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EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA UNIBRA_GRUPO 6_Cidade Limpa Pet Feliz-numerado

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EXTENSÃOÊ&ÊINTERDISCIPLINARIDADE 2022.2
CURSOÊDEÊMEDICINAÊVETERINÁRIA
AÊAPLICAÇÃOÊDOÊCONHECIMENTOÊDAÊSAÚDEÊPÚBLICAÊNAÊ
PREVENÇÃOÊDASÊZOONOSESÊNASÊCOMUNIDADESÊCARENTESÊEÊ
PEQUENOSÊPRODUTORESÊRURAIS.Ê
Equipe executora: Carla Isabela Montarroyos Sales, Jessyca Júlia Lima da 
Silva, Joaquim Luiz de Oliveira França Sobrinho, Juliana Maitê de Lima, 
Kéllida Daniele Silvino Nunes do Nascimento, Marcelo da Silva Barros, Maria 
Fernanda Ferreira da Silva, Otávio Augusto Andrade de Oliveira França, 
Rogério Pereira Guimarães Júnior.
Professor(es) Norteador(es) da Turma 6AN: Ana Carolina Messias De Souza 
Ferreira Da Costa; Maria Luciana Menezes Wanderley Neves.
Disciplina(s) envolvida(s) pelo eixo do projeto: Doenças Infecciosas 
Bacterianas Dos Animais Domésticos; Doenças Infecciosas Virais Dos 
Animais Domésticos; Doenças Parasitárias Dos Animais Domésticos.
E-mail do responsável: rogeriogui@gmail.com. 
Centro Universitário Brasileiro (UNIBRA)
Curso de Medicina Veterinária – Extensão & Interdisciplinaridade 
Recife, PE. 
Palavras-chave:ÊZoonoses. Educação Sanitária. Saúde Pública.
CaracterizaçãoÊdoÊProblema
PredisposiçãoÊparaÊdoençasÊzoonóticasÊnaÊcomunidadeÊPoçoÊdaÊPanela.
O trabalho de pesquisa de Extensão & Interdisciplinaridade foi 
realizado na comunidade Poço da Panela, em Recife, tendo o curso de dois 
encontros onde foram cometidas entrevistas e coletas de dados no local, além 
do registro de informações de cunho estatístico para melhor resolução da 
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EXTENSÃOÊ&ÊINTERDISCIPLINARIDADE 2022.2
CURSOÊDEÊMEDICINAÊVETERINÁRIA
problemática. Primeiramente, realizou-se uma conversa com Laura, 
responsável pela ONG - Anjos do Poço, a qual é bastante influente e 
respeitada pelos moradores. A mesma encaminhou o contato da líder 
comunitária Linalda, que nos relatou os problemas da comunidade em 
questão. A partir desta conjectura, desempenhou-se uma visita na 
comunidade guiada por ela, que acompanhou toda a demanda de entrevistas, 
além de informar as principais situações que acometem o local. 
A comunidade é carente, conta com cerca de duzentos e oitenta 
famílias, a grande maioria composta de pessoas idosas, tendo uma incidência 
de seis a sete moradores por casa, em que o público jovem apresenta, em 
média, formação de ensino fundamental e ensino médio completo, divergente 
da maior parte de adultos acima de quarenta anos, que não concluíram os 
estudos.
A maior parte dos animais são vacinados através de campanhas 
municipais de saúde pública e controle de zoonoses, ou por meio da ONG que 
atende a comunidade, e que também providencia vermífugos e carrapaticidas 
para os animais domésticos, além de fornecer ajuda com ração aos tutores 
que não possuem condições financeiras sustentáveis para estas 
essencialidades. 
As pessoas que residem na região inteiraram que aproveitam um dia 
na semana para dar um banho nos animais. Muitos mostraram shampoos 
específicos de uso veterinário para cães e gatos, e relataram que 
normalmente os deixam secar em clima e temperatura natural, ao sol, 
normalmente em um quintal ou terraço da própria habitação.
Os animais domésticos da região são predominantemente de espécie 
felina e canina, com raça SRD que dispõem de acesso recorrente à rua, 
dormem nos confins das moradias - e alguns com seus tutores. A comunidade 
também não possui apoio em saneamento básico, que limita, por 
consequência, os conhecimentos sanitários devidos para criação de animais 
domésticos, acarretando em situações de acúmulo de lixo, dejetos e 
substâncias de origem animal por toda região. 
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Foi registrado nos encontros uma grande incidência de acúmulo de 
sedimentos pela rua. Poucas famílias confirmaram que possuem o hábito de 
limpar as fezes dos animais de estimação ao passear. 
