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Descrição de Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, abordando o grupo de Resíduos de Serviços de Saúde, as formas adequadas de segregação, manejo e destinação final destes respiduos Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde Os serviços de saúde (SS) são todos os estabelecimentos que prestam atendimento à saúde animal e humana. Nesse panorama estão inclusos: os serviços de assistência domiciliar; de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para a saúde; necrotérios; f unerárias e atividades de embalsamamento; de medicina legal; drogarias e farmácias de manipulação; estabelecimentos de ensino que realizam pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, d istribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, dentre outros (CONAMA, 2005). Nesse contexto, cabe ressaltar que os resíduos de serviços de saúde (RSS) são aqueles gerados nos serviços de saúde (SINIR, 2017). Por conta de suas características químicas e biológicas, o manejo dos RSS exige ações especificas que devem assegurar condições sanitárias adequadas, portanto, devem minimizar e/ou eliminar os riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Desse modo, para cada classe de RSS há uma série de soluções apropriadas (ZAJAC et al., 2016). De acordo com o Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (MGRSS, 2006), os RSS são classificados segundo suas características e potenciais riscos que podem causar ao meio ambiente e à saúde da população. Portanto, são classificados, conforme descrito na Resolução nº 306 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2004), em cinco grupos: • Grupo A: resíduos com a possível presença de agentes biológicos, que podem apresentar risco de infecção (este é subdividido em A1, A2, A3, A4 e A5, de acordo com a origem e periculosidade); • Grupo B: resíduos contendo substâncias químicas que apresentam características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade; • Grupo C: resíduos resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas normas do CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear); • Grupo D: resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde da população nem ao meio ambiente e podem ser comparados aos resíduos domiciliares; • Grupo E: resíduos perfurocortantes ou escarificastes, e similares, infectantes; O Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (MGRSS, 2006), descreve alguns exemplos dos RSS, são eles: - grupo A: as placas e lâminas de laboratório, as carcaças, as peças anatômicas (membros), os tecidos, as bolsas transfusionais contendo sangue, culturas e estoques de microrganismos, dentre outras; - grupo B: produtos hormonais e antimicrobianos, medicamentos apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo metais pesados, dentre outros; - grupo C: serviços de medicina nuclear e radioterapia, e similares; - grupo D: sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas administrativas, equipo de soro, dentre outros; - grupo E: lâminas de barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, dentre outros. Considerando que o descarte inadequado desses resíduos pode colocar em risco e comprometer os recursos naturais, bem como a qualidade de vida das atuais e das gerações vindouras (MGRSS, 2006), se faz necessário a segregação adequada dos RSS, atendendo as normas e exigências legais, no momento e local em que foram gerados, até a sua destinação final. Desse modo, cabe mencionar, que os serviços de saúde são responsáveis pelo gerenciamento dos RSS gerados em suas respectivas atividades. O manejo adequado dos RSS previne acidentes ocupacionais, além de preservar a saúde da população e o meio ambiente (ANVISA, 2004). Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde O gerenciamento dos RSS consiste em um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados pelos serviços de saúde, a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais. Este tem por objetivo minimizar a produção de resíduos, além de encaminhar de forma segura e eficiente os resíduos gerados, para tratamento e destinação final. O gerenciamento adequado dos RSS visa a proteção dos profissionais da área da saúde, a conservação dos recursos naturais e da saúde pública (ANVISA, 2004). Para gerenciar de forma adequada os resíduos gerados, todos os serviços de saúde devem elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), de acordo com o tipo de resíduo gerado, no qual são estabelecidos os procedimentos para o manejo dos RSS (ANVISA, 2004). O PGRSS é um documento que, considerando a periculosidade dos resíduos, descreve as ações pertinentes ao manejo dos RSS, tais como: coleta, transporte e disposição final, visando a prevenção de acidentes, assim protegendo a saúde da população e o meio ambiente. Cabe mencionar que o PGRSS deve seguir as legislações sanitárias e ambientais, além das normas de coleta e transporte dos serviços de limpeza urbana local (MGRSS, 2006). De acordo com a Resolução nº 306 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2004), o manejo, portanto as ações de gerenciamento interno e externo, dos RSS nos estabelecimentos que prestam serviços de saúde deve seguir as etapas descritas a seguir: • Segregação: separação dos resíduos no momento e no local em que foram gerados, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, seu estado físico e periculosidade; • Acondicionamento: embalagem dos resíduos em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam a possível punctura ou ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com o volume de resíduos gerados diariamente, de cada grupo de RSS; • Identificação: medidas que permitem o reconhecimento dos RSS contidos nos sacos e recipientes, de acordo com a periculosidade, além de fornecer informações ao manejo adequado dos RSS; • Tratamento: método, técnica ou processo que descaracterize os resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais e/ou de danos ao meio ambiente; Disposição final: disposição dos resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los, obedecendo à critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento ambiental conforme Resolução CONAMA nº 237. Identificação, segregação e acondicionamento dos Resíduos de Serviços de Saúde Os diferentes grupos de RSS são comumente identificados por símbolos relacionados as respectivas periculosidades. Conforme Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (MGRSS, 2006), os resíduos são identificados por: • Grupo A: são identificados pelo símbolo de substância infectante; • Grupo B: são identificados pelo símbolo de risco associado a substância química; • Grupo C: são identificados pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante; • Grupo D: podem ser destinados a processos de reciclagem ou reutilização. Quando adotada a reciclagem, a identificação é feita nos recipientes de acordo com o tipo de resíduo; Recipientes para resíduos passíveis de reciclagem. • Grupo E: são identificados pelo símbolo de substância infectante, acrescido da frase: Resíduo Perfurocortante, para indicar o potencial risco desse resíduo. Quanto a segregação e acondicionamento, quando são feitos em recipientes inadequados ou improvisados, aumentam o risco de ocorrência de acidentes ocupacionais, à saúde pública e ao meio ambiente. Desse modo, comprometem a segurança do processo de manejo dos RSS e o encarece. Sendo assim, os sacos e recipientes para segregação e acondicionamentodos RSS devem ser produzidos com material impermeável, resistente a ruptura, vazamentos e os limites de peso devem ser respeitados, por isso, os resíduos descartados não devem ultrapassar 2/3 do volume dos sacos e recipientes (MGRSS, 2006). De acordo com a Resolução nº 306 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2004), os cinco grupos devem ser segregados e acondicionados, no momento e local em que foram gerados, nos sacos e recipientes descritos a seguir: • Grupo A: devem ser descartados e acondicionados em saco branco leitoso, identificado pela simbologia de substâncias infectantes constante na NBR – 7500, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos. • Grupo B: devem ser descartados e acondicionados de forma isolada, em recipientes rígidos e resistentes, com tampa vedante e identificados pela simbologia de substâncias químicas e frase de risco, constante na NBR – 7500 da ABNT. Cabe mencionar que a compatibilidade química dos resíduos deve ser respeitada, para evitar reação química entre os componentes do resíduo e da embalagem do recipiente. • Grupo C: devem ser descartados e acondicionados em recipientes de material rígido, com tampa vedante, forrados internamente com saco plástico resistente e identificados com o símbolo internacional de presença de radiação ionizante, em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da frase: rejeito radioativo. • Grupo D: quando destinados à reciclagem ou reutilização, devem ser descartados e acondicionados em sacos impermeáveis, contidos em recipientes identificados de acordo com o código de cores e símbolo constante na Resolução CONAMA nº 275. Os demais resíduos devem ser acondicionados em recipientes de cor cinza. Recipientes para descarte e acondicionamento de resíduos passíveis de reciclagem e recipiente cinza para descarte e acondicionamento dos demais resíduos • Grupo E: devem ser descartados e acondicionados em recipientes de material rígido, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa vedante e identificados de acordo com a norma NBR 13853 da ABNT. Tratamento e disposição final dos Resíduos de Serviços de Saúde O tratamento dos resíduos consiste em qualquer processo manual, mecânico, físico, químicos ou biológicos que modifiquem as propriedades dos resíduos, minimizando os riscos à saúde pública e do trabalhador, além de preservar a qualidade do meio ambiente (MGRSS, 2006). Conforme descrito na Resolução nº 306 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2004) e no Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (MGRSS, 2006), os cinco grupos de RSS devem ser tratados das seguintes formas: • Grupo A: dependendo do resíduo, podem ser submetidos a processos de redução ou eliminação da carga microbiana (por exemplo os resíduos do tipo A1 e A2); ou podem ser encaminhados para sepultamento em cemitérios, incineração ou cremação (por exemplo os resíduos do tipo A3); ou somente incineração (por exemplo os resíduos do tipo A5); ou podem ser enviados para o destino final sem tratamento prévio (por exemplo os resíduos do tipo A4); • Grupo B, dependendo do resíduo, podem ser submetidos a processos de reciclagem, reutilização, recuperação ou neutralização; quanto aos resíduos que não podem ser submetidos a tais processos, estes devem ser submetidos aos tratamentos orientados pelo órgão local de meio ambiente; • Grupo C: devem ser submetidos a tratamento para decaimento do elemento radioativo, que deve prever mecanismos de blindagem, nas paredes ou recipientes, para assegurar que o profissional exposto ao resíduo não corra risco de contaminação; • Grupo D, dependendo do resíduo, podem ser encaminhados ao processo de compostagem, reciclagem e reutilização, ou a coleta convencional; • Grupo E, devem ser submetidos a processos de redução ou eliminação da carga microbiana, mas caso haja contaminação por radionuclídeos, devem ser tratados para decaimento do elemento radioativo; Por fim, quanto à disposição final, esta é a última fase do processo de manejo dos RSS e consiste na disposição definitiva de resíduos, seja no solo ou em locais devidamente preparados para recebê-los. Atualmente a disposição final dos RSS é realizada, de acordo com a periculosidade do resíduo, em aterros controlados, sanitários, de resíduos perigosos, lixões ou vazadouros e valas (MGRSS, 2006). •
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