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FUNDAMENTOS-E-PRÁTICAS-DA-AVALIAÇÃO-PSICOLÓGICAS

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO .................................................... 5 
2.1 Natureza, origem e história .................................................................. 5 
3 CONCEITUAÇÃO DOS TESTES PSICOLÓGICOS ................................... 6 
4 ORIGENS DOS TESTES PSICOLÓGICOS ............................................... 6 
5 TIPOS DE TESTES PSICOLÓGICOS ........................................................ 9 
5.1 Testes Coletivos Versus Testes Individuais ......................................... 9 
5.2 Categoria dos Testes ......................................................................... 10 
6 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA .................................................................... 11 
6.1 Laudo Psicológico .............................................................................. 13 
6.2 Psicodiagóstico e Psicoterapia ........................................................... 14 
6.3 Enquadramento do processo psicodiagnóstico .................................. 15 
6.4 Etapas do processo psicodiagnóstico ................................................ 15 
6.5 O Rapport ........................................................................................... 15 
7 APLICAÇÃO DOS TESTES PSICOLÓGICOS ......................................... 16 
7.1 Administração dos Testes na Aplicação ............................................. 17 
7.2 A Qualidade do Ambiente Físico ........................................................ 17 
7.3 A Qualidade do Ambiente Psicológico ............................................... 18 
7.4 Material de Testagem ......................................................................... 18 
7.5 Das Condições Técnicas do Aplicador ............................................... 18 
7.6 Modo de Atuação do Aplicador .......................................................... 19 
7.7 Controle dos Vieses do Aplicador ...................................................... 19 
7.8 Os Direitos dos Testandos ................................................................. 20 
7.9 Sigilo e Divulgação dos Resultados ................................................... 21 
8 PARÂMETROS PSICOMÉTRICOS .......................................................... 21 
 
9 ÁREAS DE ATUAÇÃO DO (A) PSICÓLOGO (A) ..................................... 22 
9.1 Diante das informações apresentadas, fazemos os seguintes 
apontamentos: ....................................................................................................... 37 
10 A AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DA PERSONALIDADE ....... 38 
10.1 TEORIA DOS TRAÇOS DA PERSONALIDADE ............................. 38 
10.2 TEORIAS TIPOLÓGICAS ............................................................... 41 
10.3 TEORIA DE KRESTCHMER ........................................................... 41 
10.4 TEORIA DE lUNG ........................................................................... 42 
10.5 TEORIA DE SPRANGER ................................................................ 42 
10.6 TEORIA DE ROSANOFF ................................................................ 42 
10.7 O INVENTÁRIO DE PERSONALIDADE BERNREUTER................ 46 
10.8 INVENTÁRIO DE AJUSTAMENTO BELL ....................................... 49 
10.9 A ESCALA DE TEMPERAMENTO THURSTONE .......................... 54 
11 CONCEPÇÕES INTERACIONISTAS DE DESENVOLVIMENTO E 
APRENDIZAGEM: ABORDAGEM WALLONIANA .................................................... 57 
11.1 Principais conceitos e implicações pedagógicas da abordagem 
walloniana 57 
11.2 O papel da emoção no desenvolvimento ........................................ 59 
11.3 As fases psicogenéticas do desenvolvimento ................................. 63 
12 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 66 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
2 TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO 
2.1 Natureza, origem e história 
A Psicologia contemporânea parece confundir-se com a aplicação dos testes 
e, em alguns casos, julga-se que, sem esse tipo de instrumento, o psicólogo não seria 
capaz de fazer qualquer afirmação científica do comportamento humano. Talvez seja 
pelo fato das ciências serem conhecidas por suas técnicas que lhes permitem 
aplicações e resultados visíveis. Assim, como o público tende a ver os antibióticos 
como capazes de curar todas as infecções, por analogia, também à considerar os 
testes como recursos infalíveis para conhecer as pessoas e suas aptidões. 
 
 
Fonte:www.anamariaquinterob.wordpress.com 
No entanto, assim como o médico é obrigado a conhecer a potencialidade dos 
remédios e a levar em conta suas contra-indicações, da mesma forma o psicólogo 
deve saber, não apenas as vantagens dos testes, mas, também os limites de sua 
utilidade e validade. Do contrário, correrá o risco de apresentar diagnósticos falsos ou 
deformados, pois estariam baseados em resultados falhos e incompletos. 
Os testes psicológicos não consistem numa exemplar neutralidade e eficácia 
em 100% nos seus resultados, mas isto não implica que os mesmos devam ser 
dispensados. Desde que atendidas as pré-condições de sua aplicação, e que o 
 
psicólogo examinador tenha conhecimento, domínio da aplicação e da avaliação, os 
testes se instalam como referencial que elimina boa parte da contaminação subjetiva 
das suas percepção e julgamento. É importante ressaltar a condição dos testes como 
mais um recurso que auxilia o profissional na compreensão e fechamento das 
considerações a respeito de um examinando, seja em processo seletivo (exame 
psicológico ou psicotécnico), avaliação psicológica e psicodiagnóstico. 
3 CONCEITUAÇÃO DOS TESTES PSICOLÓGICOS 
Os testes psicológicos, da forma que se conhece hoje, são relativamente 
recentes, datam do início do século XX. Um teste psicológico no sentido 
epistemológico consiste numa tarefa controvertida, porque dependerá de posições e 
suposições de caráter filosófico. Para Cronbach (apud PASQUALI, 2001), um teste é 
um procedimento sistemático para observar o comportamento e descrevê-lo com a 
ajuda de escalas numéricas ou categorias fixas(p.18). Em outras palavras, um teste 
psicológico é fundamentalmente uma mensuração objetiva e padronizada de uma 
amostra de comportamento. Uma verificação ou projeção futura dos potenciais do 
sujeito. O parâmetro fundamental da medida psicométrica são as escalas, os testes, 
é a demonstração da adequação da representação, isto é, do isomorfismo entre a 
ordenação dos procedimentos empíricos e teóricos. Enfim, explicita que a 
operacionalização dos comportamentos (itens), corresponda ao traço latente1. 
4 ORIGENS DOS TESTES PSICOLÓGICOS 
Com base em Pasquali (2001), a história dos testes psicológicos, se destacam 
em sucessivas décadas,de tal maneira que é possível associar muitos autores a 
alguns períodos bem específicos. 
A Década de Galton: 1880. Para Francis Galton (biólogo inglês) à avaliação 
das aptidões humanas se dava por meio da medida sensorial, através da capacidade 
de discriminação do tato e dos sons. Galton (apud ANASTASI, 1977) entendia que, 
A única informação que nos atinge, vinda dos acontecimentos externos, passa, 
aparentemente pelo caminho de nossos sentidos. Quanto maior o discernimento que 
 
os sentidos tenham de diferentes, maior o campo em que podem agir no nosso 
julgamento de inteligência. 
A contribuição de Galton para psicometria ocorreu em três áreas: Criação de 
testes antropométricos para medida de discriminação sensorial (barras para medir a 
percepção de comprimento); Apito para percepção de altura do tom; Criação de 
escalas de atitudes (escala de pontos, questionários e associação livre2); 
Desenvolvimento e simplificação de métodos estatísticos (método da análise 
quantitativa dos dados coletados). 
A Década de Cattell: 1890. Influenciado por Galton, James M. Cattell (psicólogo 
americano) desenvolveu medidas das diferenças individuais, o que resultou na criação 
da terminologia Mental Test (teste mental). Elaborou em Leipzig sua tese sobre 
diferenças no Tempo de Reação. Este consiste em registrar os minutos decorridos 
entre a apresentação de um estímulo ou ordem para começar a tarefa, e a primeira 
resposta emitida pelo examinando. Cattell seguiu as ideias de Galton, dando ênfase 
às medidas sensoriais, porque elas permitiam uma maior precisão. 
A Década de Binet: 1900. Seus interesses se voltavam para avaliação das 
aptidões mais nas áreas acadêmica e da saúde. Alfred Binet e Henri fizeram uma série 
de crítica aos testes até então utilizadas, afirmando que eram medidas exclusivamente 
sensoriais que, embora permitisse maior precisão, não tinham relação importante com 
as funções intelectuais. Seu conteúdo intelectual fazia somente referências às 
habilidades muito específicas de memorizar, calcular, quando deveriam se ater às 
funções mais amplas como memória, imaginação, compreensão, etc. Em 1905, Binet 
e Simon desenvolveram o primeiro teste com 30 itens (dispostos em ordem crescente 
de dificuldade) com o objetivo de avaliar as mais variadas funções como julgamento, 
compreensão e raciocínio, para detectar o nível de inteligência ou retardo mental de 
adultos e crianças das escolas de Paris. Estes testes de conteúdo cognitivo atendiam 
a funções mais amplas, e foram bem aceitos, principalmente nos EUA, a partir da sua 
tradução por Terman (1916), nascendo, assim, a era dos testes com base no Q.I. 
(idealizado por W. Stern). 
Q.I. = 100 (IM/IC)3 
O período de 1910-1930, é considerado a era dos testes de inteligência sob as 
influências: Do segundo teste de Binet e Simon (1909); Do artigo de Spearman sobre 
o fator G (1909); Da revisão do teste de Binet para os EUA (Terman, 1916); e do 
 
