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Tema 3 - Desenvolvimento na Infância

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31/08/2022 20:59 Desenvolvimento na infância
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03843/index.html# 1/54
Desenvolvimento na infância
Prof.ª Crismarie Hackenberg
Descrição
Definição e conceituação teórica dos fundamentos do desenvolvimento infantil, e das
transformações físicas, cognitivas, emocionais e psicossociais envolvidas, com segmentação nos
três períodos da infância e suas faixas etárias respectivas.
Propósito
O conhecimento sobre as teorias de desenvolvimento humano envolvidas no estudo da fase da
infância amplia a visão do psicólogo em sua prática profissional clínica e institucional, tornando
mais eficaz sua prática e pesquisa com profundidade.
Objetivos
Módulo 1
Desenvolvimento físico
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Reconhecer os conceitos teóricos e os aspectos do crescimento e do desenvolvimento físico,
bem como as diferenças e similaridades da primeira, segunda e terceira infâncias.
Módulo 2
Desenvolvimento cognitivo
Identificar os pensadores do desenvolvimento infantil e os fundamentos do desenvolvimento
cognitivo na primeira, segunda e terceira infâncias.
Módulo 3
Marcos de desenvolvimento
Reconhecer os marcos de desenvolvimento da infância e as características dos marcos motores,
sociais e emocionais.
Introdução
O campo do desenvolvimento humano é constituído por estudos científicos de avaliação sobre as
mudanças nas pessoas, bem como a observação das características que permanecem
relativamente estáveis durante toda a vida. Desde que os seres humanos existem, o interesse pelo
desenvolvimento humano tem ocorrido. Contudo, o seu estudo científico formal é relativamente
novo. Desde o início do século XIX, diversas tendências e especialidades acadêmicas, tanto da
saúde como da educação, preparam o caminho para o estudo científico do desenvolvimento
infantil. Platão, na Grécia Antiga, já mencionava os ciclos de 7 em 7 anos no desenvolvimento
humano, mas foi no século XX que as mudanças puderam ser organizadas e estabelecidas em
mudanças e marcos relacionados mais especificamente com o avanço da idade.
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Sobre a visão do ciclo da vida, Papalia, Olds e Feldman (2006) descrevem o ciclo vital em oito
períodos: pré-natal; primeira infância; segunda infância; terceira infância; adolescência; jovem
adulto; meia-idade; e terceira idade. De outra forma, muitos autores propuseram utilizar divisões um
pouco diferentes, pensando as etapas do ciclo em forma de marcos etários distintos.
O enfoque deste conteúdo será a abordagem da infância, especificamente da primeira, segunda e
terceira infâncias, com a divisão etária proposta por Papalia, Olds e Feldman (2006). Essas fases
serão explicadas e relacionadas dentro de três temas centrais: o desenvolvimento físico, o
desenvolvimento cognitivo e a apresentação dos marcos de desenvolvimento na infância. Nosso
olhar também abordará algumas considerações sobre o desenvolvimento dos repertórios
emocional e social.
1 - Desenvolvimento físico
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os
conceitos teóricos e os aspectos do crescimento e do
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desenvolvimento físico, bem como as diferenças e
similaridades da primeira, segunda e terceira infâncias.
Conceito de infância
O conceito da infância como um período especial de desenvolvimento, em que o indivíduo deverá
ser protegido, cuidado e supervisionado é um evento bastante recente quando consideramos a
história da ciência. Se pensarmos historicamente, até o século XVII, predominava um conceito de
que a criança era um adulto em miniatura. Dessa forma, acreditava-se que tanto os sentimentos
quanto o raciocínio, até mesmo as ações infantis, possuíam a mesma semelhança dos elementos
básicos dos adultos. A ideia de uma criança ser um adulto em miniatura se refletiu na arte. Se
olharmos as pinturas medievais, encontraremos crianças retratadas com as proporções corporais
dos adultos (CARVALHO, 2015).
Toda essa concepção influenciou profundamente o tratamento que a sociedade dispensou ao
longo da civilização para crianças. Sabemos, por registros históricos, que as crianças recebiam
cuidados especiais até os sete anos de idade. Depois dessa fase, um novo ciclo começava e elas
ingressavam na comunidade dos adultos e participavam das mesmas atividades que eles.
Existia uma diferença de classes sociais, e a vida das crianças também era impactada dependendo
do nível social. Em classes menos privilegiadas, as crianças trabalhavam no campo, vendiam
produtos nos mercados e irremediavelmente aprendiam um ofício. Elas não recebiam nenhum
tratamento especial e, muito pelo contrário, eram alvo de todo tipo de atrocidade por parte dos
adultos.
Nos ambientes de famílias mais abastadas, também se fazia pouca distinção entre a infância e a
idade adulta. A escolarização era mais comum nesse ambiente social, e as crianças começavam a
estudar aos quatro ou cinco anos de idade. O ensino era quase sempre enciclopédico, e nessas
tarefas de leituras acadêmicas eram desenvolvidas as faculdades mentais de atenção, memória e
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abstração. As classes escolares eram compostas por indivíduos de todas as idades, e ninguém se
espantava ao encontrar meninos de sete anos ao lado de jovens de dezoito recitando juntos uma
lição.
Gradativamente, o conceito de infância foi mudando a partir do século XVII. A educação familiar
passou a separar as crianças dos assuntos dos adultos, e a presença delas em festas coletivas e
populares passou a ser considerada como maléfica à formação do caráter e da moral. O ensino
passou a ser oferecido de forma graduada, ou seja, com a formação das classes com crianças da
mesma idade. Também vamos encontrar o surgimento de alguns pensadores que defenderão a
ideia de que a mente da criança era diferente da mente do adulto (CARVALHO, 2015).
Contudo, temos que destacar que todas essas mudanças foram exclusivamente encontradas em
classes de aristocratas e de burgueses.
Até o século XIX, a classe baixa continuou mantendo a visão secular da infância, fazendo pouca
distinção entre crianças e adultos.
Nas classes sociais mais baixas, as crianças eram colocadas pelos pais para aprender um ofício ou
trabalhar no campo aos sete ou oito anos. Nesse período da “infância roubada”, as crianças se
submetiam às mesmas faltas legais que os mais velhos e ainda se casavam no início da
adolescência. Sobre esse período, muitas crianças não sobreviveram à infância, e foi necessária
uma transformação ocasionada pela burguesia com seu crescimento e poder para promover as
mudanças reais no tratamento que a sociedade dispensava a esse ciclo da vida.
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Ainda podemos destacar a influência social e cultural na infância. Todos nós sabemos que
nascemos incompletos e, quando cresceremos, somos seres intrinsecamente biológicos nos
primeiros anos. Teremos uma grande influência da forma com que seremos criados: nossa língua,
nossos hábitos, os valores e os costumes serão norteadores de nossas individualidades junto das
identidades biológicas. Assim, a infância será muito impactada pelo indivíduo, seu meio, sua
família, incluindo sua nacionalidade.
É importante esclarecermos que a Psicologia, a Medicina e o avanço das neurociências
promoveram uma grande revolução na compreensão do desenvolvimento. Assim, com um avanço
histórico exponencial, hoje podemos organizar o conhecimento sobre o desenvolvimento das
crianças e estudá-las agrupando suas características e manifestações, olhandocom interesse para
o que há de igual nas etapas da infância (AMARAL, 2007).
Conceito de crescimento e
desenvolvimento
Segundo Amaral (2007), os termos “crescimento” e “desenvolvimento” foram considerados, durante
muito tempo, como dois conceitos separados. O termo “crescimento”, até hoje, abarca os aspectos
físicos, e o termo “desenvolvimento” diz respeito aos aspectos mentais. Essa separação era mais
uma demonstração do pensamento dicotômico que divide mente e corpo, uma ideia herdada de
Descartes, pensador da era iluminista.
Atualmente, os pensadores e cientistas tendem a considerar os aspectos do crescimento como
parte do desenvolvimento, que abrangeria o crescimento orgânico e o desenvolvimento mental.
