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Ebook da Unidade - Equipamentos de Proteção Contra Incêndios e Pânicos

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Unidade 4
Livro Didático 
Digital
Elaine Christine Pessoa Delgado e Giselly 
Santos Mendes
Combate e 
Prevenção de 
Incêndios e Pânicos 
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autor 
ELAINE CHRISTINE PESSOA DELGADO 
GISELLY SANTOS MENDES
AS AUTORAS
Elaine Christine Pessoa Delgado
Eu, Elaine, sou graduada em Administração de Empresas pela 
Universidade Federal de Campina Grande (2007), com uma experiência 
técnico-profissional na área de gerência de empresas há mais de 10 anos. 
Giselly Santos Mendes
Eu, Giselly, sou Mestra em Qualidade Ambiental, Tecnóloga em 
Polímeros, Administradora e Educadora, com uma experiência técnico-
profissional na área de Processos Gerenciais e Educacionais há mais de 
12 anos.
Somos apaixonadas pelo que fazemos e gostamos de transmitir 
nossas experiências de vidas àqueles que estão iniciando suas profissões. 
Por isso, fomos convidadas pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco 
de autores independentes. Estamos muito felizes em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco! 
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Trâmite de projetos de prevenção de incêndios e pânicos ......10
Projetos emergenciais de prevenção de incêndios e pânicos .................... 10
Instruções e plano de atendimento à emergência .................... 20
Instruções e plano de atendimento à emergência ............................................... 20
Brigada de incêndios e pânicos e as vistorias de segurança .. 29
Brigada de incêndios e pânicos ...........................................................................................29
Vistorias de segurança ................................................................................................................33
Primeiros socorros aplicados a vítimas de incêndios ................ 38
Primeiros socorros aplicados a vítimas de incêndios ........................................ 38
Parada Respiratória .....................................................................................................42
Hemorragia .......................................................................................................................43
Lesões por inalação de fumaça ........................................................................43
Asfixia ....................................................................................................................................44
Estado de choque .......................................................................................................45
Fraturas ................................................................................................................................45
Queimaduras .................................................................................................................. 46
Desmaio ..............................................................................................................................47
7
UNIDADE
04
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
8
INTRODUÇÃO
Você sabia que é obrigatória a elaboração de projetos de prevenção 
de incêndios e pânicos? Que a existência de um plano de atendimento à 
emergência pode salvar vidas? E que os primeiros socorros podem ser 
realizados por qualquer pessoa que possua os devidos conhecimentos? 
O projeto de prevenção de incêndios e pânicos é fiscalizado e aprovado 
pelo Corpo de Bombeiros, mediante vistorias e concessão de alvarás, 
sendo exigido por órgãos públicos para qualquer imóvel, a fim de 
proporcionar maior segurança às pessoas. Todas as edificações devem 
possuir um projeto de prevenção de incêndios e pânicos, assim como todo 
edifício comercial ou residencial deve ter um plano de emergência para o 
abandono do prédio em caso de incêndio. Os brigadistas desempenham 
funções fundamentais para o auxílio em situações de incêndios e pânicos 
incluindo, entre nessas, o abandono do local do sinistro, contudo, os 
primeiros socorros não dependem apenas dos brigadistas e não envolve 
apenas os danos físicos ou doença, mas também o psicológico da vítima 
envolvida. Nesta unidade, iremos compreender como é a tramitação do 
projeto de incêndios e pânicos, o plano de abandono e de emergência, 
quem são os brigadistas, o que é a vistoria e como proceder com os 
primeiros socorros em situações de incêndios e pânicos
Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste 
universo!
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Discutir a tramitação de projetos de prevenção de incêndios e 
pânicos; 
2. Aplicar as instruções em casos de emergência e plano de 
atendimento a emergências; 
3. Capacitar a brigada de combate a incêndio e pânicos e compreender 
as vistorias de segurança aplicáveis;
4. Aplicar os procedimentos de primeiros socorros a vítimas de 
incêndios.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
10
Trâmite de projetos de prevenção de 
incêndios e pânicos
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de discutir a 
tramitação de projetos de prevenção de incêndios e pânicos. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então, vamos lá! Avante!
Projetos emergenciais de prevenção de 
incêndios e pânicos 
De acordo com Seito et al. (2008), os objetivos do projeto de 
segurança contra incêndio devem ser estabelecidos de forma clara 
nas primeiras etapas do projeto, pois a proteção à vida sempre será o 
primeiro objetivo a ser atingido, contudo, as consequências financeiras 
de um incêndio sobre o negócio, como decorrência direta das perdas 
da propriedade e da produção, também deverão ser levados em 
consideração como importantes.
Mas o que vem a ser um projeto, você sabe?
Um projeto é um empreendimento não repetitivo e não rotineiro, 
planejado e com início e fim definidos, desenvolvido em etapas que se 
propõe a alcançar um objetivo claro e definido. 
Dessa forma, em um projeto de prevenção de incêndios e pânicos, 
o objetivo definido nada mais é que a prevenção de incêndios e pânicos, 
devendo este possuir etapas e prazo predeterminados. 
O projeto de prevenção de incêndios deverá ser elaborado por 
profissional habilitado, conforme ilustra Fernandes (2010):
O PPCI é o Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e 
pode ser elaborado apenas por profissionais habilitados 
(Engenheiros Civis e Arquitetos), fiscalizado e aprovado pelo 
Corpo de Bombeiros, mediante vistorias e concessão de 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos11
alvarás, sendo exigido por órgãos públicos para qualquer 
imóvel, a fim de proporcionar maior segurança às pessoas. 
É obrigatório para todas as edificações existentes, mesmo 
aquelas que se encontram em situação de construção ou 
reforma (naquelas que possuírem ampliação de área superior 
a 10% da sua área total) (GOMES, 2014, p. 29).
Carvalho Júnior (2019) afirma que, além de atender às Instruções 
Técnicas Estaduais e, em algumas situações, às normas da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o projeto de segurança contra 
incêndio das edificações e áreas de risco deverá ser apresentado ao 
Corpo de Bombeiros para a devida análise.
Os objetivos da segurança contra incêndio (Figura 1) que, 
caracteristicamente, fazem parte de um estudo de engenharia de 
segurança contra incêndio são a segurança da vida, o controle das perdas 
e o impacto ambiental, informam Seito et al. (2008).
Figura 1: Segurança contra incêndio
Fonte: Freepik
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
12
Fernandes (2010) informa que deverá ser avaliado pelo Corpo de 
Bombeiros o projeto arquitetônico, para os casos de construção, reforma 
ou ampliação de obras que possuam área igual ou superior a 100 m², 
exceto residências unifamiliares, para que seja atribuído o Alvará de 
Construção pela Prefeitura Municipal, logo após a análise prévia, no qual 
o Corpo de Bombeiros emitirá: 
 • informação sobre o tipo de Sistema Preventivo que deverá ser 
seguido;
 • análise arquitetônica dos projetos quanto às vias de abandono, escadas, 
necessidade e localização das centrais de gases combustíveis;
 • visto nos projetos, desde que realizadas as exigências do Código de 
Prevenção de Incêndios.
