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APOSTILA DA DISCIPLINA (2)

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Legislação Aduaneira 
e Tributária
Professor Me. Alexsandro Cordeiro Alves da Silva
Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Renato Valença Correia
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
André Dudatt
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Caroline da Silva Marques
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Jéssica Eugênio de Azevedo
Kauê Berto
Web Designer
Thiago Azenha
UNIFATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock
FICHA CATALOGRÁFICA
UNIFATECIE - CENTRO UNIVERSITÁRIO EAD. 
Núcleo de Educação a Distância;
SILVA, Alexsandro Cordeiro Alves da.
Legislação Aduaneira e Tributária.
Alexsandro. Cordeiro Alves da Silva.
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 96 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária
Zineide Pereira dos Santos.
AUTOR
Professor Me. Alexsandro Cordeiro Alves da Silva
• Mestre em Desenvolvimento de Tecnologia, UFPR/Lactec (Universidade Fede-
ral do Paraná);
• Licenciado em Letras - Port./Inglês Plena, UEM (Universidade Estadual de
Maringá);
• Bacharel em Administração, FAPAN (Faculdade de Paraíso do Norte);
• Graduando em Pedagogia, UniFCV (Centro Universitário Cidade Verde);
• Graduando em Ciências Econômicas, UniFCV (Centro Universitário Cidade
Verde);
• Especialização em Comércio Exterior pela UNIFAMMA (União de Faculdades
Metropolitanas de Maringá);
• Docente do Curso de Direito, Administração, Marketing, Logística, Ciências
Econômicas, Processos Gerenciais, Letras, Engenharia Civil, Arquitetura e
Urbanismo e Ciências Contábeis da UniFCV;
• Coordenador do Curso de Administração presencial/EAD (UniFCV);
• Coordenador do Curso de Ciências Econômicas presencial/EAD (UniFCV);
• Coordenador do Curso de Letras presencial/EAD (UniFCV);
• Coordenador do Curso de Marketing presencial/EAD (UniFCV);
• Coordenador do Curso de Logística presencial/EAD (UniFCV);
• Coordenador do Curso de Empreendedorismo presencial/EAD (UniFCV);
• Coordenador do Curso de Comércio Exterior EAD (UniFCV);
• Coordenador Científico em Ciclos de Estudos do UniFCV;
• Gestor Educacional do Colégio Axia;
• Docente de Pós-Graduação no Centro Universitário Cidade Verde (UniFCV).
Ampla experiência como analista de Comércio Exterior (10 anos), produtor de ma-
terial didático, tradutor, coordenação de cursos superiores e grupos de estudos. 
Currículo: http://lattes.cnpq.br/8228698800793385
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a) aluno(a), é sempre um prazer falar com você que quer saber mais 
sobre comércio exterior! Aqui você pode encontrar reflexões e análises sobre a legislação 
aduaneira. Sempre que falamos de legislação é um tema bem complexo, pois envolve um 
processo de leis e atualizações de leis, por isso, sempre que precisar é importante buscar 
e verificar se as leis previstas neste material ainda estão vigentes.
Na Unidade I iniciaremos nosso trajeto pelo fundamento da legislação, ou seja, 
quais leis bases servem como respaldo para as demais, as particularidades e as especifi-
cidades de cada departamento envolvido no processo de importação e exportação, além 
disso, vamos descrever as atividades aduaneiras e as naturezas tributárias, assim como os 
principais impostos incidentes na importação e exportação, além dos conceitos de naciona-
lização e desembaraço de mercadorias.
Já na Unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre as franquias adua-
neiras, ou seja, trataremos dos portos e aeroportos que também são considerados como 
recintos alfandegados, continuares as definições sobre zonas francas e daremos ênfase 
na Zona Franca de Manaus (ZFM) e as principais características e benefícios das zonas 
francas pelo mundo. Por fim, relataremos também sobre as áreas de livre comércio e sua 
importância para o sistema de comércio exterior brasileiro.
Na sequência, nas Unidades III e IV, trataremos das peculiaridades das infrações, 
delitos e fraudes que acontecem nas importações e exportações brasileiras. Mais espe-
cificamente, na última unidade falaremos também do papel do profissional de comércio 
exterior na tomada de decisão e na análise da classificação fiscal de mercadoria, regimes 
especiais e atípicos, documentações e processos de importação e exportação. 
Esperamos contribuir para o seu crescimento profissional e aguçar a vontade de 
continuar na busca do conhecimento. Seja curioso(a), cada assunto tratado neste material 
abre a possibilidade de muita pesquisa e temos certeza que você estará à frente no mer-
cado de trabalho.
Muito obrigado e bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 6
Fundamentos da Legislação
UNIDADE II ................................................................................................... 28
Franquias Territoriais
UNIDADE III .................................................................................................. 44
Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
UNIDADE IV .................................................................................................. 64
Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, 
Documental e Operacional 
6
Plano de Estudo:
• Fato aduaneiro e realidade aduaneira
• Atividades aduaneira
• Tributos aduaneiros
• Políticas Brasileira de Comércio Exterior
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar sobre aduana e alfândega
• Compreender os tipos de tributos no comércio exterior
• Rever as políticas Brasileiras no Comércio Exterior
UNIDADE I
Fundamentos da Legislação
Professor Mestre Alexsandro Cordeiro Alves
7UNIDADE I Fundamentos da Legislação
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à primeira unidade da apostila.
Vamos dar início ao estudo sobre os Fundamentos da legislação. Essa é uma área 
do conhecimento que estuda as regras e implicações da importação relacionada com o 
Comércio Exterior, quase todas as regras também são aplicadas à exportação. A legislação 
aduaneira não é nova, entretanto é nela que se baseiam todos os processos de importação 
e exportação do país, a saber, a legislação é única, mas os decretos, Instruções Normati-
vas, leis e pareceres é que ajudam o comércio exterior na contínua busca pela organização 
do sistema alfandegário.
Visando o crescimento das importações, mas dentro dos controles fronteiriços, 
foram estabelecidas regras de importação para que os órgãos responsáveis pudessem ter 
maior controle dos processos e dos produtos importados. Após a verificação da necessida-
de de parâmetros que respeitassem as normas internacionais da Organização Mundial do 
Comércio (OMC), surgiram legislações específicas para determinados tipos de produtos e 
serviços. É no Decreto nº 6759, Planalto, que teremos a base de nossas reflexões. Ainda, 
nesta legislação teremos os órgãos que atuam na área de comércio exterior brasileiro. 
De início, vamos tratar das condições aduaneiras brasileiras, legislação aduaneira, 
direito aduaneiro, e falaremos sobre os temidos impostos e tributos envolvidos na importa-
ção e exportação. Por fim, veremos também algumas restrições e barreiras alfandegárias 
que a constituição prevê. Em seguida, serão apresentadas as legislações específicas para 
acordos internacionais, os conceitos de nacionalização e também de importação. 
Desejamos um ótimo estudo!
8UNIDADE I Fundamentos da Legislação1. FATO ADUANEIRO E REALIDADE ADUANEIRA 
O fato aduaneiro foi desenvolvido para dar agilidade e porta de entrada e saída de 
mercadorias para diversos fins. Para início, é importante entender que fato aduaneiro é a 
necessidade de um departamento inserido em cada alfândega brasileira para a agilidade 
na fiscalização. Quem faz parte do fato aduaneiro são os órgãos governamentais. É na 
aduana que teremos toda mercadoria importada ou exportada sendo verificada, analisada 
e liberada para as devidas finalidades. 
Entretanto a realidade aduaneira é outra. O que deveria ser agilidade se tornou um 
sistema moroso em que cada processo de importação ou exportação demora em média 20 
dias para concluir. Essa realidade aduaneira é diferente de outros países que buscam agili-
zar em apenas algumas horas o desembaraço aduaneiro. Nesse sentido, vamos diferenciar 
cada setor e tratar das particularidades de cada setor e legislação aduaneira. Incluiremos 
também em nossas discussões as questões do Direito Aduaneiro.
1.1. Alfândega ou Aduana
Segundo Assumpção (2007), o conceito de aduana é semelhante a Alfândega (do 
árabe: قدنفلا; transl.: al-fundaq, “hospedaria”, “estalagem”) ou aduana (do árabe: ناويدلا; 
transl.: ad-dīwān, “registro”, “escritório”). Para a autora, trata-se de uma repartição governa-
mental e oficial para o controle de movimentos de entrada e saída de mercadorias do país, 
ou seja, importações (entradas) e exportações (saídas). 
9UNIDADE I Fundamentos da Legislação
Como já visto durante o curso, é inclusive nesse local (aduana) que os órgãos 
anuentes e intervenientes, como Receita Federal e Estadual, dentre outros, fazem a ve-
rificação das condições da mercadoria. É importante ressaltar que esses órgãos tratam 
apenas da fiscalização de produtos e serviços e não do controle de tráfego de pessoas, 
para isso, há outras regras e legislações, regidas pela polícia de fronteira.
É nesse “escritório” que são cumpridas as regras dispostas no decreto 6759/09, 
e é na alfândega (local de hospedagem) que são armazenados os produtos que serão 
exportados ou importados. Pensando assim, é por isso que se denomina a legislação de 
importação como legislação aduaneira, ou seja, órgãos governamentais fazendo cumprir 
determinações legais do país sobre determinado processo de importação. Já a estocagem 
e o armazenamento podem ser contemplados pela legislação aduaneira, possuindo, assim, 
as regras alfandegárias de armazenagem, como local propício para determinados produtos 
perecíveis, perigosos, muito pesados, muito leves etc.
Na organização geral e fiscalização das aduanas encontramos a Secretaria da 
Receita Federal do Brasil, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, ambos estipulados 
com os devidos poderes no Regulamento aduaneiro do Brasil (dec. 6759/09).
