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1 A política e o planejamento linguísticos estão relacionados a questões envolvendo as línguas e a sociedade. Uma das formas de se pensar em uma pedagogia da variação linguística e transitar pelos meandros que caracterizam a pluralidade da língua é a que considera e discute primordialmente políticas linguísticas. Sobre política e planejamento linguísticos, assinale a alternativa. CORRETA: A) O planejamento linguístico é a implementação prática de uma política linguística. B) As medidas oficiais de um planejamento linguístico podem decorrer de dois tipos de gestão: in vivo e in vitro. C) A política linguística representa um conjunto de escolhas referentes às relações entre a língua e a gramática normativa. D) A política linguística cabe ao Estado, pois este é que possui as condições necessárias para colocá-la em prática. 2 Bagno (2007) faz uma distinção dos traços usados pelos falantes do português brasileiro, que representam uma série de regras variáveis da língua. São eles: os traços graduais e os traços descontínuos. Com base no exposto, analise as sentenças a seguir: I- Os traços descontínuos são frequentemente alvos de preconceito, por serem estigmatizados. II- Os traços descontínuos são característicos de classes sociais altas, que são escolarizadas e geralmente pertencem a zonas urbanas. III- Os traços graduais estão presentes na fala de todos os brasileiros, mesmo de origem social, regional distintas. Assinale a alternativa CORRETA: A) As sentenças I e II estão corretas.B) Somente a sentença II está correta.C) Somente a sentença I está correta.D) As sentenças I e III estão corretas. 3 O dialeto, no estudo das variedades linguísticas, é uma variedade de dada comunidade. Com relação ao dialeto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Para a sociolinguística, somente as variações regionais são dialetos. ( ) Os estudiosos da sociolinguística consideram o dialeto uma língua de menor prestígio. ( ) Para a sociolinguística, a língua ou dialeto não têm distinção de grau de importância. ( ) Os dialetos são idênticos às línguas do ponto de vista sociolinguístico, mas não têm tudo que as línguas têm. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: A) F - V - V - V.B) F - F - V - F.C) V - V - F - F.D) F - F - F - V. 4 Língua natural é qualquer linguagem desenvolvida naturalmente pelo ser humano, e que por isso mesmo implica interações sociais de sua vida. Podemos dizer que as línguas, a partir de uma percepção social, variam de acordo com inúmeros fatores. No que se refere aos fatores que determinam a variedade entre as línguas, analise as seguintes sentenças: I- Um dos fatores de variação é o que diz respeito à região do falante. Cada região possui características fonéticas distintas. II- A situação na qual o falante está no momento da fala também é fator de variação. III- Nível social e escolaridade devem ser desconsiderados quando se trata do estudo da variação linguística. IV- A "norma culta" brasileira é composta por diferentes variedades linguísticas. Assinale a alternativa CORRETA: A) As sentenças II e III estão corretas.B) Somente a sentença I está correta.C) As sentenças I, II e IV estão corretas.D) As sentenças III e IV estão corretas. 5 Estudos voltados à diversidade linguística brasileira costumam chamar a atenção não apenas de pesquisadores e acadêmicos dos cursos de Letras, mas também da mídia televisiva, que, não raro, realiza reportagens divulgando Atlas Linguísticos. Chama a atenção o uso do pronome "tu" (no Sul do Brasil), a forma como o mineiro encurta as palavras, as diferenças lexicais entre as regiões, como pernilongo ou muriçoca, pão francês ou cacetinho, caracterizando fenômenos de variação linguística. Sobre o fenômeno da variação, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Cada pessoa fala conforme a região onde vive ou nasceu, o que caracteriza o fenômeno da variação diatópica. ( ) Quando você repara nas diferenças de falar a língua portuguesa por questões sociais, como de idade ou sexo, você está analisando a variação diafásica. ( ) Também falamos conforme a data em que nascemos, isto é, conforme nosso momento histórico, o que se caracteriza como variação diamésica. ( ) Quando falamos sobre gírias, podemos tratar de variação linguística diatópica, diastrática, diafásica e diacrônica, pois analisamos as situações informais de uso, os aspectos sociais, culturais e históricos. