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Projeto de Ensino na Educação Especial - Questão Discursiva

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28/11/2022 17:50 Questão Discursiva
https://ava.unisanta.br/mod/quiz/attempt.php?attempt=2494120&cmid=233425 2/4
Questão 1
Ainda não
respondida
Vale 1,00
ponto(s).
Educação inclusiva: desafios e possibilidades – (Priscila Pereira Boy)
 (http://www.construirnoticias.com.br/educacao-inclusiva-desafios-e-possibilidades/)
 
 Estamos vivendo um momento histórico muito importante. No mundo inteiro, vem acontecendo uma série de discussões a
respeito da diversidade humana.
Neste artigo, pretendemos dialogar sobre a inclusão das pessoas com necessidades especiais na rede regular de ensino e suas
implicações para a prática escolar.
A educação inclusiva não implica somente em aceitar a matrícula do educando no sistema de ensino. Diz respeito a um sistema
educacional que respeite, aceite e possibilite o acesso e a permanência de TODAS as pessoas, garantindo-lhes uma escolarização
com competência e qualidade. Sendo assim, na escola, só existe inclusão, de fato, se o aluno tem aproveitamento do processo
ensino-aprendizagem no seu rendimento escolar. Sem ciência, sem cultura e sem aquisições Pedagógicas , não se pode
falar em inclusão.
Na Antiguidade, pessoas com deficiência eram mortas. O nascimento de indivíduos com deficiência era encarado como castigo;
eles eram vistos como feiticeiros ou como bruxos. A justificativa para o extermínio deles estava pautada na seguinte lógica: se
somos a imagem e semelhança de Deus, e Ele é perfeito, uma criança “imperfeita” só pode ser algo do mal.
Com o surgimento do cristianismo no Império Romano, a Igreja combateu, dentre outras práticas, a eliminação dos filhos nascidos
com deficiência. E foi a partir do século IV que surgiram os primeiros hospitais que abrigavam indivíduos com deficiências. Estes,
com objetivo de abrigar, proteger e educar, acabavam excluindo-os da convivência social.
Na Idade Moderna, surgiram novas ideias e transformações marcadas pelo humanismo. No século XIX, começou-se a ter uma
atenção mais especializada e iniciaram-se os estudos para as demandas de cada deficiência.
O século XX foi marcado por muitas mudanças de paradigma. Ele trouxe consigo muitas leis e avanços importantes para os
indivíduos com deficiência, sobretudo em relação às ajudas técnicas: cadeiras de rodas, bengalas, sistema de ensino para surdos e
cegos, dentre outros que foram se aperfeiçoando.
E, no século XXI, a grande conquista é a aprovação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, que reforça uma série de direitos.
São muitas as leis, os pareceres e as resoluções que referendam e embasam a educação inclusiva. Destacamos as mais marcantes,
que causaram impacto significativo nesta caminhada.
Em 1994, tivemos a Declaração de Salamanca.
Em 1996, entrou em vigor a Lei no 9.394, que é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que contém um capítulo específico
para a Educação Especial. Nela, estão assegurados os direitos de acesso, flexibilidade Curricular , terminalidade
específica, aceleração e atendimento especializado ao aluno com necessidades especiais. Em 2014, a LDB sofreu alteração no
artigo 58, delimitando os alunos com transtornos globais, deficiências e altas habilidades como beneficiários desses direitos.
Em 1999, tivemos a Convenção de Guatemala.
Em 2009, tivemos a Resolução n° 04 CNE/CEB, que regulamentou o funcionamento do Atendimento Educacional Especializado
(AEE).
Em 2016, tivemos a implantação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, que veio trazer, com clareza, atribuições em relação ao
atendimento dos deficientes não somente nas instituições públicas, mas também nas instituições privadas.
A educação inclusiva está pautada basicamente no tripé: acessibilidade, mobilidade e materialidade. 
Acessibilidade se refere ao acesso à aprendizagem. Ensino de braile, de libras, confecção de materiais diferenciados são ações que
visam promover o acesso dos educandos à aprendizagem, portanto são ações de acessibilidade.
Mobilidade se refere a deslocamento. Rampas, elevadores, guias de cego são voltados para a facilitação da movimentação e estão
ligados à mobilidade dos deficientes.
Materialidade refere-se a qualquer instrumento necessário ao educando para que ele possa ser incluído. Quando colocamos
guizos nas bolas para que os cegos as sigam pelo som ou quando substituímos os apitos por bandeiras coloridas na arbitragem
dos jogos para que os surdos possam participar, estamos desenvolvendo ações ligadas à materialidade.
http://www.construirnoticias.com.br/educacao-inclusiva-desafios-e-possibilidades/
28/11/2022 17:50 Questão Discursiva
https://ava.unisanta.br/mod/quiz/attempt.php?attempt=2494120&cmid=233425 3/4
O Atendimento Educacional Especializado utiliza a materialidade para promover ações de Acessibilidade . Criar
estratégias para que o aluno possa aprender melhor são atribuições do AEE. Vale ressaltar que profissional especializado é
diferente de especialista. O atendimento com especialistas (fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional, etc.) é da área da
saúde, e não de competência escolar.
O AEE também não é uma aula de reforço. Ele visa fortalecer e oferecer as ferramentas que possibilitarão ao aluno o acesso ao
conhecimento. Nesta lógica, é na sala de aula que o aluno aprende a ler, mas é no AEE que ele aprende o braile. É na sala de aula
que ele aprende a somar, mas é no AEE que ele aprende a se comunicar através da libras.
