Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) Autor: Ricardo Campanario 18 de Setembro de 2022 Ricardo Campanario Aula 02 Índice ..............................................................................................................................................................................................1) Ciclo Vital dos Documentos - AULA SIMPLIFICADA 3 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2 36 CICLO VITAL DOS DOCUMENTOS & FUNÇÕES ARQUIVÍSTICAS Ciclo Vital dos Documentos e Teoria das 3 Idades Introdução Bom, começamos essa aula provavelmente com o tema mais importante a ser estudado em Arquivologia. É muito pouco provável que não caia nenhuma pergunta sobre este tema em sua prova, portanto prepare-se, pois o assunto é importante. O lado bom é que ele é bastante intuitivo. Entendendo as principais características de cada um dos ciclos/idades que vamos estudar agora, você será capaz de deduzir muitas respostas e marcar preciosos pontos em sua prova Teoria das 3 Idades A Teoria das 3 Idades é bastante conhecida também por Ciclo Vital dos documentos ou Ciclo de Vida dos documentos. Essas três fases são distintas e complementares, embora tenham bastante relação entre elas, assim como vemos em todo o estudo da Arquivologia. Cada uma dessas fases é caracterizada por intervalos de tempo e pelos tipos de uso que são dados aos documentos em cada uma dessas idades ou fases. Você vai notar ainda que a metodologia que é utilizada na organização dos documentos também depende muito da fase em que ele se encontra no chamado ciclo vital, tendo em vista que a frequência de uso e o público alvo são distintos. Isso também tem bastante relação com as funções arquivísticas, que veremos mais adiante. Para aquecermos os motores podemos ver algumas definições que são dadas à Teoria das 3 Idades. Vamos começar com a que temos no DBTA: Para o DBTA a Teoria das 3 Idades é a teoria segundo a qual os arquivos são "considerados arquivos correntes, intermediários ou permanentes, de acordo com a frequência de uso por suas entidades produtoras e a identificação de seus valores primário e secundário". Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 3 36 O próprio DBTA define ainda Ciclo Vital dos documentos: Sucessivas fases por que passam os documentos de um arquivo, da sua produção à guarda permanente ou eliminação. Veja que as definições estão entrelaçadas. E a esta altura já temos conceitos importantes e que têm relação com muito do que já estudamos. Primeiro a frequência de uso. Note que a divisão se baseia na frequência com que os arquivos são requisitados para uso e consulta. Você verá que quanto maior a frequência de uso, mais perto esse documento precisa estar de seus potenciais usuários. Isso é crítico para definir qual sua idade documental. Outro conceito que já vimos: identificação do valor do documento. Se estivermos falando de valor primário, esse documento terá certamente uma frequência de uso maior do que os documentos de valor secundário e, portanto, deverá fazer parte de uma idade documental específica. Atenção, pois, muitas vezes as bancas usam outras denominações para o valor primário como valor administrativo, valor imediato (ao contrário do mediato, que é o valor permanente) e até mesmo valor eventual. Se você não se lembra, relembre abaixo as definições de valores pois isso também cai muito em prova: Valores Primários – são atribuídos a um documento em função do interesse que possa ter para a entidade produtora, levando-se em conta a sua utilidade para fins administrativos, e seu valor legal e fiscal. Valores Secundários – valores atribuídos a um documento em função do interesse que possa ter para a entidade produtora e outros usuários, tendo em vista a sua utilidade para fins diferentes daqueles para os quais foi originalmente produzido. Bem, vejamos agora as definições atribuídas pela Lei Nacional de Arquivos, a Lei 8.159/1991 que, em seu artigo 8o, aborda exatamente o que estamos estudando: Art. 8º - Os documentos públicos são identificados como correntes, intermediários e permanentes. § 1º - Consideram-se documentos correntes aqueles em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de consultas frequentes. § 2º - Consideram-se documentos intermediários aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse administrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. § 3º - Consideram-se permanentes os conjuntos de documentos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados. Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 4 36 Legal. Note que, ao contrário do que acontece algumas vezes quando contrastamos o entendimento de fontes diferentes, desta vez as definições são bastante parecidas e bastam para que possamos nos aprofundar no assunto. A Lei 8.159/91 fala novamente em frequência de uso (consultas) e no valor do documento, especialmente aqueles considerados "permanentes", aos quais a legislação atribui valor histórico, probatório e informativo. Dentro desse contexto portanto, considerando a Teoria das 3 Idades, podemos dividir os arquivos em três grandes grupos (definidos por Jean-Jacques Valette em 1973): arquivos correntes, arquivos intermediários e arquivos permanentes. ARQUIVO CORRENTE É o arquivo de primeira idade ou primeira fase do ciclo documental. Os arquivos Correntes são compostos pelos conjuntos documentais em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de consultas frequentes. Todos os documentos de arquivo passam necessariamente pelo arquivo Corrente. Devem sempre permanecer próximos aos produtores e serem de fácil acesso, pois existem em função do cumprimento de sua finalidade administrativa. Possuem valor primário e sua consulta é restrita ao produtor. Essa é a primeira fase do ciclo de vida dos documentos. Lembre-se sempre que os documentos de arquivo Corrente podem ser transferidos para o arquivo Intermediário (o termo correto é TRANSFERIDO!), recolhidos ao arquivo Permanente (agora o termo correto é RECOLHIDO!), ou eliminados, caso não sejam mais necessários. Veja a definição do DBTA para arquivo Corrente: Conjunto de documentos, em tramitação ou não, que, pelo seu valor primário, é objeto de consultas frequentes pela entidade que o produziu, a quem compete a sua administração. ARQUIVO INTERMEDIÁRIO Esse é o arquivo da segunda idade ou o que representa a segunda fase do ciclo de vida dos documentos ou ciclo vital. São os conjuntos documentais que, não sendo mais de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de ordem administrativa, legal ou financeira, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente, exatamente como diz a Lei 8.159/91. Esses arquivos não precisam ficar próximos aos setores de trabalho, pois têm uso menos frequente que os arquivos correntes. De qualquer forma ainda possuem valor primário, podendo ser requisitados para uso imediato. Derivam da transferência de documentos que estavam no arquivo corrente e sua consulta é restrita ao produtor ou a quem ele autorizar. Após o cumprimento do prazo de guarda, os documentos de arquivo que estão no arquivo Intermediário podem ser recolhidos para o arquivo Permanente ou eliminados, caso não possuam valor de guarda permanente. Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 5 36 Os arquivos intermediários são transitórios e, também, são conhecidos como “limbo”, "pré-arquivo" ou “purgatório”. Veja agora a definição do DBTApara arquivo Intermediário: Conjunto de documentos originários de arquivos correntes, com uso pouco frequente, que aguarda destinação. Também chamado pré-arquivo. ARQUIVO PERMANENTE Por fim temos a terceira e última fase do ciclo vital de documentos. São os arquivos Permanentes. Estes são oriundos dos arquivos Corrente ou Intermediário compostos pelos conjuntos de documentos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados pela instituição. Quando o documento chega à fase Permanente, deve ser arquivado de forma definitiva e jamais poderá ser eliminado. Nesta fase do ciclo vital o arquivo e seus documentos passam a interessar mais aos pesquisadores (fins científicos, sociais e culturais) do que aos produtores. Sendo assim os arquivos Permanentes devem situar-se em lugares acessíveis e dotados de salas de pesquisas para atender ao público como centros culturais, de informação, Universidades, etc. Considerando que a consulta é liberada ao público (especialmente no caso de arquivos públicos), é importante também que possuam salas de consulta adequadas. Vamos, por fim, a definição do DBTA para arquivo Permanente: Conjunto de documentos preservados em caráter definitivo em função de seu valor. Também chamado arquivo histórico. Vale lembrar também que a Lei 8.159/91 faz mais uma menção aos arquivos Permanentes em seu artigo 10o. Vejamos: Art. 10º - Os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis. Você lembra desses conceitos? Se não lembra vou refrescar sua memória. Os arquivos Permanentes, justamente porque têm valor histórico, probatório e informativo não podem ser alienados, ou seja, não podem ser vendidos, doados, trocados, etc. e, além disso, são imprescritíveis, ou seja, essa condição não prescreve nunca, permanecendo pelo resto da vida. Vamos tentar agrupar tudo em uma tabela para facilitar a comparação e a compreensão: Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 6 36 Arquivo Corrente Arquivo Intermediário Arquivo Permanente FASE / IDADE Primeira fase do ciclo de vida ou primeira idade Segunda fase do ciclo de vida ou segunda idade Terceira fase do ciclo de vida ou terceira idade FREQUÊNCIA DE USO Muito frequente Menos frequente Pouco frequente, raro LOCAL DE GUARDA Próximo ao usuário Um pouco mais distante do usuário De fácil acesso ao público ACESSO Restrito ao produtor Restrito ao produtor ou quem for autorizado por ele Público geral RELEVÂNCIA Essencial para a administração Importante para a administração Importante para a sociedade VALOR Primário - legal e fiscal Primário - legal e fiscal Secundário - histórico, probatório e informativo FINS Administrativos Administrativos Científicos, sociais e culturais. Diferentes dos fins para os quais foi produzido. Além desse quadro com as principais características de cada uma das fases / idades do Ciclo Vital dos documentos, é importante termos também organizados em um só lugar todos os nomes que são usados para cada um desses estágios. Veja a seguir: Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 7 36 * Atenção pois não se usa mais a denominação "Arquivo Morto" para arquivos Permanentes! • Arquivo de Primeira Idade • 1a fase do ciclo vital • Arquivo Ativo • Arquivo de Gestão • Arquivo de Movimento ARQUIVO CORRENTE • Arquivo de Segunda Idade • 2a fase do ciclo vital • Arquivo Semiativo • Pré-arquivo • Limbo • Purgatório • Arquivo Temporário ARQUIVO INTERMEDIÁRIO • Arquivo de Terceira Idade • 3a fase do ciclo vital • Arquivo Inativo • Arquivo Histórico ARQUIVO PERMANENTE* Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 8 36 Funções Arquivísticas Introdução e definição As funções arquivísticas são objeto de pesquisa desde os anos 90 e podem ser consideradas uma tipologia de pesquisa em arquivística. Mas o que será isso? Nada mais é do que um dos campos em que a arquivística pode ser fragmentada para ser estudada. Segundo a arquivologista Barbara Craig, a arquivística possui três grandes domínios: a história da disciplina, as tecnologias e as funções arquivísticas, que é o que nos interessa nesse momento. Interessante notar que essa percepção varia entre os estudiosos do tema. Para Gagnon Arguin, por exemplo, temos 7 campos diferentes de pesquisa: os princípios e conceitos, o objeto e a finalidade, o papel social do arquivista, a situação da disciplina no campo dos conhecimentos, a gestão do serviço de arquivos, as tecnologias e, finalmente, as funções arquivísticas. Já para Couture, Martineau e Ducharme, são nove os campos de investigação: objeto e finalidade da arquivística, arquivos e sociedade, história dos arquivos e da arquivística, gestão de programas e dos serviços de arquivos, tecnologias, suportes e tipos de arquivos, meio profissional dos arquivos, problemas particulares relativos aos arquivos e - o nosso foco hoje - as funções arquivísticas. Dessa forma, o que para nós é mais importante é que se nota que as funções arquivísticas são consideradas há algumas décadas um campo relevante de estudos na arquivística, mesmo que não haja uma unanimidade entre os acadêmicos em relação ao número final de campos e abordagens de estudo. Ainda no campo de introdução e de definição do tema de nosso estudo, e voltando os olhos para o Brasil, segundo uma de nossas maiores estudiosas do tema, Heloísa Bellotto, as Funções Arquivísticas atravessam todo o ciclo vital da documentação e todas as suas três idades, estando diretamente ligadas a cada uma das fases (veremos em detalhes a qual fase se aplica cada uma das funções que estudaremos). Ainda segundo ela "a função arquivística é hoje considerada um todo indivisível, ao contrário da conceituação obsoleta de tomar-se, de um lado, a administração de documentos e, de outro, o arranjo e a descrição de fundos como atividades estanques e desvinculadas uma da outra. Há toda uma gama de tarefas sucessivas que cabe ao arquivista desempenhar ao longo de três fases bem definidas: o controle dos arquivos em formação, a destinação e a custódia definitiva". Para nosso curso, vamos adotar a abordagem de Rosseau e Couture (é a mais cobrada em provas), extraída do livro "Os Fundamentos da Disciplina Arquivística, 1998", no qual listam sete funções arquivísticas que são hoje pacificamente aceitas pela comunidade da arquivística e que estudaremos a seguir. São elas: criação / produção, classificação, avaliação, descrição, aquisição, difusão e preservação. Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 9 36 Criação / Produção Iniciando o estudo detalhado de cada uma das funções arquivísticas, temos a Criação ou Produção, como primeira a ser abordada. De acordo com Couture, esta função possui como principal objetivo o controle da criação de documentos e informações. Esse controle, quando bem executado (incluindo aí a gestão de fluxos e formulários, criação de modelos e análise da necessidade da criação de determinados documentos), tem como consequência o aumento da eficiência administrativa, considerando que diminui ou impede a duplicidade de informação e a criação desordenada de documentos. Lembra-se de quando estudamos o tema "Documentos Modernos" e falávamos do crescimento exponencial do volume documental produzido no período pós-guerra, especialmente alavancado pelos avanços populacional e tecnológico? Então. É justamente desse ponto que voltamos a falar agora. A função arquivística da criação/produção é crítica para evitar esse crescimentodesordenado e insustentável do volume documental gerado por governos, organizações ou mesmo pessoas. Ainda segundo Couture, essa função possui a vantagem de racionalizar a produção, fazendo com que informações desnecessárias não sejam registradas na forma de documentos. Segundo o mesmo autor, a função ainda é capaz de planejar a proporcionalidade entre o suporte no qual será produzido o documento e a importância da informação que será registrada. O produtor pode saber, por exemplo, que aquele documento terá caráter histórico (valor secundário) e deverá ser guardado por décadas ou séculos. Nada mais indicado do que produzi-lo em um suporte mais resistente, que facilite o seu processo futuro de conservação. Por fim, vale lembrar que todo documento de arquivo é criado como forma de registro da execução de funções e atividades, trazendo valor primário. Dessa forma, a criação/produção é uma função diretamente relacionada a idade corrente dos arquivos e tem como resultado o próprio documento gerado. FUNÇÕES ARQUIVÍSTICAS Criação / Produção Classificação Avaliação Descrição Aquisição Difusão Preservação Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 10 36 Classificação Ao contrário da função criação/produção, a função Classificação está presente em dicionários de definições que usamos em nosso curso, como o DBTA. Nele temos algumas definições para o termo, mas veja abaixo o significado que mais nos interessa para o nosso contexto atual: Organização dos documentos de um arquivo ou coleção, de acordo com um plano de classificação, código de classificação ou quadro de arranjo. De acordo com Schellenberg: "a classificação é básica à eficiente administração de documentos correntes. Todos os outros aspectos de um programa que vise ao controle de documentos dependem da classificação. Se os documentos são adequadamente classificados, atenderão bem as necessidades das operações correntes". Em resumo, a classificação de documentos refere-se à identificação de elementos característicos de cada grupo documental, conforme suas diferenças e semelhanças. Sua utilização tem o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo assunto, como forma de agilizar a sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, recolhimento e acesso a esses mesmos documentos. Nesse contexto devemos ainda considerar que a classificação deve estar sempre baseada no princípio da Proveniência e do Respeito a Ordem Original, que já estudamos anteriormente, garantindo uma ordem lógica que atenda às necessidades dos usuários de arquivo. Dessa forma a atividade de classificação traduzirá o funcionamento da instituição pois reproduzirá o cumprimento das funções e atividades da organização, na forma dos documentos gerados. De acordo novamente com Schellenberg, há três elementos principais que devem ser considerados nesse processo de classificação (resultando nos três métodos de classificação): a ação a que os documentos se referem (funcional), a estrutura do órgão que os produz (organizacional) e os assuntos dos documentos (por assuntos) . Por fim, a aplicação da função classificação no estágio corrente dos arquivos dá origem a um importante instrumento de gestão arquivística, o Plano de Classificação de documentos, que estudaremos em aula mais a frente, mas que você precisa saber desde já que está relacionado a esta função arquivística específica. Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 11 36 Avaliação Com a função Avaliação, podemos começar novamente com a definição coletada diretamente do DBTA: Processo de análise de documentos de arquivo, que estabelece os prazos de guarda e a destinação, de acordo com os valores que lhes são atribuídos. A avaliação é atividade essencial do ciclo de vida dos documentos arquivísticos, pois é a análise dos documentos da instituição, com a finalidade de estabelecer os prazos de guarda dos documentos nas fases corrente e intermediária bem como a destinação final dos documentos (eliminação ou guarda permanente) a partir do seu valor primário ou valor secundário. Ela permite que a documentação considerada sem valor secundário seja eliminada dentro de determinados prazos e que, dessa forma, a massa documental de determinada instituição ou pessoa seja reduzida sem que ocorra qualquer prejuízo ao conjunto informacional. Essa é - ao lado da criação/produção que já estudamos - medida fundamental para evitar o crescimento desordenado e insustentável de massas documentais geradas ao longo do tempo. A função avaliação dessa forma permite a redução do volume de documentos e um melhor aproveitamento dos geralmente escassos recursos humanos e materiais, assim como um aumento no índice de recuperação de documentos e informações. Por fim, pode-se assumir que a função avaliação só faz sentido no âmbito dos arquivos correntes pois é esta função que permitirá visualizar os valores primários e secundários dos documentos e tomar a decisão final em relação a sua destinação. MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO DE SCHELLENBERG FUNCIONAL (ações do documento) ORGANIZACIONAL (estrutura do órgão) ASSUNTO (assunto do documento) Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 12 36 O resultado final dessa função é a Tabela de Temporalidade de Documentos (que também estudaremos mais profundamente em aula posterior) que sistematiza as idades documentais e determina a destinação final dos documentos, se eliminação ou guarda permanente. Descrição Como sempre vamos a definição do DBTA para começar a discussão: Conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos formais e de conteúdo dos documentos para elaboração de instrumentos de pesquisa. Veja que o resultado final da função descrição é a geração de instrumentos de pesquisa. Como eu sempre digo, os conteúdos em arquivologia estão todos embaralhados, formando uma verdadeira teia. Instrumentos de pesquisa serão estudados em profundidade na aula de Arquivos Permanentes, que virá mais adiante. Hoje é suficiente saber que a função Descrição gera como produto final os instrumentos de pesquisa. Quanto as etapas de aplicação da função, não há um consenso em relação a quais estágios do ciclo vital são permeados pela função Descrição. A maioria dos estudiosos cita a terceira idade/arquivo permanente (como Heloisa Bellotto). Por outro lado, dentro da perspectiva da arquivística integrada (aquela que aborda a atividade de gestão documental desde a produção do documento até seu recolhimento permanente ou eliminação), a Descrição começa no processo de Classificação, continua na Avaliação e se aprofunda em instrumentos de busca mais específicos, se espalhando pelos três ciclos vitais documentais. A ISAD (G) por exemplo (veremos mais detalhes em Normatização, ainda nesta aula), diz que: Processos relacionados à descrição podem começar na ou antes da produção dos documentos e continuam durante sua vida. Assim, fique atento a esta particularidade caso venha a ser cobrada em prova e entenda o contexto da questão ou a fonte que está utilizando. Em linhas gerais a descrição visa colocar à disposição do usuário do acervo documental diferentes instrumentos de pesquisa que permitam o atendimento integral do interessado. Esses instrumentos de pesquisa podem ser: Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 13 36 Outro ponto importante da função é que ela está diretamente ligada com o capítulo 4 de nossa aula, que falará das normatizações nacionais e internacionais. Guarde isso, poisbreve voltaremos ao tema. Aquisição Ao pesquisarmos o termo aquisição no DBTA ele nos remete à entrada de documentos que, por sua vez, tem a seguinte definição (entre outras): Ingresso de documentos em arquivo, seja por comodato, compra, custódia, dação, depósito, doação, empréstimo, legado, permuta, recolhimento, reintegração ou transferência. Essa é uma função mais simples de ser estudada e memorizada. Mesmo para Couture a função aquisição pode ser definida como: Toda medida relacionada ao aumento no número de fundos documentais de uma instituição. A aquisição dessa forma pode estar presente em qualquer etapa do ciclo vital de documentos e tem como seu produto final a formação ou ampliação dos fundos de arquivo. Difusão A função Difusão não está definida no DBTA, porém o termo é comumente equiparado a divulgação e/ou disseminação. Veja as definições abaixo, agora sim do DBTA: Divulgação: conjunto de atividades destinadas a aproximar o público dos arquivos, por meio de publicações e da promoção de eventos, como exposições e conferências. Disseminação: fornecimento e difusão de informações através de canais formais de comunicação. Genéricos e globalizantes Ex: Guias Parciais (detalhados e especícos, tratando de parcelas do acervo) Ex: Inventários, catálogos, repertórios e índices Publicação de documentos na íntegra EX: Edição de fontes Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14 36 A Difusão deve ser considerada não só uma das funções arquivísticas como propriamente uma das missões de todo o processo que estamos estudando. Aproximar a informação do cidadão ou do pesquisador é premissa do funcionamento de todo o processo. Caso todo o restante esteja perfeito e isso não se materialize na aproximação da pessoa interessada do documento / informação, o processo de nada valeu. Como complicador, a difusão cria um dilema: quanto mais o documento é exposto e as pessoas interessadas tem acesso e contato com ele, provavelmente mais complexo e difícil é o seu processo de conservação, próxima função que estudaremos. Visitas guiadas, publicações técnicas e até mesmo o treinamento do usuário (para potencializar sua capacidade de localização e interpretação das informações buscadas), são formas de implementar concretamente a disseminação arquivística. Lembre-se ainda que a difusão deve sempre respeitar as leis e normas que regem a questão de acesso e de sigilo aos diferentes tipos de documentação, a começar e, especialmente, pela Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011). A função Difusão está relacionada a todas as etapas e idades documentais e gera como produto final não só a própria disseminação do conteúdo custodiado como a publicidade e transparência no processo arquivístico em questão. Preservação Com base no DBTA a função arquivística Preservação pode ser interpretada como: Prevenção da deterioração e danos em documentos, por meio de adequado controle ambiental e/ou tratamento físico e/ou químico. Importante sabermos também o que o DBTA traz para Conservação e Restauração: Conservação: Promoção da preservação e da restauração dos documentos. Restauração: Conjunto de procedimentos específicos para recuperação e reforço de documentos deteriorados e danificados. Já para Norma Cassares, em seu "Como fazer conservação preventiva em arquivos e bibliotecas", encontraremos as seguintes e diferentes definições. Trago todas pois isso cai em prova e é importante conhecer a diferença entre elas, visto que todas estão certas, dependendo da fonte usada. Preservação: é um conjunto de medidas e estratégias de ordem administrativa, política e operacional que contribuem direta ou indiretamente para a preservação da integridade dos materiais. Conservação: é um conjunto de ações estabilizadoras que visam desacelerar o processo de degradação de documentos ou objetos, por meio de controle ambiental e de tratamentos específicos (higienização, reparos e acondicionamento). Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 15 36 Restauração: é um conjunto de medidas que objetivam a estabilização ou a reversão de danos físicos ou químicos adquiridos pelo documento ao longo do tempo e do uso, intervindo de modo a não comprometer sua integridade e seu caráter histórico. A própria Constituição Federal de 1998 garante a atividade de preservação e a atribui ao Estado. Vejamos o que diz o Art.216 da CF/88, especialmente em seu parágrafo 1o. Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: ... IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; ... § 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. Agora vamos entrar em um tema fértil para a criação de armadilhas para o candidato. Veremos isso aqui rapidamente e, com mais calma, na aula específica sobre esse tema, mais no final do curso. Não se preocupe que chegaremos lá. Veja que, para o DBTA, a Conservação engloba a Preservação e a Restauração. Já para Cassares, em seu Manual, “Como fazer conservação preventiva em arquivos e bibliotecas” do Arquivo Público do Estado de São Paulo, Preservação é conceituada como "um conjunto de medidas e estratégias de ordem administrativa, política e operacional que contribuem direta ou indiretamente para a preservação da integridade dos materiais", o que englobaria tanto a Conservação como a Restauração. Fique atento para não brigar com a banca no dia da prova. Assuma a definição e o posicionamento que eles estão propondo e, se for um ou outro (especialmente se a fonte estiver explícita), dê como certo. Não colocarão uma pegadinha dessa para prejudicar o candidato até porque, se não der para identificar a fonte (nesse caso ou DBTA ou Cassares), a questão tende a ser anulada. Mas, atenção, as duas abordagens estão corretas! Depende de quem está falando, não se esqueça! Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 16 36 Bem, voltando à Preservação, em linhas gerais compreende todas as políticas, procedimentos e processos que evitam a deterioração posterior do material de que são compostos os objetos, prorrogam a informação que contêm e intensificam sua importância funcional. Você deve estar sentindo falta de vários detalhes técnicos e procedimentos relativos ao tema Preservação, que de fato são cobrados em prova, mas, não se preocupe, isso vem na hora certa. A função pode ser verificada em todas as idades documentais e tem como produto final a manutenção da informação no longo prazo. Vamos tentar resumir tudo o que falamos até aqui para facilitar o estudo: FUNÇÃO ARQUIVÍSTICA CARACTERÍSTICAS CICLO VITAL PRODUTO FINAL CRIAÇÃO/PRODUÇÃO Controle na produção de documentos Corrente - 1a Idade Documento de Arquivo CLASSIFICAÇÃO Organização de acordo com um plano de classificação Corrente - 1a Idade Plano de Classificação AVALIAÇÃO Análise que estabelece prazos de guarda e destinação Corrente - 1a Idade Tabela de Temporalidade DESCRIÇÃO Elaboração de instrumentos de pesquisa de acordo com a forma e conteúdo do documento Todas as Idades / Permanente - 3a idade para alguns autores Instrumento de pesquisa AQUISIÇÃO Ingresso de documentos em arquivo Todas as Idades Fundo de arquivo DIFUSÃO Aproximação do públicodo conteúdo documental Todas as idades Disseminação da informação e transparência PRESERVAÇÃO Prevenção de deterioração e danos por meio de controle ambiental e tratamentos Todas as idades Manutenção da informação a longo prazo Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 17 36 QUESTÕES COMENTADAS 1. (NC-UFPR/FPMA/Auxiliar Administrativo/2019) Considerando a temporalidade e a destinação de documentos de arquivo, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas: ( ) Na fase corrente, se o documento se referir a dois ou mais assuntos, ele deverá ser arquivado no conjunto documental que possuir maior prazo de guarda ou que tenha sido destinado à guarda permanente. ( ) Na fase intermediária, é necessário proceder à triagem dos documentos selecionados para a guarda permanente, separando aqueles que, em relação ao conjunto documental ao qual pertencem, não constituem elemento de prova que justifique sua guarda. ( ) A eliminação de documentos ocorre somente da fase intermediária para a permanente. Da fase corrente para a intermediária, ocorre apenas a alteração de local e suporte. ( ) Os parâmetros gerais para arquivamento e destinação de documentos de arquivo são definidos observando-se os princípios da teoria das três idades. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) V – V – F – V. b) V – V – F – F. c) V – F – V – F. d) F – V – V – F. e) F – F – V – V. Comentários: Antes de avaliarmos as alternativas, vamos analisar cada uma das afirmativas: Na fase corrente, se o documento se referir a dois ou mais assuntos, ele deverá ser arquivado no conjunto documental que possuir maior prazo de guarda ou que tenha sido destinado à guarda permanente - está correto pois a tendência em relação à avaliação de arquivos é sempre conservadora. Caso os assuntos em referência tenham prazos de guarda distintos ou destinações diferentes, vale o prazo de guarda mais longo ou a guarda permanente quando comparada à eliminação. Portanto, verdadeira: V-X-X-X. Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 18 36 Na fase intermediária, é necessário proceder à triagem dos documentos selecionados para a guarda permanente, separando aqueles que, em relação ao conjunto documental ao qual pertencem, não constituem elemento de prova que justifique sua guarda - também está correta. É na fase intermediária, quando a frequência de acesso ao documento já diminuiu, que ele começa a cumprir os prazos para eliminação. Nesta fase, caso seja identificado o valor secundário (histórico ou de prova), o documento deve ser separado da massa documental e recolhido ao arquivo permanente, onde será custodiado de forma definitiva. Então temos: V-V-X-X. A eliminação de documentos ocorre somente da fase intermediária para a permanente. Da fase corrente para a intermediária, ocorre apenas a alteração de local e suporte - não está correto. Muitos documentos têm prazo de guarda que se encerra mesmo antes da entrada no arquivo intermediário. É o caso da vigência, por exemplo, que veremos em aula mais adiante. Mas, o mais importante aqui, é saber que a eliminação de documentos pode ocorrer tanto na primeira quanto na segunda idade do ciclo documental, ou seja, tanto no arquivo corrente como no arquivo intermediário. Agora estamos com V-V-F-X. Os parâmetros gerais para arquivamento e destinação de documentos de arquivo são definidos observando-se os princípios da teoria das três idades - está correto. Os parâmetros gerais para arquivamento e destinação dos documentos de arquivo derivam da Tabela de Temporalidade de Documentos (TTD), gerada e utilizada ao longo do processo de avaliação documental. A TTD, por sua vez, observa rigorosamente os princípios da Teoria das Três Idades. Temos então. V-V-F-V. A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. 