Buscar

Amamentação: Anatomia, Fisiologia e Tipos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Amamentação
● aleitamento materno: a criança recebe leite humano (direto da mama ou ordenhado)
● aleitamento materno exclusivo: a criança recebe somente leite humano de sua mãe ou ama de leite; ou leite humano
ordenhado, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, suplementos
minerais ou medicamentos
● aleitamento materno predominante: a fonte predominante de nutrição da criança é o leite humano. No entanto, a
criança pode receber água ou bebida à base de água ( água adocicada, chás e infusões ), sucos de frutas, solução de
sais de reidratação oral, gotas ou xarope de vitaminas, minerais e medicamentos, e fluidos rituais ( em quantidades
limitadas)
● aleitamento materno complementado: a criança recebe leite materno e outros alimentos sólidos, semissólidos ou
líquidos, incluindo leites não humanos
● OMS/ Ministério da Saúde: ideal → aleitamento materno de forma exclusiva até os 6 meses de vida e complementar
até 24 meses de idade ou mais
Anatomia e fisiologia da ama
● desenvolvimento das glândulas mamárias no sexo feminino inicia-se no período puberal e só atinge plenitude caso a
mulher engravide e amamente
● início: puberdade → crescimento dos componentes glandulares e da tumescênàa areolar ( telarca) como resposta à
atividade ovariana → 2 anos → menarca → aumento do componente de gordura e aplainamento da aréola
● caudas de Spence: projeções axilares das mamas
● mama adulta: composta de 15 a 20 lobos, unidades
funcionalmente independentes entre si, que se
subdividem em lóbulos em número variável (de 20 a 40
subunidades)
○ lóbulos: compostos por 10 a 100 alvéolos
(estruturas acinosas secretoras e saculiformes →
células responsáveis pela produção láctea)
○ alvéolos desembocam em dúctulos (reduzidas
estruturas ductais)
○ dúctulos se reúnem em duetos maiores
○ duetos maiores fundem-se para formar ductos
principais que drenam os lobos
○ seio galactóforo: dilatação na projeção da aréola dos
ductos principais → participação do mecanismo de
sucção das mamas pelo neonato → exteriorizam-se
na pele da papila mamária em pequenos orifícios
○ preenchidas por tecido gorduroso e conjuntivo
● gestação: alterações fisiológicas locais são exuberantes
por causa dos altos níveis de esteroides sexuais
● ductos lactíferos proliferam a partir da 3ª semana de
gravidez → aumento de tecido glandular,
consideravelmente maior em relação ao tecido gorduroso
e conjuntivo
● altos níveis de estrógenos placentários → proliferação celular, em especial das estruturas ductais, que não só
aumentam em quantidade, como desenvolvem o lúmen em canalículos que não existiam previamente
● outros hormônios que participam: hormônio do crescimento e a insulina
● progesterona: responsável pela diferenciação das células terminais dos dúctulos em células acinosas (alvéolos)
● prolactina: toma essas células acinosas diferenciadas em células maduras, capazes de produzir os diferentes
componentes do leite
○ altos níveis durante a gravidez
○ ação é limitada pelos elevados teores circulantes de progesterona e de hormônio lactogênico placentário →
ligação com receptores alveolares possui maior afinidade
● 2º trimestre: aumento da prolactina → estimula os processos secretórios dos alvéolos mamários → mamas já
possuem capacidade plena de funcionamento
● 3º trimestre: redução dos componentes extraglandulares e o desenvolvimento ainda mais pronunciado das unidades
lóbulo-acinosas → mamas
atingem capacidade máxima de
produção e de secreção de
proteínas, lactose e lípides, além
de atividade exponencial de
determinadas enzimas como a
galactosiltransferase e a lactose
sintetase
● rede de Haller: veias visíveis pela
epiderme
○ desenvolvimento vascular localizado → aumento do volume mamário