O crescimento orgânico é um processo dinâmico que normalmente é
expresso pelo aumento do tamanho corporal, que é uma forma mais visível.
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O potencial genético de crescimento poderá ser alcançado ou não, mas
existe em todo ser humano.
Entretanto, esse potencial dependerá das condições de vida às quais um indivíduo esteja exposto
desde a sua concepção até a sua idade adulta. Dessa forma, o processo de crescimento será muito
influenciado por dois fatores, veja a seguir:
Fatores intrínsecos
Ocorrem nos processos genéticos.
Fatores extrínsecos
Ocorrem nos processos ambientais.
Nos extrínsecos, ainda destacam-se alguns fatores relevantes, como a saúde, a alimentação, a
habitação, a higiene e os cuidados gerais com a criança, que suportam a curva de crescimento
esperada na infância.
Sobre a janela de oportunidade biológica na infância, o tema do desenvolvimento humano, no
campo da Psicologia, tem tratado de formas diferentes a definição etária do ciclo da vida.
Originalmente, pensava-se em duas fases na infância, uma primeira fase de 0 a 6 anos e outra de 6
a 11 anos ou de 7 aos 12 anos.
Entretanto, com os avanços das neurociências e a observação da intensidade de crescimento e
desenvolvimento dos primeiros anos de vida, muitos autores preferiram dividir a primeira infância
em dois momentos: uma primeira infância (de 0 a 2/3 anos) e uma segunda infância (de 2/3 anos
até 6 anos). Os primeiros anos ainda divergem entre autores, pois podemos encontrar na literatura
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de 0 até 2 anos e de 0 até 3 anos, mas a grande mudança estabelecida, segundo Amaral (2007), foi
a conceituação de uma terceira infância, que ocorre dos 6 aos 11 anos, aproximadamente.
Assim, com a divisão das três infâncias, a janela de oportunidade de crescimento e
desenvolvimento pôde ser mais detalhada, e destacar a importância dos primeiros anos de vida no
crescimento e desenvolvimento das crianças. Veja a imagem de novas sinapses e a janela de
oportunidade:
Importância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento infantil.
Optamos pelo entendimento da terminologia da primeira, segunda e terceira infância mencionada
por Papalia, Olds e Feldman (2006), referência de leitura acadêmica na formação da Psicologia e
Educação, em diversas universidades do Brasil e do mundo.
Primeira infância
Existem algumas divergências entre os autores sobre as faixas etárias do desenvolvimento da
infância. Sobre a visão do ciclo da vida, Papalia, Olds e Feldman (2006) descrevem o ciclo vital em
oito períodos. Vamos conferi-los!
Pré-natal
Da concepção ao nascimento.
Primeira infância
D i t 3 d id d
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Do nascimento aos 3 anos de idade.
Segunda infância
De 3 a 6 anos.
Terceira infância
De 6 a 11 anos.
Adolescência
De 11 a 18 anos.
Jovem adulto
De 19 a 40 anos.
Meia-idade
De 41 a 65 anos.
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A primeira infância está relacionada à fase de crescimento dos 0 aos 3 anos, período importante no
qual ocorre o desenvolvimento das estruturas e circuitos cerebrais, em que também acontece a
aquisição de capacidades fundamentais que permitirão o aprimoramento de habilidades futuras
mais complexas e avançadas. Crianças que se desenvolvem integralmente e de forma saudável
durante os primeiros anos de vida têm maior facilidade de se adaptarem a diferentes ambientes.
De acordo com Papalia, Olds e Feldman (2006), as crianças normalmente crescem mais
rapidamente durante o período dos três primeiros anos de vida, especialmente mais durante os
primeiros meses do que em qualquer outro período da vida.
Durante o primeiro ano de vida, a altura aumenta em cerca de 25cm a 30cm fazendo com que um
bebê de 1 ano de idade tenha cerca de 76cm de altura. Ele cresce cerca de 12,5cm durante o
segundo ano e de 7,5cm a 10cm durante o terceiro ano. À medida que o bebê cresce, os aspectos
do formato do corpo e as proporções também mudam. Normalmente, temos a impressão de que
um bebê de 1 ano é gorducho e barrigudo comparado com uma criança de 3 anos, que achamos
que é delgada.
Depois desse período, ocorre um longo período (dos três aos onze anos, aproximadamente), em
que o crescimento será um pouco mais lento, embora regular, segundo Carvalho (2015). Outro fator
observado é que, de maneira geral, os meninos quando nascem são um pouco maiores do que as
meninas se avaliarmos todas as dimensões corporais.
Terceira idade
De 66 anos em diante.
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Sobre o tipo corporal, os genes herdados por um bebê exercem forte influência e ajudam a
determinar se uma criança será baixa ou alta, atarracada ou magra, ou um meio termo entre os
dois. Essa influência genética interage em razão das influências ambientais, como a nutrição e o
meio ambiente. Um exemplo interessante é avaliarmos como as crianças norte-americanas são
mais altas e mais pesadas do que crianças de mesma idade no Japão, provavelmente em função
de diferenças alimentares (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006).
Sobre a dentição, geralmente, ela começa quando os bebês costumam pegar quase tudo que veem
para pôr na boca, isso ocorre em torno dos 3 ou 4 meses. O primeiro dente aparece entre o quinto e
o nono mês de vida. No primeiro ano, a criança já tem de 6 a 8 dentes e aos dois anos e meio já tem
20 dentes.
Finalmente, uma característica dessa fase, segundo Carvalho (2015), é a aquisição da fala. Por
volta dos dezoito meses, quando a criança começa a falar, ela usa as palavras em uma sequência
adequada e segue uma regra gramatical. Quando o bebê de dezoito meses sente sede, ele dirá:
“qué aca”, não “aca qué”. Existem teorias diferentes sobre a aquisição da linguagem, mas, até o
momento, não há nada definido sobre essa competência produzida com a natureza dos
mecanismos. No entanto, já sabemos que fatores biológicos e ambientais influenciam a aquisição
e o desenvolvimento da linguagem.
Segunda infância
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De acordo com Carvalho (2015), em torno dos 3 anos, uma mudança começa a ocorrer na silhueta
das crianças, quando se destaca a aparência delgada e atlética da infância. O tronco, os braços e
as pernas tornam-se mais compridos, e a cabeça, que ainda é relativamente grande, vai se
harmonizando com as outras partes do corpo que continuam aumentando.
Tanto meninas como meninos podem alcançar no crescimento cerca de 5cm a 13cm por ano
durante a segunda infância e ainda adquirem de 1,8kg a 2,7kg ao ano. Existe uma pequena
vantagem em altura e peso dos meninos, que continuará até o surto de crescimento da puberdade.
Essas mudanças na aparência refletem um desenvolvimento paralelo no interior do corpo das
crianças. O desenvolvimento muscular e esqueléticovai continuar nessa fase, tornando as crianças
mais fortes. As cartilagens transformam-se em ossos em uma velocidade mais acelerada do que
antes, e os ossos podem se tornar mais duros, dando à criança uma forma mais firme, com mais
composição muscular e que protegerá os órgãos internos. Essas mudanças são impactadas pelo
amadurecimento do sistema nervoso, que promove o desenvolvimento de uma ampla gama de
habilidades motoras.
Entre os 3 e 6 anos, as também crianças conquistam grandes avanços nas habilidades motoras
gerais.
Um exemplo é que elas conseguem correr e pular, o que envolve grandes músculos. Os ossos e
músculos são mais fortes, e sua capacidade aeróbica e respiratória é maior, tornando bem mais
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fácil realizar a vontade de correr, saltar e escalar maiores distâncias. A cada ano de vida, a criança
ficará mais rápida e com uma capacidade melhor nessas atividades.
As crianças com menos de 6 anos de idade, segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), raramente
estão com suas capacidades motoras preparadas para participar de qualquer esporte organizado.
Somente 20% de crianças de 4 anos conseguem arremessar bem uma bola. Nessa etapa, o
desenvolvimento físico floresce melhor com as brincadeiras ativas e não estruturadas, os jogos do
“faz de conta”.
