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Vict�ria K. L. Card�so D�enças da próstata Prostatite Epidemiologia: ● É a terceira doença urológica mais comum em homens > 50 anos. ● Maior incidência: jovens. ● Ocorre em 30% da população masculina. Classificação: ● Base: quadro clínico + exames laboratoriais. ○ Melhor método laboratorial → Meares-Stamey. ○ Outra possibilidade → método dos dois frascos (coleta de urina pré e pós-massagem prostática). ● Tipo I: prostatite bacteriana aguda. ○ Quadro clínico agudo e urocultura positiva. ● Tipo II: prostatite bacteriana crônica. ○ Infecção prostática recorrente. ● Tipo III: síndrome da dor pélvica crônica. ○ Tipo IIIA: inflamatória → leucócitos no fluido prostático (> 10/campo) ○ Tipos IIIB: não inflamatória → leucócitos no fluido prostático (< 10/campo). ● Tipo IV: inflamatória assintomática. ○ Ausência de sintomas. ○ É detectada por biópsia ou por exame do sêmen, de modo incidental. Fatores de risco: ● ITU. ● Epididimite. ● Uso de sonda uretral (demora ou alívio). ● Refluxo ductal → pode haver obstrução dos ductos ejaculatórios. ● Fimose. ● Manipulação cirúrgica. ● Disfunções do colo vesical → acúmulo de urina. Quadro clínico geral: ● Sudorese. ● Calafrio. ● Prostatodinia. ● Toque prostático doloroso com próstata amolecida. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Pode haver abscesso. ● Dor em locais inespecíficos. Prostatite bacteriana: ● Principal agente: E. coli → 80% dos casos. ● Aguda: ○ Início súbito de febre e calafrios. ○ Queda do estado geral. ○ Dor perineal, hipogástrica, suprapúbica ou uretral. ○ Mialgia ou artralgia. ○ Polaciúria, urgência miccional, nictúria, disúria e dificuldade miccional. ● Crônica: geralmente é menos sintomática ou assintomática, com sintomas por pelo menos 3 meses. ○ Quadro de infecção urinária de repetição. ○ Sintomas comuns: (inespecíficos) disúria, polaciúria, urgência miccional, nictúria, ardor ou desconforto hipogástrio ou perineal, hematúria, hemospermia e secreção uretral. ● Diagnóstico: ○ Achados na avaliação da próstata: próstata edemaciada, de consistência amolecida ou endurecida e irregular, dolorosa e quente. ○ Exame de urina tipo I + urocultura: pode identificar o patógeno e sua sensibilidade ao antibiótico, o que guiará o tratamento. ○ PSA: em geral pode estar elevado. ○ Exames de imagem: USG e RNM → deverão ser solicitados na suspeita de complicação local (ex: abscesso) e na falta de resposta ao tratamento. Prostatite não bacteriana: (crônica) ● Achados inflamatórios na biópsia. ● Pode não ter sintomas específicos. ● Tipicamente tem PSA aumentado. ● Exames de imagem com a próstata aumentada. Prostatodinia ou Síndrome da dor pélvica crônica: ● Etiopatogenia: desconhecida → é multifatorial. ● Conceito: ○ Queixas inexplicadas de dor pélvica associada a sintomas excretores inespecíficos e/ou dor na região da virilha, genitália ou períneo → não está relacionado a infecções. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ■ Pode representar o tipo III das prostatites e engloba as prostatites crônicas não bacteriana e prostatodinias. OU ○ Ausência de piúria e bacteriúria, com ou sem leucocitúria. ● Quadro clínico: ○ Sintomas presentes por pelo menos 3 meses. ■ Confirmação pelo questionário padrão-Chronic Prostatitis Symptom Index (NIH-CPSI). ○ A dor pode ser em: períneo, área suprapúbica, pênis, reto, testículos e na região lombar. ■ Pode haver dor durante ou após a ejaculação. Obs: o PSA não está aumentado exclusivamente no CA de