Para Carvalho Junior (2019), as medidas de segurança contra 
incêndio nas edificações e áreas de risco devem ser apresentadas ao 
Corpo de Bombeiros para análise através de: Projeto Técnico (PT); Projeto 
Técnico Simplificado (PTS); Projeto Técnico para Instalação Temporária 
(PTIOT); e, Projeto Técnico para Ocupação Temporária em Edificação 
Permanente (PTOTEP).
O projeto técnico (PT), segundo a Instrução Técnica 01/2019 – 
Procedimentos Administrativos, deve ser empregado para apresentação 
das medidas de segurança contra incêndio das edificações e áreas de 
risco com área de construção acima de 750 m2 ou com altura acima de 
três pavimentos, excluindo-se os que estão compreendidos nas regras 
para Projeto Técnico Simplificado, Projeto Técnico para Instalação e 
Ocupação Temporária e Projeto Técnico para Ocupação Temporária em 
Edificação Permanente. 
NOTA:
O Projeto Técnico deve ser organizado por um profissional 
qualificado, com conhecimento de todas as exigências e 
normas vigentes, lembra Carvalho Júnior (2019).
O Projeto Técnico Simplificado abrange as edificações com até 750 
m² de área construída com, no máximo, três pavimentos ou até 1.500 m² 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
13
de área construída com, no máximo, 6 m de altura, descreve a Instrução 
Técnica nº 42/2020 – Projeto Técnico Simplificado (PTS).
O Projeto Técnico de Instalação e Ocupação Temporária (PTIOT) 
são projetos elaborados para instalações temporárias ao ar livre (Figura 2), 
como circos, parques de diversão, shows artísticos, entre outros. Devem 
ser desmontadas e transferidas para outros locais após o prazo máximo 
de 6 meses (prorrogável uma vez pelo mesmo período). Após esse prazo, 
a edificação e áreas de risco passam a ser regidas pelas regras do Projeto 
Técnico, esclarece Carvalho Júnior (2019).
Figura 2: Instalações temporárias ao ar livre
Fonte: Freepik
NOTA:
Não se aplicam a construções provisórias como galpões 
ou depósitos que não sejam locais de eventos (CARVALHO 
JUNIOR, 2019).
Já o Projeto Técnico para Ocupação Temporária em Edificação 
Permanente é, conforme Carvalho Júnior (2019), o procedimento seguido 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
14
para evento temporário em edificação e área de risco permanente e deve 
seguir as exigências descritas abaixo:
 • o evento temporário deve ter o prazo máximo de 6 meses (prorrogável 
uma vez pelo mesmo período);
 • a edificação e áreas de risco permanente devem seguir as medidas 
de segurança contra incêndio determinada no Regulamento de 
Segurança contra Incêndio para sua ocupação original, junto com as 
exigências para a atividade temporária que se almeja nela desenvolver;
 • a edificação e áreas de risco permanente devem estar adequadamente 
regularizadas junto ao Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, salvo 
se o evento for realizado em área externa, atender às condições de 
isolamento de risco, conforme a Instrução Técnica correspondente, e 
não possuir acesso à edificação permanente;
 • se for acrescentada uma instalação temporária em área externa junto 
da edificação e áreas de risco permanente, essa instalação deve estar 
regularizada conforme o Projeto Técnico;
 • se no interior da edificação e áreas de risco permanente for acrescentada 
instalação temporária, como boxe, estande, entre outros, prepondera 
a proteção da edificação e áreas de risco permanentes, desde que 
atenda aos requisitos para a atividade temporária em questão. 
Pereira (2015) lembra que analisado o projeto, provido das condições 
indispensáveis, e não existindo exigências ou cumpridas as estabelecidas, 
faz-se a vistoria do Corpo de Bombeiros (Figura 3) no local, através da 
solicitação do proprietário, do responsável pelo uso ou do responsável 
técnico. 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
15
Figura 3: Vistoria do Corpo de Bombeiros
Fonte: Freepik
Fernandes (2010) explica que o projeto de prevenção de incêndios 
deverá estar de acordo com as normas relacionadas da ABNT ou similares, 
compreendendo o seguinte:
 • Planta de situação na escala adequada com: todas as explicações 
necessárias à interpretação inicial da edificação, apontando cotas 
e afastamentos; posicionamento das fontes de suprimento d’água; 
posicionamento do hidrante de recalque; posicionamento da central 
de gases combustíveis (GLP, GN etc.). 
 • Planta de todos os pavimentos nas escalas 1:50, 1:75 ou 1:100 com: 
designação dos compartimentos; demarcação do equipamento 
preventivo móvel e fixo; reservatórios d’água; fontes de suprimentos 
de água; central de gases combustíveis, com todos os elementos que 
demonstrem sua adequação às disposições do CPI/CB; escadas e 
vias de abandono com todas as especificações necessárias. 
 • • ... Planta de implantação geral do sistema de proteção por hidrantes, 
quando for indispensável, na escala adequada; 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
16
 • Corte esquemático ou isométrico do sistema de proteção por 
hidrantes, em escala adequada, com as especificações necessárias;
 • Detalhes na escala adequada, especificando: colocação dos 
extintores; abrigos para mangueiras; hidrantes; ligação da motobomba 
ao reservatório d’água, discriminando todos os aparelhos e conexões 
utilizadas; hidrante de recalque. 
 • Detalhes da construção da central de gases combustíveis (em escala 
adequada); 
 • Deverá existir uma nota junto ao detalhe da casa de bombas 
garantindo que a instalação elétrica da bomba é independente da 
instalação geral do prédio, sendo que deverá também ser informado 
o tipo de acionamento do motor da bomba elétrica (se por botoeira 
do tipo liga-desliga ou por sistema automático de fluxo); 
 • Detalhes do sistema de ventilação forçada das escadas enclausuradas 
(se utilizado).
IMPORTANTE:
Em muitos casos, será necessário alterar o projeto 
arquitetônico ou fornecer várias medidas de segurança 
contra incêndio para se alcançar os objetivos da segurança 
contra incêndio, lembram Seito et al. (2008).
De acordo com o tipo de instalação são exigidos outros documentos 
complementares, com a finalidade de auxiliar a análise do Projeto Técnico 
da edificação ou área de risco. 
Como no caso das instalações para fins industriais, que deverãoapresentar, juntamente com o projeto de prevenção de incêndios, 
um Memorial Industrial assinado pelo engenheiro responsável e pelo 
proprietário da edificação, explicita Fernandes (2010).
Como documentos complementares, a Instrução Técnica 01/2019 
ainda traz vários outros documentos, como o memorial de cálculo, que 
é um memorial descritivo dos cálculos efetuados para dimensionamento 
dos sistemas fixos contra incêndio (Figura 4), tais como hidrantes, 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
17
chuveiros automáticos, pressurização de escada, sistema de espuma e 
resfriamento, controle de fumaça, dentre outros. 
Figura 4: Sistema fixo
Fonte: Freepik.
A lista é um pouco extensa, mas vamos respirar fundo e verificar 
cada um deles juntos.
A IT 01/2019 traz também o memorial descritivo do sistema fixo 
de gases para combate a incêndio, o qual deve compreender a norma 
seguida, o tipo de sistema fixo, o agente extintor utilizado e a forma de 
acionamento (seja manual ou automático), bem como a carga de incêndio 
dos materiais existentes na edificação ou área de risco, trazendo o 
dimensionamento da Carga de Incêndio nas Edificações e Áreas de Risco. 
