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INSTRUMENTOLOGIA EM CIRURGIA ORAL

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75
CAPÍTULO
SUMÁRIO DO CAPÍTULO
INCISANDO O TECIDO
ELEVANDO O MUCOPERIÓSTEO
AFASTANDO O TECIDO MOLE
APREENDENDO O TECIDO MOLE
CONTROLANDO HEMORRAGIAS
REMOVENDO OSSO
Pinças-goivas
Broca e Peça de Mão
Martelo e Cinzel
Lima para Osso
REMOVENDO TECIDO MOLE DE CAVIDADES ÓSSEAS
SUTURANDO O TECIDO MOLE
Porta-agulhas
Agulha de Sutura
Material de Sutura
Tesouras
MANTENDO A BOCA ABERTA
ASPIRANDO
MANTENDO OS CAMPOS CIRÚRGICOS EM POSIÇÃO
IRRIGANDO
EXTRAINDO DENTES
Alavancas Dentais
Tipos de Alavancas
Fórceps para Exodontia
Componentes dos Fórceps
Fórceps para Maxila
Fórceps para Mandíbula
SISTEMAS DE BANDEJAS PARA INSTRUMENTOS
A lâmina de bisturi é cuidadosamente montada no cabo, sen-
do segura por um porta-agulhas. Isto minimiza a chance de le-
sionar os dedos. A lâmina também é segurada pelo lado não cor-
tante, onde é reforçada com pequena ranhura, e o cabo é fi xado 
de forma que a parte do encaixe esteja virada para cima (Fig. 6-3, 
A). A lâmina do bisturi é então deslizada lentamente no cabo 
ao longo dos sulcos da porção macho até que ela se encaixa em 
posição (Fig. 6-3, B). A lâmina é removida de maneira similar. O 
porta-agulhas segura a ponta da lâmina (Fig. 6-3, C) e a levanta 
para soltá-la do encaixe do cabo lentamente. A lâmina é então 
deslizada para fora do cabo (Fig. 6-3, D). Depois de usada ela 
deve ser descartada imediatamente em uma caixa coletora rígida 
de materiais perfurocortantes, especifi camente desenhada para 
este fi m. Estas caixas geralmente são vermelhas1 (ver Fig. 5-6).
Quando se utiliza um bisturi para fazer a incisão, o cirurgião 
quase sempre segura o cabo como uma caneta (Fig. 6-4) a fi m 
de permitir o máximo de controle da lâmina durante a incisão. 
Tecidos moles desapoiados devem ser mantidos fi rmemente em 
posição sob certa tensão, de forma que durante a confecção da 
incisão a lâmina incise, e não simplesmente empurre a mucosa. 
Quando se incisa um tecido mole retrátil, um instrumento tipo 
afastador deve ser usado para manter o tecido estendido durante 
a incisão. Quando se faz uma incisão mucoperiosteal, a lâmina 
deve ser pressionada de forma que esta incisão penetre a mucosa 
e o periósteo no mesmo movimento.
Lâminas de bisturi e conjuntos de cabo e lâminas de bisturi 
descartáveis são feitas para a utilização em apenas um paciente. 
Elas perdem corte facilmente quando entram em contato com 
6
Instrumentação para Cirurgia 
Oral Básica
JAMES R. HUPP 
O propósito deste capítulo é apresentar os instrumentos comu-
mente necessários para uma extração dentária de rotina e outros 
procedimentos básicos em cirurgia oral. Os instrumentos são 
usados numa ampla variedade de propósitos, incluindo proce-
dimentos no tecido mole e no tecido duro. Este capítulo trata, 
basicamente, da descrição dos instrumentos.
INCISANDO O TECIDO
Muitos procedimentos cirúrgicos se iniciam com uma incisão. 
O instrumento básico para fazer estas incisões é o bisturi, que 
é composto por um cabo reutilizável e por uma lâmina afi ada 
estéril e descartável. Bisturis também estão disponíveis para uso 
único, com um cabo plástico e uma lâmina fi xa. O cabo mais co-
mumente utilizado para cirurgia oral é o no 3 (Fig. 6-1). A ponta 
de um cabo do bisturi é preparada para receber uma variedade de 
lâminas de diferentes formatos que devem ser inseridas na ponta 
do cabo, onde se encaixa em uma fenda.
A lâmina de bisturi mais empregada na cirurgia intraoral é a 
de no 15 (Fig. 6-2). Ela é pequena e utilizada para fazer incisões 
ao redor dos dentes e nos tecidos moles. A lâmina é similar, em 
sua forma, a uma superior que a no 10, utilizada para incisões 
maiores na pele em outras partes do corpo. Outras lâminas co-
mumente empregadas na cirurgia intraoral incluem as de no 11 
e 12. A lâmina no 11 possui ponta afi ada e pontiaguda que é 
utilizada, primariamente, para se fazer pequenas incisões perfu-
rantes e também para incisar um abscesso. A lâmina no 12 curva 
é útil para procedimentos mucogengivais nos quais as incisões 
são feitas na face distal dos dentes ou na área da tuberosidade. 1Nota do T.: No Brasil estas caixas são amarelas. 
76 PARTE II • PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
tecido duro como osso ou dente, e mesmo depois de repetidas 
incisões em tecidos queratinizados. Se forem necessárias várias 
incisões através do mucoperiósteo até o osso, poder’a ser ne-
cessária a utilização de uma segunda lâmina durante uma única 
cirurgia. Lâminas cegas não fazem incisões limpas e precisas no 
tecido mole e, portanto, devem ser trocadas antes que se tornem 
excessivamente sem corte.
ELEVANDO O MUCOPERIÓSTEO
Quando uma incisão é feita através do periósteo, este, idealmen-
te, deve ser descolado do osso cortical subjacente em apenas 
uma camada com um descolador de periósteo. O instrumento 
utilizado com maior frequência em cirurgia oral é o descolador 
de periósteo tipo Molt no 9 (Fig. 6-5). Este instrumento tem uma 
ponta afi ada e pontiaguda e uma outra mais larga e arredonda-
da. A parte pontiaguda é utilizada para iniciar o descolamento 
e para descolar a papila gengival entre os dentes, e a parte mais 
larga e arredondada é utilizada para continuar o descolamento 
do periósteo do osso.
Existem outros tipos de descolador de periósteo para uso dos 
periodontistas, ortopedistas e outros cirurgiões envolvidos em 
cirurgias ósseas.
O descolador de periósteo Molt no 9 pode ser usado para des-
colar o tecido por três métodos. Primeiro, a parte pontiaguda 
pode ser usada com movimentos de alavanca para elevar o te-
cido mole. Isto é mais comumente utilizado quando se descola 
uma papila gengival da região interdental ou da mucosa aderi-
da ao redor de um dente a ser extraído. O segundo método é o 
movimento de empurrar, no qual a parte pontiaguda ou a parte 
mais larga é forçada para baixo do periósteo, separando-o do 
osso subjacente. Este é o movimento mais efi ciente e resulta no 
descolamento mais preciso do periósteo. O terceiro método é 
um movimento de puxar. Este método eventualmente é útil, mas 
tende a rasgar ou dilacerar o periósteo, a não ser que seja cuida-
dosamente executado.
