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O pâncreas é um órgão achatado que mede cerca de 12,5 a 15 cm de comprimento. Localiza-se na curvatura do duodeno, a primeira parte do intestino delgado, e consiste em uma cabeça, um corpo e uma cauda. É considerado uma glândula de secreção exócrina e endócrina, que desempenha uma importante função na absorção, na distribuição e no armazenamento de nutrientes. Anatomia do pâncreas apresentando o �uxo sanguíneo, as estruturas de células e sua função endócrina Fonte: Shutterstock. Hormônios do pâncreas endócrino A insulina é uma proteína sintetizada como preproinsulina nos ribossomos do retículo endoplasmático rugoso das células β e sofre clivagem por enzimas microssomais, dando origem à proinsulina, que é armazenada no aparelho de Golgi, aos grânulos limitados por membrana e aos grânulos secretórios. Nesses grânulos, a proinsulina é hidrolisada, originando a insulina e um peptídeo de conexão, o peptídeo C. A glicose é o estímulo mais potente às células beta para a secreção da insulina. Quando ocorre um aumento agudo nos níveis séricos de glicose, há como consequência um rápido aumento nos níveis de insulina, com pico entre três e cinco minutos e duração de cerca de dez minutos. Essa fase da resposta insulínica é denominada de fase precoce ou primeira fase. A segunda fase ocorre se os níveis de glicose se mantêm altos, quando, então, a secreção de insulina é sustentada; inicia-se em 15 a 20 minutos e atinge seu pico nos próximos 20 a 40 minutos. As células beta secretam insulina em resposta à elevação da glicemia. A insulina promove a entrada da glicose nas células teciduais e a conversão dela em moléculas armazenadoras de energia (glicogênio e gordura). A insulina também auxilia a entrada de aminoácidos nas células e a produção de proteínas celulares. Sendo assim, ela promove a deposição de moléculas armazenadoras de energia após as refeições, quando a glicemia aumenta. Ciências Morfofuncionais dos Sistemas Digestório, Endócrino e Renal O pâncreas endócrino Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! Glucagon O glucagon é produzido pelas células alfa das ilhotas, devido à ação de uma enzima, a pró-hôrmonio convertase 2, e constitui o fator endócrino mais importante para o fornecimento de energia aos tecidos no período pós-absortivo. A molécula do proglucagon, entretanto, também é produzida por células L do intestino e por células do hipotálamo. A secreção de glucagon é inibida pela glicose, por outro lado, muito aminoácidos estimulam sua síntese. A principal função do glucagon é manter a glicemia durante o jejum, sendo considerado o mais potente agente glicogenolítico hepático. As células alfa secretam o glucagon em resposta à queda da glicemia. Controle da secreção de glucagon e insulina A secreção dos hormônios insulina e glucagon é controlada pelo nível de glicose sanguínea, em que o glucagon eleva o nível sanguíneo da glicose que se encontra abaixo do normal, e a insulina, por sua vez, ajuda a reduzir o nível de glicose sanguínea que se encontra muito elevado. Diabetes Mellitus, diagnósticos e suas formas de tratamentos O Diabetes Mellitus (DM) consiste em um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente, decorrente de de�ciência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos, ocasionando complicações em longo prazo. Podemos classi�cá-lo de acordo com a sua etiologia. O Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) consiste em uma doença autoimune, na qual ocorre a destruição progressiva e total das células beta pancreáticas, como resultado de desencadeadores ambientais em indivíduos geneticamente suscetíveis, ocasionando uma de�ciência total na produção de insulina. Na ausência de insulina, os tecidos sensíveis à insulina não conseguem captar e armazenar glicose, aminoácidos e lipídios, até mesmo na presença de níveis plasmáticos circulantes elevados dessas substâncias energéticas. Essa doença é frequentemente diagnosticada em crianças, adolescentes e, em alguns casos, em adultos jovens, afetando igualmente homens e mulheres. A progressão para o DM2 frequentemente começa com um estado de resistência à insulina. Com o aumento da idade e de peso, os tecidos que antes eram normalmente responsivos à insulina tornam-se relativamente resistentes à ação do hormônio e necessitam de níveis aumentados de insulina para responder de modo apropriado. Por isso, os pacientes com DM2 apresentam níveis circulantes de insulina mais altos que o normal, e esses níveis não são su�cientes para superar a resistência à insulina nos tecidos-alvo. O diagnóstico de DM deve ser determinado pela presença de hiperglicemia, a partir da análise dos valores glicêmicos de jejum, dos valores obtidos no teste de tolerância oral à glicose ou do valor glicêmico obtido a qualquer hora do dia (glicemia casual). O principal objetivo da terapia farmacológica no Diabetes Mellitus consiste em normalizar os parâmetros metabólicos, como a glicemia, para reduzir o risco de complicações a longo prazo. Os pacientes com DM Tipo 1 produzem pouca ou nenhuma insulina endógena, e a terapia consiste em repor com insulina exógena para obter a normoglicemia, sem induzir hipoglicemia. A insulina é administrada por via parenteral, geralmente por injeção subcutânea com agulha de calibre �no, que cria um pequeno depósito de insulina no local de injeção. O tratamento do DM Tipo 2 é multifacetado. Em primeiro lugar, os pacientes obesos devem empenhar-se em reduzir o peso corporal e aumentar a prática de exercícios físicos, a �m de melhorar a sensibilidade à insulina. Alguns pacientes podem conseguir bom controle da doença ao modi�carem sua dieta e os hábitos de praticar exercício físico. Se a modi�cação no estilo de vida for inadequada, o que habitualmente é o caso, pode-se recorrer a um ou mais fármacos ativos por via oral, como os agentes orais que sensibilizam as células-alvo à ação da insulina (por exemplo, metformina e tiazolidinedionas) ou que aumentam a secreção de insulina pelas células β do pâncreas (por exemplo, sulfonilureias e outros secretagogos da insulina). Assim �nalizamos mais uma webaula, onde abordamos brevemente sobre o pâncreas endócrino, a diabete Mellitus, seus tipos e tratamento.