Além disso, tem os documentos referentes ao comércio de fogos 
de artifício; o documento que demonstra a área construída, a ocupação 
e a data da edificação ou área de risco existentes; o documento com 
a descrição das características estruturais da edificação ou da área de 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
18
risco; os cálculos realizados para dimensionamento de lotação e saídas 
de emergência em locais de reunião de público, menciona a IT 01/2019.
Fazem parte desses documentos complementares: o memorial 
descritivo dos cálculos efetuados para dimensionamento de lotação 
e saídas de emergência em recintos desportivos e de espetáculo 
artístico-cultura; o memorial descritivo dos cálculos efetuados para 
dimensionamento dos revestimentos das estruturas contra ação do calor 
e outros; o memorial demonstrativo dos parâmetros técnicos seguidos 
para dimensionamento do sistema de controle de fumaça e a descrição 
lógica do funcionamento; o memorial descritivo dos cálculos efetuados 
para o dimensionamento da pressurização da escada de segurança; e, o 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
19
memorial descritivo dos cálculos realizados para o dimensionamento do 
isolamento de risco entre edificações e áreas de risco. 
Fernandes (2010) ainda relata que no projeto deverá constar a 
assinatura do Responsável Técnico e do Proprietário em todas as pranchas 
e documentos que o integra.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Neste capítulo, você deve ter aprendido que o 
projeto de prevenção de incêndios e pânicos tem etapas 
e prazos determinados, que só pode ser elaborado por 
profissionais habilitados e será fiscalizado pelo Corpo de 
Bombeiros, que tem como finalidade a de proporcionar 
maior segurança às pessoas e é obrigatório para todas 
as edificações. Viu que as medidas de segurança contra 
incêndio nas edificações e áreas de risco devem ser 
apresentadas ao Corpo de Bombeiros para análise através 
de: Projeto Técnico (PT); Projeto Técnico Simplificado 
(PTS); Projeto Técnico para Instalação Temporária (PTIOT); 
Projeto Técnico para Ocupação Temporária em Edificação 
Permanente (PTOTEP); e, que o projeto de prevenção 
de incêndios deverá estar de acordo com as normas 
relacionadas da ABNT. Por fim, viu que, de acordo com 
o tipo de instalação, são exigidos outros documentos 
complementares, com a finalidade de auxiliar na análise do 
Projeto Técnico da edificação ou área de risco.
 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
20
Instruções e plano de atendimento à 
emergência 
INTRODUÇÃO:
Neste capítulo, você irá aplicar as instruções em caso de 
emergência e o plano de atendimento a emergências, 
compreendendo sua importância em situações de sinistro.
Instruções e plano de atendimento à 
emergência
Durante a ocorrência de um incêndio, consequências mais gravosas 
podem ser evitadas com o devido conhecimento de instruções de 
emergência e do cumprimento do plano de abandono do local. 
Seito et al. (2008) explicam que um dos fatores decisivos em uma 
situação de incêndio é a informação disponível associada ao tempo, pelo 
recebimento tardio do aviso de incêndio, quando as ocorrências de fogo 
e fumaça estão mais rigorosas, para se procurar uma resposta. 
O entendimento sobre a gravidade do incêndio, qual a direção a 
seguir, muitas vezes em ambiente com fumaça, tende a provocar muita 
tensão nervosa. Deste modo, as circunstâncias que podem dificultar o 
controle emocional provêm da demora da disponibilidade de informações 
sobre o que está acontecendo, qual a severidade do caso, atraso na 
divulgação de um incêndio e como agir e utilizar saídas protegidas, 
analisam Seito et al. (2008). 
NOTA:
Dessa forma, as situações de pânico pela falta de informação 
necessária sobre como proceder nessas circunstâncias 
acabam aumentando a tragédia.
Segundo a Instrução Técnica nº 16/2018 – Plano de Emergência, 
o plano de emergência determina responsabilidades e procedimentos 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
21
para organizações e indivíduos, com a finalidade de cumprirem ações 
específicas, de acordo com o local e o tempo em que venha a acontecer 
uma emergência ou desastre.
Dentre os procedimentos (Figura 5) a serem executados quando 
do acontecimento de um incêndio, compreendem-se a correta visão, 
alcance e acionamento do sistema de alarme, o acionamento do Corpo de 
Bombeiros, o desligamento de equipamentos e as medidas preliminares 
de combate ao incêndio, esclarece Pereira (2015).
Figura 5: Procedimentos
 
Fonte: Freepik
Uma das maiores preocupações durante um caso de emergência 
é a remoção das pessoas, o mais célere possível, sem nenhum tipo de 
acidente ou incidente, de dentro do ambiente sinistrado para um lugar 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
22
seguro, sendo esse processo chamado de “abandono de local”, ilustram 
Seito et al. (2008).
NOTA:
Todo edifício comercial ou residencial deve possuir um 
plano de emergência para abandono do prédio em caso 
de incêndio, lembra Godoy (2020).
Camilo Junior (2019) define o plano de abandono como um conjunto 
de normas e ações estimulado pela equipe de brigada de abandono, 
buscando a retirada rápida, segura, de maneira estruturada e eficiente de 
toda a população fixa e flutuante da edificação em caso de uma ocorrência 
de incêndio.
Seito et al. (2008) dividem as situações de abandono de local em 
abandono orientado e abandono coordenado. O abandono orientado é 
aquele em que a brigada é treinada para se colocar em ambientes certos 
durante uma ocorrência de emergência, guiando a seus ocupantes 
qual o caminho a ser adotado para a saída rápida e segura do prédio, 
pois o imóvel tem uma população que desconhece os procedimentos 
de abandono da edificação, como locais de reunião pública, lojas de 
departamentos, shoppings, entre outros. O abandono coordenado é 
aquele em que a brigada é habilitada para atuar conforme um plano 
predeterminado, em que cada um de seus membros possui uma função 
específica, e a população, em sua maioria fixa, é treinada para as ocasiões 
de emergência, sabendo como agir durante um abandono de local. 
Mas o que é uma brigada de abandono, você sabe?
Seito et al. (2008) entendem a brigada de abandono como sendo 
aquelas designadas para efetuar a remoção da população das edificações 
e são formadas por funcionários com treinamento específico para o 
abandono de local. Não fazem parte da brigada de incêndio, porque, em 
uma ocorrência de emergência, devem abandonar o ambiente junto com 
a população do prédio.
O Plano de emergência contra incêndio deve contemplar, no 
mínimo, as informações detalhadas da edificação e os procedimentos 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
23
básicosde emergência em caso de incêndio, estabelece a Instrução 
Técnica nº 16/2018.
A NBR 15219:2015 regula o plano de emergência contra incêndio 
e seus requisitos, estabelecendo condições mínimas para organizar, 
implantar, conservar e revisar um Plano de Emergência Contra Incêndio 
(PECI). Conforme essa norma, todo e qualquer ambiente em que estão 
localizadas uma ou mais edificações ou áreas para serem empregadas 
para determinados eventos ou ocupação deverá ter seu Plano de 
Emergência Contra Incêndio (Figura 6), informam Seito et al. (2008).
