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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 TRATAMENTO DAS ANEMIAS 1. FALE SOBRE OS COMPONENTES DO SANGUE E SUAS FUNÇÕES. QUAIS SÃO AS LINHAGENS HEMATOPOÉTICAS? PLASMA: 90% água 9% proteínas albumina, alfa, beta e gama globulinas e proteínas da coagulação ~1% compostos orgânicos aminoácidos, vitaminas, hormônios, glicose Sais inorgânicos, íons, gases - É o componente líquido do sangue no qual os glóbulos vermelhos, brancos e as plaquetas estão suspensos - Constitui mais da metade do volume do sangue e é composto, principalmente, por sais (eletrólito) e proteínas dissolvidos em água - Ele também atua como um reservatório que pode tanto repor água como absorver o excesso de água dos tecidos. Quando os tecidos do corpo carecem de líquidos adicionais, a água do plasma é o primeiro recurso utilizado para atender essa necessidade CÉLULAS: Glóbulos vermelhos compõem cerca de 40% do volume do sangue. Contêm hemoglobina, uma proteína que confere a cor vermelha ao sangue e que permite a este transportar oxigênio dos pulmões a todos os tecidos corporais Glóbulos brancos também denominados leucócitos. Existem em menor quantidade do que os glóbulos vermelhos, numa proporção aproximada de um glóbulo branco para cada 600-700 glóbulos vermelhos. São responsáveis, sobretudo, pela defesa do corpo contra infecções. Existem 5 tipos principais: neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos Plaquetas são partículas semelhantes a células, menores que os glóbulos vermelhos ou brancos. Existem em menor número do que os glóbulos vermelhos, numa proporção de cerca de uma plaqueta para cada 20 glóbulos vermelhos. As plaquetas atuam no processo de coagulação reunindo-se no local da hemorragia e se aglutinando, de maneira a formar um tampão que ajuda a vedar o vaso sanguíneo - A célula tronco multipotente dará origem a duas linhagens: mieloide e linfoide. A linhagem mieloide dará origem as células sanguíneas, sendo elas: megacariócito (que irá se fragmentar, dando origem aos trombócitos), eritrócito, mastócito e mieloblasto. A linhagem linfoide, dará origem aos linfócitos (T e B). NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 2. O QUE É ANEMIA? - É definida pela OMS como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como resultado da carência de um ou mais nutrientes essenciais - Podem ser causadas por deficiência de vários nutrientes como ferro, zinco, vitamina B12 e proteínas 3. COMO ESTÃO AS HEMÁCIAS NA ANEMIA FERROPRIVA E NA DEFICIÊNCIA DE COBALAMINA E/OU ÁCIDO FÓLICO? ANEMIA FERROPRIVA: - Hemácias microcíticas e hipocrômicas ANEMIA MEGALOBLÁSTICA: - Hemácias macrocíticas (decorrente de um bloqueio na síntese de DNA por uma assincronia da maturação do núcleo em relação ao citoplasma. O núcleo celular amadurece mais lentamente e, quando a divisão celular ocorre, a célula apresenta tamanho aumentado) 4. DESCREVA A DIFERENCIAÇÃO DA HEMÁCIA DESDE A CÉLULA TRONCO NA MEDULA ÓSSEA VERMELHA. - As células maduras do sangue apresentam origem comum a partir de células tronco hematopoiéticas presentes na medula óssea. A palavra hematopoiese significa formação das células do sangue. Abrange o estudo de todos os fenômenos relacionados com a origem, com a multiplicação e a maturação das células primordiais ou precursoras das células sanguíneas, à nível da medula óssea. - Para ocorrer a hematopoese é necessário um microambiente normal, capaz de sintetizar fatores necessários para a sobrevivência das células progenitoras, favorecer as interações entre células de diferentes tipos e acomodar as células em desenvolvimento, por isso, além das células precursoras hematopoiéticas, existem outras células que constituem o estroma, formado por fibroblastos, osteoblastos, osteoclastos, células-tronco mesenquimais, adipócitos, macrófagos, linfócitos e células endoteliais dos sinusoides medulares, e um componente acelular, composto por substâncias que modulam as atividades celulares, chamadas fatores de crescimento, citocinas e proteínas de matriz extracelular. - As hemácias iniciam suas vidas na medula óssea pela célula tronco hematopoiética