2. (DIRPS/UFU-MG/Assistente Administrativo/2019) Conforme a teoria das três idades, os documentos de arquivo passam por fases distintas e sucessivas durante seu ciclo vital, de acordo com a frequência de uso e a identificação de seus valores. Trata-se das fases corrente, intermediária e permanente. Considerando-se as características dos documentos em cada uma de suas fases, assinale a alternativa correta. a) No arquivo intermediário, os documentos são objeto de consultas muito frequentes pelo órgão ou entidade que os produziu, em função de seu valor secundário. b) No arquivo corrente, os documentos são objeto de consultas frequentes pelo órgão ou entidade que os produziu, ao qual compete sua administração. c) No arquivo permanente, os documentos possuem valor terciário, associado às razões pelas quais foram produzidos. d) No arquivo corrente, os documentos possuem valor secundário, sendo consultados principalmente por seus produtores. Comentários: A alternativa A está incorreta. No arquivo intermediário o volume de consultas já diminuiu em relação ao arquivo corrente e o documento passa a ser consultado com menos frequência. Para aumentar o erro, ele é Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 19 36 consultado em função de seu valor primário e não do secundário que, se identificado, fará com que o documento seja recolhido do arquivo intermediário para o permanente. A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A afirmativa é exata e resume bem o conceito de arquivo corrente. A alternativa C está incorreta. Não existe valor terciário, mesmo o arquivo permanente fazendo parte da terceira idade do ciclo vital do documento. Quando um documento se encontra na terceira idade e/ou no arquivo permanente, isso significa que ele tem valor secundário (histórico, de prova, etc.). A alternativa D está incorreta. Mais uma vez o examinador estabelece a mesma confusão. No arquivo corrente o documento possui valor primário e, por isso, é consultado com muita frequência. Como vimos, o valor secundário é característica da terceira idade documental, ou do arquivo permanente. 3. (FAPESUL/CRC-SC/Auxiliar Administrativo/2019) O ciclo de vida dos documentos tem a finalidade de classificar os estágios pelos quais passam os documentos dentro de uma organização. Sobre essas etapas, analise as afirmativas abaixo e identifique as respostas falsas (F) e verdadeiras (V). ( ) O arquivo de segunda idade compreende os documentos que não são frequentemente consultados, mas podem ser ainda solicitados, sendo conservados nos locais onde foram produzidos. ( ) O ciclo de vida chamado de arquivo de primeira idade é constituído de documentos consultados frequentemente e conservados em locais de fácil acesso. ( ) O ciclo de vida dos documentos é tratado pelo teoria das três idades, sendo denominada de idade corrente, intervalar e permanente. ( ) O arquivo de terceira idade é constituído por documentos que apresentam valor histórico, arquivados definitivamente no arquivo central. Assinale a alternativa que apresenta a sequência com a resposta correta. a) V, V, V, F. b) V, V, F, V. c) F, F, V, F. d) F, V, V, V. e) F, V, F, V. Comentários: Antes de avaliarmos as alternativas, vamos analisar cada uma das afirmativas: O arquivo de segunda idade compreende os documentos que não são frequentemente consultados, mas podem ser ainda solicitados, sendo conservados nos locais onde foram produzidos - é uma afirmativa falsa. Embora de fato o arquivo de segunda idade compreenda os documentos que não são frequentemente consultados, mas que podem ser ainda solicitados, ele não permanece no local onde foi produzido, mas sim é transferido para local mais distante, de menor custo, o chamadoarquivo intermediário. Portanto: F-X-X-X. Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 20 36 O ciclo de vida chamado de arquivo de primeira idade é constituído de documentos consultados frequentemente e conservados em locais de fácil acesso - correto. A arquivo corrente possui documentos de valor primário e que são muito consultados, devendo ficar próximos da unidade produtora: F-V-X-X. O ciclo de vida dos documentos é tratado pela teoria das três idades, sendo denominada de idade corrente, intervalar e permanente - errado, né? Já vimos isso e não dá para admitir qualquer dúvida nessa. As idades ou arquivos são: corrente, intermediário (e não intervalar!) e permanente: F-V-F-X. O arquivo de terceira idade é constituído por documentos que apresentam valor histórico, arquivados definitivamente no arquivo central - correto. Quando identificado o valor histórico (ou secundário) o arquivo é recolhido para guarda definitiva nos arquivos permanentes da organização. Sendo assim ficamos com F-V-F-V. A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. 4. (FUNDATEC/Pref. Campo Bom-RS/Assistente Administrativo/2019) No âmago da gestão documental está a Teoria das Três Idades, segundo a qual os documentos inicialmente devem ser organizados e mantidos ativamente por seus criadores. Após o período de uso ativo devem ser armazenados por um período adicional de uso não frequente. Quando a utilidade administrativa se encerra por completo realiza-se o recolhimento para um arquivo constante ou eliminação. Segundo essa teoria, os documentos em final de vigência, com prazos longos de prescrição e ocasionalmente consultados ou que aguardam a destinação final, fazem parte de qual período? a) Primeira idade ou arquivo corrente. b) Segunda idade ou arquivo intermediário. c) Terceira idade ou arquivo permanente. d) Idade secundária ou arquivo corrente. e) Idade primária ou arquivo permanente. Comentários: A alternativa A está incorreta. Na primeira idade o documento é frequentemente consultado e não ocasionalmente, como relata o examinador. A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Essa questão ajuda a reforçar o que estudamos. Veja o que diz a banca: o documento está "em final de vigência", portanto, ainda pode ser consultado, "com prazos longos de prescrição", quer dizer que ainda deve ser preservado e "ocasionalmente consultados" ou "que aguardam a destinação final", típicas característica do arquivo intermediário, antes da eliminação ou eventual recolhimento ao arquivo permanente, caso o documento tenha valor secundário. A alternativa C está incorreta. O documento não poderia estar no arquivo permanente ainda em vigência ou ainda demonstrando a necessidade de consultas ocasionais. A alternativa D está incorreta. E aqui o examinador embaralha o conceito de idade secundária (que até poderia confundir o aluno versus o termo correto "segunda idade") porém traz ao lado o arquivo corrente que é de primeira idade e não de segunda. A alternativa E está incorreta. Mais uma vez a confusão. Estão misturados um arquivo de "idade primária" com o arquivo permanente, de terceira idade. Errado. Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 21 36 5. (CESPE/EMAP/Assistente Portuário - Administrativo/2018) Acerca da tabela de temporalidade, julgue o item seguinte. A teoria das três idades é utilizada para configurar a tabela de temporalidade. a) Certo b) Errado Comentários: A afirmativa está CORRETA. Vimos questão parecida um pouco mais acima. Os parâmetros gerais para arquivamento e destinação dos documentos de arquivo derivam da Tabela de Temporalidade de Documentos (TTD), gerada e utilizada ao longo do processo de avaliação documental. A TTD, por sua vez, observa rigorosamente os princípios da Teoria das Três Idades. 6. (CONSULPLAN/CM Belo Horizonte-MG/Arquivista/2018) Analise as afirmativas a seguir a respeito do ciclo de vida dos documentos. I. A tabela de temporalidade registra o ciclo de vida dos documentos. II. A teoria das três idades é baseada no ciclo de vida dos documentos. III. A eliminação de documentos pode ocorrer em todas as fases do ciclo de vida. Estão corretas as afirmativas: a) I, II e III. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. Comentários: Antes de avaliarmos as alternativas, vamos analisar cada uma das afirmativas: A tabela de temporalidade registra o ciclo de vida dos documentos - Correto. A Tabela de Temporalidade de Documentos é desenvolvida com base na Teoria das Três Idades documentais e registra, dessa forma, o ciclo de vida dos documentos. A teoria das três idades é baseada no ciclo de vida dos documentos - Correto e pela mesa razão anterior. Tabela de Temporalidade e Teoria das Três Idades estão intimamente ligadas. A eliminação de documentos pode ocorrer em todas as fases do ciclo de vida - Errada. Na terceira idade documental ou no arquivo permanente, eliminações não são aceitáveis visto que os documentos têm valor secundário (histórico, probatório, cultural) e devem ser custodiados de forma definitiva. Sendo assim temos I-V, II-V e III-F A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 22 36 7. (IADES/Hemocentro-DF/Analista de Atividades Arquivologia/2017) Assinale a alternativa que apresenta um dos fins da produção de documentos de arquivo. a) Legal. b) Cultural. c) Científico. d) Artístico. e) Educativo. Comentários: A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A finalidade legal é uma das finalidades aceitas para a produção de documentos de arquivo, concedendo-lhe valor