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Melanie Klein 03 - A posicao depressiva

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4. A posição depressiva e o nascimento do sujeito histórico
Posição Esquizoparanóide e depressiva: conceitos kleinianos de
organizações psicológicas que geram domínios distintos da
experiência ou estados do ser.
O sujeito não abandona a posição esquizoparanoide no “limiar” da
posição depressiva; pelo contrário, ele estabelece, com maior ou
menor êxito, uma relação dialética entre as duas:
um relacionamento no qual cada estado cria, preserva e nega o
outro, assim como ocorre com a mente consciente e inconsciente
no modelo topográfico de Freud.
Posição Esquizoparanóide – revisão:
É um modo gerador de experiência impessoal e automático.
Perigo e segurança são gerenciados através da descontinuação da
experiência (por meio da clivagem) e da expulsão para dentro da
outra pessoa de aspectos ameaçados e inaceitáveis do self (por
meio da identificação projetiva).
A posição esquizoparanoide envolve um estado não reflexivo do
ser; os pensamentos e sentimentos do sujeito são eventos que
meramente ocorrem.
Por que posição depressiva? P. 96
A Transição para a posição depressiva
Ingressar na posição depressiva envolve um avanço psicológico
monumental.
É análoga ao encaixe de um quebra-cabeça, que cria lentamente
uma concepção do todo a partir da soma das partes.
Identificação Projetiva: é um dos principais veículos (em associação
com a maturação psicofisiológica e a predominância de
experiências boas) pelos quais o indivíduo move-se da posição
esquizoparanoide para a posição depressiva.
Na posição esquizoparanóide: o mundo objetal do bebê consiste
de objetos parciais, que interagem ao longo de linhas
pré-determinadas pelos dois maiores códigos instintuais.
A experiência real, a não ser quando modificada pelo processo
da identificação projetiva, irá simplesmente confirmar as
preconcepções polarizadas do bebê sobre perigo absoluto e
segurança serena.
A interação com a mãe, que constitui a identificação projetiva,
possibilita ao bebê modificar suas preconcepções instintuais, isto é,
a aprender com a experiência.
A antecipação não reflexiva do bebê quanto a uma rejeição sádica
por parte da mãe pode ser enfraquecida pelo “processo continente.”
Identificação Projetiva: Sistema Gerador de Significado.
___________
ADENDO: SOBRE A IDENTIFICAÇÃO PROJETIVA
Fonte: RIBEIRO, Marina Ferreira da Rosa. Uma reflexão conceitual entre identificação projetiva e
enactment: O analista implicado. Cad. psicanal., Rio de Jeneiro , v. 38, n. 35, p. 11-28, dez. 2016 . 
Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952016000200001&lng=pt&nrm=iso
>. acessos em 30 mar. 2022.
Pela identificação projetiva, o ego torna-se indiscernível do objeto,
há um amálgama projetivo e introjetivo do ego e do objeto.
Uma fantasia inconsciente entre analista e analisando, podendo ter
um caráter mais agressivo e expulsivo, portanto defensivo, ou um
caráter mais comunicativo, sendo que os mecanismos de cisão e
projeção, em intensidades diversas, estão sempre implicados. 
Trata-se de uma forma específica de identificação que tem um
caráter de expulsão violenta de partes do self para dentro do objeto,
enfraquecendo o ego, gerando confusão e indiscriminação entre
sujeito e objeto.
Se a expulsão for de partes consideradas más, há intensificação da
persecutoriedade em relação ao objeto.
Se o que predominar for a projeção de partes boas, isso tanto pode
tornar as relações de objeto mais amorosas, favorecendo a
introjeção do bom objeto e gerando integração, quanto um
enfraquecimento do ego, caso a projeção das partes boas seja
excessiva.
Quando a projeção de partes boas é demasiada, a mãe (e
posteriormente outras pessoas) pode tornar-se o ideal do ego,
favorecendo relações de dependência extrema e um
empobrecimento do ego, pois os aspectos bons são todos
atribuídos a um outro e não podem ser assimilados pelo ego.
A identificação projetiva é compreendida como um elo de ligação,
com um aspecto comunicativo, sendo que as qualidades psíquicas
(no que diz respeito, a conter as angústias do bebê e do paciente)
da mente da mãe e do analista são consideradas.
Na identificação projetiva, na qual predominam os aspectos
agressivos e expulsivos, prevalece um funcionamento psicótico. Na
identificação projetiva, na qual sobressaem os aspectos
comunicativos, estamos diante de um funcionamento não psicótico.
 __________
Integração de objetos bons e maus:
Fatores maturacionais: diminuição da intensidade do instinto e um
desdobramento das capacidades cognitivas, incluindo a
estabilização da capacidade de teste de realidade e memória.
Experiência real: A experiência satisfatória com objetos aumenta
os sentimentos do bebê de vínculo e amor a partir de objetos
internos bons, além de diminuir o medo do bebê de objetos maus.
A partir da experiência satisfatória: objetos maus não precisam
continuar a serem expulsos de forma violenta pela projeção e pela
identificação projetiva. O resultado é uma diminuição da ansiedade
persecutória. O objeto bom não necessita ser mantido tão distante,
emocionalmente, do objeto mau e, ao longo do processo, aspectos
bons e maus do self e objetos parciais bons e maus podem ser
gradualmente experimentados como qualidades diferentes de um
objeto único e de um self único.