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: A) F - V - V - V.B) V - F - F - V.C) F - V - F - F.D) F - F - V - F. 6 O mito do monolinguismo nega a existência de certas variedades linguísticas do português brasileiro. Leia o poema "Vício na fala", escrito por Oswald de Andrade em 1922: Vício na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados Analisando o conteúdo do poema, sob o olhar da sociolinguística, analise as sentenças a seguir: I- Os versos caracterizam variação no nível fonético-fonológico das palavras, sem interferir no sentido construído socialmente acerca delas. II- O poema apresenta palavras com transformação lexical do lh em i. III- As palavras "telhado, telha, pior, melhor, milho" sofrem mudança de sons na sua estrutura, revelando a incapacidade de certos falantes em pronunciar dois fonemas vocálicos (vogal e semivogal ou vice-versa) numa mesma sílaba. A) As sentenças I e III estão corretas.B) As sentenças I e II estão corretas.C) Somente a sentença III está correta.D) Somente a sentença I está correta. 7 A sociolinguística é o estudo descritivo do efeito de qualquer e todos os aspectos da sociedade, incluindo as normas culturais, expectativas e contexto, na maneira como a linguagem é usada, e os efeitos do uso da linguagem na sociedade. A sociolinguística tem uma maneira particular de debater o uso do termo dialeto. Com base no exposto, assinale a alternativa CORRETA que apresenta o conceito de dialeto: A) São línguas menos importantes se comparadas às línguas oficiais. B) São línguas secundárias procedentes da mistura de muitas outras línguas. C) São línguas menores, mais simples e que não respeitam as normas gramaticais. D) São línguas que não atingiram a autonomia na imaginação popular. 8 Weinreich, Labov e Herzog (1968) propuseram cinco problemas e princípios empíricos para uma teoria da variação e mudança linguística: I. Fatores condicionantes; II. Encaixamentoda variação; III. Avaliação das mudanças; IV. Transição; V. Implementação. A partir desses princípios, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) A gramática normativa de uma língua é responsável por sua ordenação, uma vez que a variação linguística é orientada pela desordem, pela mudança em curso. ( ) A variação da variante de segunda pessoa do plural na língua portuguesa levou a uma mudança linguística na fala dos brasileiros, substituindo o pronome "vós" por "vocês". ( ) É possível descrever um fenômeno de variação linguística condicionado ao fator idade. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA A) V - V - V.B) V - F - V.C) V - V - F.D) F - V - V. 9 Quando estudamos a língua oral, podemos observar suas particularidades com relação à língua escrita. No que tange ao nível da variação linguística fonético-fonológica, muitas são as mudanças que podem ocorrer. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) No nível de variação fonético-fonológica, pode ocorrer variação do L nos encontros consonantais, isto é, o som de L pode ser pronunciado como um R (exemplo: flauta - frauta). ( ) No nível de variação morfofonológica, pode ocorrer o apagamento do som do R em final de palavra (exemplo: mulher - mulhé). ( ) No nível de variação fonético-fonológica, analisa-se o fato de uma comunidade falar boniteza enquanto outra fala beleza, duas pronúncias para um só termo. Assinale alternativa que apresenta a sequência CORRETA: A) F - V - F. B) V - F - V. C) V - V - F. D) F - F - V. 10 A língua portuguesa, bem como sabemos, é língua oficial no Brasil. Isso não quer dizer, no entanto, que ela seja homogênea. Pelo contrário, há várias formas assumidas pelos brasileiros como língua portuguesa. Leia o texto, excerto de uma música tradicional do Sul do Brasil, e analise as sentenças a seguir: Bombachudo, Tradicionalismo Gaúcho Bombachudo vá chegando é dia de marcação Solte o pingo lá no pasto vê se chegue pro galpão Aqui tem cachaça buena tem churrasco e chimarrão Boa prosa e cordeona e violão. I- Podemos dizer que a música apresenta uma variedade do Sul do Brasil como reflexo da cultura e história de uma comunidade de fala. II- Na música, podemos encontrar a representação de língua nacional brasileira na forma legitimada como padrão. III- A partir da música "Bombachudo", podemos analisar aspectos da variação diatópica, relacionada com as diferenças linguísticas por região. IV- Diferentemente da língua, o dialeto não é constituído por uma gramática, apenas por um léxico, logo, a música precisa ser escrita em língua portuguesa. Assinale a alternativa CORRETA A) As sentenças II e III estão corretas.B) As sentenças I, III e IV estão corretas.C) Somente a sentença I está correta.D) As sentenças I e III estão corretas. 