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11 Fisiopatologia das imunodeficiências • Os radicais reagem com parte do telômero e provocam redução de parte do DNA – senescência • Inaptidão a responder aquilo que é estranho – problema na imunidade • Linfócitos T – passam pelo timo • Linfócitos B – passam pela medula ou pela bursa de Fabrício • É associada a defeitos nas células imunes • Células B • Células T • Macrófagos – o sistema fagocítico mononuclear desencadeia a resposta imune • Sistema complemento – é produzido no fígado e consistem em um conjunto de proteínas que fazem parte da resposta imunológica; o hepatopata possui infecções de repetição Imunodeficiências congênitas ou primárias • São geneticamente determinadas e afetam a imunidade adaptativa (humoral ou celular) ou os mecanismos naturais de defesa do hospedeiro (proteínas do complemento, células fagocitárias e NK) • São detectadas de forma precoce (entre 6 meses e 2 anos de idade) • Aparecem durante a embriogênese Doença de Bruton/Agamaglobulinemia ligada ao X • Patogênese - mutação na tirosina quinase de Bruton (BTK) • É caracterizada pela incapacidade de as células pré-B se diferenciarem em células B • O indivíduo não produz anticorpos (gamaglobulina) e, a partir dos 6 meses (as imunoglobulinas maternas acabam), o bebê apresenta infecções de repetição por H. influenza, S. pneumoniae, S. aureus • Faringite aguda e crônica, sinusite, otite média, bronquite e pneumonia • Infecção por giardia - não pode ser eliminada do organismo, haja vista a deficiência de IgA, causando infecções persistentes • Ocorre em uma frequência de uma em 100.000 crianças do sexo masculino • Redução dos anticorpos e dos folículos linfóides • Ausência ou número muito reduzido de células B na circulação associadas a níveis reduzidos de todas as classes de imunoglobulinas • O número de células pré-B na medula óssea pode ser normal ou reduzido • Os centros germinativos dos tecidos linfoides periféricos, incluindo linfonodos, placas de Peyer, apendice e tonsilas, são subdesenvolvidos ou rudimentares • Ausência de plasmócitos no organismo • As respostas mediadas pelas células T estão normais Síndrome de Di George • É causada pelo desenvolvimento falho da terceira e quarta bolsa faríngea (originam o timo, glândulas paratireoides e porções da face e arco da aorta) • Defeito congênito no desenvolvimento do timo, com deficiência no amadurecimento das células T que se tornam ausentes nos linfonodos, baço e sangue periférico • Presença de tetania (é associada a hipoplasia das glândulas paratireoides, provocando hipocalcemia), infecções virais, fúngicas e de protozoários com repetição • Defeitos no coração e grandes vasos • Aspectos laboratoriais – dosagem do PPD • O transplante do tecido tímido tem alcançado sucesso em algumas crianças Yarlla Cruz 12 Síndrome de Wiskott-Aldrich • É uma doença de herança recessiva ligada ao X, caracterizada por trombocitopenia, eczema e vulnerabilidade acentuada a infecções recorrentes, provocando a morte precoce do paciente • O gene responsável encontra-se no cromossomo X e codifica uma proteína, cuja alteração pode levar a uma morfologia celular alterada (formato das plaquetas), adesão celular e migração leucocitária anormais • O transplante de medula é o único tratamento disponível • O timo esta normal, mas há profunda depleção progressiva, associada a idade, dos linfócitos T no sangue periférico e linfonodos - perda da imunidade celular • Os pacientes apresentam predisposição para o desenvolvimento de linfomas Deficiência do complemento (imunidade natural) • Deficiências hereditárias de componentes do complemento, principalmente C3, resultam em aumento na suscetibil idade a infecções piogênicas • Deficiência de C1q, C2 e C4 - não tornam o indivíduo suscetível a infecções, mas elevam o risco de desenvolver doença mediada por complexos imunes (LES) • Deficiência de C5 a C9 (via clássica) - resulta em infecções recorrentes com Neisseria (gonococos, meningococos) • Ativação desenfreada de C1 - provoca angioedema hereditário que afeta a pele e/ou mucosas Imunodeficiência combinada grave • Aproximadamente a metade dos casos é ligada ao X • Apresenta manifestações de deficiências das respostas imunológicas humoral e celular • As crianças afetadas são suscetíveis a infecções graves de repetição causadas por uma variedade de patógenos, incluindo bactérias, vírus, fungos e protozoários; infeccões oportunistas por Candida, Pneumocystis, CMV e Pseudomonas • Algumas formas de IDCG são causadas por um único defeito que afeta tanto as células T quanto as B, enquanto outras podem resultar de um déficit primário das células T e deficiencia secundária da imunidade humoral Deficiência de adenosina desaminase (ADA) - cerca de metade dos casos de herança autossômica recessiva são acusados por mutações