Amamentação ● aleitamento materno: a criança recebe leite humano (direto da mama ou ordenhado) ● aleitamento materno exclusivo: a criança recebe somente leite humano de sua mãe ou ama de leite; ou leite humano ordenhado, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, suplementos minerais ou medicamentos ● aleitamento materno predominante: a fonte predominante de nutrição da criança é o leite humano. No entanto, a criança pode receber água ou bebida à base de água ( água adocicada, chás e infusões ), sucos de frutas, solução de sais de reidratação oral, gotas ou xarope de vitaminas, minerais e medicamentos, e fluidos rituais ( em quantidades limitadas) ● aleitamento materno complementado: a criança recebe leite materno e outros alimentos sólidos, semissólidos ou líquidos, incluindo leites não humanos ● OMS/ Ministério da Saúde: ideal → aleitamento materno de forma exclusiva até os 6 meses de vida e complementar até 24 meses de idade ou mais Anatomia e fisiologia da ama ● desenvolvimento das glândulas mamárias no sexo feminino inicia-se no período puberal e só atinge plenitude caso a mulher engravide e amamente ● início: puberdade → crescimento dos componentes glandulares e da tumescênàa areolar ( telarca) como resposta à atividade ovariana → 2 anos → menarca → aumento do componente de gordura e aplainamento da aréola ● caudas de Spence: projeções axilares das mamas ● mama adulta: composta de 15 a 20 lobos, unidades funcionalmente independentes entre si, que se subdividem em lóbulos em número variável (de 20 a 40 subunidades) ○ lóbulos: compostos por 10 a 100 alvéolos (estruturas acinosas secretoras e saculiformes → células responsáveis pela produção láctea) ○ alvéolos desembocam em dúctulos (reduzidas estruturas ductais) ○ dúctulos se reúnem em duetos maiores ○ duetos maiores fundem-se para formar ductos principais que drenam os lobos ○ seio galactóforo: dilatação na projeção da aréola dos ductos principais → participação do mecanismo de sucção das mamas pelo neonato → exteriorizam-se na pele da papila mamária em pequenos orifícios ○ preenchidas por tecido gorduroso e conjuntivo ● gestação: alterações fisiológicas locais são exuberantes por causa dos altos níveis de esteroides sexuais ● ductos lactíferos proliferam a partir da 3ª semana de gravidez → aumento de tecido glandular, consideravelmente maior em relação ao tecido gorduroso e conjuntivo ● altos níveis de estrógenos placentários → proliferação celular, em especial das estruturas ductais, que não só aumentam em quantidade, como desenvolvem o lúmen em canalículos que não existiam previamente ● outros hormônios que participam: hormônio do crescimento e a insulina ● progesterona: responsável pela diferenciação das células terminais dos dúctulos em células acinosas (alvéolos) ● prolactina: toma essas células acinosas diferenciadas em células maduras, capazes de produzir os diferentes componentes do leite ○ altos níveis durante a gravidez ○ ação é limitada pelos elevados teores circulantes de progesterona e de hormônio lactogênico placentário → ligação com receptores alveolares possui maior afinidade ● 2º trimestre: aumento da prolactina → estimula os processos secretórios dos alvéolos mamários → mamas já possuem capacidade plena de funcionamento ● 3º trimestre: redução dos componentes extraglandulares e o desenvolvimento ainda mais pronunciado das unidades lóbulo-acinosas → mamas atingem capacidade máxima de produção e de secreção de proteínas, lactose e lípides, além de atividade exponencial de determinadas enzimas como a galactosiltransferase e a lactose sintetase ● rede de Haller: veias visíveis pela epiderme ○ desenvolvimento vascular localizado → aumento do volume mamário ● fenômenos vasculares são proeminentes desde o início da gestação → intumescimento e edema localizados ● inervação do tegumento: extremamente abundante e está comprometida com os arcos reflexos neurais envolvidos na lactogênese e na