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Beatriz Machado de Almeida Internato – 10º semestre 1 AMBIENTES DO CENTRO CIRÚRGICO O centro cirúrgico é um ambiente hospitalar composto por três zonas: 1. Zona de Proteção (Irrestrita): vestiários, área de transferência, expurgo e corredor periférico. 2. Zona Limpa (Semi-Restrita): conforto médico, secretária, sala de recepção do paciente, sala de recuperação pós-anestésica, almoxarifado, sala de acondicionamento de material esterilizado, serviços auxiliares (anatomia patológica, radiologia) e lavabos. 3. Zona Estéril (Restrita): salas cirúrgicas. Cada zona do centro cirúrgico exige que o profissional esteja portando diferentes tipos de vestimentas, para evitar contaminação do local. Assim sendo, divide-se da seguinte forma: • Zona de Proteção: as vestes até então utilizadas serão trocadas pelas vestes habituais do centro cirúrgico. • Zona Limpa: requer que o profissional esteja paramentado com pijama cirúrgico (composto pela camisa e calça), propés e touca ou gorro. • Zona Estéril: requer, além dos itens anteriores, a utilização da máscara cirúrgica, caso o LAP de campos e/ou materiais cirúrgicos já se encontre aberto, tanto antes do início da cirurgia quanto durante seu curso. CONCEITOS ASSEPSIA Conjunto de medidas utilizadas para impedir a penetração de agentes infecciosos em locais que não os contém (ambiente asséptico). É representada pelo uso de avental cirúrgico, luvas estéreis, delimitação do campo operatório pelos campos cirúrgicos estéreis e pelo uso de instrumentos cirúrgicos esterilizados. • EPIs: proteção do profissional exposto ao risco biológico durante os procedimentos cirúrgicos. • Equipamentos de finalidade asséptica: promovem a proteção do paciente, evitando o contato de microrganismos com a ferida operatória. Entretanto, algumas vezes um mesmo equipamento pode ter os dois objetivos. A máscara cirúrgica, as luvas e o avental cirúrgico, por exemplo, funcionam como EPI, mas também possuem finalidade asséptica. Por outro lado, os óculos são apenas um EPI e os campos cirúrgicos tem apenas finalidade asséptica. ANTISSEPSIA Antissepsia é um conjunto de medidas utilizadas para inibir a colonização por microrganismos patogênicos, por um determinado período de tempo, podendo ou não destruí-los. Para isso, utilizam-se antissépticos / germicidas, por exemplo, álcool 70%, Clorexidina, Polivinilpirrolidona-iodo – PVPI. Técnicas de antissepsia: escovação cirúrgica das mãos e o preparo da área a ser operada (pintura do paciente). DESINFECÇÃO Processo pelo qual se destrói particularmente os germes patogênicos, se inativa sua toxina, ou inibe seu desenvolvimento nas superfícies inanimadas, enquanto que a antissepsia é destinada para tecidos vivos. Nem sempre os esporos são destruídos. CENTRO CIRÚRGICO E LAVAGEM DAS MÃOS Beatriz Machado de Almeida Internato – 10º semestre 2 ESTERILIZAÇÃO Processo de destruição de todas as formas de vida (bactérias, fungos, vírus, inclusive esporos) de um objeto, mediante a aplicação de agentes físicos (autoclave: calor úmido + pressão; radiação: raios alfa e gama) e/ou químicos (desinfetantes). Este conceito é absoluto, portanto o material é estéril ou não. LAVAGEM DAS MÃOS HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS Tem como objetivo remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e proliferação de microrganismos. A duração desse procedimento deve ser de 40 a 60 segundos, de acordo com a ANVISA. 1. Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se à pia. 2.Aplicar na palma das mãos quantidade suficiente de sabão líquido para cobrir toda a superfície das mãos. 3.Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si. 4.Esfregar uma palma da mão contra o dorso da mão oposta, entrelaçando os dedos. Repetir o procedimento com a mão oposta. 