AFASTANDO O TECIDO MOLE
Um bom acesso e uma boa visão são essenciais para uma exce-
lente cirurgia. Uma variedade de afastadores tem sido desenhada 
para afastar as bochechas, língua e retalhos mucoperiósteos com 
o objetivo de fornecer acesso e visibilidade durante a cirurgia. Os 
afastadores também podem auxiliar na proteção do tecido mole 
de instrumentos perfurocortantes.
Os dois afastadores de bochecha mais populares são (1) o afas-
tador de ângulo reto de Austin (Fig. 6-6) e (2) o mais amplo 
afastador de Minnesota (Fig. 6-7). Estes afastadores também po-
dem ser utilizados para separar a bochecha e um retalho muco-
periósteo simultaneamente. Antes de ser feito o retalho, o afas-
tador aparta delicadamente a bochecha, e uma vez que o retalho 
tenha sido descolado, a borda do afastador é apoiada sobre o 
osso e, então, ele é utilizado para separar o retalho.
O afastador de Seldin é um outro tipo de instrumento (Fig. 
6-8) utilizado para apartar tecidos moles orais. Embora este afas-
tador possa parecer um descolador de periósteo, a borda ativa 
não é afi ada e sim, na verdade, suave; ele não deve ser utilizado 
para descolar o mucoperiósteo. O deslocador de periósteo de 
Molt no 9 também pode ser utilizado como um afastador. Uma 
vez que o periósteo tenha sido descolado, a lâmina mais larga 
do deslocador de periósteo é mantida fi rmemente sobre o osso, 
afastando o retalho mucoperiósteo.
O instrumento mais usado para afastar a língua durante a 
exodontia de rotina é o espelho bucal. O espelho normalmente 
é parte de qualquer bandeja básica por ter a função de permitir 
a visualização indireta durante o exame e procedimentos odon-
tológicos. O espelho também pode ser utilizado como um afas-
tador de língua ou bochecha. O afastador de língua de Weider 
é largo, em forma de coração, com dentes de um lado com o 
objetivo de retrair a língua medial e anteriormente com maior 
fi rmeza(Fig. 6-9, A). Quando se usa este afastador deve-se ter 
cuidado para não posicioná-lo muito posteriormente de manei-
ra que cause náusea ou que empurre a língua para a orofaringe 
(Fig. 6-9, B).
Uma pinça de campo (Fig. 6-28) também pode ser usada para 
segurar a língua. Quando houver necessidade de fazer uma bi-
ópsia na porção posterior da língua, a maneira mais efi caz de 
controlar a mesma é através de uma pinça de campo colocada em 
sua porção anterior. A anestesia local deve ser profunda no local 
onde a pinça está colocada e é interessante avisar ao paciente que 
este método de afastamento pode ser usado, quando indicado.
APREENDENDO O TECIDO MOLE
Vários procedimentos em cirurgia oral exigem do cirurgião a 
apreensão do tecido mole para incisá-lo, controlar sangramento 
ou para passar a agulha de sutura. A pinça de tecido mais comu-
mente utilizada para este propósito é a pinça de Adson (Pinça; 
Fig. 6-10, A). Esta é uma pinça delicada com ou sem pequenos 
dentes nas pontas, que pode ser usada para aprisionar delica-
damente o decido e, consequentemente, estabilizá-lo. Quando 
este instrumento é utilizado, deve-se tomar cuidado de não apre-
FIGURA 6-1 Os bisturis são compostos de um cabo e uma lâmina 
afi ada e descartável. O bisturi com cabo no 3 e com a lâmina no 15 é 
o mais comumente utilizado.
FIGURA 6-2 Lâminas de bisturi utilizadas em cirurgia oral, incluin-
do as de no 10, no 11, no 12 e no 15, da esquerda para direita.
 CAPÍTULO 6 • Instrumentação para Cirurgia Oral Básica 77
endê-lo com muita força, o que esmagará o tecido. Pinças com 
dentes permitem que o tecido seja apreendido de maneira mais 
delicada do que pinças sem dentes.
Quando se está trabalhando na parte posterior da cavidade 
oral, a pinça de Adson pode ser muito curta. A pinça mais longa 
e de formato semelhante é a pinça de Stillis. Esta geralmente tem 
entre 18 e 22 cm e pode apreender facilmente o tecido na parte 
posterior da boca e ainda deixar uma boa parte do instrumento 
para fora dos lábios, possibilitando que o cirurgião segure-a e 
controle-a com facilidade (Fig. 6-10, B).
Ocasionalmente, é mais conveniente utilizar uma pinça an-
gulada. Esta pinça é denominada universitária ou de algodão 
(Fig. 6-10, B). Embora esta pinça seja especialmente útil para 
a manipulação do tecido, ela é um excelente instrumento para 
A B
C D
FIGURA 6-3 A, Na montagem da lâmina do bisturi, o cirurgião segura a lâmina com um porta-agulhas e o cabo, com o encaixe deste voltado 
para cima. B, O cirurgião desliza a lâmina em direção ao cabo até que ela encaixe no lugar correto. C, Para remover a lâmina, o cirurgião usa o 
porta-agulhas para apreender a parte da lâmina próxima ao cabo e a levanta para desencaixá-la de seu encaixe. D, O cirurgião, então, desliza 
delicadamente a lâmina para fora do cabo.
FIGURA 6-4 O bisturi é segurado como uma caneta a fi m de pro-
porcionar máximo controle.
FIGURA 6-5 O descolador de periósteo de Molt no 9 é o mais utili-
zado em cirurgia oral.
FIGURA 6-6 O afastador de Austin é um afastador em ângulo reto 
que pode ser usado para afastar a bochecha, a língua ou os retalhos.
pegar fragmentos soltos de dente, amálgama ou outro corpo es-
tranho, e para se colocar ou remover compressas de gaze.
Em alguns tipos de cirurgia, especialmente quando se re-
move grandes quantidades de tecido ou em biópsias, como no 
78 PARTE II • PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
caso de epúlide fi ssurada, são necessárias pinças com cabos que 
travam e dentes que irão apreender fi rmemente o tecido. Neste 
caso utiliza-se a pinça de tecido de Allis (Fig. 6-11, A e B). O 
travamento do cabo permite que a pinça seja colocada na posi-
ção correta e, então, seja mantida por um auxiliar, promovendo 
a tensão necessária para a correta dissecção do tecido. A pinça 
de Allis nunca deve ser utilizada em tecidos que serão deixados 
na boca, pois ela causa uma quantidade relativamente grande de 
dano tecidual por esmagamento (Fig. 6-11, C). Entretanto, esta 
pinça pode ser usada para apreender a língua de maneira similar 
à pinça de campo.
CONTROLANDO HEMORRAGIAS
Quando incisamos os tecidos, pequenas artérias e veias também 
são incisadas, causando sangramento. Para a maioria das cirur-
gias dentoalveolares, manter pressão sobre a ferida geralmente 
é sufi ciente para controlar o sangramento. Ocasionalmente, a 
pressão não cessa o sangramento de uma artéria ou veia mais 
calibrosa. Quando isto ocorre é útil um instrumento denomina-
do pinça hemostática (Fig. 6-12, A). As pinças hemostáticas, ou 
hemostatos, apresentam uma variedade de formas, podem ser 
pequenas e delicadas ou maiores, e são retas ou curvas. O he-
mostato mais comumente utilizado em cirurgia é o hemostato 
curvo (Fig. 6-12, B).