nessas enzimas • É uma enzima envolvida no metabolismo das purinas, cuja deficiência causa acúmulo de adenosina que inibe a síntese de DNA e é tóxica para os linfócitos • O timo apresenta-se hipoplásico • Os linfonodos e tecidos linfóides são atróficos e não possuem centros germinativos de células B, nem zonas paracorticais de células T • Os pacientes com IDCG são frequentemente tratados com transplante de medula óssea Imunodeficiências adquiridas ou secundárias • São mais comuns • Provocam fenômenos fisiológicos, como o envelhecimento, desnutrição severa • As imunodeficiências secundárias podem ser encontradas em pacientes com desnutrição, infecção, câncer, doença renal ou sarcoidose • Podem ser causadas por outras doenças como diabetes, câncer, infecções virais, por medicamentos, quimioterapia e radioterapia • Queimaduras • Estresse • São causadas pela supressão da medula óssea ou da função linfocitária induzida por algum tratamento Yarlla Cruz 13 HIV/AIDS • O vírus da imunodeficiência humana provoca a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida • É caracterizada pela infecção e depleção dos linfócitos T CD4+ • Apresenta 2 cepas • HIV-1 - EUA, Europa e África Central • É dividido em 2 grupos – M (subdividido de A a J) e O • O tipo B é mais comum nos EUA e na Europa, ao passo que na Ásia é o tipo E • HIV-2 - África Ocidental • Alta taxa de mortalidade que foi controlada por meio de coquetéis medicamentosos • Ao se infectar por HIV, os indivíduos se tornam portadores assintomáticos, sendo capazes de transmitir para outras pessoas • Etiologia - é uma retrovirose (vírus de RNA que apresenta a transcriptase reversa) com profunda imunossupressão, infecções oportunistas (candida, sarcoma de Kaposi, e linfomas) • Transmissão – sexual, agulhas contaminadas (partilha), produtos sanguíneos (hemocentros), contaminação transplacentária/vertical ou durante a amamentação • Parenteral - usuários de drogas endovenosas (o maior grupo), hemofílicos tratados com concentrados de fator VIII ou IX e pessoas que receberam transfusão de sangue • Transplacentária, intraparto (durante o parto) e amamentação História • Provavelmente surgiu na África central antes de 1930 • Acredita-se que seja um vírus de macaco que sofreu mutação para infectar humanos • Encontrado Abs contra o HIV em amostras de soro coletadas em 1960 • Primeiros casos relatados na década de 1980 em homossexuais - Pneumocystis carinii • 1982 criou a sigla AIDS • Identificação do vírus – 1983 • Nome do vírus ao HIV-1984 • Sorologia – 1985 • Retrovirais – 1990 • Em 1995, foi a causa número 1 de morte entre 25 e 44 anos nos EUA • A transmissão heterossexual está aumentando nos EUA e é a via mais comum de transmissão fora dos EUA • Mais de 50% dos casos são mulheres • Sem cura - até agora Indivíduos de alto risco • Usuários de drogas endovenosas • Destinatáriosde hemoderivados • Parceiros femininos de homens bissexuais/usuários de drogas intravenosas • Filhos de mães infectadas • Profissionais de saúde • Destinatários de sangue e hemoderivados Estrutura do HIV • 1 - p24 - proteína principal do capsídeo • 2 - p7/p9 - proteína do capsídeo nuclear • 3 - Duas cópias do RNA do genoma • 4 - Três enzimas (protease, transcriptase reversa e integrase) • O envelope viral é pontuado por 2 glicoproteínas virais (gp120 e gp41) Patogênese • Os dois principais alvos da infecção pelo HIV são o sistema imunológico e o SNC • O retrovírus apresenta em seu capsídeo, a transcriptase reversa • GP 120 – é mais externa e possui afinidade por receptor CD4 • GP 41 – é transmembrânica, sustenta a GP 120, e atua como um receptor de citocina, permitindo a entrada do RNA na célula • A ausência de GP 41 é um mecanismo de resistência em algumas pessoas • A transcriptase reversa transforma o RNA em DNA dentro da célula • Infectam a principal célula da resposta imunológica - a entrada do HIV nas células Yarlla Cruz 14 exige a presença da molécula CD4, que atua como receptor de alta afinidade para o vírus • O gp120 do envelope do HIV também deve se ligar a outras moléculas de superfície (correceptores) para facilitar sua entrada na célula • O gp41 sofre uma alteração de conformação que permite sua inserção na membrana-alvo, e esse processo facilita a fusão do vírus com a célula • Após a fusão, o núcleo viral, contendo o genoma do HIV, entra no citoplasma da célula • Uma vez internalizado, ocorre a transcrição reversa do genoma viral, ocasionando a formação do DNA complementar (cDNA) Progressão da infecção pelo HIV • Tem início com a infecção aguda, que só é controlada parcialmente pelo sistema imunológico do hospedeiro, e avança para a infecção crônica progressiva dos tecidos linfoides periféricos • A transição da fase aguda da infeccão para a cronica é caracterizada pela disseminacão do vírus, a viremia, e pelo desenvolvimento