primário. Lembre-se que os documentos de caráter cultural, histórico, científico, etc., acabam se tornando de valor secundário ao longo do tempo, quando adquirem valores significativos para pessoas diferentes daquelas pelas ou para as quais foi produzido. Sendo assim, os fins culturais, científicos, artísticos ou educativo são valores que os documentos podem assumir como valor secundário, mas não primário. Dessa forma os valores secundários não são valores que motivam a produção do documento, mas sim surgem ao longo do ciclo vital desse documento fazendo com que ele adquira caráter de guarda permanente e não possa mais ser eliminado. A alternativa B está incorreta. O documento não é originalmente produzido com finalidade cultural. A alternativa C está incorreta. O documento também não é originalmente produzido com finalidade científica. A alternativa D está incorreta. Da mesma forma, o documento não é originalmente produzido com fins artísticos. A alternativa E está incorreta. A finalidade educativa também não é um fim aceito para a produção de documentos 8. (ACEP/Pref. Aracati-CE/Arquivista/2019) A classificação de documentos de arquivo é uma função matricial no saber-fazer arquivístico. Sem classificar é praticamente impossível trabalhar com avaliação, descrição e por consequência disponibilizar acesso à informação. Após evidenciar a importância desta função no exercício do profissional de arquivo, marque a alternativa que define a classificação de documentos de arquivo. a) É a função que possibilita a adequada destinação de prazos de guarda e destinação da documentação arquivística. b) É a função que estabelece pontos de acesso, que tem por objetivo principal a recuperação de documentos. Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 23 36 c) É a função que está ligada à criação e utilização de planos de classificação que reflitam as funções, atividadesou tarefas da instituição acumuladora dos documentos arquivísticos nas fases correntes e intermediárias. d) É a função que está ligada à criação e utilização de índices e de vocabulários controlados, atualmente, no Brasil. O modelo de instrumento de classificação aprovado pelo Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) é a Norma Brasileira de Descrição Arquivística (NOBRADE). Comentários: A alternativa A está incorreta. Esta é a definição da função Avaliação. A alternativa B está incorreta. Agora o examinador traz uma das atividades da função Descrição, que permite a localização e o acesso aos documentos buscados. A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. A definição trazida pela banca faz menção ao principal produto final da função que é o Plano de Classificação de documentos, que reflete as funções, atividades ou tarefas da instituição acumuladora dos documentos arquivísticos nas diferentes fases do ciclo documental. A alternativa D está incorreta. Novamente a banca utiliza conceitos relativos à função Descrição. 9. (CESPE/CGM João Pessoa-PB/Técnico Municipal de Controle Interno/2018) Acerca de conceitos relativos à arquivologia, julgue o item que se segue. No arquivo, o método de avaliação aplica-se a unidades isoladas e o julgamento não tem caráter irrevogável e envolve questões de conveniência, e não de preservação ou perda total. a) Certo b) Errado Comentários: A afirmativa está ERRADA. Em relação à avaliação, preservam-se as documentações referentes a uma atividade, como um conjunto e não como unidades isoladas e o julgamento é mesmo irrevogável, ou seja, exatamente o contrário do que relata o examinador. Assim, por exemplo, uma vez avaliado um documento como de guarda permanente, não há possibilidade de alteração dessa avaliação para uma possível eliminação. 10. (CESPE/SEDF/Técnico de Gestão Educacional/2017) Com relação à tabela de temporalidade de documentos de arquivo, bem como à triagem e eliminação de documentos e processos, julgue o item subsecutivo. Nos processos de depuração de massa documental arquivística, o conceito de triagem se confunde com o de avaliação. a) Certo b) Errado Comentários: Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 24 36 A afirmativa está CORRETA. O item trata da triagem de documentos em fase intermediária. De acordo com o Conarq, o conceito de triagem se confunde mesmo com o de avaliação. Os dois processos se relacionam à "filtragem" da massa documental arquivística. Nessa atividade elimina-se documentos sem valor e preserva-se os demais, seja para fins administrativos ou de pesquisa histórico-científica. Dessa forma, a Tabela de Temporalidade de Documentos pode antecipadamente prever a triagem em seu próprio conteúdo, assinalando quais documentos serão preservados e/ou destinados à eliminação. 11. (ACEP/Pref. Aracati-CE/Técnico de Arquivo/2019) A organização de um arquivo pressupõe não apenas as atividades de classificação, mas também as de descrição. Somente a descrição arquivística garante a compreensão ampla do conteúdo de um acervo, possibilitando, tanto o conhecimento como a localização dos documentos que o integram. Nesse sentido, pode-se afirmar que: a) as atividades de classificação são secundárias no que se refere às atividades da descrição documental. b) a classificação arquivística, desprovida das atividades de descrição, somente é inteligível às pessoas que trabalham com o acervo, portanto as atividades de classificação devem ser desenvolvidas posteriormente às atividades de descrição. c) as atividades de descrição só conseguem ter seus objetivos plenamente atingidos, mediante a classificação documental. Sem a classificação, corre-se o risco de criar uma situação análoga à do analfabeto diante de um livro; ele não terá acesso completo por não dispor aos meios que lhe permitam compreender a informação. d) as atividades de classificação só conseguem ter seus objetivos plenamente atingidos, mediante a descrição documental. Comentários: A alternativa A está incorreta. Já vimos que a classificação é uma das principais atividades em relação as demais, inclusive e especialmente em relação à descrição documental, que se utiliza dos dados e resultados gerados pela função classificação. A alternativa B está incorreta. A classificação arquivística, desprovida das atividades de descrição, somente é inteligível às pessoas que trabalham com o acervo. Até aí a alternativa vai bem, porém, é exatamente esse vínculo que faz com que as atividades de classificação devam ser desenvolvidas anteriormente (e não posteriormente como diz a banca) às atividades de descrição. A alternativa C está incorreta. A alternativa novamente vai bem até o momento que exemplifica o argumento. Voltando ao texto da banca: "ele não terá acesso completo por não dispor aos meios que lhe permitam compreender a informação". Isso não é verdade. O maior problema neste caso é que sem a atividade de descrição ele não terá acesso completo ao conteúdo por não conseguir encontrá-lo e não por não o compreender. A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Como já vimos até mesmo em questões anteriores, a função classificação é uma função matricial e é considerada a primeira "intervenção no fazer arquivístico". Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 25 36 Dessa forma, após a classificação e, em função dela, muitas outras atividades ocorrem. A descrição é uma delas. Note que as funções estão interligadas. A descrição depende dos dados e do resultado da classificação para que possa ser executada, enquanto a própria classificação depende da correta execução da descrição para que tenha seus objetivos plenamente atingidos, como diz a alternativa. 12. (CESPE/Polícia Federal/Arquivista/2014) No que se refere às funções arquivísticas, julgue o próximo item. A transferência de documentos para os arquivos intermediários faz parte da função denominada aquisição de documentos. a) Certo b) Errado Comentários: A afirmativa está CORRETA. A aquisição é costumeiramente chamada de "entrada de documentos", ou seja, é o ingresso de documentos em arquivo, seja por comodato, compra, custódia, dação, depósito, doação, empréstimo, legado, permuta, recolhimento, reintegração ou transferência. É comum nos arquivos correntes a aquisição pelo ingresso de documentos por meio do protocolo. Já nos arquivos intermediários, a aquisição se dá pela transferência (passagem de documento do arquivo corrente para o arquivo intermediário). 