5.Entrelaçar os dedos para friccionar os espaços interdigitais. 6. Esfregar o dorso dos dedos com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimentos de vai e vem (gangorra). Repetir com a outra mão. Nesse passo, é preciso atentar para esfregar todo o dorso dos dedos e não apenas a falanges distais. 7. Esfregar um polegar com o auxílio da palma da mão oposta, fazendo movimento circular. Repetir no outro polegar. 8. Friccionar as polpas digitais e unhas de uma mão contra a palma da mão oposta, fechada em concha, fazendo movimentos circulares. Repetir com a outra mão. 9. Esfregar o punho com o auxílio da palma da mão oposta, em movimento circular, repetindo com o outro punho. 10. Enxaguar as mãos, retirando completamente os resíduos de sabão. Evitar contato direto das mãos ensaboadas com a torneira. 11. Secar as mãos com papel descartável. Inicia-se pelas mãos e segue pelos punhos. Desprezar o papel toalha. DESINQUINAÇÃO É uma lavagem básica e rápida das mãos feita com sabão comum, sem critérios de ordem, realizada antes da lavagem cirúrgica das mãos. LAVAGEM CIRÚRGICA DAS MAÕS (ANTISSEPSIA) Tem como finalidade eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota residente, além de proporcionar efeito residual na pele do profissional (manutenção dos efeitos da inativação bacteriana por algumas horas). A duração deste procedimento deve ser de 3 a 5 minutos para a primeira cirurgia e de 2 a 3 minutos para as cirurgias subsequentes, de acordo com a ANVISA. Antes de iniciar a lavagem, o profissional deve colocar a máscara cirúrgica, pois após esse procedimento não será mais possível tocar nenhum objeto contaminado. 1. Realizar a desinquinação. 2. Molhar a esponja e ensaboar as mãos e antebraços, com a parte esponjosa da escova, fazendo muita espuma para não secar durante a escovação. 3. Com as cerdas da escova, escovar na seguinte ordem, revezando os lados: unhas, palmas, dorso das mãos, interdigitais (lembrar-se das regiões laterais do 1º e 5º quirodáctilos), e, por fim, antebraços. 4. Enxaguar mãos e antebraços, sem tocar a torneira, pia ou parede, removendo completamente a espuma. 5. Dirigir-se à sala de cirurgia com as mãos elevadas (acima dos cotovelos e abaixo da altura dos ombros). Beatriz Machado de Almeida Internato – 10º semestre 3 PRECEITOS BÁSICOS DA LAVAGEM CIRÚRGICA DAS MÃOS: 1. Remover anéis, relógios, pulseiras e outros acessórios, antes da desinquinação. 2. Alternar a mão a cada passo da lavagem. Por exemplo: unhas da mão direita, unhas da mão esquerda, palmas da mão direita, palmas da mão esquerda, etc. 3. Não é necessário escovar em apenas um sentido. 4. O enxague deve ser feito em apenas um sentido (iniciando-se pela mão e seguindo em direção ao cotovelo). 5. As mãos devem ser mantidas elevadas (acima dos cotovelos e abaixo da altura dos ombros). SECAGEM DAS MÃOS COM COMPRESSA Após lavagem cirúrgica das mãos, o profissional deve seguir com as mãos elevadas para a sala de cirurgia, direcionando-se ao LAP de aventais e compressas, previamente aberto pelo auxiliar de sala. A sala também possui outro LAP, contendo campos cirúrgicos. 1. Com a compressa aberta, enxugar uma mão com um lado da compressa e a outra mão com o outro lado da compressa, de maneira a remover todo o excesso de água. 2. Deslizar a compressa de uma mão para o antebraço em movimento rotatório. 3. Dobrar a compressa, utilizando apenas uma mão, deixando a porção que foi utilizada no primeiro antebraço para dentro. 4. Trocar de mão e deslizar a compressa pelo outro antebraço em movimento rotatório. 5. Desprezar as compressas com as mãos erguidas.
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