1.2. Conceito e Natureza do Direito Aduaneiro
Entendido o que é aduana e alfândega, você precisa saber que há uma área do 
direito que se dedica às questões do trânsito de mercadoria e de pessoas. Sim, você leu 
corretamente! O conceito é o mesmo para pessoas e produtos, a diferença é que os produ-
tos serão comercializados ao chegar a seu destino e as pessoas entram e saem do país por 
diversos motivos, mas é o direito aduaneiro que estabelece regras de trânsito entre países.
De modo geral, podemos entender como um conjunto de normas que julgam e 
disciplinam o tráfego de pessoas, produtos ou serviços e também a fiscalização e cum-
primento das leis nacionais e internacionais. Para cada caso, como supracitado, deverá 
ser consultada a legislação específica, principalmente de produtos e serviços controlados 
pelos órgãos anuentes. A relação aduaneira será entre países, entre empresas e governo 
e também entre empresas e consumidor final.
Antes de prosseguirmos, é extremamente importante que você, estudante, entenda 
a lógica e organização de atuação aduaneira na gestão da operação de importação. Sa-
bendo quais órgãos estão envolvidos na aduana e seus processos, ficará mais fácil saber 
a quem recorrer nos casos de organização de uma importação.
10UNIDADE I Fundamentos da Legislação
No mesmo decreto 6759/09 estão esclarecidos os órgãos intervenientes e os 
anuentes. Os intervenientes têm relacionamento com comércio exterior de alguma forma, 
mas nem sempre são impeditivos de importação (banco do exportador, vendedor, des-
pachante, dentre outros); nem sempre trabalham somente com comércio exterior. Já os 
anuentes legislam e têm papel de permitir a importação, ou seja, diretamente ligado à 
importação (órgãos como DECEX, MAPA, EXÉRCITO, dentre outros). 
1.3. O Direito Aduaneiro Brasileiro e Atividade Aduaneira
O direito aduaneiro atua, por meio de profissionais de comércio exterior e advo-
gados, analisando as leis e normas que regem a entrada e saída de mercadorias do país. 
No Brasil, a grande batalha está na burocracia, pois com o aumento de importações e 
exportações durante as décadas, o país passou a se tornar pouco eficiente na liberação 
de mercadorias. Por isso, o direito aduaneiro vem impetrar a análise da legislação e dá 
pareceres sobre os processos de importação e importação.
Para Sosa (2008) apud TREVISAN (2008 p. 24), 
Exercício do Poder de Soberania é atividade estatal típica, e como tal, dotada 
de um poder capaz de impor o interesse do Estado aos particulares. Em 
verdade é a Alfândega que primeiro exerce, em tempos normais, o poder 
de soberania. Tal se manifesta, com efeito, através do controle aduaneiro 
exercido sobre veículos que demandam território sob jurisdição política de 
um determinado Estado. Pode a Alfândega, nesse mister, abordar o veículo 
para exigir-lhe contas dos efeitos comerciais que transporta, indagar sobre 
seu destino, vistoriá-lo e, em casos justificados, até arrestar cargas que 
porventura não estejam devidamente documentadas. Em contrapartida, 
nenhum veículo sairá do território, conduzindo ou não cargas, sem prévia 
autorização aduaneira. (TREVISAN, 2008 p. 24)
Nesse sentido, conforme expressado na citação, a autorização de fluxo é dada pe-
los responsáveis aduaneiros. No Brasil, esse papel fica a cargo dos órgãos governamentais 
(anuentes e intervenientes). 
Os órgãos anuentes trabalham diretamente no país em que a mercadoria se 
encontra no momento da análise, por isso, a estrutura do comércio no Brasil tem como 
seu maior organizador o próprio governo. Já os demais órgãos analisam os produtos e 
comparam com a legislação. Por exemplo, se um importador está trazendo um cavalo, será 
de responsabilidade do importador, juntamente com o Ministério da Agricultura Pecuária e 
Abastecimento (MAPA), verificar a classificação e após a permissão, trazer a mercadoria – 
sempre respaldado pela legislação aduaneira.
No direito aduaneiro brasileiro englobam-se: Conselho Monetário Nacional (CMN), 
Câmara de Comércio Exterior (CAMEX), Ministério das Relações Exteriores (MRE), Mi-
11UNIDADE I Fundamentos da Legislação
nistério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) – atual Ministério da Economia, 
Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Ministério da Fazenda (MF) –, Ministério das Co-
municações (MC), Ministério da Agricultura Pecuária e do Abastecimento (MAPA), Agência 
de Promoção de Exportações S/A (APEX), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas 
Empresas (SEBRAE), Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação S/A (SBCE), Con-
federação Nacional da Indústria (CNI), Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), 
Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (FUNCEX), Federações Estaduais, 
Câmaras de Comércio, dentre outros.
Ainda, cada órgão citado pode se subdividir, dependendo da necessidade e da 
legislação. Obviamente você não precisa saber de todos eles, mas é importante saber que 
cada um desses setores é um órgão responsável para determinadas ações na importação. 
Nem sempre todos os órgãos estarão envolvidos em todas as importações, mas depen-
dendo do tipo de produto será necessárioverificar com esses departamentos o que deve 
fazer para que o processo de importação não seja barrado no momento da entrada no país. 
Todos eles estão interligados e respondem à legislação aduaneira e é na aduana que serão 
efetivamente observados.
12UNIDADE I Fundamentos da Legislação
2. ATIVIDADE ADUANEIRA
As atividades aduaneiras mostram o poder de controle do país. Desta feita, são 
os países que, de acordo com suas legislações, preveem as questões sobre o comércio 
exterior nacional, validam normas e regulamentos, cumprem leis nacionais e internacio-
nais e controlam a entrada e saída de mercadorias. Essas atividades visam, no primeiro 
momento, o combate a fraudes, doenças, pandemias, drogas, armas, tráfico de pessoas e 
animais, defesa do patrimônio histórico, materiais perigosos ou contaminantes e alimentos 
e bebidas danosas à saúde. 
De acordo com Sosa (2008) apud TREVISAN (2008 p. 24) as atividades aduaneiras 
servem para 
O Controle Aduaneiro de Mercadorias. Também as mercadorias destinadas 
ao país, ou dele egressas, submetem-se ao controle aduaneiro. Os objetivos 
desse controle são múltiplos, como, por exemplo, verificar se as mercadorias 
objeto de importação ou exportação podem, efetivamente, ser transaciona-
das, e se podem ingressar ou sair do território nacional. Com efeito, os Esta-
dos poderão vir a proibir ingressos de mercadorias consideradas danosas à 
saúde e à ordem públicas, ou admiti-las sob severas condições de controle 
sanitário ou de segurança. Também podem decretar proibições por razões 
políticas, em razão da origem da mercadoria ou país de procedência. Essas 
proibições poderão ser definitivas ou temporárias, absolutas ou relativas, 
dizendo se então, que esta ou aquela operação está proibida ou suspensa. 
(TREVISAN, 2008 p. 24)
Considerando isso, países como o Brasil coordenam as ações dos portos e aero-
portos para que eles se transformem não somente em alfândegas (transito e armazenagem) 
de mercadorias, mas também atuem mundialmente com regras e atividades coordenadas. 
13UNIDADE I Fundamentos da Legislação
Para isso, há acordos e facilitações aduaneiras, visando a entrada de mercadoria mais 
flexível, o que não significa que sejam normas e legislações rígidas, mas sim coordenadas 
e coerentes entres os países.
A atuação da aduana não é no sentido de impedimento da mercadoria e sim de fis-
calização, se todos os documentos e mercadoria estão seguindo normas preestabelecidas. 
O fluxo da mercadoria é o alvo principal, logo, as questões tributárias não deveriam ser 
impedimentos para que a mercadoria seguisse seu fluxo.
2.1. Natureza das Normas Aduaneiras
Se você é um(a) estudante atento(a), já deve ter notado que a legislação aduaneira 
segue um fluxo que culmina no órgão máximo legislador, a Presidência da República. É ela 
que atua diretamente com a finalidade de legislar as questões aduaneiras, sempre atenta 
às orientações da Organização Mundial do Comércio (OMC). 
Vale a pena relembrar que a natureza legal das normas aduaneiras parte de um 
decreto “mãe” de todas as demais oriundas. Trata-se do Decreto nº 6759 de 5 de fevereiro 
de 2009, que “regulamenta a administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o 
controle e a tributação das operações de comércio exterior”.
Podemos entender a estrutura operacional hierárquica da seguinte maneira:
Figura 1 - Estrutura da Presidência da República na aduana
Fonte: o autor.
A presidência da república (Figura 1) estabelece e assina decretos sobre a importa-
ção e exportação interna de acordo com a legislação nacional e internacional. O Ministério 
das Relações Exteriores (MRE ou Itamaraty) está diretamente ligado às relações inter-
nacionais e é responsável pelas políticas internacionais (Bilateral, regional e Multilateral). 
14UNIDADE I Fundamentos da Legislação
Já o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) atua nas políticas de 
desenvolvimento do comércio exterior.
Por sua vez, o Ministério da Fazenda formula e regulamenta as políticas econô-
micas do país, ou seja, é um órgão administrativo do comércio exterior; é nele que estão 
os órgãos relacionados ao fisco, como Receita Federal (responsável também pela vistoria 
e parametrização da mercadoria) e BACEN (responsável pelas verificações de contratos, 
câmbio e pagamentos). Estes últimos são responsáveis pela parte tributária da União.
As normativas é que estabelecem critérios na importação aduaneira de determina-
dos produtos. Dependendo do tipo de tratamento administrativo é que teremos que observar 
a Instrução Normativa (IN) para a importação de determinado produto.
2.2. Conceito de Importação
Historicamente, a primeira relação de comércio se deu em 1808, com o Decreto de 
Abertura dos Portos às Nações Amigas, também conhecido como Carta Régia, promulgada 
pelo Príncipe-regente de Portugal, Dom João de Bragança. Desde então, a importação 
passou por inúmeras mudanças, seja pelos tipos de mercadorias, seja pelas tramitações 
legais.