● fenômenos vasculares são proeminentes desde o início da gestação → intumescimento e edema localizados
● inervação do tegumento: extremamente abundante e está comprometida com os arcos reflexos neurais envolvidos na
lactogênese e na galactocinese
● mudanças na coloração e pigmentação das aréolas mamárias: evidentes já no 1º trimestre
● proteção epitelial é reforçada pelo desenvolvimento das glândulas sebáceas do mamilo (tubérculos de Montgomery) →
lubrificar e proteger a pele local, mantendo sua elasticidade
Fisiologia da produção e ejeção do leite
● lactogênese: produção e secreção de colostro podem ser observadas a partir do 2º trimestre de gestação
○ não ocorre durante a gravidez em razão do efeito inib itório do estriol, da progesterona e do h orm ô n io
lactogênico placentário sobre os efeitos da prolactina nos alvéolos
○ parto + dequitação → níveis circulantes de estrógeno, hormônio lactogênico placentário e progesterona
produzidos pela placenta decrescem de forma abrupta → possibilita a ação da prolactina em seus receptores
mamários
○ prolactina → diferenciação celular da fase pré-secretória para a fase secretória + estímulo da síntese de RNA para
produção de proteínas específicas do leite (caseína, alfalactoalbumina) + indução de enzimas catalisadoras
(galactosiltransferase e lactose sintetase)
○ prolactina exerce seus efeitos na mama → modifica a secreção de colostro para leite propriamente dito no período
de aproximadamente 72 horas → apojadura ou “descida” do leite
○ níveis de prolactina sobem em picos induzidos
pela sucção do recém-nascido
○ menor tempo entre as mamadas → menor será o tempo para o restabelecimento dos níveis de prolactina,
mantendo o nível sérico desse hormônio e a produção adequada de leite
● lactopoese e galactocinese
○ lactopoese: conjunto de eventos que visa à manutenção da produção e da ejeção do leite → controladas por arcos
reflexos neurais, iniciando-se em terminações nervosas livres no complexo areolopapilar
○ estímulo dessas terminações nervosas → vias aferentes torácicas ( de T4 a T6), com liberação de ocitocina pela
hipófise posterior e prolactina pela hipófise anterior
○ ocitocina: estimula as células mioepiteliais que circundam os alvéolos mamários → se contraem causando →
excreção láctea (ejeção) + age nas células da musculatura lisa areolar → promove compressão do seio lactóforo e
ereção da papila → colabora para ejeção do leite
○ galactocinese: mecanismo que descreve a excreção do leite durante a sucção das mamas pelo neonato
○ situações de desconforto, vergonha,
ansiedade e dor provocam inibição
imediata do reflexo de ejeção do leite
○ fator inibidor da prolactina: liberação está
relacionada ao eixo neuroendócrino e,
portanto, sujeita a modificações
dependentes de estímulo emocional
exógeno
○ quanto maior for o intervalo entre o parto e
a primeira sucção das mamas pelo recém-nascido, menores serão o pico
inicial e a secreção basal de prolactina, com menor produção láctea
○ orientação: primeira pega não exceda 40 minutos do parto e que a
frequência mínima seja por volta de 7 a 8 mamadas por dia
○ aumento dos intervalos entre as mamadas ou a sucção ineficiente →
estase láctea e redução do fluxo vascular local → alterações celulares
com destruição de tecido mamário e substituição por tecido conjuntivo e
gordura → alterações se completam após 3 meses da suspensão do
aleitamento, embora boa parte dos tecidos glandulares permaneça até o
período climatérico
● composição do leite
○ leite produzido fica armazenado no sistema
canalicular das mamas → excretado no
momento da sucção
○ colostro: fluido cremoso, amarelado, mais denso
que o leite, com composição altamente proteica
e com baixo teor de gorduras → excreção dura
(em geral) 72 horas mas pode variar de 1 a 7 dias
→ fácil digestão para o recém-nascido, além de
conter grande quantidade de imunoglobulinas e
