceram fiéis a Roma iam-se aprofundando. Em 1531 estourou a guerra entre os cantões católicos e os protestantes, derados por Zurique. Zwínglio, homem de gênio forte, tam- bém foi para o campo de batalha, onde morreu no dia 11 de outubro de 1531. 76 ESTUDON 7 COMO SURGIU O PRESBITERIANISMO Zwínglio morreu, mas o movimento iniciado por ele não morreu. Outros líderes deram continuidade ao seu traba- Iho, entre eles destacam-se Guillherme Farel (1489-1565) e João Calvino (1509-1564). Em 1526, Farel iniciou o seu trabalho de pregação na Suiça de fala francesa. Ligou-se aos seguidores de Zwinglio. Conseguiu implantar o protestantismo em vários cantões (estados) suíços. E, em 1532, entrou em Genebra pela primeira vez. Sua pregação causou tumulto na cidade. Teve que se retirar. Mas voltou logo depois. E no dia 21 de naio de 1536, a Assembleia Geral declarou a cidade oficial- mente protestante. Em julho le 1536, Calvino chegou a Genebra. Farel foi ao seu encontro e o convenceu a permanecer ali para ajudá-lo na reorganização da cidade. João Calvino foi o mais culto e o mais organizado entre todos os reformadores. "Ele moldou o pensamento e Inspirou s ideais do protestantismo da França, Países Baixos, Escócia e dos puritanos ingleses. Sua influência penetrou na Polônia e na Hungria, e antes de sua morte o calvinismo lançara raízes na própria Alemanha. Os homnens seguiam seus pensa- mentos. O sistema dele foi o único que a Reforma produziu que se pôde organizar poderosamente em face da hostilidade governamental, tal como na França e na Inglaterra. Preparou homens fortes, certos de sua eleição para colaboradores de Deus na execução de Sua vontade, corajosos na luta, exigentes quanto ao caráter, confiantes de que Deus dera nas Escrituras a norma de toda a conduta humana e culto adequado".36 Escreveu grandes obras, entre as quais se des- taca Instituição da Religião Crist, conhecida como lnstitu tas cde Calvino, a mais completa e importante obra produzida no período da Reforma. Em 1559, Calvino fundou a Academia Genebrina - a Uni- versidade de Genebra. Jovens de vários países vieram estudar ali e levaram a semente do evangelho na volta à sua terra. Esses jovens se espalharam pela França, Países Baixos, Inglaterra, Escócia, Alemanha e Itália. 38 Williston Walker, História da igreja.Crist, volume lI, p. 79 77 CURSO PARA CATECUMENOS Entre os jovens discipulados por Calvino estava George Wishart, que se tornou pregador na Escócia, onde foi queimado em 1546. John Knox (15147-1587), que também estu- dara em Genebra, deu prosseguimento ao traballho de Wishart. De lá, o evangelho foi levado para a Inglaterra e para os Estados Unidos, de onde se difundiu por vários países, inclusive para o Brasil. Foi na Escóciaquesurgiuonome "presbiteriano", pelo fato de a igreja ser governada por presbiteros. Por isso, em alguns paises, a igreja que surgiu como resultado do trabalho e da influência de Calvino chama-se Igreja Reformada, e em outros, Igreja Presbiteriana. CONCLUSÃO "Edificarei a minha igreja" - disse Jesus - "e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16.18). Homens fraudulentos e a influência do mundo pago desviaram a igreja dos ensinos de Jesus. Mas sempre existiram servos fiéis, que não se conformavam como erro eclamavam por uma reforma. Lutero deu início ao movimento vitorioso. Outros continuaram seu trabalho. E assim surgiu a igreja evangélica. Cada igreja crist é um lado visível da invisivel Igreja de Cristo. Uma igreja local é uma organização eclesiástica. Como organização, ela necessita de princípios e normas para se conduzir. Mas a igreja é mais do que uma simples organi- zação. Ela é um organismo. E o Corpo de Cristo. "Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo" (1 Co 12.27).Jesus Cristo é a cabeça do corpo, da igreja. Por isso, cada membro, como parte desse corpo, deve ser obediente ao Senhor Jesus Cristo. TEXTOS EBiBLIcos PARA LEITURA 1. A Grande Comissão - Mateus 28.18-20 2. A primeira perseguição - Atos 8.1-3 3. A Igreja de Antioquia - Atos 11.19-26 4. Elimas, o mágico - Atos 13.4-12 78 ESTUDO NO7 COMO SURGIU O PRESBITERIANISMO 5. A controvérsia sobre a circuncisão dos gentios - Atos 15.1-29 6. Paulo fala aos presbíteros de Efeso - Atos 20.17-35 7. A universalidade do evangelho - Apocalipse 7.9-17 ExERCÍCio PARA A FiXAÇÃO DA MATÉRIA ESTUDADA Após estudar cuidadosamente a lição, responda, por escrito, às seguintes perguntas: 1. Na nova aliança, estabelecida por Jesus Cristo, qual é a organização que reúne e congrega o povo de Deus? R: 2. Quando nasceu a Igreja Crist? R: 3. Qual era o seu nome? Por quê? R: 4.Como surgiu a Igreja Católica Romana? R: 5. Quando foi que o cristianismo passou a ter proteção do Império Romano? R: 79 CURSO PARA CATECUMENOS 6 Quais foram os precursores da Reforma? R: 7. Como começou a Reforma Religiosa do Século Dezesseis? R: 8. O que você sabe sobre Martinho Lutero? R: 9.O que você sabe sobre Ulrico Zwínglio? R: 10. O que você sabe sobre João Calvino0? R: 80 Estudo 8 A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL Texto básico: 1 Coríntios 12.12-27 plano de Deus para a nossa salvação inclui uma organização para nos arrebanhar. Na antiga aliança, feita com Abraão e ratificada no Sinai quando Deus deu a lei, esta organização era constituída pelos israelitas. Deus havia prometido a Abraão: "... de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome" (Gn 12.2). Mas Israel quebrou a aliança com o SENHOR. E negou-se a receber o Messias. "Veio para o que era seu, e os seus não o receberam" (Jo 1.11). Felizmente, Deus fez uma nova aliança, através de Jesus Cristo. E "a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus" (Jo 1.12). E com estes Jesus edifi- cou a sua igreja, conforme ele mesmo prometeu:. edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16.18). Assim, a naço de Israel, como organização instituída para congregar o povo de Deus, foi substituída pela igreja. Mas, que é igreja? Etimologicamente, a palavra igreja vem de ekklesia, palavra grega usada para designar a assembleia da popula- ção das cidades gregas, que se reunia para tratar das questões administrativas. No Novo Testamento a palavra igreja é usada com vários significados; os principais são: a) Um grupo de crentes de uma determinada loca- idade, uma igreja local. Por exemplo: "igreja que estava em 81 CURSO PARA CATECUMENOS Jerusalém" (At 11.22); "igreja de Antioquia (At 13.1). Veja também Atos 5.11 e11.26. b) Um grupo de crentes que se reunia na casa de uma determinada pessoa, uma igreja doméstica (1 Co 16.19: CI 4.15; Fm 2). c) Vários grupos de crentes, em diferentes lugares, unidos pela mesma fé (At 9.31). d) A totalidade daqueles que, no mundo inteiro, pro- fessam a Cristo e se organizam para fins de culto, chamada genericamente de igreja de Deus (1 Co 10.32; 11.22; 12.28). e) A totalidade dos crentes, quer no céu quer na terra, que se uniram ou ainda se unir a Cristo como Salvador e Senhor, chamada de corpo de Cristo (Ef 1.22; 3.10,21; 5.23-32; CI 1.18,24). HiSTÓRIA A primeira tentativa de implantação do presbiterianis- mo em nosso país foi feita pelos franceses, que invadiramo Rio de Janeiro em 1557. Villegaignon, líder dos franceses, pediua João Calvino que enviasse colonos protestantes para participar da implantação da colônia francesa no Brasil. O pedido foi atendido, e foi enviado um grupo de crentes sob a liderança dos pastores Pierre Richier e Guillaume Chartier. O grupo chegou ao Rio de Janeiro no dia 7 de março de 1557.E no dia 10deste mesmo més dirigiram o primeiro culto e celebraram a Ceia do Senhor pela primeira vez no continente americano. Pouco tempo depois surgiram conflitos entre Villegaigon e os evangélicos; por isso eles foram expulsos da colônia. Mas a invasão também fracassou e os franceses foram expulsos do Brasil em 1567. Uma segunda tentativa foi feita com os holandeses, que invadiram o nordeste de nosso país. Em 1624 uma esquadra holandesa chegou a Salvador, na Bahia, onde cou ate março de 1625. Expulsos da Bahia, os holandeses se reorganizaram e invadiram Pernambuco em 1630. A lgreja Reformada da Holanda era a religião oficial daquele pais, 82 ESTUDO N8 A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL "Essa igreja reformada veio para o Brasil com a bandeira holandesa, e foi expulsa com ela. Na medida em que a conquista se alargava foram implan tadas as congregações reformadas, e, na medida em que os luso-brasileiros recap- turavam o terreno, estas desapareceram, porque não havia lugar para qualquer igreja evangélica debaixo da hegemonia ibérica. Ao todo existiram durante algum tempo vinte e duas igrejas reformadas no Nordeste".37 Em 1654 os holandeses foram definitivamente expulsos de nosso país, e as comuni- dades reformadas que eles haviam implantado no nordeste desapareceram. A implantação do presbiterianismo em nosso país se deu através do trabalho de missionários, que vieram especial- mente para evangelizar os brasileiros. O primeiro missionário presbiteriano a vir para o Brasil se chamava Ashbel Green Simonton. Ele chegou ao Rio le Janeiro no dia 12 de agosto de 1859. Tinha apenas 26 anos de idade. Era fornmado pelo Seminário de Princeton e ordenado pastor pelo Presbitério de Carlisle. Embora tivesse estudado portugues em Nova York, Simonton não tinha domínio de nossa língua suficiente para pregar aos brasileiros. Por isso, enquanto aprendia melhor o português, ele se dedicava ao trabalho de evangelização dos estrangeiros que aqui residiam ou que por aqui passavam. No dia 22 de abril de 1860, Simonton dirigiu o primeiro trabalho em portugus. Era uma escola dominical. A assistència total somava cinco pessoas: três crianças e duas moças. Dois anos depois, recebia os dois primeiros membros: um norte- americano e um português. O primeiro brasileiro a se tornar membro da lgreja Presbiteriana se chamava Serafim Pinto Ribeiro. Ele foi recebido por profissão de fé e batismo, no dia 22 de junho de 1862. O segundo missionário presbiteriano a chegar ao Brasil foi Alexander Blackford, que era casado com uma irm de Simonton. Ele e a esposa chegaram ao Rio de Janeiro no dia 25 de julho de 1860. O terceiro missionário era alemão, 37 Alderi Souza de Malos-ndios Evangélicos no BrasilHolandés - site: www. thirdmil.org. 83 CURSO PARA CATECUMENOS naturalizado norte-americano, chamado Francis Schneider. Ele chegou no dia 7 de dezembro de 1861. A missão estabeleceu sua sede no Rio de Janeiro, mas os missionários viajavam pelo Brasil todo, procurando conhecer o país e, ao mesmo tempo, divulgar o evangelho. Em 1863 o Rev. Alexander Blackford foi para São Paulo, com o objetivo de evangelizar a capital e o interior. Os missionários consideravam que uma igreja es- tava organizada a partir do dia do batismo dos primeiros convertidos. Dentro desse critério, a primeira Igreja Presbi- teriana brasileira - a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro - foi organizada no dia 12 de janeiro de 1862, quando foram batizados osdois primeiros convertidos. A lgreja Presbite- riana de São Paulo foi organizada no dia 5 de março de 1865; a lgreja Presbiteriana de Brotas, interior de São Paulo, no dia 13 de novembro de 1865; a Igreja Presbiteriana de Lorena, também no interior de São Paulo, no dia 17 de maio de 1868; e a lgreja Presbiteriana de Bordada Mata, interior de Minas Gerais, em 23 de maio de 1869. Essas foram, em ordem cro- nológica, as primeiras igrejas presbiterianas organizadas em nosso país. Em 1865 foi organizado o primeiro Presbitério - Presbi tério do Rio de Janeiro. Na primeira reunião desse Presbitério foi ordenado o primeiro pastor brasileiro, um ex-padre, cha- mado José Manoel da Conceição. No dia 14 de janeiro de 1867 começou a funcionar o primeiro seminário,localizado no Rio de Janeiro, fundado para preparar os pastores brasileiros. O Rev. Simonton faleceu em São Paulo, no dia 8 de dezembro de 1867. Mas o trabalho de evangelização e organi- zação de igrejascontinuou segundo Presbitério - Presbitério de São Paulo - foi organizado no dia 13 de janeiro de 1872. E, em 1888, foi orga- nizado o Sínodo. Nesse ano já havia igrejas organizadas em quatorze Estados. Havia quatro Presbitérios e trinta e dois pastores, sendo vinte estrangeiros e doze brasileiros. No dia 7 de janeirode 1909 foi organizada a Assem bleia Geral que, a partir de 1937, passou a se chamar Supremo Concílio da lgreja Presbiteriana do Brasil. 