As crianças, durante o período pré-escolar, conseguem fazer progressos significativos com suas
habilidades motoras. À medida que se desenvolvem fisicamente, conseguem coordenar sua
vontade com a capacidade de fazer, por exemplo:
Andar de triciclo.
Utilizar uma tesoura.
Essas são conquistas dessa etapa por causa do desenvolvimento dos músculos maiores.
Uma característica dessa etapa é a preferência no uso das mãos. Isso quer dizer que crianças entre
3 e 6 anos preferem usar a mão direita ou esquerda, o que geralmente se evidencia aos 3 anos. A
preferência pelo uso das mãos nem sempre é definida e nem todo mundo prefere uma das mãos
para todas as tarefas. Os meninos são mais propensos a serem canhotos do que as meninas.
O mundo da criança dessa fase é baseado em um mundo mágico, e os jogos terão muita relevância
no desenvolvimento. O jogo do “faz-de-conta” vai ser fundamental, pois vai dominar todas as suas
atividades. Por meio das atividades lúdicas, a criança aprende a reconhecer algumas das
diferenças corporais que existem entre meninas e meninos, tendo oportunidade de começar a usar
as palavras e ainda reconhecer e descrever seus sentimentos. Terá ainda, a chance de competir
com outras crianças e poderá demonstrar a força de suas aptidões e habilidades.
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O jogo do “faz-de-conta”, muito conhecido de todos nós, também ajudará a
dar vazão aos seus desejos, temores, esperanças e impulsos agressivos.
Nas suas brincadeiras com as outras crianças, é a fantasia que lhe ensinará
os papéis sociais.
A aquisição da linguagem, segundo Carvalho (2015), desde a fala com maior repertório de palavras
e o início da leitura, será uma etapa importante dessa fase, pois é uma característica importante
dos seres humanos. Quando a criança começa a adquirir a linguagem, ela entra em um mundo
completamente novo de coisas a aprender e compreender, tornando-se capaz de liderar e já usando
suas experiências e o meio ambiente de várias novas maneiras.
Terceira infância
As crianças, ao se aproximarem dos seis ou sete anos de idade, apresentam modificações
consideráveis no seu comportamento, na linguagem e na forma como realizam suas interações
com seus amigos, mostrando um avanço cognitivo na qualidade de raciocínio. Existe uma
tendência ao egocentrismo nas crianças nessa fase. Observamos a diminuição da fantasia e uma
forma de se relacionar com a realidade física e social mais objetiva.
A partir dos 6 anos, de forma gradual, o pensamento vai se tornando mais objetivo e com uma
visão menos centralizada, assim a criança consegue operar com as informações do ambiente. A
criança de idade pré-escolar pode saber ir sozinha à escola e à casa de um amigo, mas não
consegue dizer qual dos dois lugares fica mais perto de casa ou dizer qual é o caminho mais longo.
Segundo Carvalho (2015), isso acontece porque ela ainda não tem o conceito de distância.
De acordo com Carvalho (2015), nesse período, compreendido dos 6 aos 11 anos, além do conceito
de distância, serão aprendidos também os conceitos de tempo (aquele que marca as horas e
aquele que nos coloca no mundo de um ser histórico), de classes, de relações e de número.
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A família continuará a desempenhar um papel importante na vida da criança na terceira infância,
mas a escola surgirá como um elemento relevante para o seu desenvolvimento. Ao entrar na
escola, ela poderá sentir receio quanto à sua habilidade para enfrentar novos desafios.
Contudo, esse temor geralmente será superado pelo fato de que ir à escola será um marco de
maturidade e uma fonte de orgulho para a criança. Nesse mesmo período, a criança terá uma maior
receptividade à amizade de outras crianças, bem como ao conhecimento das coisas do seu mundo
imediato.
Se compararmos com o ritmo acelerado da segunda infância, realmente o crescimento medido em
peso e em altura, durante a fase da terceira infância, é consideravelmente mais lento. Muitas
mudanças não são óbvias, mas produzem uma surpreendente diferença entre crianças de 6 anos,
que ainda são crianças pequenas, e crianças de 11 anos, muitas das quais já começam a parecer
adultas.
Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), em média, as crianças em idade escolar crescem cerca
de 2,5cm a 7,6cm a cada ano e ganham 2,2kg a 3,6kg ou mais, quase alcançando o dobro do seu
peso corporal. Nesse mesmo período, com quase 11 anos, as meninas podem iniciar um surto de
crescimento, ganhando cerca de 4,5kg por ano. Na maioria das vezes, elas estarão mais altas e um
pouco mais pesadas que os meninos de sua turma na escola, continuando assim até
aproximadamente os 12 ou 13 anos. Os rapazes, depois dessa fase, iniciam seu surto de
crescimento e superam as moças. As moças reterão um pouco mais de tecido gorduroso que os
rapazes, sendo que essa característica persistirá durante a idade adulta.
Durante a terceira infância, as crianças continuam aperfeiçoando as
habilidades motoras. Nesse período, elas continuam tornando-se mais
fortes, mais rápidas e mais bem coordenadas e se realizam com muito
prazer ao testar seus corpos e adquirir novas habilidades.
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As brincadeiras ficam mais impetuosas e podemos ver garotos em idade escolar um sobre o outro,
e poderemos ter dificuldade para saber se eles estão brigando ou brincando, não fosse pela
expressão de seus rostos.
Os recreios costumam ter brincadeiras nas primeiras séries da escola que basicamente consistem
em jogos impetuosos, como um modo vigoroso de brincar que envolve rolar no chão, lutar, chutar,
agarrar-se e, às vezes, perseguir, em geral acompanhado de risos e gritos. Esse modo de brincar
atinge o auge na terceira infância.
Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), os meninos brincam mais dessa forma do que as
meninas em diversas culturas ao redor do mundo, e esse fato é geralmente atribuído a um misto de
diferenças hormonais e à socialização. Existem poucas diferenças se compararmos as habilidades
motoras de meninos e meninas na terceira infância, e elas se tornam maiores à medida que as
crianças se aproximam da puberdade (CARVALHO, 2015).
O desenvolvimento físico nas fases da
infância
Confira agora o desenvolvimento físico nas fases da infância, destacando as diferenças e
similaridades em cada fase.

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Falta pouco para atingir seus
objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Considerando a proposta do ciclo da vida de Papalia, Olds e Feldman (2006), marque a única
resposta certa:
I. o ciclo vital é dividido em oito períodos abarcando períodos que seguem desde o pré-natal
(da concepção ao nascimento) até a terceira idade.
II. A fase adulta apresenta 3 fases: jovem adulto (de 19 a 40 anos); meia-idade (de 41 a 65
anos) e terceira idade (de 66 anos em diante).
III. A infância será dividida em duas fases: primeira infância (de 0 a 6 anos) e segunda infância
(de 6 a 11 anos).
Marque a única resposta correta:
A I e II estão corretas.
B Apenas a I está correta.
C Apenas a III está correta.
D I e III estão corretas.
E II e III estão corretas.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
As afirmativas I e II estão corretas. O ciclo vital é dividido em 8 períodos, abarcando períodos
que seguem desde o pré-natal (da concepção ao nascimento) até a terceira idade, e a fase
adulta apresenta 3 fases: jovem adulto (de 19 a 40 anos); meia-idade (de 41 a 65 anos) e
terceira idade (de 66 anos em diante). Contudo, a infância será dividida em três fases: primeira,
segunda e terceira infâncias. Os cientistas do desenvolvimento acreditam que certas
necessidades básicas de desenvolvimento devem ser observadas separadamente e em etapas
mais bem definidas na primeira infância separando dois ciclos (0 a 3 anos e 3 a 6 anos),
respeitando a curva de crescimento e desenvolvimento cognitivo com a janela de
oportunidade, considerando os indícios do desenvolvimento infantil.
Questão 2
Historicamente, sobre a concepção da infância, é correto afirmar que:
I. Existia, antes do século XVII, uma diferença na concepção da infância muito impactada
conforme as classes sociais às quais as crianças pertenciam.