Fontes (2018) descreve a importação como sendo o processo de entrada de pro-
dutos originários de outro país. Além disso, com as modificações que o comércio exterior 
passou, podemos definir também como a entrada de mercadorias, bens e serviços que 
visam fatores comerciais e respaldados pelas leis fiscais. Todo processo de importação 
deve passar pelo processo de nacionalização, ou seja, em relações comerciais entre paí-
ses, somente na importação será possível trazer uma mercadoria para ser comercializada.
Na importação, devem-se observar alguns critérios, como condições comerciais, 
condições de armazenagem e transporte, legislações específicas de cada produto por meio 
do tratamento administrativo, negociações internacionais e cambiais, viabilização por meio 
da previsão de despesas, dentre outros.
2.3. Conceito de Nacionalização
Nacionalizar os produtos e serviços é passá-los por um processo burocrático de 
verificação e fiscalização. Em suma, assim que a mercadoria chega no Brasil, passa a 
ser considerada em entreposto, ou seja, não é nem nacional e nem internacional. Nesse 
momento fica armazenada no recinto alfandegário para que seja vistoriada pelos órgãos 
competentes. Somente após o pagamento dos impostos e cumprida às exigências é que a 
mercadoria pode ser considerada nacional e seguir o destino para a empresa do importador. 
15UNIDADE I Fundamentos da Legislação
Entretanto para determinados produtos essa liberação pode ser condicionada à verificação 
ainda na empresa importadora, como é o caso de máquinas e bebidas. O outro nome dado 
para a nacionalização da mercadoria é desembaraço aduaneiro. 
Conforme o decreto 6759/09, para a nacionalização da mercadoria há a necessi-
dade de apresentação de documentos obrigatórios que devem acompanhar a mercadoria, 
citamos: Certificado de origem, Packing list ou romaneio, Proforma Invoice, Conhecimento 
de embarque e Licenciamento de Importação (LI), se for o caso. Segundo a legislação 
6759/09, é no momento da nacionalização que também devem ser recolhidos todos os 
tributos e taxas referentes à importação.
16UNIDADE I Fundamentos da Legislação
3. TRIBUTOS ADUANEIROS
Como visto durante o curso, vale relembrar que o momento do recolhimento dos 
tributos de importação (Imposto de Importação - II, Imposto sobre Produtos Industrializados 
- IPI, Contribuição para o PIS/PASEP e COFINS e Taxa de Utilização do Siscomex) está 
previsto na Instrução Normativa SRF nº 98, de 29 de dezembro de 1997, e estabelece que 
sempre será o momento do registro da Declaração de Importação (DI), já o ICMS é no 
momento da liberação da mercadoria, quando ela poderá circular em território nacional.
Trataremos na unidade IV das especificações de cada tributo, mas, de modo geral, 
os tributos aduaneiros são: Imposto de Importação (II): com base na Lei nº 3.244, de 14 de 
agosto de 1957; Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): estabelecido no Decreto 
nº 7.212,de 15 de junho de 2010; Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição 
para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS): com base na Lei Complementar 
nº 7, de 7 de Setembro de 1970, (PIS) e Lei Complementar nº 70, de 30 de Dezembro de 
1991 (COFINS); Taxa de Utilização do Siscomex (TUS): de acordo com o Decreto n° 660, 
de 25.9.92.
Na sequência temos o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação 
de Serviços (ICMS): primeiramente deve ficar claro que o ICMS é um imposto estadual, 
logo trataremos aqui das regras gerais e você precisará consultar as alíquotas do ICMS 
de seu estado; a regra do ICMS do Paraná, por exemplo, está respaldada no Decreto nº 
7.871, de 2017. Esse imposto incide sobre a circulação de mercadorias devido ao transpor-
17UNIDADE I Fundamentos da Legislação
te interestadual e intermunicipal para “qualquer que seja a sua finalidade, por pessoa física 
ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto” e é de responsabilidade 
de cada estado, conforme ratificado na Lei Complementar nº 114, de 16 de dezembro de 
2002; e AFRMM: o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) 
está previsto no Decreto-lei nº 2.404/1987 e respaldado pela Lei nº 10.893/2004 (alterações 
trazidas pelas Leis nº 12.599/2012 e 12.788/2013). 
18UNIDADE I Fundamentos da Legislação
4. POLÍTICA BRASILEIRA DE COMÉRCIO EXTERIOR
Podemos observar que a história e o comércio internacional andam juntos. Se 
considerarmos o final da Segunda Guerra Mundial (1942), justamente por não estar di-
retamente envolvido na guerra, teve uma manutenção positiva do comércio internacional 
de importação e exportação. O café, por exemplo, teve grande importância para que o 
crescimento de vendas fosse alcançado, ou seja, somente com o café foi um acréscimo 
de 70% da exportação no período pós-guerra. Entretanto, com uma inflação de 14,6% em 
1946, o Brasil focou em reestabelecer a ordem interna.
Nessa época, observa-se que surgiram as primeiras regras de acordos e restrições 
para que a exportação de café fosse controlada e que a demanda interna não sofresse 
tanto impacto, o que culminou anos demais em uma demanda interna saturada e o governo 
tomando atitudes drásticas para a elevação do preço de produtos que outrora eram expor-
tados. Em 1953, o Brasil passa a ter regras mais severas e taxações de seus produtos e 
múltiplas taxas cambiais. 
Com a criação da Organização Mundial do Comércio (OMS), em 1995, ficou mais 
claro que a política nacional deveria seguir critérios internacionais, dessa feita, o que já 
estava acontecendo foi formalizado por meio dos acordos e tratados internacionais. Vamos 
analisar alguns acordos e tratados que auxiliaram na efetivação da política nacional de 
comércio exterior.
19UNIDADE I Fundamentos da Legislação
4.1. Tratados, Convenções e Outros Atos Internacionais
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), desde 1990, atua para que o Bra-
sil tenha planejamento estratégico na comercialização e a redução de barreiras, em sua 
maioria a redução tarifária, entre países com relacionamento comercial. Além das reduções 
tarifárias, os acordos estabelecem regras e disciplinas, condições iguais de competição em 
mercados estratégicos, maior participação do Brasil nas cadeias de produção internacional 
e maior acesso ao conhecimento de novas tecnologias.
Tem como objetivo também as reformas domésticas, maior produtividade em escala 
e redução do custo de produção e, finalmente, a competitividade. Os acordos servem para 
a não discriminação de produtos oriundos do Brasil. Os acordos comerciais recentemente 
analisados pela CNI são:
Quadro 1 - Principais acordos, tratados e convenções com o Brasil 
ENVOLVIDOS OBJETIVO
União Europeia
Defender a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia 
com a inclusão dos pleitos de maior impacto para a indústria, sobretudo 
em acesso a mercados e regras de origem.
México
Defender a conclusão de um acordo de livre comércio ou de um acordo 
parcial – o mais amplo possível na cobertura de bens – que inclua regras 
de origem satisfatórias para a indústria e capítulos sobre barreiras 
técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias, compras governamentais, 
facilitação de comércio e serviços.
Mercosul
Defender a importância do Mercosul para a indústria; apresentar e 
defender propostas para influenciar e estimular o avanço da agenda 
econômica e comercial do bloco, em particular para a ampliação do livre 
comércio intrabloco e negociação de acordos em serviços e facilitação 
de comércio; e defender o aperfeiçoamento da governança técnica e 
administrativa do Mercosul.
Aliança do Pacífico
Apresentar e defender propostas para o aprofundamento da integração 
entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico, prioritariamente em acumulação 
de origem e facilitação de comércio; e defender o aprofundamento dos 
acordos bilaterais com o México e a Colômbia.
Estados Unidos e 
Japão
Defender o lançamento de negociações para acordos de livre comércio 
com os Estados Unidos e o Japão com base nos roadmaps apresentados 
pelo setor privado brasileiro e pelas suas contrapartes americana e 
japonesa.
Tarifa Externa Co-
mum do Mercosul
Elaborar posicionamento para a defesa da abertura comercial do 
Brasil via acordos comerciais e, em paralelo, avaliar as opções para 
a racionalização da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul e suas 
exceções, com o intuito de aumentar a competitividade industrial.
20UNIDADE I Fundamentos da Legislação
OCDE
Elaborar e apresentar propostas que contribuam para a acessão do 
Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
(OCDE), sobretudo nos temas de comércio, investimentos e tributação 
internacional; e defender, junto às congêneres da Confederação Nacional 
da Indústria (CNI) no exterior, o apoio dos seus respectivos governos 
para o processo de acessão do Brasil.
Fonte: o autor.
Embora os acordos supracitados estejam em andamento, sempre antes da impor-
tação é importante consultar a vigência dos acordos internacionais, uma vez que os eles 
têm características específicas e prazos limitados por decreto, ou seja, vigoram por um 
determinado tempo e posteriormente são renovados ou atualizados, conforme o caso.
Os acordos mais comuns firmados pelo Brasil são Mercado Comum do Sul (MER-
COSUL), Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), Acordo de Livre Comércio 
da América do Norte (NAFTA), Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP), 
Sistema Geral de Preferências (SGP), Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC). 
Já os acordos comerciais e negociações internacionais são os estabelecidos com a Organi-
zação Mundial do Comércio (OMC), União Europeia (EU), UNCTAD, Área de Livre Comércio 
das Américas (ALCA), Ministério da Economia e o Grupo dos 77. Todos os acordos estão 
disponíveis nos canais eletrônicos e também em legislações específicas. 
Já nos acordos com preferência tarifária destacamos os de Regimes de Origem, 
Certificado de Origem, Certificado de Origem Digital (COD), ABC das Regras de Origem e 
Pesquisa de Mercado. Caso queira consultar o que prevê cada um deles, é importante que 
leia os acordos na íntegra. 