84 ESTUDO N 8 A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL SiSTEMA DoUTRINÁRIO A lgreja Presbiteriana do Brasil adota, como exposição das doutrinas bíblicas, a Confissão de Fé de Westnninster, o Ca tecismo Maior e o Catecismo Menor ou Breve Catecismo. Nossa única regra de fé e prática é a Biblia Sagrada. Mas, em virtude de a Biblia não trazer as doutrinas já sistematizadas, adotamos a Confissão de Fé e os Catecisnnos como exposição do sistema de doutrinas ensinadas na Escritura. A Confissão de Fée os Catecismos são conhecidos, histori- camente, como Sínbolos de Westminster. Eles foram preparados or uma assembleia de clerigos anglicanos, congregacionais, independentes, batistas e presbiterianos. Essa assembleia foi convocada pelo Parlamento Inglês para elaborar os principios de governo, doutrina e culto que deviam reger as atividades religiosas na Inglaterra, Escócia e Irlanda. A assembleia foi instalada no dia 1° de julho de 1643, com a presença de 69 membros. Fez 1.163 sessões, sem contar as reuniões de comis- sões e subcomissões. A participação média variava entre 60 e 80 membros. A maior presença foi de 96 membros. O local da reunião foi a Abadia de Westminster e, por isso, ficou conhecida como Assembleia de Westminster. A Confissão de Fé e os Catecisimos foram aprovados pelo Parlamento Inglês em 1648. A Igreja Presbiteriana da Escócia, a da Inglaterra e a dos Estados Unidos da América adotaran a Confissão de Fé e os Catecismos como padrão doutrinário. A Igreja Presbiteriana do Brasil, na organização do Sínodo em 1888, tanmbém fez o mesmo. GoVERNO A Igreja Presbiteriana do Brasil, como organização eclesiástica, adota um sistenma representativo de governo. E um meio termo entre o sistema de governo episcopal, onde o governo é exercido pelo bispo, e o sistema congregacional, onde as decisões são tomadas em assembleias ou sessões, com a participação de todos os membros. No sistema episcopal uma só pessoa decide e, por isso, os erros são mais frequentes. No sistema congregacional todos tomam parte em todas as 85 CURSO PARACATECUMENOS decisões; e os erros lambém são mais requentes, pois nenm todos estão preparados para todos os níveis de decisão. No sistema presbiteriano, os membros reurnidos em assembleia elegem os seus representantes. E estes formam os conciílios, que são assembleias formadas por pastores e presbiteros, que cuidam do governo da igreja em todos os níveis. Cada concílio cuida de assuntos de sua competência e supervisiona, orienta, inspeciona e disciplina o concílio imediatamente inferior. Um concilio no poderá determinar a maneira do concilio imediatamente inferior agir em nenhuma matéria de sua exclusiva competência. Mas poderá fazê-lo retroceder, reformar ou anular qualquer deliberação que fira algunm princípio doutrinário ou constitucional da lgreja Presbiteriana do Brasil. Por exemplo: a admissão de membros da Igreja é assunto de competência exclusiva do Conselho. Portanto, o Presbitério - que é o concilio imediatamente su- perior ao Conselho - não poderá determinar que o Conselho receba ou deixe de receber alguma pessoa como membro da Igreja; mas pode fazer o Conselho retroceder, reformar ou até anular uma recepção de membro, caso essa fira algum princípio doutrinário ou constitucional da Igreja Presbi- teriana do Brasil. De toda reunião de um concilio lavra-se ata porme- norizada, que periodicamente é submetida à apreciaço do concilio imediatamente superior. Isto é as atas do Conselho são submetidas ao Presbitério; as do Presbitério, ao Sínodo; e as do Sínodo, ao Supremo Concílio. Através do exame das atas, o concíilio verifica se o concílio imediatamente inferior está agindo dentro das normas da lgreja Presbiteriana do Brasil. Os concilios, em ordem crescente, são: Conselho, Pres- bitério, Sinodo e Supremo Concilio. 1) O Conselho da Igreja Local Ogoverno, a disciplina e a administração de uma lgreja Presbiteriana são exercidos pelo Conselho, que é constituído pelo pastor - ou pastores, quando a igreja tiver mais de um pastor e pelos presbíteros. O Conselho é auxiliado pela Junta Diaconal, constituída pelos diáconos. Os membros da igreja, reunidos em assembleia, elegem os presbíteros e os diáconos 86 ESTUDO N°8 A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL para um mandat de cinco anos; o pastor é designado pelo Presbitério. A Junta Diaconal cuida da ordem no templo e seus arredores e da assisténcia social. Alguns atos do Conselho dependem da aprovação dos membros da igreja, reunidos em assembleia. Por exemplo: o Conselho só poderá "adquirir, per mutar, alienar, gravar de ônus real, dar em pagamento imóvel de propriedade da igreja e aceitar doações ou legados onerosos ou não," mediante aprovação da assembleia. 2) O Presbitério Toda Igreja Presbiteriana pertence a um Presbitério, que é o segundo concílio, em ordem crescente, da Igreja Pres- biteriana do Brasil. O Presbitério é uma assembleia de pastores e presbiteros. Os pastores são membros natos do Presbitério e os presbiteros são representantes das igrejas que integramn o Presbitério. Cada igreja, independentemente do número de seus membros, é representada no Presbitério por um presbítero, eleito para isso pelo Conselho. O Presbitério supervisiona o trabalho dos pastoresse dos Conselhos. As principais funções do Presbitério são: a) organizar ou constituir as igrejas locais; b) ordenar os pastores, dar-Ihes transferência para outros Presbitérios e receber por transterencia os que vierem de outros Presbitérios; c) designar os pastores para as igrejas por iniciativa própria ou atenden- do a solicitação dessas igrejas; d) julgar os atos dos Conselhos, podendo aprová-los ou não. Qualquer membro da igreja poderá impetrar recursos no Presbitério contra deciso do Conselho. Em caso de neces- sidade, o Presbitério poderá intervir na igreja interditando ou dissolvendo o Conselho. No caso de dissolução do Conselho, os membros da igreja serão oportunamente convocados para eleger novos presbiteros. 3) O Sínodo Todo Presbitério pertence a um Sínodo, que é o ter- ceiro concilio, em ordem crescente, da Igreja Presbiteriana do Brasil. O Sinodo é uma assembleia de pastores e presbíteros, que representam os Presbitérios de uma determinada região. As principais funções de um Sínodo são: a) organizar,constituir 87 CURSO PARA CATECUMENOS ou dissolver os Presbitérios; b) julgar os atos dos Presbitérios, podendo aprová-los ou não. 4) O Supremo Concílio O Supremo Concílio, como o próprio nome indica, é o maior concílio da lgreja Presbiteriana do Brasil. O Supre- mo Concilio é uma assembleia de pastores e presbiteros, que representam todos os Presbitérios. As principais funções do Supremo Concílio são: a) "formular sistemas ou padrões de doutrina e prática, quanto à fé; estabelecer regras de governo, de disciplinae de liturgia" para a lgreja PresbiterianadoBrasil; b) organizar, constituir ou dissolver os Sínodos; c) definir os termos de relação da Igreja Presbiteriana do Brasil conm orga- nismos e organizações eclesiásticas, estatais etc.; d) julgar os atos dos Sínodos, podendo aprová-los ou não. Os concílios exercem funções administrativas e judiciárias. Os membros da igreja e os oficiais estão sujeitos à disciplina, aplicada pelo Conselho. "Toda disciplina visa edificar o povo de Deus, corrigir escândalos, erros ou faltas, promover a honra de Deus, a glória de Nosso Senhor Jesus Cristoe o próprio bem dos culpados"3 As penas podem ser: admoestação, que consiste em chamar à ordem o culpado, verbalmente ou por escrito, de modo reservado, exortando-o a corrigir-se; afastamento da comunlão, que consiste no impedi- mento de participar da Santa Ceia, das assembleias e de exercer qualquer atividade na igreja; exchusão, que consiste na elimi- nação do membro do rol da igreja. Os pastores estão sujeitos à disciplina, aplicada pelo Presbitério. O Conselho e o Presbitério, quando vão tratar de disciplina de seus membros, transformam-se em tribunais. A pessoa denunciada tem total liberdade para se defender e se for disciplinada e julgar a disciplina injusta, poderá recorrer ao concílio imediatamente superior, pedindo anu- lação de sua disciplina. Se o recurso for encaminhado ao Presbitério, este se reunirá em tribunal para julgá-lo. O Si- nodo e o Supremo Concílio têm o seu tribunal de recursos, Codigo de Disciplinada lgreja Presbiteriana do Brasil Art. 2- Parágralo únlco. 88 ESTUDO N8 A 1GREJA PRESBITERIANA DO BRASIL cuja função é julgar em nível de recurso os processos de disciplina que subirem a eles Os concilios também podem sofrer disciplina quando agem fora das normas da lgreja P'resbiteriana do Brasil. As penas dos concílios podem ser: a) reprecnsão, que consiste na reprovação formal de faltas ou irregularidades com ordem terminante de serem corrigidas; b) interdição, que consiste na privação temporária das atividades do Concílio; e, c) dissolução, que extingue o concílio.39 Para se orientar no governo e na disciplina, os concílios têm a Constituiço, o Código de Disciplina e os Princípios de Liturgia da Igreja Presbiteriana do Brasil. A Constituição traz as normas administrativas; o Código de Disciplina, as normas para disciplina eclesiástica dos membros da igreja, dos pastores e dos concilios; e os Princípios de Liturgia, as normas para o culto, a ministraço dos sacramentos e das cerimônias eclesiásticas. Compete a cada concílio observar essas normas em seus próprios atos e verificar se elas esto sendo observadas pelos concilios que estão sob Sua jurisdição. CONCLUSÃO Cada igreja crist é uma face visível da invisível Igreja de Cristo. Uma igreja local é uma organização eclesiástica. omo organizaçao, ela necessila de principios e normas para se conduzir. Mas a igreja é mais do que uma simples organi- zação. Ela é um organismo. Eo Corpo de Cristo. "Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, menmbros desse corpo (1 Co 12.27). A Igreja Presbiteriana do Brasil é parte da Igreja de Cristo; mas é também uma organizaço, com principios e normas para se conduzir. A lgreja Presbiteriana do Brasil é constituida de muitos membros, com funções diferentes. Mas todos cons tituem um só corpo. Por isso não pode haver divisão, dis- cordia ouu porfia entre os membros da igreja. Inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissenções, facções e coisas semelhantes a estas näão podem existir na igreja. A comunhão 9 Código de Disciplina da lgreja Presbiteriana do Brasil - ArtL 10 89 cURSO PARA CATECÜMENOS entre os membros de uma igreja cieve gerar tanmbém conmunhão entre as igrejas. Jesus Cristo é a calbeça do corpo, da igreja. Por isso, cada membro, como parte desse corp0, deve ser obediente ao Senhor Jesus Cristo. TEXTOS BiBLICOS PARA LEITURA 1. A lgreja de Antioquia -Atos 11.19-26 2. Deveres e qualificações dos presbiteros ou bispos Tito 1.5-10 3. A instituição dos diáconos - Atos 6.1-7 4. Qualificações dos diáconos - 1 Timóteo 3.8-13 5. Recomendações aos presbíteros - 1 Pedro 5.1-4 6. As obras da carneeofrutodo Espírito - Gálatas 5.16-26 7. Jesus, o cabeça da igreja - Efésios 1.15-23 EXERCÍCIO PARA A FixAÇÃO DA MATÉRIA ESTUDADA Após estudar cuidadosamente a lição, responda, por escrito, às seguintes perguntas: 1 Qual e como foi a primeira tentativa de implantação do presbiterianismo no Brasil? R: 2. Como foi a tentativa holandesa de implantar a igrejarefor mada no