13. (QUADRIX/CREF-SE/Assistente Administrativo/2019) Com base nas noções de arquivologia, julgue o item. A difusão dos documentos de arquivo é feita no arquivo permanente. a) Certo b) Errado Comentários: A afirmativa está CORRETA. A "Difusão" é aplicada aos arquivos permanentes? Sim, especialmente a eles. Embora também possa ser aplicada as demais idades documentais, a função típica de difusão é exercida pelos arquivos permanentes, especialmente por sua natureza de valor secundário, ao passo que nas demais idades serão encontrados documentos ainda de valor primário e, provavelmente, menos interessantes para o público em geral. 14. (VUNESP/Pref. Itapevi-SP/Analista Documental Arquivologia/2019) Em relação à preservação de documentos, assinale a alternativa correta. a) Conservação é um conjunto de ações estabilizadoras que visam desacelerar a degradação por meio de controle ambiental e de tratamentos específicos. b) Microfilmagem é o processo de conversão de um documento para o formato digital, por meio de dispositivo apropriado. Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 26 36 c) Digitalização é o processo dereprodução de documentos, dados e imagens, por meio fotográfico em formato altamente reduzido. d) Restauração se refere às medidas e estratégias de ordem administrativa, política e operacional que contribuem para a integridade dos materiais. e) Preservação corresponde às medidas para estabilização ou reversão de danos físicos ou químicos ocorridos ao longo do tempo e do uso, intervindo de modo a não comprometer a integridade e o caráter histórico dos documentos. Comentários: Essa é uma daquelas questões em que precisamos observar o contexto antes de responder, visto que as atividades de conservação, preservação e restauração têm definições diferentes dependendo da fonte utilizada. Nesta questão, perceba que a banca está utilizando as definições de Norma Cassares em "Como fazer conservação preventiva em arquivos e bibliotecas". Vamos a elas: Preservação: é um conjunto de medidas e estratégias de ordem administrativa, política e operacional que contribuem direta ou indiretamente para a preservação da integridade dos materiais. Conservação: é um conjunto de ações estabilizadoras que visam desacelerar o processo de degradação de documentos ou objetos, por meio de controle ambiental e de tratamentos específicos (higienização, reparos e acondicionamento). Restauração: é um conjunto de medidas que objetivam a estabilização ou a reversão de danos físicos ou químicos adquiridos pelo documento ao longo do tempo e do uso, intervindo de modo a não comprometer sua integridade e seu caráter histórico. Com base nisso, vamos responder as alternativas. A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Note que a definição de Conservação é exatamente a utilizada pela autora em sua obra. A alternativa B está incorreta. Esta é a definição de Digitalização de acordo com o DBTA. Para o mesmo DBTA a Microfilmagem é a "produção de imagens fotográficas de um documento em formato altamente reduzido". Veremos mais detalhes sobre isso em aula posterior, mas a definição utilizada não confere com a trazida pela banca. A alternativa C está incorreta. Agora o examinador inverte e traz a definição de Microfilmagem, como vimos acima, porém, relacionada à Digitalização... A alternativa D está incorreta. Mais uma vez a banca tenta confundir ao candidato, trazendo a definição de “Preservação”, mas a atribuindo a "Restauração". A alternativa E está incorreta. Por último, o mesmo truque é utilizado. Agora a definição de "Restauração", segundo Cassares, é atribuída à "Preservação". Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 27 36 15. (CEPS/UFPA/Arquivista/2018) De acordo com a Norma Brasileira de Descrição Arquivística (NOBRADE), cabe a cada entidade custodiadora e a seus profissionais a decisão acerca dos recursos utilizados para a descrição, bem como o formato final de seus instrumentos de pesquisa, sendo apenas imprescindível a presença dos elementos de descrição obrigatórios. Assinale a alternativa que contém apenas os elementos de descrição obrigatórios presentes na NOBRADE. a) Código de referência; Título; Data(s); Nível de descrição; Dimensão e Suporte; Nome(s) do(s) produtor(es) e Condições de acesso. b) História administrativa; História arquivística; Procedência; Nível de descrição; Âmbito; Avaliação; Eliminação; Conteúdo. c) Código de referência; Sistema de arranjo; Condições de reprodução; Idioma; Características físicas; Localização dos originais e Notas gerais. d) Código de referência; Nota do arquivista; Regras ou Convenções; Pontos de acesso; Data(s); Condições de acesso; Avaliação. e) Notas sobre conservação; História arquivística; Nome(s) do(s) produtor(es); Dimensão e Suporte; eliminação; Título e Condições de acesso. Comentários: Vale sempre lembrar que a NOBRADE prevê a existência de 8 áreas de informação descritiva, compreendendo 28 elementos de descrição, dos quais 7 são obrigatórios. Os 7 elementos de descrição obrigatórios são os seguintes: o Código de referência o Título o Data o Nível de descrição o Dimensão e suporte o Nome dos produtores o Condições de acesso Dessa forma, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão. 16. (NC-UFPR/UFPR/Arquivista/2018) A NOBRADE – Norma Brasileira de Descrição Arquivística – estabelece diretivas para a descrição no Brasil de documentos arquivísticos, compatíveis com as normas internacionais em vigor – ISAD(G) e ISAAR (CPF) –, e tem em vista facilitar o acesso e o intercâmbio de informações em âmbito nacional e internacional. Em relação à estrutura e uso, a NOBRADE prevê a existência de oito áreas, compreendendo 28 elementos de descrição. Dos 28 elementos de descrição disponíveis, quantos são obrigatórios? a) Quatro. b) Cinco. c) Seis. d) Sete. Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 28 36 e) Oito. Comentários: Veja que este tema é repetidamente cobrado em prova e exige memorização, não há outa saída. Especialmente as diferenças entre a NOBRADE e a ISAD(G). Vejamos novamente: Dessa forma fica fácil matar a questão. A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. 17. (CESPE/IFF/Arquivista/2018) A Norma Brasileira de Descrição Arquivística (NOBRADE) prevê a existência de oito áreas, que compreendem vinte e oito elementos de descrição, sendo sete deles obrigatórios. Entre esses sete elementos obrigatórios, está(ão): a) a história administrativa. b) a procedência. c) a dimensão e o suporte. d) a avaliação, a eliminação e a temporalidade. e) o sistema de arranjo Comentários: A alternativa A está incorreta. A história administrativa é um dos 28 elementos de descrição da NOBRADE (dentro da área de contextualização do documento), mas não é um elemento obrigatório. A alternativa B está incorreta. A procedência também é um dos 28 elementos de descrição da NOBRADE (e também dentro da área de contextualização do documento), mas não é um elemento obrigatório. Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 29 36 A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Vimos que os elementos de descrição obrigatórios da NOBRADE são 7, entre os 28 que ela possui. São eles: código de referência, título, data, nível de descrição, dimensão e suporte, nome dos produtores e condições de acesso. Note que entre as 5 alternativas, apenas essa apresenta algum dos 7 elementos obrigatórios, a dimensão e o suporte. A alternativa D está incorreta. A avaliação e a temporalidade também configuram um dos 28 elementos de descrição da NOBRADE (agora dentro da área de estrutura), mas não é um elemento obrigatório. A alternativa E está incorreta. Por fim, o sistema de arranjo também é um dos 28 elementos de descrição da NOBRADE (dentro da área de estrutura, como a avaliação e temporalidade), mas não é um elemento obrigatório. 