II. Antes do século XVII, as famílias ricas e mais abastadas já separavam as crianças dos
hábitos dos adultos, sendo que os estudos escolares já eram organizados por turmas de
idades semelhantes.
III. A partir do século XVII, o conceito de infância foi se modificando, e a educação familiar
passou a separar as crianças dos assuntos dos adultos, que ficavam preocupados com a
formação do caráter e da moral na infância.
Marque a resposta correta.
A I e II estão corretas.
B I e III estão corretas.
C Apenas a I está correta.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
As afirmativas I e III estão corretas. Existia, antes do século XVII, uma diferença na concepção
da infância que seria muito impactada conforme as classes sociais às quais as crianças
pertenciam. Nas classes menos abastadas, as crianças trabalhavam ou aprendiam um ofício.
A partir do século XVII, o conceito de infância foi se modificando e a educação familiar passou
a separar as crianças dos assuntos dos adultos, que ficavam preocupados com a formação do
caráter e da moral na infância. A alternativa III está incorreta. Antes do século XVII, a educação
das crianças de famílias ricas fazia pouca distinção entre a infância e a idade adulta. O ensino
era baseado nas leituras de enciclopédias, argumentação e as classes escolares eram
compostas por indivíduos de todas as idades. Isso só foi modificado a partir do século XVII,
com o surgimento de alguns pensadores que defenderão a ideia de que a mente da criança é
diferente da mente do adulto, pressuposto que referenciou os estudos do desenvolvimento
humano e os estágios evolutivos.
D Apenas a III está correta.
E II e III estão corretas.
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2 - Desenvolvimento cognitivo
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os
pensadores do desenvolvimento infantil e os fundamentos do
desenvolvimento cognitivo na primeira, segunda e terceira
infâncias.
Pensadores sobre o desenvolvimento
infantil
Fröbel
O modelo mecanicista-ambientalista pode representar a criança e todos os seus fenômenos e
defende que o desenvolvimento infantil seria o resultado de uma programação biológica, de um
manejo das forças externas do ambiente que condicionariam o ser humano em um comportamento
modelado. O modelo organicista não considera a criança como uma máquina, mas sim como um
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“ser vivo”, ou seja, um organismo biológico, no qual a herança genética e a maturação do organismo
comandam o processo de desenvolvimento.
O conhecido pedagogo alemão que tinha fortes traços religiosos, Friedrich Fröbel (1782-1852),
mais conhecido como o criador da ideia do “jardim de infância”, é um exemplo dessa forma de
pensamento.
Friedrich Wilhelm August Fröbel.
Fröbel propunha que todas as crianças fossem educadas com atividades que respeitassem as suas
naturezas. Para Fröbel, somente dessa forma seria possível o desenvolvimento de suas
potencialidades, respeitando-se a sua condição de ser uma obra divina, um filho ou filha de Deus.
Para ele, como Deus está presente na natureza, as crianças sempre seriam boas por natureza por
serem obras divinas (AMARAL, 2007).
Vygotsky
Muitos estudiosos ainda mantêm a crença de que o desenvolvimento humano depende das
potencialidades individuais inatas e de que a inteligência e os talentos são “dons” do próprio
cérebro, determinados biologicamente e estimulados pelo ambiente. Em contraposição a esse
modelo mecanicista e organicista, encontramos o modelo histórico-cultural, proposto por Vygotsky,
que se fundamenta na compreensão de uma relação dialética entre o biológico e o social.
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Lev Vygotsky.
Para Vygotsky, a criança não pode ser representada como uma máquina nem por um organismo
vivo, mas como um ser que se constitui nas relações sociais. Esse pensador parte de um
pressuposto de que o homem não é um ser passivo e inerte. Assim, a criança age sobre o mundo
por meio das relações sociais e nelas é que serão buscadas as origens das formas superiores dos
comportamentos
Para Vygotsky, desde o seu nascimento, a criança estará em interação com os adultos que, por sua
vez, buscarão incorporá-las às suas culturas. À medida que as crianças crescem, esses processos
passam a ser internalizados, por meio de uma interiorização. Isso será fruto das relações com a
cultura e com a história, dessa forma a natureza social das pessoas torna-se também sua natureza
psicológica.
Piaget
Outro teórico fundamental do desenvolvimento infantil foi Jean Piaget, por seus estudos sobre
razão e emoção. O grande trabalho de Piaget foi conseguir estabelecer as etapas do
desenvolvimento a partir do aparecimento de novas qualidades do pensamento.
Jean Piaget.
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Piaget definiu quatro períodos básicos visíveis na evolução do desenvolvimento infantil. Sobre
esses períodos, podemos citar alguns aspectos (AMARAL, 2007), confira:
Período de aperfeiçoamento contínuo que se inicia com uma vida mental aplicada aos
reflexos e aos instintos. Aos poucos, a criança vai adquirindo autonomia motora e sensitiva.
Ao final dos 2 anos, a criança já se locomove, reconhece os rostos das pessoas, demonstra
afetos e esboça as primeiras palavras.
Período marcado pelo aparecimento da linguagem, que acelerará a comunicação e o
surgimento do pensamento. A criançatransforma a realidade em função de suas fantasias
e desejos. No final deste período, inicia-se a famosa fase dos “porquês”. Neste momento, o
pensamento começa a se adaptar ao real e a criança precisa de explicações.
Período em que aparece a capacidade de executar operações ou tarefas. Essas operações
são possíveis quando relacionadas a objetos concretos e reais, ainda não há a capacidade
de abstração.
Período em que as crianças devem estar vivendo a passagem do pensamento concreto para
o pensamento abstrato. Dessa forma, desenvolve-se a capacidade de generalização própria
Período sensório-motor (do nascimento até os 2 anos de idade) 
Período pré-operatório (dos 2 aos 7 anos) 
Período das operações concretas (dos 7 aos 11 anos) 
Período das operações formais (dos 11 anos ou mais, até cerca de 19 anos) 
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do pensamento adulto. Os meninos e as meninas já serão capazes de lidar com conceitos
como justiça e liberdade.
Primeira infância
Ao nascer, o bebê parece um pouco desamparado. Em contato com o mundo por meio da sucção,
visão, audição e preensão, o recém-nascido exerce sua capacidade de pegar objetos, e já começa a
agarrar todos que os adultos colocam em suas mãos.
Os bebês podem levantar ligeiramente a cabeça para alcançar o seio, e param de chorar quando a
mãe ou outras pessoas os acariciam. A criança, ao final do quarto mês de vida, já possui uma boa
série de comportamentos adquiridos. O universo da criança, segundo Carvalho (2015), é composto
pelo espaço bucal, espaço tátil, espaço visual e espaço auditivo.
Aos poucos, a criança começa a demonstrar um interesse sistemático pelas consequências de
seus atos. Assim, a criança pode começar a fazer ações como as seguintes:
Jogar um objeto para agarrá-lo em seguida.
Balançar o berço para agitar as coisas amarradas às grades.
Agitar o chocalho para produzir seu som característico.
Tudo isso corresponde ainda com um olhar do bebê hipnotizado com seus próprios movimentos de
suas mãos ou dos pés. Essa intencionalidade das ações demonstra que a criança começa a
estabelecer relações causais entre suas ações e os eventos do meio ambiente.
A seguir, veremos algumas caracteristicas marcantes da criança até seus 2 anos.
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Quando a criança faz 9 meses, de forma gradual, seu desempenho mostra uma
consolidação da noção do objeto permanente (categorias piagetianas) e de espaço
contínuo. A criança vai se tornar capaz de reconstruir as causas a partir de um efeito
percebido e vice-versa. Por exemplo, quando ouve o barulho da chave na porta, ela
demonstra a expectativa da chegada de alguém (CARVALHO, 2015)
Por volta dos 18 meses, a criança começa a mostrar algum ressentimento quando alguma
coisa que ela deseja lhe é tomada.
