Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Projeto de Iniciação à Docência em Química no Ensino Médio II Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Luciana Borin de Oliveira Revisão Textual: Aline Gonçalves Considerações sobre a Lei 13.415/2017 Considerações sobre a Lei 13.415/2017 • Analisar o novo panorama da profissão docente para o Ensino Médio a partir da Lei 13.415/2017 e as propostas de conteúdos da área sob essa lei. OBJETIVO DE APRENDIZADO • Apresentação de Novo Panorama da Profissão Docente para o Ensino Médio com Base na Lei 13.415/2017; • Propostas de Conteúdos da Área sob a Lei 13.415/2017. UNIDADE Considerações sobre a Lei 13.415/2017 Apresentação de Novo Panorama da Profissão Docente para o Ensino Médio com Base na Lei 13.415/2017 A aprovação da Lei 13.415/2017 trouxe a regulamentação da reforma do Ensino Médio com novas medidas e contextualizações. Interessante pensarmos na contex- tualização dessa lei trazendo o panorama que culminou em sua aprovação. Temos o panorama de um Ideb do Ensino Médio estagnado desde 2011. Figura 1 – Sala de aula e interações Fonte: Pixabay Ideb é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, criado em 2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), formulado para medir a qualidade do aprendizado nacional e estabelecer metas para a melhoria do ensino. O Ideb funciona como um indicador nacional que possibilita o monitoramento da qualidade da Educação Básica pela população por meio de dados concretos, com os quais a sociedade pode se mobilizar em busca de melhorias. Para tanto, o Ideb é calculado com base em dois componentes: a taxa de rendimento escolar (aprovação) e as médias de desempenho nos exames aplicados pelo Inep. Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo Escolar, realizado anualmente”. (BRASIL. Ministério da Educação. Ideb – Apresentação). Saiba mais sore o assunto, disponível em: https://bit.ly/2FlG0Gk Nas avaliações, o desempenho dos estudantes em Português e Matemática é me- nor neste momento do que o avaliado em 1997, pois grande parte dos jovens de 15 a 24 anos encontra-se na condição de nem estudar nem trabalhar, uma grande porcentagem dos jovens de 18 a 24 anos não está matriculada no nível superior, um cenário de fracasso evidenciado pelos indicadores disponíveis, produzindo desigual- dade e estimulando a evasão escolar. 8 9 As reformas de ensino surgem por demandas da própria sociedade. São movimen- tos naturais devido às mudanças sociais, políticas e econômicas, isto é, ao contexto social do momento. Figura 2 – A importância do aprender Fonte: Pixabay A discussão sobre mudanças no Ensino Médio vem sendo feita e debatida há muito tempo por todo o Brasil, sendo que alguns momentos devem ser destacados: • Em 1988, houve grande debate que findou na aprovação das diretrizes do Ensino Médio de acordo com a legislação da LDB (Lei de Diretrizes e Bases), de 1996; • Logo após, em 2002, houve o Seminário Nacional sobre a reforma do En- sino Médio; • Em 2007, o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) lidera com a promessa de garantir a universalização do Ensino Médio e, nesse mesmo ano, o MEC (Ministério da Educação) lança o Plano de Ações Articuladas; • Diante desse cenário pungente de mudanças, surge, em 2009, o novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio); • Em 2010, surge um Ensino Médio inovador e articulado ao universo dos jovens. Vem, em seguida, no mesmo ano da ação do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), com a criação do grupo de trabalho da Reforma do Ensino Médio, que agregou conselhos de todos os estados; • O ano de 2012 é marcado pela discussão e consolidação das Diretrizes Curricu- lares Nacionais para o Ensino Médio e por sua aprovação pelo CNE (Conselho Nacional de Educação); • Em 2013, o lançamento do Projeto de Lei (PL) 6.840/2013; • O Plano Nacional de Educação, em 2014, vem com a meta 3.1 bem específica e traz “institucionalizar o programa nacional de renovação do ensino médio a fim de incentivar práticas pedagógicas com abordagens interdisciplinares estruturadas pela relação entre teoria e prática, por meio de currículos escolares que organizem, de maneira flexível e diversificada, conteúdos obrigatórios e eletivos articulados”. 