pluripotente, da qual derivam todas as células circulante no sangue. A medida que essas células se reproduzem, uma pequena parcela permanece exatamente como células pluripotentes originais, retidas na medula óssea como reserva, e a outra parte, que é maioria, se diferencia formando as outras células, que são as células tronco comprometidas, que são também chamadas de unidade formadora de colônia de eritrócitos (conhecida com a sigla CFU-E, do inglês, colony-forming unit erythrocyte). - O crescimento e reprodução das células tronco são controlados por múltiplas proteínas, denominadas indutores de crescimento. Dentre esses indutores, temos a interleucina-3, que irá promover o crescimento e a reprodução de praticamente todos os diferentes tipos de células-tronco comprometidas. Porém, eles promovem o crescimento, e NÃO a diferenciação. Essa função será dos próprios indutores de diferenciação. A formação desses indutores é determinada por fatores externos, como por exemplo, exposição do sangue a baixas concentrações de oxigênio. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 - A célula tronco multipotente dará origem a duas linhagens: mieloide e linfoide. A linhagem mieloide dará origem as células sanguíneas, sendo elas: megacariócito (que irá se fragmentar, dando origem aos trombócitos), eritrócito, mastócito e mieloblasto. A linhagem linfoide, dará origem aos linfócitos. 5. DESCREVA A ESTRUTURA DA HEMOGLOBINA? - A hemoglobina é uma proteína com estrutura quaternária formada por 4 subunidades - Cada subunidade é formada por uma porção proteica (globina) e um grupo protético (heme) - Existem diferentes tipos de globinas alfa, beta, delta e gama - O grupo heme, por sua vez, apresenta um átomo de ferro, que está geralmente na forma ferrosa - Tipos normais de hemoglobina: o Hemoglobina A1: representa 95 a 98% da hemoglobina encontrada em adultos, e contém duas cadeias proteicas alfa (α) e duas cadeias proteicas beta (β). o Hemoglobina A2: Equivale a cerca de 2 a 3% da hemoglobina total em adultos, e possui duas cadeias proteicas alfa (α) e duas cadeias proteicas delta (δ). o Hemoglobina F: É a principal hemoglobina produzida pelo feto durante a gestação, sendo essa produção diminuída após o nascimento. Equivale até 2% da hemoglobina total em adultos, e apresenta duas cadeias proteicas alfa (α) e duas cadeias proteicas gama (γ). - No adulto normal, em torno de 97% da hemoglobina circulante possui 2 cadeias alfa e 2 beta, a chamada hemoglobina A (ou hemoglobina A1). Cerca de 2% da hemoglobina circulante possui 2 alfa e 2 delta, ou hemoglobina A2; e o 1% restante possui 2 alfa e 2 gama, denominada hemoglobina F (fetal). Esta última, como o nome sugere, é a principal Hb da vida fetal 6. CITE ALGUMAS FORMULAÇÕES UTILIZADAS NO TRATAMENTO DA ANEMIA POR CARÊNCIA DE FERRO? - A dose recomendada para a correção da anemia ferropriva é de 60 mg de ferro elementar (o que equivale a 300 mg de sulfato ferroso) 3-4x/dia. Em crianças, a dose deve ser 5 mg/kg/dia (3-6 mg/kg/dia) de ferro elementar, dividido em 3 tomadas NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 - A absorção do sulfato ferroso é melhor quando administrado de estômago vazio, 1-2h antes das refeições, de preferência associado à vitamina C ou ao suco de laranja - Os efeitos colaterais gastrointestinais do ferro oral são bem conhecidos e incluem náuseas, vômitos, desconforto epigástrico e diarreia. Eles incidem em cerca de 15-20% dos pacientes e geralmente são contornados quando as cápsulas passam a ser ministradas junto às refeições. Ou seja, o sulfato ferroso só deve ser dado junto com a comida em caso de intolerância gástrica - Deve-se observar a resposta terapêutica,pois a absorção do ferro elementar torna-se reduzida com o pH alcalino dos alimentos - A resposta ao tratamento deve ser observada avaliando-se a contagem de reticulócitos. Ela aumenta nos primeiros dias de reposição, atingindo um pico entre 5-10 dias. A hemoglobina e o hematócrito começam a subir em 2 semanas (o início da melhora é mais rápido quanto mais grave for a anemia...), geralmente voltando ao normal em 2 meses após o início da terapia. A reposição de