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º Por volta de 3500 a.C Por volta de 3200 a 3100 a.CFinal do período Neolítico Nomos → Dois reinos: Alto Egito (sul) Baixo Egito (norte) Unificação dos dois reinos. Surge a figura do Faraó → →→ O Egito Antigo foi formado a partir da mistura de diversos povos, a população era dividida em vários clãs, que se organizavam em comunidades chamadas nomos. O chefes políticos eram chamados nomarcas. Estes funcionavam como se fossem pequenos Estados independentes. Por volta de 3500 a.C., os nomos se uniram formando dois reinos: o Baixo Egito, ao Norte e o Alto Egito, ao Sul. Posteriormente, em 3200 a.C., os dois reinos foram unificados por Menés, rei do alto Egito, que tornou-se o primeiro faraó (rei das duas terras), criando a primeira dinastia que deu origem ao Estado egípcio. Durante esse período o Império Egípcio esteve dividido em 42 nomos, administrados por nomarcas que deviam obediência aos faraós reinantes. Inicialmente a capital era Tinis. A partir da terceira dinastia passou a ser Mênfis, cidade construída no delta do Rio Nilo, especialmente para este fim.Começava um longo período de esplendor da civilização egípcia, também conhecida como a era dos grandes faraós. Funções do faraó: → Decidia questões de justiça; → Exercia funções religiosas; → Fiscalizava obras públicas; → Comandava o exército. O faraó era considerado um deus pela sociedade e era responsabilizado por tudo o que acontecia no Egito, desde as cheias do Nilo até as vitórias e derrotas nas guerras. As pirâmides foram construídas para servir de túmulo aos governantes. São testemunhos do poder dos faraós e da grandeza da civilização egípcia. Além disso, o faraó era enterrado com tudo o que necessitaria depois da morte, como seus tesouros, alimentos e até móveis. Familiares, sacerdotes e funcionários também eram sepultados junto ao faraó. Os sacerdotes administravam os templos, os cultos e as festas religiosas. Sabiam ler, escrever e controlavam boa parte das riquezas do reino. Os altos funcionários controlavam a arrecadação de impostos, chefiavam a polícia, fiscalizavam as construções e as obras públicas, além de funções nos tribunais de justiça e na chefia de tropas. Os nomarcas eram administradores das províncias. Assumiam funções de juiz, de chefe político e militar, mas estavam subordinados ao faraó. Os guerreiros defendiam o reino e auxiliavam na manutenção da paz (polícia). Eram muito respeitados pelo faraó e pela sociedade e tinham muitos privilégios. Os escribas cobravam impostos, organizavam as leis, fiscalizavam as atividades econômicas, determinavam o valor das terras e eram responsáveis pelo censo. Para ser escriba era necessário saber ler, escrever e calcular. Os candidatos a escriba eram matriculadas na escola aos 5 anos de idade e passavam o dia inteiro copiando textos. Os camponeses ou felás eram trabalhadores independentes que prestavam serviço nas propriedades agrícolas em troca de uma pequena parte da colheita. Fora da época da colheita, alguns camponeses eram contratados para trabalhar nas construções dos faraós e, em tempos de guerra, podiam ser recrutados para o exército. Os escravos, em geral, eram estrangeiros aprisionados durante as guerras. Desempenhavam funções perigosas, como o trabalho nas minas de cobre e ouro Os artesãos especializados trabalhavam nos estaleiros, nos palácios e nos templos. Fabricavam e reparavam embarcações; Confeccionavam jóias, tecidos finos e adornos pessoais para a família real, os sacerdotes e os altos funcionários A mulher egípcia, comparada com a mulher das civilizações antigas, tinha uma boa situação. Tinha personalidade jurídica, podia adquirir propriedade, legar bens e fazer testamentos. Os egípcios valorizavam a família, daí o respeito e consideração por suas mães. No casamento dos egípcios predominava a monogamia (ter uma mulher apenas), já o faraó tinha várias esposas, inclusive era comum haver a prática de endogamia (casar com alguém da sua família, como uma irmã, por exemplo). A economia baseava-se na agricultura e na pecuária. Eram cultivados cereais, como a cevada e o trigo, legumes e abundantes árvores frutíferas. Eram criados porcos, cabras, bois e mais tarde cavalos. Com o papiro, que era encontrado nas margens do Nilo, fabricavam-se papel, cordas, cestas, sandálias e esteiras. Os egípcios eram “mestres” na arte de tecer, portanto a tecelagem era bem desenvolvida. A caça e a pesca eram largamente praticadas. Havia um comércio interno bastante desenvolvido, apesar de não haver moedas, o que dificultava a negociação, a qual era feita da forma amonetária. O comércio com o exterior era fraco, pois dependia exclusivamente do faraó. Mas os egípcios exportavam cereais, vinho, óleos vegetais, papiro e móveis e importavam pedras preciosas, marfim, perfumes e madeiras. A palavra “Kush” era o nome