Os acordos firmados exclusivamente com países são: Acordo de Sementes entre 
países da ALADI (AG-02), Acordo de Bens Culturais entre países da ALADI (AR-07), Brasil - 
Uruguai (ACE-02), Brasil - Argentina (ACE-14), Mercosul (ACE-18), Mercosul - Chile (ACE-
35), Mercosul - Bolívia (ACE-36), Brasil - México (ACE-53), Mercosul - México (ACE-54), 
Automotivo Mercosul - México (ACE-55), Mercosul - Peru (ACE-58), Mercosul - Colômbia, 
Equador e Venezuela (ACE-59), Brasil/Guiana/São Cristóvão e Névis (AAP.A25TM 38), 
Brasil - Suriname (ACE-41), Brasil - Venezuela (ACE-69), Mercosul - Colômbia (ACE-72), 
Mercosul - Cuba (ACE-62), Mercosul/Índia, Mercosul/Israel, Mercosul/SACU, Mercosul/
Egito, Mercosul/Palestina - AINDA SEM VIGÊNCIA, Acordo de Ampliação Econômico-Co-mercial Brasil - Peru (AINDA SEM VIGÊNCIA) e Brasil - Paraguai (ACE-74).
Dentre os tratados que podem influenciar no comércio exterior estão: Convenção 
para a prevenção e a repressão do crime de genocídio (1948); Convenção Internacional 
21UNIDADE I Fundamentos da Legislação
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1965); Pacto Internacio-
nal sobre Direitos Civis e Políticos (1966); Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, 
Sociais e Culturais (1966); Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discri-
minação contra as Mulheres (1979).
Na sequência destacamos a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar 
(1982); Convenção sobre os Direitos da Criança (1989); Tratado de Proibição Completa de 
Testes Nucleares (1996); Convenção Internacional para a Supressão do Financiamento do 
Terrorismo (1999); Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006).
Todos os acordos, tratados, convenções e atos normativos comerciais estão respal-
dados por regras de ambas as partes, por isso, não cabe aqui a análise de cada um deles, 
mas é importante esclarecer que, em caso de importação, os acordos internacionais devem 
ser consultados para a facilitação das negociações e possíveis benefícios tributários.
4.2. Medidas Restritivas às Práticas Comerciais Internacionais
Também conhecidas como barreiras comerciais, as medidas restritivas às práticas 
comerciais devem ser entendidas como restrições de acesso a bens e serviços oriundos de 
outros países. Essas barreiras visam, em suma, a tentativa de restringir a entrada de capital 
estrangeiro no país. Entretanto, para que isso aconteça, o país deve estar atento às regras 
preestabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC). 
Os acordos bilaterais garantem que as restrições sejam realizadas de acordo com 
a legislação internacional vigente, por isso, as tarifas que seriam aplicadas ou retiradas 
dependerão de negociação bilateral; normalmente as restrições devem ser respaldadas 
na proteção de interesses pertinentes, como é o caso da proteção da saúde pública, meio 
ambiente, segurança nacional, dentre outros. 
É importante que você saiba que as medidas restritivas não são medidas impedi-
tivas, logo, não significa que determinada compra ou venda de mercadoria deixará de ser 
realizada, mas pode passar por mais ou menos barreiras impeditivas. Ainda, elas podem 
restringir por meio de medidas tarifárias ou não tarifárias.
As medidas tarifárias são aquelas que impõem determinado imposto, mas não im-
pedem que a mercadoria entre no país; um exemplo disso é o Imposto de Importação (II). 
Toda mercadoria que entra no país precisa obrigatoriamente seguir as medidas restritivas, 
aplicando a coleta de um determinado valor, denominado Imposto de Importação. Para 
a exportação também há uma medida que restringe a exportação, por isso também será 
22UNIDADE I Fundamentos da Legislação
aplicado o Imposto de Exportação, afinal, todo país deve controlar o que entra e o que sai 
de seu país como uma forma de defesa comercial. 
Já as medidas não tarifárias são aquelas que impedem a importação ou exportação 
de uma quantidade muito elevada de determinado produto, com isso, ao consultar o trata-
mento administrativo aparecerá que determinada mercadoria tem restrição de importação 
ou exportação de uma quantidade “x” de mercadorias. Isso também pode acontecer para 
pessoas físicas que vão até os países fronteiriços e compram mercadorias. Por exemplo, 
quem vai ao Paraguai pode trazer “x” de quantidade de mercadoria e limita-se a “y” de valor 
em dinheiro. Para facilitar a visualização, observe a tabela:
Quadro 2 - Barreira Tarifária Brasileira
RESTRIÇÃO TARIFÁRIA QUANDO É APLICADA? COMO É APLICADA?
Quota Tarifária de Exporta-
ção QTI
Entrada do produto
Alíquota menor é aplicada a 
uma quantidade limitada do 
produto; para quantidades 
importadas ou exportadas 
além da quota, aplica-se à 
alíquota maior
Quota Tarifária de Exporta-
ção QTE Saída do produto
Imposto de Exportação IE Mesma alíquota aplicada a 
todas as unidadesImposto de Importação II Entrada do produto
Fonte: o autor (2020).
Outra medida que o Brasil, por exemplo, tem adotado como medida restritiva e não 
tarifária é quanto à importação de produtos com anuência pelo Ministério da Agricultura 
Pecuária e Abastecimento (MAPA). Para alguns casos, o MAPA restringe (não impede) a 
importação e exportação por meio de regulamentações técnicas e solicitação de fumigação 
(desinfestação de fungos e parasitos) de pallets e cargas com animais vivos. O Instituto 
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), por exemplo, pode ter medidas 
restritivas de entrada de pneus no país, com isso ajudará na manutenção e acompanha-
mento contra a poluição do país.
As medidas restritivas, por estarem ligadas a OMC, tendem a restringir a circulação 
de mercadorias entre países envolvidos em guerras e/ou conflitos comerciais de interesse. 
Um exemplo disso, os Estados Unidos da América, no ano de 2020, devido à pandemia 
(COVID-19), restringiu a venda de máscaras para quaisquer países. Isso porque a restrição 
irá beneficiar os EUA em caso de necessidade. 
23UNIDADE I Fundamentos da Legislação
Além desses casos, um que chama a atenção é a restrição de propriedade inte-
lectual. Mas o que é isso? Bem, a restrição de propriedade intelectual tenta controlar que 
a quantidade de obras de arte, músicas, livros, marcas e patentes sejam distribuídas a 
outros países sem a expressa autorização ou pelo menos identificação que determinada 
produção intelectual saia sem o certificado de origem (de onde foi feita). Com isso, o país 
preserva e protege tudo o que for produzido intelectualmente no país, incluindo as novas 
tecnologias, animais silvestres, jazidas de petróleo, pedras preciosas e todo material que é 
de pertencimento nacional.
Essas regras têm origem após a Segunda Guerra Mundial, momento em que se 
pensa na criação de um órgão que projeta os interesses e cooperação internacional, para 
isso, surge o Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT) de 1947. Na época, 
o GATT era responsável pelo acordo de redução de restrições ou tarifas entre países que 
estavam se recuperando com a guerra. Com o passar do tempo, o GATT torna-se um órgão 
internacional de controle das medidas restritivas às práticas comerciais internacionais.
Brogini (2013) alerta que para as importações serem bem sucedidas é importante 
observar os benefícios que são oferecidos pelo governo ou pelos acordos entre países. 
Além disso, há também as defesas comerciais, salvaguardas e medidas compensatórias 
que devem ser consultadas caso a caso. Portanto, nesta parte de nossos estudos vamos 
apenas esclarecer brevemente o que cada uma delas prevê.
4.2.1. Defesa comercial
O departamento de Defesa Comercial (DECOM) é responsável por fiscalizar e 
cumprir as determinações legais. É o DECOM que examina os preços das importações 
oriundas de diversos países e compara com os valores praticados no mercado interno, 
gerando, assim, um valor padrão de cada mercadoria a ser importada e comercializada no 
mercado nacional. É esse departamento que recebe também as denúncias de competição 
desleal e aplica o dumping (subida de preço) ou antidumping (baixa de preço) quando 
necessário, além disso analisa as medidas compensatórias e de salvaguardas.
4.2.2. Salvaguardas
As medidas de salvaguarda visam observar determinados produtos e aplicar o au-
mento de tributação de importações que estejam previstos como prejuízo grave ou ameaça 
de prejuízo grave na comercialização devido à grande quantidade de importação. Essas 
medidas são denominadas salvaguardas devido a sua periodicidade que trata de sobretaxa 
de impostos, normalmente II, por determinado tempo e depois de analisado pode voltar ao 
24UNIDADE I Fundamentos da Legislação
preço normal ou continuar com mais tributos. Tem essa tratativa a finalidadede manuten-
ção da indústria e do comércio de produtos domésticos. A indústria doméstica (conjunto 
de produtores de bens similares ou diretamente concorrentes ao produto importado) pode 
entrar com pedido de salvaguardas sempre que se sentir ameaçada pela grande demanda 
de importação e será analisado pelo DECOM.
4.2.3. Medidas compensatórias
As medidas compensatórias são administradas pelo Ministério da Economia e 
visa contribuir, em alguns casos, para o acordo de suspensão ou isenção de impostos de 
mercadorias que serão importadas e/ou exportadas, industrializadas no mercado interno e 
em seguida reexportadas. 
 Para o Ministério da Economia (2020):
As medidas compensatórias têm como objetivo compensar subsídio concedi-
do, direta ou indiretamente, no país exportador, para a fabricação, produção, 
exportação ou ao transporte de qualquer produto, cuja exportação ao Brasil 
cause danos à indústria doméstica. País Exportador: É o país - de origem ou 
de exportação - onde é concedido o subsídio. Quando os produtos não forem 
exportados para o Brasil diretamente do país exportador, mas a partir de 
um país intermediário, as transações em questão serão consideradas como 
tendo ocorrido entre o país exportador e o Brasil. (ECONOMIA, 2020)
Sendo assim, as medidas compensatórias são aquelas que requerem algumas 
ações da importadora ou exportadora por terem conseguido um benefício, normalmente 
fiscal e, consequentemente, devem compensar esse subsídio com ações diversas, seja na 
comercialização mais barata da mercadoria, seja na geração de emprego, dentre outras.