9 UNIDADE Considerações sobre a Lei 13.415/2017 O Ensino Médio foi editado por medida provisória seguindo rigorosamente as exigências previstas na Constituição Federal (artigo 62 de 1988) em decorrência da urgência em trabalhar os problemas desse ensino no Brasil, seguindo o relato trágico divulgado pelos dados do Ideb e em consequência da relevância do tema que se apresenta, na medida em que o fracasso do Ensino Médio brasileiro é um dado da realidade evidenciado pelos resultados de avaliações nacionais e internacionais. Figura 3 – Exigências Legais Fonte: Getty Images Acesse o link a seguir e leia o artigo 62, parágrafos 1º ao 12, da Constituição Federal, disponível em: https://bit.ly/2G4mC0Z Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê- -las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º. É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I – relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e di- reito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adi- cionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; III – reservada a lei complementar; IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. 10 11 § 2º. Medida provisória que implique instituição ou majoração de impos- tos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. § 3º. As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 per- derão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual pe- ríodo, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. § 4º. O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. § 5º. A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o aten- dimento de seus pressupostos constitucionais. § 6º. Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subse- qüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. § 7º. Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medi- da provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. § 8º. As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. § 9º. Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apre- ciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida pro- visória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. § 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeiçãoou perda de eficácia de medida provisória, as rela- ções jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. § 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. As reformas educacionais são contínuas e devem acompanhar as tendências da sociedade. Ao vislumbrarmos um panorama mundial, temos países como Portugal, Finlândia, Inglaterra, Coreia do Sul e Austrália, que trabalham a base comum ape- nas no primeiro ano e depois seguem as trilhas acadêmicas e vocacionais como 11 UNIDADE Considerações sobre a Lei 13.415/2017 tendência mundial. Nesse cenário, apenas o Brasil trabalhava a base comum em três anos e seguia trilha única. A reforma do Ensino Médio traz três mudanças fundamentais: • Como valorização do protagonismo juvenil e flexibilidade curricular em sua nova estrutura; • Possibilidade de o estudante optar e escolher, de forma autônoma e dinâmica, seguindo seu projeto de vida; • Opção de uma BNCC (Base Nacional Comum Curricular) composta de itinerá- rios formativos. Ao falar de protagonismo juvenil, dá-se ao jovem a opção de escolha de carreira e de futuro e toda a responsabilidade associada a essa decisão. Figura 4 Fonte: Getty Images A flexibilidade curricular traz novas opções além da apresentada, notadamente acompanhando as tendências de tecnologia de informação e redes sociais, a era das redes sociais e da comunicação. Os jovens, agora, têm condições de escolher disciplinas e/ou componentes de seu interesse a partir de opções apresentadas pelo ambiente educacional, sendo que algu- mas disciplinas continuam sendo obrigatórias e parte indissociável do currículo de for- mação do Ensino Médio. As disciplinas que poderão ser escolhidas, por sua vez, sur- gem da pesquisa de interesse da comunidade feita pelas redes sociais antes da oferta. A BNCC continua constituindo 60% do quadro total de horas disciplinares e o aluno tem, ainda, a opção de cursar os restantes 40% de forma flexibilizada, com os itinerários formativos escolhidos por ele. Essas disciplinas que o aluno pode escolher são técnicas e profissionalizantes (ou itinerários formativos), que serão ofertadas de acordo com as ambições e interesses profissionais dos estudantes e, de forma inédita na história da Educação no Brasil, pela característica da região e de desenvolvimento regional. 