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AULA 1 - Homicídio

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A REVOLUÇÃO DO MODELO AURA.
UM MODELO DE ENSINO INOVADOR, QUE VAI PERMITIR INTEGRAÇÃO INÉDITA ENTRE CONTEÚDOS DIGITAIS DE ALTÍSSIMA QUALIDADE E O SEU TRABALHO EM SALA DE AULA. CONFIRA, AO LADO, OS PRINCIPAIS ATRIBUTOS DO MODELO AURA, QUE FOI IMPLEMENTANDO. 
1
AULA 1 – HOMICÍDIO
DIREITO PENAL 
ESPECIAL E EXTRAVAGANTE
Apresentação
Professora Alexandra Boechat – E-mail: alexandraboechat@gmail.com
Professora de Direito Penal, Processo Penal e Prática Simulada III da Universidade Estácio de Sá. Pós Graduação em Direito Privado pela Universidade Estácio de Sá e Pós Graduação em Direito Público pela Universidade Veiga de Almeida. Mestre do PPGJA/UFF - Programa de Pós Graduação Jurisdição Administrativa da Universidade Federal Fluminense. 
Analista Judiciária do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Assessora do Desembargador Paulo Wunder
AV1 – 19/04
AVD – 26/05-11/06
AV2 – 07/06
AV3 – 21/06
AVDS 16/06 - 04/06
Cronograma
15/02 – Apresentação e início do Plano de Aula 1
22/02 – Planos de Aula 1 e Aula 2
08/03 – Plano de Aula 3
15/03 – Plano de Aula 4
22/03 – Plano de Aula 5
29/03 – Plano de Aula 6
05/04 – Plano de Aula 7
12/04 – Plano de Aula 8 - PRAZO FINAL PARA ENTREGA DOS TRABALHOS QUE COMPÕE A NOTA DA AV1 – ESTUDOS DE CASO PLANO DE AULA 5 E 6
19/04– AV1
26/04 – VISTA DE PROVA
03/05 – Plano de Aula 9 - (Crédito Digital) e Plano de Aula 10
Nestas aulas, estaremos conectados com o conteúdo digital. O aluno explora e estuda, previamente, o conteúdo digital disponível em seu ambiente virtual. 
Durante a aula, este conteúdo será discutido em sala em atividade mediada pelo professor.
10/05 – Plano de Aula 11
17/05 - Plano de Aula 12
24/05 – Plano de Aula 13, 14 e 16 - (Crédito Digital) 
Nestas aulas, estaremos conectados com o conteúdo digital. O aluno explora e estuda, previamente, o conteúdo digital disponível em seu ambiente virtual. 
Durante a aula, este conteúdo será discutido em sala em atividade mediada pelo professor
31/05 – Plano de Aula 15 
07/06 - AV2
14/06 – VISTA DE PROVA AV2 E REVISÃO AV3
21/06 – AV3
28/06 – VISTA DE PROVA 
COMBINADOS 
 TRABALHOS QUE COMPÕE A NOTA DA AV1 - PELO TEAMS E PRAZO IMPRETERÍVEL
 PROVA – PELO FORMS
 IREMOS TRATAR DOS ESTUDOS DE CASO DOS CRÉDITOS DIGITAIS 
 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislacao penal especial. 14. ed. atual. e ampl.. Sa?o Paulo: Saraiva Educac?a?o, 2019..