18. (INCAB/MPOG/Arquivologia/2015) A norma ISAD (G) estabelece diretrizes gerais para a preparação de descrições arquivísticas. As regras nela apresentadas estão organizadas em sete áreas. Aquela destinada à informação sobre a origem e custódia da unidade de descrição, é chamada área de: a) identificação. b) utilização. c) nacionalidade. d) contextualização. e) notas. Comentários: Como vimos ao longo da aula, A ISAD (G) define 26 elementos que podem ser combinados para constituir a descrição de uma entidade arquivística (sendo que 6 deles são obrigatórios) e as regras estão organizadas em 7 áreas de informação descritiva. São elas: 1. Área de identificação (identifica a unidade de descrição) 2. Área de contextualização (informa a origem e custódia da unidade de descrição) 3. Área de conteúdo e estrutura (informa sobre o assunto e organização da unidade de descrição) 4. Áreade condições de acesso e de uso (informa sobre a acessibilidade da unidade de descrição) 5. Área de fontes relacionadas (informa sobre fontes com uma relação importante com a unidade de descrição) 6. Área de notas (qualquer outra informação que não possa ser incluída em nenhuma das outras áreas) Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 30 36 7. Área de controle da descrição (informa sobre como, quando e por quem a descrição arquivística foi elaborada) A alternativa A está incorreta. A área de identificação identifica a unidade de descrição e não a sua origem e custódia. A alternativa B está incorreta. A área de condições de acesso e uso informa sobre o assunto e organização da unidade de descrição e não sobre a sua origem e custódia. A alternativa C está incorreta. Não há referência à nacionalidade entre as 7 áreas de informação da ISAD(G). A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A área de contextualização informa a origem e custódia da unidade de descrição, exatamente como diz o enunciado da questão. A alternativa E está incorreta. A área de notas por sua vez informa sobre qualquer outra informação que não possa ser incluída em nenhuma das outras áreas, mas não sobre a sua origem e custódia, informações já incluídas na área de contextualização, como vimos acima. 19. (VUNESP/Pref. Itapevi-SP/Arquivologia/2019) A norma ISAAR (CPF) permite: a) oferecer diretivas para a preparação de registros de autoridade arquivística de assunto que forneça descrições do conteúdo abordado pelos documentos de arquivos. b) controlar a criação e uso de pontos de acesso do título, do título atribuído e do título formal em descrições arquivísticas. c) apresentar regras específicas para a normalização das descrições nas instituições com acervos arquivísticos para acesso aos documentos e aos serviços disponíveis. d) associar descrições de produtores de documentos e informação contextual a descrições de documentos de mesmo produtor mantidos por mais de uma instituição. e) apoiar a preparação de descrições de funções de entidades coletivas associadas à produção e manutenção de arquivos. Comentários: A alternativa A está incorreta. O foco da ISAAR (CPF) não é o conteúdo, mas sim a entidade produtora. A norma que tem como foco o contexto e o conteúdo dos documentos arquivísticos é a ISAD(G). A alternativa B está incorreta. A ISAAR (CPF) pode sim controlar a criação e uso de pontos de acesso em descrições arquivísticas, mas para isso não depende das relações estabelecidas com os respectivos títulos, ao contrário do que diz a alternativa. A alternativa C está incorreta. O foco da ISAAR (CPF) não é a normalização das descrições nas instituições com acervos arquivísticos para acesso aos documentos e aos serviços disponíveis. Essa é justamente a finalidade de outra norma, a ISDIAH. A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A norma ISAAR(CPF) é a norma internacional de registro de autoridade arquivística para entidades coletivas, pessoas e famílias. Ela dá diretivas para a Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 31 36 preparação de registros de autoridade arquivística que forneçam descrições de entidades (entidades coletivas, pessoas e famílias) relacionadas à produção e manutenção de arquivos. Note que a norma ISAAR(CPF) refere-se a entidades produtoras e isso permite que ela possa associar descrições de produtores de documentos e informação contextual a descrições de documentos de mesmo produtor mantidos por mais de uma instituição, visto que o foco da norma é mesmo o ponto de vista do produtor. A alternativa E está incorreta. Mais uma vez o examinador tenta confundir o candidato, trazendo agora a finalidade da norma ISDF no lugar da ISAAR(CPF) Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 32 36 GABARITO 1. A 2. B 3. E 4. B 5. CORRETA 6. B 7. A 8. C 9. ERRADA 10. CORRETA 11. D 12. CORRETA 13. CORRETA 14. A 15. A 16. D 17. C 18. D 19. D Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 33 36 RESUMO Ciclo Vital dos Documentos: Sucessivas fases por que passam os documentos de um arquivo, da sua produção à guarda permanente ou eliminação. Teoria das 3 Idades: é bastante conhecida também por Ciclo Vital dos documentos ou Ciclo de Vida dos documentos. Teoria segundo a qual os arquivos são "considerados arquivos correntes, intermediários ou permanentes, de acordo com a frequência de uso por suas entidades produtoras e a identificação de seus valores primário e secundário". Arquivo Corrente: conjunto de documentos, em tramitação ou não, que, pelo seu valor primário, é objeto de consultas frequentes pela entidade que o produziu, a quem compete a sua administração. É o arquivo de primeira idade ou primeira fase do ciclo documental. Também chamado de arquivo ativo, de gestão ou de movimento. Arquivo Intermediário: Conjunto de documentos originários de arquivos correntes, com uso pouco frequente, que aguarda destinação. Também chamado pré-arquivo, semiativo, limbo ou purgatório. Esse é o arquivo da segunda idade ou o que representa a segunda fase do ciclo de vida dos documentos ou ciclo vital. Arquivo Permanente: Conjunto de documentos preservados em caráter definitivo em função de seu valor. Também chamado arquivo histórico ou inativo. Representa a terceira e última fase do ciclo vital de documentos. Os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis. Funções Arquivísticas: segundo Heloísa Bellotto, "a função arquivística é hoje considerada um todo indivisível, ao contrário da conceituação obsoleta de tomar-se, de um lado, a administração de documentos e, de outro, o arranjo e a descrição de fundos como atividades estanques e desvinculadas uma da outra. Há toda uma gama de tarefas sucessivas que cabe ao arquivista desempenhar ao longo de três fases bem definidas: o controle dos arquivos em formação, a destinação e a custódia definitiva". Criação/Produção: Controle na produção de documentos. Aplica-se a 1a Idade e aos arquivos correntes. Tem como produto final o próprio documento de arquivo. Classificação: Organização dos documentos de um arquivo ou coleção, de acordo com um plano de classificação, código de classificação ou quadro de arranjo. Aplica-se à 1a Idade e aos arquivos correntes. Tem como produto final o plano de classificação de documentos. Três tipos segundo Schellenberg: Funcional, Organizacional e por Assunto. Avaliação: Processo de análise de documentos de arquivo, que estabelece os prazos de guarda e a destinação, de acordo com os valores que lhes são atribuídos. Aplica-se a 1a Idade e aos arquivos correntes e tem como produto final a Tabela de Temporalidade de Documentos. Descrição: Conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos formais e de conteúdo dos documentos para elaboração de instrumentos de pesquisa. Para a maioria dos autores ocorre ao longo das 3 idades. Para outros, só na terceira (Permanente). Tem como produto final os instrumentos de pesquisa. Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 34 36 Aquisição: Ingresso de documentos em arquivo, seja por comodato, compra, custódia, dação, depósito, doação, empréstimo, legado, permuta, recolhimento, reintegração ou transferência. Ocorre ao longo de todas as idades e tem como produto finalo incremento do fundo de arquivo. Difusão: não está definida no DBTA, porém o termo é comumente equiparado a divulgação, ou seja, conjunto de atividades destinadas a aproximar o público dos arquivos, por meio de publicações e da promoção de eventos, como exposições e conferências. Ocorre em todas as idades e tem como produto final a disseminação da informação e a transparência. Preservação: Ocorre em todas as idades e tem como produto final a manutenção da informação a longo prazo. Também há divergência quanto ao conceito. Para Cassares: Preservação = Conservação + Restauração, com a seguinte definição: é um conjunto de medidas e estratégias de ordem administrativa, política e operacional que contribuem direta ou indiretamente para a preservação da integridade dos materiais. Já para o DBTA: Conservação = Preservação + Restauração, com a seguinte definição: Prevenção da deterioração e danos em documentos, por meio de adequado controle ambiental e/ou tratamento físico e/ou químico. Ricardo Campanario Aula 02 DETRAN-DF (Técnico em Atividades de Trânsito) Arquivologia - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 35 36
Compartilhar