Um hemostato apresenta pontas longas e delicadas usadas para
apreender o tecido e um cabo com travamento. O mecanismo de 
travamento permite ao cirurgião prender o hemostato a um vaso 
e depois largar o instrumento, que se manterá preso ao tecido. 
A
B
A
B
A
B
FIGURA 6-10 A, A pinça de tecido de Adson delicada e pequena é 
utilizada para estabilizar com delicadeza o tecido mole para sutura 
ou dissecção. B, A pinça de Stillies (em cima) é mais longa que a pinça 
de Adson e é utilizada para segurar o tecido na região mais posterior 
da boca. A pinça universitária (embaixo) é uma pinça angulada que é 
utilizada para apreender pequenos objetos na boca ou na bandeja. A 
pinça universitária apresentada aqui é uma versão com trava.
FIGURA 6-7 O afastador de Minnesota é um afastador angulado 
utilizado para afastar a bochecha e retalhos. A, Vista anterior. B, Vis-
ta posterior.
FIGURA 6-8 Os afastadores de Henahan (em cima) e de Seldin (em-
baixo) são instrumentos mais largos que fornecem uma retração mais 
ampla e melhor visualização.
FIGURA 6-9 A, O afastador de Weider é um afastador largo dese-
nhado para afastar a língua. A superfície serrilhada auxilia a travar a 
língua de forma que ela possa ser afastada de maneira segura. B, O 
afastador de Weider é utilizado para retrair a língua para longe do 
campo operatório. O afastador de Austin é utilizado para afastar a 
bochecha.
Isto é útil quando o cirurgião planeja ligar o vaso com uma sutu-
ra ou cauterizá-lo (usar o calor para selar o vaso).
Além de seu uso como instrumento para controle de hemorra-
gia, o hemostato é especialmente útil em cirurgia oral para remo-
ção de tecido de granulação dos alvéolos dentários para apreen-
são de pequenas pontas de raiz, pedaços de cálculos, fragmentos 
 CAPÍTULO 6 • Instrumentação para Cirurgia Oral Básica 79
de amálgama e qualquer outro pequeno fragmento que tenha 
caído no ferimento ou em áreas adjacentes.
REMOVENDO OSSO
Pinças-goivas
O instrumento mais comumente utilizado para a remoção de 
osso em cirurgia dentoalveolar é a pinça-goiva. Este instrumento 
tem lâminas afi adas que são pressionadas uma contra a outra 
pelos cabos, cortando ou arrancando o osso. A pinça-goiva tem 
um mecanismo incorporado o que faz com que o instrumento 
reabra quando a pressão manual é diminuída. Isto possibilita ao 
cirurgião cortar e remover, repetidamente, pedaços do osso sem 
que tenha que reabrir manualmente o instrumento (Fig. 6-13, 
A). Os dois principais desenhos de pinça-goiva são: (1) a pinça-
goiva de corte lateral e (2) a pinça-goiva de corte lateral e termi-
nal (Fig. 6-13, B).
A de corte lateral e terminal (pinça de Blumenthal) é mais 
prática para a maioria dos procedimentos cirúrgicos dentoalveo-
lares que necessitam de remoção de osso. Por apresentar corte na 
ponta, este instrumento pode ser inserido dentro do alvéolo para 
A
B
C
A
B
FIGURA 6-12 A, Vista superior de um hemostato utilizado em ci-
rurgia oral. B, Vista oblíqua do hemostato curvo. Existem também 
hemostatos retos.
FIGURA 6-11 A, A pinça de tecido de Allis é útil para apreender e 
manter o tecido que será excisado. B, A pinça de Allis é segurada da 
mesma maneira que o porta-agulhas. C, Comparação das pontas ati-
vas das pinças de Adson (direita)e de Allis (esquerda) demonstrando 
a diferença em seus desenhos e uso.
A
B
FIGURA 6-13 A, As pinças-goiva são pinças para cortar osso que 
possuem um cabo com molas. B, A pinça-goiva de Blumenthal apre-
senta lâminas com cortes lateral e terminal. Ela é a preferida para 
procedimentos em cirurgia oral.
remoção do septo ósseo inter-radicular e ele também na remoção 
das margens cortantes do osso. As pinças-goivas podem ser usa-
das para remover grande quantidade de osso efi ciente e rapida-
mente. Por serem instrumentos delicados, o cirurgião não deve 
utilizar as pinças-goivas para a remoção de grande quantidade de 
osso de uma só vez. Em vez disto, pequenas quantidades de osso 
80 PARTE II • PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
devem ser removidas em diversas apreensões. Da mesma forma, 
a pinça-goiva nunca deve ser empregada na remoção de dentes, 
pois isto fará com que ela fi que cega rapidamente, além de des-
truir o instrumento e ainda pode-se correr o risco de o paciente 
engolir o dente, pois este instrumento não é projetado para apre-
ender fi rmemente dentes extraídos. As pinças-goivas geralmente
são caras, portanto, deve-se tomar cuidado para mantê-las afi adas 
e prontas para o uso.
Broca e Peça de Mão
Outro método para remoção de osso é com uma broca e uma 
peça de mão. É esta a técnica que a maioria dos cirurgiões utiliza 
para remoção de osso durante exodontias cirúrgicas. Peças de 
mão de alta rotação e elevado torque com brocas de carboneto 
removem o osso com efi ciência. São utilizadas brocas laminadas 
como as do tipo no 557 ou no 703, ou esféricas no 8. Quando é 
necessária a remoção de grande quantidade de osso, como na 
remoção de toro, é utilizada uma broca óssea maior semelhante 
a uma broca de acrílico.
A peça de mão a ser usada deve ser completamente esteri-
lizável. Quando se compra uma peça de mão, deve-se verifi car 
cuidadosamente as especifi cações do fabricante para se certifi car 
de que isto é possível. A peça de mão deve ter alta rotação e alto 
torque (Fig. 6-14), pois isto permite que a remoção de osso seja 
feita rapidamente, propiciando a secção efi ciente dos dentes. A 
peça de mão não deve ter exaustão de ar para dentro do cam-
po operatório, tornando desaconselhável a utilização das típicas 
turbinas de alta rotação utilizadas para procedimentos restau-
radores em odontologia. A razão disso é que o ar direcionado 
para a ferida pode ser forçado para espaços teciduais profundos 
e causar enfi sema tecidual, uma complicação perigosa.
Martelo e Cinzel
Ocasionalmente, a remoção óssea é feita utilizando-se um marte-
lo e cinzel (Fig. 6-15). O martelo e o cinzel são frequentemente 
utilizados para remoção de toro lingual. A ponta do cinzel deve 
ser mantida afi ada para que ele funcione de maneira adequada 
(Cap. 13).