Figura 6: Plano de Emergência Contra Incêndio
Fonte: Freepik
A norma também prevê que este Plano de Emergência contra 
Incêndio deve ser preparado por profissional habilitado, isto é, alguém 
que tenha produzido planos de emergência nos últimos 5 anos ou por 
profissional cuja formação tenha contido as cargas horárias apresentadas 
abaixo, dependendo dos níveis (baixo, médio ou alto) de risco da ocupação:
 • Prevenção e combate a incêndio e abandono de área: 200, 300 e 400 
horas; 
 • Primeiros socorros de 60, 120 e 240 horas;
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
24
 • Análise de risco de 60, 100 e 140 horas. O PECI deve ser auditado 
por um profissional a cada 12 meses, preferencialmente antes da sua 
revisão.
Para Godoy (2020), um plano de emergência deve conter: 
procedimentos do supervisor; procedimentos da brigada de incêndio; 
procedimentos dos ocupantes do prédio; planta do edifício; localização 
do equipamento de combate a incêndio; localização das vias de fuga; e, 
ponto de reunião fora do edifício.
IMPORTANTE:
A maioria das pessoas que sobrevive às ocorrências de 
emergência não é a mais jovial e forte, mas a que está mais 
consciente e preparada de como agir nesses casos (SEITO 
et al., 2008).
Conforme a Instrução Técnica nº 16/2018, o plano de emergência 
contra incêndio deverá ser elaborado por escrito, levando em consideração: 
a localização; a construção; a ocupação; a população total e por setor ou 
área e andar; as características de funcionamento; as pessoas portadoras 
de necessidades especiais; os recursos humanos e materiais existentes; 
e, os riscos inerentes à atividade.
Os projetos de arquitetura das edificações precisam analisar a 
movimentação de fumaça dentro dos ambientes em caso de incêndio e 
proporcionar barreiras arquitetônicas e sistemas de saída de gases, além 
dos sistemas de proteção e combate. As rotas de fuga devem levar a 
saídas de emergência (Figura 7) apropriadas para a população prevista 
para o ambiente, explanam Seito et al. (2008).
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
25
Figura 7: Saídas de emergência
Fonte: Freepik.
Seito et al. (2008) ainda lembram que essa adaptação precisa levar 
em conta que a propensão do mercado de construção é de prédios 
maiores e, também, cada vez mais altos. As saídas de emergência 
devem acolher à demanda da população em situações de sinistros, seja 
por compartimentação, rotas de fuga, escadas de emergência, áreas 
de refúgio, seja por elevadores de emergência totalmente protegidos 
da ação de gases e chamas, com sistema de alimentação de energia 
independente do geral da edificação. 
Godoy (2020) explica que quando o plano estiver pronto deve ser 
fornecido:
 • a comunicação do conteúdo a todos os ocupantes do edifício;
 • a sinalização das instalações (saídas, extintores etc.);
 • o treinamento de abandono do edifício. 
Um bombeiro poderá ajudá-lo nessa atividade. 
De acordo com Barsano e Barbosa (2018), para maior eficiência 
na remoção da população local nas situações de incêndio, um plano de 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
26
abandono deve ser inserido e seu treinamento deve ser realizado através 
de exercícios simulados, abrangendo todas as pessoas relativas à área 
de interesse (setores, pavimentos, edificações etc.). Esses exercícios 
devem atender a condições específicas para que constituam um plano de 
abandono correto e bem organizado. Além disso, devem ser efetivados 
periodicamente, preferencialmente sem aviso prévio, de modo tão realista 
quanto possível e sob a orientação de grupos de pessoas adequados de 
prepará-los e dirigi-los. 
Seito et al. (2008) complementam relatando que, para um perfeito 
cumprimento do abandono de local, faz-se indispensável o treinamento 
periódico dos membros da brigada, bem como a realização de palestras-
-relâmpago para os demais funcionários, buscando orientá-los com 
relação aos procedimentos gerais a serem adotados. 
Esses exercícios têm como propósito verificar a eficiência do que 
foi planejado e cumprido, como: o tempo gasto do abandono; o tempo 
gasto no atendimento de primeiros socorros; a atuação da brigada; o 
comportamento da população; o tempo gasto até a chegada do Corpo de 
Bombeiros; falhas operacionais e de equipamentos e ponto de encontro, 
descrevem Barsano e Barbosa (2018). 
Seito et al. (2008) citam algumas orientações que deverão ser 
seguidas, tais como: apanhar seus pertences pessoais, desligar os 
equipamentos elétricos, dirigir-se ao local predeterminado pelo plano 
de abandono, manter a calma evitando tumultos e pânico e, caso esteja 
recebendo visitas, deverá levá-las com você e colocá-las à sua frente na 
fila, orientando-as a respeito, pois elas serão de sua responsabilidade.
IMPORTANTE:
Para o caso eventual de máquinas e aparelhos elétricos 
que não devem ser desligados em caso de incêndio, neles 
deverão conter uma placa com aviso referente a este fato, 
próxima à chave de interrupção, explica Pereira (2015).
Os elevadores nunca deverão ser usados, não rir nem fumar, não 
interromper sua descida por nenhum motivo, nunca retornar ao local 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
27
sinistrado, ao chegar ao andar térreo deverá se encaminhar para o ponto de 
reunião predeterminado, manter-se em silêncio e aguardar a conferência 
(rápida e visual) do coordenador de andar para iniciar a descida, e, 
caso tenha conhecimento de que um funcionário faltou, deve avisar ao 
coordenador de andar, obedecer as orientações dos componentes da 
brigada de abandono, andar em ordem, permanecer em fila indiana, evitar 
flutuação, evitar fazer barulho desnecessário, não tirar as roupas do corpo, 
descrevem Seito et al. 2008).
Figura 8: Orientações
Fonte: Freepik.
A Instrução Técnica nº 16/2018 ainda informa que, em casos de 
incêndio, os procedimentos básicos de emergência devem considerar: 
o abandono da área; o alerta, pois, após identificada a situação de 
emergência, qualquer pessoa pode comunicar, através dos meios 
disponíveis, os ocupantes, os brigadistas, os bombeiros civis e o apoio 
externo; a análise da situação; o apoio externo, sendo o acionamento do 
Corpo de Bombeiros ou outros órgãos locais; o combate ao incêndio, 
quando possível; o confinamento do incêndio de forma a evitar a sua 
propagação e consequências; a eliminação dos riscos através do corte de 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
28
energia e o fechamento de válvulas de tubulações; o isolamento da área; 
a investigação; e, os primeiros socorros às possíveis vítimas.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso 
à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: “Anexo B e 
C da Instrução Técnica 16/2018: Plano de Emergência”, do 
Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Disponível 
pelo link: https://bit.ly/2HrosJS. (Acesso em: 02 set. 2020).