impacto da primeira guerra mundial com a necessidade de seleção rápida e eficiente, 
de contingente para as forças armadas. 
Na Bahia, em 1924, Isaias Alvez fez a adaptação da escala Binet-Simon, 
considerada como um dos primeiros estudos de adaptação de instrumentos 
psicométricos no Brasil (NORONHA & ALCHIERI, 2005). 
A Década da Análise Fatorial: 1930. Por volta de 1920, diminuiu o entusiasmo 
pelos testes de inteligência, sobretudo por se demonstrar dependentes da cultura 
onde foram criados, o que contrariava a ideia de fator geral universal de Spearman. 
Kelley quebrou a tradição de Spearman em 1928, e foi seguido, na Inglaterra, por 
Thomson (1939) e Burt (1941), e nos EUA, por Thurstone. Este autor é relevante para 
época, em vista de que, além de desenvolver a análise fatorial múltipla, atuou no 
desenvolvimento da escalagem psicológica (Thurstone e Chave, 1929) fundando, em 
1936, a Sociedade Psicométrica Americana e a revista Psychometrika. 
A Era da Sistematização: 1940-1980. Esta época é marcada por duas 
tendências opostas: Os trabalhos de síntese e os de crítica. Em 1954, Guilford reedita 
Psychometric Methods e tenta sistematizar a teoria clássica, e Torgerson (1958) a 
teoria sobre a medida escolar. Além disso, Cattell e Warburton (1967) procuraram 
sintetizar os dados de medida em personalidade, e Guilford (1967) a teoria sobre a 
inteligência. Entre os trabalhos da crítica, destaca-se Stevens (1946), que levantou o 
problema das escalas de medidas. 
Divulgou-se também a primeira crítica à teoria clássica dos testes na obra de 
Lord e Novick (1968, Statistical Theory of Mental Tests Scores), que iniciou o 
desenvolvimento de uma teoria alternativa, a do traço latente, que se junta à teoria 
moderna de Psicometria, e a Teoria de Resposta ao Item - TRI. Outra tendência crítica 
para superar as dificuldades da Psicometria clássica foi iniciada pela Psicologia 
Cognitiva de Sternberg e Detterman (1979), Sternberg e Weil (1980), com seu modelo, 
procedimentos e pesquisas sobre os componentes cognitivos, na área da inteligência. 
A Era da Psicometria Moderna (Teoria de Resposta ao Item - TRI): 1980. Talvez 
chamar a era atual de TRI seja inadequada, porque: a) Esta teoria embora seja o 
modelo no Primeiro Mundo, ainda não resolveu todos seus problemas fundamentais 
para se tornar um modelo definitivo de psicometria e, b) Ela não veio para substituir 
toda a psicometria clássica, mas, apenas partes dela. Porém, é o que há de mais novo 
nesse campo. 
 
5 TIPOS DE TESTES PSICOLÓGICOS 
Os testes psicométricos se baseiam na teoria da medida e, mais 
especificamente, na psicometria, usam números para descrever os fenômenos 
psicológicos, enquanto os testes impressionistas, ainda que utilizem números, se 
fundamentam na descrição linguística. 
 
Fonte:www.pt.testsworld.net 
Os testes psicométricos usam a técnica da escolha forçada, escalas em que o 
sujeito deve simplesmente marcar suas respostas. Primam pela objetividade: tarefas 
padronizadas. A correção ou apuração é mecânica, portanto, sem ambiguidade por 
parte do avaliador. 
Os testes impressionistas requerem respostas livres, sua apuração é ambígua, 
sujeita aos vieses de interpretação do avaliador. O psicólogo impressionista trabalha 
com tarefas pouco ou nada estruturadas, a apuração das respostas deixa margem 
para interpretações subjetivas do próprio avaliador, e os resultados são totalmente 
dependentes da sua percepção, dos seus critérios de entendimento e bom senso. 
5.1 Testes Coletivos Versus Testes Individuais 
Os testes coletivos são planejados, basicamente, para exame em massa. Em 
comparação aos testes individuais, têm suas vantagens e desvantagens. Do lado 
positivo, podem ser aplicados em grandes grupos simultaneamente, como por 
 
exemplo, em concurso público. Em cada escala torna-se possível desenvolver 
técnicas de testes coletivos. Ao utilizar apenas itens escritos, e respostas simples que 
são registradas nas folhas de respostas, isso facilita o exame e o papel do examinador 
é bastante simplificado, uma vez que elimina a necessidade da relação direta com o 
examinando. Em contraste com o treinamento intensivo e a experiência exigida para 
aplicar os testes individuais, a exemplo do Rorschach (teste projetivo de 
personalidade). 
A maioria dos testes coletivos exige somente a habilidade de ler as instruções 
simples para os examinandos e manter o tempo exato. Dão mais uniformidade de 
condições, uma vez que difere dos individuais, tanto na forma de disposição dos itens 
quanto na característica de recorrer a itens de múltipla escolha, e a aferição dos seus 
resultados, geralmente, é mais objetiva. Embora os testes coletivos tenham muitos 
aspectos desejáveis, porém carece de uma função indispensável, que é a 
oportunidade do examinador estabelecer relação com o examinando para obter sua 
cooperação e manter o seu interesse. 
Do contrário da aplicação dos testes coletivos, os individuais são quaseinevitáveis às observações complementares do comportamento do sujeito, a exemplo 
de identificar as causas da má realização em determinados itens, ou de qualquer 
indisposição momentânea, fadiga, angústia, etc., que possa interferir na sua 
realização, o que é pouco ou nunca identificado no exame coletivo. 
O tipo de resposta mais utilizada em testes psicométricos, praticamente em sua 
totalidade é a escrita, a saber, lápis-e-papel. A grande vantagem desta técnica é que 
os testes podem ser aplicados coletivamente a grandes amostras de sujeitos, 
ocorrência difícil de acontecer em situações nas quais as respostas são dadas 
verbalmente ou exige uma observação mais direta do comportamento do testando. 
5.2 Categoria dos Testes 
Os testes podem ser divididos e subdivididos nas seguintes categorias: 
a) Objetividade e Padronização: Testes psicométricos e impressionistas; 
b) Construto (processo psicológico) que Medem: Testes de capacidade 
intelectual (inteligência geral – Q.I.); Teste de aptidões (inteligência diferencial: 
numérica, abstrata, verbal, espacial, mecânica, etc.); Testes de aptidões específicas 
(música, psicomotricidade, etc.); Testes de desempenho acadêmico (provas 
 
educacionais, etc.); Testes neuropsicológicos (testes de disfunções cerebrais, 
digestivos, neurológicos, etc.); Testes de preferência individual (personalidade; 
atitudes: valores; interesses; projetivos; situacionais: observação de comportamento, 
biografias); 
c) Forma de Resposta: Verbal; Escrita: papel-e-lápis; Motor; Via computador: 
Vantagens: apresentam em melhores condições as questões do teste; corrige com 
rapidez; enquadra de imediato o perfil nas tabelas de interpretação; produz registros 
legíveis em grande número e os transmite à distância; motiva os testandos ao interagir 
com o computador; Desvantagens: a interpretação dos resultados do perfil psicológico 
é mais limitada do que a realizada pelo psicólogo. 
6 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA 
O conceito de avaliação psicológica é amplo, se refere ao modo de conhecer 
fenômenos e processos psicológicos por meio de procedimentos de diagnósticos e 
prognóstico, para criar as condições de aferição de dados e dimensionar esse 
conhecimento (ALCHIERI & CRUZ, 2003). Os testes gráficos são mais adequados 
para começar um exame ou avaliação psicológica. Eles refletem os aspectos mais 
estáveis da personalidade, e mais difíceis de serem modificados (OCAMPO, 1995). 
Segundo Cunha (1993, p.5), o psicodiagnóstico é um processo científico, 
limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos (input), em nível individual 
ou não, seja para entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e 
avaliar aspectos específicos ou para classificar o caso e prever seu curso possível, 
comunicando os resultados (output). O psicodiagnóstico é uma forma específica de 
avaliação psicológica, em ambos os processos não têm necessariamente4 que fazer 
uso de testes psicológicos. Mas, no entender de Nascimento (2005), quando se 
precisa de material fidedigno, passível de reaplicação, que permita conclusões 
confiáveis em curto tempo, para tomada de decisões, é preciso dispor de outros 
recursos além da entrevista, ainda que seja para comprovar alguma característica do 
examinando. 
Avaliação Psicológica é um conjunto de procedimentos para a tomada de 
informações de que se necessita e não deve ser entendida como um momento único 
em que um instrumento poderia ser suficiente para responder às questões 
 
relacionadas ao problema que se pretende investigar (GUZZO, 1995-2001, p.157). 
Este tipo de processo é a base da atuação do profissional da psicologia seja qual for 
sua área (clínica, escolar, organizacional, jurídica, e outras). Para Wechsler e Guzzo 
(1999), não há como ser um bom psicólogo se não entender o significado da avaliação 
psicológica como um processo de construção de um conhecimento sobre um 
fenômeno decorrente de uma escolha teórica e metodológica (apud PACHECO, 2005, 
p.12). 
A avaliação psicológica ou psicodiagnóstico configura uma situação com papéis 
bem definidos, e com um contrato no qual uma pessoa (o paciente) pede ajuda, e o 
outro (o psicólogo) aceita o pedido e se compromete a satisfazê-lo dentro de suas 
possibilidades. É um processo bi-pessoal5(psicólogo-examinando ou paciente e/ou 
grupo familiar), cujo objetivo é investigar alguns aspectos em particular, de acordo 
com a sintomatologia e informações da indicação ou queixa. Abrange aspectos 
passados, presentes (diagnóstico) e futuros (prognóstico) do paciente. A avaliação 
psicológica não tem por objetivo somente identificar os aspectos deficitários ou 
patológicos do paciente, mas, em reconhecer os seus recursos potenciais e suas 
possibilidades. Ou seja, procura valorizar o que ele tem melhor, para viabilizar seus 
potenciais. Para Nascimento (2005), um bom diagnóstico se faz em parte por uma 
compreensão racional e em parte por uma compreensão empática (p.216). No 
entender de Yalom (2006, p.23), 
Embora um diagnóstico seja inquestionavelmente crucial nas considerações 
terapêuticas de muitas patologias graves com um substrato biológico (por exemplo, 
esquizofrenia, transtornos bipolares, transtornos afetivos maiores, epilepsia de lobo 
temporal, toxicidade farmacológica, doença orgânica ou cerebral decorrente de 
toxinas, causas degenerativas ou agentes infecciosos), ele é frequentemente 
contraproducente na psicoterapia comum dos pacientes com um comportamento 
menos grave. 
 