Por volta dos 2 anos, a criança já estará apta a falar e, como um ser social, poderá se
envolver nos mais diferentes tipos de atividades grupais. Ao descobrir que é capaz de
realizar uma coisa nova, a criança logo emprega sua habilidade recém-adquirida
(CARVALHO, 2015).
Segunda infância e cognição
Durante a idade pré-escolar, há uma expansão da curiosidade intelectual. Nessa fase, ocorre o
aparecimento da função simbólica, a linguagem, e ocorre a formação dos primeiros conceitos. As
crianças poderão representar pessoas e objetos ausentes e imaginar situações que não estão em
sua realidade imediata.
Nessa fase, a ação dos pais será primordial ao darem atenção e responderem de forma adequada
à curiosidade intelectual da criança. Com essas ações, eles possibilitarão que a criança modifique
9 meses 
Por volta dos 18 meses 
Por volta dos 2 anos 
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suas atitudes e expectativas corrigindo seus conceitos.
O raciocínio da criança de 2 a 6 anos de idade apresenta três características fundamentais. Confira
a seguir:
Nesta fase, especialmente dos 2 aos 4 anos de idade, o raciocínio da criança é muito
influenciado por suas próprias vontades e desejos, sua forma de pensar e perceber as
coisas. Tudo reflete apenas um ponto de vista, ou seja, o seu. A criança é insensível aos
argumentos contrários às suas afirmações; por esse motivo, seus julgamentos serão
sempre absolutos.
Nesta fase, em razão de seu egocentrismo, a criança projeta estendendo suas experiências
pessoais aos seus brinquedos ou animais. É como se ela transferisse e atribuísse uma alma
humana para todos os seus objetos. Isso pode ocorrer com uma boneca ou um bichinho de
pelúcia que forem deixados em casa quando a família sair para passear. A criança logo vai
manifestar preocupação se eles sentirão solidão e medo. Podendo também chutar uma
árvore e acreditar que esta irá sentir dor e chorar. Quanto mais nova for a criança, mais
autocentrada ela será em termos de relacionamento com a realidade externa. Um exemplo é
a criança acreditar na “fada dos dentes”, que, ao receber uma moedinha, poderá substituir o
dente que caiu por outro novo.
Nesta fase, a tendência a analisar os fatos à luz da percepção do imediatismo, e isso produz
uma incapacidade de se chegar a um pensamento sintético sobre a realidade, o que é uma
consequência do egocentrismo. A criança pode ser impedida de aprender se favorecendo
das relações existentes entre os eventos, por causa da forma como seu raciocínio opera. Ao
invés de analisar o todo de um problema, a criança se atém em alguma característica
Egocentrismo 
Animismo 
Irreversibilidade 
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específica de uma tarefa. O pensamento regulado pela percepção imediata é sempre
irreversível. Uma vez usada uma sequência de raciocínio, é impossível anulá-lo e voltar ao
ponto de partida.
Esse pensamento vai se tornando, pouco a pouco, reversível por volta dos 6 anos de idade. Será
essa reversibilidade que tornará possível que a criança possa operar com classes e relações, que
será característico do raciocínio da fase seguinte (CARVALHO, 2015).
Terceira infância e cognição
Nessa etapa, o pensamento e raciocínio da criança serão caracterizados pelo uso de sistemas
logicamente organizados. Vamos citar dois aspectos relevantes sobre esse tema, a classificação e
a seriação.
Classi�cação
Muitos teóricos do desenvolvimento humano destacam esse conceito em duas classes ou modos:
unidades conceituais isoladas e um sistema lógico. Veja a seguir um pouco mais sobre cada um
deles:
Unidades conceituais
Isoladas, fazem parte de uma classe que corresponde à representação mental. Ou seja, a partir
de características gerais ou definidoras, são formados os pensamentos sobre grupos de objetos
ou pessoas.
Seria uma denominação para quase todos os objetos de nossa experiência utilizando nomes
genéricos para organizar as categorias elaboradas de forma concreta, pois baseiam-se em
características observáveis como: forma, cor, tamanho, posição, entre outros.
Sistema lógico
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É um campo que foi adotado pelos estudos teóricos de Jean Piaget e seus colaboradores. Para
eles, a classificação é de natureza operatória, e não apenas semântica. Dessa forma, será
necessário o uso de operações de inclusão e complementação que realizarem uma classificação,
e não apenas o domínio do significado das palavras. Consiste em uma tarefa de ordenar ou
arranjar os objetos ou eventos em séries. Outra tarefa seria ainda medir ou contar os objetos.
Dessa forma, podemos entender que uma operação é um conjunto de ações que permite ao
indivíduo fazer uma organização mental do mundo que o cerca.
A criança nessa fase ainda não conseguefazer conexões utilizando conclusões sobre hierarquia de
classes ou qualidades abstratas. Conceitos como felicidade ou justiça ainda não são
compreensíveis cognitivamente. Por isso, Piaget chamou esse período do desenvolvimento de
estágio das operações concretas. Finalmente, por volta dos 11 anos, a criança já consegue conferir
e confirmar as classes formadas utilizando o caráter hierárquico de um sistema de inclusão, assim
como é capaz de realizar uma classificação com conceitos abstratos. É importante relevarmos que
as orientações etárias não significam que necessariamente nessas faixas se consolidem esses
domínios exatamente. As mudanças na qualidade das estruturas cognitivas ocorrem a partir da
interação criança-meio.
Seriação
Com o amadurecimento ao final dessa fase, alcançamos a operação de seriação, que consiste em
uma etapa mais elaborada cognitivamente. Ou seja, a ordenação de elementos, respeitando-se as
grandezas crescentes ou decrescentes.
Nessa etapa, tanto as diferenças como as semelhanças adquirem o valor de relações quantificáveis
em termos positivos e negativos. Por exemplo, em uma série de bonecos com comprimentos
diferentes, a criança torna-se capaz de deduzir o tamanho de qualquer elemento da série sabendo
do comprimento de um dos elementos e as proporções de diferença entre cada um deles.
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Com esse domínio sobre as relações transitivas assimétricas, a criança pode compreender as
noções de presente, passado e futuro. Assim, segundo Carvalho (2015), a sucessão de dias ganha
outro significado para a criança.
O desenvolvimento cognitivo infantil
Confira agora o desenvolvimento cognitivo, destacando os principais autores do desenvolvimento
na infância.

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Falta pouco para atingir seus
objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Existe um estágio no desenvolvimento em que as crianças transformam a realidade em função
de suas fantasias e desejos. Os pais podem observar os filhos inventando diálogos com seus
brinquedos. Em qual dos estágios cognitivos de Piaget esse modelo descrito ocorre, sendo ele
marcado pelo aparecimento da linguagem que acelera a comunicação e o surgimento do
pensamento? Marque a única resposta correta.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Segundo Piaget, esse período é marcado pelo aparecimento da linguagem, que acelerará a
comunicação e o surgimento do pensamento. A criança transforma a realidade em função de
suas fantasias e desejos, e os pais observam seus filhos inventando diálogos com seus
brinquedos. No final desse período, inicia-se a famosa fase dos “porquês”, quando o
pensamento começa a se adaptar ao real e a criança precisa de explicações.
A Estágio sensório-motor.
B Estágio de operações concretas.
C Estágio de operações formais.
D Estágio pré-operatório.
E Estágio pré-sensório.
Questão 2
Podemos encontrar algumas teorias sobre o desenvolvimento humano. Nesse caso, podemos
analisar dois pensadores desse campo e suas ideias. O primeiro, _________________, postulava
que o pensamento aparece antes da linguagem, e que apenas é uma das suas formas de
expressão. A formação do pensamento depende, basicamente, da coordenação dos esquemas
sensório-motores, e não da linguagem. Esta só pode ocorrer depois que a criança já alcançou
um determinado nível de habilidades mentais. O segundo pensador, ________________,
reconhecia que o pensamento e a linguagem são processos interdependentes, desde o início
da vida. Este autor afirmava que a aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções
mentais superiores: ela dá uma forma definida ao pensamento, possibilita o aparecimento da
imaginação, o uso da memória e o planejamento da ação. Nesse sentido, a linguagem,
diferentemente daquilo que Piaget postula, sistematiza a experiência direta das crianças e por
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isso adquire uma função central no desenvolvimento cognitivo, reorganizando os processos
que nele estão em andamento.