Seito et al. (2008) ainda explicam que os sistemas de combate a 
incêndios devem estar em perfeitas condições de operacionalidade, bem 
projetados e instalados, e o pessoal da equipe de emergência bem treinada 
para aplicar o plano de abandono desenvolvido para cada edificação, 
considerando suas especificidades, atualizando frequentemente a relação 
de pessoas com dificuldade de locomoção, buscando a segurança dos 
ocupantes, a proteção ao patrimônio e ao meio ambiente 
RESUMINDO:
Neste capítulo, você deve ter compreendidoque as 
instruções em caso de emergências e o plano de 
emergência em situações de incêndio são fundamentais 
para evitar maiores tragédias, que a Instrução Técnica 
16/2018 determina responsabilidades e procedimentos para 
organizações e indivíduos, com a finalidade de cumprirem 
ações específicas, de acordo com o local e o tempo em 
que venha a acontecer uma emergência ou desastre, e 
que a NBR 15219:2015 regula o plano de emergência contra 
incêndio e seus requisitos, estabelecendo condições 
mínimas para organizar, implantar, conservar e revisar um 
Plano de Emergência Contra Incêndio. Além disso, viu o 
que é o plano de abandono, a brigada de abandono e o 
abandono de local orientado e coordenado. Conheceu o 
que deve conter em um plano de emergência, como deve 
ser elaborado e as orientações que devem ser seguidas. 
Por fim, entendeu os procedimentos básicos que devem 
ser considerados em casos de incêndio.
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
29
Brigada de incêndios e pânicos e as 
vistorias de segurança
INTRODUÇÃO:
Neste capítulo, você irá capacitar a brigada de combate a 
incêndio e pânicos, conhecendo quem são, e compreender 
as vistorias de segurança aplicáveis e obrigatórias.
Brigada de incêndios e pânicos
Conforme Seito et al. (2008), as brigadas de incêndios são aquelas 
com o propósito de combater os princípios de incêndios nas edificações e 
são formadas por funcionários treinados de vários setores (ou de diversos 
andares) da empresa para a extinção dos focos de incêndio.
Para Godoy (2020), as brigadas de incêndios são grupos de pessoas 
que foram treinadas de forma prévia, organizadas e capacitadas dentro de 
uma organização, empresa ou estabelecimento para efetuar atendimento 
em casos de emergência. Geralmente, estão treinadas para agir na 
prevenção e combate de incêndios, prestação de primeiros socorros e 
desocupação do ambiente. 
As brigadas devem ser estruturadas nas funções de líder, chefe de 
brigada, coordenador e brigadistas.
E quem são cada um deles, você sabe?
Os brigadistas são membros da brigada que desempenham 
as atribuições comuns; o líder é o responsável pela coordenação e 
cumprimento das ações de emergência de um determinado setor e é 
selecionado dentre os brigadistas aprovados no processo seletivo; o chefe 
da brigada ou da edificação é o brigadista responsável pela coordenação 
e cumprimento das ações de emergência de uma determinada 
edificação da planta; e, o coordenador geral é o brigadista responsável 
pela coordenação e cumprimento das ações de emergência de todas as 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
30
edificações que constituem uma planta, independentemente do número 
de turnos, descreve Pereira (2015).
NOTA:
O coordenador deve ser uma pessoa com traços de 
liderança e que faça parte da direção ou que possua 
assistência dela, menciona Pereira (2015).
Godoy (2020) explica que a capacitação para ser um brigadista 
(Figura 9) exige que no seu término seja emitido um certificado, expedido 
por profissional habilitado, sendo esse profissional qualquer pessoa 
com formação em Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho, que seja 
registrado os Conselhos Regionais competentes ou no Ministério do 
Trabalho, ou ainda por militares das Forças Armadas, das Polícias Militares 
e dos Corpos de Bombeiros Militares com 2º grau completo e que tenham 
especialização em Prevenção de Combate a Incêndio com carga horária 
mínima de 60 horas e técnicas de emergências médicas com carga 
horária mínima de 40 horas, como também curso de técnica de ensino 
de, no mínimo, 40 horas.
Figura 9: Brigadista
Fonte: Freepik.
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
31
Durante o curso, os brigadistas são capacitados sobre como 
manipular extintores, mangueiras e outros equipamentos de combate a 
incêndios, como também conhecer as diferentes classes de fogo, rotas 
de fuga, plano de retirada de moradores e medidas emergenciais, ilustra 
Alencastro (2019). 
De acordo com Pereira (2015), os candidatos a brigadistas devem 
cumprir, de preferência, os seguintes princípios fundamentais:
 • conservar-se na edificação durante o seu turno de trabalho;
 • possuir experiência prévia como brigadista;
 • apresentar boa condição física e boa saúde;
 • dispor de bom conhecimento das instalações, devendo ser 
selecionados, de preferência, os funcionários da área de utilidades, 
elétrica, hidráulica e manutenção geral;
 • possuir responsabilidade legal; 
 • ser alfabetizado.
NOTA:
Na hipótese de nenhum candidato atender aos critérios 
básicos requeridos, devem ser escolhidos aqueles que 
atendam ao maior número de condições, cita Pereira (2015).
As atribuições da brigada de incêndio, segundo a Instrução Técnica 
nº 17/2014, se dividem em ações de prevenção e ações de emergência.
As ações de prevenção são a análise dos riscos existentes durante 
as reuniões da brigada de incêndio, a notificação ao setor competente da 
empresa ou da edificação das eventuais irregularidades encontradas no 
tocante à prevenção e proteção contra incêndios, à orientação à população 
fixa e flutuante, à participação nos exercícios simulados e a conhecer o 
plano de emergência da edificação, informa a Instrução Técnica 17/2014.
Já as ações de emergência (Figura 10) são: a identificação da 
situação, o alarme e abandono de área, o acionamento do Corpo de 
Bombeiros e a ajuda externa, o corte de energia, os primeiros socorros, o 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
32
combate ao princípio de incêndio e a recepção e orientação ao Corpo de 
Bombeiros, estabelece a Instrução Técnica 17/2014.
Figura 10: Ações de emergência
Fonte: Freepik.
O Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo (2006) destaca que 
o brigadista poderá ajudar a guarnição durante o plano de abandono na 
direção da saída de emergência e rotas de fugas, como: 
 • orientar as pessoas que estão saindo da edificação a manterem-se 
calmas; 
 • caminhar em ordem sem atropelos; 
 • não deixar que corram ou empurrem, gritaria e algazarras; 
 • não deixar as pessoas retornarem para buscarem objetos;
 • deixar a rua e as entradas livres para ação dos bombeiros e do pessoal 
de socorro médico;
 • orientar as pessoas para não retirarem as roupas e molhá-las. 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
33
Pereira (2015) lembra que, conforme o tipo de edificação, a 
brigada de incêndio deverá ser formada de maior ou menor número 
de pessoas. Portanto, ela será dimensionada de acordo com o tipo de 
atividade executada no ambiente e a população fixa ali presente, assim 
classificada como aquela que permanece frequentemente na edificação, 
considerando-se os turnos de trabalho e a natureza da ocupação, assim 
como os terceiros nessas categorias.
As reuniões dos membros da brigada de incêndio podem ser 
ordinárias, as quais acontecerão mensalmente, ou extraordinárias que 
ocorrerão quando no caso do sinistro ou do risco iminente, e deverão 
ser realizados exercícios simulados no ambiente com toda a população, 
devendo ser realizada uma reunião extraordinária logo após essa 
simulação para avaliação e correção das falhas, esclarece Pereira (2015).