 
 
Fonte: www.minutopsicologia.com.br 
Enfim, o psicodiagnóstico tem como perspectiva conseguir uma descrição e 
compreensão, o mais profunda e completamente possível da personalidade do 
paciente ou do grupo familiar, e sua conclusão será posteriormente transmitida, por 
escrito, através de um documento denominado Laudo Psicológico (OCAMPO et al., 
1995). 
6.1 Laudo Psicológico 
O laudo é uma peça escrita na qual o perito expõe observações e conclusões 
a que chegou num processo de diagnóstico ou avaliação psicológica. Trata-se de um 
parecer técnico que visa subsidiar o profissional a tomar decisões. Segundo Guzzo e 
Pasquali (2001), deve-se evitar a sua devolução oral, porque pode ser facilmente 
distorcida. O laudo não é um documento exclusivo da área da psicologia, pode ser 
jurídico, pericial, pedagógico, etc. Uma outra definição da conta desse instrumento 
como um dos principais recursos para comunicar resultados de uma avaliação 
psicológica. Cujo objetivo é apresentar materialmente um resultado conclusivo de 
acordo com a finalidade proposta de consulta, estudo ou prova (ALCHIERI & CRUZ, 
2003). Ainda para os autores, esse documento deve ser conclusivo e se restringir às 
informações estritamente necessárias à solicitação (objetivo da avaliação), com a 
intenção de preservar a privacidade do examinando. 
 
6.2 Psicodiagóstico e Psicoterapia 
Na visão de Friedenthal (apud SANTIAGO, 1995), a distinção entre estes dois 
processos é apenas teórica, considerando que na prática clínica, é impossível manter 
a fronteira entre terapia e psicodiagnóstico. As entrevistas diagnósticas se 
assemelhem às sessões de terapia, não somente pela interpretação que se faz, mas 
também pelas intervenções inerentes a essas situações, seja para esclarecer 
transferências ou para aliviar a ansiedade do paciente, etc. O psicodiagnóstico ocupa 
um lugar de destaque entre as opções nos serviços de psicologia, independente do 
motivo que leva o paciente a procurar a instituição. Ele deve ser utilizado como 
dispositivo para planejar, guiar e avaliar a escolha e indicação terapêutica 
fundamentada (MITO, 1995; MONACHESI, 1995). 
Calegaro (2002) diz que, entre outros, o objetivo da entrevista é de estabelecer 
rapport (será explicado mais adiante), coletar informações que revelem os problemas, 
avaliar o grau de estresse e psicopatologia da família (depressão, discórdia conjugal, 
ansiedade, agressividade, etc.).E assim, modificar o foco de crenças causais 
improváveis para fatores antecedentes e as consequências que o cercam, e, 
finalmente, atingir uma formulação diagnóstica e tratamento recomendado. O 
diagnóstico adequado é seguido de esclarecimentos e informações que pode 
minimizar o estresse experienciado pelo paciente e/ou família. É importante esclarecer 
quaisquer dúvidas, deixando a sensação de que as dificuldades foram 
compreendidas, e que estão sendo atendidas por um profissional capaz de 
recomendar meios que ajudem a resolver os problemas verificados (CALEGARO, 
2002). 
No entender de Cruz (2002), os fenômenos psicológicos nem sempre se 
mostram inteligíveis, em quaisquer das áreas e objetos de intervenções da psicologia. 
Portanto, não se configura numa tarefa fácil, pelo grau de complexidade e múltiplas 
determinações, equacionarem os eventos psicológicos. Por esse motivo é que se 
torna necessária a avaliação psicológica. Nesse sentido, Quinet (2002) diz que 
somente o olhar, assim armado pela razão, será capaz de perceber aquilo que não é 
visível a olho nu, fonte de equívocos, para chegar a perspícuas, a transparência (p.29). 
Afinal, uma das características básicas do conhecimento científico é o esforço em não 
restringir à descrição de fatos separados e isolados, mas tentar apresentá-los sob o 
 
estatuto do contexto e do estado da arte das pesquisas relacionadas (CRUZ, 2002, 
p.19). Quatro elementos essenciais configuram o campo da Avaliação Psicológica: 
 a) Objeto - Fenômenos ou processos psicológicos; b) Objetivo visado - 
Diagnosticar, compreender, avaliar a ocorrência de determinadas condutas; c) Campo 
Teórico - Sistema conceitual, estado da arte do conhecimento; d) Método - Condições 
através da qual é possível conhecer a forma de acesso ao que se pretende explorar. 
6.3 Enquadramento do processo psicodiagnóstico 
O enquadre desse processo consiste nos itens seguintes: Esclarecimento dos 
papéis respectivos; Lugar de realização das entrevistas; Horários e duração do 
processo (despertando para o fato de não torná-lo muito curto ou extenso); Honorários 
(caso se trate de consulta particular ou de instituição paga). Qualquer entrevista 
posterior à devolução requer o estabelecimento de um novo contrato que explicite o 
enquadre, as características e os objetivos da tarefa (VERTHELYI apud SANTIAGO, 
1995). 
6.4 Etapas do processo psicodiagnóstico 
Primeiro contato, entrevista semidirigida (um ou duas) com o paciente ou seus 
pais, quando se trata de criança ou adolescente; Aplicação de testes e técnicas 
projetivas; Encerramento do processo: devolução oral ao paciente e/ou pais, 
familiares (uma ou duas entrevistas devolutivas), onde apresentam as conclusões 
diagnósticas e sugere os passos seguintes a serem trilhados: psicoterapia, 
encaminhamento para psiquiatra ou ambos; Informe por escrito (Laudo) para o 
solicitante. 
6.5 O Rapport 
Ao iniciar suas atividades de testagem, seja em qual área for o psicólogo deve 
realizar esta técnica que se ajusta ao seu papel de oferecer as condições psicológicas 
favoráveis ao manejo da assistência individual ou grupal. Quando se trata, 
principalmente, de seleção ou psicotécnico, é necessário que o examinador procure, 
em breves minutos, desmistificar alguns conceitos ou deturpações que, em geral, 
 
pairam no imaginário do senso comum, não somente sobre testes psicológicos, mas 
também em relação a quase todos os campos dessa atuação profissional. A psicologia 
ainda é, para prejuízo dessa categoria e da sociedade, uma ciência tabu que inclui 
medo, rejeição e atração num suposto caldeirão de inutilidades ou de poderes 
mágicos, misteriosos e fantásticos que lhe são atribuídos. Isto promove uma 
resistência nas pessoas em si trabalhar nessa especialidade, que seja por 
determinação ou no limite crítico do indispensável. Penso que a psicologia pode 
oferecer menos do que se imagina, e mais do que pode se esperar caso assim lhe 
permita. Enfim, esse momento do rapport consiste em o profissional respaldar o (s) 
paciente(s), examinando(s), trazê-lo(s) para o princípio da realidade, e se fazer agente 
de motivação e solicitude. 
7 APLICAÇÃO DOS TESTES PSICOLÓGICOS 
Os instrumentos técnicos, a exemplo dos testes psicológicos representam a 
única área de atuação que é privativa dos psicólogos (HUTZ & BANDEIRA, 2003). 
São de uso exclusivo dos psicólogos que, para gerenciá-los, requer treinamento e 
conhecimento específicos. Uma vez que os testes obedecem a uma série de regras 
para sua aplicação chamada de Padronização da Aplicação dos Testes, que implicam 
em vários procedimentos: Administração dos testes na aplicação; Questões 
relacionadas ao aplicador ou examinador; e Questões específicas que dizem Respeito 
ao (s) examinado (s) ou testando (s). 
 
 
 
http://educamais.com 
7.1 Administração dos Testes na Aplicação 
Os procedimentos na aplicação dos testes têm como objetivo garantir a sua 
validade, porque, mesmo dada a sua condição técnica e científica, um teste pode 
produzir resultados inválidos se for mal aplicado. Assim, deve seguir à risca as 
instruções e recomendações que explicitam os seus manuais. Sem, entretanto, como 
dizem Alchieri & Cruz (2003), assumir uma postura estereotipada e rígida. Como se 
espera saber o nível de aptidão ou as preferências do testando, este deve se sentir 
na sua melhor forma para agir de acordo com as suas habilidades, e não sob a 
interferência de distratores ambientais. No processo de aplicação levam-se em 
consideração alguns aspectos indispensáveis para a realização satisfatória dessa 
atividade: Qualidade do ambiente físico; Qualidade do ambiente psicológico; e 
Material de testagem. 
7.2 A Qualidade do Ambiente Físico 
Todas as estruturas do ambiente físico devem colocar o testando em favorável 
disposição de reação. De forma que é preciso considerar as condições do local de 
trabalho: cadeira, mesa, espaço físico; Atmosféricas: iluminação, temperatura, 
higiene; De silêncio: isolamento acústico. 
 
