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PESQUISA DO VIVIDO · O vivido é considerado o melhor guia para as ações concretas e para os pensamentos. Mas o que é o vivido? “É nossa reação interior imediata aquilo que nos acontece, antes mesmo que tenha refletido ou elaborado conceitos.”, ou seja, este é a experiência imediata. É como nos sentimos. Essa reação interior já está conectada de alguma forma com a consciência. Um outro aspecto é o relacionado com a reação imediata (não construída ou pensada), é o que se sente e avalia diretamente, para além de escalas de valor ou mediações pensadas. É nossa reação interior aquilo que nós acontece.. “Aquilo que me acontece é a palavra que me é dirigida” · Sensação (informação) x Percepção (análise da informação) · O sentimento se distingue claramente do pensamento, o vivido, no entanto, está em um momento da consciência em que o pensar e o sentir não se distinguiram ainda, assim este é um pensamento e um sentimento potencial simultaneamente. Vivido é igual a experiência imediata, sentimento primário. “A pesquisa fenomenológica pretende voltar ao vivido, não negando as elaborações que se fazem a partir dele, mas colando-as como provisoriamente entre parênteses, para revê-la depois, à luz daquela primeira fonte” · O percurso psicológico do vivido: O vivido sempre existe em conjunto com alguma significação, sendo assim, não temos acesso direto a ele, uma vez que ao tentarmos acessá-lo há uma significação realizada por parte do sujeito que viveu a experiencia ou por parte do pesquisador. Assim, “o vivido ‘se diz’ dentro de nós, ele se expressa e assim assume um significado. E é nesse ato de se dizer que ele se constitui como vivido pleno, pois é a partir de sua inscrição mínima na consciência que ele se torna vivido propriamente, e não apenas um evento físico”. Este está nos planos do significado e não dos eventos mecânicos · A inscrição do mínima de interferência no vivido tem uma dupla interferência: a história de vida do sujeito e o contexto sociocultural. A junção do vivido, da história de vida e do contexto social é o corpo com que podemos entrar em contato, “[...], mas composto de uma reação original, por um lado, e de uma estruturação que lhe possibilita a expressão e a forma como é conscientizado, por outro.”. O corpo apresentado é o vivido constituído, e é expresso como uma forma de consciência ou como uma ação no meio (resposta imediata). A ação é uma manifestação do vivido. · São instantâneos e considerados o Vivido Pleno. · Informação > consciência > ação · Essa realidade psicológica é expressa por tríades: Sentimento- Pensamento - Ação; Experiencia- Percepção – Comunicação; Vivido – Simbolizado – Manifesto. Ação imediata Vivido puro Inscrição na linguagem interior · No ângulo inferior do triângulo temos o vivido puro que é o sentimento primeiro, mas isso tem uma inscrição na consciência que é a linguagem inferior (interpretação fundadora) de um dizer original ou um pensamento primeiro, há também a expressão primeira do vivido, interferindo no meio e havendo uma manifestação do que acontece conosco. Tudo isso é vivido no seu momento primeiro de manifestação. “Como na realidade dinâmica, esse vivido pleno nasce de um núcleo, o “centro” ou “coração” da pessoa, o qual é, na verdade, uma relação. O coração humano é a abertura.” (relação) · O pensamento se desdobra para uma significação posterior, constituindo um pensamento segundo. A ação primeira (comunicação, manifestação) pode se sofisticar e se tornar ações complexas, assim gera novas vivencias, fazendo a vivência de pensar ou agir (interferir no meio). É um perigo que nos distanciemos do centro a ponto de nos perder dele e esquecer a relação básica. · Na fenomenologia não existe diferença entre psicoterapia e pesquisa, visto que a pesquisa possibilita uma visão clara sobre a situação com a possibilidade de compreensão e esclarecimento. A pesquisa possui 3 polos: pensamento > sentimento> ação. É importante ressaltar que a pesquisa também sofre interferência de nossa consciência, esta tem um polo de raciocínio, reflexão, pensamento e um do sentimento primeiro que ocorre do contato com o dado; e, por último, uma ação que é o seu procedimento. Uma pesquisa é um pensamento segundo (reflexão) podendo-se deliberadamente e sistematicamente olhar para os pensamentos e ações que expressam o vivido originalmente. Lemos o vivido entrando em contato com suas manifestações: depoimento. · O depoimento pode ser qualquer expressão humana, mas frequentemente é um relato verbal que é essencialmente uma memória com toda as elaborações já acrescentadas (interferência da cultura e história). Mas este ainda é uma expressão indireta do vivido pela sua continuidade, assim, os significados vividos dão significado à experiencia imediata. · O pesquisador deve partir em busca do vivido ali contido, sem se desviar para a busca dos padrões coletivos ou elementos da história escondidos. Aos poucos se desprende dos contexto concreto e expressa significado. E seu resultado não é um fato, mas uma possibilidade de compreensão que se estende para além dos sujeitos estudados.
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