É de conhecimento que o local sofre com vazamento de esgoto 
constantemente, devido à sobrecarga na rede de coleta que se conecta entre 
si, causando insalubridade nas ruas. Segundo a líder da comunidade, a atual 
rede de esgotos da COMPESA (Companha Pernambucana de Saneamento) 
é muito antiga e não acompanhou o crescimento da comunidade.
Outra observação que também exemplifica a ausência de iniciativas e 
campanhas comunitárias ou de políticas públicas locais de cunho 
conscientizador e intervencionista é que o próprio caminhão da Prefeitura 
Municipal do Recife, responsável pelo recolhimento do lixo, vai à comunidade 
duas vezes por semana realizar a retirada, porém acumula-se descartes a 
alguns metros de distância das casas dos moradores do Poço da Panela, e 
este lixo permanece no local por dias, o qual se torna um lugar suscetível à 
disseminação de doenças. 
A grande densidade de substâncias e dejetos de origem animal na 
região é algo de preocupação extrema, pois se trata de um fator que auxilia 
na proliferação de doenças, em especial as parasitárias, com ciclo em fase de 
contaminação no solo por meio de fezes, como por exemplo, a giardíase e a 
toxoplasmose. Além disso, foi recordado que a comunidade sofre 
periodicamente com a iminência de enchentes decorrentes da chuva e sua 
localização costeira ao rio Capibaribe, levando a incidência de meios aquosos 
contaminados, que aliados ao precário saneamento predispõem a 
leptospirose, babesiose, erliquiose.
No decorrer das entrevistas, houve relatos a respeito de 
envenenamento por Aldicarb, conhecido como “chumbinho”, considerado um 
dos praguicidas mais tóxicos, em que são vendidos de forma clandestina e 
usados ilegalmente como raticida doméstico. A toxidade do Aldicarb pode 
causar óbito em muitos animais, sobretudo os de companhia. Partindo deste 
pressuposto, subtende-se que a intoxicação de alguns cães e gatos da região 
analisada foi motivada pela insatisfação de alguns moradores com a 
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negligência de cuidados sanitários dos tutores destes animais, que permitem 
o seu livre trânsito, como também o dejeto de fezes e urinas em lugares 
inapropriados, e uso das áreas privadas e públicas comuns. 
Ademais, a região demonstra pouca quantidade de mosquitos e 
roedores, entretanto possui um alto registro de presença de morcegos e 
timbus nos arredores da comunidade. Esses acontecimentos inferem na 
possibilidade de fatores de risco para predisposição de infecções virais, 
bacterianas e parasitárias, mesmo que não haja relatos recentes de doenças 
de caráter zoonótico entre os indivíduos da comunidade. 
A maioria dos moradores da localidade não possui plano de saúde. A 
região conta com uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) que foi 
inaugurada em 2022, mas não tem médico ou agente de saúde atuante pela 
comunidade.
Figura 1
Título: Encontro do grupo realizado com a líder da comunidade Linalda, registrada em sua 
própria residência, no Poço da Panela em 17/09/2022.
Fonte: arquivo pessoal.
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Figura 2
Título: Grupo do Interdisciplinar. Registro após encontro com a líder da comunidade e dos 
moradores, onde foi realizado o questionário. Dia 17/09/2022.
Fonte: arquivo pessoal
Figura 3
Título: na entrada da residência da moradora Nair, onde conversamos com a mesma e 
realizamos o questionário.
Fonte: arquivo pessoal.
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Figura 4
Título: quintal da moradora Nair.
Fonte: arquivo pessoal.
Figura 5
Título: Entrada da casa da moradora Lúcia, onde foi realizado questionário.
Fonte: arquivo pessoal.
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Figura 6
Título: entrada da casa da proprietária Eduarda. 
Fonte: arquivo pessoal
Figura 7
Título: Cachorros da tutora Eduarda, localizado no corredor lateral da casa.
Fonte: arquivo pessoal.
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CURSOÊDEÊMEDICINAÊVETERINÁRIAFigura 8
Título: Rede de esgoto da COMPESA na comunidade.
Fonte: arquivo pessoal.
Figura 9
Título: vômito de felino com bola de pelo, registrado na calçada.
Fonte: arquivo pessoal.
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DoençasÊrelacionadas
Toxoplasmose
A toxoplasmose é uma doença de caráter parasitário conhecida 
comumente como “doença do gato”, transmitida em animais e seres humanos. 
A depender do habitat e do estágio evolutivo do parasita, são encontradas em 
regiões próximas a grandes centros urbanos, com saneamento deficitário e 
com fezes de animais infectados.