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553610488/cfi/0!/4/2@100:0.00
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Parte Especial (arts. 121 a 154B) Crimes contra a pessoa. 20ª ed. revista e atualizada. São Paulo: Saraiva Jur, 2020. 2.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553617029/cfi/2!/4/4@0.00:11.8
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal Legislação penal especial. 15. ed.. São Paulo: Saraiva Educação,, 2020.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553619245/cfi/4!/4/2@100:0.00
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CAPEZ, Fernando. Parte especial arts. 213 a 359h. 18 ed.. São Paulo: Saraiva Educação, 2020. 3.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553619221/cfi/0!/4/4@0.00:0.00
JESUS, Damásio de. ESTEFAM, André (atualizador). Parte especial: crimes contra a pessoa a crimes contra o patrimônio ? arts. 121 a 183 do CP. 36ª ed.. São Paulo: Saraiva Educação, 2020. 2.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553619863/cfi/0!/4/4@0.00:58.0
NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de direito penal: parte especial arts. 213 a 361 do código penal.. 5ª ed.. Rio de Janeiro: Forense, 2021.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559640188/cfi/6/8!/4/2/4@0:5.82
PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro: parte geral e parte especial. 18. Rio de Janeiro:: Forense, 2020.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530990114/cfi/6/8!/4/2/4@0:0
SOUZA, Artur de Brito Gueiros Souza; JAPIASSÚ, Carlos Eduardo Adriano. Direito Penal. 2 ed.. São Paulo: Atlas, 2020. Volume único.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023749/cfi/6/2!/4/2/2@0:0
PARTE ESPECIAL
(Vide Lei nº 7.209, de 1984)
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
        Homicídio simples
        Art. 121. Matar alguem:
        Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
        Caso de diminuição de pena
        § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
        Homicídio qualificado
        § 2° Se o homicídio é cometido:
        I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
        II - por motivo futil;
        III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
        IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
        V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
        Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Feminicídio      
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:     (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido:         (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - violência doméstica e familiar;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
     
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
Pena - detenção, de um a três anos.
Aumento de pena
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
§ 6o  A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.     
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:     
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;      
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;   
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;  
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.  
Situação-problema:
	
Vivo em uma época que, por causa de nossas guerras civis, abundam os exemplos de incrível crueldade. Não vejo na história antiga,nada pior do que os fatos dessa natureza, que se verificam diariamente e aos quais não me acostumo. Mal podia eu conceber, antes de o ver, que existissem pessoas capazes de matar pelo simples prazer de matar; pessoas que esquartejam o próximo, inventam engenhosos e desconhecidos suplícios e novos gêneros de assassínios, sem ser movidos nem pelo ódio nem pela cobiça, no intuito único de assistir ao espetáculo dos gestos, das contrações lamentáveis, dos gemidos, dos gritos angustiados de um homem que agoniza entre torturas (filósofo francês Michel de Montaigne (1996, p. 367). 
A partir disso, é possível indagar: Embora tal trecho possa ser reconhecido nos dias de hoje, trata-se, na verdade, de uma publicação do ano de 1580, na obra Ensaios, do filosofo Michel de Montaigne. 
Nos dias atuais, como um indivíduo acusado da prática de homicídio por motivo de ódio, ou cobiça, ou mediante tortura, pode ser enquadrado pelo Código Penal? Levando-se em conta a prática do homicídio sem o emprego daqueles artifícios, qual a solução que deve ser dada ao caso? 
Parte Especial
 No Direito Penal, distinguem-se Parte Geral e Especial. 
 A Parte Geral é constituída por um corpo de disposições genéricas, compostas por normas de aplicação da lei penal, da teoria do crime e da teoria da pena. 
 Já na Parte Especial, estão contidos os crimes em espécie e suas sanções correspondentes, além de regras particulares ou mesmo exceções a princípios gerais, bem como normas explicativas. 
 Não há uma teoria geral da Parte Especial, mas, sim, uma teoria geral dos delitos em espécie, que são aí estudados. 
 O estudo da Parte Especial se faz a partir da decomposição dos delitos nos seus elementos constitutivos (Chave Mestra), que são: objetividade jurídica; sujeitos do delito; tipo objetivo; tipo subjetivo; consumação e tentativa; classificação do crime; ementas do tipo; pena; ação penal.
 A Parte Especial do CP se inicia, em seu Título I (artigos 121 a 154), com os chamados crimes contra a pessoa, nos quais o sujeito passivo é a pessoa física.
 Entre os crimes contra a pessoa, há os chamados crimes contra vida, pois, sua supressão consiste no mais grave atentado à pessoa, e se encontram no CP, Título I, capítulo I, artigos 121 a 128: homicídio (art. 121), induzimento ao suicídio (art. 122), infanticídio (art. 123) e aborto (arts. 124 a 128).
Homicídio
Código Penal adotou a terminologia homicídio para definir o delito de matar alguém, 
ou seja, a injusta morte de uma pessoa (vida extrauterina) praticada por outrem (destruição da vida humana). O homicídio se divide em:
a) Tipo simples – homicídio simples;
b) Tipos derivados – homicídio privilegiado; homicídio qualificado; homicídio doloso e homicídio culposo.
 Bem Jurídico: vida (preservação da vida humana extrauterina, considerada a partir do início do parto).
 Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), sozinho ou com o auxílio de alguém.