da resposta imunológica do hospedeiro • O vírus se dissemina através do corpo e infecciona as células T auxiliares, macrófagos e células dendríticas nos tecidos linfóides secundários - gera uma resposta imunológica que controla parcialmente a infecção e a produção de vírus, refletida por uma redução na viremia a níveis baixos, mas detectáveis, cerca de 12 semanas após a exposição primária • Fase de latência clínica/crônica de baixo nível - durante esse período da doença, o sistema imunológico permanece apto a lidar com a maioria dos patógenos infecciosos oportunistas, e pouca ou nenhuma manifestação da infecção pelo HIV está presente • O ciclo contínuo de infecção viral e destruição das células T leva a uma redução constante das células T CD4+ nos tecidos linfoides e na circulação • Mecanismos de depleção das células T - o principal mecanismo de perda de células T CD4+ é a infeccão lítica dessas células e a destruicão celular durante a replicacão viraI e a producão de vírions • Patogenia do envolvimento do SNC - os macrófagos e as células da linhagem de monócitos e macrófagos (células da micróglia) são os principais tipos de células no cérebro afetados pelo HIV • Déficit neurológico - é associado a liberação de produtos virais e fatores solúveis (citocininas - TNF) História natural da infecção pelo HIV • Fase aguda/categoria A - 3 a 6 semanas após a infecção • Sintomas não específicos - dor de garganta, mialgia, febre, erupção cutânea e, algumas vezes, meningite asséptica • Alto nível de produção viral, viremia e colonização disseminada dos tecidos linfóides periféricos (redução das células TCD4+) • Desenvolvimento de uma resposta imunológica específica - 3 a 17 semanas após a exposição, redução da viremia, entretanto as proteínas do HIV podem ser detectadas no sangue • Uma pessoa infectada pode infectar outras dentro de 2 semanas após a exposicão inicial ao HIV • Fase crônica/categoria B - o sistema imunológico ainda está intacto, mas há replicação continuada do HIV, que pode durar por muitos anos • Pacientes assintomáticos, desenvolvimento de linfadenopatia persistente e infecções oportunistas (candidíase ou herpes-zóster) • A replicação viral continua nos tecidos linfóides - a proporcão de células CD4+ sobreviventes infectadas com o HIV aumenta e as defesas do hospedeiro comecam a falhar • Descompensação do sistema imunológico - linfadenopatia persistente Yarlla Cruz 15 com sintomas constitucionais (febre, erupção cutânea, fadiga) • Fase de crise final/categoria C - os pacientes se apresentam com febre por mais de um mês, fadiga, perda de peso e diarreia, a contagem de células CD4+ cai abaixo de 500 células/mL • Febre de longa duração • Desenvolvimento de infecções oportunistas graves, neoplasias secundárias e/ou manifestações neurológicas • Portador de AIDS - contagem de células CD4+ igual ou menor que 200 por microlitro • Na ausência de tratamento, a maioria dos pacientes infectados pelo HIV desenvolve AIDS após uma fase crônica que dura 7-10 anos Células T helper • Normal – 600-1200 células/mm3 • Categoria 1 - mais de 500 células/mL • Pacientes assintomáticos • Categoria 2 - entre 200- 500 células/mL • Sintomas iniciais • Categoria 3 - menos de 200 células/mL • Imunossupressão grave Manifestações clínicas • Infecções oportunistas - são responsáveis por 80% das mortes de pacientes com AIDS • Candidíase recorrente da mucosa, infecção disseminada pelo CMV (sobretudo enterite e retinite), herpes simples ulcerativo grave oral e perianal, e infecção disseminada com o M. tuberculosis e micobactérias atípicas (Mycobacterium avium-intracellulare) • Tuberculose • Toxoplasmose - infecção secundária mais comum do SNC • Meningite criptocócica • Diarreia persistente - é causada por Cryptosporidium ou Isospora belli e espécies de Shigella e Salmonella • Infecções com S. pneumoniae e H. influenzae • Neoplasias • Sarcoma de Kaposi - é um tumor vascular causado por um herpesvírus denominado sarcoma de Kaposi vírus (KSHV) ou herpesvírus humano 8 • As lesões são multicêntricas e tendem a ser mais agressivas, afetando a pele, mucosas, TGI, l infonodos e pulmões • Linfomas não Hodgkin das células B - são altamente agressivos e o cérebro é o local mais afetado • Perto de 100% desses linfomas cerebrais são EBV-relacionados • Linfoma primário - cresce exclusivamente em cavidades do corpo, manifestando-se como derrame pleural, peritoneal ou pericárdico • Carcinoma de colo de útero - papilomavírus humano Sarcoma de Kaposi Fase sarcopênica Dificuldades com as vacinas • O HIV é antigenicamente variável • Os anticorpos não são protetores Candidíase oral Yarlla Cruz 16 • Pode ser transmitido por contato célula a célula • O vírus sofre mutações à medida que se replica • Modelos animais são espécies protegidas Yarlla Cruz
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