Vistorias de segurança
O auto de vistoria é o documento disponibilizado pelo poder público 
estadual, mais precisamente pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, 
garantindo que na data da vistoria a edificação estava de acordo com as 
normas de segurança contra incêndio, explica Godoy (2020).
Essa determinação está contida na Lei nº 13.425/2017:
Art. 3º. Cabe ao Corpo de Bombeiros Militar planejar, analisar, 
avaliar, vistoriar, aprovar e fiscalizar as medidas de prevenção e combate 
a incêndio e a desastres em estabelecimentos, edificações e áreas de 
reunião de público, sem prejuízo das prerrogativas municipais no controle 
das edificações e do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano 
e das atribuições dos profissionais responsáveis pelos respectivos projetos 
(BRASIL,2017).
Segundo Fernandes (2010), as vistorias serão realizadas: 
 • através de requerimento do interessado, com o objetivo de concessão 
de “Certificado de Vistoria e Conclusão de Obras”, pela Prefeitura 
Municipal local, no caso de edificações novas (recém-construídas), 
reformadas ou ampliadas (de acordo com o CPI/CB); 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
34
 • através de requerimento do interessado com o objetivo de “Alvará 
de Funcionamento” ou “Liberação de Uso Comercial”, pela Prefeitura 
Municipal local, para estabelecimentos comerciais, industriais, 
prestadores de serviços e residenciais multifamiliares; 
 • através de requerimento do interessado para edificações antigas, 
históricas ou de interesse de preservação; 
 • através de requerimento de qualquer pessoa, quando se tratar de 
edificações de risco iminente; 
 • por decisão do Corpo de Bombeiros;
 • regularmente e conforme as leis específicas.
Pereira (2015) lembra que, depois da realização da vistoria na 
edificação (Figura 11) e aprovação desta pelo vistoriador, deve ser emitido 
pelo Serviço de Segurança Contra Incêndio o respectivo Auto de Vistoria 
do Corpo de Bombeiros (AVCB). 
Figura 11: Vistoria na edificação
Fonte: Freepik
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
35
Godoy (2020) esclarece que, para cada edificação, há uma pessoa 
física legalmente responsável pelo uso do imóvel, com o dever de 
conservar as condições de segurança identificadas na vistoria. 
IMPORTANTE:
O atraso na renovação do Auto de Vistoria do Corpo de 
Bombeiros acarreta ao responsável legal a responsabilização 
pelo acontecimento de um desastre que poderia ter sido 
evitado com o bom funcionamento das instalações de 
segurança (GODOY, 2020).
Em 2014, houve uma alteração significativa na Instrução Técnica 
42/2011: a criação do CLCB, que é um mecanismo de otimização para a 
conquista do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), tornando-o 
mais simplificado e não dependendo de vistoria imediata do Corpo de 
Bombeiros aplicado às edificações classificadas como Projeto Técnico 
Simplificado, informa Carvalho Junior (2019).
Conforme a Instrução Técnica 42/2019, o Certificado de Licença 
do Corpo de Bombeiros (CLCB) é o “documento emitido pelo Corpo de 
Bombeiros Militar, após apresentação dos documentos comprobatórios, 
certificando que a edificação ou área de risco atende às exigências quanto 
às medidas de segurança contra incêndio”.
Pereira (2015) lembra que o funcionamento de estabelecimento ou 
a ocupação de edificação sem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros 
poderá ocasionar o não licenciamento da obra, multa ou embargo pela 
Prefeitura relacionada, pois essa documentação faz parte do processo de 
licenciamento do imóvel, como também em situações em que o AVCB 
tiver sido revogado ou após expirado seu prazo de validade:
Art. 5º O poder público municipal e o Corpo de Bombeiros Militar 
realizarão fiscalizações e vistorias periódicas nos estabelecimentos 
comerciais e de serviços e nos edifícios residenciais multifamiliares, tendo 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
36
em vista o controle da observância das determinações decorrentes dos 
processos de licenciamento ou autorização sob sua responsabilidade.
Quando apurado pelo Corpo de Bombeiros que aconteceram 
modificações prejudiciais às medidas de segurança contra incêndio da 
edificação ou áreas de risco que tenham o Auto de Vistoria do Corpo 
de Bombeiros com prazo de validade em vigência e demonstrada a 
necessidade de adequações, deve ser produzido um relatório de vistoria, 
indicando os ajustes a serem efetuados, de acordo com o Regulamento 
de Segurança contra Incêndio, esclarece Pereira (2015).
VOCÊ SABIA?
Bombeiros podem interditar prédios que não possuírem 
o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros. Entenda mais 
lendo a matéria disponível no link: https://bit.ly/34fkVHK. 
(Acesso em: 03 set. 2020).
Pereira (2015) relata que, se constatado que o proprietário ou 
responsável pela utilização da edificação ou áreas de risco não aplicou 
as determinações essenciais para a correção das irregularidades, o 
Comandante da Unidade Operacional do Corpo de Bombeiros deve 
enviar ofício ao interessado sobre a cassação do AVCB. 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
37
RESUMINDO:
Neste capítulo, você deve ter compreendido que as brigadas 
de incêndio são formadas por pessoas com treinamento 
prévio, organizadas e capacitadas dentro da organização 
com o propósito de combater incêndios, prestar os primeiros 
socorros e desocupar o ambiente e são organizadas 
nas funções de líder, chefe de brigada, coordenador e 
brigadistas. Viu também como os brigadistas devem ser 
capacitados, quais os princípios devem ser seguidos, as 
atribuições pertinentes e as reuniões que poderão ser 
ordinárias ou extraordinárias. Por fim, conheceu a vistoria de 
segurança, a qual é realizada pelo Corpo de Bombeiros da 
Polícia Militar e garante que a edificação esteja de acordo 
com as normas de segurança na data da verificação, e sem 
o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, poderá causar 
o não licenciamento da obra, multa ou embargo; assim 
como entendeu quem poderá solicitar essa vistoria e a 
sua importância para o funcionamento da edificação, além 
do Certificado de Licença do Corpo de Bombeiros (CLCB), 
que é uma forma mais simplificada do auto de vistoria e é 
aplicado às edificações classificadas como Projeto Técnico 
Simplificado.
 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
38
Primeiros socorros aplicados a vítimas 
de incêndios 
INTRODUÇÃO:
Neste capítulo, iremos aplicar os procedimentos dos 
primeiros socorros às vítimas de incêndios, compreendendo 
a sua importância para salvar vidas.
Primeiros socorros aplicados a vítimas de 
incêndios 
Em qualquer infortúnio ocorrido de forma repentina e inoportuna 
com o corpo humano faz-se imprescindível a utilização de primeiros 
socorros com a finalidade de contribuir para uma melhora ou de diminuir 
os riscos futuros. 
Mas o que vem a ser os primeiros socorros?
Rossete (2014, p. 129) leva em consideração a definição dada pela 
Cruz Vermelha Brasileira de que “os primeiros socorros são a prestação de 
assistência médica imediata a uma pessoa doente ou ferida até a chegada 
de ajuda profissional”. Reúne não só o dano físico ou doença, mas também 
o primeiro atendimento, compreendendo o apoio psicológico a pessoas 
que sofrem emocionalmente por causa da experiência ou a exposição de 
um evento traumático, com o controle da circunstância encontrada.