próstata, ele é um antígeno específico da próstata, que além das neoplasias pode estar aumentado na prostatite, após estímulos prostáticos (andar de bicicleta, moto, relações sexuais, exame de próstata), após infecção urinária, ou seja, tudo o que estimular a próstata. Tratamento: ● AINES → diminuição de citocinas inflamatŕoias. ● Alfa-bloqueadores → relaxamento da musculatura lisa e vesical. ● Antibióticos → quinolonas ou sulfametoxazol + trimetroprima → no mínimo 4 semanas, podendo prolongar para 6-8 semanas. ● i5-Alfa-redutase → diminuição do tamanho da próstata. ○ Iniciar com 1 cp de noite + solicitação de exames. ● Neuromoduladores → gabapentina. ● Cirurgia → drenagem se presença de abscesso (percutânea, transretal ou transuretral). Hiperplasia prostática benigna Epidemiologia: ● Inicia por volta de 40 anos. ● Atinge > 60% dos homens > 60 anos. ● Atinge > 70% dos homens > 70 anos. Fatores de risco: ● Idade. ● I-PSS. ● Volume prostático. ● PSA. ● Fluxo urinário deficiente. ● Volume residual. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Fisiopatologia breve: 1. Proliferação do estroma, músculo e epitélio da região periuretral (zona de transição). 2. Obstrução do fluxo urinário, elevação da pressão vesical e hipertrofia do detrusor. 3. (Fases tardias) falência do detrusor. 4. Complicações: retenção urinária aguda (RUA: 2 a 20%), insuficiência renal aguda (IRA: 1 a 2%) e litíase vesical (2 a 4%). Sintomas: ● Sintomas de esvaziamento: jato fraco para iniciar a micção, jato intermitente (entrecortado), hesitância, micção prolongada, esforço miccional, esvaziamento incompleto e gotejamento terminal → são os sintomas mais comuns. ○ Aqui as intervenções cirúrgicas têm melhores resultados. ● Sintomas de armazenamento: polaciúria (aumento da frequência urinária), noctúria, urgência miccional e incontinência urinária → são os que causam pior qualidade de vida. ○ Aqui é importante descartar doenças como bexiga hiperativa, infecção urinária, litíase vesical e carcinoma in situ vesical. ● Obs: não há relação direta entre tamanho e sintomas. ● Aspecto clínico importante: a intensidade e o grau de desconforto gerado pelos sintomas não são proporcionais ao volume prostático ou ao fluxo urinário diminuído. Perguntas feitas sobre o último mês do paciente: ● Há esvaziamento incompleto? ● Com qual frequência você sente necessidade de urinar? ● Como está a intermitência urinária? ● Há a necessidade de realizar esforço na micção? ● Possui jato fraco? ● Há noctúria? Diagnóstico: ● É essencialmente clínico + toque retal. ● Exames adicionais: ○ I-PSS. ○ Análise do sedimento urinário. ○ Dosagem do PSA. ● Em caso de dúvida ou em evolução não usual do tratamento realizado: ultrassom, urofluxometria e estudo urodinâmico. Tratamento clínico: ● Objetivo: aliviar os sintomas de obstrução + melhorar a qualidade de vida. ● Sintomas leves (I-PSS ≤ 7): observação + seguimento anual. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Sintomas moderados (I-PSS > 7) ou severos (I-PSS > 19): realizar tratamento. ● Se há possibilidade de progressão → PSAt > 1,6; Ptt > 40G; RPM elevado. ● Drogas: ○ Alfabloqueadores → doxazosina ou tansulosina. ■ Efeito rápido, bom para próstatas pequenas, perdem a eficácia após 1 ano. ○ i5-alfa-redutase → finasterida ou dutasterida. ■ Efeito lento, próstatas > 40g → reduzem até 30% do volume prostático e 50% do PSA. ○ Anticolinérgicos ou beta-3-agonistas → para sintomas de armazenamento. ○ IPDE-5 → sildenafila ou tadalafila. ■ Liberação de óxido