Brasil? R: 3. Cite o nome dos três primeiros missionários presbiterianos que vieram para o Brasil. R: 90 ESTUDO N?8 A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL 4.Como e quando começou o trabalho presbiteriano no Brasil? R: 5 Quais foram as primeiras igrejas presbiterianas a serem organizadas no Brasil? Quando foram organizadas? R: Por que a Igreja Presbiteriana do Brasil adota, como exposi ção das doutrinas bíblicas, a Confissão de Fé e os catecismos 6. Maior e Menor de Westminster? R: 7 O que é um concílio e qualéa sua função? R: Quais são, em ordem crescente, os concílios da Igreja8. Presbiteriana do Brasil? R: 91 CURSO PARA CATECUMENOS 9. Quais são as penas a que estao sujeitos os membros da Igreja Presbiteriana quando cometem alguma falta? R: 10. Onde estão as normas de govern0, de disciplina e de culto da lgreja Presbiteriana do Brasil? R: 92 Estudo n29 O BATISMO CRISTÃO Texto básico: João 1.19-28 O igreja é a organização instituída por Deus para arrebanhar o seu povo. E o batismoé a porta de entrada na igreja. "O batismo é um sacramento do Novo Testamento, instituído por Jesus Cristo, não só para solenemente admitir na igreja a pessoa batizada, mas também para servir-lhe de sinal e selo do pacto da graça, de sua união com Cristo, da regeneração, da remissão dos pecados e também da sua con- sagração a Deus por Jesus Cristo a fim de andar em novidade de vida".40 A palavra sacranento não está na Bíblia. Ela foi usada relação ao batismo e à Ceia do Senhor, pela primeira vez, por Tertuliano, um teólogo que viveu muitos anos após a morte de Cristo e dos apóstolos. Mas isso não significa que ela seja imprópria para designar as duas ordenanças deixadas por Jesus para serem observadas por seus servos. Sacranento era o nome dado ao juramento que o soldado fazia de fidelidade ao imperador, até à morte. E é neste sentido que nós usamos esse termo. No batismo o crente faz um juramento de fideli- dade a Cristo até à morte; e quando participa da Santa Ceia, o crente reafirma este juramento. Portanto, quando falamos em sacramento estamos nos referindo a uma ordenança sagrada, instituída por Jesus Cristo, para simbolizar, selar e aplicar ao crente os benefícios da salvação. Jesus instituiu dois sacramentos: o batismo e a Santa Ceia. Vamos, estudar, agora, o batisnmo. 40 Confissáo de Fé de Westminster XXVI.1. 93 CURSO PARA CATEGUMENOS O SiGNIFICADO DO BATiSMO O batismo foi instituído por Jesus risto após a sua ressurreição. Ele ordenou aos discípulos: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19). "Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado". (Mc 16.16). O batismo corresponde à circuncisão praticada na antiga aliança. A circuncisão foi instituida como sinale selo do pacto estabelecido com Abraão (Gn 17.9-14; Rm 4.11-13). E o batismo é o sinal e o selo da nova aliança, estabelecida por Jesus Cristo. Mas o batism0, por ser um sacramento da nova aliança, é ainda mais rico de significado do que a circuncisão. Após ouvir o sermão de Pedro, no dia de Pentecostes, quase três mil pessoas se sentiram tocadas e lhe perguntaram: "Que faremos?" (At 2.37). E a resposta foi: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado" (At 2.38). a) O batismo significa e sela a nossa união com Cristo No capítulo 5 da Epístola aos Romanos, Paulo traça um paralelo entre Adão e Cristo. Ele mostra que, quando nasce- mos, nos identificamos com Adão. E, em virtude da queda de nossos primeiros pais, nascemos pecadores; "(..) por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque to- dos pecaram" (Rm 5.12). Mas quando recebemos Jesus como nosso Senhor e Salvador, nós nos identificamos com ele. "Por- que, como, pela desobediência de um só homem, tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornaram justos" (Rm 5.19). Por isso, a Biblia afirma que fomos crucificados (Rm 6.6), morremos (Km 6.8; CI 3.3; 2Tm 2.11) e ressuscitamos (Ef 2.6; CI 2.12; 3.1) com Cristo. ".) Um morreu por todos; logo, todos morreram" (2 Co 5.14), afirmou o apóstolo P'aulo. E o batismo significa e sela a nossa união com Cristo. "Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na. nuitos se 94 ESTUDO N° 9 0 BATISMO CRISTAO semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição" (Rm 6.4,5). b) O batismo significa e sela a nossa participação nas bênçãos do pacto da graça Antes da fundação do mundo, o Pai e o Filho estabe- leceram o pacto da redengão. O Filho "'se colocou no lugar do pecador e incumbiu-se de fazer a expiação do pecado, supor- tando o castigo necessário, e de satisfazer as exigéncias da lei em lugar de todo o seu povo" Baseado neste pacto, Deus estabeleceu com o homem o pacto da graça. "Pode-se definir a aliança (pacto) da graça como o acordo feito com base na graça, entre o Deus ofendidoe o pecador ofensor, porém eleito, no qual Deus promete a salvação mediante a fé em Cristo, e o pecador a aceita confiantemente, prometendo uma vida de fé e obediência" 42 A promessa principal do pacto da graça é que Deus será o nosso Deus e também da nossa descendência. Esta promessa inclui bênçãos temporais e eternas. Através dela Deus garante nos conduzir nesta vida e nos receber no céu, após a Ssa morte. Eo batismosignificae selaessas promessas. "De sorte que já não és escravo, porém filho: e, sendo filho, também herdeiro por Deus" (GI 4.7). c)o Batismo significa e sela a promessa de pertencer- mos ao Senhor Na cerimônia de recepção de membros, o celebrante costuma dizer às pessoas que estão professando a fé: "A profis- são de fé e as solenes promessas que acabais de fazer diante de Deus e desta igreja, sendo sinceras, importam em uma aliança entre vós e Deus, na qual Ele promete ser o vosso único Deus, e vós prometeis pertencer-Lhe. No batismo que agora vai ser ministrado, Deus vos dá um penhor desta santa aliança".43 Nós pertencemos ao Senhor. "Vós, porém, sois raça eleita, sa- cerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus" (1 Pe 2.9). Eo batismo é o selo da propriedade divina. 41 Louis Berkhof-Manual de Doutrina Cristã - p. 140. 42 Louis Berkthof-Teologia Sistemática- p. 278. 43 Manual do Cultlo p. 18. 95 CURSO PARA CATECUMENOS d) O batismo é um meio de graça O batismo é um meio que Deus usa para nos trans mitir bênçãos. A Confissão de Fé nos lembra que "a eficácia do batismo não se limita ao momento em que é administrado", 44 Eo Catecismo Maior nos ensina que "o dever necessário, mas muito negligenciado, de tirar proveito do nosso batismo, deve ser cumprido por nás durante a nossa vida, especialmente no tempo da tentação e quando assistimos à administração desse Sacramento a outros".45 BATISMO POR IMERSÃ0 A forma do batismo não está claramente definida na Biblia. Homens piedosos, cultos e fiéis, examinando a Escritura têm concluído que o modo correto de se ministrar o batismo éa aspersão. Outros, igualmente piedosos, cultos e fiéis, têm concluido que a fornma bíblica é a imersão. Vamos examinar, a seguir, a interpretação imersionista. a) Os imersionistas afirmam que a palavra batismo significa inmersão, e que o verbo batizar significa imergir. Logo - afirmam - o batismo deve ser aplicado por imersäão. A forma mais simples de testar se duas palavras são sinonimas é substituir uma pela outra; se o sentido não se alterar fica provado que as duas têm o mesmo significado. Vamos aplicar este teste a um texto biblico onde aparece o verbo batizar: "Ora, irmos, não quero que ignoreis que nossOs pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar, tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés (1 Co 10.1,2). Substituindo batizar por imergir, fica assim: "(..) tendo sido todos imergidos assim na nuvem como no mar, (...)". Alterou o sentido? E claro. Os israelitas atravessaram o mar de pés enxutos (Ex 14.15-22,29). No foram imersos no mar, nem na nuvem. Concluímos, pois, que neste texto o verbo batizar não é sinónimo de imergir. O argumento imersionista perde a 44 Confissão de Fé de Westminster- XXVIl.6. 45 Resposta à pergunta 167 96 ESTUDO N99 0 BATISMOCRISTÃO0 sua força, pois, O seu pressuposto, é que batizar significa sempre inmergir. b) Os imersionistas argumentam também que o verbo batizar deriva do grego bapto e baptizo, que significam imergir. Vamos examinar dois textos onde aparecem estes verbos. O primeiro é Daniel 4.25: "(..) e serás molhado do orvalho do céu". Na versão grega do Antigo Testamento, cha- mada Septuaginta, o verbo mo!hado é bapto. E possível imergir alguém no orvalho do céu? Claro que não é. Logo, aqui bapto não significa, em hipótese nenhuma, imergir. O segundo texto é Lucas 11.38: "O fariseu, porém, admirou-se ao ver que Jesus não se lavara primeiro, antes de comer". No texto grego, Iavara é o verbo baptizo. Os judeus se lavavam antes das refeições. Mas, se lavavam como? Marcos registrou esse costume assim: "Os fariseus e todos osjudeus, observandoa tradição dos an- ciãos, não comem sem lavar cuidadosamente as mos; quando voltam da praça, não comem sem se aspergirem" (Mc 7.3,4). Comparando estes dois textos, podemos afirmar que em Lucas 11.38 o verbo baptizo significa aspergir e não imergir. Em alguns textos bapto e baptizo significam imergir; em outros significam mollar, tingir e aspergir. Novamente o argumento imersionista perde a sua força, pois eles partem do pressuposto de que bapto e baptizo significam imergir, e so imergir. c) Os imersionistas afirmam também que o fato de João Batista batizar no Rio Jordão significa que ele batizava por imersão. A expressão bíblica "João batizava no Rio Jordão" ape nas identifica a região onde João batizava, sem ter nada a ver com o modo ou a forma como João batizava. Isto fica compro- vado pelo registro de João 10.40: "Novamente, se retirou para além do Jordão, para o lugar onde João batizava no princípio; e ali permaneceu" d) Argunmentam também que, se João Batista batizava em Enom, "porque ali havia muitas águas", isto prova que ele batizava por imersao. Quanto ao registro de que "João estava também bati- zando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas ááguas, 97 CURSO PARA CATECÚMENOS e para lá concorria o povo e era batizado" (Jo 3.23), D. J. Wiseman, professor de Assiriologia na Universidade de Lon- dres, afirma que Enom é, em árabe, Aiu, que significa fonte,46 Muitas águas aqui, portanto, significa muitas fontes de água. Enom erao lugar apropriado para João batizar, já que multidões iam até ele, e essas multidões precisavam de água para beber e para higiene pessoal. e) Os imersionistas afirmam que Jesus foi batizado por imersão, porque o registro biblico afirma que, após ser batizado, Jesus saiu da água. O fato de Jesus ter saído da água após o batismo no significa que ele tenha sido batizado por imersão. Nem todas as vezesque uma pessoa entra e sai da água materializa-se uma imersão. As vezes uma pessoa entra e sai da água sem molhar nada mais além dos pés. f No batismo do eunuco, ele e Filipe desceram à água. Poristo os imersionistas afirmam queo eunuco foi batizado por imersão. No caso do eunuco, ele seguia pelo caminho. E este, normalmente, fica num nível acima da água. Logo, para ir até onde havia água ele teria que descer. Se descer à água signi- ficasse imersão, teríamos que concluir que Filipe também foi imerso, pois o texto bíblico afirma que "ambos desceram à água" (At 8.38). g) Paulo compara o batismo a um sepultamento. Logo, concluenm os imersionistas, o batismo deve ser feito por imers0. Quando Paulo afirmou que fomos sepultados com Cristo na morte pelo batismo (Rm 6.4; CI 2.12), ele estava se referindo ao significado do batismo, e não ao modo de ministrá- lo. Nos mesmos capítulos Paulo afirma também que fomos cin- cuncidados (CI 2.11)e crucificados (Rm 6.6) com Cristo, prova de que ele está tratando da nossa identificação com Cristo, na sua morte, e não da forma de se ministraro batismo. Além do que já foi exposto, temos outras dificuldades para aceitar obatismo por imersão. Por exemplo: João Batista 46 Novo Dicionário da Blblia - p. 1451. 