A seguir, selecione a opção que completa as lacunas de forma correta com os nomes dos
pensadores relacionados.
Parabéns! A alternativa C está correta.
A ordem correta é Piaget e Vygotsky. Do que foi visto, é possível afirmar que tanto Piaget como
Vygotsky concebem a criança como um ser ativo, atento, que constantemente cria hipóteses
sobre o seu ambiente. Há, no entanto, grandes diferenças na maneira de conceber o processo
de desenvolvimento, quanto ao papel dos fatores internos e externos no desenvolvimento.
Piaget privilegia a maturação biológica; Vygotsky, o ambiente social. Piaget, por aceitar que os
fatores internos preponderam sobre os externos, postula que o desenvolvimento segue uma
sequência fixa e universal de estágios. Vygotsky, ao salientar o ambiente social em que a
criança nasceu, reconhece que, em se variando esse ambiente, o desenvolvimento também
será variável. Nesse sentido, não se pode aceitar uma visão única, universal, de
desenvolvimento humano.
A Fröbel – Piaget
B Vygotsky – Fröbel
C Piaget – Vygotsky
D Piaget – Fröbel
E Fröbel – Vygotsky
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3 - Marcos de desenvolvimento
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os
marcos de desenvolvimento da infância e as características dos
marcos motores, sociais e emocionais.
Marcos na infância
O interesse pelo desenvolvimento humano e integral da criança tem crescido muito nas últimas
décadas (BRASIL, 2002). Historicamente, podemos relembrar do início dos anos 1980, quando o
UNICEF e a OMS lançaram um documento intitulado Revolução pela sobrevivência e
desenvolvimento da criança (CSDR/Child Survival & Development Revolution).
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Apesar de ser um documento com o objetivo exploratório de diagnosticar e descrever o estado
nutricional com uma avaliação do crescimento mundial, a proposta foi aceita com entusiasmo
pelos países em vias de desenvolvimento, a exemplo do Brasil. Nosso país na época convivia com
taxas de mortalidade infantil muito elevadas, que eram decorrentes de uma alta prevalência de
doenças infecciosas, que eram associadas à desnutrição.
Como reflexo dessa ação internacional, em 1984, foi publicada pelo Ministério da Saúde uma série
de manuais sobre atenção básica à criança de 0 a 5 anos. Entre esses volumes que se referiam ao
desenvolvimento infantil, foi incluído um que abordava o acompanhamento do crescimento. Na
época, não foi dada muita importância à vigilância durante o desenvolvimento, mas o tema foi
tratado de forma didática com a inclusão de uma ficha com alguns dos principais marcos do
desenvolvimento das crianças e um método instrutivo para pais e cuidadores sobre como lidar
com a situação diante de atrasos ou suspeitas de problemas do desenvolvimento. Posteriormente,
alguns desses marcos foram incluídos no Cartão da Criança (BRASIL, 2002).
Criação do Cartão da Criança
Desde o início do século XX, a importância do acompanhamento durante o crescimento e no
período de desenvolvimento da criança já era enfatizada como um eixo central da atenção, pois
assim era possível identificar os grupos de maior risco para intervenções apropriadas, com o intuito
de efetivamente diminuir a morbimortalidade infantil. Vamos então ler aqui alguns temas
abordados em uma versão mais atual do manual de atenção básica. Nessa nova versão do Cartão
da Criança, veremos que o acompanhamento do crescimentoe desenvolvimento já foi absorvido e
é entendido como sendo uma ação básica primordial que deve permear toda a atenção à criança
(BRASIL, 2002).
Se pensarmos sobre a criança, a sequência do desenvolvimento pode ser identificada por meio dos
marcos tradicionais. Essas referências são possíveis com um olhar para uma abordagem
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sistemática, ou seja, para a observação dos avanços da criança no tempo. A aquisição de
determinada habilidade vai se basear nas adquiridas previamente, e raramente pulam-se etapas.
Esses marcos constituem a base dos instrumentos de avaliação (BRASIL, 2002).
O manual do Cartão da Criança recomenda a escuta da queixa dos pais e
considera a história clínica e o exame físico da criança, no contexto de um
programa contínuo de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento.
Somente assim será possível formar-se um quadro completo do crescimento
e desenvolvimento da criança e da real necessidade de intervenção.
No caso de um exame neurológico completo ou a realização de uma avaliação psicológica, a
criança deve ser encaminhada a um especialista ou serviço de referência. A ficha de
acompanhamento de desenvolvimento serve como um roteiro de observação e identificação de
crianças com prováveis problemas de desenvolvimento, incluindo alguns aspectos psíquicos
(BRASIL, 2002).
A tabela de avaliação é composta por 4 categorias. Vamos conferir!
Maturativo
Psicomotor
Social
Psíquico
Marcos de desenvolvimento
Fatores de desenvolvimento
Segundo Amaral (2007), existem 6 fatores de desenvolvimento. Veja a seguir uma breve explicação
sobre suas influências:
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Fator importante para o crescimento biológico. Os aspectos genéticos podem atuar como
uma bagagem potencial em todos nós. Contudo, esse potencial é herdado pelo indivíduo e
pode desenvolver-se ou não e, nesse caso, depende dos demais fatores. O crescimento
corporal é um dos aspectos do desenvolvimento que é bastante influenciado por fatores
hereditários.
Nosso organismo se desenvolve, e o indivíduo começa a adquirir mais domínio sobre o seu
meio ambiente. Com o tempo, será adquirida mais autonomia e maiores possibilidades de
descobertas e insights. Os fatores que interferem no desenvolvimento do organismo
também podem acarretar dificuldades no desenvolvimento mental.
Hereditariedade 
Crescimento orgânico 
Amadurecimento neurofisiológico 
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Com as descobertas sobre nosso cérebro, já sabemos que nascemos com cerca de 100
bilhões de neurônios. Esses neurônios formam sinapses que se intercomunicam em redes,
sendo que novas formações dessas redes neuronais vão se estabelecendo ao longo de todo
o processo de desenvolvimento humano. Todas as nossas capacidades, habilidades,
estratégias e complexidades serão promovidas a partir das experiências das interações
sociais e com o meio, com implicações neurológicas da aprendizagem.
Estímulos ambientais e as influências alteram significativamente os padrões do
comportamento humano. Determinados comportamentos se desenvolvem mais
intensamente quando as crianças são estimuladas e com intensidade. Um exemplo desse
caso é a estimulação precoce.
A desnutrição é responsável pela redução do crescimento físico e por um menor
desempenho intelectual em crianças. Dessa forma, monitorar o desenvolvimento e o
Meio ambiente 
Desnutrição infantil 
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crescimento logo após o nascimento é essencial para prever riscos nutricionais à saúde. As
pesquisas também têm demonstrado a existência de uma janela para um período crítico
para a influência da má nutrição. Quando a desnutrição é precoce e ocorre nos primeiros
dois anos de vida, o resultado pode ser irreversível. Caso seja dada à criança uma dieta
alimentar adequada posteriormente, ela poderá retornar ao seu ritmo de desenvolvimento,
atingindo, assim, seu nível normal de crescimento. Esse evento chama-se crescimento
compensatório.
Doenças prolongadas podem prejudicar o crescimento físico. No entanto, da mesma forma
que a desnutrição, os efeitos das doenças podem ser rapidamente superados se elas não
causarem danos permanentes. Um ambiente cheio de tensão também pode favorecer a
inibição do crescimento físico, fazendo com que ocorram mudanças no ritmo, na curva
esperada de crescimento físico e uma inibição significativa do potencial de
desenvolvimento. As pesquisas evidenciam que o estresse prolongado gera uma menor
produção ou liberação do hormônio do crescimento.