7.3 A Qualidade do Ambiente Psicológico 
O psicólogo deve atenuar o nível de ansiedade do(s) examinando(s) a um 
mínimo possível através do rapport, bem como: a) Verificar se o(s) examinando(s) 
apresenta(m) alguma dificuldade de saúde e/ou impedimentos relacionados 
(ALCHIERI & CRUZ, 2003); b) Esclarecer o(s) examinado(s) de modo que ele(s) 
compreenda(m) exatamente as tarefas a serem executadas; c) Memorizar as 
instruções e ministrá-las em voz alta e pausada, de uma única vez, e igual para todos 
(qualquer mudança implica em alteração ou invalidade dos resultados). 
7.4 Material de Testagem 
Todo material que será utilizado no processo de aplicação deve constar em 
quantidade a mais do número de candidato ou examinando: Quando se trata de 
material reutilizável verificar se está em perfeito estado (ALCHIERI & CRUZ, 2003); 
Cadernos de exercício; Folhas de resposta; Papel ofício A4 e lápis específicos 
conforme o teste (para o H.T.P - teste da casa/árvore/pessoa -, por exemplo, exige-
se o grafite no 2). 
Questões Relacionadas ao Aplicador ou Examinador 
7.5 Das Condições Técnicas do Aplicador 
Segundo Anastásia e Ordena (2000), muitas das questões sobre o rigor e o 
valor da avaliação psicológica passam pela atuação do psicólogo que a realiza, assim 
sendo, exige-se dele que apresente tais condições mínimas: a) Conhecimento 
atualizado da literatura e de pesquisas disponíveis sobre o comportamento humano e 
sobre o instrumental psicológico; b) Treinamento específico para o uso dos 
instrumentos; c) Domínio sobre os critérios estabelecidos para avaliar e interpretar 
resultados obtidos; d) Capacidade para considerar os resultados obtidos à luz das 
informações mais amplas sobre o indivíduo, contextualizando-os; e) Seguir as 
orientações existentes sobre organizações dos laudos finais e, acima de tudo, garantir 
princípios éticos quanto ao sigilo e à proteção ao(s) indivíduo(s)avaliado(s) (apud 
PACHECO, 2005). 
 
7.6 Modo de Atuação do Aplicador 
 O aplicador ou examinador também deve ter cuidados com os itens seguintes: 
a) Não aceitar pressão quanto ao emprego de determinados instrumentos a fim de 
reduzir os custos para empresa ou escola, que interfiram na qualidade do trabalho 
(ALCHIERI & CRUZ, 2003); b) Fazer prevalecer o princípio da isonomia, que consiste 
em tratar a todos do mesmo modo (remarcar um teste para um candidato, por 
exemplo, é dar tratamento diferenciado, o que infringe este princípio legal); c) Não 
responder as questões dos examinandos com maiores detalhes do que os permitidos 
pelo manual (ALCHIERI & CRUZ, 2003). Ou seja, as dúvidas sobre todas as questões 
devem ser esclarecidas sem que o aplicador dê indicativo de resposta (este item é 
mais delicado quando se trata de criança ou pessoa com cuidados especiais); d) Usar 
um vocabulário apropriado (sem: gíria, jargão psicológico, palavras chulas ou 
rebuscadas); procurar ter equilíbrio emocional; e evitar interrupções durante a 
testagem; e) Evitar a familiarização do público com os conteúdos dos testes, o que 
perderia sua característica avaliativa; assegurar que os testes são utilizados por 
examinador qualificado; controlar a comercialização dos testes psicológicos; 
considerar as condições em que foram realizados os testes, quando for apurar e 
interpretar seus resultados; f) A aparência, nesse tipo de atividade, o aplicador não é 
livre para usar qualquer roupa, uma vez que esta variável interfere nos resultados. 
Recomendam-se roupas limpas e adequadas, ou seja, formais, discretas, nunca 
“chamativas” ou sensuais; e o uso moderado de perfume. Tem pessoas muito 
sensíveis à odores, que podem se sentir incomodadas ao lado ou na mesma sala com 
a fragrância muito forte de uma outra. Se for uma grávida o incômodo pode ser ainda 
mais acentuado. 
7.7 Controle dos Vieses do Aplicador 
A postura do aplicador pode afetar o processo. Pesquisas conclusivas dão 
conta de sua grande interferência nos resultados. O psicólogo é um ser humano com 
seus problemas, etc., como os demais, mas também é um técnico, e por isto mesmo 
deve estar consciente desta influência, para procurar minimizá-la. Espera-se que 
tenha adquirido habilidades próprias da profissão, das quais faça uso em situação de 
testagem, a exemplo, do autoconhecimento mais elaborado que lhe permita conhecer 
 
melhor as suas aptidões e limitações. Para ser psicólogo, Calligaris (2004) diz que 
não é necessário ser “normais” nem é preciso estarmos curados de nossas neuroses, 
mas seria bem-vindo que a gente não se tomasse pelo ouro do mundo (p.92). Ou seja, 
entre outros, a arrogância, parece mais comprometedora em quaisquer dos processos 
desse exercício profissional. 
7.8 Os Direitos dos Testandos 
No Brasil, a atuação do psicólogo na testagem é considerada uma atividade 
pericial. Por lei, os peritos devem prestar serviço de qualidade à sociedade, e esta 
qualidade pode ser cobrada judicialmente. Isto é, o psicólogo responde até 
criminalmente por sua conduta na área dos testes psicológicos. Os direitos do 
testando, de modo geral, são norteados pelos comitês de ética em Psicologia e pelas 
normas para Testagem Educacional e Psicológica da American Psychological 
Association (APA), nos seguintes aspectos: a) Consentimento dos testandos ou seus 
representantes legais, antes da realização da testagem. As exceções a esta regra 
são: Testagem por determinação legal (perícia) ou governamental (testagem 
nacional); Testagem como parte de atividades escolares regulares; Testagem de 
seleção, em que a participação implica consentimento; b) Testagem em escolares e 
aconselhamento, os sujeitos têm o direito a explicações em linguagem que eles 
compreendam sobre os resultados que os testes irão produzir e das recomendações 
que deles decorram; c) Testagem em escolas, clínicas, quando os escores são 
utilizados para tomar decisões que afetam os testandos, estes ou seus representantes 
legais têm o direito de conhecer seu escore e sua interpretação. 
 
 
Fonte: www.fiquebeminformado.com.br 
7.9 Sigilo e Divulgação dos Resultados 
O candidato (empresa), paciente (clínica), orientando (clínica e escola) que 
submetem aos testes tem o direito a toda e qualquer informação que desejar; O 
solicitante da testagem, dono da empresa, no caso da seleção ou juiz, no caso pericial 
(mas, as informações serão estritamente relacionadas ao motivo da solicitação). O 
sigilo e a segurança dos resultados dos testes devem seguir as normas seguintes: a) 
Os arquivos devem ser seguros, de modo que ninguém possa ter acesso a um dado 
sem a autorização do profissional responsável; b) O código de ética do psicólogo diz: 
É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da 
confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha 
acesso no exercício profissional (Art. 9º, 2005, p.13). 
8 PARÂMETROS PSICOMÉTRICOS 
Para Alchieri e Cruz (2003, p.59), os instrumentos psicométricos estão 
basicamente fundamentados em valores estatísticos que indicam sua sensibilidade 
(ou adaptabilidade do teste ao grupo examinado), sua precisão (fidedignidade nos 
valores quanto à confiabilidade e estabilidade dos resultados) e validade (segurança 
 
de que o teste mede o que se deseja medir), como será visto em alguns detalhes a 
seguir: 
Validade e Precisão: A avaliação objetiva dos testes psicológicos inclui, em 
geral, a determinação da sua validade e da sua precisão em situações específicas. 
Segundo Pasquali (2001), costuma-se definir a validade de um teste dizendo que ele 
é válido se de fato mede o que supostamente deve medir (p.112). A validade é a 
questão mais importante a ser proposta com relação a qualquer teste psicológico, uma 
vez que, apresenta uma verificação direta do teste satisfazer sua função. 
Pasquali (2001) considera que o conceito de precisão ou fidedignidade se 
refere ao quanto o escore obtido no teste se aproxima do escore verdadeiro do sujeito 
num traço qualquer. O termo precisão, quando usado em psicometria, sempre 
significa estabilidade ou consistência. Precisão do teste é a consistência dos 
resultados obtidos pelo mesmo indivíduo, quando retestado com o mesmo teste, ou 
com uma forma equivalente. Antes de um teste psicológico ser apresentado para o 
uso geral, é preciso realizar uma verificação completa e objetiva de sua precisão. 
Padronização da Administração do Teste (Normas): Num sentido geral, a 
padronização se refere à necessária uniformidade em todos os procedimentos no uso 
de um teste válido e preciso. Desde as precauções a serem tomadas na aplicação até 
os parâmetros ou critérios para interpretar os resultados obtidos (PASQUALI, 2001). 
O teste psicológico foi descrito, na definição inicial, como uma medida padronizada. A 
padronização implica em uniformidade do processo de avaliação do teste. Se vamos 
comparar os resultados obtidos por diferentes indivíduos, as condições de aplicação 
devem ser, evidentemente, iguais para todos. Padronização = uniformidade na 
aplicação dos testes, e Normatização = uniformidade na interpretação dos escores 
dos testes. 
9 ÁREAS DE ATUAÇÃO DO (A) PSICÓLOGO (A) 
Resolução nº 13 / 2007 - Revoga as Resoluções CFP nº 14/2000, 02/2001, 
03/2002, 05/2003, 02/2004, 033/2005, 04/2005, 08/2005, 13/2005, 14/2005. Institui a 
Consolidação das Resoluções relativas ao Título Profissional de Especialista em 
Psicologia e dispõe sobre normas e procedimentos para seu registro. 
 