células leucocitárias e epiteliais
○ imunoglobulinas são transportadas do plasma materno para o leite e absorvidas pelo trato gastrointestinal do
neonato → protegidas da digestão porque se ligam a inibidores de enzimas proteolíticas
○ leite de transição: após a apojadura → aumento da quantidade de carboidratos egorduras em sua composição,
com redução relativa de proteínas + água contribui para 87% do volume de leite produzido e o teor
calórico-energético varia de 600 a 750 kcal/dia
○ volume do leite produzido aumenta progressivamente de 500mL/dia, ao fim da 1ª semana, e alcança
rapidamente de 1 a 2 L/dia
○ maior parte das gorduras do leite fica depositada nos alvéolos posteriores da mama → necessário que a lactante
esvazie completamente cada uma das mamas para garantir que o leite com maior teor de gordura seja ofertado
para o recém-nascido
○ teor de lípides no leite matemo é progressivamente maior até o terceiro mês de lactação
○ lactose é o principal carboidrato presente no leite humano
○ em casos de gravidez múltipla: produção de leite aumenta proporcionalmente à nova demanda estabelecida
○ composição do leite é diferente em casos de recém-nascido pré-termo: 20% mais rico em proteínas, 50% mais rico
em gorduras, apresenta níveis de imu noglobulina A (IgA) aumentados e possui 15% menos lactose → padrão
mais compatível com a imaturidade do sistema digestório dessas crianças
● OMS: prática da amamentação atualmente resguarda a saúde de 6 milhões de crianças a cada ano, prevenindo diarreia
e infecções respiratórias agudas, além de ser responsável por um terço da diminuição da fertilidade observada nas
últimas décadas
○ crianças que não são amamentadas com leite materno apresentam maior risco de óbito por diarreia (risco 14,2
vezes maior), doenças respiratórias (3,6 vezes) e outros tipos de infecções (2,5 vezes), quando comparadas
àquelas que recebem aleitamento materno exclusivo
○ benefícios para a saúde da lactante: menor risco de câncer de mama, tanto antes quanto depois da menopausa;
proteção em relação a alguns tipos de neoplasias epiteliais de ovário; rápida perda de peso materno, na vigência
de amamentação exclusiva, fato que colabora para a prevenção da obesidade e de comorbidades que com ela
caminham
● populações nas quais a amamentação é prolongada e de livre demanda: intervalos intergestacionais são maiores, uma
vez que a amenorreia lactacional funciona como método anticoncepcional natural → queda da fertilidade em países
em que os índices de aleitamento apresentaram ascensão nos últimos anos
● causas de desmame precoce: queixas de redução ou ausência de leite, rejeição do lactente, trabalho materno, doença
materna, dores ao amamentar, problemas na mama e doença da criança
○ trauma mamilar: importante causa de desmame e a sua prevenção é
primordial → prevenção feita por meio de orientações sobre as técnicas
de amamentação e os cuidados com os mamilos
○ mamilos planos ou invertidos podem dificultar o começo do aleitamento,
mas não necessariamente o impedem
○ dor e desconforto para amamentar → reduzir a frequência e o tempo das
mamadas → ingurgitamento mamário → piora o quadro doloroso
○ lactantes mais inseguras, ao ouvirem o choro do recém-nascido, ficam
tensas, frustradas e ansiosas → pode inibir a produção de ocitocina →
dificultar a ejeção do leite → mamas mais ingurgitadas → dificultem a
pega adequada
○ quanto maior for a escolaridade, maior será a duração do aleitamento materno
○ mulheres com baixo nível educacional, mães de crianças com baixo peso ao nascer, primíparas, tabagistas e
portadoras de alergias têm grande risco de interrupção do aleitamento precocemente
● estratégias para evitar o desmame precoce
○ pré-natal: mulheres devem ser informadas dos benefícios da amamentação e das desvantagens do uso de leites