A toxoplasmose é conhecida pelo caráter de transmissão dos felinos, 
porque são os únicos a produzir oocistos, que são fabricados nas células 
intestinais de felídeos não imunes por esporogônios e eliminados imaturos 
junto às fezes. A maturidade, a sua esporulação, acontece no ambiente, em 
condições de imunidade (cerca de 85%), pH ácido e temperatura ambiente 
(27 a 30 graus). O processo leva até três dias, e, uma vez esporulado, podem 
permanecer infectantes no ambiente por anos. 
Os felinos são os hospedeiros definitivos e a principal fonte de infecção 
para animais de produção e de companhia. Enquanto para os humanos, são 
os animais de produção, além dos felídeos. Os animais domésticos podem se 
infectar de três modos, representados pela ingestão de oocistos, ingestão de 
cistos, e forma congênita ou transplacentária. Os humanos durante as 
atividades de jardinagem e de entretenimento, em que têm sua prevalência 
em regiões de clima quente e úmido, pois há condições favoráveis para 
manutenção dos oocistos. 
A contaminação por toxoplasmose em felinos domésticos 
está associada à ingestão de carnes cruas ou tecidos 
(geralmente associados a predação), à falta de higienização 
em residências e no ambiente em que vive. (FLEGR et al., 
2014, p.2). 
Ao ingerir o oocisto esporulado, ocorrerá a liberação do esporocisto 
(cada oocisto esporulado libera dois esporocistos, que posteriormente, 
liberam quatro esporozoítos), em seguida os esporozoítos são liberados e 
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passam a barreira hemo-linfática e entram na corrente sanguínea, onde se 
transformam na forma taquizoíta se generalizando. Após isso, multiplica-se 
dentro do sangue (podendo também ocorrer em órgãos), caracterizando a 
fase aguda da doença. Quando ocorre a ação do sistema imune, vai ter uma 
baixa da atividade, o protozoário transforma-se na forma bradizoíta, 
instalando-se na musculatura de um órgão. Mesmo com sua atividade baixa, 
continua ocorrendo sua multiplicação, caracterizando assim a fase crônica da 
doença. 
Os gatos possuem uma grande importância na manutenção do ciclo da 
doença, devido sua importância como agente intermediário e definitivo. 
Atuando como agente definitivo, por meio de um ciclo predatório e a ingestão 
de um roedor com um cisto de bradizoíta, a qual vai adentrar as células 
intestinais transformando-se na forma trofozoíto e começará o processo de 
multiplicação até romper a célula, subsequentemente entrará mais uma vez 
em outra célula intestinal transformando-se na forma merozoíto que realizar o 
mesmo mecanismo de multiplicação. Após romper a célula e adentrar uma 
nova, formará os gametas masculinos e femininos. O gameta masculino 
fecunda o gameta feminino, dando origem ao oocisto não esporulado, que vai 
esporular-se no ambiente.
A maioria das infecções cursa de maneira assintomática e desenvolve 
um estágio de latência, com parasitas localizados em cistos teciduais, 
principalmente nos tecidos musculares e no cérebro. Os sinais clínicos são 
variados, e incluem, geralmente, desde febre com discreta linfadenopatia até 
casos de maior gravidade, como o acometimento do sistema nervoso central, 
do sistema ocular ou abortamentos. 
Entre alguns sinais clínicos observados em caninos compreendem-se 
pneumonia, hepatite e encefalite. Nos felinos, os gatos são mais suscetíveis 
ao desenvolvimento de casos de hipertermia resistente ao tratamento, letargia 
e anorexia, podendo desenvolver para hepatite, pancreatite necrosante, 
encefalite. A lesão ocular é desenvolvida em muitos filhotes infectados, de 
maneira similar aos humanos.
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O diagnóstico é a partir da suspeita e necessita de confirmação 
laboratorial como testes sorológicos. Informações epidemiológicas sobre o 
perfil da infecção podem auxiliar no diagnóstico e determinação da origem. No 
entanto, na maioria das vezes, essas informações devem ser associadas às 
manifestações clínicas e aos exames laboratoriais subsidiários. 
O saneamento deve ser em base de principais medidas preventivas 
como cuidados gerais de higiene alimentar na área urbana ou rural, com 
adequado cozimento da carne e fervura do leite. Mãos devem ser lavadas 
após a manipulação de carne crua, vegetais e legumes, e não ingerir leites 
não pasteurizados. 
Nos felinos, o tratamento tem como o uso de clindamicina tópica 
durante 30 dias e anti-inflamatórios tópicos e sistêmicos.