O Desenvolvimento da Subjetividade
No processo de evoluir de um relacionamento com objetos parciais
para um relacionamento com objetos inteiros, bem como de
experiências cindidas do self para uma continuidade de
experiências do self, o bebê se torna humano e potencialmente
empático.
Isso se deve a uma mudança na qualidade da experiência da
Posição Depressiva: Capacidade melhorada de diferenciação
self-objeto, desenvolvimento da capacidade de formação simbólica,
capacidades aprimoradas de modulação afetiva, teste de realidade
e memória.
DIFERENCIAÇÃO ENTRE SÍMBOLO E SIMBOLIZADO
Posição Esquizoparanóide: Símbolo e simbolizado –
emocionalmente intercambiáveis:
- imediatismo da experiência
- concretude de pensamentos
- engessamento no manifesto
- experiência delirante
O eu surge na separação entre símbolo e simbolizado:
Símbolo / Eu / Simbolizado
Eu – intérprete dos símbolos do sujeito, intermediário entre o self e
a experiência sensorial.
A partir do momento em que o bebê é intérprete das suas
percepções – nasce enquanto sujeito – todas as experiências são
vividas por ele, enquanto na posição esquizoparanóide, o bebê era
vivido pelas experiências.
Viver e criar as experiências, implica na possibilidade de empatia:
projetar o seu estado mental em seu sentido do outro, considerando
a possibilidade de que outras pessoas experimentem sentimentos e
pensamentos de forma muito similar a si-mesmo. Surge o
sentimento de preocupação com o outro.
Preocupação: capacidade de sentir culpa [responsabilização] e
desejo de fazer reparações.
Experiência de destruição e reparação:
Posição esquizoparanóide: onipotente – o objeto é desprovido de
subjetividade. A angústia é de aniquilamento, desaparecimento.
Posição depressiva: preocupação – o objeto possui subjetividade, é
um objeto inteiro que o sujeito teme afastar, machucar ou matar. A
angústia é o medo da perda do objeto.
Luto: Doenças depressivas e maníaco-depressivas são defesas à
angústia depressiva.
O Manejo do Perigo na Posição Depressiva
Renúncia à onipotência – cria o real como entidade separada dos
pensamentos do indivíduo.
O simbolizado – destinatário dos pensamentos individuais no real é
liberto do símbolo – meus pensamentos e sentimentos sobre isso.
Inveja e Ciúmes
Inveja – Posição Esquizoparanóide - Manifestação da pulsão de
morte – relacionamento com um objeto parcial, no qual o sujeito
odeia o objeto por ter o que ele acha que não tem e
desesperadamente precisa ter. O sujeito deseja roubar do objeto
aquilo que puder e destruir aquilo que não puder roubar.
Não é apenas o ódio do objeto por não se possuir um bem, mas
também ódio do próprio bem: dono e o bem possuído são
equivalentes.
Ciúme – Posição Depressiva – Relação com objetos inteiros
envolvendo3 pessoas. Manifestação do desejo do sujeito de ser
amado da forma que ele sente que a outra pessoa (objeto do
ciúme) é amada por uma terceira pessoa.
Raiva pela exclusão de um relacionamento amoroso.
Série de acordos desejo-medo estabelecidos, em grande parte,
para lidar com a ambivalência: Deslocamento do ódio para um
terceiro, como forma de preservar o objeto amado, por medo de
perde-lo.
A relação entre inveja e ciúme: O sujeito deseja ser amado e
sente-se excluído da relação, por uma outra pessoa, a quem vê
desfrutar, em vez dele, daquele relacionamento amoroso.
Nem a inveja nem o ciúme são encontrados em formas puras.
A criação da história
Reparação: não desprezar o passado e começar novamente.
Posição esquizoparanóide: não existe história – cada evento novo
muda todos os anteriores, desprezando o passado.
Posição depressiva: o sujeito sente (culposamente) que machucou
uma pessoa e não há o que possa ser feito para escapar desse
fato. Ele pode tentar uma reparação, mas não há como escapar do
passado.
Risco do abandono e sentimento de solidão – p. 88-89.
A Responsabilidade pela ação na Posição Depressiva
Reconhecer o papel do sujeito como intérprete da experiência –
assumir a responsabilidade pelas suas ações.
Responsabilidade – liberdade – fazer escolhas, nas quais sente
graus variáveis de liberdade, dependendo da percepção da
importância de fatores limitantes internos e externos.
A Defesa Maníaca
Pacientes que alcançaram a posição depressiva de forma instável.
Incorpora elementos da Posição esquizoparanóide e depressiva.
Defesa contra a ansiedade depressiva mas implica em modos de
defesa característicos da posição esquizoparanóide: clivagem,
negação, projeção, introjeção, identificação projetiva.
Negação do indivíduo acerca da sua dependência de outras
pessoas. Fantasia inconsciente de controle onipotente sobre os
objetos, como resposta ao medo da perda.
O paciente maníaco vive em um mundo atuador, onde os eventos
falam por si-mesmos e são manejados de forma reativa.
A Conquista da Ambivalência
Odiar a mesma pessoa a quem se amou e, inconscientemente,
ainda se ama e espera amar abertamente mais uma vez.
A história não é reescrita.
Ambivalência está para além dos sentimentos de amor e ódio em
relação ao mesmo objeto, pois isso, pode se manifestar na relação
com objetos parciais.

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