Doenças, estresse e hormônios 
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Marcos do desenvolvimento motor
Uma etapa muito importante de observação no desenvolvimento infantil é o desenvolvimento
motor, que é caracterizado por uma série de "marcos". Os marcos são capacidades que uma
criança adquire antes de avançar para outras capacidades mais difíceis. Esses marcos não são
realizações isoladas, pois as etapas são evolutivas e se desenvolvem sistematicamente. Cada
capacidade adquirida prepara o bebê e a criança para lidar com as fases seguintes (PAPALIA;
OLDS; FELDMAN, 2006).
Seguem alguns aspectos sobre os marcos do desenvolvimento motor:
Marcos do desenvolvimento motor.
Marcos do desenvolvimento do Cartão
da Criança
Relação de marcos da primeira
infância
Agora, veremos um pouco os detalhes das crianças durante a primeira infância. Confira!
1 a 2 meses
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Neste período, o leite materno protege o bebê, que raramente adoece. Ele se sente seguro,
acalentado e acolhido no colo da mãe. Gosta de olhar para objetos coloridos e ficar em várias
posições, sobretudo gosta de olhar para o rosto da mãe, respondendo sempre com um sorriso.
3 a 4 meses
O bebê fica bem mais ativo e já olha para quem o observa, consegue acompanhar com o olhar
respondendo com sons e balbucios quando alguém conversa e interage com ele. Gosta de pôr as
mãos em objetos que encontra e tem interesse na boca. Aprecia a companhia da mãe e gosta de
trocar de lugar. As habilidades motoras estão em evolução. O bebê fica em várias posições – de
bruços, levanta a cabeça e os ombros.
5 a 6 meses
O bebê já consegue perceber uma interação social, sabe quando se dirigem a ele e gosta de
balbuciar. Quando o bebê ouve uma voz, ele procura a voz com o olhar. Olha e pega tudo,
inclusive objetos pequenos, correndo perigo de engasgar-se. Para que ele se movimente melhor,
a mãe ou quem cuida dele deve colocá-lo no chão.
7 a 9 meses
O bebê, mesmo sendo amamentado, tem vontade de experimentar outros alimentos. Ele gosta de
brincar com a mãe, estar em contato visual constante com os familiares. Às vezes, pode
estranhar pessoas de fora de casa. Não gosta de ficar só. Já fica sentado e também pode se
arrastar ou engatinhar sozinho seguindo seus interesses. Pode até mesmo tentar se pôr de pé.
Muito curioso. Já fica sentado sem apoio.
10 a 12 meses
Nesta fase, o bebê já está crescido, imita os pais e a família, já consegue dar adeus, bater
palmas. Fala, pelo menos, uma palavra com sentido e aponta para as coisas que ele quer. Come
comida da casa, porém precisa comer mais vezes que um adulto. Gosta de ficar em pé apoiando-
se nos móveis ou nas pessoas. Engatinha ou anda com apoio.
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13 a 18 meses
A criança está cada vez mais independente: quer comer sozinha e já se reconhece noespelho.
Anda alguns passos, mas sempre busca o olhar dos pais ou familiares. Fala algumas palavras e,
às vezes, frases de duas ou três palavras. Já consegue andar sozinho.
19 meses a 2 anos
A criança nesse período já anda com segurança. Faz pequenas corridas, sobe e desce escadas.
Brinca com vários brinquedos. Consegue aceitar a companhia de outras crianças, porém brinca
sozinha. Ainda não tem vontade própria, fala muito a palavra “não”.
Relação de marcos da segunda e
terceira infâncias
A criança gosta da ajuda que recebe para se vestir. Está ficando sabida: dá nomes aos
objetos, diz seu próprio nome e fala "meu". A mãe deve começar, aos poucos, a tirar a fralda
e ensinar, com paciência, o seu filho a usar o peniquinho. Ela já demonstra suas alegrias,
tristezas e raivas. Gosta de ouvir histórias e está cheia de perguntas.
2 a 3 anos 
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Gosta de brincar com outras crianças. Tem interesse em aprender sobre tudo o que a cerca,
inclusive contar e reconhecer as cores. Ainda recebe ajuda para se vestir e calçar os
sapatos. Brinca imitando as situações do seu cotidiano e os seus pais.
A criança gosta de ouvir histórias, aprender canções, ver livros e folhear revistas. Veste-se e
toma banho sozinha. Escolhe suas roupas, sua comida e seus amigos. Corre e pula
alternando os pés. Gosta de expressar as suas ideias, comentar o seu cotidiano e, às vezes,
conta histórias. Conta ou inventa pequenas histórias e já consegue assumir algumas
responsabilidades.
A criança está concluindo o seu processo de alfabetização e já consegue manter o interesse
por leituras com livros maiores e mais complexos. Pode fazer operações matemáticas mais
3 a 4 anos 
4 a 6 anos 
7 anos 
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complexas. Já consegue lidar com dinheiro, conferir o troco e contar suas moedas.
Compreende o que é a mesada e o ato de poupar, acumular para um brinquedo, e se
possível, doar uma certa parte. Nessa fase, aquele egocentrismo natural da primeira
infância começa a diminuir.
Nessa etapa do descobrimento, a criança já conhece seus interesses e gostos pessoais e
está pronta para ótimas e sólidas relações de amizade. A parte motora está bem próxima da
maturidade e pronta para a prática esportiva. Essa prática ajudará no estirão dos próximos
anos, no controle da agressividade e ajuste na coletividade.
Essa é a fase intermediária para a pré-adolescência. Pode ocorrer uma mudança, menos
vontade de brincadeiras lúdicas e mais interesse pelas atividades mais “adultas”, como
séries de TV, livros, celular, jogos, relações sociais. São mais realistas com os fatos que
ocorrem no mundo e colocam os pais em xeque algumas vezes. Mostram-se mais
independentes.
8 anos 
9 anos 
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Marcos sociais e emocionais da
infância
Marco da aquisição da linguagem
A fala inicial, a partir dos 14 meses de vida, não é apenas uma versão imatura da fala adulta, mas
ela aos poucos vai ganhando um potencial de personalidade própria, qualquer que seja o idioma
que a criança esteja falando (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). Mas sabemos que as crianças
simplificam e se utilizam de falas telegráficas para poder se comunicar e dizer o suficiente para
enviar sua mensagem (exemplo: “Não tomar leite!”). A fala inicial também possui muitas outras
características distintas.
As crianças compreendem relações gramaticais que ainda não conseguem expressar e também
não conseguem sequenciar palavras suficientes para expressar a ação completa. Aos 2 anos de
idade, as crianças são capazes de reproduzir mais de 200 palavras, e aos 2 anos e 6 meses, mais
de 500 palavras.
Entre 2 e 2 anos e meio, as crianças apresentam frases de 3 a 4 palavras, com desvios de flexão
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nominal e verbal (exemplo: “Esse meu bola”; “Eu comeu tudo bolacha”).
Marco da escola – o primeiro ano!
Há expectativa de ingressar no primeiro ano – uma emoção aguardada com uma mistura de muita
alegria e ansiedade, mesmo para as crianças que já frequentam a pré-escola.
O primeiro dia na escola e as aulas na primeira série são um marco para todas as crianças – um
sinal dos avanços internos que possibilitam essa nova condição. Esse efeito de ingressar no
primeiro ano é uma experiência que prepara as bases para toda a carreira escolar de uma criança.
O boletim do primeiro ano é um prognóstico do que está por vir – um prognóstico mais preciso do
que os resultados em testes iniciais.
Marco da idade escolar (terceira
infância) e pré-adolescência
Durante a idade escolar (considerada entre 6 e 11 anos), ocorre um significativo crescimento
cognitivo. Esse evento promove na criança maior compreensão sobre as emoções dos outros e as
suas próprias, gerando os primeiros passos para maior controle emocional. O crescimento
emocional se expressa, especialmente, com o autocontrole das emoções negativas (RODRIGUES;
MELCHIORI, 2014).