http://www.pol.org.br/pol/export/sites/default/pol/legislacao/legislacaoDocumen
tos/resolucao2007_13.doc 
A Comissão Permanente de Orientação e Fiscalização (COF), ressalta as 
seguintes informações a respeito do exercício profissional do(a) psicólogo(a) nas 
diversas áreas de atuação da psicologia: 
1. A formação do psicólogo o habilita a atuar em qualquer uma das áreas dapsicologia, descritas na Resolução CFP 13/2007, sendo elas: Psicologia 
Escolar/Educacional; Psicologia Organizacional e do Trabalho; Psicologia de Trânsito; 
Psicologia Jurídica; Psicologia do Esporte; Psicologia Clínica; Psicologia Hospitalar; 
Psicopedagogia; Psicomotricidade; Psicologia Social; Neuropsicologia. 
2. Sendo assim, segue abaixo a descrição destas áreas de atuação da 
psicologia, conforme o anexo II da Resolução CFP 03/2007: 
2.1. Psicólogo especialista em Psicologia Escolar/Educacional 
Atua no âmbito da educação formal realizando pesquisas, diagnóstico e 
intervenção preventiva ou corretiva em grupo e individualmente. Envolve, em sua 
análise e intervenção, todos os segmentos do sistema educacional que participam do 
processo de ensino- aprendizagem. Nessa tarefa, considera as características do 
corpo docente, do currículo, das normas da instituição, do material didático, do corpo 
discente e demais elementos do sistema. Em conjunto com a equipe, colabora com o 
corpo docente e técnico na elaboração, implantação, avaliação e reformulação de 
currículos, de projetos pedagógicos, de políticas educacionais e no desenvolvimento 
de novos procedimentos educacionais. No âmbito administrativo, contribui na análise 
e intervenção no clima educacional, buscando melhor funcionamento do sistema que 
resultará na realização dos objetivos educacionais. Participa de programas de 
orientação profissional com a finalidade de contribuir no processo de escolha da 
profissão e em questões referentes à adaptação do indivíduo ao trabalho. Analisa as 
características do indivíduo portador de necessidades especiais para orientar a 
aplicação de programas especiais de ensino. Realiza seu trabalho em equipe 
interdisciplinar, integrando seus conhecimentos àqueles dos demais profissionais da 
educação. Para isso realiza tarefas como, por exemplo: a) aplicar conhecimentos 
psicológicos na escola, concernentes ao processo ensino-aprendizagem, em análises 
e intervenções psicopedagógicas; referentes ao desenvolvimento humano, às 
relações interpessoais e à integração família-comunidade-escola, para promover o 
desenvolvimento integral do ser; b) analisar as relações entre os diversos segmentos 
 
do sistema de ensino e sua repercussão no processo de ensino para auxiliar na 
elaboração de procedimentos educacionais capazes de atender às necessidades 
individuais; c) prestar serviços diretos e indiretos aos agentes educacionais, como 
profissional autônomo, orientando programas de apoio administrativo e educacional; 
d) desenvolver estudos e analisar as relações homem-ambiente físico, material, social 
e cultural quanto ao processo ensino-aprendizagem e produtividade educacional; e) 
desenvolver programas visando a qualidade de vida e cuidados indispensáveis às 
atividades acadêmicas; f) implementar programas para desenvolver habilidades 
básicas para aquisição de conhecimento e o desenvolvimento humano; g) validar e 
utilizar instrumentos e testes psicológicos adequados e fidedignos para fornecer 
subsídios para o replanejamento e formulação do plano escolar, ajustes e orientações 
à equipe escolar e avaliação da eficiência dos programas educacionais; h) pesquisar 
dados sobre a realidade da escola em seus múltiplos aspectos, visando desenvolver 
o conhecimento científico. 
 
Fonte:www.apadapiaui.org.br 
2.2. Psicólogo especialista em Psicologia Organizacional e do Trabalho 
Atua em atividades relacionadas a análise e desenvolvimento organizacional, 
ação humana nas organizações, desenvolvimento de equipes, consultoria 
organizacional, seleção, acompanhamento e desenvolvimento de pessoal, estudo e 
planejamento de condições de trabalho, estudo e intervenção dirigidos à saúde do 
trabalhador. Desenvolve, analisa, diagnostica e orienta casos na área da saúde do 
 
trabalhador, observando níveis de prevenção, reabilitação e promoção de saúde. 
Participa de programas e/ou atividades na área da saúde e segurança de trabalho, 
subsidiando os quanto a aspectos psicossociais para proporcionar melhores 
condições ao trabalhador. Atua como consultor interno/externo, participando do 
desenvolvimento das organizações sociais, para facilitar processos de grupo e de 
intervenção psicossocial nos diferentes níveis hierárquicos de organizações. Planeja 
e desenvolve ações destinadas a equacionar as relações de trabalho, o sentido de 
maior produtividade e da realização pessoal dos indivíduos e grupos inseridos nas 
organizações, estimulando a criatividade, para buscar melhor qualidade de vida no 
trabalho. Participa do processo de desligamento de funcionários de organizações, em 
processos de demissões e na preparação para aposentadorias, a fim de colaborar 
com os indivíduos na elaboração de novos projetos de vida. Elabora, executa e avalia, 
em equipe multiprofissional, programas de desenvolvimento de recursos humanos. 
Participa dos serviços técnicos da empresa, colaborando em projetos de construção 
e adaptação dos instrumentos e equipamentos de trabalho ao homem, bem como de 
outras iniciativas relacionadas a ergonomia. Realiza pesquisas e ações relacionadas 
à saúde do trabalhador e suas condições de trabalho. Participa da elaboração, 
implementação e acompanhamento das políticas de recursos humanos. Elaborar 
programas de melhoria de desempenho, aproveitando o potencial e considerando os 
aspectos motivacionais relacionados ao trabalho. Atua na relação capital/trabalho no 
sentido de equacionar e dar encaminhamento a conflitos organizacionais. 
Desempenha atividades relacionadas ao recrutamento, seleção, orientação e 
treinamento, análise de ocupações e profissiográficas e no acompanhamento de 
avaliação de desempenho de pessoal, atuando em equipes multiprofissionais. Utiliza 
métodos e técnicas da psicologia aplicada ao trabalho, como entrevistas, testes, 
provas, dinâmicas de grupo, etc. para subsidiar as decisões na área de recursos 
humanos como: promoção, movimentação de pessoal, incentivo, remuneração de 
carreira, capacitação e integração funcional e promover, em consequência, a auto-
realização no trabalho. 
2.3. Psicólogo especialista em Psicologia de Trânsito 
Procede ao estudo no campo dos processos psicológicos, psicossociais e 
psicofísicos relacionados aos problemas de trânsito; realiza diagnóstico da estrutura 
dinâmica dos indivíduos e grupos nos aspectos afetivos, cognitivos e 
comportamentais; colabora na elaboração e implantação de ações de engenharia e 
 
operação de tráfego; desenvolve ações sócio-educativas com pedestres, ciclistas, 
condutores infratores e outros usuários da via; desenvolve ações educativas com: 
diretores e instrutores dos Centros de Formação de Condutores, examinadores de 
trânsito e professores dos diferentes níveis de ensino; realiza pesquisas científicas no 
campo dos processos psicológicos, psicossociais e psicofísicos, para elaboração e 
implantação de programas de saúde, educação e segurança do trânsito; realiza 
avaliação psicológica em condutores e candidatos à carteira de habilitação; participa 
de equipes multiprofissionais no planejamento e realização das políticas de segurança 
para o trânsito; analisa os acidentes de trânsito, considerando os diferentes fatores 
envolvidos para sugerir formas de evitar e/ou atenuar as suas incidências; elabora 
laudos, pareceres psicológicos, relatórios técnicos e científicos; desenvolve estudos 
sobre o fator humano para favorecer a elaboração e aplicação de medidas de 
segurança; elabora e aplica técnicas de mensuração das aptidões, habilidades e 
capacidades psicológicas dos condutores e candidatos à habilitação, atuando em 
equipes multiprofissionais, para aplicar os métodos psicotécnicos de diagnóstico; 
dialoga com os profissionais da área médica e da educação (instrutores 
/professores/examinadores) por meio de estudos de caso de candidatos à Carteira 
Nacional de Habilitação; desenvolve estudos de campo e emlaboratório, do 
comportamento individual e coletivo em diferentes situações no trânsito para sugerir 
medidas preventivas; estuda os efeitos psicológicos do uso de drogas e outras 
substâncias químicas na situação de trânsito; presta assessoria e consultoria a órgãos 
públicos e privados nas questões relacionadas ao trânsito e transporte; e atua como 
perito em exames de habilitação, reabilitação ou readaptação profissional. 
2.4. Psicólogo especialista em Psicologia Jurídica 
Atua no âmbito da Justiça, colaborando no planejamento e execução de 
políticas de cidadania, direitos humanos e prevenção da violência, centrando sua 
atuação na orientação do dado psicológico repassado não só para os juristas como 
também aos indivíduos que carecem de tal intervenção, para possibilitar a avaliação 
das características de personalidade e fornecer subsídios ao processo judicial, além 
de contribuir para a formulação, revisão e interpretação das leis: Avalia as condições 
intelectuais e emocionais de crianças, adolescentes e adultos em conexão com 
processos jurídicos, seja por deficiência mental e insanidade, testamentos 
contestados, aceitação em lares adotivos, posse e guarda de crianças, aplicando 
métodos e técnicas psicológicas e/ou de psicometria, para determinar a 
 
responsabilidade legal por atos criminosos; atua como perito judicial nas varas cíveis, 
criminais, Justiça do Trabalho, da família, da criança e do adolescente, elaborando 
laudos, pareceres e perícias, para serem anexados aos processos, a fim de realizar 
atendimento e orientação a crianças, adolescentes, detentos e seus familiares ; 
orienta a administração e os colegiados do sistema penitenciário sob o ponto de vista 
psicológico, usando métodos e técnicas adequados, para estabelecer tarefas 
educativas e profissionais que os internos possam exercer nos estabelecimentos 
penais; realiza atendimento psicológico a indivíduos que buscam a Vara de Família, 
fazendo diagnósticos e usando terapêuticas próprias, para organizar e resolver 
questões levantadas; participa de audiência, prestando informações, para esclarecer 
aspectos técnicos em psicologia a leigos ou leitores do trabalho pericial psicológico; 
atua em pesquisas e programas sócio-educativos e de prevenção à violência, 
construindo ou adaptando instrumentos de investigação psicológica, para atender às 
necessidades de crianças e adolescentes em situação de risco, abandonados ou 
infratores; elabora petições sempre que solicitar alguma providência ou haja 
necessidade de comunicar se com o juiz durante a execução de perícias, para serem 
juntadas aos processos; realiza avaliação das características das personalidade, 
através de triagem psicológica, avaliação de periculosidade e outros exames 
psicológicos no sistema penitenciário, para os casos de pedidos de benefícios, tais 
como transferência para estabelecimento semi aberto, livramento condicional e/ou 
outros semelhantes. Assessora a administração penal na formulação de políticas 
penais e no treinamento de pessoal para aplica-las. Realiza pesquisa visando à 
construção e ampliação do conhecimento psicológico aplicado ao campo do direito. 
Realiza orientação psicológica a casais antes da entrada nupcial da petição, assim 
como das audiências de conciliação. Realiza atendimento a crianças envolvidas em 
situações que chegam às instituições de direito, visando à preservação de sua saúde 
mental. Auxilia juizados na avaliação e assistência psicológica de menores e seus 
familiares, bem como assessorá-los no encaminhamento a terapia psicológicas 
quando necessário. Presta atendimento e orientação a detentos e seus familiares 
visando à preservação da saúde. Acompanha detentos em liberdade condicional, na 
internação em hospital penitenciário, bem como atuar no apoio psicológico à sua 
família. Desenvolve estudos e pesquisas na área criminal, constituindo ou adaptando 
o instrumentos de investigação psicológica. 
 