não humanos + orientações quanto às técnicas de amamentação para aumentar a habilidade e confiança das
futuras lactantes
○ sucção precoce da mama pode reduzir o risco de hemorragia pós-parto,
ao liberar ocitocina, e de icterícia no recém-nascido, por aumentar a
motilidade gastrointestinal
○ mães com baixa escolaridade, adolescentes e primíparas constituem
categorias de risco para utilização de outros alimentos
○ grupo de alto risco para o desmame precoce: lactantes que apresentam
dificuldades físicas e emocionais, incluindo: primíparas, mulheres com
trabalho de parto longo ou submetidas a cesárea, multíparas que
receberam medicação no trabalho de parto, sobrepeso matemo, mulher
com mamilo plano ou invertido e mães de crianças com comportamento
pouco ativo nas primeiras 24 horas
Técnicas de amamentação
● técnica de preparo das mamas
○ exposição solar e higiene com água
○ evitar o uso de lubrificantes e sabonetes
○ papilas invertidas não protraem, mesmo na vigência de exercícios e
manobras
○ papilas pseudoinvertidas podem permanecer protraídas por algum tempo
após manipulação ou sucção → exercícios de Hoffman: exercícios de
rotação, tração e exteriorização que irão aumentar a flexibilidade e a capacidade de exposição da papila
● técnicas que visam à pega correta
○ primeira mamada deve ocorrer, sempre que possível, na primeira hora pós-parto → pico sérico de prolactina
aconteça em sua plenitude e a secreção de ocitocina ocorra de forma apropriada
○ amamentação de livre demanda, ou seja, ao neonato devem ser oferecidas as mamas toda vez que ele desejar ( ou
que a lactante assim julgar)
○ tempo das mamadas deverá ser o necessário para o esvaziamento mamário, o que pode variar de poucos minutos
a 1 hora
○ entre 7 e 10 dias: frequência das mamadas se torna mais regular - em torno de oito a doze vezes diárias; e o
esvaziamento mamário, mais eficiente
○ objetivo: permitir que o recém-nascido abocanhe toda ou boa parte da aréola e posicione a papila na região do
palato duro, de forma que as gengivas fiquem na projeção dos seios
lactóforos → a formação de pressão negativa pela língua e pelos
movimentos de sucção, assim como compressão dos seios galactóforos
pela gengiva
○ dificuldades: boca do recém-nascido apreende apenas a papila →
impede a formação da pressão negativa e do correto posicionamento da
aréola na cavidade oral → lesões mamilares → dor para amamentar,
ingurgitamento e maior obstáculo à pega
○ necessário que a postura materna e a do recém-nascido estejam apropriadas e a posição da boca do neonato,
correta em relação ao mamilo/mama
○ mamas devem ser alternadas em relação ao lado de início, já que a primeira mama oferecida é sempre esvaziada
de maneira mais eficiente, pois a fome do lactente é sempre maior ao início da mamada
○ esvaziamento completo de ao menos uma das mamas a cada mamada é desejável na medida em que assegura a
ingestão do leite posterior, rico em lípides
○ cuidados de higiene: lavagem das mãos e das mamas apenas com água, a fim de evitar a retirada da oleosidade
das aréolas necessária para manter a integridade da pele
○ posição da lactante: relaxada, confortável, bem apoiada, não curvada para trás, nem
para a frente
○ posição da mão na mama: polegar acima da aréola e indicador abaixo da aréola, como
um C
○ posição do lactente: todo o corpo deve estar voltado para a mãe, cinturas pélvica e
escapular, pescoço e coluna vertebral alinhados. Evitar flexão dos membros entre o
corpo da lactante e do lactente
○ posição da boca e da face do lactente: boca centrada em frente ao mamilo, bem
aberta; mento encostado na mama e o nariz afastado; lábios evertidos; língua sobre a
gengiva inferior
○ sucção: mais rápida no início, diminuindo a frequência progressivamente, com pausas
ocasionais, irregular ao fim . As bochechas não se encovam e a deglutição é possível
de ser ouvida