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Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), serão fundamentais para o desenvolvimento do controle
da emoção e da autoestima os ambientes familiar e escolar. Promover sentimentos positivos
acerca da confiança em si mesmo, da visão sobre suas possibilidades, facilitando a vivência frente
a desafios. As crianças, ao se relacionarem com seus pares da mesma idade cronológica, vivem
uma oportunidade e um excelente aprendizado de comportamentos pró-sociais.
Elas podem receber um senso de identidade, com habilidades de liderança,
de comunicação, de cooperação e de papéis, além de regras. Esse é um
início para o afastamento dos pais, já que um grupo social de amigos
sempre abre novas perspectivas.
Dessa forma, podemos concluir que a idade escolar será permeada por muitas conquistas e
aquisições cognitivas importantes, pois elas impulsionarão o desenvolvimento psicossocial,
mesmo que não sejam observadas mudanças físicas significativas. Ao contrário, na próxima etapa,
a adolescência, além de mudanças físicas, muitas mudanças cognitivas e psicossociais bastante
expressivas poderão ser observadas, e prepararão a pessoa para um período de autonomia e uma
vida produtiva (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006).
Marcos no desenvolvimento da
criança
Confira agora os marcos no desenvolvimento infantil, destacando as principais características nas
diferentes fases da infância.

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Falta pouco para atingir seus
objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O interesse pelo desenvolvimento humano e integral da criança tem recebido atenção nas
últimas décadas. O aumento constante dos níveis de sobrevivência infantil em todo o mundo
tem sido reconhecido como um grande esforço internacional na prevenção de problemas ou de
patologias com efeitos duradouros na constituição do ser humano desde a infância. Sobre
esse tema, é recomendado nas cartilhas distribuídas pelo Ministério da Saúde o
acompanhamento de diversas etapas no desenvolvimento, sobretudo aspectos motores na
primeira infância. Essas etapas são conhecidas como
Parabéns! A alternativa C está correta.
A marcadores somáticos.
B estágios piagetianos.
C marcos de desenvolvimento.
D etapas de identidade.
E etapas operacionais.
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Em 1984, foi publicadapelo Ministério da Saúde uma série de manuais sobre atenção básica à
criança de 0 a 5 anos. Esses volumes tratavam do desenvolvimento infantil, mas foi incluído
um manual que abordava o acompanhamento do crescimento. O tema foi tratado de forma
didática com a inclusão de uma ficha com alguns dos principais marcos do desenvolvimento
das crianças e um método instrutivo para pais e cuidadores sobre como lidar com a situação
diante de atrasos ou suspeitas de problemas do desenvolvimento. Posteriormente, alguns
desses marcos foram incluídos no Cartão da Criança e são orientativos da atenção básica de
saúde em todo os sistema SUS e SUAS no território brasileiro.
Questão 2
Para Papalia, Olds e Feldman (2006), o processo de crescimento será influenciado por fatores
intrínsecos e extrínsecos que suportam a curva de crescimento por faixas etárias esperadas na
infância. Alguns fatores são acompanhados no desenvolvimento, pois explicam muitas
manifestações no comportamento da criança e até mesmo nas suas dimensões físicas e
habilidades cognitivas. É o caso do fator da hereditariedade. Sobre esse tema,assinale (V) ou
(F) em cada afirmativa.
I. ( ) A hereditariedade é um fator importante para o crescimento biológico.
II. ( ) O potencial hereditário de cada criança é predeterminado e ele sempre se desenvolverá,
independentemente de meio e estímulos.
III. ( ) Os aspectos genéticos podem atuar como uma bagagem potencial em todos nós,
podendo ocorrer ou não.
IV. ( ) A inteligência é uma capacidade que pode ser transmitida geneticamente, porém é uma
capacidade potencial e ela pode desenvolver-se além ou aquém desse potencial.
V. ( ) O crescimento corporal é um dos aspectos do desenvolvimento que é bastante
influenciado por fatores hereditários.
Marque a resposta com a sequência correta.
A V - V - F – F - V
B V - F - F - V - V
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Considerações �nais
A infância é um período ímpar e tem um papel-chave em todo o desenvolvimento do ser humano.
Os 6 primeiros anos de vida são os mais importantes no crescimento e desenvolvimento da
criança. Vimos como é essencial o papel dos pais, dos cuidadores, dos professores e de todos que
participam efetivamente da vida da criança. O acompanhamento dos marcos de desenvolvimento é
uma garantia para que o crescimento orgânico seja atingido de forma satisfatória por meio de um
acompanhamento atento e cuidadoso. É importante todas as pessoas de uma comunidade familiar
se envolverem com o desenvolvimento saudável das crianças, além de se conscientizarem de seus
papéis, tanto no desenvolvimento físico e cognitivo da criança quanto no social e no intelectual-
emocional. Essa é uma responsabilidade dos adultos.
Vimos que as crianças, desde bebês, participam ativamente do universo que as cerca e são
impactadas pelos estímulos que recebem. Ou seja, se elas recebem amor, é amor que irão refletir e
internalizar. Mas se elas viverem em um ambiente hostil e sem condições favoráveis para absorver
emoções positivas, elas poderão ter o seu desenvolvimento prejudicado e até criar traumas que,
para a vida adulta, serão refletidos no modo como enxergam e reagem ao mundo.
Parabéns! A alternativa E está correta.
O potencial hereditário de cada criança dependerá dos estímulos internos e de inúmeros
fatores de estímulos externos. As demais assertivas estão corretas.
C V - V - V - F - V
D V - V - F - F – V
E V – F – V – V - V
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Podcast
Ouça agora um bate-papo sobre as diversas transformações que ocorrem na infância, por meio da
descrição de mudanças físicas, cognitivas e psicossociais, com exemplos da atuação do psicólogo
no desenvolvimento infantil.

Referências
AMARAL, V. L. Psicologia da educação. Natal, RN: EDUFRN, 2007. 208 p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Ministério da
Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2002.
CARVALHO, N. M. C. Psicologia da Infância e da Adolescência. 1. ed. Ceará: EGUS, 2015.
PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. Porto Alegre: Artmed, 2006.
RODRIGUES, O. M.; MELCHIORI, L. E. Aspectos do desenvolvimento na idade escolar e na
adolescência. UNESP, 2014.
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Confira agora as dicas que separamos especialmente para você!
Dica 1:
Manual para vigilância do desenvolvimento infantil no contexto da AIDP
Não deixe de ler esse este manual que foi elaborado para complementar o material didático do
“Curso de Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI”. Destina-se aos
profissionais da Rede Básica de Saúde, não sendo, portanto, seu conteúdo aprofundado para
especialistas em desenvolvimento infantil. Trata-se de um material com conhecimentos básicos
sobre desenvolvimento nos 2 primeiros anos de vida, que todo profissional da Atenção Primária à
Saúde deve ter, para poder orientar adequadamente os pais sobre como acompanhar o
desenvolvimento normal do seu filho. Ele está disponível na página de Medicina da UFMG.
Dica 2:
Esquema síntese da atenção à saúde da criança
Saiba mais sobre o Esquema Síntese da Atenção à Saúde da Criança, baseado na Política Nacional
de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC), no Portal de Boas Práticas da FIOCRUZ.
Dica 3:
Série Cadernos de Atenção Básica nº 11
O presente manual destina-se aos profissionais de saúde de nível superior que prestam
atendimento infantil nos diversos níveis da atenção, com a finalidade de contribuir para a melhoria
da qualidade de suas práticas e, por extensão, a qualidade de vida das crianças, mediante a
monitoração do seu crescimento.
Dica 4:
Infância de 0 a 2 anos: cuidados e desenvolvimento
Vamos tirar as dúvidas sobre as teorias do desenvolvimento humano nos primeiros anos de vida da
criança com este vídeo do YouTube. Drauzio conversa com o pediatra Daniel Becker sobre os
cuidados necessários para o desenvolvimento de uma criança nos seus primeiros 2 anos de vida.
Dica 5:
Assista também ao vídeo da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal sobre a primeira infância,
di í l Y T b
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disponível no YouTube.

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