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ENFERMAGEM NEUROCIRÚRGICA SAUDE DO ADULTO 2022/2 CIRURGIA INTRACRANIANA • CAUSAS: • Remoção de tumores • Aliviar a PIC • Remoção de um coágulo de sangue (AVE?) • Controlar Hemorragia (TCE? AVEh?) • Reparação de tecido cerebral ou de vasos sanguíneos lesionados (TCE?) TUMORES CEREBRAIS ANEURISMA CEREBRAL TUMORES CEREBRAIS Qualquer neoplasia que se origina dentro do crânio. Os tumores podem originar-se no cérebro (primários) ou disseminar-se para este a partir de outros órgãos (metastáticos). • graduados com base no grau de malignidade. A classificação e o grau são empregados para prever o resultado do paciente. • muitos tumores cerebrais podem ser de baixo grau ou “benignos”, porém sua localização pode impedir a remoção cirúrgica e provocar edema cerebral, bem como deslocamento das estruturas circunvizinhas. • Etiologia desconhecida, na maioria dos casos TUMORES CEREBRAIS • Neuroepiteliais (aproximadamente 50% dos tumores primários) • Tumores de Nervos Periféricos (cerca de 8% dos tumores cerebrais primários) • Tumores Meníngeos (cerca de 30% dos tumores cerebrais primários) • Linfomas e Tumores Hematopoiéticos (cerca de 3% dos tumores cerebrais primários) • Tumores de Células Germinativas (cerca de 1% dos tumores cerebrais primários) • Tumores Selares (cerca de 7% dos tumores cerebrais primários) • Tumores Metastáticos (cerca de 150.000 novos casos por ano; ocorrem em 20 - 40% dos pacientes com câncer) Imagem de ressonância magnética coronal do glioblastoma multiforme com realce em anel (A), com evidência de efeito expansivo (B). Sinais e sintomas dos tumores cerebrais específicos com base na sua localização. TUMORES CEREBRAIS • DIAGNÓSTICO – Histórico – Sintomatologia – Exames de imagem: TC e RM de crânio – Angiografia por RM TUMORES CEREBRAIS • TRATAMENTO – CIRÚRGICO – RADIOTERAPIA – QUIMIOTERAPIA ANEURISMA CEREBRAL • enfraquecimento da parede arterial, que provoca um efeito de protrusão ou distensão global do vaso afetado. • podem ser lesões arteriais congênitas ou degenerativas. • Necessidade de intervenção: quando a protrusão da parede vascular se rompe ou fica suficientemente grande para exercer pressão sobre as estruturas cerebrais circunvizinhas ANEURISMA CEREBRAL MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Muitos são silenciosos Aproximadamente metade dos pacientes apresenta alguns sinais de advertência antes da ruptura de um aneurisma, como: cefaleias, letargia, dor no pescoço, um “ruído na cabeça” e disfunção do nervo craniano óptico, oculomotor ou trigêmeo. Quando há rompimento: queixa de cefaleia insuportável; náuseas, vômitos, déficits neurológicos focais Círculo arterial do cérebro com locais comuns de aneurisma (vista ventral do encéfalo). ANEURISMA CEREBRAL ANEURISMA CEREBRAL DIAGNÓSTICO • Histórico • Exame Físico • TC de crânio • Angiografia cerebral TRATAMENTO • Farmacológico: anti-hipertensivos, emolientes fecais, antipiréticos • Cirúrgico: clampeamento, espiral ( embolização com bobina) https://www.youtube.com/watch?v=Vq2ghPk5i0c ANEURISMA CEREBRAL Angiografia pré-operatória. (A) e pós-operatória (B): clampeamento do aneurisma na porção terminal da artéria carótida interna direita. CIRURGIA INTRACRANIANA Três procedimentos possíveis: A craniotomia A craniectomia A cranioplastia CRANIOTOMIA • Abertura do crânio cirurgicamente para acessar as estruturas intracranianas. • Finalidade: • Remoção de tumores • Aliviar a PIC • Remoção de um coágulo de sangue • Controlar Hemorragia • Reparação de tecido cerebral ou de vasos sanguíneos lesionados. • Obter tecido para o diagnóstico patológico • Reparar uma anormalidade (ex. aneurisma) CIRURGIA INTRACRANIANA ▪ Craniectomia: remoção de uma parte de um osso do crânio. ▪ Descompressiva? ▪ Cranioplastia: reparação do defeito de um osso do crânio (placa de plástico ou de metal) Calota craniana “guardada” no tecido subcutâneo abdominal CIRURGIA INTRACRANIANA • Abordagens – Supratentorial – Infratentorial – Transfenoidal CIRURGIA INTRACRANIANA Supratentorial Infratentorial Transfenoidal Local da Cirurgia Acima do Tentório (prega dupla da duramater que separa o cérebro do cerebelo). Abaixo do tentório, tronco cerebral Região da hipófise – retirada de tumores hipofisários. Incisão Acima da área a ser operada, geralmente posterior a linha do cabelo Na base do pescoço, em torno do lobo occipital Sob o lábio superior para acessar o interior da cavidade nasal ou pelo palato duro Prescrições de Enfermagem Selecionadas • Cabeceira 30-45° em alinhamento neutro; • Posicionar o paciente em decúbito lateral ou dorsal (Evitar manter o paciente do lado em que o tumor foi removido) • Manter a nuca em alinhamento retilíneo; • Evitar a flexão da nuca para prevenir a possível laceração da linha de sutura; • Posicionar de lado de acordo com protocolos Uso de colar cervical. • Manter o tampão nasal no lugar e reforçar quando necessário; • Instruir o paciente a evitar assoar o nariz; • Realizar cuidados orais frequentes; • Manter a cabeceira do leito elevada para promover a drenagem do local da cirurgia. O paciente submetido a Cirurgia Intracraniana Anestesia: Geral Endovenosa. Posicionamento cirúrgico: Inúmeras possibilidades, de acordo com a abordagem que será realizada. Cuidados no pré-operatório • SSVV e avaliação neurológica • Anticonvulsivantes: convulsões no pós operatório = fenitoína (hidantal) • Esteróides: para reduzir o edema cerebral (dexametasona) • Restrição hídrica • Agente Hiperosmótico: reduzir edema (manitol) • Diurético: reduzir edema (furosemida) Cuidados no pré-operatório • Cateter vesical de demora • Administração de pré-anestésico (geralmente não indicada), ver prescrição e protocolos • Antibioticoprofilaxia e preparo do couro cabeludo (tricotomia), devem estar de acordo com o protocolo institucional vigente INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM • Atenção ao estado respiratório: queda de SpO2 pode levar à má oxigenação cerebral • Controlar a temperatura: o aumento de temperatura é esperado; administrar antipiréticos, remover cobertores, realizar compressas frias • Melhorar a troca gasosa: mobilizar o paciente para prevenir atelectasias e acúmulo de secreções • Melhorar a auto-imagem: encorajar o paciente a verbalizar seus sentimentos acerca de mudanças na sua aparência • Monitorar e controlar complicações potenciais Cuidados no pós-operatório • UTI (geralmente seguem intubados) • Clínica Cirúrgica (geralmente com oxigenoterapia complementar) • Medicação terapêutica: manitol – (que aumenta a osmolaridade sérica e retira água das áreas do cérebro) e dexametasona (por 24 as 72 horas, com a dosagem reduzida de modo gradual) • O líquido é depois excretado pela diurese osmótica (furosemida) Cuidados no pós-operatório • Hipertermia: o paracetamol é comumente dado para temperaturas acima de 37,5°C • Cefaléia por causa do estiramento e irritação dos nervos no intra- operatório, podendo ser tratados com codeína. • Convulsão: fenitoína ou diazepam (pós craniotomia supratentorial – alto risco de convulsão) • Monitorizar a PIC para identificar/mensurar a Hipertensão Intracraniana (principal complicação) Complicações em pós operatório de neurocirurgias • diminuição do nível de consciência • vasoespasmo cerebral, • convulsões refratárias • reoperação • hemiparesia • hipertensão intracraniana, • déficits motores, • hematoma subdural recorrente, • hemorragia intraparenquimatosa • náuseas e vômitos, • hipotensão, • desconforto respiratório • infecção do sítio cirúrgico Complicações da Craniotomia • Infecção • Vasoespasmo • Hemorragia • HIC: Hipertensão Intracraniana = Aumento da PIC • Diabetes insípido (síndrome da secreção inadequada de hormônio antidiurético produzido pela hipófise) • Convulsões • Lesão de nervos cranianos HIC Hipertensão Intracraniana • Aumento do valor normal da PIC • Classificação:– Leve (20 a 29 mmHg) – Moderada (30 a 40 mmHg) – Grave (> 40 mmHg) Aumento da pressão intracraniana (PIC): • Perda da capacidade de manter o equilíbrio da relação: encéfalo, sangue e LCR • Ativação de mecanismo compensatórios: aumento da PAM HIC Hipertensão Intracraniana PPC (Pressão de Perfusão Cerebral) = Pressão arterial média (PAM) - pressão