É o atendimento imediato para quaisquer ocasiões que o corpo 
exibir uma alteração, contudo, muitas vezes, não existe a necessidade de 
procurar um pronto-socorro, complementa Sousa (2018).
Para Szabó Junior (2018), os primeiros socorros são procedimentos 
simples, podendo ser efetivados por qualquer pessoa que tenha os 
devidos conhecimentos para oferecer o primeiro atendimento a alguém 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
39
que esteja acidentado ou em crise de saúde até a chegada do atendimento 
especializado. 
NOTA:
O tipo de acidente e a circunstância que o causou 
modificam as condutas necessárias para os primeiros 
socorros (ROSSETE, 2014).
Os primeiros passos (Figura 12) e o acompanhamento das ações são 
indispensáveis, pois o tempo que se deve ter em mente é de 4 minutos, 
dos quais não se pode abrir mão, sendo esse o tempo que o cérebro 
de uma pessoa acometida por lesões leva para começar a perder a 
estabilidade sistêmica, informa Sousa (2018).
Figura 12: Primeiros passos
Fonte: Freepik
De acordo com Rossete (2014), alguns pontos são importantes para 
a eficiência do processo de atendimento apropriado ao acidentado, que 
são:
 • ligar para o serviço de resgate o mais rápido possível; 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
40
No Brasil, podemos utilizar o 193 para chamar o Corpo de Bombeiros.
 • efetuar o atendimento não devendo nunca se pôrem risco, evitando 
assim, que o socorrista venha a ser uma nova vítima;
 • efetuar o atendimento de maneira calma, eficaz e com certa presteza 
e rapidez, assim como deve ser a pessoa que lidera e atua; 
 • acalmar o acidentado, oferecendo apoio moral o tempo todo;
 • buscar pessoas que saibam quem é o acidentado, empregando 
técnicas simples como conversar com ele, fazendo perguntas e 
observações;
 • observar a existência de pulso e de hemorragias visíveis, as alterações 
respiratórias, os choques traumáticos, a coloração da pele para 
ajudar no trabalho da equipe de resgate através das informações 
apresentadas;
 • alargar roupas apertadas e conservar o acidentado deitado de costas 
com a cabeça ao nível do corpo, lembrando de não sujeitar a vítima a 
circunstâncias constrangedoras;
 • na hipótese de desmaio, abaixar rapidamente a cabeça;
 • quando ocorrer vômitos e hemorragias pela boca, a cabeça deverá 
ser voltada para um dos lados;
 • em situações de falta de ar, conservar o acidentado sentado ou 
semideitado;
 • na hipótese de fraturas, o acidentado deverá ser imobilizado antes 
de ser movimentado, devendo, neste caso, a atenção ser redobrada 
e, em caso de dúvidas, esperar a chegada do socorro especializado;
 • nunca incentivar o consumo de algum tipo de líquido ou alimento.
Camilo Junior (2019) descreve como é de suma importância que 
o socorrista conheça e saiba pôr em prática o apoio básico da vida, pois 
saber fazer o certo na hora certa pode constituir a diferença entre a vida e 
diminuir o risco de lesão para um acidentado. Além disso, as informações 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
41
na área podem minimizar os resultados derivados de uma lesão, colocando 
a vítima em melhores condições para receber o tratamento definitivo. 
IMPORTANTE:
Para o controle do quadro clínico do acidentado até a 
chegada do resgate, o socorrista deve prestar atenção para 
os estados de respiração, pulso, consciência e temperatura 
corporal, menciona Rossete (2014).
O conhecimento dos métodos de suporte básico da vida possibilitará 
que o socorrista distinga o que existe de errado com a vítima, sabendo 
como levantá-la ou movimentá-la, quando isso for preciso, sem ocasionar 
lesões secundárias, e, finalmente, transportá-la e comunicar informações 
sobre o seu estado ao médico, que se responsabilizará pela continuação 
do seu tratamento, explicita Camilo Junior (2019).
Caso exista necessidade de efetuar o transporte do acidentado 
(Figura 13), alguns cuidados devem ser adotados para evitar complicações 
ou, até mesmo, lesões resultantes do atendimento inadequado: conter 
hemorragias, reanimar o acidentado e imobilizar as partes fraturadas, 
relata Rossete (2014).
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
42
Figura 13: Transporte do acidentado
Fonte:Freepik
Várias situações podem acontecer com as pessoas que estão 
presentes no local do incêndio, por isso, faz-se imprescindível 
compreender como agir nessas circunstâncias com relação aos primeiros 
socorros. 
Vejamos algumas dessas situações.
Parada Respiratória
Conforme Camilo Junior (2019), a parada da respiração pode 
provocar a morte entre 3 a 5 minutos e traz inconsciência, tórax parado 
(ausência de movimentos respiratórios), lábios e línguas arroxeados. 
IMPORTANTE:
 Nesses casos, deve ser realizada a respiração boca a boca 
de imediato e, caso exista hemorragia, deve ser controlada 
rapidamente, cita Camilo Junior (2019).
Barsano e Barbosa (2018) descrevem que o protocolo para 
averiguação da vítima com suspeita de parada respiratória deve seguir os 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
43
procedimentos descritos: realizar a análise primária; verificar a ausência 
de respiração e presença de pulso; requisitar a ajuda de equipes de apoio; 
fazer a insuflação de ar boca a boca; confirmar se existe ausência de 
respiração e presença de pulso, caso confirmados, iniciar a insuflação a 
cada 5 segundos em uma série de 15 ciclos. 
Hemorragia
O extravasamento de sangue por rompimento de vasos ou 
artérias é chamado de hemorragia, podendo ser interna ou externa. 
O tipo de conduta seguido para o atendimento depende da gravidade 
da hemorragia, medida pela quantidade da perda de sangue, explicam 
Barsano e Barbosa (2018).
No caso de hemorragia interna, Camilo Junior (2019) relata que a 
vítima deve ser mantida deitada e agasalhada com a cabeça mais baixa 
que os pés; deve ser analisada a respiração e os batimentos cardíacos, 
efetuando a respiração de socorro e massagem cardíaca, caso seja 
preciso; e, deve-se remover a vítima imediatamente para o hospital mais 
próximo.
NOTA:
Em casos de hemorragia de pulmões ou digestiva, a vítima 
deverá ser colocada em repouso e ser providenciado de 
imediato o auxílio do médico e a sua remoção.
Os casos de hemorragia com perda de grande quantidade de 
sangue necessitam de cuidados especiais e celeridade para o tratamento 
à vítima, seja para o envio ao tratamento médico especializado ou para a 
solicitação dessa ajuda, pois a demora pode levar o paciente ao estado de 
choque ou, até mesmo, à morte, citam Barsano e Barbosa (2018).
Lesões por inalação de fumaça
Edson (2012) afirma que o principal motivo de morte em incêndios 
não está associado às lesões térmicas, mas à inalação de fumaça tóxica, 
pois qualquer doente que tenha ficado exposto à fumaça deve ser 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
44
considerado suscetível à lesão por inalação, que envolve queimaduras 
internas causadas por gases aquecidos, asfixia e intoxicação por gases 
tóxicos, principalmente monóxido de carbono.