nítrico → realiza relaxamento da musculatura. Tratamento cirúrgico: ● Indicações: ○ Falha na terapia clínica. ○ ITU de repetição. ○ Alteração do trato urinário superior. ○ Hematúria. ■ Inicialmente tentar fenasterida, aí se houver recorrência, faz a operação. ○ R.U.A → retenção urinária aguda. ■ Inicialmente se tenta usar sonda. ○ Litíase vesical e falência detrusora → indicações relativas. ○ Divertículo vesical. ● Formas de tratamento: ○ RTU de próstata. ○ Adenomectomia: ■ Cirurgia aberta. ■ Videolaparoscópica. ■ Robótica. ○ Embolização → para próstatas médias e pequenas, em pacientes frágeis e que não conseguem operar. ○ Green Light → vaporização da próstata (do estado sólido para gasoso). ○ TUIP. ○ Enucleação. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Câncer de próstata Local: geralmente ocorre na parte periférica da próstata. Epidemiologia: ● É o principal câncer que acomete homens. ● Diagnóstico 1:6 homens. ● Mortalidade 1:36 homens. Detecção precoce: ●Exame de PSA + toque retal anual em homens entre 45-80 anos. ● Casos com parentes de primeiro grau com diagnóstico de CA de próstata a avaliação inicia aos 40 anos. Classificação de risco: ● Risco baixo: pacientes com T1-T2a, Gleason 2 a 6, PSA < 10. ● Risco intermediário: pacientes com T2b-T3a ou Gleason 7 ou PSA 10 a 20. ● Risco alto: pacientes com mais que T3a ou Gleason maior que 7 ou PSA > 20. Fatores de risco: ● Genética. ● Obesidade. ● Tabagismo. ● Envelhecimento. ● População negra. ● Infecções. Quadro clínico: ● Comumente é assintomático. ● Pode haver sintomas obstrutivos. ● Hematúria. ● Dor pélvica ou óssea. Diagnóstico: ● História clínica → quem rastrear? ● Toque retal → para > 45 anos + fatores de risco (nefros, obesos, com história familiar…) ● PSA. ○ PSA ≥ 2,5 ng/ml e relação PSA L/T < 18%, em pacientes até 50 anos. ○ PSA > 4 ng/ml, em > 50 anos. ● RMmPTT → ressonância multiparamétrica da próstata. ● Cintilografia óssea → recomendações: ○ Pacientes com PSA ≥ 20 ng/ml (qualquer T ou Gleason). ○ Doença localmente avançada (T3 ou T4). ○ Gleason ≥ 7 e/ou dor óssea @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Biópsia prostática → quando biopsiar: ○ PSA em elevação com velocidade > 0,75 ng/ml/ano. ○ Caso suspeito mas não diagnosticado (proliferação atípica de pequenos ácinos – ASAP). ■ Realizar biópsia da área suspeita e sistemática. ○ Obs: salvo situações especiais, limitar a no máximo 4 biópsias consecutivas. Tratamento: ● Observação → seguimento vigiado: ○ CA de próstata de baixo risco e com volume mínimo na biópsia → PSA total trimestral e biópsia anual. ○ Idade superior a 65 anos. ○ Até 0,5 ml de volume. ○ Ausência de Gleason 4 ou 5 na biópsia. ○ Densidade do PSA < 0,1. ○ Neoplasia no máximo em dois fragmentos estudados. ○ Neoplasia em até 50% da extensão dos fragmentos avaliados. ● Quando interromper o seguimento apenas vigiado: ○ Elevação no PSA total > 2 ng/ml/ano. ○ Duplicação do PSA em < 3 anos. ○ Piora dos parâmetros da biópsia. ● Prostatovesiculectomia radical. ○ Maneiras: aberta, VLP ou por robô. ○ Indicações: tumores localizados, com prognóstico de vida > 10 anos (geralmente não é indicada para pessoas > 75 anos). ● Radioterapia. ○ Maneiras: braquiterapia ou externa. ○ Indicações: principalmente em pacientes mais idosos, com doença de maior risco. ● Quimioterapia. ○ Recomendada no caso de metástases. ● Hormonioterapia. ○ É um tratamento adjuvante, mais indicado no caso de metástases. @p�sitivamed
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