11 (ENADE, 2008) Com relação aos estigmas linguísticos, vários estudiosos contemporâneos julgam que a forma como olhamos o "erro" traz implicações para o ensino de língua. A esse respeito, leia a seguinte passagem, adaptada da fala de uma alfabetizadora de adultos, da zona rural, publicada no texto Lé com Lé, Cré com Cré, da obra O Professor Escreve sua História, de Maria Cristina de Campos. "Apresentei-lhes a família do ti. Ta, te, ti, to, tu. De posse desses fragmentos, pedi-lhes que formassem palavras, combinando-os de forma a encontrar nomes de pessoas ou objetos com significação conhecida. Lá vieram Totó, Tito, tatu e, claro, em meio à grande alegria de pela primeira vez escrever algo, uma das mulheres me exibiu triunfante a palavra teto. Emocionei-me e aplaudi sua conquista e convidei-a a ler para todos. Sem nenhum constrangimento, vitoriosa, anunciou em alto e bom som: "teto é aquela doença ruim que dá quando a gente tem um machucado e não cuida direito". O fenômeno sociolinguístico constituído pela passagem da proparoxítona "tétano" para a paroxítona "teto", na variedade apresentada, é observado também no emprego de: A) "figo" em lugar de fígado, e "arvre" em vez de árvore. B) "paia" em lugar de palha, e "fio" em lugar de filho. C) "mortandela" em lugar de mortadela, e "cunzinha" em vez de cozinha. D) vende" em lugar de vender, e "cantá" em vez de cantar. 12 TEXTO I Sendo linguisticamente diversificada, a colônia portuguesa viu o idioma da metrópole tornar-se oficial em suas terras somente no século XVIII, quando Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), Ministro de Estado do Rei José I (1750-1777) e futuro Marquês de Pombal, viu a necessidade da integração definitiva dos nativos para garantir a soberania do Estado Português sobre aquele território. Na ocasião, entre outras medidas, ele expulsou os padres jesuítas, proibiu a chamada “língua geral” e a escravidão indígena no Maranhão e incentivou a miscigenação entre portugueses e índios. No século XIX, a língua portuguesa já era predominante. TEXTO II Quando ouvir dizer que o Brasil é um país tupiniquim, não se irrite. Nos primeiros dois séculos após a chegada de Cabral, o que se falava por estas bandas era o tupi mesmo. O idioma dos colonizadores só conseguiu se impor no litoral no século XVII e, no interior, no XVIII. Em São Paulo, até o começo do século passado, era possível escutar alguns caipiras contando casos em língua indígena. No Pará, os caboclos conversavam em nheengatu até os anos 40. Mesmo assim, o tupi foi quase esquecido pela História do Brasil. Ninguém sabe quantos o falavam durante o período colonial. Era o idioma do povo, enquanto o português ficava para os governantes e para os negócios com a metrópole. Os principais documentos, como as gramáticas e dicionários dos jesuítas, só começaram a ser recuperados a partir de 1930. A própria origem do tupi ainda é um mistério. Calcula-se que tenha nascido há cerca de 2 500 anos, na Amazônia, e se instalado no litoral, no ano 200 d.C. Com base nos textos apresentados, é correto afirmar que: A) O fato de o tupi ter deixado de ser falado no Brasil deveu-se a motivações políticas, ideológicas e culturais. B) A convivência de dois idiomas – o tupi e o português – ao mesmo tempo, no Brasil, ocasionou conflitos linguísticos em estados como Pará e São Paulo. C) O “idioma do povo” prejudicou a fixação do idioma português no Brasil, pois já estava sendo usado pelo povo por muito tempo. D) O português não teria prevalecido sobre o tupi se não fosse a interferência do Marquês de Pombal.
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