Segundo os estudos de Dubey (2012), a prevalência periódica no país 
é em regiões com análises mais focalizadas, como em cidades ou 
comunidades (urbanas e rurais). A partir de uma semelhança, há uma 
correlação entre a falta de saneamento adequado e as condições de higiene, 
nas quais implicam a prevalência da doença e seus agentes, reforçando que 
essas questões sanitárias colaboram com meios de proliferação do agente e 
manutenção da doença, que pode vir a contaminar a água e alimentos da 
comunidade, levando assim a predisposição e acometimento da população 
para doença.
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Título: Fezes de gato, encontrada na rua e registrado pelo grupo.
Fonte: arquivo pessoal.
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Figura 11
Título: Fezes de gato encontradas na rua.
Fonte: arquivo pessoal.
Giardíase
A giardíase é considerada como uma das parasitoses intestinais mais 
prevalentes em que apresenta grande potencial zoonótico. O protozoário 
possui duas formas simples de vida denominadas trofozoíto e cisto, em que o 
primeiro é a forma do parasita no intestino delgado, que se torna o seu habitat, 
e a partir dele dá-se os sintomas clínicos. Este movimenta-se pela presença 
de flagelos. O segundo é a forma de resistência encontrada nas fezes e o 
grande responsável pela contaminação do ambiente e disseminação da 
doença. 
A transmissão é orofecal, em que a ingestão de água contaminada com 
cisto representa a principal forma de transmissão para humanos e animais, e 
a infecção pode ocorrer também pela ingestão de alimentos contaminados por 
fômites, mãos e lambeduras dos animais contaminados. A presença do cisto 
depende da temperatura, mas o parasito não sobrevive ao congelamento. 
Quadros (2015) salienta que a patogenia costuma ser encontrada mais 
especificamente em cães e gatos, sendo estes, os possíveis vetores dessa
zoonose.
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CURSOÊDEÊMEDICINAÊVETERINÁRIA
A infecção é dada quando se tem adesão à mucosa intestinal do 
trofozoíto, em que há a multiplicação do mesmo e sua liberação. Com a 
multiplicação, há o processo inflamatório, em que há absorção de nutrientes 
e água, atrofiando a microvilosidade, impedindo, dessa forma, sua função. 
A giardíase pode apresentar-se como infecção assintomática ou 
sintomática aguda ou crônica. Em animais adultos, a infecção é rara e, em 
geral, assintomática. Em contraste, em animais jovens com idade inferior a 
um ano, os sinais clínicos entéricos podem estar presentes, como 
desidratação, perda de apetite, letargia, diarreia, anorexia, fadiga, náuseas, 
déficits de crescimento, e a identificação do parasita nas fezes é mais comum.
O diagnóstico da doença é dificultado por causa da eliminação 
intermitentedos cistos e a presença de sinais clínicos inespecíficos. São 
necessários vários exames fecais em intervalos de 4 e 5 dias e por conta da 
dificuldade de diagnóstico, a prevalência do parasita costuma ser 
subestimada em animais. 
Exames complementares como esfregaço de fezes, que é a forma mais 
simples de diagnóstico; o ELISA, no qual detecta antígenos de giárdia nas 
fezes de cães e gatos conservados em formol ou mantidas sob refrigeração; 
e o PCR, que tem alta especificidade, porém possui um custo elevado. 
Não há fármacos disponíveis para o tratamento específico da doença, 
mas há ensaios terapêuticos que são baseados na experiência no tratamento 
humano. Métodos sanitários são formas de fazer com que não haja a 
disseminação da doença, como a remoção das fezes do ambiente, o que 
minimiza os riscos de reinfecção, medidas sanitárias gerais no ambiente de 
criação dos animais, fornecer água de boa qualidade, não permitir que o 
animal tenha contato com as fezes de outros animais na rua, e ações 
específicas como a vacina. A vacina não evita 100% a contaminação, mas 
ajuda a prevenir, e é indicada para cães saudáveis com mais de 8 semanas 
de vida, na dose de 1ml subcutânea, com reforço dentro de duas a quatro 
semanas após e revacinações anuais.
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Figura 12
Título: Fezes de cão.
Fonte: arquivo pessoal. 
Figura 13
Título: fezes de cão
Fonte: arquivo pessoal
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CURSOÊDEÊMEDICINAÊVETERINÁRIA
Leptospirose
A leptospirose é uma doença de baixa incidência e considerada uma 
zoonose que se distribui mundialmente, e possui maior incidência em países 
em desenvolvimento e manifestações em estações de maior pluviosidade. Ela 
possui um caráter ocupacional, acometendo principalmente profissionais da 
saúde, agricultores, coletores de lixo e militares. 