Lima para Osso
O alisamento fi nal do osso antes da sutura do retalho mucoperi-
ósteo em posição é preferencialmente obtido com uma pequena 
lima para osso (Fig. 6-16, A). Esta lima geralmente é um instru-
mento de duas pontas, uma pequena e outra maior. A lima para 
osso não pode ser utilizada efi cientemente na remoção de grande 
quantidade de osso; consequentemente, é utilizada apenas para 
o alisamento fi nal. Os dentes de várias limas para osso são dis-
postos de maneira que elas apenas removam o osso através de 
um movimento de puxar (Fig. 6-16, B). Empurrar este tipo de 
lima contra o osso causa apenas o seu esmagamento e brunidura, 
o que deve ser evitado.
REMOVENDO TECIDO MOLE DE CAVIDADES 
ÓSSEAS
A cureta comumente utilizada em cirurgia oral é um instrumen-
to com duas pontas anguladas usado para a remoção de tecido 
mole de defeitos ósseos (Fig. 6-17). Sua principal utilidade é na 
remoção de granulomas ou pequenos cistos das lesões periapi-
cais, porém, a cureta também é utilizada para remover pequenas 
quantidades de restos de tecido de granulação do alvéolo dental. 
Repare que a cureta periapical é claramente diferente da cureta 
periodontal em desenho e função.
SUTURANDO O TECIDO MOLE
Uma vez que o procedimento cirúrgico tenha terminado, o reta-
lho mucoperiósteo é recolocado em sua posição original e man-
tido no local por meio de suturas. O porta-agulhas é o instru-
mento utilizado para se fazer estas suturas. 
Porta-agulhas
O porta-agulhas é um instrumento com um cabo com trava e 
uma ponta atraumática e curta. Para a colocação de suturas in-
traorais, recomenda-se, geralmente, um porta-agulhas de 15 cm 
A
B
FIGURA 6-16 A, A lima para osso com duas pontas é utilizada para 
alisamento de pequenas bordas cortantes ou espículas ósseas. B, Os 
dentes da lima para osso são efetivos apenas com os movimentos 
de puxar.
FIGURA 6-14 Peça de mão típica com torque alto e média veloci-
dade, esterilizável com uma broca no 703.
FIGURA 6-15 Martelo e cinzéis cirúrgicos podem ser utilizados 
para remover osso.
 CAPÍTULO 6 • Instrumentação para Cirurgia Oral Básica 81
(Fig. 6-18). As pontas do porta-agulhas são menores e mais re-
sistentes que as pontas de um hemostato (Fig. 6-19). A face ativa 
da ponta do porta-agulhas apresenta ranhuras dispostas de for-
ma quadriculada a fi m de permitir a correta apreensão da agulha 
de sutura. A pinça hemostática apresenta ranhuras paralelas em 
sua face ativa, diminuindo, consequentemente, o controle sobre 
a agulha e a sutura. Portanto, o hemostato é um instrumento 
ruim para esta última.
Para controlar apropriadamente o travamento do cabo e para 
direcionar o longo porta-agulhas, o cirurgião deve segurar o ins-
trumento de maneira correta (Fig. 6-20). O dedo polegar e o 
anelar são colocados nos anéis do cabo. O dedo indicador é man-
tido ao longo do comprimento do porta-agulhas para fi rmá-lo e 
direcioná-lo. O segundo dedo auxilia no controle do mecanismo 
de travamento. O dedo indicador não deve ser colocado no anel, 
pois levará a uma dramática redução de seu controle.
Agulha de Sutura
A agulha utilizada no fechamento de incisões em mucosa geral-
mente é uma agulha de sutura pequena de meio círculo ou de 
3/8 de círculo. A agulha é curva para permitir que ela passe por 
espaços pequenos, onde uma agulha reta não alcança, permitin-
do sua passagem com o giro do punho. Existe uma grande varie-
dade de formatos de agulhas de sutura, de bem pequena à bem 
grande (Fig. 6-21, A). As pontas das agulhas de sutura ou são 
cônicas, como nas agulhas de sutura, ou são triangulares, o que 
permite que elas sejam agulhas cortantes. Uma agulha cortante 
passará através do mucoperiósteo mais facilmente que uma agu-
lha cilíndrica (Fig. 6-21, B). A porção cortante da agulha se es-
tende até cerca de 1/3 do comprimento da agulha, com a porção 
restante da mesma sendo redonda. As agulhas cônicas são utili-
zadas para tecidos mais delicados, como em cirurgia ocular ou 
vascular. Deve-se ter cuidado com as agulhas cortantes porque 
elas podem lesionar os tecidos próximos ao caminho da agulha 
se não forem utilizadas com cuidado e correção. O fi o de sutura 
normalmente já é vendido pelo fabricante fi xado à agulha.
A
B
A
B
FIGURA 6-20 O porta-agulhas deve ser segurado com o polegar e 
o anular nos anéis (A) e o primeiro e segundo dedos para controlar 
o instrumento (B).
FIGURA 6-17 A cureta periapical é um instrumento com duas pon-
tas em forma de colher, utilizada para remover tecido mole de dentro 
de cavidades ósseas.
FIGURA 6-18 Um porta-agulhas tem um cabo com travamento e 
uma ponta ativa curta e reta.
FIGURA 6-19 A, O hemostato (em cima) apresenta uma ponta ati-
va mais longa e afi lada se comparado ao porta-agulhas (embaixo) e, 
portanto, não deve ser utilizado para sutura. B, A face interna da 
curta ponta ativa do porta-agulhas apresenta ranhuras cruzadas em 
diagonal para garantir a correta apreensão da agulha (esquerda). A 
face do hemostato apresenta ranhuras paralelas que não permitem a 
apreensão estável da agulha (direito).
82 PARTE II • PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
A agulha curva é segurada a aproximadamente 2/3 da dis-
tância entre a ponta e a base da agulha (Fig. 6-22). Istopermite 
que uma parte sufi ciente da agulha esteja exposta para passar 
pelo tecido, ao mesmo tempo em que permite que o porta-agu-
lhas fi xe a agulha em sua porção mais resistente, prevenindo 
sua dobra. As técnicas de sutura serão discutidas a fundo no 
Capítulo 8.
Material de Sutura
Existem vários tipos de materiais de sutura. Os materiais são 
classifi cados pelo diâmetro, capacidade de serem reabsorvidos e 
se são mono ou polifi lamentos.
O tamanho do fi o se relaciona com seu diâmetro e é desig-
nado por uma série de zeros. O diâmetro mais comumente uti-
lizado para a sutura da mucosa oral é o 3-0 (000). Um fi o mais 
grosso é um 2-0 ou 0. Fios menores são designados, por exem-
plo, 4-0, 5-0 e 6-0. Os fi os muito fi nos, como o 6-0, geralmente 
são usados em locais mais perceptíveis da pele, como a face, pois 
quando corretamente posicionados os fi os mais fi nos causam 
menos cicatrizes. Os fi os de tamanho 3-0, em comparação aos 
de menor diâmetro, são espessos o sufi ciente para suportar as 
tensões que sofrem dentro da boca, e são fortes o sufi ciente para 
facilitar a confecção do nó com o porta-agulhas.