98 ESTUDO N° 9 0 BATISMO CRISTAO batizava multidões (Mt 3.5,6), além de pregar. Será que ele dispunha de tempo e energia física para imergir tanta gente? No dia de Pentecostes foram batizadas quase trés mil pessoas em Jerusalém. No havía rio na cidade; apenas reservatórios de água para usodapopulação.Seriam tais reservatórios suficien- tes para imergir três mil pessoas? E se fossem, as autoridades deixariam os apóstolos imergir pessoas em tais reservatórios? O carcereiro de Filipos foi batizado logo depois da meia-noite, provavelmente no pátio da própria prisão, onde residia, depois de um terremoto que fendeu as paredes da prisão (At 16.23- 33). E possível pensar em imersão num caso como este? Uma pessoa doente ou muito idosa não dispõe de condições físicas para ser batizada por imersão; será que Jesus adotaria uma forma de batismo que excluiria os doentes e os idosos? O BATISMo PoR ASPERSÃO Embora a forma do batismo não esteja clara na Biblia, cremos que muitas evidências apontam para a aspersão, ou seja, para o derramamento de água sobre a cabeça da pessoa que está sendo batizada. Vamos examinar algumas destas evidências: a) O profeta Malaquias escreveu o seguinte: "Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim" (MI3.1). E Jesus afirmou que esta profecia se refere a João Batista (Mt 11.10). A mesma profecia diz queomensagei- ro "purificará os filhos de Levi" (MI 3.3). Esta purificação era feita aspergindo água sobre eles (Nm 8.5-7). A inguagem da profecia é simbólica, mas a figura usada é a aspersão. Muitos sacerdotes, filhos de Levi, foram batizados por João Batista. Eo mais provávelé que tenham sido batizados por aspersão, conforme dá a entender a profecia de Malaquias. b) O profeta Ezequiel, profetizando sobre a restaura- ção de Israel, disse: "Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados" (Ez 36.25). E o profeta Isaías, quando profetizou que o SENHOR derramaria o seu Espirito, afirmou também que ele derramaria água "sobre o sedento" (ls 44.3). Novamente trata-se de linguagem figurada; mas a figura 99 CURSO PARA CATECÜMENOS é a aspersão. Isto nos leva a concluir que a aspersão de úgua é o modo escolhido por Deus para marcar o seu povo. O batismo de João era, entre outras coisas, a marca de uma nova era. Era o selo colocado sobre as pessoas que se arrependiam de seus pecados. Logo, provavelmente era feito por aspersão. c) Jesus falou aos discípulos sobre o batismo com o Espírito Santo, que eles receberiam, usando a mesma cons- trução gramatical usada para falar sobre o batismo com água. Ele disse: "João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo" (At 1.5). No dia de Pente- costes eles receberam este batismo: "Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; (...) Todos ficaram cheios do Espírito Santo" (At 2.1,4). Pedro usou esta experiência ao defender-se por ter batizado Cornélio e seusfamiliares. Ele disse: "Quando, porém, comecei a falar, caiu o Espírito Santo sobre eles, como também sobre nós, no princípio. Ento, me lembrei da palavra do Senhor, quando disse: João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo" (At 11.15,16). Observe que no batismo com o Espírito Santo, o Espírito caiu sobre as pessoas. Já que a construção gramatical é a mesma, no batismo com água esta (água) deve cair sobre a pessoa que está sendo batizada. d) Ainda que ficasse provado que João Batista bati- zava por imersão, que Jesus foi batizado por imersão e que os apóstolos batizavam por imersão, poderíamos continuar batizando por aspersão, sem desobedecer a Biblia Sagrada. Pois no batismo a água é simbolo; logo, não importa a quan- tidade. Se na Santa Ceia podemos substituir o pedaço normal de pão por um pequenino pedaço de pão, e vinho em quan- tidade normal por um pequenino cálice de vinho ou de suco de uva, logo, poderíamos substituir no batismo muita água por pouca água. E nem por isso estaríamos desobedecendo ao Senhor. Como a Bíblia não diz explicitamente a forma como o batismo deve ser feito, praticamos a aspersão, pois ela é mais prática pode ser praticada em qualquer lugar, em qualquer 100 ESTUDO Ne 9 0 BATISMO CRISTAO circunstância e com qualquer pessoa, mesmo que o batizando seja um enfermo, uma pessoa muito idosa ou um paralítico Nós cremos que Deus não determinaria uma forma de batisnmo que discriminasse qualquer pessoa por deficiência física; e a aspersão não discrimina ninguém. CONCLUSÃO A pessoa que recebeu Jesus como Salvador e Senhor está salva, quer tenha sido batizada ou não. Quem salva é Jesus, e não o batismo. Mas quem recebe Jesus deve também receber o batismo. Jesus e os apóstolos falaram do batismo como uma obrigação, e não como uma opção. A nossa Confissão de Fé afirma que é "grande pecado desprezar ou negligenciar esta ordenança". A experiência tem mostrado que, assim comoo sedento anseia pela água, o verdadeiro convertido anseia pelo batismo. TEXTOS BiBLIcOS PARA LEITURA 1. A pregação de João Batista - Mateus 3.1-10 2. O batismo de Jesus - Mateus 3.13-17 3. Três mil batizados - Atos 2.37-41 4. Filipe e o eunuco - Atos 8.26-40 5. A conversão do carcereiro - Atos 16.27-34 6. Adão e Cristo Romanos 5.12-21 7. Livres do pecado pela graça - Romanos 6.1-14 EXERCÍCIo PARA A FXAÇÃO DA MATÉRIA ESTUDADA Após estudar cuidadosamente a lição, responda, por escrito, às seguintes perguntas: 1. Que é sacramento? R: 101 CURSO PARA CATECUMENOS 2. Quantos e quais são oS sacramentos instituidos por Jesus Cristo? R: 3. Obatismo correspondeaque ordenança da antiga aliança? R: 4. Cite três significados do batismo. R: 5. Overbo batizar significa imergir? Por que? R: 6. O fato de João Batista batizar no rio Jordão, significa que ele batizava por imersão? P'or qu? R: 7. O fato de Jesus ter saído da água após o seu batismo, significa que ele foi batizado por imersão? Por que? R: 102 ESTUDO No 9 0 BATISMO CRISTO 8. Cite algumas de nossas dificuldades para aceitar o batismo por imersão. R: 9. Se ficasse provado que Jesus foi batizado por imersão, poderíamos continuar batizando por aspersão, sem deso bedecer a Bíblia Sagrada? Por quê? R: 10. Quais são as vantagens práticas da aspersão? R: 103 104 Estudo n10 O BATISMO DE CRIANÇA Texto básico: Atos 2.39 eus faz tudo perfeito. Quando ele fez o plano para a nossa salvação, incluiu uma organização para nos arrebanhar. Na antiga aliança essa organizaço era a congregação de Israel, formada pela naço israelita. Nanova aliança ea igreja, formada pelos servos de Jesus Cristo. Na igreja da antiga aliança - a congregação de Israel - a situação da criança era bem definida. Os filhos eram "herança do Senhor" (SI 127.3) e, como tais, recebiam o sinal e o selo da aliança: a circuncisão. E agora, na nova aliança, qual é a situação das crianças? Elas herdarama culpa de Adão e já nasceram pecadoras. E ainda não dispõem de condições mentais e psíquicas para entender o evangelho e receber Jesus como Salvador e Senhor. Qual é a situação espiritual das crianças? A Biblia Sagrada mostra que as crianças são herdeiras espirituais de seus pais.Quando os pais se rebelam contra Deus, as crianças também sofrem as consequências. Mas, quando os pais são fiéis, elas também são beneficiadas. AS crianças, filhas de crentes, são herdeiras espirituais cde seus pais. Pertencem ao Senhor. Por isso têm o direito de receber o batismo e pertencer å 1greja. O BATISMO E A CIRCUNCISÃO A situação das crianças na nova aliança é idêntica à Situação delas na antiga aliança. Na antiga aliança elas eram Circuncidadas; na nova aliança são batizadas. 105 CURSO PARA CATECUMENOS No passado, Deusfez uma aliança com Abrao. "Ora. disse o SENHOR a Abrao. Sal da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Se tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amal- diçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as familias da terra" (Gn 12.1-3). Mais tarde, Deus instituiu a circuncisão como sinal e selo desta aliança: "Disse mais Deus a Abraão: Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência no decurso das suas gerações. Esta é a minha aliança, que guar- dareis entre mim e vós e a tua descendência: todo macho entre vós será circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepú- cio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós. O que tem oito dias será circuncidado entre vós, todo macho nas vossas gerações, tanto oescravo nascido em casa como o comprado a qualquer estrangeiro, que não for da tua estirpe. Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; a minha aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua. O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança" (Gn 17.9-14). QuandoJesus veio ao mundo, os israelitas, herdeiros da aliança feita por Deus com Abraäo, quebraram definitivamente esta aliança. Ísso aconteceu quando rejeitaram Jesus e não o re- ceberam como o Messias prometido. "Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-Ihes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que Creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (Jo 1.11-13). Até ento, para fazer parte da aliança de Deus como homem e, consequentemente, ser filho de Deus, o homem tinha que pertencer à descendência de Abraão - por nascimento, por adesao ou por ter sido comprado. Mas, a partir dessa rejeiçao, os filhos de Deus já não seriam mais os descendentes raciais de Abraão, mas aqueles que recebessem Jesus como o Salva dor prometido. A consanguinidade seria substituída pela te. Oapóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, mostrou que, 106 ESTUDO Ne.10 0 BATISMO DE CRIANÇA nesta nova aliança, a descendência de Abraão ocorre mediante a fé, e não mediante laços consanguíneos. Ele escreveu: "Sa- bei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, pré-anunciou o evangelho a Abraäo: Em ti, serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo- se ele próprio maldição em nosso lugar, - porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro; - para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebèssemos, pela fé, o Espírito prometido" (GI 3.7-9, 13-14). A antiga aliança tinha o seu sinal e selo: a circuncisão. A nova aliança tambem tem o seu sinal e selo: o batismo. Na antiga aliança, o SENHOR mandou circuncidar (Gn 17.9-14); na nova aliança, o Senhor mandou batizar (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18; Lc 24.44-49). Se os filhos dos crentes da antiga aliança recebiam o sinal e selo da aliança, somos levados a concluir que os filhos dos crentes da nova aliança devem receber o batismno, que é o sinal e selo dessa aliança. Oapóstolo Paulo demonstrou que o batismo equivale à circuncisão. Ele escreveu: "Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circunciso de Cristo; tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados meciante a fé no poder de Deus queo ressuscitou dentre os mortos" (CI 2.11,12). A circuncisão, por sua natureza, se aplicava apenas às pessoas do sexo masculino. Na cultura dos descendentes de Abraão, as mulheres não tinham autonomia para tomar as suas próprias decisões. Elas eram sempre repre- sentadas por um homem: quando solteiras, pelo pai; quando casadas, pelo marido. Por isso, elas no precisavam receber nenhum sinal do pacto. Mas a nova aliança incluiria pessoas cde todas as raças, tribos e povos; e em alguns povos a situação SOcial e legal da mulher era diferente. A circuncisão, portanto, nao era mais um sinal e selo apropriado para marcar aqueles 107 CURSO PARA CATECÜMENOS que pertenciam ao Senhor, já que ela se aplica apenas aos ho- mens. Por isso, ela foi substituida e sucedida pelo batismo. Quando Jesus estabeleceu a nova aliança, ele instituiu o batismo como sinale selo deste novopacto. Ele ordenou: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado (Mt 