A bactéria é gram-negativa, móvel e aeróbica, seu formato se 
assemelha a um parafuso, conformação espiroqueta, que facilita a penetração 
da mesma em mucosas e ferimentos. Pertence à ordem Spirochaetales, 
família Leptospiraceae, gênero Leptospira. Como porta de entrada temos a 
pele e mucosas, sistema digestório, respiratório, cutâneo, conjuntival, 
transplacentário. A principal forma de transmissão ocorre através do contato 
com a urina de algum animal infectado pela bactéria Leptospira ou pela 
ingestão de água ou alimentos contaminados. Os animais domésticos, como 
os cães, também podem transmitir a doença por meio da urina.
O agente etiológico (bactéria leptospira) age colonizando os túbulos 
renais de animais silvestres ou domésticos. O ser humano quando é 
acometido pela doença apresenta sinais mais brandos e inespecíficos como 
febre, dores musculares, vômito, mal-estar, e cefaleia, podendo evoluir para 
quadros mais graves como hepatite, meningite, encefalite e nefrite. Na 
ausência de tratamento ou agravamento do quadro, resulta-se no 
comprometimento hepático e renal, em que o animal pode entrar em estado 
de hipotermia, com queda da temperatura corporal para valores subnormais.
A LeptospiraÊ InterrogansÊsobrevive em solo úmido, pH neutro, água 
parada com proteção à luz, frio e congelamento. Como já mencionado, as 
regiões afetadas por uma grande incidência de chuvas é uma fonte propícia 
de manutenção em meio aquoso da bactéria, por causa da água e lama, 
fatores que contribuem para a proliferação. 
O diagnóstico pode ser realizado por testes diretos como microscopia 
de campo escuro (Uma técnica que utiliza a iluminação oblíqua em amostras 
que são dificilmente visualizadas em condições normais de iluminação, 
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criando um contraste para possível análise); Isolamento (sangue, urina, rins, 
etc.); PCR (PolymeraseÊ ChainÊ ReactionÊ ou Reação em Cadeia da 
Polimerase); ou por métodos indiretos como radiografia (utilizando radiação 
ionizante para observar alterações internas de maneira não invasiva e 
indolor); ultrassonografia (utiliza-se ondas sonoras que ecoam reproduzindo 
imagens das regiões internas do corpo, possibilitando visibilidade de órgãos); 
ELISA (Enzyme-LinkedÊImmunosorbentÊAssay ou ensaio de imunoabsorção 
enzimática); e o padrão ouro SAM (Soroaglutinação Microscópica). 
Em animais diagnosticados com a doença, faz-se necessário o uso de 
Penicilina. Apesar de não se conseguir penetrar as células tubulares renais, 
as manifestações clínicas são atenuadas, que podem vir acompanhados de 
febre, desidratação e urina escura. Também é administrado Estreptomicina, 
no qual elimina os leptospiras do interior das células tubulares renais, 
evitando-se assim, o estabelecimento do estado de portador convalescente 
com leptospirúria, que tornaria o animal fonte de infecção para outros animais 
e humanos. Diuréticos também são utilizados. O fármaco Manitol que tem a 
função de aumentar o fluxo sanguíneo renal, diminui o edema das células 
tubulares renais.
De acordo com o Ministério da Saúde
A prevenção da leptospirose é realizada por meio de obras 
de saneamento básico, melhorias nas habitações humanas e 
no controle de roedores (O principal reservatório da doença). 
Também, se é recomendado que o contato com água ou 
lama de inundações, seja evitado, diminuindo assim maiores 
possibilidades de adquirir a doença. Para os profissionais que 
podem ser expostos à leptospirose, é recomendado uso de 
botas e luvas de borracha. (BRASIL, 2014, p 41)
Outro método de profilaxia é a vacinação. A vacina V8 possui dois 
sorotipos imunizantes contra a doença. A vacina V10 possui 4 sorotipos 
imunizantes contra a doença. O protocolo vai ocorrer em 3 doses, sendo a 
primeira dose nos 6-8 semanas de vida do animal, a segunda nas 10-12 
semanas de vida, e, por fim, a terceira dose na 14-16 semana de vida do 
animal, tendo a dose de reforço anual.
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CURSOÊDEÊMEDICINAÊVETERINÁRIA
No Brasil, a leptospirose é considerada uma doença endêmica sendo 
obrigatória a sua notificação às vigilâncias epidemiológicas. É observada na 
comunidade devido a sua localização geográfica costeira ao rio Capibaribe, o 
mesmo que em épocas de chuva torrenciais, aumenta seu nível de água e 
acaba por ser o motivo de enchentes e alagamentos por toda a área que 
compreende a comunidade Poço da Panela. 
Devido a exacerbada quantidade de água que invade ruas e casas, a 
população torna-se vulnerável a infecções, mesmo não possuindo uma 
grande quantidade de roedores, os quais agem como reservatório da doença 
em questão, e disseminam a bactéria por meio de excreção de urina.