Os materiais de sutura podem ser reabsorvíveis ou não. Os 
fi os não reabsorvíveis incluem os fi os de seda, náilon, vinil e aço 
inoxidável. O fi o não reabsorvível mais comumente utilizado na 
cavidade oral é a seda. Os fi os de náilon, vinil e aço inoxidável 
raramente são utilizados na boca. As suturas reabsorvíveis são ba-
sicamente de tecidos do intestino (gut). Embora o termo categute
seja bastante usado para designar este tipo de sutura, ele é, na 
verdade, derivado da superfície serosa do intestino de carneiros. 
O categute simples reabsorve rapidamente na cavidade oral, ra-
ramente durando mais do que 3 a 5 dias. O categute, que tenha 
sido tratado por substâncias de curtimento (ácido crômico) e, 
consequentemente, chamados de categute cromado, duram mais — 
entre 7 e 10 dias. Várias suturas sintéticas reabsorvíveis também 
estão disponíveis. Estes materiais são cadeias longas de polí-
meros trançados na forma de material de sutura. Os exemplos 
são o ácido poliglicólico e o ácido polilático. Estes materiais são 
lentamente reabsorvíveis, demorando até 4 semanas antes que 
sejam completamente reabsorvidos. Tais suturas com tempo de 
reabsorção tão elevado raramente são indicadas para a cavidade 
oral em cirurgia oral convencional.
Finalmente, os fi os de sutura são classifi cados como sendo 
mono ou polifi lamentados. As suturas em monofi lamentos são 
suturas como o categute simples ou cromado, náilon e aço inoxi-
dável. As suturas polifi lamentadas são seda, ácido poliglicólico e 
ácido polilático. Os fi os que são feitos com material trançado são 
fáceis de serem manipulados e de receberem nós, e raramente 
desatam. As pontas cortadas quase sempre são macias e não ir-
ritam a língua e os tecidos moles adjacentes. Entretanto, devido 
aos múltiplos fi lamentos, eles tendem a deixar “migrar” fl uidos 
orais através da sutura para o tecido subjacente. Esta migração 
pode levar bactérias com a saliva. Os fi os em monofi lamento 
não possibilitam esta migração, porém são mais difíceis de dar 
nó, tendem a desamarrar com facilidade e suas pontas são mais 
duras e, consequentemente, mais irritantes para a língua e os 
tecidos moles.
Um dos fi os mais utilizados para a cavidade oral é a seda preta
3-0. O tamanho 3-0 apresenta a quantidade apropriada de resis-
tência; por ser polifi lamentado é mais fácil de dar o nó e é bem 
A
B
FIGURA 6-21 A, Comparação das agulhas utilizadas em cirurgia 
oral. No alto, uma agulha C-17, que normalmente é usada com um 
fi o de sutura 4-0. No meio a agulha PS-2 e, embaixo, a agulha SH. 
Todas são agulhas cortantes e o fi o de sutura é preso à agulha. B, A 
ponta da agulha utilizada para suturar o mucoperiósteo apresenta 
secção transversa triangular para que seja cortante.
FIGURA 6-22 O porta-agulhas apreende a agulha curva a 2/3 da 
distância da ponta da agulha.
 CAPÍTULO 6 • Instrumentação para Cirurgia Oral Básica 83
tolerado pelos tecidos moles do paciente. A cor torna o fi o fácil 
de ser visualizado quando o paciente retorna pra a remoção da 
sutura. As suturas que estão mantendo a mucosa unida normal-
mente permanecem não mais que 5 a 7 dias, de forma que a 
“migração” não apresenta importância clínica. Muitos cirurgiões 
preferem o fi o categute cromado 3-0 para evitar a necessidade 
de removê-lo mais tarde. (Técnicas de sutura e tipos de nós são 
apresentados no Cap. 8.)
Tesouras
O último instrumento necessário para a sutura é a tesoura de 
sutura (Fig. 6-23). A tesoura de sutura normalmente tem pontas 
cortantes curtas, pois seu único propósito é cortar suturas. A 
tesoura mais comumente utilizada em cirurgia oral é a tesoura 
de Dean. Esta tesoura tem cabos levemente curvados e bordas 
serrilhadas que facilitam o corte do fi o de sutura. As tesouras 
de sutura geralmente apresentam cabos longos e argolas para o 
polegar e para outro dedo. Deve-se segurá-la da mesma maneira 
que o porta-agulhas.
Outros tipos de tesouras são desenhados para cortar tecido 
mole. Os dois principais tipos de tesoura para tecido são as 
tesouras de Íris e Metzenbaum (Fig. 6-24, A). Estas tesouras 
podem ter lâminas retas ou curvadas. A tesoura de Íris é um 
instrumento pequeno, de ponta afi ada, indicado para trabalho 
delicado. A tesoura de Metzenbaum é usada para divulsão e 
corte do tecido. Pode apresentar ponta afi ada ou romba (arre-
dondada). As tesouras para tecido, como a Íris e a Metzenbaum, 
não devem ser usadas para cortar suturas, pois o material do fi o 
de sutura cegará as margens das lâminas e irá torná-las menos 
efetivas e mais traumáticas para cortar o tecido. A exceção é 
para a remoção de fi os muito fi nos nas incisões de pele na face. 
Uma tesoura com pontas fi nas e pontiagudas como a de Íris 
pode ser útil.
MANTENDO A BOCA ABERTA
Quando fazemos extrações de dentes mandibulares é necessário 
apoiar a mandíbula para evitar uma sobrecarga sobre as articu-
lações temporomandibulares. Apoiar a mandíbula do paciente 
com um bloco de mordida protegerá as articulações. O bloco 
de mordida é exatamente o que o nome sugere (Fig. 6-25, A e 
B); um bloco de borracha, macio, sobre o qual o paciente pode 
apoiar os seus dentes. O paciente abre a boca amplamente até 
uma posição confortável, e o bloco de mordida de borracha é 
então posicionado, mantendo a boca na posição desejada. Os 
blocos de mordida são feitos em vários tamanhos, servindo para 
pacientes também de vários tamanhos e produzindo diversos 
graus de abertura. Se o cirurgião necessitar de uma abertura de 
boca maior utilizando qualquer tamanho de bloco de mordida, 
o paciente deverá abrir mais a boca e o bloco de mordida deverá 
ser posicionado mais posteriormente na mesma. Para a maioria 
dos pacientes adultos o bloco de mordida pediátrico é adequado 
quando posicionado sobre os dentes molares.
O abridor de boca de ação lateral, ou abridor de boca de Molt 
(Fig. 6-26), pode ser usado para abrir a boca ainda mais, se ne-
cessário. Este abridor de boca apresenta uma ação semelhante 
à cremalheira, abrindo mais a boca conforme o cabo é fechado. 
Este tipo de abridor de boca deve ser usado com cautela, pois 
pode aplicar uma grande pressão sobre os dentes e sobre a arti-
culação temporomandibular, podendo ocorrer uma lesão quan-
do utilizado de forma imprudente. Este tipo de abridor de boca 
é útil em pacientes profundamente sedados ou que apresentem 
um trismo brando.
Sempre que um bloco de mordida ou um abridor de boca de 
ação lateral for usado, o cirurgião precisará tomar cuidado para 
evitar uma abertura de boca muito ampla, pois isto pode causar 
estresse na articulação temporomandibular. Ocasionalmente 
isto pode resultar em uma lesão por estiramento na articula-
ção, necessitando de tratamento adicional. Quando procedi-
mentos de longa duração estão sendo feitos, uma boa sugestão 
é remover periodicamente o abridor e permitir que o paciente 
movimente a mandíbulae descanse os músculos por um curto 
período.