 Sujeito passivo: ser vivo, nascido de mulher. É preciso que a vítima esteja com vida ao tempo do cometimento da conduta, do contrário, a tentativa de matá-la configurará crime impossível (art. 17, CP).
 Tipo Objetivo: a ação incriminada é matar, que faz com que o homicídio seja um crime de forma livre, podendo ser utilizados meios diretos ou indiretos, ou mesmo meios psíquicos. Pode ser por ação (disparo de tiro, punhalada, envenenamento, estrangulamento), ou omissão (deixar de fornecer alimentos a um recém nascido, tendo a obrigação de fazê-lo). 
 Pode ser praticado também por meios morais ou psíquicos ou mesmo por meio de palavras, desde que idôneos, a causar a morte, assim como por meios indiretos: entende-se a utilização de animais ou pessoas que não responderão por suas condutas.
 Tipo Subjetivo: dolo, consistente na vontade consciente de matar. Pode ser direto (o agente quer o resultado) ou indireto (assume o risco produzi-lo).
 Consumação: Com a morte da vítima (crime material), que se dá com a morte cerebral. 
 Tentativa: uma vez que se trata de crime material, o homicídio doloso admite tentativa. 
 Classificação: crime comum quanto ao sujeito, doloso ou culposo, de forma livre, instantânea, material, e de resultado. 
 Ação penal: pública incondicionada, competindo ao júri seu julgamento, quando doloso.
 Crime hediondo: O homicídio simples quando praticado em atividade típica de grupos de extermínio, ainda que cometido por um só agente (artigo 1º, I, 1ª parte, da Lei 8.072/90, com as alterações da Lei 8.930/94) é considerado crime hediondo. 
Figuras do homicídio
 Homicídio privilegiado: É uma causa especial de diminuição de pena (art. 121, § 1º, CP). A Motivação do crime implicará a atenuação da pena sempre que for importante, digno de consideração, e que importe assim em menor grau de reprovabilidade. Motivo de relevante valor moral diz respeito a interesse particular do agente; motivo de relevante valor social refere-se a interesse público, coletivo
 Minoram a sanção aplicável ao homicídio – se estiverem presentes os pressupostos, o juiz deverá reduzir a pena de 1/6 a 1/3.
 São as seguintes as modalidades de homicídio privilegiado:
motivo de relevante valor social;
motivo de relevante valor moral;
violenta emoção logo em seguida à injusta provocação da vítima.
 Homicídio qualificado: as qualificadoras criam um tipo penal derivado, com penas próprias. As circunstâncias subjetivas dizem respeito aos motivos reprováveis, isto é, motivo torpe (inciso I) e motivo fútil (inciso II); e aos fins com que a ação é praticada: facilitar ou assegurar a execução, ocultação, vantagem ou impunidade de outro crime (inciso V). 
 Já as circunstâncias objetivas dizem respeito aos meios que envolvam dissimulação, crueldade, perigo de maior dano (inciso III) e aos modos que dificultem ou tornem a defesa impossível (inciso IV).
 Comunicabilidade das circunstâncias qualificadoras aos partícipes: as qualificadoras referentes aos motivos determinantes do crime (subjetivas) são incomunicáveis entre os partícipes, por serem de caráter pessoal (art. 26). 
As qualificadoras objetivas só se comunicam quando entram na esfera de conhecimento do coautor ou partícipe.
O sistema jurídico brasileiro admite o concurso de agente diferenciando autor de partícipe, vez que adota-se, expressamente, a teoria da autoria restrita e em alguns casos a teoria do domínio do fato, visto ser uma complementar da outra.
Formas de participação
Várias são as formas de participar intervindo em um fato alheio: Ajuste, determinação, instigação, chefia, organização, auxilio material, auxilio moral cumplicidade, adesão sem acordo prévio etc. 
A doutrina na sua maioria tem considerado apenas duas formas de participação: instigação/moral e cumplicidade/material, de vez que as demais delas fazem parte.
 Comunicabilidade das circunstâncias qualificadoras aos partícipes: as qualificadoras 
referentes aos motivos determinantes do crime (subjetivas) são incomunicáveis entre os partícipes, por serem de caráter pessoal (art. 26). 
As qualificadoras objetivas só se comunicam quando entram na esfera de conhecimento do coautor ou partícipe.