 
Fonte: psicoativo.com 
2.5. Psicólogo especialista em Psicologia do Esporte 
A atuação do psicólogo do esporte está voltada tanto para o esporte de alto 
rendimento, ajudando atletas, técnicos e comissões técnicas a fazerem uso de 
princípios psicológicos para alcançar um nível ótimo de saúde mental, maximizar 
rendimento e otimizar a performance, quanto para a identificação de princípios e 
padrões de comportamentos de adultos e crianças participantes de atividades físicas. 
Estuda, identifica e compreende teorias e técnicas psicológicas que podem ser 
aplicadas ao contexto do esporte e do exercício físico, tanto em nível individual – o 
atleta ou indivíduo praticante – como grupal – equipes esportivas ou de praticantes de 
atividade física. Sua atuação é tanto diagnóstica, desenvolvendo e aplicando 
instrumentos para determinação de perfil individual e coletivo, capacidade motora e 
cognitiva voltada para a prática esportiva, quanto interventiva atuando diretamente na 
transformação de padrões de comportamento que interferem na prática da atividade 
física regular e/ou competitiva. Realiza estudos e pesquisas individualmente ou em 
equipe multidisciplinar, observando o contexto da atividade esportiva competitiva e 
não competitiva, a fim de conhecer elementos do comportamento do atleta, comissão 
técnica, dirigentes e torcidas; realiza atendimentos individuais ou em grupo, 
empregando técnicas psicoterápicas adequadas à situação, com o intuito de preparar 
o desempenho da atividade do ponto de vista psicológico; elabora e participa de 
programas e estudos de atividades esportivas educacionais, de lazer e de reabilitação, 
 
orientando a efetivação do esporte não competitivo de caráter profilático e 
recreacional, para conseguir o bem-estar e qualidade de vida dos indivíduos; 
desenvolve ações para a melhoria planejada e sistemática das capacidades psíquicas 
individuais voltadas para otimizar o rendimento de atletas de alto rendimento bem 
como de comissões técnicas e dirigentes; participa, em equipe multidisciplinar, da 
preparação de estratégias de trabalho objetivando o aperfeiçoamento e ajustamento 
do praticante aos objetivos propostos, procedendo ao exame de suas características 
psicológicas; participa, juntamente com a equipe multidisciplinar, da observação e 
acompanhamento de atletas e equipes esportivas, visando o estudo das variáveis 
psicológicas que interferem no desempenho de suas atividades específicas como 
treinos e competições. Orienta pais ou responsáveis nas questões que se referem a 
escolha da modalidade esportiva e a consequente participação em treinos e 
competições, bem como o desenvolvimento de uma carreira profissional, e as 
implicações dessa escolha no ciclo de desenvolvimento da criança. Colabora para a 
compreensão e transformação das relações de educadores e técnicos com os alunos 
e atletas no processo de ensino e aprendizagem, e nas relações inter e intrapessoais 
que ocorrem nos ambientes esportivos. Colabora para a adesão e participação aos 
programas de atividades físicas da população em geral ou portadora de necessidades 
especiais. 
2.6. Psicólogo especialista em Psicologia Clínica 
Atua na área específica da saúde, em diferentes contextos, através de 
intervenções que visam reduzir o sofrimento do homem, levando em conta a 
complexidade do humano e sua subjetividade. Estas intervenções tanto podem 
ocorrer a nível individual, grupal, social ou institucional e implicam em uma variada 
gama de dispositivos clínicos já consagrados ou a serem desenvolvidos, tanto em 
perspectiva preventiva, como de diagnóstico ou curativa. Sua atuação busca contribuir 
para a promoção de mudanças e transformações visando o benefício de sujeitos, 
grupos, situações, bem como a prevenção de dificuldades. Atua no estudo, 
diagnóstico e prognóstico em situações de crise, em problemas do desenvolvimento 
ou em quadros psicopatológicos, utilizando, para tal, procedimentos de diagnósticopsicológico tais como: entrevista, utilização de técnicas de avaliação psicológica e 
outros. Desenvolve trabalho de orientação, contribuindo para reflexão sobre formas 
de enfrentamento das questões em jogo. Desenvolve atendimentos terapêuticos, em 
diversas modalidades, tais como psicoterapia individual, de casal, familiar ou em 
 
grupo, psicoterapia lúdica, terapia psicomotora, arteterapia, orientação de pais e 
outros. Atua junto a equipes multiprofissionais, identificando, compreendendo e 
atuando sobre fatores emocionais que intervêm na saúde geral do indivíduo, 
especialmente em unidades básicas de saúde, ambulatórios e hospitais. Atua em 
contextos hospitalares, na preparação de pacientes para a entrada, permanência e 
alta hospitalar, inclusive pacientes terminais, participando de decisões com relação à 
conduta a ser adotada pela equipe, para oferecer maior apoio, equilíbrio e proteção 
aos pacientes e seus familiares. Participa de instituições específicas de saúde mental, 
como hospitais-dia, unidades psiquiátricas e outros, podendo intervir em quadros 
psicopatológicos, tanto individual como grupalmente, auxiliando no diagnóstico e no 
esquema terapêutico proposto em equipe. Atende a gestante, no acompanhamento 
ao processo de gravidez, parto e puerpério, contribuindo para que a mesma possa 
integrar suas vivências emocionais e corporais. Atua junto aos indivíduos ou grupos 
na prevenção, orientação e tratamento de questões relacionadas a fases de 
desenvolvimento, tais como adolescência, envelhecimento e outros. Participa de 
programas de atenção primária e centros e postos de saúde na comunidade, 
organizando grupos específicos na prevenção de doenças ou no desenvolvimento de 
formas de lidar com problemas específicos já instalados, procurando evitar seu 
agravamento em contribuir ao bem estar psicológico. Acompanha programas de 
pesquisa, treinamento e desenvolvimento de políticas de saúde mental, participando 
de sua elaboração, coordenação, implementação e supervisão, para garantir a 
qualidade da atenção à saúde mental em nível de macro e microsistema. 
2.7. Psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar 
Atua em instituições de saúde, participando da prestação de serviços de nível 
secundário ou terciário da atenção a saúde. Atua também em instituições de ensino 
superior e/ou centros de estudo e de pesquisa, visando o aperfeiçoamento ou a 
especialização de profissionais em sua área de competência, ou a complementação 
da formação de outros profissionais de saúde de nível médio ou superior, incluindo 
pós-graduação lato e stricto sensu. Atende a pacientes, familiares e/ou responsáveis 
pelo paciente; membros da comunidade dentro de sua área de atuação; membros da 
equipe multiprofissional e eventualmente administrativa, visando o bem estar físico e 
emocional do paciente; e, alunos e pesquisadores, quando estes estejam atuando em 
pesquisa e assistência. Oferece e desenvolve atividades em diferentes níveis de 
tratamento, tendo como sua principal tarefa a avaliação e acompanhamento de 
 
intercorrências psíquicas dos pacientes que estão ou serão submetidos a 
procedimentos médicos, visando basicamente a promoção e/ou a recuperação da 
saúde física e mental. Promove intervenções direcionadas à relação médico/paciente, 
paciente/família, e paciente/paciente e do paciente em relação ao processo do 
adoecer, hospitalização e repercussões emocionais que emergem neste processo. O 
acompanhamento pode ser dirigido a pacientes em atendimento clínico ou cirúrgico, 
nas diferentes especialidades médicas. Podem ser desenvolvidas diferentes 
modalidades de intervenção, dependendo da demanda e da formação do profissional 
específico; dentre elas ressaltam-se: atendimento psicoterapêutico; grupos 
psicoterapêuticos; grupos de psicoprofilaxia; atendimentos em ambulatório e Unidade 
de Terapia Intensiva; pronto atendimento; enfermarias em geral; psicomotricidade no 
contexto hospitalar; avaliação diagnóstica; psicodiagnóstico; consultoria e 
interconsultoria. No trabalho com a equipe multidisciplinar, preferencialmente 
interdisciplinar, participa de decisões em relação à conduta a ser adotada pela equipe, 
objetivando promover apoio e segurança ao paciente e família, aportando informações 
pertinentes à sua área de atuação, bem como na forma de grupo de reflexão, no qual 
o suporte e manejo estão voltados para possíveis dificuldades operacionais e/ou 
subjetivas dos membros da equipe. 
 