A entrada de alunos com necessidades especiais nos traz um grande desafio: novos ritmos de aprendizagem. Alunos com
transtornos e déficits reais têm limitações para aprender alguns conteúdos e precisam de metodologias diferenciadas. Autistas
precisam de rotina rígida, crianças com síndrome de Down precisam de repetição, surdos precisam de olhar fixo e por aí vai. Cada
educando tem suas necessidades específicas; portanto, não cabe mais na sala de aula do século XXI, uma metodologia pautada
na homogeneidade. É preciso diversificar os momentos e as atividades por meio de estratégias de trabalho mais participativas, por
meio de ambientes colaborativos de aprendizagem.
Para ser coerente com as inovações propostas, a avaliação do desenvolvimento dos alunos também deve mudar. O processo ideal
de Avaliação é o que acompanha o percurso de cada estudante, do ponto de vista da evolução de suas competências,
habilidades e conhecimentos. O ponto de referência do aluno deve ser sempre ele mesmo. Comparações não são bem-vindas,
uma vez que o ritmo e o potencial de aprendizagem de cada educando é muito variado, dependendo do grau de deficiência do
mesmo, bem como das suas respostas aos estímulos e ao conteúdo ministrado.
Desse modo, muda-se o caráter da avaliação que, usualmente, se pratica nas escolas e que tem fins meramente classificatórios.
Para alcançar sua nova finalidade, a avaliação terá, necessariamente, de ser dinâmica, contínua, mapeando o processo de
aprendizagem dos alunos em seus avanços, retrocessos, dificuldades e progressos.
Vários são os instrumentos que podem ser utilizados para avaliar, de modo dinâmico, os caminhos da aprendizagem, como: os
registros e as anotações diárias do professor, os chamados portfólios e demais arquivos de atividades dos alunos e os diários de
classe. As provas também constituem opções de avaliação desejáveis, desde que haja o objetivo de analisar, junto aos alunos e
seus pais, os sucessos e as dificuldades escolares.
Ter um filho com necessidades especiais não é uma coisa fácil. Frustração, culpa, medo do novo são alguns dos sentimentos que
permeiam a mente da maioria dos pais. É a família que estrutura as bases de qualquer pessoa. A família é a influência mais
poderosa no desenvolvimento da personalidade e na formação da consciência dos indivíduos. Se essa família não está segura e
envolvida, nosso trabalho será bem mais difícil. Acolher os pais é o primeiro passo para uma educação inclusiva de sucesso.
A família e a escola emergem como duas instituições fundamentais para desencadear os processos evolutivos das pessoas e
podemimpulsionar ou inibir seu crescimento físico, intelectual, social, afetivo e espiritual.
A parceria família-escola é um elo importantíssimo no desenvolvimento da aprendizagem de qualquer criança ou adolescente e
muito mais no das pessoas com deficiência. Envolver as famílias no processo educacional é fundamental para que os alunos
possam avançar. Elas devem ser convidadas a participar de momentos na escola e também estimuladas a realizar atividades junto
com seus filhos em casa.
Para que a inclusão de alunos com necessidades especiais no sistema regular de ensino se efetive, devemos investir na preparação
dos professores para lidar com essa nova realidade. As políticas públicas para a inclusão devem ser concretizadas na forma de
programas de formação continuada, participativa e com acompanhamento contínuo, que orientem o trabalho docente na
perspectiva da educação inclusiva. O professor é um mediador dentro da sala de aula. O papel de mediador exige postura
compreensiva, diálogo, flexibilidade e delicada firmeza.
Envolver as famílias no processo educacional é fundamental para que os alunos possam avançar
A visão distorcida sobre as possibilidades de aprendizagem de diferentes alunos é a outra dificuldade a ser enfrentada na
efetivação da proposta da escola inclusiva. Muitos diagnósticos têm servido para determinar aquilo que o aluno não pode fazer.
Eles, no entanto, deveriam ser usados para orientar de onde devemos partir. Mudar esta lógica fará toda a diferença no trabalho
com os alunos.
28/11/2022 17:50 Questão Discursiva
https://ava.unisanta.br/mod/quiz/attempt.php?attempt=2494120&cmid=233425 4/4
A escola projetou um ideal de aluno. Porém, nós sabemos muito bem que existe uma enorme distância entre o real e o ideal. O
modelo de comportamento do Educador influenciará decisivamente no comportamento dos alunos e das famílias.
A educação inclusiva, apesar de encontrar, ainda, sérias resistências (algumas legítimas, outras preconceituosas) por parte de
muitos educadores, constitui, sem dúvida, uma proposta que busca resgatar valores sociais fundamentais, condizentes com a
igualdade de direitos e de oportunidades. O desenvolvimento da consciência de cidadania, de igualdade, de respeito, de direitos e
deveres deve ser pertinente a todos.
A convivência na diversidade humana pode enriquecer nossa existência, desenvolvendo em nós os diversos tipos de inteligência
que cada um de nós possui. O fato de cada pessoa interagir com tantas outras, todas diferentes entre si em termos de atributos
pessoais, necessidades, potencialidades e habilidades, é a base do desenvolvimento humano.
A educação inclusiva traz ganhos não somente para os indivíduos com deficiência, mas para todos nós.
Priscila Pereira Boy é pedagoga, Mestre em Ciência da Educação. Autora do livro Inquietações e desafios da escola. Inclusão,
violência, aprendizagem e carreira docente (Wak Editora).
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