ferro deve durar 6-12 meses após a normalização do hematócrito, no intuito de reabastecer os estoques corporais desse elemento. O controle pode ser feito com a ferritina sérica, que deve chegar a valores acima de 50 ng/ml... Em crianças, recomenda- se uma duração de 3-4 meses para a terapia de reposição, ou 2 meses após a normalização da hemoglobina - A falha terapêutica pode ser secundária a: (1) o diagnóstico etiológico da anemia está errado; (2) a anemia é multifatorial; (3) má adesão terapêutica; (4) o ritmo de sangramento crônico é maior do que a reposição empregada; (5) doença celíaca, quando o ferro oral não é absorvido. - Nos últimos dois casos, lançamos mão do ferro parenteral - Indicações de ferro parenteral: (1) síndromes de má absorção duodenojejunais, como a doença celíaca; (2) intolerância às preparações orais; (3) anemia ferropriva refratária à terapia oral, apesar da adesão terapêutica; (4) necessidade de reposição imediata dos estoques de ferro, quando utilizamos, por exemplo, a eritropoetina recombinante humana em pacientes com insuficiência renal crônica em tratamento dialítico. - Hoje, o preparado de ferro para uso EV é o gluconato férrico de sódio e o ferro-sucrose 7. CITE ALGUMAS FORMULAÇÕES DE MEDICAMENTOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DA ANEMIA MEGALOBLÁSTICA (CARÊNCIA DE FOLATOS / B12). DEFICIÊNCIA DE COBALAMINA: - Na maioria dos pacientes com deficiência de cobalamina o problema está na má absorção dessa vitamina, assim a via de administração tradicional é a parenteral - A vitamina B12 é prescrita sob a forma de cianocobalamina ou hidroxicobalamina - O esquema mais clássico consiste numa dose IM de 1.000 µg (1.000 unidades), inicialmente 1x/dia durante 7 dias, seguida da mesma dose 1x/semana por 4 semanas, e daí em diante 1 dose/mês para o resto da vida do paciente - Já foi descrito também um tratamento bem sucedido com a forma oral de cobalamina, a vitamina B12 cristalina, 2 mg (2.000 µg) por dia, baseando-se no princípio de que 1% da vitamina é absorvido mesmo na ausência do FI. Estudos recentes demonstraram respostas satisfatórias NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 - Quando a carência e a anemia são decorrentes de supercrescimento bacteriano, devemos indicar a antibioticoterapia - Nos pacientes com diagnóstico de anemia perniciosa, deve ser feito acompanhamento regular com endoscopia, pelo risco de desenvolvimento de CA de estômago a partir da gastrite atrófica - Logo após o início do tratamento, mesmo alguns dias antes de uma resposta hematológica evidente, o paciente se sente melhor disposto DEFICIÊNCIA DE FOLATO: - É tratada com terapia de reposição, na dose usual de 1-5mg/dia por VO - Se o problema estiver na absorção, doses de até 15 mg/dia podem ser utilizadas, sendo rara a necessidade do folato parenteral - A duração da terapia depende do grau de deficiência - A dieta deve ser corrigida, para que não haja recidiva do quadro carencial após o fim do tratamento - Os pacientes com necessidades continuamente aumentadas (anemia hemolítica ou má absorção) devem continuar recebendo ácido fólico oral indefinidamente, juntamente com uma dieta rica em folato 8. O QUE OCORRE QUANDO O FE2+ DA HEMOGLOBINA É OXIDADO A FE3+? - Ocorre a condição clínica chamada como metahemoglobinemia. Quando o ferro da molécula heme é oxidado do estado ferroso (Fe2+) para o estado férrico (Fe3+) há a formação de metahemoglobina, molécula incapaz de ligar-se e transportar oxigênio - A metahemoglobinemia é caracterizada por cianose na ausência de doenças cardíacas ou pulmonares, refratária a administração de Oxigênio. Uma cianose acinzentada característica é observada quando os níveis de metahemoglobina excedem 1,5 g/dL, 10% do total de hemoglobina de um indivíduo normal. Neste nível, o paciente pode estar assintomático. Os sintomas estão relacionados com a diminuição da oxigenação e incluem cefaléia, fraqueza, taquicardia e dificuldade respiratória evoluem progressivamente com concentrações de metahemoglobina superiores à 20%. Concentrações > 50% resultam em hipóxia grave e depressão do SNC. Concentrações > 70% podem ser incompatíveis com a