28.19-20). "Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado" (Mc 16.16). A equivalência entre circunciso e batismo é bem cla ra. Mas algumas pessoas perguntam: Se o batismo equivale à circuncisão, por que Jesus e os apóstolos foram batizados, se eles tinham sido circuncidados? A resposta é que Jesus se submeteu ao batismo na condição de Cordeiro de Deus, isto é, daquele que havia assumido o nosso lugar para pagar pelos nossos pecados. João Batista não queria batizá-lo, mas Jesus disse-lhe: "Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça" (Mt 3.15). Quanto ao batismo dos apóstolos, devemos lembrar que eles viveram n0 período de transição entre a antiga e a nova aliança. Eles foram circunci- dados porque eram descendentes de Abraão e pertenciam à antiga aliança; e foram batizados porque pertenciam à nova aliança. Eles pertenceram às duas alianças e receberam o sinal e selo de ambas: a circuncisão eo batismo. Da mesma forma, eles celebravam a páscoa, que fazia parte da antiga aliança, e a Ceia do Senhor, que faz parte da novaaliança. O BATISMOo DE CRIANÇA NO Novo TESTAMENTo Apesar de todas essas evidências, algumas pesso- as ainda rejeitam o batismo de crianças. Geralmente, tais pessoas perguntam: Onde está escrito na Escritura Sagrada que as crianças devem ser batizadas? Explicitamente não está escrito em lugar nenhum. Mas a auséncia de tal determinação explicita não anula aquilo que se pode deduzir através de outros ensinos. Caso dependéssemos de uma ordem explícita, 108 ESTUDO N 10 0 BATISMO DE CRIANÇA registrada na Escritura, para estabelecermos práticas na igreja, não poderíamos permitir que as mulheres participassem da Ceia do Senhor, pois quando a Ceia foi instituída só homens participaram, e não existe nenhum texto que afirme explicita mente que as mulheres também devem participar da Ceia. No entanto, ninguém questiona o direito que as mulheres têm de participar desse sacramento. O Novo Testamento não diz explicitamente que as crianças devem ser batizadas. Mas implicitamente ensina o batismo de criança. Veja estas três inferências berm claras: a) Oapóstolo P'aulo relaciona o batismo com a circunci são, sem afirmar que as crianças estão excluídas do batismo. A equivalência entre batismo e circuncisão é muito clara, confor- me já vimos. Na antiga aliança, as crianças que nasciam dentro do pacto, isto é, os descendentes de Abraão, eram circuncidadas ao oitavo dia. Já que o batismo é, na nova aliança, "a circuncisão de Cristo" (C1 2.11), seria necessária uma ordem explícita para que as crianças que nascem no pacto, isto é, filhos de crente, sejam impedidas de recebê-lo. b) ONovo Testamento registra o batismo de pelomenos três familias inteiras, sem mencionar que as crianças não foram batizadas. Lídia foi batizada juntamente com toda a sua casa (At 16.15); o carcereiro foi batizado, e também todos os seus (At 16.33). Paulo declara ter batizado "a casa de Estéfanas" (1 Co 1.16). Será que nessas famílias não havia crianças? c) No batismo da casa de Lídia está claro que as crianças foram batizadas. "Certa mulher, chamada Lidia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhorlhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia. Depois de ser batizada, ela e toda a sua casa, nos rogou, dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e aí ficai. E nos constrangeu a isso" (At 16.14,15). Lidiae toda a sua casa receberam o batismo. Nesse mesmo capitulo está registrado o batismo do carcereiro e de todos os seus. No caso do carcereiro, está registrado que "ele, com todos os 109 CURSO PARA CATECUMENOS seus, manifestava grande alegTia, por terem crido em Deus" (At 16.34). Logo, entre os filhos do carcereiro havia adultos que também creram e foram batizados. Mas no caso de Lidia, o registro bíblico fala apenas da sua conversão. E ela e todos os seus foram batizados. Se seus fillhos eram adultos, então foram batizados sem conversão. Paulo não faria isso. Logo, os filhos de Lidia eram crianças, que foram batizadas juntamente com sua me. Mas existe ainda uma outra objeção a ser respondida. Esta se refere à necessiclade de fé para se receber o batismo. Jesus afirmou: "Quem crer e for batizado será salvo". E algumas pessoas, baseadas nesse texto, afirmam que as crianças não podem ser batizadas porque elas não têm condições mentais e psíquicas para exercer a fé. Só que tais pessoas se esquecem de que o texto diz também: "(.) quem, porém, não crer será condenado". Se o texto se referisse também às crianças, tería- mos que concluir que elas serão condenadas. Mas Jesus disse que delas "é o reino de Deus" (Mc 10.14). Logo, o texto se re fere aos adultos que iam ouvir o evangelho; se eles cresseme recebessem o batismo, estariam salvos. Se não cressem, seriam condenados. O batismo de criança é praticado na igreja cristä desde o seu início, como parte da doutrina dos apóstolos. Existem registros históricos da maior confiabilidade mostrando a prá- tica do batismo infantil na igreja, desde o seu início. Origenes, grande teólogo e escritor cristão, nascido no ano 185, em suas Homilias em Lucas, afirma: "portanto, as crianças são também batizadas"; em seus Sernoes sobre Levítico ensina que "as crian- ças também, segundo o costume da igreja" eram batizadas; e em seu Comentario de Komanos registra que "a igreja recebeu dos apóstolos a tradição de batizar também as crianças". Hipólito, outro grande teólogoe escritorcristão do século 2, em sua obra Tradigão Apostólica, testemunha que a igreja crist daquela época batizava crianças. Tertuliano, considerado o primeiro teólogo latino, em sua obra De Baptisnno, escrita por volta dos anos 200-206, embora tenha cometido alguns desvios doutrinários, 110 ESTUDO Ne 10 0 BATISMO DE CRIANÇA também testemunha que a igreja crist batizavacriança 17Só a partir do eculo 16, Com o surgimento dos anabatistas, é que o batismo de criança passou a ser contestado. Os BENEFÍCIOS D BATISMO DE CRIANÇA Alguns pais perguntam: O que vou ganhar batizando meus filhos? Quais são os benetícios que eles poderão receber se nem consciência têm do que está acontecendo? Na antiga aliança, as crianças eram circuncidadas no oitavo dia de vida. Nessa idade, poderia uma criança ter consciência do que estava acontecendo? Mas foi Deus quem ordenou que as crianças de- viam ser circuncidadas. Estaria Deus equivocado? A pergunta correta que cada pai crente deve fazer é esta: O que meu filho ou minha filha vai perder se no for batizado? Na antiga aliança, a criança que não fosse circuncidada era excluída do pacto, não pertencia ao SENHOR (Gn 17.14). Por analogia, somos levados a concluir que os pais que não apre- sentam seus filhos para o batismo esto excluindo-os da nova aliança. Isto não significa que esses pais estão condenando seus filhos ao inferno, pois não é o batismo que salva. Quem salva é Jesus independentemente da pessoa ser ou no batizada. Mas os pais que não apresentam seus filhos para o batismo estão colocando-os na mesma condição dos filhos daqueles que não têm Jesus como Salvador e Senhor. E idêntica à situação de um pai muito rico que deixa de reconhecer um filho. Esse filho fica excluído da herança, a não ser que ele provoque esse reconhecimento por via judicial. Em Cristo, nós temos uma grande herança de bênçãos espirituais; e no éjusto privarmos os nossos filhos dessa herança. Nossos filhos, como nossos herdeiros espirituais, têm direito às mesmas bênços que nos estão reservadas. Eles pertencem ao Senhor, por isso são guia- dos e protegidos pelo Senhor. Eles sóperderão o direitoa tais bênçãos se nós os excluirmos do pacto. O'batisnmo não garante a salvação de crianças, nem de adultos. Que nenhum pai julgue que, ao apresentar seus filhos Aureo Rodrigues de Oliveira 0 Estandarte março de 1998-p. 14. 111 CURSO PARA CATECUMENOS para o batismo está garantindo a salvação deles. E que ninguém alimente a falsa esperança de que está salvo simplesmente por que foi batizado. Quem foi batizado na infância, ao tornar-se adulto terá de decidir se vai permanecer na té em que foi criado e confirmar isso atraves da aceitaçc0 de Jesus como Salvador pessoal e Senhor, ou se vai renunciar às bênçãos de pertencer ao Senhor. Não existe meio termo. Jesus afirmou: "Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha" (Mt 12.30). Alguns pais alegam que no apresentam seus filhos para o batismo porque religião é algo muito pessoal, cuja esco- ha deve ser feita pelo próprio indivíduo. Preferem instruir seus filhos e deixar que eles mesmos, na idade própria, escolham o caminho que devem seguir. Mas esses mesmos pais "não sentem o mesmo embaraço quando Ihes escolhem um nome, vestuario, alimento, medicamentos, educação etc. Qual pai ou mae que espera o filho ou a filha crescer para decidir sozinho se quer ir à escola, comer determinado alimento indispensável à saúde, decidir se toma ou não vacina, se quer ou não ir ao médico? Ora, se nós, no propósito de fazer o melhor para o bem-estar dos filhos, tomamos decisões que irão afetá-los por toda a vida, por que não consagrá-los a Deus pelo batismo, quando Deus tem promessas e deseja salvar toda a família?"48 Mas as bênçãos espirituais que nossos filhos vão rece- ber como nossos herdeiros no dependem apenas do batismo, mas também da nossa fidelidade ao Senhor. Ac tinha sido Circuncidado, circuncidara seus filhos, mas se tornou intiel ao Senhor. Como resultado, ele morreu juntamente com toda a sua família (Is 7.16-26). Crentes infiéis não têm herança de bênçãos espirituais para legar aos seus filhos, mesmo que os apresentem para receber o batismo. CONCLUSÃO O povo de Deus é formado por adultos e crianças. Os adultos receberam Jesus como Salvador e Senhor. São filhos 43 Aureo Rodrigues de Oliveira 0 Estandarle fevereiro de 1998 p. 14. 112 ESTUDO N 10 0 BATISMO DECRIANÇA de Deus. Pertencem ao Senhor. As crianças, seus filhos, são herdeiras espirituais de seus pais. Como herdeiras espirituais têm direito às mesmas bençãos reservadas para seus pais. Por isso devem ser batizadas. Deixar de batizá-las, é excluí-las dessa herança bendita. O nosso Deus étambém o Deus de nossos filhos. TEXTOS BiBLIcoS PARA LEITURA 1. Institui-se a circuncisão - Gênesis 17.9-14 2. Pratica-se a circuncisão - Gênesis 17.23-27 3. A história de Ac - Josué 7.1-26 4. Abraão justificado pela fé - Romanos 4.1-25 5. A circuncisão substituída pelobatismo-Colossenses 2.8-15 6. Lídia convertida -Atos 16.11-15 7. A conversão do carcereiro - Atos 16.27-34 ExERcÍCIO PARA A FixAÇÃO DA MATÉRIA ESTUDADA Após estudar cuidadosamente a lição, responda, por escrito, às seguintes perguntas: 1. Qual é a situação espiritual das crianças na nova aliança? R: 2. Qual é o destino da alma das crianças que morrem na infância)? Por quê? R: 3. Por que as mulheres não recebiam nenhum sinal ou selo na antiga aliança? R: 113 CURSO PARA CATECÜMENOS 4. PorqueJesus e os apóstolos foram circuncidados e também batizados? R 5 Marcos 16.16 se refere a crianças? Por qu? R: 6. Se a criança não sabe que está sendo batizada, o batismo tem alguma importância para ela? R: 7. Quando e com quem surgiu a contestação do batismo de criança? R: 8.Qualéo grande prejuízo que os pais crentes causam a seus filhos quando deixam de apresentá-los para o batismo? R: 9. Os nossos filhos, como nossos herdeiros espirituais, estão automaticamente salvos? Por que? R: 114 ESTUDO NO 10 0 BATISMO DE CRIANÇA 10. Além do batismo, de que mais dependem as bênçãos espi- rituais que nossos filhos podem receber? R: 115 116 Estudo n 11 A SANTA CEIA Texto básico: 1 Coríntios 11.23-29 esus Cristo instituiu dois sacramentos: o batismo ea Ceia do Senhor. O batismoé a porta de entrada na igreja. E a Ceia do Senhor tem como objetivo fortalecer espiritualmente os crentes e manter a unidade da igreja. "Os crentes comungam receben- do juntos o emblema do corpo partido do Senhor e bebendo do vinho, símbolo do seu sangue derramado, significando com isso que lhes cumpre como igreja pensar unanime- mente na fonte Cristo - de onde promana a salvação".4* Assim como o batismo éo sucessr da circuncisão, a Ceia do Senhor é a sucessora da páscoa. A PAScoOA Quando Deus chamou Abraão para servi-1O, fez-lhe várias promessas:"... de ti farei uma grande naço, e te abenço- arei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti sero benditas todas as famílias da terra" (Gn 12.2,3). Mais tarde Jacó, a quem Deus dera o nome de Israel, neto de Abraão, foi com sua familia para o Egito. Eram apenas setenta pessoas (Gn 46.27). "Mas os filhos de Israel foram fecun- dos, e aumentaram muito, e se multiplicaram, e grandenmente se fortaleceram, de maneira que a terra se encheu deles" (Ex 1.7). Eo rei, Faraó, resolveu escravizá-los. Quando Deus ordenou a Moisés que retirasse os is- raelitas do Egito e os conduzisse para Cana, o rei se opôs. 49 Manford George Gutzke - Palavras Chaves da Fë Crist-p. 244. 