que os egípcios davam para a região da Núbia. O antigo Reino de Kush ou Cuxe localizava-se na Núbia, Alto Egito, onde atualmente encontram-se o Egito e o Sudão. Por possuir uma grande quantidade de minas de ouro, muitos chamavam a região de nuba (nub significa ouro na escrita hieroglífica; assim, Núbia significa algo como terra do ouro). Muitos historiadores consideram o Reino de Cuxe um dos mais importantes Estados da Antiguidade na África. O Reino de Cuxe, também conhecido como Antiga Núbia, foi um reino africano da Antiguidade. Existiu, aproximadamente, entre 2.000 a.C. e 350 d.C. Teve início na região sudeste do continente africano, mais especificamente nos planaltos da Núbia (atual Sudão). Suas capitais: Napata, na margem esquerda do Nilo e Méroe, na margem direita. Napata destacou-se como centro religioso e Méroe capital econômica do reino Cuxita. ª O Reino Kush teve uma duração de mais de um milênio e ocupou um lugar especial na 25ª dinastia Egípcia, quando governou o Egito no chamado Terceiro Período Intermediário. Rulers of Kush, Kerma Museum. Matthias Gehricke (CC BY-SA 4.0) Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rulers_of_Kush,_Kerma_Museum.jpg. Acesso em: 19 maio 2021 Para evitar invasão egípcia, movem sua capital para Meroé. Kushitas vencem os Romanos na invasão de seu território. Após a transferência do reino para a sede de Meroé, a agricultura tornou-se mais importante – com destaque para a produção de cereais como o trigo, a cevada e o sorgo. Agricultura Pecuária Metalurgia Inicialmente, os núbios viviam como nômades, organizando-se em pequenas tribos e vivendo da caça, pesca e coleta. Assim como os egípcios, eles desenvolveram ao longo do tempo técnicas para represar e canalizar as águas do Rio Nilo, o que lhes permitia criar povoados e desenvolver a agricultura. Além de Napata e Méroe, o Reino de Kush possuía outras importantes cidades, como Pnubs, Naga, Dongola, Farás, Argos, Kawa e Soba. Peças de artesanato eram vendidas no centro comercial de Meroé. A cidade era um entreposto tradicional e permitiu o intercâmbio cultural com muitos outros povos – ali, além de artesanato e alimentos, era possível encontrar caravanas com produtos raros como o marfim. A cerâmica também foi bastante desenvolvida pelos cuxitas e, no início, era feita somente pelas mulheres, o que mudou com o passar do tempo. Os vasos tinham, geralmente, a base arredondada e traziam representações de cenas cotidianas, bem como da fauna e da flora da região. A experiência com pedras e metais preciosos estimulou o desenvolvimento do artesanato. As peças cuxitas eram refinadas em todas as áreas – metalurgia, cerâmica, carpintaria. Vida após a morte Mumificação Politeísta A camada dirigente era formada pelo rei e seus familiares, além de nobres e sacerdotes. Também havia uma aristocracia provicincial. Abaixo dela, havia comerciantes, artesãos, soldados e funcionários do reino. Por fim, os criadores de animais e agricultores, todos livres, formavam a maioriada população cuxita. Sacerdotes e Nobres Comerciantes Militares Comerciantes Escravos REI ou RAINHA É importante destacar que as mulheres eram parte da política cuxita. Muitas delas, mães ou esposas dos reis, conseguiram chegar ao poder, sendo consideradas candaces, que significava Rainhas-Mães. Entre as candaces mais importantes, podemos citar Amanishaketo (420 a 412 a.C.) e Amanirenas (40 a 10 a.C.). Acredita-se que essas mulheres desempenharam fundamental papel em conquistas diplomáticas dos cuxitas ao longo do tempo, principalmente evitando invasões ou ataques romanos ao reino. No Reino de Kush, o rei não governava sozinho – o que mostrava novamente uma maturidade administrativa em relação a outros povos da época. Altos funcionários e conselheiros, o escriba-mor e outros escribas, chefes do tesouro, chefes de arquivo, líderes militares, sumo- sacerdotes entre outros, auxiliavam-no na administração do reino. O rei possuía uma guarda pessoal exclusiva e serviçais que apenas lidavam com suas necessidades. Já as divindades meroítas eram o deus-leão Apedemak, deus com cabeça de leão e corpo humano, considerado a divindade da guerra e protetor dos exércitos, e Sbomeker, deus orientador e guerreiro. Além disso, como ocorria no Egito, alguns animais eram considerados sagrados, entre eles o gato e o crocodilo. Entre as divindades egípcias cultuadas, estavam Amon, o deus Sol, Osíris, o deus dos mortos, e Hórus, deus falcão e protetor dos vivos. Assim como os egípcios, os cuxitas eram politeístas e cultuavam tanto divindades egípcias quanto deuses meroítas, num interessante sincretismo. A escrita meroítica ainda não foi decifrada. • Ostracon com texto meroítico e cursivo. Udimu. Museu Britânico de Londres. (CC BY-SA 3.0). Wikipédia Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ostracon_meroitic.jpg. Acesso em: 19 maio 2021.