BabesioseÊeÊErliquiose
Doenças transmitidas pelo carrapato (RiphicefalusÊ sanguineus), que 
acometem cães e outras espécies domésticas, caracterizadas por anemia 
hemolítica e hipertermia. 
A infecção ocorre pela saliva do carrapato durante o repasto 
sanguíneo, em que o ectoparasita infectado libera os esporozoítos 
infectantes, em que aderem à membrana das hemácias e multiplicam-se em 
seu citoplasma por fissão, formando pares de trofozoítos, após o mesmo 
mecanismo de ação e posteriormente se transformar na forma merozoíto. A 
replicação é contínua até que se formem oito ou mais parasitos dentro da 
mesma hemácia, que então se rompe e libera os parasitas na circulação, 
infectando outras hemácias, no final do ciclo ocorre a formação de gametas. 
O sangue infectado pode ser ingerido por outro carrapato, que adquire esses 
gametas que no tubo digestivo se rompem e se transformam em corpos 
radiados, os quais se fundem e dão origem aos zigotos, que levam a formação 
dos oocineto, no seu interior possui os esporocinetos que vão dar origem aos 
esporozoítos, dando-se continuidade ao ciclo. 
Os danos causados ao hospedeiro variam com a espécie da Babesia, 
como BabesiaÊCanisÊRossi,Êque provoca alterações clínicas mais graves e 
uma mortalidademaior do que a de outras espécies; e BabesiaÊCanisÊVogeli,Ê
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quadro clínico discreto e moderado, podendo até mesmo apresentar-se 
subclínico. Comumente, infecta cães jovens e filhotes pelo fator da imunidade 
incompleta dos mesmos.
Os animais que não conseguem eliminar a infecção da Babesia 
apresentam quadro clínico clássico caracterizado por anemia, em que 
normalmente é associado a icterícia, hipertermia ou esplenomegalia, letargia, 
febre, mucosas pálidas e perda de peso. A trombocitopenia é outro achado 
clínico na infecção desta doença, mas também é observada em Erliquiose, 
que é de distribuição sazonal e tem maior ocorrência na primavera e no verão, 
causando inflamação e aumento dos linfonodos e baço.
Tem-se como tratamento para a Erliquiose o uso de antimicrobianos; e 
para a Babesia o uso do fármaco Dipropionato de Imidocarb e Diaceturato 
Diaminazene, e terapia de suporte. 
Medidas de profilaxia e controle são importantes para evitar a 
disseminação da doença, em que controle químico com a aplicação de 
carrapaticidas pode ser realizado pelo uso de medicamentos tópicos, coleiras 
e tratamento do ambiente. Não há vacinas disponíveis no Brasil e não 
apresentam potencial zoonótico para os humanos imunocompetentes.
Como sinais de alterações, há em casos de hemoparasitoses o 
aumento e inflamação dos mesmos. Estas alterações podem ser observadas 
por meio de exames complementares, como por exemplo, exames de 
imagens a citar-se ultrassom e radiografia, ressaltando que esses exames são 
de cunho complementar, e não fecham o diagnóstico dessas doenças 
hemoparasitárias. 
Seu diagnostico será através de exames sorológicos específicos que 
confirmam o acometimento do animal pelas doenças. 
DoençasÊaviárias
A criação de galinhas caipiras encontradas na comunidade possui 
caráter familiar e não está relacionada a nenhuma atividade de comércio, e 
foram relatadas a existência de quatro galinhas no local, todas caipiras, sendo 
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sua utilização na nutrição diária dos próprios moradores, a partir dos ovos a 
carne. Ou seja, uma pequena criação agropecuária de subsistência.
As galinhas são alimentadas com comida caseira e grãos de milho. A 
criação é livre, ficando dispostas por todo quintal da moradia, local onde 
vivem, se alimentam e dormem. Os galináceos não apresentavam nenhuma 
alteração que poderia ser observada ao olhar, e aparentemente estavam 
saudáveis e bem alimentados, entretanto, como referido anteriormente, estas 
galinhas de criação doméstica não seguem nenhum plano de alimentação 
prévio ou foram vacinadas, e também não se estabeleceram em um local 
controlado.
Essas questões predispõem ao surgimento de algumas doenças, como 
a Salmonelose, Pasteurelose ou Cólera Aviária, Doença de Newcastle, entre 
outras que podem surgir referentes a ausência de manejo sanitário e regular 
ao qual essas aves não estão abarcadas. 