Os sintomas vão da alteração do nível de consciência, tontura, 
cefaleia e taquicardia. O tratamento indicado é o transporte imediato ao 
hospital com a administração do oxigênio a 100% em alto volume/minuto, 
relata Edson (2012).
Em casos de intoxicação por inalação de gases tóxicos, é 
aconselhado levar a vítima para ambientes arejados, desapertar suas 
vestes e chamar o socorro médico, analisa Szabó Junior (2018).
Asfixia
A asfixia pode acontecer tanto por sufocamento quanto por engasgo. 
Acontece quando existe um espasmo da tosse e a expectoração causada 
pela introdução de líquidos ou sólidos nas vias aéreas. A reação da tosse 
eliminará o líquido absorvido da traqueia em 10 a 30 segundos. Após a 
obstrução completa, se ela não for eliminada em 1 ou 2 minutos, a pessoa 
desmaiará, esclarece Szabó Junior (2018).
O objetivo principal da tosse é limpar a traqueia. 
Dessa forma, enquanto a pessoa permanecer respirando e tossindo, 
deve-se apenas incentivar a eliminar o material aspirado através da tosse.
Figura 14: Asfixia
Fonte: Freepik. 
Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos 
45
Não deve ser oferecido nada para beber, pois o líquido poderá 
invadir o espaço para o caminho do ar, lembra Szabó Junior (2018).
Estado de choque
Barsano e Barbosa (2018) definem o estado de choque como uma 
ocorrência de emergência que acontece quando o sistema nervoso 
central sofre uma paralisia parcial ou total, levando a vítima a um aparente 
estado de alienação física. 
Em todos os casos de lesões graves, hemorragias ou fortes 
emoções, pode aparecer o estado de choque, que tem como sintomas: 
pele fria e pegajosa; suor na testa e na palma das mãos; face pálida com 
expressão de ansiedade; frio, no qual a vítima queixa-se dessa sensação, 
chegando às vezes a exibir tremores, informa Camilo Junior (2019).
Em qualquer uma das situações de estado de choque, o 
procedimento recomendado é a remoção da vítima o mais depressa 
possível, com monitoramento dos sinais vitais, da temperatura e da 
evolução do paciente. Caso a vítima exiba excesso de saliva, sangramento 
ou outras secreções saindo da boca, ela deve ser colocada deitada de 
maneira lateralizada, de preferência do lado esquerdo, para melhorar a 
oxigenação, esclarecem Barsano e Barbosa (2018). 
Fraturas
Szabó Junior (2018)explica que a fratura é o rompimento parcial ou 
total do osso, podendo ser exposta ou fechada. A fraturas fechadas são 
aquelas que não possuem rompimento da pele e o osso continua no interior 
do corpo, diferente da fratura exposta, em que existe o rompimento da 
pele, acontecendo ao mesmo tempo a hemorragia externa e acarretando 
o risco de infecção.
Não se deve tentar encaixar as extremidades ou ajustar o osso 
fraturado em nenhuma circunstância. 
Diante de uma fratura, a primeira coisa que se deve fazer é evidenciar 
a zona lesionada, desabotoando as vestes ou cortando a roupa. Depois, é 
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necessário imobilizar as articulações anteriores e posteriores ao local da 
fratura, através de talas, explana Szabó Junior (2018). 
Se a fratura for exposta, deve-se cobrir o ferimento com gaze ou 
pano limpo. 
Queimaduras
De acordo com Barsano e Barbosa (2018), queimaduras são lesões 
em que existe acabamento das camadas da pele e, segundo a sua 
expansão, pode alcançar órgãos e outras áreas vitais, podendo levar a 
vítima a óbito. Na maioria das vezes, as queimaduras são motivadas pela 
ação do calor, mas podem também ter outras origens, como frio, produtos 
químicos, eletricidades, raios solares etc.
Se a roupa da vítima estiver impregnada de substância química que 
possibilite queimadura, é preciso retirá-la depressa, e, caso encontre-
se em chamas, é preciso envolver a vítima em uma manta ou toalha 
umedecida ou cobertor, fazendo, assim, com que o fogo pare através da 
técnica de abafamento, elucida Szabó Junior (2018). 
IMPORTANTE:
Em situações que o socorrista não possua nenhuma manta 
ou coisa idêntica, ele deve fazer com que a vítima role pelo 
chão até que o fogo cesse (SZABÓ JUNIOR, 2018).
As queimaduras podem ser de 1º, 2º e 3º graus e, através dessa 
escala, é estabelecido o procedimento para um pré-atendimento de 
primeiros socorros, mencionam Barsano e Barbosa (2018).
Conforme Camilo Junior (2019), as principais medidas nessas 
situações são evitar o estado de choque, controlar a dor e impedir a 
contaminação. 
Para queimaduras grandes e médias, a vítima deve ser deitada e 
colocada sua cabeça e tórax em um plano inferior ao resto do corpo. Suas 
pernas serem levantadas, se possível. Caso a vítima esteja consciente, 
deverá ingerir bastante líquido, como água, chá, suco etc. Se possível, 
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tomar medicamentos para dor que seja da sua ciência. Um plástico ou 
pano limpo deverá ser colocado sobre a superfície queimada e recursos 
médicos acionados imediatamente, removendo a vítima para o hospital, 
se possível em ambulância, sem demora, relata Camilo Junior (2019).
Para pequenas queimaduras, a pequena área queimada deverá ser 
lavada com água, e sobre a queimadura colocado gaze ou pano limpo, 
ensopados suavemente em água, enfaixando frouxamente, pincelando a 
queimadura com uma substância antisséptica (mercurocromo, mertiolate), 
cobrindo com gaze ou pano limpo, informa Camilo Junior (2019).
Desmaio
O desmaio (Figura 15) pode apresentar vários motivos e acarretar 
um choque psicogênico, que é a falta temporária de oxigênio cerebral. O 
melhor método nessa situação é realizar ventilação manual e conversar 
com a vítima até o seu reestabelecimento, orientam Barsano e Barbosa 
(2018).
Figura 15: Desmaio
Fonte: Freepik. 
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É imprescindível colocar a cabeça da vítima de lado para impedir 
a asfixia em caso de vômito e desapertar suas vestes. E, quando ela 
readquirir os sentidos, deve-se oferecer bebidas açucaradas e conduzi-la 
ao médico, demonstra Szabó Junior (2018).
RESUMINDO:
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que 
os primeiros socorros possuem como finalidade contribuir 
para uma melhora ou diminuir os riscos futuros em casos 
de pessoas feridas e compreendem, além do dano 
físico ou doença, o apoio psicológico com o controle da 
circunstância encontrada, demonstrando ser indispensável. 
Viu, também, alguns pontos importantes para a eficiência 
do processo de atendimento apropriado ao acidentado e 
a importância de se saber pôr em prática o apoio básico à 
vida pelo socorrista. Por fim, compreendeu várias situações 
que podem acontecer com as pessoas em um incêndio e 
quais as medidas a serem tomadas nessas ocasiões, como 
em parada respiratória, hemorragia, lesões por inalação de 
fumaça, asfixia, estado de choque, queimaduras, desmaios, 
fraturas. 
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49
REFERÊNCIAS
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Janeiro: Outras Letras, 2019.
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Elaine Christine Pessoa Delgado e 
Giselly Santos Mendes
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