○ fim da mamada: o recém-nascido solta espontaneamente a papila ou a lactante pode
retirar o complexo areolopapilar, tracionando-o suavemente com os dedos indicador e
médio ( nunca afastar o neonato da mama para evitar traumas locais), ou colocar o
dedo mínimo entre a boca do lactente e a aréola, com intuito de desfazer a pressão
negativa de sucção. Colocar o lactente em posição vertical ou sentado para facilitar a
eructação e evitar broncoaspiração
○ lactante deve variar regularmente as posições para que o recém-nascido comprima o mento e a língua em
distintos locais da aréola e do mamilo→ evita fissuras, traumas e dor
○ posição sentada (forma tradicional): recém-nascido está de frente para a mãe, de tal maneira que seu abdome
encosta no da mãe
○ posição sentada inversa (bola de futebol americano): o corpo do lactente localiza-se abaixo da axila materna, com
o ventre apoiado nas costelas da lactante. Apoia- -se o corpo do recém-nascido no braço materno; e a cabeça, na
mão
○ posição deitada: a puérpera e o lactente estão deitados de lado, de frente um para o outro. A lactante oferece a
mama do lado sobre o qual está deitada
○ lactante não é capaz de amamentar momentânea ou permanentemente → técnica do "copinho": oferecer leite por
meio de pequeno recipiente plástico com o recém-nascido sentado
● técnicas de ordenha e armazenamento do leite humano
○ manter boa higiene, lavando bem as mãos e secando-as com toalha limpa
○ uso de máscaras e gorros é dispensável em ambiente domiciliar
○ massagear as mamas em movimentos circulares da base destas em direção ao mamilo
○ estimular os mamilos com movimentos de exteriorização e tração suaves.
○ apoiar uma das mãos sob a mama, retificando os duetos
○ outra mão deve segurar a transição entre a aréola e a mama em formato de "C" (polegar acima e indicador abaixo)
○ realizar movimentos de compressão e tração da mama e aréola até a extração láctea ocorrer
○ desprezar os primeiros jatos, pois eles contêm maior número de bactérias, o que é decorrente da estase do leite
nos duetos
○ repetir os movimentos de extração, rodando a posição da mão que comprime para esvaziamento de todas as
áreas
○ alternar as mamas até a redução da quantidade de leite extraído ou a cada 5 minutos
○ ao fim do processo: aplicar um pouco do leite nas aréolas. O leite posterior, por ser rico em lípides e
imunoglobulinas, mantém a emulsão da pele, além de protegê-la contra contaminações
○ leite ordenhado e colhido com higiene adequada mantém a sua validade por 24 horas, quando guardado na
geladeira
○ por 7 dias, no congelador; e 1 mês, no freezer, desde que o congelamento seja imediato
○ evita-se o aquecimento do leite em temperatura superior a 36ºC para que não ocorra a desnaturação das proteínas
lácteas
○ uma vez descongelado, não pode ser recongelado
○ banco de leite: centros responsáveis por coleta, armazenamento e distribuição de leite doado
○ recém-nascidos potencialmente receptores: prematuros e recém-nascidos de baixo peso, os portadores de
doenças intestinais (infecciosas ou não) e os recém-nascidos com doenças imunológicas e alérgicas
○ distribuição segue indicações prioritárias e só pode ser realizada com prescrição e indicação médicas
○ ordenha é seguida de pasteurização e armazenamento
● indução da lactação e relactação
○ indução da lactação: técnica de estimular essa função em todas as suas etapas em mulheres que não passaram
por período gravídico-puerperal recentemente → difundida e utilizada por mães adotivas, desejosas de amamentar
seus filhos
Intercorrências da amamentação
● mamilos sensíveis e doloridos, ingurgitamento mamário, fissuras, mastites, abscessos, diminuição temporária do leite
e ganho inadequado de peso do recém-nascido
○ fatores associados: ansiedade da mãe e da família, alimentação inadequada da mãe, doenças maternas como