117 CURSO PARA CATECUMENOS Não queria perder a mão de obra gratuita. Então Deus mandou uma série de pragas sobre o Egito. A última delas foi a morte dos primogênitos. "Moisés disse: Assim diz o SENHOR: Cerca da meia-noite passarei pelo meio do Bgito. E todo primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que se assenta no seu trono, até ao primogénito da serva que está junto à mó, e todo primogènito dos animais. Haverá grande clamor em toda a terra do Egito, qual nunca houve, nem ha- verá jamais; porém contra nenlum dos fillhos de Israel, desde os homens até aos animais, nem ainda um cão rosnará, para que saibais que o SENHOR fez distinção entre os egipcios e os israelitas" (Ex 11.4-7). Os israelitas deviam sacrificar um cordeiro sem defeito, macho de um ano, e, com o seu sangue, marcar as ombreiras e a verga da porta de sua casa. Cada família devia sacrificar um cordeiro. Se a familia fosse pequena, podia convidar o vizinho mais próximo. O que Deus prometeu realmente se cumpriu. "Aconteceu que, à meia-noite, feriu o SENHOR todos os pri- mogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se assentava no seu trono, até ao primogênito do caivo que estava na enxovia; e todos os primogênitos dos animais. Não havia casa em que não houvesse morto" (Ex 12.29,30). Mas na casa dos israelitas nada acontecera, nem o rosnar de um cão. Deus deu a este acontecimento o nome de páscoa (pesal, em hebraico, que vem de um verbo que significa passarpor cima, poupar). E ordenou que ela fosse comemorada todos os anos. "Páscoa significa, naturalmente, duas coisas: o acontecimento histórico e sua posterior comemoração repetida"50 Mas a páscoa tem ainda um terceiro significado: o cor deiro sacrificado era um tipo de Jesus Cristo, "nosso ordeiro pascal" (1 Co 5.7). Assim como o sangue do cordeiro livrou os primogênitos dos israelitas da morte, o sangue de Jesus, "nosso Cordeiro pascal", nos livra da morte eterna, da condenação ao inferno. 50 Novo Dicionário da Biblia - p. 1206 118 ESTUDO N9 11 A SANTA CEIA A INSTITUIÇÃO DA SANTA CEIA Nos dias de Jesus, a páscoa era comemorada com o sacrifício do cordeiro, com os pes asmos (sem fermento) e mais quatro elementos: a) uma taça de água salgada, para relembrar as lágrimas derramadas no Egito e as águas salgadas do mar Vermelho, que os israelitas atravessaram de pés enxutos; b) várias ervas amargas, para recordar a amargura da escravidão e o hissopo usado para borrifar o sangue do cor- deiro nas ombreiras e na verga da porta da casa dos israelitas, quando Deus mandou a praga da morte dos primogênitos; C)uma massa feita de maç, rom, támara e nozes, chamada carosheti, para recordar o barro que usavam no Egito para fazer tijolos; pedaços de casca de canela eram colocados na sopa para lembrar a palha que usavam para secar e queimar os tijolos; d) quatro copos de vinho, para recordar-lhes as quatro promessas registradas em Exodo 6.6,7: "Eu sou o SENHOR, e vos tirarei de debaixo das cargas do Egito, e vos livrarei da sua servidão, e vos resgatarei com braço estendido e com grandes manifestações de julgamento. Tomar-vos-ei por meu povo e serei vosso Deus; e sabereis que eu sou o SENHOR, voSso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas do Egito" (grifos da citação). Durante a celebraço cantavam os Salmos 113 a 118 e, para encerrar, o Salmo 136. Lucas registra que Jesus, aos doze anos de idade, partici- pou da comemoração da páscoa, em Jerusalém, em companhia de seus pais (Lc 2.41-50). Provavelmente esta participação se repetiu durante toda a vida terrena de Jesus. Numa quinta-feira, possivelmente no dia 6 de abril doano 30, Jesus celebrou a páscoa pela última vez e instituiu a Santa Ceia. "Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: To- mai, conmei; isto é o meu corpo. A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discipulos dizendo: Bebei dele todos; porqueistoé meu sangue, o sangue da (nova) aliança, 119 CURSO PARA CATECUMENOS derramado em favor de muitos, para remissão de pecados" (Mt 26.26-28). A páscoa apontava, ao mesmo temp, para o passado e para o futuro. Era a comemoração da saída do Egito e a pre- figuração do sacrifício do Messias. Ocordeiro pascal apontava para Jesus. Mas o futuro tinha chegado. Jesus seria sacrificado no dia seguinte, como "o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29). Seria estabelecida uma nova aliança entre Deus e seu povo, onde os laços de sangue seriam substituídos por laços de fé. Na antiga aliança, o povo de Deus era constituí- do pelos descendentes de Abraão; na nova aliança, é constituído por todos aqueles que recebem Jesus como Salvador e Senhor Jo1.11,12;GI3.7-9). Portanto, era necessário substituira páscoa por uma celebração que representasse a nova situação. E, por isto, Jesus instituiu a Santa Ceia. "A Ceia do Senhor é o sacramento que comemora e proclamao sacrifício único, perfeito ecompleto que Cristo fez, para a nossa redenção. Ela se caracteriza por apresentar uma ou mais verdades espirituais mediante sinais visíveis e externos. A Ceia do Senhor uma representação simbólica da morte de Cristo (1 Co 11.24-26), umsímbolo da nossa participação no sacrifício e na vitória de Cristo (Jo 6.53) e, também, um símbolo da união espiritual de todos os crentes (1 Co 10.17; 12.13). A Ceia do Senhor é um meio de graça, isto é, um meio que Deus usa para nos alimentar espiritualmente, promovendo assim o nosso crescimento espiritual".51 A PRESENÇA DE JEsUS NOS ELEMENTOS DA CEIA As palavras de Jesus "isto é omeu corpo" e "isto éo meu sangue" têm sido interpretadas de quatro maneiras diferentes: a) A lgreja Católica Romana afirma que, mediante a consagração dos elementos, pelo sacerdote, a substância do pão (hóstia) se transforma em corpo de Cristo, e a substância do vinho se transforma em sangue de Jesus. Por isso, esta doutrina é chamada !ransubstanciação. 51 Adão Carlos Nascimento -A Razão de Nossa Fé -p. 35. 120 ESTUDO N? 11 A SANTA CEIA b) Os luteranos e afins rejeitaram a transubstanciação. Eles entendem que o pão continua sendo pão e o vinho conti- nua sendo vinho. Mas, junto com as substâncias do pão e do vinho estão,no ato da celebração, as substâncias da carne e do sangue de Jesus. Por isso essa doutrina é chamada consubs- tanciação. c) Zwinglio rejeitou a transubstanciação e a consubstan- ciação. Para ele a Ceia é um memorial do que Cristo fez pelos pecadores e um ato de reatirmação de fë do participante. Esta doutrina chama-se memorial. E a doutrina adotada por várias igrejas evangélicas. d) Calvino, embora herdeiro do movimento de reforma iniciado por Zwínglio, não concordou coma interpretação me- morial. Para ele, o påoeo vinho não se transformam em outra substância, como afirma a transubstanciação. A substància do corpo e do sangue de Jesus não se soma à substância do pão e do vinho, como interpreta a consubstanciação. Mas, também, a Ceia não é um simples niemorial. Jesus está presente espiri- tualmente no pão e no vinho. Esta presença espiritual é tão real como o pão e o vinho. Por isto, ao participar do pão e do vinho, o crente participa espiritualmente do corpo e do san- gue deJesus. E assim como pão e vinho alimentamo corpo, a presença espiritual de Jesus nos elementos da Ceia alimenta espiritualmente o participante. Esta é a doutrina que nos parece aproximar-se mais do sentido das palavras de Jesus. Os BENEFICIOS DA PARTICIPAÇÃO NA CEIA A doutrina da presença espiritual de Jesus nos elemen- tos da Santa Ceia, que está intimamente ligada à concepção dos benefícios da participação na Ceia, foi resumida pelo teólogo Charles Hodge, da seguinte forma: "As virtudese os efeitos do sacrificio do corpo do Redentor na cruz se fazem presentes no sacramento e, neste, são comunicados ao participante, digno pelo poder do Espírito Santo, que utiliza o sacramento como seu instrumento, segundo sua vontade soberana".2 52 Citado porLouis Berkhof-Teologia Sistemática- p. 660. 121 CURSO PARA CATECUMENOS Reconhecemos que é muito mais cómodo adotar o en- sino de Zwinglio de que a Santa Ceia e apenas um memorial. Mas não é possível sustentar tal doutrina diante do ensino de Paulo em 1 Corintios 11.23-32. Se a Ceia é apenas um memo- rial, como sustentar que "aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor"? E que "quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si"? E como entender que, em Corinto, havia muitas pessoas fracas e doentes, e algumas até tinham falecido, pelo fato de haverem participado da Santa Ceia de maneira indevida? Tudoissoevidencia quea Santa Ceia é mais do que unm memorial do que Cristo fez pelos pecadores, e um ato de reafirmação de fé do participante. Jesus está presente, espiritualmente, no pãoeno vinho da Santa Ceia. E assim como pão e vinho são alinmento para o corpo, a presença espiritual de Jesus alimenta a nossa alma. A Ceia do Senhor é um meio de graça, isto é, um meio que Deus usa para nos nutrir e fortalecer espiritualmente. Por isto, devemos participar dela regularmente. Na antiga aliança, o israelita que deixasse de participar da páscoa, senm justificativa, era eliminado do povo de Deus (Nm9.13). Na nova aliança, o crente que deixa de participar da Ceia do Senhor, sem justifi- cativa, está fechando um canal de bênçãos para a sua vida e se aniquilando espiritualmente. Mas não basta participar, é necessário também que a participação seja correta. O apóstolo Paulo escreveu aos corin- tios que a causa de existir entre eles "muitos fracos e doentes" (1 Co 11.30), era a falta de discernimento na participação na Ceia do Senhor. O crente deve examinar-se a si mesmo, preparar-se e participar da Ceia do Senhor.Quem se examina e deixa de se preparar e de participar, está negando o Senhor Jesus Cristo está dizendo "sim" ao pecado e "não" à Cristo. "Qual é pois, a funço da Santa Ceia? A de um balanço nas contas, a de uma limpeza na casa, a de um banho no corpo.. Isso tudo não pode ser adiado, segundo interesses pessoais, sem graves prejuízos."53 53 Júlio Andrade Ferreira Antologia Teológica- IIl Volurme p. 91. 