intracraniana (PIC) PIC = 0 a 15 mmHg HIC Hipertensão Intracraniana Sinais e Sintomas • Estado mental alterado, cefaléia, náusea, vômitos, diplopia, visão borrada (papiloedema) e cegueira. • No edema cerebral, podem ser observados sintomas progressivos, incluindo perda de consciência, hipertensão, bradicardia, Irregularidade respiratória, convulsões e herniação cerebral em casos graves (Cushing) HIC Hipertensão Intracraniana Tríade de cushing BRADIPNEIA HIC Hipertensão Intracraniana Herniação • Deslocamento do tecido através de aberturas rígidas. Herniação HIC Hipertensão Intracraniana • Aumento da PIC • Reduz FSC (fluxo sanguíneo cerebral) e PPC (presssão de perfusão cerebral) • Resulta em aumento de CO2 e redução da O2 • Morte celular Existem três formas de monitorar a PIC: • através do dispositivo intraventricular, • intraparequimatoso, • Subaracnóide, subdural, epidural. HIC Hipertensão Intracraniana MONITORAMENTO DA PIC Objetivo: • Manter a perfusão cerebral adequada. Terapêutica: • Administração de manitol • Suporte ventilatório • Sedação e analgesia • Craniectomia descompressiva HIC Hipertensão Intracraniana Cateteres intraventriculares: DVE e DVP • São os mais utilizados – localizados dentro das cavidades ventriculares, repletas de LCR, • Sua passagem/colocação é realizada na sala cirúrgica. • Mais confiável para mensuração da PIC. • Permite monitoramento e tratamento simultâneo e imediato da PIC por meio da drenagem intermitente do LCR. • DVE: PROVISÓRIO • DVP: DEFINITIVO HIC Hipertensão Intracraniana DVP • Hidrocefalia congenita ou adquirida? DERIVAÇÃO VENTRICULAR EXTERNA (DVE) DVE – cuidados no pós- operatório cabeceira do leito elevada entre 30 a 45 graus; sistema DVE/PIC em um suporte exclusivo; checagem do sistema a cada 6 horas; zerar o cateter de DVE no conduto auditivo externo, evitando o tracionamento do mesmo; em caso de obstrução não desobstruir e/ou reposicionar; nunca aspirar ou ejetar solução no cateter; não esquecer de abrir o cateter de DVE depois da realização de qualquer procedimento; cuidados no esvaziamento da bolsa coletora da DVE; avaliação do aspecto e volume do débito; realização do curativo. Observar sinais e sintomas de infecção: mudança na coloração normal (incolor, límpido), calafrios, febre, confusão mental, rebaixamento do nível de consciência, alteração pupilar ou leucocitose, déficits motores, cefáleia, rigidez de nuca, vômitos; • Manipular com cuidado o paciente para evitar o tracionamento do cateter. Se houver tração, nunca reposicionar e comunicar imediatamente a equipe de neurocirurgia; DVE – cuidados no pós- operatório • Manter decúbito de 30°; • Inspecionar a região de inserção do cateter na admissão e uma vez por plantão, anotando o aspecto da ferida operatória; • Desprezar a bolsa coletora quando atingir 2/3 de sua capacidade. Ao manipular a via de saída da bolsa, manter técnica asséptica; • Registrar o tempo de permanência do cateter; DVE – cuidados no pós- operatório Referências MARTINS, H. S., DAMASCENO, M.C.T., AWADA, S. B. Pronto Socorro: Condutas do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP, Barueri. Editora Manole, 2007. PETROIANU, A. Urgências Clínicas e Cirúrgicas Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2002. ANDREOLI, T. E. Cecil de Medicina Interna Básica 5 ed. Rio de Janeiro Gaunabara-Koogan, 2002. LIPPINCOTT, W; WILKINS: tradução Ivan Lourenço Gomes; revisão técnica Ana Cristina Silva de Carvalho: Assistência de Enfermagem nas intervenções clíncias e cirúrgicas; Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008, pág. 79-80. MORTON.P.g; FONTAINE, D. Cuidados Críticos em Enfermagem: Uma Abordagem Holística. Guanabara Koogan; 10ª edição Siqueira, Ellen Maria Pires e Diccini, SolangeComplicações pós-operatórias em neurocirurgia eletiva e não eletiva. Acta Paulista de Enfermagem [online]. 2017, v. 30, n. 1 [Acessado 9 Abril 2022] , pp. 101-108. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1982-0194201700015>. Epub Jan-Feb 2017. ISSN 1982-0194. https://doi.org/10.1590/1982-0194201700015.
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