febre, gripe, anemia, infecções e transtornos mentais, uso de medicamentos que podem interferir na produção do
leite materno, ausência de orientação adequada, falta de preparação das mamas no pré-natal, inexistência de
alojamento conjunto em maternidades e hospitais, amamentação com técnica inadequada - tempo de sucção
insuficiente com consequente esvaziamento incompleto das mamas, o que impede o estímulo à produção
adequada do leite, introdução precoce da mamadeira ou alimentação mista
○ principal intercorrência: desmame precoce
○ ganho de peso inadequado do recém-nascido: especial atenção é recomendada para recém-nascidos prematuros,
com baixo peso, filhos de mães diabéticas e com malformação da cavidade oral (fenda ou fissura labial e palatina)
→ podem apresentar fadiga muscular durante a sucção, maior risco de hipoglicemia e dificuldades anatômicas,
respectivamente
○ ingurgitamento mamário: geralmente causado pelo esvaziamento insuficiente das mamas
○ produção excessiva de leite ou hipergalactia também pode ocorrer, embora bem mais rara, provavelmente
causada pelo desequilíbrio entre a produção e a secreção de dopamina e prolactina
○ fatores de risco para ocorrência: técnica inadequada de esvaziamento, anomalia anatômica dos mamilos,
mamas muito pendentes (o que dificulta a retificação e o consequente esvaziamento dos duetos),
dificuldades do recém-nascido e questões emocionais maternas
○ surge mais frequentemente no período de apojadura, entre 1 e 5 dias após o parto, devido ao início da
produção de leite, ao ajuste entre frequência e duração das mamadas e à demanda do recém-nascido
○ mamas brilhantes, endurecidas e extremamente dolorosas, com distensão dos tecidos e aumento
volumétrico evidentes
○ leite flui com dificuldade à expressão manual
○ estiramento dos alvéolos incapacita-os de produzir mais leite → lesão tecidual quando ultrapassa o limite de
contenção
○ reação inflamatória com aumento da congestão vascular → altera a conformação anatômica mamária que,
com a dor que o acompanha, não permite a pega adequada do mamilo pelo recém-nascido
○ técnica inapropriada de amamentação → lesões ou fissuras mamilares
○ ingurgitamento e fissura contribuem significativamente para o surgimento de mastite
○ tratamento: manter o aleitamento exclusivo sob livre demanda, corrigir as possíveis falhas de técnica de
amamentação, iniciar a mamada pela mama sadia, reduzir os intervalos das mamadas, massagear as mamas
e ordenhá-las antes das mamadas, para permitir a pega adequada e, ao término, para esvaziar o excesso de
leite + evitar compressas e uso de produtos tópicos que, além de não possuírem eficiência comprovada,
podem, ainda, causar lesões do tegumento
○ casos mais graves: analgésico e anti-inflamatórios, ocitocina nasal, diuréticos tiazídicos e até inibidores da
lactação em dose única (bromocriptina 5 mg ou cabergolina 0,25 mg) para auxiliar nas medidas de
esvaziamento mamário
○ mastite: condição inflamatória da mama, que pode ou não ser acompanhada de infecção
○ mastite lactacional ou puerperal: quando ocorre durante o período de aleitamento
○ tratamento não adequado/ atraso para início → abscessos e, eventualmente, para sepse
○ diagnóstico: clínico → queixas de dor mamária localizada, na
maioria das vezes unilateral, acompanhada de hiperemia e
hipertermia + exame físico geral com febre, mialgia, anorexia,
taquicardia e sinais de bacteriemia ou sepse nos quadros de maior
gravidade + exame das mamas com edema, infiltração e eritema
localizados e mal delimitados + presença de massa endurecida
com ponto de flutuação sugere a presença de abscesso
○ principal agente etiológico: Staphylococcus aureus
○ outros agentes etiológicos: Staphylococcus coagulase negativo,
estreptococos dos grupos A e B beta-hemolíticos, Escherichia coli,
bacteroides e bacilos Gram-negativos