Desta forma, o trabalho visa executar um projeto de intervenção de 
saúde pública que conscientize os riscos de zoonoses na comunidade do 
Poço da Panela, visando orientar os moradores e pequenos produtores rurais 
da localidade sobre as principais medidas de prevenção, atrelados aos 
cuidados e ao bem-estar dos animais de companhia, com a intenção de 
diminuir o número de incidências de infecções e casos clínicos de doenças 
zoonóticas.
ObjetivosÊespecíficos
 Orientar sobre medidas de prevenção de doenças zoonóticas e de 
saúde pública através de campanhas comunitárias com atividades de 
caráter multidisciplinar;
 Proporcionar meios práticos para a profilaxia de zoonoses, sobretudo 
aquelas que tem o ciclo relacionado ao saneamento da região;
 Introduzir e conscientizar conceitos básicos sobre guarda responsável 
de animais domésticos;
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 Reduzir a incidência de doenças infecciosas, sobretudo as de caráter 
zoonótico na região explanada;
 Contribuir com a conscientização de higiene sanitária e saúde pública, 
profilaxia e cuidados com doenças zoonóticas.
MetasÊEspecíficas
Palestra sobre saúde pública, educação sanitária, cuidados com os 
animais de estimação e prevenção de doenças zoonóticas na comunidade do 
Poço da Panela, localizada em Recife-PE, nos meses de setembro e outubro 
de 2022. Estima-se a conscientização, intervenção, mudança de hábitos, e 
redução de casos clínicos diagnosticados de doenças zoonóticas, além de 
resolução de dúvidas da comunidade em relação aos assuntos abordados. 
MateriaisÊeÊMétodos
Diante da necessidade de informação a respeito das diferentes 
zoonoses que a região pode ser acometida, foi optada como ação pôr em 
prática um encontro com a líder Linalda na praça em frente à Igreja de Nossa 
Senhora da Saúde, que é na própria localidade do Poço da Panela, indo às 
casas dos moradores, para conscientizá-los a respeito das principais doenças 
infecciosas endêmicas da localidade, assim como explanar a orientação a 
respeito da transmissão e disseminação, principais sintomas, meios de 
prevenção e cuidados, além de instruir sobre os cuidados com manejos 
sanitários, sobre como cuidar dos animais domésticos e também de produção, 
higiene e saúde coletiva, etc. 
Assim, foi produzido panfletos com informações do que é uma zoonose, 
meios de infecção, o que fazer para ter um passeio seguro para saúde dos 
animais de companhia, seus tutores e de toda comunidade, e cuidados para 
evitar infecção de doenças. Providenciamos um bannerÊ com informações 
mais detalhadas, em que consta um resumo da parte escrita do trabalho no 
mesmo.
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A metodologia para o diagnóstico foi a pesquisa qualitativa, onde 
através de entrevistas, questionários e interações com pontos focais da 
comunidade – Laura, representante da ONG Anjos do Poço, e Linalda, líder 
comunitária – efetuamos um levantamento de informações necessárias para 
compor o desenvolvimento do projeto. O questionário foi aplicado no dia 17 
de setembro de 2022.
Diante deste cenário, após examinar os questionários e entrevistas, foi 
planejado uma palestra educacional na qual recebeu o nome “Cidade Limpa, 
Pet Feliz”, e juntamente com estes dados, utilizou-se da análise das respostas 
para elaborar os conteúdos a serem explicados. 
Para alcançar maior aderência da comunidade para a Intervenção, e 
também como uma forma de ajudar - além de retribuir a receptividade de 
todos, realizou-se uma rifa solidária, no qual todo o valor arrecadado foi 
convertido na compra de ração para doar aos moradores participantes. A 
doação de alimentos para cães e gatos em conjunto com esta ação, partiu da 
perspectiva de muitas necessidades apresentadas nas entrevistas, pois 
durante as visitas era uma precisão comumente exposta pelos residentes da 
comunidade, tendo como principal queixa o apuro em manter a alimentação 
adequada para os animais de estimação.
Figura 14
Título: Arrecadação de ração dia 19 de outubro de 2022.
Fonte: arquivo pessoal.
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ResultadosÊeÊDiscussão
A associação entre saúde pública, educação sanitária, manejo e 
cuidados de animais domésticos, e doenças zoonóticas foi tratada por nossa 
equipe por meio de uma ação socioeducativa intervencionista, resultando no 
sucesso da compreensão dos residentes por meio de uma abordagem 
indutiva a respeito dos assuntos mencionados. 
Hodiernamente, a convivência de animais e seres humanos têm se 
intensificado em áreas urbanas, e partilhar conhecimento sobre o que é 
preciso para que haja controle e prevenção de doenças infecciosas é 
elementar para uma população saudável e uma cidade livre de ocorrências 
endêmicas.
Em meio a culminânciado encontro, ao entregar os panfletos e 
conversar com as pessoas, todas as dúvidas apresentadas foram sanadas.