A
B FIGURA 6-24 Tesouras de tecido mole são de dois tipos: a tesoura 
de Íris (em cima) é uma tesoura pequena de pontas afi adas. A tesoura 
de Metzenbaum está disponível tanto com pontas afi adas (apresen-
tada aqui) quanto com pontas rombas.
FIGURA 6-23 A e B, Tesouras de sutura devem ser seguradas de 
maneira igual ao porta-agulhas.
84 PARTE II • PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
ASPIRANDO
Para fornecer boa visualização, sangue, saliva e soluções para 
irrigação devem ser aspirados do campo operatório. A ponta de 
aspiração cirúrgica apresenta um diâmetro menor do que o su-
gador utilizado na odontologia clínica, a fi m de remover mais 
rapidamente fl uidos do campo operatório e manter a visualiza-
ção adequada. Muitas dessas pontas de aspiração são desenhadas 
com vários orifícios para evitar que o tecido mole seja aspirado 
pelo o orifício de aspiração e cause dano tecidual (Fig. 6-27, A).
O aspirador de Fraser tem um orifício na porção do cabo que 
pode ser coberto quando necessário. Quando o tecido duro está 
sendo cortado sob copiosa irrigação, o orifício é coberto de modo 
que a solução seja rapidamente removida. Quando o tecido mole 
está sendo seccionado, o orifício pode ser deixado descoberto no 
intuito de prevenir lesão tecidual ou obstrução por tecidos moles 
na ponta de sucção (Fig. 6-27, B).
MANTENDO OS CAMPOS CIRÚRGICOS EM 
POSIÇÃO
Quando os campos são posicionados em torno do paciente, eles 
podem ser mantidos no lugar com uma pinça de campo (Fig. 
6-28). Este instrumento tem um cabo com travamento e anéis 
para o polegar e outro dedo. As pontas ativas da pinça de campo 
podem ser afi adas ou rombas. As pinças de campo com pontas 
curvas penetram nos campos cirúrgicos. Quando este instru-
mento é utilizado, deve-se ter extremo cuidado para não prender 
a pele subjacente do paciente.
IRRIGANDO
Quando uma peça de mão e broca são utilizadas para a remoção 
de osso, é essencial que a área seja irrigada com um fl uxo cons-
tante de solução para irrigação, geralmente soro fi siológico ou 
água estéril. A irrigação resfria a broca e previne o aquecimento 
A
C
B
FIGURA 6-25 A, Bloco de mordida de silicone é utilizado 
para manter a boca aberta na posição escolhida pelo pacien-
te. B, A lateral do bloco de mordida apresenta ranhuras, per-
mitindo o travamento dos dentes. C, Os blocos estão dispo-
níveis em uma variedade de tamanhos.
FIGURA 6-26 Abridor de boca de aço lateral ou Molt, o abridor 
de boca pode ser usado para abrir a boca do paciente quando este é 
incapaz de cooperar, ou com algum grau de trismo.
 CAPÍTULO 6 • Instrumentação para Cirurgia Oral Básica 85
que causa dano ao osso. A irrigação também aumenta a efi ciên-
cia da broca através da remoção de partículas ósseas das lâmi-
nas da broca, fornecendo certa quantidade de lubrifi cação. Além 
disso, uma vez terminado o procedimento cirúrgico, e antes do 
reposicionamento e sutura do retalho mucoperiósteo, o campo 
operatório deve ser irrigado de forma abundante. Uma seringa 
plástica grande com uma agulha romba de calibre 18 normal-
mente é utilizada para irrigação. Embora a seringa seja descartá-
vel, ela pode ser esterilizada várias vezes antes de ser descartada. 
A agulha deve ser sem ponta e lisa para que não danifi que o teci-
do mole e deve ser angulada a fi m de facilitar o direcionamento 
do jato de irrigação (Fig. 6-29).
EXTRAINDO DENTES
Um dos instrumentos mais importantes nos procedimentos de 
exodontia é a alavanca dental. Esse instrumento é utilizado para 
luxar dentes (soltá-los) do osso circunvizinho. Soltar os dentes 
antes da aplicação do fórceps torna as extrações mais fáceis. 
Através da luxação dos dentes com alavancas antes da aplicação 
do fórceps, o dentista pode minimizar a incidência de fratura 
de raízes, dentes e osso. Por último, a luxação dos dentes antes 
da aplicação do fórceps também facilita a remoção de uma raiz 
fraturada caso esta fratura ocorra, pois a utilização prévia da ala-
vanca provavelmente terá luxado a raiz dentro do alvéolo dental. 
Além do papel na luxação dos dentes do osso circunvizinho, as 
alavancas também são utilizadas para expandir o osso alveolar. 
Através da expansão da cortical óssea vestíbulo-cervical, o cirur-
gião facilita a remoção do dente que apresenta um espaço peque-
no ou obstruído para sua remoção. Finalmente, as alavancas são 
usadas, ainda, para remover de seus alvéolos as raízes fraturadas 
ou seccionadas cirurgicamente.
Alavancas Dentais
Os três principais componentes da alavanca são o cabo, a haste 
e a lâmina (Fig. 6-30). O cabo da alavanca geralmente é gran-
de, de maneira que ela possa ser confortavelmente segurada na 
mão para que então seja aplicada uma força substancial, porém 
controlada. A aplicação de uma força específi ca é fundamental 
na utilização correta das alavancas dentais. Em alguns casos são 
utilizadas alavancas com um cabo em cruz ou em forma de “T”. 
Estes instrumentos devem ser usados com extrema cautela, pois 
podem gerar uma quantidade excessiva de força (Fig. 6-31).
A haste da alavanca simplesmente conecta o cabo à ponta 
ativa, ou lâmina, da alavanca. A haste quase sempre tem compri-
mento substancial e é forte o sufi ciente para transmitir a força do 
A
B
FIGURA 6-27 A, A ponta de aspiração cirúrgica apresenta pequeno 
diâmetro. Pontas de aspiração geralmente possuem um orifício para 
prevenir lesão tecidual causada por excesso de pressão de sucção. 
No alto, a ponta desmontada para limpeza; embaixo, a ponta está 
montada para uso. B, A ponta de aspiração de Fraser tem um orifício 
no cabo que permite que o operador tenha maior controle sobre a 
quantidade de pressão de sucção. Mantendo o polegar sobre o ori-
fício, aumenta-se a sucção na ponta. Um fi o em forma de estilete é 
usado para limpar a ponteira quando ela entupir por causa de partí-
culas de osso ou dente.
FIGURA 6-28 A pinça de campo é utilizada para manter os campos 
operatórios em posição. As pontas ativas apreendem os campos e 
o cabo com trava os mantém em posição. A pinça apresentada tem 
pontas ativas rombas não penetrantes. Também estão disponíveis 
pinças de campo com pontas ativas afi adas e penetrantes.
Lâmina Haste Cabo
FIGURA 6-30 Os principais componentes da alavanca são o cabo, 
a haste e a lâmina.