12 13 Figura 5 – Características de cada região Fonte: Pixabay Figura 6 – Regionalismo Fonte: Pixabay Figura 7 – Propostas de melhorias do lugar onde se vive Fonte: Pixabay 13 UNIDADE Considerações sobre a Lei 13.415/2017 Trata-se de uma ressignificação do Ensino Médio, trazendo o estudante a refletir sobre a importante ferramenta que tem em mãos, a saber, uma matriz que traz esco- lhas para seu projeto de vida. No final do Ensino Médio, ele pode ter subsídios suficien- tes para trilhar sua carreira, seja ela acadêmica, seja profissional de outra categoria. A reforma do Ensino Médio altera as leis: • Dispositivos da LDB – 9.394, de 20 de novembro de 1996; • Repasse de recursos do FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa- ção e Fundeb – 11.494, de 20 de junho de 2007; • Dispositivos da CLT – Decreto-Lei 5.452, de 02 de maio de 1943, e Decreto-Lei 236, de 28 de fevereiro de 1967; • Revoga a Lei 11.161, de 05 de agosto de 2005; • Institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral em vigor em todo o Brasil. Em relação à carga horária, eram exigidas 800 horas distribuídas em 200 dias leti- vos, mas, agora, são 1.000 horas de carga mínima anual seguindo para uma ampliação gradativa até 1.400 horas anuais, mantendo-se, ainda, a exigência dos 200 dias letivos. Quanto às disciplinas obrigatórias, tínhamos apenas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do Ensino Médio, mas, com a nova reforma no ensino das artes, a BNCC referente ao Ensino Médio inclui, obrigatoria- mente, estudos e práticas de Educação Física, Arte, Sociologia e Filosofia; o ensino da Matemática e da Língua Portuguesa será obrigatório nos três anos do Ensino Médio, em adição, sendo assegurada às comunidades indígenas a utilização das res- pectivas línguas maternas. Quanto ao currículo do Ensino Médio antes da nova BNCC, as áreas do conhe- cimento eram: I. linguagens e suas tecnologias; II. matemática e suas tecnologias; III. ciências da natureza e suas tecnologias; IV. ciências humanas e sociais aplicadas. Agora, temos: I. linguagens e suas tecnologias; II. matemática e suas tecnologias; III. ciências da natureza e suas tecnologias; IV. ciências humanas e sociais aplicadas; V. formação técnica e profissional. Desta forma, procura-se atender à necessidade do jovem em termos de conheci- mento, preparação e inserção no mercado de trabalho. A lei flexibiliza os currículos 14 15 para atender às demandas regionais e locais de linguagens técnicas e profissionais. Temos regiões que necessitam de desenvolvimento agrícola, outras, de desenvolvi- mento e controle de pesca. Igualmente, temos necessidades diversas, tais como: ar- tesanato, tecnologia, polos de ecologia, desenvolvimento de software, entre outras. Os itinerários formativos (ou as ênfases de formação) trazem a possibilidade (a critério dos sistemas de ensino) de serem integrados, que se traduz na composição com associação dos componentes curriculares da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e dos itinerários formativos. Traz, ainda, a possibilidade, mediante disponibi- lidade de vagas na rede de ensino, de os alunos concluintes do Ensino Médio cursa- rem mais de um itinerário formativo. De acordo com os sistemas de ensino, a oferta de formação com ênfase técnica e profissional considerará a necessidade regional e os anseios e considerações da comunidade estudantil. Figura 8 – Caracterização do aprender Fonte: Pixabay Dessa forma, a configuração da Base Nacional Comum Curricular, que antes era 100% do currículo do Ensino Médio, agora passa a compor 60% das disciplinas, e a parte flexível, que poderá ser adaptada à realidade e às necessidades de cada região e localidade, fica com os outros 40%. Outro ponto importante é o reconhecimento dos profissionais com notório saber no Ensino Médio. Tais profissionais, desde que reconhecidos pelos respectivos siste- mas de ensino, poderão ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação ou da sua experiência profissional. Esse conceito é aplicado somente nos casos de formação técnica profissional e aos profissionais graduados que tenham feito complementação pedagógica, conforme disposto pelo Conselho Nacional de Educação. A parte da lei que trata da política de fomento à implementação de escolas de Ensino Médio em tempo integral prevê repasse de recursos do Ministério da Educa- ção para os estados e para o Distrito Federal pelo prazo de dez anos e por escola. Tais recursos são destinados à compra de materiais, equipamentos e adequação de infraestrutura. A intenção da nova Lei do Ensino Médio é tornar todas as escolas em período integral. 