○ bacterioscopia é ferramenta útil para orientar o diagnóstico etiológico e o tratamento nos casos refratários ou
com apresentação clínica
anômala
○ diagnóstico diferencial:
principal é o
ingurgitamento mamário
pela sua alta frequência
○ tratamento: medidas de suporte + antibioticoterapia → analgesia pode e
deve ser instituída com analgésicos comuns (paracetamol ou dipirona),
codeína ou anti-inflamatórios não hormonais + dicloxacilina (500 mg),
cefalexina (500 mg) ou clindamicina (300 mg) a cada 6 horas durante
10 a 14 dias, ou amoxicilina (800 mg) a cada 8 horas, por via oral +
presença de abscesso indica drenagem das lesões
○ galactocele: obstrução de um dos ductos lactíferos, idiopática ou por
acúmulo e estase de leite → bloqueio da excreção láctea desse dueto com a
formação de cisto de retenção
○ hipogalactia: produção
insuficiente de leite materno
● drogasna amamentação
○ imaturidade intestinal pode
permitir a passagem de
substâncias cuja
metabolização hepática e
excreção renal ficam
comprometidas pela falta de
desenvolvimento desses
órgãos
○ epitélio alveolar das mamas da
lactante contém um número
muito maior de poros nos
primeiros 2 a 3 dias de
puerpério, facilitando a
passagem de substâncias
Contraindicações para o
aleitamento materno
● doenças infecciosas maternas
que colocam o RN em risco
durante o aleitamento
○ doenças infecciosas
maternas, na maioria das
vezes, não são
contraindicações para o
aleitamento
○ mesmo com sepse deve-se
manter a amamentação
enquanto a mãe recebe
antibioticoterapia
adequada, desde que haja
condições clínicas e que a
medicação seja compatível com o aleitamento
○ agente altamente virulento → suspender amamentação pelas
primeiras 24h
● HIV e Aids: gestantes HIV-positivo devem ser orientadas quanto aos
riscos de transmissão do HIV durante a gestação e a lactação e
aconselhadas a não amamentar seus recém-nascidos
● HTLV 1 e 2 (vírus linfotrófico humano de células T): não amamentar se
houver sorologia positiva
● hepatites
○ hepatite aguda periparto ou pós-parto: suspensão da amamentação
até que a causa da doença seja esclarecida
○ hepatite A: infecção no último trimestre ou durante a amamentação
não é uma contraindicação para o aleitamento materno, já que a
transmissão vertical e a perinatal são raras
○ hepatite B: não é contraindicação para a amamentação
○ hepatite B: pode ser transmitida verticalmente → recomenda-se o
esclarecimento dos potenciais riscos à lactante, que deverá decidir
quanto ao aleitamento
● citomegalovírus: não deve amamentar
● herpes-vírus: aleitamento não está contraindicado, mesmo na vigência de
infecção ativa, desde que não haja lesões herpéticas nas mamas
● varicela-zóster: se não houver lesões nas mamas, o leite matemo pode ser ordenhado e dado ao recém-nascido assim
que ele receber a imunoglobulina + deve-se restabelecer a amamentação quan do a mãe não estiver mais no período
de transmissão (crostas nas lesões e sem novas lesões em 72 horas de observação), que geralmente é de 6 a 10 dias
após o aparecimento do rash
● sarampo: realizar curto período de isolamento materno em relação ao recém-nascido (72 horas após o início do rash)
● doença de Lyme:
○ se for diagnosticada e tratada durante a gestação: não há necessidade de isolar a mãe de seu recém-nascido ou
de outras pessoas
○ se doença for diagnosticada no pós-parto, a mãe e o recém-nascido deverão ser tratados imediatamente,
principalmente se houver sintomas como rash ou febre
○ espiroqueta é transmitida pelo leite materno
○ após o início do tratamento, a amamentação pode ser retomada
● tuberculose: leite pode ser ordenhado e oferecido ao recém-nascido por meio de "copinho" ou seringa
○ tratamento da mãe: após ser considerada não bacilífera ( escarro negativo em aproximadamente 2 semanas de
tratamento), a amamentação pode ser reiniciada