FIGURA 6-29 Seringas plásticas grandes podem ser utilizadas para 
dispensar solução de irrigação no campo operatório utilizando uma 
agulha romba angulada.
86 PARTE II • PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
cabo para a lâmina. A lâmina da alavanca é a sua ponta ativa e é 
usada para transmitir a força ao dente, osso ou ambos.
Tipos de Alavancas
A maior variação nos tipos de alavancas está na forma e no tama-
nho da lâmina. Os três tipos básicos de alavancas são: (1) o tipo 
reto, (2) o tipo triangular ou em forma de fl âmula, e (3) o tipo api-
cal. A alavanca reta é a alavanca mais utilizada para luxar os den-
tes (Fig. 6-32, A). A lâmina da alavanca reta tem uma superfície
côncava do lado que é posicionado de encontro ao dente a ser 
extraído (Fig. 6-32, B). A alavanca reta pequena no 301 é fre-
quentemente utilizada para iniciar a luxação de um dente erup-
cionado, antes do uso do fórceps (Fig. 6-33). Alavancas retas
mais largas são utilizadas para deslocar raízes de seus alvéolos 
e também são empregadas para luxar dentes que estejam mais 
separados ou quando a alavanca reta menor se tornar inefi caz. A 
alavanca reta mais larga mais utilizada é a de no 34S, porém, as 
nos 46 e 77R são também utilizadas ocasionalmente.
A forma da lâmina da alavanca reta pode ser angulada a partir 
da haste, permitindo que o instrumento seja utilizado na região 
mais posterior da boca. Dois exemplos de alavancas com haste 
angulada com uma lâmina similar à da alavanca reta são as ala-
vancas de Miller e de Potts.
O segundo tipo de alavanca mais comumente usado é a ala-
vanca triangular (Fig. 6-34). Estas alavancas estão disponíveis 
em par, uma esquerda e uma direita. A alavanca triangular é 
mais indicadaquando uma raiz fraturada permanece no alvéolo 
dental e o alvéolo adjacente está vazio. Um exemplo típico seria 
quando um primeiro molar mandibular é fraturado, deixando a 
raiz distal no alvéolo e com a raiz mesial tendo sido removida 
com a coroa. A ponta da alavanca triangular é posicionada den-
tro do alvéolo, com a haste da alavanca apoiada na cortical ós-
sea vestibular. A alavanca é então girada no longo eixo da haste, 
fazendo com que a ponta afi ada da alavanca trave no cemento 
da raiz distal remanescente; a alavanca é então girada e a raiz é 
removida. As alavancas triangulares estão disponíveis em uma 
variedade de tipos e angulações, porém, a alavanca tipo Cryer é 
a mais comum.
O terceiro tipo de alavanca utilizada com certa frequência é a 
alavanca apical. Este tipo de alavanca é usado para remover raí-
zes. A versão robusta desta alavanca é a alavanca apical de Crane 
(Fig. 6-35). Este instrumento é utilizado para elevar como uma 
alavanca uma raiz fraturada do alvéolo dental. Geralmente é ne-
cessário fazer um furo com uma broca, de cerca de 3 mm na raiz 
na altura da crista óssea (ponto de apoio). A ponta da alavanca 
A
B
C
FIGURA 6-34 Alavancas triangulares (de Cryer) são instrumentos 
em par e são, desta forma, usadas para raízes mesial ou distal.
FIGURA 6-31 Cabos em “T” ou em cruz são utilizados em algumas 
alavancas. Este tipo de cabo pode gerar grande quantidade de força 
e, consequentemente, deve ser usado com grande cautela.
FIGURA 6-32 A, Alavancas retas são as alavancas mais comumente 
utilizadas. B e C, A lâmina da alavanca reta é côncava no lado de 
trabalho.
FIGURA 6-33 Variedade de tamanhos das alavancas retas, que va-
riam baseadas na largura da lâmina.
 CAPÍTULO 6 • Instrumentação para Cirurgia Oral Básica 87
é então colocada no furo e, com a cortical vestibular do osso 
como fulcro, a raiz é elevada do alvéolo dental. Ocasionalmente, 
a ponta afi ada pode ser usada sem a preparação do ponto de 
apoio através de seu travamento direto no cemento ou na furca 
do dente.
O segundo tipo de alavanca apical é o elevador de ápice radi-
cular (Fig. 6-36). O elevador de ápice dental é um instrumento 
delicado usado para luxar pequenos ápices dentais de seus alvé-
olos. Deve ser enfatizado que este instrumento é fi no e não deve 
ser usado girando-o ou utilizando um fulcro como a alavanca 
de Cryer ou de Crane. O elevador de ápice dental é usado para 
luxar a ponta mais apical da raiz através da inserção de sua ponta 
no espaço do ligamento periodontal, entre a raiz e a parede do 
alvéolo.
Fórceps para Exodontia
Os fórceps para exodontias são instrumentos usados para remo-
ver o dente do osso alveolar. Estes fórceps são projetados em vá-
rias formas e confi gurações para que se adaptem à variedade de 
dentes nos quais eles são usados. Cada desenho básico oferece 
uma multiplicidade de variações para se adequar às preferências 
do cirurgião. Esta seção trata dos desenhos básicos fundamentais 
e cita algumas variações.
Componentes do Fórceps
Os componentes básicos do fórceps para extração dentária são 
o cabo, a articulação e a ponta ativa (Fig. 6-37). Os cabos ge-
ralmente são de tamanho adequado para que sejam conforta-
velmente manuseados e para transferirem pressão e força sufi -
cientes para a remoção do dente. Os cabos têm uma superfície 
serrilhada para permitir uma correta apreensão e evitar que 
escorreguem.
Os cabos do fórceps são seguros de maneiras diferentes, de-
pendendo da posição do dente a ser removido. Os fórceps maxi-
lares são seguros com a palma da mão sob o fórceps de manei-
ra que a ponta ativa seja direcionada para cima (Fig. 6-38). Os 
fórceps utilizados para a remoção de dentes mandibulares são 
seguros com a palma da mão sobre o fórceps de maneira que a 
ponta seja direcionada para baixo, na direção dos dentes (Fig. 
6-39). Os cabos dos fórceps geralmente são retos, mas podem 
ser curvos. Isto propicia ao operador uma sensação de “melhor 
pega” (Fig. 6-40).
A articulação do fórceps, como a haste da alavanca, é apenas 
um mecanismo para conectar o cabo à ponta ativa. A articulação 
transfere e concentra a força aplicada aos cabos para a ponta. 
Existe uma diferença distinta de estilos: o tipo americano co-
mum tem a articulação na direção horizontal e é usado como 
foi descrito (Fig. 6-37). A preferência inglesa é pela articulação 
vertical e o cabo vertical correspondente (Fig. 6-41, A). Desta 
forma, o cabo e a articulação do estilo inglês são usados com a 
mão na direção vertical de maneira oposta à direção horizontal 
(Fig. 6-41, B).
As pontas ativas do fórceps para exodontia são a fonte da 
maior variação entre os fórceps. A ponta ativa é desenhada para 
se adaptar à raiz dental próxima à junção da coroa com a raiz. 