2.8. Psicólogo especialista em Psicopedagogia 
 
Fonte: www.123rf.com 
 
Atua na investigação e intervenção nos processos de aprendizagem de 
habilidades e conteúdos acadêmicos. Busca a compreensão dos processos 
cognitivos, emocionais e motivacionais, integrados e contextualizados na dimensão 
social e cultural onde ocorrem. Trabalha para articular o significado dos conteúdos 
veiculados no processo de ensino, com o sujeito que aprende na sua singularidade e 
na sua inserção no mundo cultural e social concreto. Na relação com o aluno, o 
profissional estabelece uma investigação que permite levantar uma série de hipóteses 
indicadoras das estratégias capazes de criar a intervenção que facilite uma vinculação 
satisfatória ou mais adequada para a aprendizagem. Ao lado desse aspecto, o 
profissional também trabalha a postura, a disponibilidade e a relação com a 
aprendizagem, afim de que o aluno torne-se o agente de seu processo, aproprie-se 
do seu saber, alcançando autonomia e independência para construir seu 
conhecimento e exercitar-se na tarefa de uma correta autovalorização. Na escola, o 
profissional trabalha contribuindo com uma visão mais integrada da aprendizagem, 
possibilitando a recondução e integração do aluno na dinâmica escolar facilitadora de 
seu desenvolvimento. Contribui na detecção de problemas de aprendizagem do aluno, 
atendendo-o em suas necessidades e permitindo sua permanência no ensino regular. 
Nesse sentido sua intervenção possibilita a redução significativa dos índices de 
fracasso escolar. Atua utilizando instrumental especializado, sistema específico de 
avaliação e estratégias, capazes de atender o aluno e sua individualidade, auxiliando 
em sua produção escolar e para além dela, colocando-os em contato com suas 
reações, diante da tarefa e dos vínculos com o objeto do conhecimento. Dessa forma, 
resgata, positivamente, o ato de aprender. O psicólogo especialista em 
psicopedagogia, nesse processo, promove: o levantamento, a compreensão e análise 
das práticas escolares e suas relações com a aprendizagem; o apoio psicopedagógico 
a todos os trabalhos realizados no espaço da escola; a ressignificação da unidade 
ensino/aprendizagem, a partir das relações que o sujeito estabelece entre o objeto de 
conhecimento e suas possibilidades de conhecer, observar e refletir, a partir das 
informações que já possui; a prevenção de fracassos na aprendizagem e a melhoria 
da qualidade do desempenho escolar. Esse trabalho pode ser desenvolvido em 
diferentes níveis, propiciando aos educadores conhecimentos para: a reconstrução de 
seus próprios modelos de aprendizagem, de modo que, ao se perceberem também 
como aprendizes, revejam seus modelos de ensinantes; a identificação das diferentes 
etapas do desenvolvimento evolutivo dos alunos e compreensão de sua relação com 
 
a aprendizagem; o diagnóstico do que é possível ser melhorado no próprio ambiente 
escolar e do que precisa ser encaminhado para profissionais fora da escola; a 
percepção de como se processou a evolução dos conhecimentos na história da 
humanidade, para compreender melhor o processo de construção de conhecimentos 
dos alunos; as intervenções para a melhoria da qualidade do ambiente escolar; a 
compreensão da competência técnica e do compromisso político presentes em todas 
as dimensões do sujeito. A partir da eficiência constatada na prática profissional, o 
psicólogo estrutura um corpo de conhecimentos e um vastocampo de interligação e 
produção de conhecimento sobre os fenômenos envolvidos no processo de 
aprendizagem humana. 
2.9. Psicólogo especialista em Psicomotricidade 
Atua nas áreas de Educação, Reeducação e Terapia Psicomotora, utilizando-
se de recursos para o desenvolvimento, prevenção e reabilitação do ser humano. 
Participa de planejamento, elaboração, programação, implementação, direção, 
coordenação, análise, organização, supervisão, avaliação de atividades clínicas e 
parecer psicomotor em clínicas de reabilitação, nos serviços de assistência escolar, 
escolas especiais, hospitais associações e cooperativas; presta auditoria, consultoria, 
assessoria; dá assistência e tratamento especializado, visando a preparação para 
atividades esportivas, escolares e clínicas. Elabora informes técnico-científicos, 
gerenciamento de projetos de desenvolvimento de produtos e serviços, assistência e 
educação psicomotora a indivíduos ou coletividades, em instituições públicas ou 
privadas, estudos e pesquisas mercadológicas, estudos, trabalhos e pesquisas 
experimentais e dá parecer técnico-científico, desde que relacionadas com as áreas 
de clínica, educação e saúde em psicomotricidade. Por meio da participação em 
equipes multidisciplinares, criadas por entidades públicas ou privadas, planeja, 
coordena, supervisiona, implementa, executa e avalia programas, cursos nos diversos 
níveis, pesquisas ou eventos de qualquer natureza, direta ou indiretamente 
relacionadas com atividades psicomotoras, que envolvam os aspectos psíquicos, 
afetivos, relacionais, cognitivos, mentais, junto a atividade corporal. Atua em projetos 
pedagógicos das escolas, concentrando sua ação na orientação dos profissionais da 
instituição, mostrando a importância dos aspectos do desenvolvimento psicomotor na 
evolução do desenvolvimento infantil. Atua no campo profilático (educativo e 
preventivo) nas creches, escolas, escolas especiais e vem possibilitar ao sujeito um 
desenvolvimento integrado às interfaces dos aspectos afetivo, cognitivo e social, pela 
 
via da ação e da atividade lúdica, que constituem os alicerces do acesso ao 
pensamento. Este processo pode se dar individualmente ou em grupo através das 
técnicas psicomotoras. Atua junto à crianças em fase de desenvolvimento: bebês de 
alto risco, crianças com dificuldades/atrasos no desenvolvimento global; crianças 
portadoras de necessidades especiais (deficiências sensoriais, preceptivas, motoras, 
mentais e relacionais) em consequência de lesões. Atua junto à adultos portadores de 
deficiências sensoriais, perceptivas, motoras, mentais e relacionais. Atua junto à 
família na orientação de atividades para estimular o desenvolvimento neuropsicomotor 
do paciente e na verificação das dificuldades que possam estar surgindo durante o 
processo terapêutico, utilizando-se de técnicas especificas da psicomotricidade. Atua 
no atendimento à 3º idade. Atua junto a escolas e empresas, no diagnóstico das 
situações-problema vivenciadas na organização, objetivando a conscientização da 
importância do relacionamento humano, através de técnicas psicomotoras que 
buscam o respeito do limite, da autonomia e do ritmo de cada indivíduo. 
2.10. Psicólogo especialista em Psicologia Social 
Atua fundamentado na compreensão da dimensão subjetiva dos fenômenos 
sociais e coletivos, sob diferentes enfoques teóricos e metodológicos, com o objetivo 
de problematizar e propor ações no âmbito social. O psicólogo, nesse campo, 
desenvolve atividades em diferentes espaços institucionais e comunitários, no âmbito 
da Saúde, Educação, trabalho, lazer, meio ambiente, comunicação social, justiça, 
segurança e assistência social. Seu trabalho envolve proposições de políticas e ações 
relacionadas à comunidade em geral e aos movimentos sociais de grupos e ações 
relacionadas à comunidade em geral e aos movimentos sociais de grupos étnico-
raciais, religiosos, de gênero, geracionais, de orientação sexual, de classes sociais e 
de outros segmentos socioculturais, com vistas à realização de projetos da área social 
e/ou definição de políticas públicas. Realiza estudo, pesquisa e supervisão sobre 
temas pertinentes à relação do indivíduo com a sociedade, com o intuito de promover 
a problematização e a construção de proposições que qualifiquem o trabalho e a 
formação no campo da Psicologia Social. 
2.11. Psicólogo especialista em Neuropsicologia 
Atua no diagnóstico, no acompanhamento, no tratamento e na pesquisa da 
cognição, das emoções, da personalidade e do comportamento sob o enfoque da 
relação entre estes aspectos e o funcionamento cerebral. Utiliza-se para isso de 
conhecimentos teóricos angariados pelas neurociências e pela prática clínica, com 
 
metodologia estabelecida experimental ou clinicamente. Utiliza instrumentos 
especificamente padronizados para avaliação das funções neuropsicológicas 
envolvendo principalmente habilidades de atenção, percepção, linguagem, raciocínio, 
abstração, memória, aprendizagem, habilidades acadêmicas, processamento da 
informação, visuoconstrução, afeto, funções motoras e executivas. Estabelece 
parâmetros para emissão de laudos com fins clínicos, jurídicos ou de perícia; 
complementa o diagnóstico na área do desenvolvimento e aprendizagem. O objetivo 
teórico da neuropsicologia e da reabilitação Neuropsicológica é ampliar os modelos já 
conhecidos e criar novas hipóteses sobre as interações cérebro-comportamentais. 
Trabalha com indivíduos portadores ou não de transtornos e sequelas que envolvem 
o cérebro e a cognição, utilizando modelos de pesquisa clínica e experimental, tanto 
no âmbito do funcionamento normal ou patológico da cognição, como também 
estudando-a em interação com outras áreas das neurociências, da medicina e da 
saúde. Os objetivos práticos são levantar dados clínicos que permitam diagnosticar e 
estabelecer tipos de intervenção, de reabilitação particular e específica para 
indivíduos e grupos de pacientes em condições nas quais: a) ocorreram prejuízos ou 
modificações cognitivas ou comportamentais devido a eventos que atingiram primária 
ou secundariamente o sistema nervoso central; b) o potencial adaptativo não é 
suficiente para o manejo da vida prática, acadêmica, profissional, familiar ou social; 
ou c) foram geradas ou associadas a problemas bioquímicos ou elétricos do cérebro, 
decorrendo disto modificações ou prejuízos cognitivos, comportamentais ou afetivos. 
Além do diagnóstico, a Neuropsicologia e sua área interligada de Reabilitação 
Neuropsicológica visam realizar as intervenções necessárias junto ao paciente, para 
que possam melhorar, compensar, contornar ou adaptar-se às dificuldades; junto aos 
familiares, para que atuem como co-participantes do processo reabilitativo; junto a 
equipes multiprofissionais e instituições acadêmicas e profissionais, promovendo a 
cooperação na inserção ou re-inserção de tais indivíduos na comunidade quando 
possível, ou ainda, na adaptação individual e familiar quando as mudanças nas 
capacidades do paciente forem mais permanentes ou a longo prazo. Ainda no plano 
prático, fornece dados objetivos e formula hipóteses sobre o funcionamento cognitivo, 
atuando como auxiliar na tomada de decisões de profissionais de outras áreas, 
fornecendo dados que contribuam para as escolhas de tratamento medicamentoso e 
cirúrgico, excetuando-se as psicocirurgias, assim como em processos jurídicos nos 
quais estejam em questão o desempenho intelectual de indivíduos, a capacidade de 
 