 Coexistência de homicídio qualificado com privilegiado: A jurisprudência dos Tribunais Superiores considera possível o homicídio privilegiado-qualificado. O privilégio pode concorrer com as qualificadoras objetivas (fogo, veneno, meio cruel) do homicídio, mas não com as subjetivas as que dizem respeito aos motivos (fútil, torpe, dissimulação etc.), e como este privilégio é subjetivo deve prevalecer. 
Então não é possível no delito de homicídio, admitir a coexistência de um privilégio e de uma qualificadora que atuem exclusivamente sobre a medida da culpabilidade. No entanto, admite-se o concurso de um privilégio adimplido por uma circunstância qualificadora que afete apenas a medida do injusto, importando em maior desvalor da ação (artigo 121, § 2º, IV- à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;), ou que influa simultaneamente namedida do injusto e da culpabilidade (artigo 121, § 2º, III, - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum).
Na hipótese da incidência de duas ou mais circunstâncias que qualifiquem o delito, em que momento do sistema trifásico elas deverão ser valoradas pelo julgador para a definição da pena em concreto?
Surgem duas correntes na doutrina e jurisprudência:
1ª corrente: na hipótese das circunstâncias que qualificam o crime e que não foram empregadas pelo julgador para a sua definição (crime qualificado) terem previsão como circunstâncias agravantes, elas deverão ser aplicadas (valoradas) na segunda fase do sistema trifásico, diante da existência de previsão legal expressa como agravantes (rol taxativo); ao revés, na hipótese de não possuírem previsão legal expressa como circunstâncias agravantes, somente nessa situação é que deverão ser aplicadas (valoradas) na primeira fase do sistema trifásico, incidindo na circunstância judicial que melhor se amoldar (adequar);
2ª corrente: as circunstâncias que qualificam o crime e que não foram empregadas pelo julgador para a sua definição (crime qualificado) sempre deverão ser aplicadas (valoradas) na primeira fase do sistema trifásico, incidindo na circunstância judicial que melhor se amoldar (adequar) à definição da pena-base, diante da existência de vedação legal expressa quanto à possibilidade de agravar a pena provisória ou intermediária (art. 61 do CP).
Atualmente, a posição dominante encontra assento na primeira corrente. 
Homicídio culposo – art. 121, § 3º: a vida é protegida de toda forma ilícita de ataque. Apenas colocar a vida em perigo já constitui crime previsto no artigo 132, por exemplo.
 A pessoa que vive em comunidade tem o dever objetivo de cuidado, o dever de ser cauteloso. Sempre que uma conduta traduzir uma violação do dever objetivo de cuidado, sendo previsível ao homem mediano que aquilo causaria a morte de alguém, ocorre o homicídio culposo.
 Homicídio culposo com causa de aumento – art. 121,§4º : a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
i) Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício; 
ii) Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, ou não procura diminuir as consequências de seu ato;
iii) Foge para evitar prisão em flagrante.
Homicídio praticado por milícia privada ou por grupo de extermínio – art. 121, §6º: 
a pena do homicídio deve ser aumentada, de um terço até a metade, “se o crime for praticado por milícia privada, sob pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio”. 	
	
 Milícia privada, conforme o art. 288-A, do CP, é a organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no CP.
 Caso o integrante da “milícia privada” ou do “grupo de extermínio”, conforme acima definido, perpetre, de fato, delito de homicídio, além de estar incurso na pena de reclusão do art. 288-A, do CP, responderá pela morte dolosa, com a incidência da majorante. 
Feminicídio – art. 121, §2º, inciso VI e VII : consiste na morte dolosa de mulher por razões da sua condição de sexo feminino. 
 A pena do homicídio qualificado será aumentada nessas circunstâncias, quando o fato for praticado: 1º durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto; 
2º contra mulher menor de quatorze anos, maior de sessenta ou com deficiência; 
3º na presença de descendente ou de ascendente da vítima.
	
A Lei Maria da Penha – Lei 11.340/06 – trata da preservação tanto para a vida da mulher quanto uma prevenção de mortes anunciadas. Contudo esta lei não tem caráter de sanção, mas de proteção. Criada para prevenir e combater a violência doméstica e familiar, garantir punição com mais rigor aos agressores e proteger a mulher agredida, a Lei Maria da Penha completou 15 anos nesse sábado, 7 de agosto.
A violência combatida pela Maria da Penha pode ser cometida por qualquer pessoa, inclusive por outra mulher, que tenha uma relação familiar ou afetiva com a vítima.