galactocinese ● mudanças na coloração e pigmentação das aréolas mamárias: evidentes já no 1º trimestre ● proteção epitelial é reforçada pelo desenvolvimento das glândulas sebáceas do mamilo (tubérculos de Montgomery) → lubrificar e proteger a pele local, mantendo sua elasticidade Fisiologia da produção e ejeção do leite ● lactogênese: produção e secreção de colostro podem ser observadas a partir do 2º trimestre de gestação ○ não ocorre durante a gravidez em razão do efeito inib itório do estriol, da progesterona e do h orm ô n io lactogênico placentário sobre os efeitos da prolactina nos alvéolos ○ parto + dequitação → níveis circulantes de estrógeno, hormônio lactogênico placentário e progesterona produzidos pela placenta decrescem de forma abrupta → possibilita a ação da prolactina em seus receptores mamários ○ prolactina → diferenciação celular da fase pré-secretória para a fase secretória + estímulo da síntese de RNA para produção de proteínas específicas do leite (caseína, alfalactoalbumina) + indução de enzimas catalisadoras (galactosiltransferase e lactose sintetase) ○ prolactina exerce seus efeitos na mama → modifica a secreção de colostro para leite propriamente dito no período de aproximadamente 72 horas → apojadura ou “descida” do leite ○ níveis de prolactina sobem em picos induzidos pela sucção do recém-nascido ○ menor tempo entre as mamadas → menor será o tempo para o restabelecimento dos níveis de prolactina, mantendo o nível sérico desse hormônio e a produção adequada de leite ● lactopoese e galactocinese ○ lactopoese: conjunto de eventos que visa à manutenção da produção e da ejeção do leite → controladas por arcos reflexos neurais, iniciando-se em terminações nervosas livres no complexo areolopapilar ○ estímulo dessas terminações nervosas → vias aferentes torácicas ( de T4 a T6), com liberação de ocitocina pela hipófise posterior e prolactina pela hipófise anterior ○ ocitocina: estimula as células mioepiteliais que circundam os alvéolos mamários → se contraem causando → excreção láctea (ejeção) + age nas células da musculatura lisa areolar → promove compressão do seio lactóforo e ereção da papila → colabora para ejeção do leite ○ galactocinese: mecanismo que descreve a excreção do leite durante a sucção das mamas pelo neonato ○ situações de desconforto, vergonha, ansiedade e dor provocam inibição imediata do reflexo de ejeção do leite ○ fator inibidor da prolactina: liberação está relacionada ao eixo neuroendócrino e, portanto, sujeita a modificações dependentes de estímulo emocional exógeno ○ quanto maior for o intervalo entre o parto e a primeira sucção das mamas pelo recém-nascido, menores serão o pico inicial e a secreção basal de prolactina, com menor produção láctea ○ orientação: primeira pega não exceda 40 minutos do parto e que a frequência mínima seja por volta de 7 a 8 mamadas por dia ○ aumento dos intervalos entre as mamadas ou a sucção ineficiente → estase láctea e redução do fluxo vascular local → alterações celulares com destruição de tecido mamário e substituição por tecido conjuntivo e gordura → alterações se completam após 3 meses da suspensão do aleitamento, embora boa parte dos tecidos glandulares permaneça até o período climatérico ● composição do leite ○ leite produzido fica armazenado no sistema canalicular das mamas → excretado no momento da sucção ○ colostro: fluido cremoso, amarelado, mais denso que o leite, com composição altamente proteica e com baixo teor de gorduras → excreção dura (em geral) 72 horas mas pode variar de 1 a 7 dias → fácil digestão para o recém-nascido, além de conter grande quantidade de imunoglobulinas e células leucocitárias e epiteliais ○ imunoglobulinas são transportadas do plasma materno para o leite e absorvidas pelo trato gastrointestinal do neonato → protegidas da digestão porque se ligam a inibidores de enzimas proteolíticas ○ leite de transição: após a apojadura → aumento da quantidade de carboidratos e