122 ESTUDO Ne11 A SANTA CEIA CONCLUSÃO Os dois sacramentos instituídos por Jesus Cristo o batismo e a Ceia do Senhor - são sinais e selos do pacto da graça. Eles são, também, o instrumento que Deus usa para fazer uma diferença visível entre os que pertencem à igreja e os de fora. Por isto, os que são de Cristo devem receber o batismo e participar regularnmente da Ceia do Senhor. TEXTOS BiBLICOS PARA LEITURA 1. A instituição da Páscoa - Ëxodo 12.1-28 2. A morte dos primogênitos - Exodo 12.29-36 3. Aos doze anos Jesus participa da Páscoa -Lucas 2.41-52 4. Jesus, o Cordeiro de Deus - João 1.29-31 5. Profecia sobre o sacrifício de Jesus - Isaías 53.1-12 6. A última Páscoa eainstituição da Ceia do Senhor - Mateus 26.17-30 7. Instrução quanto à celebração da Ceia do Senhor-1 Corintios 11.17-34 EXERCÍCIO PARA A FixAÇÃO DA MATÉRIA ESTUDADA Após estudar cuidadosamente a liço, responda, por escrito, às seguintes perguntas: 1. Qual éo objetivo da Ceia do Senhor? R: 2. Que é que os israelitas deviam fazer para marcar suas casas na noite da morte dos primogênitos? R: 123 CURSO PARA CATECUMENOS 33. Que é Páscoa? R: O cordeiro sacrificado na Páscoa, era um tipo de quem? R: Que é Ceia do Senhor? R: 6. Que é transubstanciaço? R: 7. Que é consubstanciação? R: Qual era o pensamento de Zwínglio sobrea Ceia do Senhor?8. R: 124 ESTUDO N9 11 A SANTA CEIA 9. Qual era o pensamento de Calvino sobre a Ceia do Senhor? R: 10. Que acontece com o crente que deixa de participar da Ceia do Senhor, sem justificativa? R: 125 126 Estudo n 12 DiZIMOS E OFERTAS Texto básico: Malaquias 3.8-10 ntes da fundação do mundo, Deus estabe- leceu um plano para a nossa salvação. E esse plano inclui uma organizaço para nos arre- banhar. A congregação de Israel, constituída dos cidados da nação israelita, era a instituição que reunia o povo de Deus na antiga aliança. Quando Jesus estabeleceu a nova aliança, ele instituiu a igreja para arrebanhar e congregar o seu povo, substituindo assim a congregação de Israel. Todas as organizações necessitam de recursos financeiros para funcionar. E a instituição que congrega o povo de Deus, não é uma exceção. A congregaço de Israel precisava de re- cursos para manter o santuárioe sustentar os levitas. A igreja necessita de recursos para manter o templo e suas instituições e para sustentar aqueles que se dedicam ao seu serviço. Por isso, Deus requer do seu povo o dízimo e as ofertas. O DiziMo NO ANTIGO TESTAMENTO Abraão foi o primeiro crente a dar o dízimo. Ele encontrou Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, e "de tudo lhe deu o dízimo" (Gn 14.20). Mais tarde o seu neto, Jacó, após uma experiência da presença de Deus, fez um voto ao SENHOR em que incluiu o compromisso de entregar o dízimo (Gn 28.18-22). Quando Deus deu a lei, através de Moisés, a entrega do dízimo foi incluida entre as obrigações do povo de Deus. O que antes era estabelecido pelo costume, foi incorporado à lei. "Também todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do cam- po como dos frutos das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENIHOR" (Lv 27.30). Os dizimos seriam usados para o sustento 127 CURSO PARA CATECUMENOS da tribo de Levi, que se dedicava ao serviço do santuário. "Aos filhos de Levi dei todos os dizimos em israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação" (Nm 18.21). Em Deuteronômio 14.28,29 está escrito que o dízimo seria usado também para amparo dos órfos, das viúvas e de pessoas carenteS. "O dizinmo era uma espécie de termômetro da vida es- piritual do povo de Deus. Nos tempos em que se mantinham fiéis a Deus, davam também o dizimo. Quando, porém, vinham períodos de pecado e desobediência, negligenciavam o paga- mento do dízimo"54 O último livro do Antigo Testamento traz uma repre- ensão severa àqueles que não entregavam o lizimo, e um apelo veemente para que contribuíssem fielmente. "Roubará o homema Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dizimos e nas ofertas. Com maldição sois amal- diçoados, porque a mim me roubais,vós, a naço toda. Trazei todos os dizimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida" (M1 3.8-10). O DiziMO NO Novo TEsTAMENTO Jesus sancionou a doutrina do dizimo. Ele disse: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortel, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!" (Mt 23.23). Ele condenou os escribas e fariseus porque negligenciavam os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; mas reafirmou o dever da entrega do dízimo. Observe que Jesus afirmou:"... devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas! Isto é, eles deviam praticar a justiça, a misericórdia ea fé, sem omitir a fiel entrega do dizimo. A congregação de Israel, como organização instituída para arrebanhar o povo de Deus, foi substituída pela igreja. 54 Walter Kaschel - Não Sou Meu p. 57. 128 ESTUDO N 12 DIZIMOS E OFERTAS Mas esta tambèm tem pessoas a seu serviço, que devem ser sustentadas por ela. "Não sabeis vós que os que prestam ser- vicos sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve a0 altar do altar tira o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho" (1 Co 9.13,14). As OFERTAS NO ANTIGO E NO Novo TESTAMENTO Além do dízimo, Deus exige de seu povo ofertas. Quando Deus determinou que os israelitas fizessem três grandes festas anuais de ação de graças, ordenou que em todas elas houvesse ofertas: ". ninguém apareça de mãos vazias perante mim" (Ex 23.15). Os israelitas receberam ordens para dedicar ao SENHOR vários tipos de ofertas. Havia as ofertas pelo pecado, ofertas votivas, as primícias da colheita e do rebanho, ofertas pelo nascimento e resgate dos primogênitos, vários outros tipos de ofertas e também as ofertas voluntárias. A ordem era bem clara: "Honra ao SENHOR COm os teus bens e com as primícias de toda a tua renda" (Pv 3.9). "A apresentação das várias ofertas e sacrifícios, com os hinos e as orações de arrependimento e gratidão, contribuíam para lembrar ao povo o Deus que lhe era invisível, e para ajudá- lo a não se tornar escravo das coisas que via e com que lidava diariamente. Fazendo ofertas, apresentando seus dízimos,o povo sentia melhor a presença de Deus e o fato de ser povo seu. Sentia o dever que tinha de prestar lealdade a este Deus que sempre atendia às suas necessidades e que sempre estaria bem perto para guiá-lo e abençoá-lo. Que melhor meio de evitar as tentações de egoísmo e desobediência? Era esta a finalidade das ofertas e dízimos" 55 Jesus também deu grande importncia às ofertas. ASsentado diante do gazofilácio, observava Jesus comoo povo lançava ali o dinheiro. Ora, muitos ricos depositavam grandes quantias. Vindo, porém, uma viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante. 55 Paul R. Lindholm Mordomia Cristá e Finanças da lgreja - p. 107. 129 CURSO PARA CATECÚMENOS E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade v0s digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais doque o fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que Ihes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuia, todo o seu sustento" (Me 12.41-44). Algumas pessoas afirmam que não do ofertas porque são dizimistas. Pensanm que entregando o dízimo fielmente estão cumprindo todas as suas obrigações financeiras com a obra de Deus. Mas o dízimo é o minimo. Quem entrega fielmente o dízimo está apenas cumprindo a sua obrigação de devolver ao Senhor a parte que Ihe cabe em nossa renda. Além do dizimo, devemos consagrar ao Senhor as nossas ofertas, pois são elas que demonstram a nossa gratidão a Deus e o nosso amor à sua igreja e à sua obra. BENÇÃOs DEcORRENTES Do DizimoE DAS OFERTAS Contribuir com o dízimo e com as ofertas é dever de todo membro da igreja. Mas não se pode esquecer que a nossa contribuição é uma fonte de bênçãos. Quando a igreja dispöe de mais recursos, mais pessoas são beneficiadas. Com mais recursos haverá mais evangelização e mais assistência aos necessitados. Mas, as maiores bênçãos estão reservadas para quem contribui. Quando Deus fezo apelo veemente aos israelitas para serem fiéis na entrega do dizimo, fez-lhes também um desafio: "... provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênços sem medida" (MI 3.10). E Deus não faiha em suas promessas. A simples condição de poder contribuirjáé uma bênção. Escrevendo sobreaoferta das igrejas da Macedônia, o apóstolo Paulo declarou: "Também, irmãos, vos fazemos conhecer a gTaça de Deus concedida ås igrejas da Macedônia; porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em gran- de riqueza da sua generosidade" (2 Co 8.1,2). Os crentes da Macedônia, apesar de pobres, glorificavam a Deus pela graça de poderem contribuir. Eles entendiam que 130 ESTUDO N° 12 DiZIMOS E OFERTAS era uma bênção ter alguma coisa para ofertar. Muitas pessoas gostariam de contribuir, mas não têm com que contribuir. Mui- tos gostariam de entregar 0 seu dizimo, mas não têm dízimo a entregar porque nada ganharam. Se vocè tem dizimo a entregar, porque você ganhou alguma coIsa. Se o seu dízimo representa uma importância muito elevada, é porque você ganhou muito. Portanto, poder contribuir já é uma bênção. A contribuição leva o crente a ser mais consagradoe a ter mais interesse na obra de Deus. E isto é mais uma bênção. Jesus afirmou que onde estiver o nosso dinheiro, aí também estará o nosso coração (Mt 6.19-21). Os crentes que contribuem mais para a igreja, geralmente demonstram também mais interesse para com a obra de DeuIS. Por fim, Jesus afirmou que receberemos a recompensa até por um copo de água fria que dermos a alguem, por este alguém ser seu discípulo (Mt 10.42). A nossa contribuição será recompensada com as bênçãos de Deus. E a experiência tem mostrado que os dizimistas fiéis e os ofertantes generosos são crentes abençoados, bem-sucedidos e felizes. CONCLUSÃO Todos nós, naturalmente, queremos que a nossa igreja tenha um templo bonito, bem construido, bem mobiliado, bem cuidado. Se o templo está feio, sujo, mal conservado, nós não gostamos. Se os bancos estão cobertos de poeira, se a aparelha gem de som não funciona bem, se os instrumentos são velhos e ultrapassados, nós reclamamos. Mas, às vezes, nos esquecemos de que a igreja necessita de dinheiro para manter o templo como desejamos. A igreja precisa de dinheiro tambem para pagar seus funcionários, socorrer as pessoas carentes, manter suas obras sociais e educacionais. Enfim, toda instituição precisa de dinheiro para funcionar, e a igreja não é uma exceção. Foi por isto que Deus determinou que os seus servos contribuam com o dízimo e com as ofertas. O dinheiro que ganhamos é bênção de Deus. O Senhor nos dá inteligência, saúde e energia para trabalhar, produzir e ganhar. E ele nos ordena que devemos entregar o dízimo 131 CURSO PARA CATECUMENOS de tudo, para o sustento da igreja onde ele nos colocou Deixar de entregar o dízimo é desobedecer a Deus e menos- prezar a igTeja. TEXTOS BíBLIcos PARA LEITURA 1. O dízimo de Abraão - Gênesis 14.18-24 2. O voto de Jacó - Gênesis 28.10-22 3. O dizimo incorporado à lei - Levitico 27.30-34 4. Os dizimos e os levitas - Números 18.21-32 5. Os dízimos e os pregadores - 1 Coríntios 9.1-14 6. A oferta das igrejas da Macedònia - 2 Coríntios 8.1-15 7. As recompensas - Mateus 10.40-42 EXERCÍCIO PARA A FXAÇÃO DA MaTÉRIa ESTUDADA Após estudar cuidadosamente a lição, responda, por escrito, às seguintes perguntas: 1. Quem foi o primeiro crente a entregar o dízimo? R: 2. Para que seria usado o dízimo dos israelitas? R: Qual é o texto do Antigo Testamento que traz o apelo mais veemente aos servos de Deus paraque entreguem o dízimo? . R: 132 ESTUDO Ne 12 DizIMOS E OFERTAS Qual é a prova, em Mateus 23.23, de que Jesus sancionou a doutrina do dízimo? R: Qual é o texto do Novo Testamento que mostra o dever da5. igreja de sustentar os pregadores do evangelho? R: 6. Que é que Jesus afirmou sobre a oferta da viúva pobre? Por que? R: 7. Quem recebe as maiores bênçãos decorrentes da entrega do dizimo e das ofertas? R: 8. Cite algumas bênçãos recebidas por aquele que contribui.8. R: 9. Qual é a finalidade dos dízimos e das ofertas? R: 133 CURSO PARA CATECÜMENOS 10. Completar: "Toda instituição precisa de dinheiro para funcionar; e a 1greja naoe uma exceção. A igreja precisa de dinheiro para construir o templo, mantê-lo, mobiliá-lo, equipá-lo. Precisa de dinlheiro também para seus funcionários, socorrer manter 134 Estudo n 13 A VIDA DEPOIS DESTA VIDA Texto básico: 1 Tessalonicenses 4.13-18. nossa salvação resulta de um processo que se iniciou antes da fundação do mundo, antes de existir o tempo, portanto, na eternidade, e que se consumará também na eternidade. Deus nos contem- plou com a sua graça, "assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele;e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Ef 1.4,5). E o processo se consumará quandob estivermos vivendo nos "novos céus e nova terra, nos quais habita justiça" (2 Pe 3.13). A MORTE E A REssURREIÇÃO Deus criou o homem para viver para sempre. Adão foi criado num estado de santidade positiva e era imortal, nO sentido de não estar sujeito à lei da morte. Se ele não pecasse, sua imortalidade seria confirmada. Mas o homem pecou,e passou a viver sob ojugo da morte. "Por um só homem entrou pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim tambéma morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Rm 5.12). Mas, que é morte? Morte é "a separação (seja natu ral ou violenta) da alma do corpo, separação essa pela qual é terminada a vida neste mundo".35 Logo que ocorre essa separação, o corpo entra em processo de decomposição. "Já Cumpriu a necessidade que dele tinha o espírito e, cumpricda a 56 J.H. Thayer - AGreek-Engalish Lexiconofthe NewTestament p. 282. 