Visto que, o grupo foi recebido com muita receptividade em todas as 
etapas de construção do projeto, a comunidade mostrou-se interessada e 
aberta à informação, demonstrando interesse, disponibilidade e 
comprometimento em mudar atitudes errôneas em termos de saúde pública e 
educação sanitária.
Sobre o acúmulo de fezes nas ruas, os tutores se comprometeram em 
mudar positivamente de conduta ao passear com o animal de estimação e 
recolher as fezes com sacolas de plástico, verificar onde o animal transita, 
utilizar coleiras constantemente, e manter-se atentos ao cronograma de 
vacinação dos cães e dos gatos
Repassou-se o telefone de contato da ONG Anjos do Poço, que fica na 
própria comunidade, para receberem o suporte de vermífugos, carrapaticidas, 
shampoos, e etc. 
A equipe responsável pelo projeto também contribuiu com a 
comunidade com a entrega gratuita de ração para os animais de companhia. 
A ideia surgiu com base nos dados obtidos nas entrevistas com os tutores, 
que manifestaram dificuldade financeira para fornecer alimentação de 
qualidade para os animais, cedendo muitas vezes à alimentação humana, 
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sem os devidos cuidados nutricionais e implicações por intoxicação alimentar. 
Laura, responsável da ONG já mencionada, comprometeu-se de retornar com 
um antigo projeto, no qual as pessoas reciclam garrafas pets em troca de 
ração, colaborando assim com a continuidade da ação e por levar o 
conhecimento aos moradores. 
Nesta campanha, foi atingido em média sessenta moradores da 
comunidade do Poço da Panela, levando assim informação para muitas 
pessoas e ração para aproximadamente cento e quarenta animais que 
possuem a comunidade como moradia, o que resulta em um efeito muito 
satisfatório para cumprir com o seguimento de diminuir os fatores 
contribuintes para a ocorrência de doenças zoonóticas na região.
Figura 15
Título: Dia da ação (20 de outubro de 2022). Registro do panfleto e moradores 
recebendo as orientações sobre a disseminação de zoonoses.
Fonte: arquivo pessoal.
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Figura 16
Título: Dia da ação (20 de outubro de 2022). Registro de integrantes do grupo para 
mostrar o que foi utilizado, como panfleto e adesivos, no dia da ação.
Fonte: arquivo pessoal. 
Figura 17
Título: Ração distribuída para comunidade.
Fonte: arquivo pessoal.
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Figura 18
Título: Registro em frente à Igreja de Nossa Senhora da Saúde.
Fonte: arquivo pessoal.
Figura 19
Título: Ação da panfletagem com explicação do material.
Fonte: arquivo pessoal.
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Figura 20
Título: Ação da panfletagem com explicação do material.
Fonte: arquivo pessoal.
Figura 21
Título: Ação da panfletagem com explicação do material.
Fonte: arquivo pessoal.
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ConsideraçõesÊfinais
Elaboramos o projeto “Cidade Limpa, Pet Feliz”, distribuímos panfletos, 
conversamos com as pessoas sobre as principais zoonoses que podem 
acometer a região, contribuímos na conscientização de saúde e higiene 
sanitária na comunidade, e como forma de contribuir e agradecer a 
participação e acolhimento dos tutores, distribuímos alimentos para os 
animais gratuitamente.
Em suma, a realização deste projeto foi elementar para desenvolver o 
senso crítico diante de problemáticas sociais que envolvem questões de 
saúde coletiva, a desempenhar um bom trabalho em equipe, a como realizar 
pesquisas em campo com fundamentação teórica científica acadêmica, e, não 
obstante, amplificar o olhar clínico e a empatia em meio aos problemas 
socioeconômicos e socioambientais que afligem comunidades carentes, e que 
resultam, consequentemente, em calamidades e endemias na saúde pública.
O apoio de Laura, da ONG Anjos do Poço; e de Linalda, líder da 
comunidade Poço da Panela foi essencial para que o trabalho fosse bem 
executado e bem-sucedido.
Com base em todo o projeto, o grupo conclui que o trabalho foi de 
extrema relevância para nossa formação como médicos veterinários, e serviu 
satisfatoriamente para agregarmos conhecimento acerca de como trabalhar 
com diferentes camadas sociais, compreender os diferentes cenários 
formados a partir da falta de recursos e investimentos de administração 
pública nos bairros menos favorecidos, e que o conhecimento e a informação 
é a principal forma de controle e prevenção de doenças. 
Esperamos ter contribuído com a comunidade selecionada, e para os 
estudos acadêmicos sobre higiene sanitária e doenças zoonóticas em regiões 
endêmicas. 
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