25UNIDADE I Fundamentos da Legislação
SAIBA MAIS
O link direto para os tratados que o Brasil integra podem ser buscados no site https://
treaties.un.org em “Depositary”, depois 
“Status of Treaties”, depois “Participant 
Search”, e depois selecionando “Brazil”. 
Aparecerá a lista de tratados na ordem 
de sua ratificação/adesão. O governo 
brasileiro também mantém uma base 
de dados dos atos internacionais em: 
https://concordia.itamaraty.gov.br.
REFLITA 
“O espírito egoísta do comércio não conhece países e não sente paixão ou princípio 
exceto o do lucro” (Thomas Jefferson).
https://concordia.itamaraty.gov.br
26UNIDADE I Fundamentos da Legislação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), nesta unidade observamos a diferença entre aduana e alfândega 
e, dentre as características elencadas, destaca-se a importância da atuação dos órgãos 
anuentes e intervenientes. Além disso, a alfândega é o local em que as mercadorias aden-
tram ao país, por isso, podemos considerar os portos e aeroportos brasileiros como zonas 
primárias das alfândegas. Já as aduanas são escritórios que contém a permanência de 
representantes legais e governamentais para o acompanhamento do despacho, nacionali-
zação da mercadoria. 
Observamos também que os tributos e impostos incidentes na importação são para 
que os países recolham de acordo com o tratamento administrativo de cada mercadoria. 
Cada imposto tem uma finalidade que veremos nas unidades a seguir. Além disso, é impor-
tante relembrar que a política brasileira de comércio exterior está presente e que ajuda na 
manutenção e no controle de entrada e saída de mercadorias no país.
Destaque também para os acordos e tratados internacionais. Como vimos, foi 
com eles que, a partir da segunda guerra mundial e com mais robustez a partir de 1946, 
pudemos ter acesso ao livre comércio entre países e, observadas as regras internacionais, 
pudemos defender nossa balança comercial e ao mesmo tempo suprir as necessidades 
importadoras e exportadoras.
As barreiras adotadas pelo Brasil podem ser tarifárias e não tarifárias, com isso, 
podemos reafirmar que a palavra restrição é cabível para o momento, ou seja, nem todos 
os casos são impedidos de entrar no país, mas podem ser observados de perto e com 
controle, por isso a restrição visa a manutenção e a defesa comercial de nosso país.
Espero que você esteja gostando da temática e das reflexões desses estudos. Na 
Unidade II vamos aprofundar um pouco mais sobre as Franquias Territoriais, ou seja, sobre 
as alfândegas secundárias, mais conhecidas como zonas alfandegárias. 
Espero você na próxima fase deste estudo!
27UNIDADE I Fundamentos da Legislação
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
Título: Captain Phillips 
Ano produção: 2013
Duração: 134 minutos
Classificação: 14 anos 
Gênero: Ação 
Sinopse: Richard Phillips (Tom Hanks) é um comandante naval 
experiente, que aceita trabalhar com uma nova equipe na missão de 
entregar mercadorias e alimentos para o povo somaliano. Logo no 
início do trajeto ele recebe a mensagem de que piratas têm atuado 
com frequência nos mares por onde devem passar. A situação não 
demora a se concretizar, quando dois barcos chegam perto do 
cargueiro, com oito somalianos armados, exigindo todo o dinheiro 
a bordo. Uma estratégia inicial faz com que os agressores recuem, 
apenas para retornar no dia seguinte. Embora Phillips utilize 
todos os procedimentos possíveis para dispersar os inimigos, eles 
conseguem subir a bordo, ameaçando a vida de todos. Quando 
pensa ter conseguido negociar com os piratas, o comandante é 
levado como refém em um pequeno bote. Começa uma longa e 
tensa negociação entre os sequestradores e os serviços especiais 
americanos para tentar salvar o capitão antes que seja tarde.
LIVRO 
Título: Noções Básicas De Importação
Autor: João Dos Santos Bizelli e Ricardo Barbosa
Editora: Aduaneiras
Sinopse: A obra apresenta, de forma prática, todas as informações 
básicas para uma visão ampla dos principais aspectos fiscais 
e administrativos do processo de importação, analisando, 
após a definição da política brasileira das últimas décadas, a 
estrutura governamental com a indicação dos principais órgãos 
intervenientes, inclusive da Camex, que deve estabelecer uma 
política de comércio exterior mais uniforme e eficaz, os principais 
conceitos da área, inclusive o Incoterms, o regime cambial 
vigente, a estrutura das nomenclaturas utilizadas no País (NCM, 
NBM e Naladi) com as regas de classificação fiscal, o sistema 
administrativo para o Licenciamento Não-Automático (LI) ou 
Automático (DI) das operações no Siscomex, os principais tributos 
e encargos que oneram as importações (I.I, IPI, ICMS e outros), 
transporte obrigatório, regimes aduaneiras especiais (drawback, 
admissão temporária, entreposto aduaneiro etc.) e atípicos (DEA, 
ZFM, Free Shop, Recof, Recom, Repex, Repetro etc.) os acordos 
internacionais que o Brasil é membro (GATT-OMC, NCPD, SGPC, 
Aladi e Mercosul). Conta também com o demonstrativo detalhado 
do cálculo dos tributos de uma importação, incluindo a nova 
sistemática de cálculo por dentro do ICMS, e uma planilha de 
preço para compreensão mais adequada dos impostos e outros 
encargos que oneram estas operações. Traz informações sobre a 
solicitação de “Ex-tarifário” e estruturas (organogramas): MF-SRF 
e BCB, MDIC, Camex; e dos organismos internacionais OMC, 
Mercosul e Aladi.
28
Plano de Estudo:
• Zonas Francas no Mundo;
• Portos Livres e Depósitos Francos; 
• Áreas de Livre Comércio (ALC).
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar sobre zonas francas;
• Compreender os tipos de portos e depósitos; 
• Estabelecer a importância das áreas de livre comércio.
UNIDADE II
Franquias Territoriais
Professor Mestre Alexsandro Cordeiro Alves
29UNIDADE II Franquias Territoriais
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à segunda unidade da apostila.
Nesta unidade eu te convido a estudar e entender o processo interno das Alfân-
degas brasileiras. De início, é importante relembrar que as alfândegas são os locais em 
que as mercadorias adentram no país, ou seja, são consideradas os portos e aeroportos, 
os principais locais de entrada de mercadorias. A nação brasileira tem 8.515.767,049 km², 
quinto maior país do mundo em extensão e com rodovias inúmeras; como fazer a manuten-
ção e distribuição das importações e exportações?
É justamente esse estudo quevamos trabalhar nesta unidade. Falaremos sobre 
os principais portos, os tipos de portos, as zonas francas, os portos secos e a definição de 
zona primária e secundária. Você entenderá como são as estruturas dos portos brasileiros 
e as particularidades de algumas regiões do Brasil. Hoje, temos mais de dois mil portos 
primários em funcionamento e será impossível falar de todos, mas falaremos de alguns 
que já são conhecidos, pelo menos de ouvir falar, pelos nossos estudantes de Comércio 
Exterior ou de estudiosos de áreas correlatas.
A denominação de franquias é muito pertinente para as zonas secundárias e pri-
márias, uma vez que, embora tenham casos particulares, todos devem proceder e seguir 
as regras internacionais e nacionais para a manutenção dos portos e aeroportos. Ainda, 
como são os primeiros locais de entrada de mercadoria no país a legislação trata dos 
casos de vistoria e prevenção de fraudes que podem acontecer, dentre eles, destaca-se o 
contrabando, assunto este que é rigorosamente vistoriado pela Receita Federal Brasileira 
(RFB).
Como você deve ter observado, o comércio exterior vai além das legislações e 
burocracias. Trata-se de uma seara sedenta por profissionais que entendam o processo 
logístico e se respaldem na legislação. O profissional que atua com a prática no Comércio 
Exterior é o mais requisitado e admirado, uma vez que tem acesso a legislação, logística e 
procedimentos particulares do Comex.
Sinta-se à vontade e esteja aberto(a) aos novos conhecimentos. Vamos ao estudo! 
30UNIDADE II Franquias Territoriais
1. ZONAS FRANCAS NO MUNDO
Quando tratamos de alfândega já vem à mente os marítimos, entretanto as alfân-
degas podem ser consideradas todo local em que se adentra ou sai mercadoria de deter-
minado país. Para entendermos, no Brasil temos oficialmente cinco tipos de modalidades 
de transporte internacional, logo, cinco tipos de alfândegas, são elas: Aéreo, Ferroviário, 
Hidroviário, Marítimo e Rodoviário. Sendo assim, é fácil pensar que cada modalidade pos-
sui uma estrutura base para a efetivação da entrada de mercadorias no país. Além disso, 
cada modalidade dessa terá uma aduana (escritório) em que os órgãos governamentais 
atuarão segundo os procedimentos legais previstos por meio de leis, decretos, Instruções 
Normativas, regulamentos, dentre outros.
As despesas diversas na importação dependem da modalidade em que se está 
fazendo o traslado da mercadoria. Caso a importação seja marítima, ocorrerá incidência 
de algumas taxas que no aéreo não tem e vice e versa. Para tanto, o importador deve 
fazer seus cálculos das vantagens e desvantagens de cada modalidade e optar dentre as 
categorias de transporte qual a mais vantajosa para determinado momento. As modalida-
des mais comuns são: Aéreo, Ferroviário, Hidroviário, Marítimo e Rodoviário, dentre elas, 
destacam-se as modalidades aérea e marítima.