Riscos nutricionais para o aleitamento materno
● galactosemia (deficiência de galactose-1-fosfato-uridiltransferase): o recém-nascido apresenta intolerância a lactose
● fenilcetonúria: elevação dos níveis séricos de fenilalanina decorrente da inabilidade de metabolizar tirosina em
fenilalanina
● doenças metabólicas maternas: lactantes com doença de Wilson ( excesso de cobre) não devem amamentar devido ao
tratamento com penicilamina (que se liga a cobre, magnésio e ferro), p ois essa substância pode ch egar ao leite
humano e, assim, acometer o recém-nascido)
● riscos da dieta materna na amamentação: dietas exclusivamente vegetarianas pode provocar deficiênàa de
determinados elementos nutricionais disponíveis somente em proteínas de origem animal
● contraindicações potenciais ao aleitamento materno
○ exposição a metais pesados, como mercúrio, arsênico, cádmio e chumbo, está relacionada a fontes de água, leite
bovino e alguns leites de fórmula contaminados
○ exposição ao chumbo: é um metal pesado presente em tintas à base de chumbo e na poluição industrial. A
passagem pelo leite humano é consideravelmente menor do que a passagem transplacentária. Se a dosagem
sanguínea for < 40 mg/dL, a amamentação será considerada segura
○ exposição ao mercúrio: a contaminação ocorre pela ingestão de peixes e frutos do mar contaminados. A maioria
das intoxicações é diagnosticada pelas manifestações n eurológicas clássicas. A am am entação está
contraindicada se a mãe for sintomática e tiver níveis de mercúrio mensuráveis no sangue
○ exposição ao cádmio: esse elemento atravessa a placenta e o leite. A contaminação pode ocorrer por exposição
industrial ou ingestão de crustáceos contaminados
● inibição da lactação
○ principais indicações: puérperas portadoras de HIV e hepatite C; com doenças graves que necessitem de cuidados
intensivos e que as impeçam de exercer atividades básicas de cuidado próprio; raros casos de uso imprescindível
de medicações absolutamente incompatíveis com o aleitamento ( drogas antineoplásicas, por exemplo); lesões
mamárias extensas em que a excreção láctea não seja possível; e impossibilidade do lactente ( erros inatos do
metabolismo e óbito perinatal)
○ técnicas recomendadas: enfaixamento mamário, que deve ser realizado utilizando-se ataduras largas e elásticas,
com compressão intensa sobre as mamas, porém sem restrição ou incômodo respiratório mantida por um período
de 5 a 10 dias
○ se as técnicas mecânicas não surtirem efeito → bromocriptina (1,25 a 2,5 mg, por via oral, a cada 8 a 12 ho ras,
por 10 a 14 dias) ou a cabergolina ( dois comprimidos de 0,5 mg, por via oral, em dose única) → contraindicadas a
pacientes hipertensas e cardiopatas
Hospital amigo da criança
● intenção de promover o aleitamento materno exclusivo e o aleitamento materno em geral
● "Dez passos para o sucesso do aleitamento materno", definidos pela Unicef em 1989:8
1. Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, a qual deve ser rotineiramente transmitida a toda a equipe do
serviço.
2. Treinar toda a equipe, capacitando-a para implementar essa norma. Informar todas as gestantes atendidas
sobre as vantagens e o manejo da amamentação.
4. Ajudar as mães a iniciarem a amamentação na primeira meia hora após o parto.
5. Mostrar às mães como amamentar e manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos.
6. Não dar ao recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite matemo, a não ser que tenha
indicação clínica.
7. Praticar o alojamento conjunto: permitir que mães e bebês permaneçam juntos 24 horas por dia.
8. Encorajar a amamentação sob livre demanda.
9. Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas.
1O. Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio à amamentação, para os quais as mães devem ser
encaminhadas por ocasião da alta hospitalar.

Outros materiais