135 CURSO PARA CATECÜMENOS necessidade, é posto de lado" Mas a alma ou espirito continua vivo e consciente. Na morte dormimos aquie acor- damos imediatamente n outro lado desta vida. Se a pessoa. durante a sua vida, aceitou a salvação que Deus oferece em Jesus Cristo, logo após a morte a sua alma entra num estado de bem-aventurança consciente. Se rejeitou a oferta de salva- ção, a sua alma entra imediatamente num estado de castigo consciente. A Biblia Sagrada ensina, de modo bem claro, que a alma do verdadeiro crente, logo após a morte entra imediatamente num estado de bem-aventurança consciente. Quando o ladrão suplicou: "Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu rei no. Jesus Ihe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso" (Le 23.42,43). Eo apóstolo Paulo, quando sentiu que a sua morte se aproximava, declarou que morrer é "partir e estar com Cristo" (Fp 1.23). Os mortos estão vivos. Os crentes estão no céu, com Cristo; os ímpios estão no inferno. Ocorpo volta ao pó, mas não desaparecerá para sempre. Ele entra em decomposição, mas um dia se levantará do túmu- lo. "Todos os mortos serão ressuscitados com os seus mesmos corpos e não outros, posto que com qualidades diferentes, ficarão reunidos às suas almas para sempre" 35 A doutrina da ressurreição do corpo faz surgir em nossas mentes muitas interrogações. Uma delas é sobre as pessoas que foram sepultadas mutiladas. No caso de pessoas que morem em desastre de avião, é possível que partes de seu corp0 sejam sepultadas muito distantes uma da outra. E, como será a ressurreição dessas pessoas? No grande capítulo da ressurreição dos mortos-1 Coríntios15 - o apóstolo Paulo responde: "Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? E em que corpo vém? Insensato! O que semeias não nasce, se primeiro não morrer; e, quando semeias, não semeias o corpo que há de ser, mas o simples grão, como de trigo ou de qual- quer outra semente. Mas Deus lhe dá corpo como lhe aprouve darea cada uma das sementes o seu corpo apropriado.... Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo S7 Ray Summers-A Vida no Alen-p. 21. 58 Conlissão de Fé de VWestminster XXXIl.2. 136 ESTUDO NO 13 AVIDA DEPOIS DESTA VIDA na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em deson- ra, ressuscita em glória. semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder. Semeia-se corpo atural, ressuscita corpo espiritual" (1 Co 15.35-38, 42-44). A ressurreição será operada pelo poder cle Deus, e ele sabe como resolver esse e outros problemas. O corpo ressuscitado será o nmesmo que foi sepultado, porém de substância diferente. O corpo que temos corresponde às neces sidades deste plano fisico de existência; o corpo ressuscitado será um corpo perfeitamente adaptado às necessidades do tipo de vida que teremos na outra existência. Devemos lembrar também que nem todas as pessoas passarão pela morte. Os que estiverem vivos na segunda vinda de Cristo não morrerão, mas serão transformados num abrir e fechar de olhos. O apóstolo Paulo explicou este assunto as- sim: "Eis que vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptiveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade" (1 Co 15.51-53). A SEGUNDA VINDA DE CRISTOo A Biblia Sagrada relaciona a ressurreição dos mortos com a segunda vinda de Cristo. O apóstolo Paulo escreveu: "Não queremos, porém, irmãos que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. .. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os nmortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os VIvos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhornos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor." (1 Ts 4.13,14,16,17). Jesus prometeu voltar ao nundo para consumar sua obra. Ele disse aos discípulos: "Não se turbe o vosso coração; 137 CURSO PARA CATECUMENOS credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós tanmbém" (Jo14.1-3). Esta promessa foi repe- tida várias vezes, de várias maneiras. No nmomento da ascensão de Jesus, estando os discípulos "com os olhos fitos no céu, eis que dois varões vestidos de branco se puseram ao lado deles, e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu, assim virá do modo como o vistes subir" (At 1.10,11). A segunda vinda de Cristo será um fato maravilhoso para os seus servos. Mas será terrível para os ímpios. "Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expec- tativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados. Então se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória" (Le 21.25,26). A promessa da segunda vinda de Cristo é uma fonte de conforto e esperança para o cristão. Billy Graham escreveu que "cristão algum tem o direito de andar por ai torcendo as mãos, imaginando o que devamos fazer diante da atualsituação do mundo. A Escritura diz que em meio à perseguição, confusão, guerras e boatos de guerra, devemos reconfortar-nos mutua- mente como conhecimento de que Jesus Cristo está voltando em triunfo, glória e majestade".59 Quando se dará a segunda vinda de Cristo? Ninguém sabe. Jesus afirmou que nem os anjos sabem o diaeahora, mas apenas o Pai (Mt 24.36). Por isto, a recomendação de Jesus é esta: "Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor" (Mt 24.42). O Juizo FINAL E O DESTINO ETERNO Jesus declarou também que, na sua segunda vinda, julgará os homens: "Porque o Filho do Homem há de vir na 59 Billy Graham -Mundo em Chamas p. 234. 138 ESTUDO N9 13 A VIDA DEPOIS DESTAVIDA glória de seu Pai, com os seus anjos, e então, retribuirá a cada um conforme as suas obras" (Mt16.27). Algumas pessoas perguntam: Se os salvos estão no céu e os ímpios no inferno, por que haverá um juízo final? A resposta é que o juízo final no tem como objetivo definir o destino eterno dos homens. A Bíblia ensina que este destino é determinado na hora da morte de cada pessoa. Quem mor- re firmado em Jesus Cristo, esta salvo; quem morre em seus pecados, está eternamente perdido. O propósito do juízo final é expor, diante de todas as criaturas racionais, a glória de. Deus, num ato formal que engrandecera a sua santidade, justiça, graça e misericórdia. No juízo final Deus manifestará a Sua graça e misericórdia, salvando os pecadores que se arrependeram e aceitaram risto; e a Sua justiça, condenan- do aqueles que permaneceram rebeldes e que morreram em seus pecados. No juízo final serão julgados os anjos decaídos, isto é, Satanás e seus demônios, e todos os individuos da raça humana. Algumas pessoas entendem que os crentes não serão julgados, já que Jesus prometeu que aquele que dá ou- vidos à Sua palavra " tem a vida eterna, no entra em juízo, mas passou da morte para a vida" (Jo 5.24). Mas o contexto mostra que as palavras de Jesus indicam que os salvos não entrarão em juizo condenatório, ou seja, não serão condenados. Os ímpios serão julgados e condenados; mas os salvos serão julgados e absolvidos, porque Jesus já sofreu na cruz o castigo que merecemos, "o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos" (Is 53.6). Os impios sofrerão eternamente. Não sabemos, com precisão, em que consistirá o castigo dos ímpios. Mas é pos- sivel entender, pela Bíblia Sagrada, que eles serão privados totalmente do favor divino, experimentarão uma perturbação infindável, sofrerão dores reais no corpo e na alma, e estarão sujeitos às dores de consciência, à angústia, ao choro e ao desespero. Os salvos herdarão o céu e também a nova criação. A Biblia não diz claramente como será esta nova criaço. Mas 0 apóstolo Pedro afirmou que Jesus ficará no céu "até aos 139 CURSO PARA CATECÚMENOS tempos da restauração de todas as coisas" (At 3.21). E que "esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça" (2 Pe 3.15). Sabemosque toda a criação foi atingida pelas consequências do pecado. E cremos que Deus restaura- rá a criação após o juiz0 final. Mutos teólogos acreditam que Deus vai restaurar o universo às condições originais em que ele foi criado. E os servos de Deus, com corpos imortais e almas inteiramente aperfeiçoadas, habitarão na terra e servirão ao Criador eternamente, em espírito e em verdade. CONCLUSÃO A perspectiva de habitarmos a terra, totalmente res- taurada, enche o nosso coração de grande alegria. Contudo, a Biblia não diz claramente que este é o futuro que nos espera. Mas, graças a Deus, afirma que o nosso futuro será glorioso. O apóstolo João descreveu a visão que lhe foi dada do nosso futuro assim: "Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, ea morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisaspassaram" (Ap 21.3,4). Eo apóstolo Paulo registrou que "nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam" (1 Co 2.9). TEXTOS BíBLIcos PARA LEITURA 1. A velhice e a morte - Eclesiastes 12.1-7 2. A ressurreição de Cristo, penhor da nossa ressurreição 1 Coríntios 15.1-19 5. 0s ressuscitados terão corpoS 1 Coríntios 15.35-49 4. Os vivos serão transformados -1 Coríntios 15.50-58 5. A segunda vinda de Cristo - Mateus 24.3-14, 29-31 6. O grande julgamento - Mateus 25.31-46 7. O novo céu e a nova terra - Apocalipse 21.1-8 140 ESTUDO N° 13 A VIDA DEPOIS DESTA VIDA ExERcICIO PARA A FIXAÇÃO DA MATÉRIA ESTUDADA Após estudar cuidadosamente a lição, responda, por escrito, às seguintes perguntas: 1. Quando se iniciouo processo da nossa salvação? R: 2. Equando se consumará esse processo? R: 3. Que é morte? R: 4. Que acontece com a alma do crente logo após a morte? R: 5. Todas as pessoas vão morrer? Por que? R: 6. Quando se dará a segunda vinda de Cristo? R: 141 CURSO PARA CATECUMENOS 7. Qual é o propósito do juízo final? R: 8. Quem será julgado no juízo final? R: Por que os servos de Jesus Cristo serão absolvidos no juízo final? 9 R: 10. Qual será a situação dos salvos, após o juízo final? R: 142 CURSO PARA CATECMENOS BIBLIOGRAFIA Almeida, Antônio - CURSO DE DOUTRINA BÍBLICA - São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1959. Berkhof, Louis - MANUAL DE DOUTRINA CRIST - Campinas, SP, Luz Para o Caminho, 1985. Berkhof, Louis TEOLOGIA SISTEMÁTICA - Campinas, SP, Luz Para o Caminho, 1990. CONFISSO DE FË E CATECISMO MAIOR DE WESTMINSTER- São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1980. Ferreira, Júlio Andrade - HISTORIA DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL-São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1960. Graham, Billy - MUNDO EM CHAMAS - Rio de Janeiro, Distribui- dora Record, 3 edição. Gutzke,Manford G. - PALAVRAS CHAVES DA FË CRIST - São Paulo, Edições Vida Nova Sociedade Religiosa, 1970. Kuiper, R. B. EVANGELIZAÇÃO TEOCÊNTRICA São Paulo, Publicações Evangélicas Selecionadas, 1976. 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Adão Carlos Nascimento éDoutor em Ministério(D.Min) Pós-Graduado em Gestäo Educaclonal Especialista em Educação a Distància, Bacharel em Administração de Empresas e Bacharel em Teologia. Escritor. Membro da Academia Campinensede Letras |SON www.z3ldelas.com.br