A escolha da modalidade de importação influenciará onde a mercadoria irá chegar 
e também quais procedimentos a serem adotados. Para fins de comparação, escolhemos 
duas modalidades mais comuns para análise:
31UNIDADE II Franquias Territoriais
Quadro 1 - Transporte Aéreo
Vantagens: Desvantagens:
● É o transporte mais rápido; ● Menor capacidade de carga;
● Não necessita embalagem mais refor-
çada (manuseio mais cuidadoso).
● Valor do frete mais elevado em relação 
aos outros modais.
Fonte: o autor.
Observe que para a modalidade aérea o que se destaca é a agilidade do processo, 
entretanto a quantidade da mercadoria embarcada vai influenciar diretamente no custo 
da mercadoria. Se o custo da mercadoria é impactante, o cliente deverá fazer a previsão 
de despesas para que afira a possibilidade de ganho com a importação. Geralmente essa 
modalidade é usada para cargas rápidas, pequenas e urgentes para a continuidade dos 
trabalhos na fábrica.
A base de cálculo do frete aéreo é obtida por meio do peso ou do volume da mer-
cadoria, sendo considerado aquele que proporcionar o maior valor. As despesas diversas 
também acompanharão esta base de cálculo. Por exemplo, para desembaraço da merca-
doria, armazenagem, manuseio da carga, dentre outras taxas. A International Air Transport 
Association (IATA) estabeleceu a seguinte relação (peso/volume): 1 kg = 6000 cm³ ou 1 ton 
= 6 m³. Por exemplo: no caso de um peso de 1 kg acondicionado em um volume maior que 
6.000 cm³, considera-se o volume como base de cálculo do frete, caso contrário, conside-
ra-se o peso. Cálculo do peso cubado, exemplo: 45 CM X 37 CM X 58 CM = 0,45 M X 0,37 
M X 0,58 M = 0,09657 M³ / 0,006 = 16,09 kg cubados. Essa será a base para as demais 
taxas e despesas de manuseio da carga. Quem envia essas despesas ao despachante/
importador é o agente de cargas.
As despesas mais comuns são chamadas de “Charges”, que podem ser classifi-
cadas como: manuseio da mercadoria, estocagem, armazenagem, repeso, conferência, 
contagem de mercadoria, taxa de segurança, dentre outras que poderão ocorrer. 
Já no transporte marítimo podemos observar:
Quadro 2 - Transporte Marítimo
Vantagens: Desvantagens:
● Maior capacidade de carga; ● Necessidade de transbordo nos portos;
● Carrega qualquer tipo de carga; ● Distância dos centros de produção;
● Menor custo de transporte. ● Maior exigência de embalagens;
● Menor flexibilidade nos serviços aliado a 
frequentes congestionamentos nos portos.
Fonte: o autor.
32UNIDADE II Franquias Territoriais
O mesmo que acontece no transporte aéreo acontece no transporte marítimo. De-
pendendo do tipo de carga que está sendo importada e do tamanho do container escolhido, 
haverá maior ou menor incidência de despesas diversas. 
Uma carga consolidada (compartilhada no mesmo container) terá que ser aberta 
assim que chegar ao porto para pesagem e disposição para a Receita Federal. Esse ma-
nuseio também gera uma despesa, chamada de Handling. A saber, há uma despesa de 
armazenagem do tempo em que a mercadoria estiver esperando para o desembaraço, uma 
taxa para contar a quantidade de caixas, taxa para pesagem, taxa para verificar se a carga 
passou por inspeção e assim por diante. 
Quadro 3 - Transporte marítimo
 
HIGH CUBE
Medidas Internas 20 PÉS 40 PÉS 40 PÉS
Comprimento (mm): 5.900 mm 12.030 mm 12.075 mm
Largura (mm): 2.340 mm 2.345 mm 2.370 mm
Altura (mm): 2.395 mm 2.395 mm 2.735 mm
Peso Máximo da Carga (Kg): 21.600 Kg 26.480 Kg 25.930 Kg
Cubagem Disponível (M³): 33,1 m³ 67,6 m³ 78,0 m³
STANDARD
Fonte: o autor.
As despesas diversas dependem da opção que o importador faz, para isso, o despa-
chante normalmente faz uma previsão de despesas para a verificação do que é mais barato 
na importação. Normalmente são usados para cargas soltas a consolidação (compartilhar 
mercadoria no mesmo container) e rateio das despesas, tudo depende do tamanho e peso 
da carga. Uma carga que foi estufada em um container de 20” será diferente de uma carga 
de um container de 40” e, consequentemente, se a carga vier compartilhada dentre vários 
importadores no mesmo container irá ter um rateio das despesas. 
As despesas diversas no transporte marítimo mais comuns são: Capatazias (THC): 
atividade de movimentação de cargas e mercadorias nas instalações portuárias em geral; 
Liberação de BL (BL Fee): a atividade de emitir e liberar o BL original ao exportador/im-
portador; Gate: Taxa de recepção das unidades no terminal; International Scurity and Port 
Security (ISPS) ou Terminal Security Fee (TSF): para controle de acessos e monitoramento; 
Lacre (Seal): fornecimento do Lacre; Foodgrade: Taxa para unidade padrão alimento; ENS/
AMS/Transmission Fee: para transmissão dos dados de embarque para alfândega; VGM: 
33UNIDADE II Franquias Territoriais
cobrada para a transmissão dos dados; Damage Protection Surcharge (DPP – Proteção 
de danos):- valor de seguro cobrado pela Cia Marítima; Drop Off: cobrada para utilizar um 
depot e deixar o container vazio armazenado; Taxa de Registro de Siscarga (TRS); Des-
consolidação:cobrada pelo manuseio da documentação na importação. Entendido isso, 
você deve ter notado que a zona alfandegada de sua escolha impactará diretamente em 
sua importação ou exportação. 
Mas se os portos e aeroportos são Alfândegas em que chegam as mercadorias, o 
que são Zonas Francas?
1.1. Zona Franca
Zona Franca tem a ver com a logística e os benefícios que podem ocorrer se o pla-
nejamento de entrada de mercadoria for melhor distribuído. Imagine se houvesse apenas o 
porto de Santos e o Porto de Paranaguá... Como faríamos e quanto custaria para transportar 
toda essa mercadoria? É possível por meio da logística e cadeia de suprimentos.
Para Ballou (2007, p. 27), 
Logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo 
eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde 
o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às 
exigências dos clientes. 
Nesse sentido, zona franca é uma “filha” da alfândega, pois é a delimitação de uma 
área em algum lugar do país que funcionará como uma pequena alfândega e que pode ser 
regida por regulamentos próprios, mas respeitando a legislação e demais procedimentos 
obrigatórios. Inclusive, dentro de um porto pode ser separado um local para ser uma zona 
franca. Ela terá alguns benefícios, como valores mais baixos para a armazenagem de mer-
cadorias. Normalmente a isenção as tarifas alfandegárias de armazenagem, (re)pesagem 
e movimentação da carga é o grande atrativo para se levar uma mercadoria para as zonas 
francas.
Você deve estar se perguntando: mas como uma pessoa tiraria uma carga de uma 
alfândega e levaria para uma zona franca ou zona alfandegada e ela ter taxas e custos 
menores que a alfândega tradicional? Simples, a lei da oferta e procura! Os portos, aero-
portos e zonas francas são administradas por empresas privadas e legisladas por empresa 
governamental por meio das aduanas. 
Imagine se você tivesse um terreno muito grande ao lado de um porto ou aeroporto. 
Você poderia estruturá-lo e colocar à disposição para que os importadores e exportadores 
fossem até esse local e alugassem o espaço para guardar a mercadoria ou armazenar até 
34UNIDADE II Franquias Territoriais
a vistoria dos órgãos competentes. É isso mesmo! As empresas entram com o pedido de 
“alfandegar” um espaço e se tornar uma zona franca. 
Normalmente o governo autoriza essas zonas com a finalidade de manutenção e 
incentivo econômico. Por exemplo, os portos secos são considerados zonas secundárias, 
ou seja, a zona primária é a alfândega (portos e aeroportos) e os portos secos, zonas se-
cundárias. Desse modo, uma mercadoria que chega em Paranaguá, como leva em média 
20 dias o desembaraço da mercadoria, compensa, se tiver incentivos financeiros, levar 
para os portos secos e lá serem nacionalizadas e fiscalizadas. 
Um exemplo disso é a Estação Aduaneira do Interior (Eadi), também conhecida 
como porto seco, da cidade de Maringá, que fornece alguns incentivos fiscais caso o im-
portador tire a mercadoria dos portos e desembaracem nessa estação (zona). Um dos 
benefícios desses locais é o valor mais baixo da armazenagem, carência de dias sem custo 
para estadia da mercadoria, agilidade no desembaraço – já que a quantidade de cargas é 
menor que na alfândega normal –, dentre outros.
Nas zonas francas pelo mundo, dependendo da carência de investimentos, o go-
verno libera alguns benefícios, como a isenção de alguns impostos, que é o caso da Zona 
Franca de Manaus, que trataremos a seguir.
1.2. Zona Franca de Manaus
Segundo a Receita Federal Brasileira, a Zona Franca de Manaus (ZFM) faz parte 
de um projeto econômico regido e organizado pelo governo brasileiro e tem como objetivo 
principal a viabilidade econômica na Amazônia Ocidental, além disso, tem a percepção em 
desenvolver a melhor integração produtiva e social dessa região com os demais estados do 
país, o que garante a sua soberania nacional em relação a sua fronteira e entrada e saída 
de mercadorias.
Como dito anteriormente, as zonas francas tem o papel de instalar procedimentos 
independentes e com benefícios próprios com o intuito de gerar maior sucesso econômico, 
Nesse caso, podemos afirmar que a Zona Franca de Manaus (ZFM) é a mais bem-sucedida 
estratégia, uma vez que leva a região a um patamar elevado de competitividade. A saber, 
a ZFM é composta pelo Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima e as cidades de Macapá e 
Santana, no Amapá e o seu impacto tem sido observado na qualidade de vida à população 
local.