15 UNIDADE Considerações sobre a Lei 13.415/2017 Figura 9 – Aprendizado e convivencias Fonte: Pixabay Comparando Matrizes Quadro 1 – Atual Ensino Médio Primeira Série (800 h) 13 disciplinas: • (Português, Matemática, Química, Física, História, Geografia, Biologia, Educação Física, Filosofia, Sociologia, Artes e Língua Estrangeira – Inglês e Espanhol). Segunda Série (800 h) 13 disciplinas: • (Português, Matemática, Química, Física, História, Geografia, Biologia, Educação Física, Filosofia, Sociologia, Artes e Língua Estrangeira – Inglês e Espanhol). Terceira Série (800 h) 13 disciplinas: • (Português, Matemática, Química, Física, História, Geografia, Biologia, Educação Física, Filosofia, Sociologia, Artes e Língua Estrangeira – Inglês e Espanhol). E a nova matriz, com as possibilidadesde conhecimentos flexíveis e possibilidades de itinerários formativos que serão consensados de acordo com as necessidades regionais: Quadro 2 – Novo Ensino Médio Primeira Série (900 h) Base Nacional Comum Curricular – 60% Competências e conhecimentos oferecidos a todos os estudantes conside- rando os conteúdos das 13 disciplinas. Segunda Série (900 h) Base Flexível/Itinerários Formativos – 40% Terceira Série (1200 h) • Linguagens e suas tecnologias; • Matemática e suas tecnologias; • Ciências da natureza e suas tecnologias; • Ciências Humanas e Sociais aplicadas; • Formação Técnica Profissional. 16 17 Recapitulando Desta forma, com base na nova lei, as matérias de Matemática e de Língua Portu- guesa são obrigatórias em todos os três anos do Ensino Médio, e o currículo fica di- vidido em duas partes: uma aplicada a todos os estudantes, e outra com os itinerários formativos conectados às linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnolo- gias, ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas e formação técnica e profissional. Figura 10 – Um olhar de futuro Fonte: Pixabay A carga horária anual de 800h deverá ser ampliada progressivamente para 1.400h de acordo com os prazos estabelecidos, respeitando a porcentagem de 60% para Base Nacional Comum Curricular e 40% para Base Flexível/Itinerários Formativos. Propostas de Conteúdos da Área sob a Lei 13.415/2017 Avaliando a legislação e os caminhos de formação geral e itinerários formativos, é interessante considerar a proposta da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal a respeito da nova organização curricular do Ensino Médio. Organização Curricular do Ensino Médio Formação Geral Básica Áreas do Conhecimento Itinerários Formativos Arranjos Diversi�cados Figura 11 – Caracterização do novo ensino médio A Formação Geral Básica é composta pelas competências e habilidades da BNCC, que entram definindo o conjunto de aprendizagens essenciais de modo a fortalecer a formação integral dos estudantes. E os Itinerários formativos, com o objetivo de am- pliação das aprendizagens nas áreas do conhecimento específicas e/ou na Educação 17 UNIDADE Considerações sobre a Lei 13.415/2017 Profissional Técnica, garantindo as competências transversais e o uso de metodolo- gias que favoreçam o protagonismo dos educandos. Organização Curricular do Ensino Médio Formação Geral Básica Áreas do Conhecimento Linguagens e suas tecnologias Arte Educação Física Língua Estrangeira Língua Portuguesa Matemática e suas tecnologias Matemática Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Filoso�a Geogra�a História Sociologia Ciências da Natureza e suas tecnologias Biologia Física Química Itinerários Formativos Arranjos Diversi�cados Figura 12 – Divisão da formação básica O itinerário formativo será trabalhado por estratégias pedagógicas