A Quinta Turma do STJ, no julgamento do AgRg no AREsp 1.626.825, por constatar a situação de vulnerabilidade, aplicou a lei a um caso de violência praticada por neto contra a avó. A Maria da Penha objetiva proteger a mulher da violência doméstica e familiar cometida no âmbito da unidade doméstica, da família ou de qualquer relação íntima de afeto.
A Lei 13.104/2015, do Feminicídio – apesar de compor a política que visa o combate à violência contra a mulher (não necessariamente doméstica) tipificou o crime contra a mulher no âmbito da violência doméstica e familiar como hediondo e qualificador do homicídio. O jurista Fernando Capez conceitua o Feminicídio como:
 
“Feminicídio é o homicídio doloso praticado contra a mulher por ‘razões da condição de sexo feminino’, ou seja, desprezando, menosprezando, desconsiderando a dignidade da vítima por ser mulher, como se as pessoas do sexo feminino tivessem menos direitos do que as do sexo masculino (FERNANDO CAPEZ, 2018, p.61).”
Violência doméstica e familiar: a definição de violência doméstica e familiar está no artigo 5º, inciso I da Lei Maria da Penha:
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA PODE GERAR UM FEMINICÍDIO, MAS NEM TODO FEMINICÍDIO DECORRE DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, POIS PODE SER DECORRENTE DE GENÊRO SEM RELAÇÃO DOMÉSTICA OU FAMILIAR.
Perdão judicial – art. 121 §5º
O perdão judicial é um instituto que permite ao juiz deixar de aplicar a pena (é causa de extinção da punibilidade (era. 107, IX, CP e Súmula 18, STJ).
É também previsto no caso de lesão culposa, (§ 8º do artigo 129).
Lei 8.072/90 - Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências.
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:     
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII);     
Estudo de Caso:
Entende-se feminicídio o homicídio de mulher cometido por razões da condição de sexo feminino, nos termos que envolve violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher? (art. 121, VI, § 2º, I e II, CP). Está previsto na legislação brasileira desde a entrada em vigor da Lei nº 13.104, de 9 de março de 2015, que alterou o art. 121 do Código Penal. A Lei de Feminicídio foi criada a partir de uma recomendação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre Violência contra a Mulher, que investigou a violência contra as mulheres nos Estados brasileiros, de março de 2012 a julho de 2013. Embora a legislação brasileira não considere a conduta como delito autônomo, ressalte-se que já existe projeto de lei (4.196/2020) que quer definir o feminicídio como um tipo penal autônomo. Diante deste cenário, 1) Aponte a hipótese dehomicídio em que se enquadra a conduta do feminicídio, a partir da distinção prevista na lei penal. 
2) Como deve ser aplicada a pena em abstrato, ante o fato do feminicídio ser considerado crime hediondo?
Leitura Específica
SODRÉ, Émilly Samita; ROCHA, Giovanna; MILSTEIN, Joanita Milstein; et. All. Homicídio passional: quando a paixão se transforma em crime. Cadernos de Graduação - Ciências Humanas e Sociais. Aracaju, v. 1, n.2, p. 87-99, março. 2014. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/230427055.pdf. Acesso em: 22 abr. 2021. 
- ROICHMAN, Carlos Barreto Campello. Faca, peixeira, canivete: uma análise da lei do feminicídio no Brasil. Rev. Katálysis, vol. 23, n. 2, Florianópolis, May./Aug. 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414- 49802020000200357. 22 abr. 2021. 
- Leia a sentença: Relevância do motivo de valor social, da intensidade da emoção e do grau de provocação da vítima - REsp 1274563/MT, Rel. Ministro Rogério Schietti Cruz, Sexta Turma. Sentença de 21 de junho de 2016. Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/862133717/recurso-especial-resp-1274563-mt2011-0197734-0/inteiro-teor-862133727?ref=serp. Acesso em: 22 abr. 2021.
Material do Aprenda + 
O maior crime passional de todos os tempos no Brasil. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-ELLasVlxIE. Acesso em: 11 abr. 2021. 
A lei do Feminicídio no Brasil - Direto ao Ponto. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=I9hFNmeKv1g. Acesso em: 11 abr. 2021. 
Anatomia do Crime - Serial Killer de Itaquaquecetuba. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ZZxLoLNC430. Acesso em: 11 abr. 2021. 
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Até a próxima aula

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