Foi dividida em três setores ou polos econômicos: comercial, industrial e agro-
pecuário. Segundo o portal da SUFRAMA (http://www.suframa.gov.br/), o setor comercial 
35UNIDADE II Franquias Territoriais
teve grande destaque na década de 80, quando o Brasil era conduzido para o regime de 
economia fechada. Já a área industrial é considerada a base de sustentação da ZFM, 
com mais de 600 indústrias somente em Manaus, o que oportunizou inúmeros empregos e 
desenvolvimentos regionais, principalmente na área de eletroeletrônicos e químicos. Ainda, 
destacam-se: aparelhos celulares e de áudio e vídeo, televisores, motocicletas, concentra-
dos para refrigerantes, entre outros, já o polo agropecuário fica responsável pela atividade 
de produção de alimentos, agroindústria, piscicultura, turismo, beneficiamento de madeira, 
dentre outras.
A base legal para a ZFM é o Decreto-lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, que, 
dentre outras regras, define:
Art 1º A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio de importação 
e exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade 
de criar no interior da Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuá-
rio dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em 
face dos fatores locais e da grande distância, a que se encontram, os centros 
consumidores de seus produtos. Art 2º O Poder Executivo fará, demarcar, 
à margem esquerda dos rios Negro e Amazonas, uma área contínua com 
uma superfície mínima de dez mil quilômetros quadrados, incluindo a cidade 
de Manaus e seus arredores, na qual se instalará a Zona Franca. § 1º A 
área da Zona Franca terá um comprimento máximo continuo nas margens 
esquerdas dos rios Negro e Amazonas, de cinquenta quilômetros a jusante 
de Manaus e de setenta quilômetros a montante desta cidade. § 2º A faixa da 
superfície dos rios adjacentes à Zona Franca, nas proximidades do porto ou 
portos desta, considera-se nela integrada, na extensão mínima de trezentos 
metros a contar da margem. § 3º O Poder Executivo, mediante decreto e por 
proposta da Superintendência da Zona Franca, aprovada pelo Ministério do 
Interior, poderá aumentar a área originalmente estabelecida ou alterar sua 
configuração dentro dos limites estabelecidos no parágrafo 1º deste artigo.
O órgão federal que acompanha a ZFM é a Superintendência da Zona Franca 
de Manaus (SUFRAMA) e é possível verificar que os benefícios da ZFM vão além das 
importações e exportações, pois, com uma legislação robusta, consegue benefícios e cré-
ditos, inclusive de comercializações nacionais. Essa Autarquia vinculada ao Ministério do 
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que administra a Zona Franca de Manaus 
possui principais benefícios, apresentado na figura a seguir.
36UNIDADE II Franquias Territoriais
 Figura 1 - Principais Benefícios (ZFM)
Fonte: o autor.
1.3. Zonas de Processamento de Exportação (ZPE)
Com a finalidade de reafirmar a Lei nº 11.508/2007, foram publicados os Decretos 
nº 9.993/2019, que dispõe sobre os conceitos de Zona de Processamento de Exportação 
(ZPE), e o nº 6.814/2009 estabeleceu o regime tributário, cambial e administrativo das ZPE. 
As ZPE são áreas de livre comércio com o exterior. Em outras palavras, são áreas 
em que as empresas podem se instalar com o propósito de produção de bens a serem 
comercializados diretamente com o exterior, diferentemente dos portos secose zonas 
alfandegárias, a ZPE é considerada zona primária de exportação, ou seja, como se fosse 
um porto convencional. É importante ressaltar que as ZPE tem também regime tributário 
específico e se beneficiam de algumas alternativas governamentais para isenção, suspen-
são ou exoneração de impostos.
No Brasil, até o ano de 2020, constam aproximadamente 16 ZPE, sendo elas: ZPE 
do Acre (AC); ZPE do Açú (RJ); ZPE de Araguaína (TO); ZPE de Barcarena (PA); ZPE de 
Bataguassu (MS); ZPE de Boa Vista (RR); ZPE de Cáceres (MT); ZPE de Fernandópolis 
(SP); ZPE de Ilhéus (BA); ZPE de Imbituba (SC); ZPE de Macaíba (RN); ZPE de Parnaíba 
(PI); ZPE de Pecém (CE); ZPE de Suape (PE); ZPE de Teófilo Otoni (MG), e ZPE de 
Uberaba (MG).
Política tributária diferenciada
A política tributária vigente 
na Zona Franca de Manaus 
é diferenciada do restante 
do país, oferecendo 
benefícios locacionais, 
objetivando minimizar os 
custos amazônicos. Além 
de vantagens oferecidas 
pelo Governo Federal, o 
modelo é reforçado por 
políticas tributárias 
estadual e municipal:
Tributos federais
Redução de até 88% do 
Imposto de Importação (I.I.) 
sobre os insumos destinados à 
industrialização; Isenção do 
Imposto sobre Produtos 
Industrializados (I.P.I.); 
Redução de 75% do Imposto 
de Renda de Pessoa Jurídica, 
inclusive adicionais de 
empreendimentos 
classificados como prioritários 
para o desenvolvimento 
regional, calculados com base 
no Lucro da Exploração até 
2013; e Isenção da 
contribuição para o PIS/PASEP 
e da Cofins nas operações 
internas na Zona Franca de 
Manaus.
Tributos estaduais
Restituição parcial ou total, 
variando de 55% a 100% –
dependendo do projeto –
do Imposto sobre 
Operações Relativas à 
Circulação de Mercadorias 
e sobre Prestação de 
Serviços de Transporte 
Interestadual e 
Intermunicipal e de 
Comunicação (ICMS). 
Vantagens locacionais
No parque industrial de Manaus, 
o investidor tem à disposição 
terreno a preço simbólico, com 
infraestrutura de captação e 
tratamento de água, sistema 
viário urbanizado, rede de 
abastecimento de água, rede de 
telecomunicações, rede de 
esgoto sanitário e drenagem 
pluvial. A área industrial é de 3,9 
mil hectares, sendo que as 
empresas instaladas atualmente 
ocupam menos de 1,7 hectare, 
estando disponível para receber 
novos empreendimentos mais de 
2,2 hectares.
37UNIDADE II Franquias Territoriais
2. PORTOS LIVRES E DEPÓSITOS FRANCOS 
Embora o Brasil não expresse muito as questões dos portos livres e depósitos 
francos, a temática é recente e complexa e a Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013, instrui 
sobre a instalação e fiscalização desses locais. A saber, 
Art. 1º Esta Lei regula a exploração pela União, direta ou indiretamente, 
dos portos e instalações portuárias e as atividades desempenhadas pelos 
operadores portuários. § 1º A exploração indireta do porto organizado e 
das instalações portuárias nele localizadas ocorrerá mediante concessão 
e arrendamento de bem público. § 2º A exploração indireta das instalações 
portuárias localizadas fora da área do porto organizado ocorrerá mediante 
autorização, nos termos desta Lei. § 3º As concessões, os arrendamentos 
e as autorizações de que trata esta Lei serão outorgados a pessoa jurídica 
que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Art. 
2º Para os fins desta Lei, consideram-se: I - porto organizado: bem público 
construído e aparelhado para atender a necessidades de navegação, de 
movimentação de passageiros ou de movimentação e armazenagem de 
mercadorias, e cujo tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdição 
de autoridade portuária; II - área do porto organizado: área delimitada por 
ato do Poder Executivo que compreende as instalações portuárias e a 
infraestrutura de proteção e de acesso ao porto organizado; III - instalação 
portuária: instalação localizada dentro ou fora da área do porto organizado 
e utilizada em movimentação de passageiros, em movimentação ou 
armazenagem de mercadorias, destinadas ou provenientes de transporte 
aquaviário; IV - terminal de uso privado: instalação portuária explorada 
mediante autorização e localizada fora da área do porto organizado; 
V - estação de transbordo de cargas: instalação portuária explorada 
mediante autorização, localizada fora da área do porto organizado e 
utilizada exclusivamente para operação de transbordo de mercadorias 
em embarcações de navegação interior ou cabotagem; VI - instalação 
portuária pública de pequeno porte: instalação portuária explorada mediante 
autorização, localizada fora do porto organizado e utilizada em movimentação 
de passageiros ou mercadorias em embarcações de navegação interior; VII 
- instalação portuária de turismo: instalação portuária explorada mediante 
38UNIDADE II Franquias Territoriais
arrendamento ou autorização e utilizada em embarque, desembarque 
e trânsito de passageiros, tripulantes e bagagens, e de insumos para o 
provimento e abastecimento de embarcações de turismo (PLANALTO, 2013, 
grifo nosso).
Nesse sentido, as empresas privadas podem atuar como zonas e depósitos fran-
cos, uma vez que há “a concessão do regime de Entrepostos, Áreas Livres, Zonas Francas 
e Portos Livres, com vistas a atender às conveniências da política de comércio exterior” 
(PLANALTO, 2013).
Antes de definir sobre portos livres e depósitos francos, observe os principais portos 
considerados recintos alfandegados:
Quadro 4 - Principais Portos do Brasil (2020)
Fonte: o autor.
39UNIDADE II Franquias Territoriais
A definição de portos livres e depósitos francos é bem esclarecida por Silva 
(1977, p. 20), quando expõe:
1) As zonas livres ou francas são instaladas em áreas reduzidas de terreno, 
poucos hectares; 2) Os portos livres são cidades inteiras ou ilhas; 3) As zonas 
francas carecem de população residente, uma vez que as pessoas que ali 
ingressam só o fazem unicamente para realizar um trabalho específico e resi-
dem fora dessa área; ao passo que os portos livres têm população residente 
que usufrui dos benefícios fiscais. 4) As zonas francas, por sua característica, 
têm personalidade jurídica e patrimônio próprio, portanto, possuem admi-
nistração institucional autônoma; e os portos livres possuem administração 
estatal comum, com exceção da parte fiscal. O controle aduaneiro das zonas 
francas é mais estrito e permanente que nos portos livres.