diversificadas, tais como projetos, oficinas, núcleos de estudo e outras situações de trabalho que os estudantes deverão escolher ao longo da formação no Ensino Médio. Essa oferta dos Itinerários Formativos está subdividida em três partes: Projeto de Vida, Eletivas Orientadas e Trilhas de Aprendizagem. Organização Curricular do Ensino Médio Formação Geral Básica Áreas do Conhecimento Projeto de Vida Eletivas Trilhas de Aprendizagens Itinerários Formativos Arranjos Diversi�cados Figura 13 – Caracterização do itinerário formativo Analisando cada um deles: • Projeto de Vida: deve instituir na carga horária do estudante um espaço orienta- do à reflexão sobre seu presente e futuro, contribuindo para o processo de autoco- nhecimento e desenvolvimento da autoestima, estimulando escolhas mais asserti- vas ao longo do Ensino Médio, conforme interesses e necessidades pedagógicas; • Eletivas: como unidades curriculares ministradas por meio de diversas estratégias de aprendizagem, tais como projetos, oficinas, núcleos de estudos, acompanha- mento das aprendizagens, entre outras situações de trabalho, com duração se- mestral e devendo propiciar ao estudante o desenvolvimento de habilidades nas áreas de conhecimento e/ou da Educação Profissional e Técnica que poderão ser ofertadas tanto para habilitação profissional técnica quanto para a qualificação 18 19 profissional. A oferta das Eletivas Orientadas deve estar em consonância com as habilidades e competências dos quatro eixos estruturantes dos Referenciais dos Itinerários Formativos, respeitando a autonomia das Unidades Escolares e observando o interesse e a necessidade dos estudantes: Investigação Científica, Processos Criativos, Mediação e Intervenção Sociocultural e Empreendedorismo; • Trilhas de Aprendizagem: são formadas por uma sequência de quatro unida- des curriculares que contribuem para os quatro eixos estruturantes, possibilitan- do aprofundamento das aprendizagens em uma ou mais áreas do conhecimento e são ofertadas a partir do 3º semestre com duração total de quatro semestres, caracterizando o Itinerário Formativo de uma Área do Conhecimento ou da Educação Profissional e Técnica. Essas alterações na organização curricular do Ensino Médio possibilitarão a conti- nuidade e o aperfeiçoamento da semestralidade, promovendo a matrícula do estudante por semestre e por unidade curricular e a estruturação da carga horária em créditos. Cada estudante tem seis semestres letivos para desenvolver as atividades pedagó- gicas e superar as dificuldades, bem diferente do que ocorre no regime seriado. Figura 14 – Desvendando o novo ensino médio Fonte: se.df.gov.br Esse regime de oferta visa ampliar as oportunidades de aprendizagem com mais períodos letivos, quando os estudantes podem ajustar seus ritmos de estudo e ade- quar as escolhas às suas necessidades pedagógicas. Essa alternativa traz aos estudantes a possibilidade de cursar arranjos curriculares diversificados, segundo as possibilidades de oferta da unidade escolar e da adequação das suas trajetórias aos seus projetos de vida com diferentes competências e habilida- des que desejam ou precisam desenvolver. Possibilita acompanhamento próximo do rendimento escolar de cada estudante, identificando e realizando intervenções para aqueles que apresentarem alguma 19 UNIDADE Considerações sobre a Lei 13.415/2017 dificuldade de aprendizagem ou, por algum motivo, tornarem-se ausentes durante o semestre. A matrícula por unidade curricular traz um modelo pedagógico que valoriza as aprendizagens desenvolvidas e o sucesso escolar, possibilitando que a equipe escolar realize as intervenções pedagógicas pontuais, conforme os objetivos de aprendiza- gem que porventura não foram adquiridos. O estudante não será reprovado ou retido na série, o estudante que ficar retido em uma ou mais unidades curriculares deverá utilizar parte da sua carga horária dos Itinerários Formativos para cursar unidades curriculares de Apoio às Aprendizagens, em uma estratégia de correção de fluxo ao longo do Ensino Médio, possibilitando o prosseguimento dos estudos nas unida- des curriculares em que obteve êxito. Em outras palavras, o foco da proposta está nos processos de aprendizagem e nas necessidades individuais de cada estudante. O