vida. A presença de anemia, insuficiência cardíaca e doenças respiratórias podem produzir sintomas de hipóxia em porcentagens mais baixas de metahemoglobina. Amostras de sangue de pacientes com mais que 15% de metahemoglobinemia apresentam um cor marrom-chocolate que não se modifica quando exposta ao ar. 9. POR QUE A DEFICIÊNCIA DE B12/FOLATO CAUSA A ANEMIA MEGALOBLÁSTICA? - A anemia megaloblástica é ocasionada por ausência de cofatores importantes para a síntese de DNA. Por conta disso, ocorre a assincronia na divisão celular, o citoplasma se prepara para uma divisão que não acontece e se torna muito grande em relação ao núcleo - Apesar de afetar todas as divisões celulares, as células que se dividem de forma mais rápida são as mais afetadas, estando aí inclusas as células precursoras da medula óssea. Como consequência, os eritrócitos passam a apresentar volume e tamanho aumentado, sendo chamados de megaloblastos que ao serem produzidos, são reconhecidos como defeituosos e destruídos na própria medula, ou seja, causando uma eritropoiese ineficaz e anemia NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 - As principais causas são as deficiências de ácido fólico, que participa da formação de purinas e pirimidinas, e/ou de vitamina B12, necessária para permitir a entrada do folato nas células - Além disso, há também o uso de medicamentos que bloqueiam a síntese de DNA ou que interferem no metabolismo do ácido fólico, como alguns anticonvulsivantes - Por não serem produzidos pelas células do nosso corpo, a vitamina B12 e o folato precisam estar presentes em nossa dieta. Em ocasiões de baixa ingesta, síndromes disabsortivas ou aumento de consumo, haverá carência de ácido fólico, enquanto a de cobalamina, geralmente, é resultado de má absorção da vitamina - Diferente do ácido fólico, que poucos meses de balanço negativo entre ingesta e consumo são suficientes para desenvolver sintomas da anemia, as reservas de vitamina B12 duram até 15 anos. Por conta disso, dietas carentes em B12, como dos veganos, podem causar uma anemia megaloblástica, porém muito mais a longo prazo se não houver a devida reposição vitamínica. 10. O QUE É ANEMIA PERNICIOSA E ANEMIA FALCIFORME? ANEMIA PERNICIOSA: - É uma doença caracterizada pelo desenvolvimento de autoanticorpos que atacam as células do corpo e fundo gástricos (células parietais), reduzindo tanto a produção de ácidos e pepsina quanto de fator intrínseco - O resultado é o desenvolvimento de hipoclorídria e anemia megaloblástica por má absorção de B12 - É a causa mais comum de deficiência de cobalamina descrita na literatura - Afeta indivíduos entre 45-65 anos sendo rara antes dos 30 anos - É mais comum em mulheres - É fator de risco para o adenocarcinoma gástrico - A anemia perniciosa está associada a outras afecções autoimunes, como a tireoidite de Hashimoto (hipotireoidismo), o vitiligo, a insuficiência suprarrenal idiopática (doença de Addison), o hipoparatireoidismo e a doença de Graves - Os anticorpos anticélulas parietais estão presentes em 90% dos pacientes, enquanto os anticorpos anti-fator intrínseco são encontrados em 60%, inibindo a ligação do FI com a vitamina B12 NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 7 ANEMIA FALCIFORME: - Doençade caráter genético, originada por uma mutação no cromossomo 11 que resulta na substituição de um ácido glutâmico pela valina na posição 6 da exterminada N-terminal na cadeia beta da globina, dando origem à hemoglobina S - Os eritrócitos cujo conteúdo predominante é a hemoglobina S assumem, em condições de hipóxia, forma semelhante à de uma foice daí o nome falciforme, decorrente da polimerização da hemoglobina S - Os glóbulos vermelhos em forma de foice não circulam adequadamente na microcirculação, resultando tanto em obstrução do fluxo sanguíneo capilar como em sua própria destruição precoce. Este mecanismo fisiopatológico acarreta graves manifestações clínicas, com maior frequência após os 3 meses de idade - Durante os 6 primeiros meses de vida, esses indivíduos são geralmente assintomáticos devido aos altos níveis de hemoglobina F.
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