Juano (1964) distingue a utilização desses locais entre finalidades de natureza pu-
ramente fiscal, regida pela legislação aduaneira, e também para a obtenção de recursos; ou 
ainda de natureza econômica que, por sua vez, visa incentivar as exportações e dificultar 
as operações de importação de mercadorias e produtos que não sejam convenientes para 
a economia local. Ainda define que essas “franquias aduaneiras” podem ser puramente 
tarifárias em relação a determinados produtos e territórios. Com isso, podemos afirmar que 
os entrepostos aduaneiros, em casos especiais de importação, é viável para a utilização 
dos portos francos. Já Faracchio (1972) diferencia “franquias aduaneiras” e “franquias ter-
ritoriais”, estando inseridas entre as segundas as zonas, os portos e os depósitos francos.
Em suma, para o autor, nos depósitos francos o concessionário recebe mercadorias 
próprias para introdução ao consumo, para a destinação a outro depósito, para a reexpedi-
ção ou ainda para a simples exportação, quando se trata de efeitos nacionais, logo, pode 
ter alguns benefícios governamentais para agilizar o processo.
No Brasil atuam como franquias aduaneiras alguns recintos alfandegados como 
Área de Controle Integrado (ACI); Bases Militares; Lojas Francas; Aeroportos de Remessas 
Expressas; portos; Silos e Tanques e podem ser solicitados pelo Termo de Compromisso de 
Ajuste de Conduta Técnica e Operacional de Alfandegamento (TCAC).
40UNIDADE II Franquias Territoriais
3. ÁREAS DE LIVRE COMÉRCIO
O Brasil conta com seis áreas de livre comércio, dentre elas está o quecitamos 
anteriormente como a Zona Franca de Manaus. As demais podem ser nominadas como: 
Área de Livre Comércio de Tabatinga; Área de Livre Comércio de Macapá/Santana; Área de 
Livre Comércio de Guajará-Mirim; Áreas de Livre Comércio de Boa Vista e Bonfim; Áreas 
de Livre Comércio de Brasileia, Epitaciolândia e Cruzeiro do Sul e Área de Livre Comércio 
das Américas.
As áreas de livre comércio são localidades estabelecidas como lugares de pro-
dução para exportação e importação de produtos com benefícios, normalmente fiscais, e 
facilitações no processo de desembaraço, nacionalização de mercadorias, também são 
criadas por meio de acordos de livre comércio (ALC).
Exemplo de Área de Livre Comércio fica em Boa Vista e Bonfim (RR) que con-
cede benefícios tributários para comercialização de produtos produzidos, importados ou 
exportados dessa região. Dentre os diversos benefícios estão a suspensão do: Imposto de 
Importação (II); Imposto de Produtos Industrializados (IPI); Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS); Contribuição para Financiamento da Seguri-
dade Social (Cofins); Programa de Integração Social (PIS). 
Para as regiões de livre comércio é necessário que as empresas interessadas em 
usufruir dos benefícios façam Inscrição junto à SUFRAMA (www.suframa.gov.br); estejam 
em dia com o fisco, para que sejam emitidas as certidões negativas de FGTS, INSS e da 
41UNIDADE II Franquias Territoriais
receita federal; enviem todos os documentos da empresa para a SUFRAMA; e paguem a 
Taxa de Serviço, que custa em média R$ 140,37.
Entretanto, para Tripoli e Prates (2016), por questões legais, alguns produtos não 
possuem benefícios, tais como armas e munições; automóveis de passageiros; bebidas 
alcoólicas; perfumaria; fumo e seus derivados, conforme previsto na Lei nº 11.732, de 30 
de Junho de 2008.
SAIBA MAIS
Você pode acompanhar uma carga que esteja em um avião vindo para o Brasil por meio 
do site https://pt.flightaware.com/live/. Para isso, basta ter em mãos o número do voo e 
será possível ver a imagem de um pequeno avião e acompanhar a chegada e saída de 
sua mercadoria, mesmo que seja de pessoa física!
 Fonte: Flightaware (2020).
REFLITA 
“O ‘livre comércio’ entre os países serve para desenvolver os desenvolvidos e subde-
senvolver os subdesenvolvidos” (Kelve Elias).
42UNIDADE II Franquias Territoriais
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), nesta unidade notamos que a legislação brasileira prevê alguns 
regimes especiais para a importação e exportação de produtos e serviços, além disso, 
destaca-se as legislações brasileira para as zonas de livre comércio, que tem como base a 
isenção, suspensão ou exoneração de tarifas e tributos para a manutenção do crescimento 
regional de determinadas localizações do Brasil. Citamos novamente a zona franca de 
Manaus que vem, há muito tempo, se valendo de benefícios fiscais para a implantação de 
empresas que visam o crescimento econômico daquela região.
Além disso, você pode observar que há diferença entre zona primária e secundária. 
A primária é aquela que a mercadoria chegou primeiramente no território brasileiro. Já a 
secundária é aquela que as empresas levam a sua mercadoria para o desembaraço mais 
próximo de seu domicílio. Essa flexibilidade de levar as mercadorias para o desembaraço 
é devido à grande expansão territorial do Brasil e também por causa dos benefícios que 
determinada região pode fornecer.
Estudamos também sobre a Zona de Processamento de Exportação que são áreas 
de livre comércio com o exterior, em outras palavras, são áreas em que as empresas podem 
se instalar com o propósito de produção de bens a serem comercializados diretamente com 
o exterior. Diferentemente dos portos secos e zonas alfandegárias, a ZPE é considerada 
zona primária de exportação, ou seja, como se fosse um porto convencional. É importante 
ressaltar que as ZPE têm também regime tributário específico e se beneficiam de algumas 
alternativas governamentais para isenção, suspensão ou exoneração de impostos.
Sabemos que é muita lei para se observar, mas garanto que, com pesquisa e muito 
esforço, você já tem o caminho para pesquisar a legislação aduaneira de nosso país.
É sempre um prazer estudar sobre as regras de comércio exterior! Espero você em 
nossas próximas unidades desse curso.
43UNIDADE II Franquias Territoriais
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
Título: Despachado para a Índia
Ano produção: 2006
Duração: 99 minutos
Classificação: 14 anos
Gênero: Comédia 
Sinopse: Despachado Para a Índia é uma comédia de diferenças 
culturais com um toque de romance. Todd Anderson (Josh 
Hamilton) dirige um call center de apoio ao cliente em Seattle, 
até que o seu chefe lhe dá a má notícia: o seu emprego vai ser 
alvo de Outsourcing e, ainda por cima, ele terá de ir até á Índia 
para treinar o seu substituto. Ele espera a pior experiência da sua 
vida e certamente é assim que as coisas começam. O caos de 
Bombaim assalta os seus sentidos e o seu novo escritório está 
paralisado devido a equívocos culturais. Mas à medida que vai 
conhecendo melhor os seus colegas de trabalho, descobre que 
não é fácil odiá-los, incluindo o seu amistoso substituto Puro (Asif 
Basra) e a adorável teimosa Asha (Ayesha Dharker). Rapidamente 
descobre que tem muito a aprender acerca da Índia, da América e 
dele próprio.
LIVRO 
Título: Regimes Aduaneiros Especiais
Autor: Liziane Angelotti Meira 
Editora: Síntese
Sinopse: O objetivo do presente estudo é o exame aprofundado dos 
regimes aduaneiros especiais à luz dos princípios constitucionais 
da legalidade, da publicidade e da isonomia tributária. Em que 
pese a sua importância para o sistema tributário nacional e para 
os interesses estratégico-comerciais, o tema praticamente não 
tem sido visitado pela dogmática jurídica nos últimos 20 anos, 
certamente em razão da vasta e complexa legislação que o regula. 
As conclusões alcançadas por este trabalho ressaltam que os 
regimes aduaneiros especiais constituem isenções ou reduções 
condicionais dos impostos incidentes sobre as operações de 
comércio exterior – adstritos, portanto, ao princípio constitucional 
da legalidade –, nas quais os bens importados ou exportados são 
submetidos a controle aduaneiro. Essas inferências não somente 
conduzem a uma mudança do conceito dos regimes aduaneiros 
especiais, aceito quase sem dissonância no país, como também 
reclamam profundas alterações na respectiva legislação.
44
Plano de Estudo:
• O contencioso aduaneiro.
• Infrações, fraudes e delitos aduaneiros.
• O contrabando e o descaminho.
• Análise de problemas aduaneiros.
Objetivos da Aprendizagem
• Estudar as contestações que ocorrem nas aduanas.
• Compreender as irregularidades e curiosidades nas importações.
• Verificar o impacto legal e penalidades das infrações.
UNIDADE III
Sujeição Passiva dos Impostos de 
Importação e de Exportação
Professor Mestre Alexsandro Cordeiro Alves
45UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à terceira unidade da apostila sobre a legislação 
relacionada ao processo de comércio exterior. 
Desta vez falaremos um pouco sobre as questões das fraudes e tentativas de 
importação e exportações ilegais. Esse assunto é muito delicado, uma vez que não pode-
remos citar casos específicos, mas vamos abordar os casos que encontramos de algumas 
empresas tentando fraudar o sistema de importação por meio de importações ilegais, prin-
cipalmente produtos oriundos da China.
Observaremos, nesta unidade, que a Receita Federal é muito rígida na legislação 
e a penalidade vai desde multas até a suspensão da autorização para importar ou exportar. 
Entretanto, muitas empresas ainda tentam burlar o sistema, principalmente nas questões 
de roupas de marca e brinquedos é que encontramos os mais diversos casos de tentativa 
de importação de produtos falsificados.
É nesta unidade que poderemos analisar as

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