sistema de créditos possibilitará que todas as atividades e aprendizagens ad- quiridas pelos estudantes sejam valorizadas e registradas no histórico escolar. Cada crédito equivale a 50 (cinquenta) minutos de aula por semana e 16h40 por semestre, aplicáveis a todos os tipos de ações e estratégias educativas propostas pela unidade escolar. Cada estudante terá seu histórico escolar personalizado, parte obrigatória constituída pelas Unidades Curriculares da Formação Geral Básica, totalizando 108 créditos (1.800 horas); e parte eletiva, constituída pelas Unidades Curriculares dos Itinerários Formativos, totalizando 72 créditos (1.200 horas). No link a seguir, veja outras possibilidades. Novas possibilidades, disponível em: https://bit.ly/2ZkAzyJ Figura 15 – Modelos de formação Fonte: ap.sesi.org.br 20 21 MaterialComplementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Considerações sobre a reforma do Ensino Médio do governo Temer BODIÃO, I. da S. Considerações sobre a reforma do Ensino Médio do governo Temer. Cadernos de Pesquisa, v. 25, n. 2, p. 109-127, abr./jun. 2018. https://bit.ly/3idISUr Descrever pontos importantes na mudança do novo Ensino Médio no Brasil, conforme a Lei nº 13.415/2017 GAUQUELIN, E. M. G. De O. et al. Descrever pontos importantes na mudança do novo Ensino Médio no Brasil, conforme a Lei nº 13.415/2017. Revista Psicologia & Saberes, v. 8, n. 11, p. 270-278, 2019. https://bit.ly/33eBL7Q A integração Ensino Médio e educação profissional: o que muda com a Lei n. 13.415/2017 LOUZADA-SILVA, D. et al. A integração Ensino Médio e educação profissional: o que muda com a Lei n. 13.415/2017. Revista Com Censo: Estudos Educacionais do Distrito Federal, v. 4, n. 4, p. 150-156, nov. 2017. https://bit.ly/33fwMUz Por que a urgência da reforma do ensino médio? Medida Provisória n. 746/2016 (Lei n. 13.415/2017) MOTTA, V. C. da; FRIGOTTO, G. Por que a urgência da reforma do ensino médio? Medida Provisória n. 746/2016 (Lei n. 13.415/2017). Educação & Sociedade, v. 38, n. 139, p. 355-372, 2017. https://bit.ly/3jYI3zg 21 UNIDADE Considerações sobre a Lei 13.415/2017 Referências BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: do ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999. DAVINI, M. C. Currículo integrado. Adaptação e resumo por José Paranaguá de Santana. Brasília: OPAS, 1983. DOURADO, L. F. et al. A qualidade da educação: conceitos e definições. 2013. Disponível em: <http://escoladegestores.mec.gov.br/site/8biblioteca/pdf/qualidade_ da_educacao.pdf>. Acesso em: 20/06/2020. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. LIBANÊO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 4. ed. Goiânia: Alternativa, 2001. LIMA, M. et al. Currículo escolar e construção cultural: uma análise prática. Dialo- gia, São Paulo, v. 5, p. 145-151, 2006. LOPES, A. C.; MACEDO, E. O pensamento curricular no Brasil. Currículo: debates contemporâneos, Rio de Janeiro: Petrópolis, 2002. MARANHÃO (Estado). Diretrizes Curriculares: Programa de Melhoria de Qualida- de de Ensino. Seduc/MA, 2013. ________. Referenciais Curriculares: ensino médio. Estado do Maranhão/Secreta- ria de Estado da Educação: São Luís, 2006. MARTINS, J. Anotações em torno do conceito de educação para convivência com o semi-árido. Educação para a convivência com o semi-árido Brasileiro: refle- xões teórico-práticas. Juazeiro: Selo Editorial RESAB, 2004. MENEZES, A. C. S.; ARAUJO, L. M. Currículo, contextualização e complexidade: espaço de interlocução de diferentes saberes. 2013. Disponível em: <https://pt.slideshare. net/euzebioraimundodasilva/artigo-lucinanacelia>. Acesso em: 30/05/2019. PIRES, T. Educação profissional: a necessária integração curricular. 2013. Dispo- nível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/37-4.pdf>. Acesso em: 28/12/2018. RODRIGUES, P. C. R. Multiculturalismo: a diversidade cultural na escola. Disserta- ção de mestrado. Escola Superior de Educação João de Deus. Lisboa. 2013. SACRISTÁN, J. G. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Art- med, 2000. TRES, J. A. A. Desafios do gestor escolar para a mudança organizacional da escola. 2013. Disponível em: <http://www.ensino.eb.br/portaledu/conteudo/arti- go7806.pdf>. Acesso em: 28/12/2018. 22
Compartilhar