julgamento e de memória. Na interface entre o trabalho teórico e prático, seja no 
diagnóstico ou na reabilitação, também desenvolve e cria materiais e instrumentos, 
tais como testes, jogos, livros e programas de computador que auxiliem na avaliação 
e reabilitação dos pacientes. Desenvolve atividades em diferentes espaços: a) 
instituições acadêmicas, realizando pesquisa, ensino e supervisão; b) instituições 
hospitalares,forenses, clínicas, consultórios privados e atendimentos domiciliares, 
realizando diagnóstico, reabilitação, orientação à família e trabalho em equipe 
multidisciplinar. 
 
 
Fonte: www.juizdeforaonline.wordpress.com 
3. Aliado a isso, o CATÁLAGO BRASILEIRO DE OCUPAÇÕES DO 
MINISTÉRIO DO TRABALHO – CBO, também descreve as atribuições profissionais 
do Psicólogo no Brasil, as quais ocorrem nas seguintes áreas: 0-74.15: Psicólogo do 
Trabalho; 0-74.25: Psicólogo educacional; 0-74.35: Psicólogo clínico; 0-74.45: 
Psicólogo de trânsito; 0-74.50: Psicólogo jurídico; 0-74.55: Psicólogo de esporte; 0-
74.60: Psicólogo social; 0-74.90: Outros psicólogos. 
http://www.pol.org.br/pol/export/sites/default/pol/legislacao/legislacaoDocumen
tos/atr_prof_psicologo_cbo.pdf 
 
9.1 Diante das informações apresentadas, fazemos os seguintes 
apontamentos: 
Verifica-se que o(a) psicólogo(a) pode trabalhar nas diversas áreas de atuação 
existentes da psicologia. Contudo, cada área de atuação do psicólogo possui sua 
especificidade de acordo com o local em que o(a) mesmo(a) exerce sua profissão, ou 
seja, existe uma descrição de atividades específica para o(a) psicólogo(a) que 
trabalha em uma escola, ou em uma empresa, ou no consultório clínico, ou na 
assistência social, etc. 
A esse respeito, muitas vezes o CRP-09 é solicitado a esclarecer a seguinte 
dúvida: é viável/permitido o atendimento psicoterapêutico dentro de uma empresa? 
Do ponto de vista técnico, conforme descreve o CBO, a Resolução CFP n.º 13/2007 
e as escolas teóricas que fundamentam a psicologia, a prática da psicologia clínica e 
da psicologia organizacional e do trabalho são áreas de atuação distintas, com forma 
de atuação específica. 
Faz-se necessário ressaltar que a Formação de Psicólogo nas Entidades de 
Ensino Superior garante a atuação em qualquer área da psicologia. Sendo assim, no 
caso específico de trabalho realizado numa empresa, o que delimita a área de atuação 
deste profissional, é o contrato de trabalho. Se o contrato especifica a função do 
psicólogo como clínica ou organizacional, será este contrato que determinará a forma 
de atuação do profissional. Portanto, cabe ao psicólogo analisar o cargo para qual 
está sendo contratado e pontuar as questões que julgar necessárias para a 
adequação das atividades descritas à legislação pertinente que regulamenta a 
profissão de Psicólogo. No tocante a este tema, ressaltamos o seguinte artigo do 
Código de Ética Profissional – CEPP (Resolução CFP n.º 10/2005): 
Art. 3º – O psicólogo, para ingressar, associar-se ou permanecer em uma 
organização, considerará a missão, a filosofia, as políticas, as normas e as práticas 
nela vigentes e sua compatibilidade com os princípios e regras deste Código. 
Parágrafo único: Existindo incompatibilidade, cabe ao psicólogo recusar-se a 
prestar serviços e, se pertinente, apresentar denúncia ao órgão competente. 
 
10 A AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DA PERSONALIDADE 
A personalidade tem sido definida como o conjunto de características 
desenvolvidas na pessoa, que permitem sua diferenciação individual, específica e 
original. Traduz-se em forma de reação, de natureza inter e intrapessoal. Segundo 
Mira y López, a personalidade consiste na síntese de todas as funções psíquicas. 
Há duas orientações teóricas concernentes ao estudo da personalidade: a 
teoria dos traços e a teoria dos tipos de personalidade. Nos parágrafos que se seguem 
examinaremos a~ duas diretrizes. 
10.1 TEORIA DOS TRAÇOS DA PERSONALIDADE 
Baseia-se no conceito de que a personalidade é constituída de uma 
constelação de traços psicológicos. Entre outros, defendem essa teoria, Allport, 
Cattell, Stern, Kurt Lewin. Os traços psicológicos têm sido definidos como hábitos 
generalizados, atitudes ou tendências diretivas que caracterizam o comportamento 
humano, frente às situações. 
Os psicólogos têm encontrado dificuldade em estabelecer uma nomenclatura 
uniforme para os traços de personalidade - muitas vezes o mesmo traço é designado 
por nomes diferentes. Cerca de 18 mil traços têm sido mencionados e classificados 
pelos vários autores. 
Kurt Lewin chamou a atenção para o fato de que os mesmos traços, em 
pessoas diferentes, podem significar características diversas. Assim uma mesma 
conduta externa poderá ter diferentes causas determinantes. Denominava, esse autor, 
a conduta externa de fenótipo, sendo a causa determinante o genótipo. 
As pesquisas realizadas nesse setor têm demonstrado existir traços 
psicológicos comuns, através dos quais as pessoas podem ser comparadas. Há 
também evidências científicas quanto à consistência do comportamento do indivíduo. 
As aparentes inconsistências podem ser causadas pelo desconhecimento do 
traço básico - genótipo. Assim, uma pessoa que se apresenta sumamente cuidadosa 
e asseada com sua aparência e com objetos de sua propriedade e que, no entanto, 
demonstra comportamento oposto com relação a objetos pertencentes a outros, 
revela simplesmente ter o egocentrismo como causa determinante dessa atitude 
contraditória. 
 
Classificação dos traços da personalidade - Entre as tentativas mais 
conhecidas nesse sentido, temos as seguintes: 
I - Classificação de Guilford: 
a) Introversão social - extroversão (sociabilidade versus timidez). 
b) Pensamento introversivo - extroversivo (introspecção oposta à orientação 
objetiva no processo do pensamento). 
c) Depressão (oposta à disposição otimista). 
d) Disposição cicloide (estabilidade de humor em oposição a flutuações 
emocionais). 
e) Rhatimia (serenidade e ausência de tensão versus inibição e excessivo 
controle emocional) 
f) Atividade (tendência à exercer atividades versus inércia e apatia) 
g) Ascendência - Submissão (liderança social versus passividade social) 
h) Masculinidade - Feminilidade (semelhança com as características 
masculinas versus atitudes caracteristicamente femininas) 
i) Sentimentos de inferioridade (confiança versus falta de confiança em si 
próprio) 
j) Nervosismo (calma e serenidade versus irritabilidade e tendência à excitação) 
k) Objetivismo (tendência a perceber a si próprio e ao ambiente objetivamente 
versus tendência a perceber as coisas duma maneira pessoal) 
I) Cooperação (desejo de aceitar as situações e as pessoas como estas são na 
realidade versus tendência à crítica e à intolerância) 
m) Simpatia (ausência de atitude beligerante versus atitude de dominância) 
II - Classificação de Lovell: 
Lovell realizou uma análise fatorial nas treze categorias de Guilford que resultou 
na redução das mesmas para apenas 4 traços principais: 
a) Ausência de tensão (inclui os seguintes traços: sociabilidade, otimismo e 
ascendência social) 
b) Realismo (inclui objetividade de masculinidade, ausência de nervosismo e 
de sentimentos de inferioridade) 
c) Emotividade (inclui estabilidade nas ações emocionais, ausência de 
depressão, orientação extrovertida no processo do pensamento) 
d) Adaptabilidade social (ausência de atitude beligerante e tolerância) 
III - Classificação de Cattell: 
 
Representa uma das mais ambiciosas tentativas nesse setor. Parte do princípio 
que os idiomas, na sua evolução através dos séculos, nos haviam fornecido nomes 
para todas as características de personalidade. Um exame desses nomes nos 
proporcionaria uma lista representativa da esfera total da personalidade. A 
identificação das constelações de traços, por meio de análise fatorial, levar-nos-ia aos 
traços básicos. Foram os seguintes os traços básicos encontrados: 
 
 
Fonte: www.momjunction.com 
a) Ciclotimia versus esquizotimia. 
b) Inteligência versus deficiência mental. 
c) Maturidade emocional e estabilidade de caráter versus incoerência 
emocional. 
d) Hipersensibilidade e emotividade infantil versus tolerância fleumática à 
frustração. 
e) Dominância versus submissão. 
f) Entusiasmo versus melancolia, timidez, apatia. 
g) Integração positiva de caráter versus

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