Deve-se lembrar que as pontas ativas dos fórceps são projetadas 
para se adaptar à estrutura radicular do dente, e não à sua co-
roa. Neste sentido, pontas ativas diferentes são desenhadas para 
dentes uni, bi e trirradiculares. A variação no desenho é tal que 
a extremidade da ponta ativa adaptar-se-á fi rmemente às várias 
formas de raízes, melhorando o controle do cirurgião sobre as 
forças aplicadas à raiz e diminuindo a chance de fratura radi-
cular. Quanto mais estreita for a adaptação da ponta ativa do 
fórceps às raízes dentais, mais efi ciente será a extração e menor 
será a chance de ocorrência de resultados indesejáveis.
Uma última variação no desenho está na largura da ponta 
ativa. Algumas pontas ativas de fórceps são fi nas, pois seu princi-
pal uso é na remoção de dentes fi nos, como os incisivos. Outras 
pontas ativas são mais largas, pois os dentes para os quais elas 
Ponta
ativa
Articu-
lação Cabo
FIGURA 6-38 O fórceps utilizado para a remoção de dentes maxi-
lares é segurado com a palma da mão embaixo do cabo.
FIGURA 6-35 Alavanca de Crane é um instrumento utilizado para 
elevar uma raiz, ou até mesmo dentes, após a preparação de um 
ponto de apoio com uma broca.
FIGURA 6-36 O delicado elevador para ápices radiculares é utiliza-
da para luxar o ápice radicular no alvéolo. A ponta fi na pode se que-
brar ou dobrar se o instrumento for utilizado de modo incorreto.
FIGURA 6-37 Componentes básicos do fórceps para extração.
88 PARTE II • PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
foram planejadas para extrair são substancialmente mais largos,
como os molares inferiores. O fórceps desenhado para remover 
um incisivo inferior pode, teoricamente, ser utilizado para remo-
ver um molar inferior, mas as pontas ativas são tão fi nas que elas 
serão inefi cientes para esta aplicação. Similarmente, os fórceps 
amplos para molares não irão se adaptar ao estreito espaço ocu-
pado pelo incisivo inferior e, consequentemente, não poderão 
ser utilizados nesta situação sem causar algum dano ao dente 
adjacente.
As pontas ativas dos fórceps são anguladas de maneira que 
possam ser posicionadas paralelas ao longo eixo do dente, com 
o cabo em uma posição confortável. Desta forma, as pontas ati-
vas dos fórceps maxilares geralmente são paralelas ao cabo. Os 
fórceps para molares maxilares são inclinados em forma de baio-
neta para permitir que o cirurgião alcance a região posterior da 
boca de modo confortável e, ainda, mantenha as pontas ativas 
paralelas ao longo eixo do dente. As pontas ativas dos fórceps 
mandibulares geralmente são perpendiculares ao cabo, o que 
permite ao cirurgião alcançar os dentes inferiores, mantendo 
uma posição confortável e controlável.
Fórceps para Maxila
A remoção de dentes maxilares requer o uso de instrumentos 
desenhados para dentes unirradiculares e para dentes com três 
raízes. Os incisivos, caninos e pré-molares maxilares são consi-
derados unirradiculares. O primeiro pré-molar maxilar frequen-
temente apresenta uma raiz bifurcada, mas como isto só ocorre 
no terço apical, não infl uencia no desenho do fórceps. Os mo-
lares maxilares apresentam raízes trifurcadas e existem fórceps 
para exodontia que irão se adaptar a esta confi guração.
Após alguma luxação, os dentes unirradicularesmaxilares 
geralmente são removidos com um fórceps universal maxilar, qua-
se sempre no 150 (Fig. 6-42). O fórceps no 150 apresenta uma 
forma em “S” discreta, quando visto de lado, e é essencialmente 
reto quando visto de cima. As pontas ativas do fórceps se cur-
vam até se encontrarem apenas em suas extremidades. A discreta 
curva do no 150 permite que o cirurgião alcance de modo confor-
tável não só os incisivos, mas também os pré-molares. A ponta 
ativa do fórceps no 150 foi discretamente modifi cada para dar 
origem ao fórceps no 150A (Fig. 6-43). O no 150A é útil para o 
dente pré-molar maxilar e não deve ser usado para os incisivos, 
pois apresenta uma adaptação pobre às raízes dos incisivos.
Além do fórceps no 150, um fórceps reto também se encontra 
disponível. O fórceps no 1 (Fig. 6-44), que pode ser utilizado para
os incisivos e caninos maxilares, são mais fácies de serem usados 
para os incisivos superiores do que o no 150.
Os dentes molares maxilares são trirradiculares com uma úni-
ca raiz palatina e uma bifurcação vestibular. Consequentemente, 
os fórceps que são especialmente desenhados para se adaptar 
aos molares maxilares devem ter uma superfície suave e côncava 
para a raiz palatina, e uma com um desenho pontiagudo que se 
adaptará à bifurcação vestibular. Isto faz com que seja necessário 
que os fórceps para molares venham em par: um esquerdo e um 
direito. Além disso, o fórceps para molar deve ter uma compen-
sação para que o cirurgião possa atingir a região posterior da 
boca mantendo uma posição adequada. Os fórceps para molar 
mais utilizados são os no 53 direito e esquerdo (Fig. 6-45). Estes 
fórceps são desenhados para se adaptarem anatomicamente à 
raiz palatina, e a ponta ativa pontiaguda para se adaptar à bifur-
cação vestibular. A ponta ativa é curvada para permitir um bom 
posicionamento do cirurgião. 
A
B
FIGURA 6-39 A, Fórceps utilizado para a remoção de dentes man-
dibulares é segurado com a palma da mão sobre o fórceps. B, Uma 
pega mais fi rme para a obtenção de uma maior quantidade de força 
rotacional pode ser obtida com a movimentação do polegar para o 
lado e para baixo do cabo.
FIGURA 6-40 Os cabos retos geralmente são preferidos, porém, os 
cabos curvos são a preferência de alguns cirurgiões.
A
B
FIGURA 6-41 A, O fórceps no estilo inglês apresenta a articulação 
em uma direção vertical. B, O fórceps no estilo inglês é segurado em 
uma direção vertical.
 CAPÍTULO 6 • Instrumentação para Cirurgia Oral Básica 89
A
C
B
D
A
B C
A
B C
FIGURA 6-42 A, Vista superior do fórceps no 150. B, Vista lateral do fórceps no 150. C e D, Fórceps no 150 adaptado a um incisivo central 
maxilar.
FIGURA 6-43 A, Vista superior do fórceps no 150A. B, O fórceps no 150A tem pontas ativas paralelas que não se tocam diferentemente das 
pontas ativas do fórceps 150. C, Adaptação do fórceps no 150A a um pré-molar maxilar.
FIGURA 6-44 A, Vista superior do fórceps no 1. B e C, Fórceps no 1 adaptado a um incisivo.
90 PARTE II • PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
Uma variação do desenho é vista nos fórceps no 88 direito e 
esquerdo, que apresentam as pontas ativas com as extremidades 
mais longas e acentuadas (Fig. 6-46). Estes fórceps são conheci-
dos como fórceps chifre de vaca superiores. Eles são particularmente 
úteis para os molares maxilares com coroas intensamente caria-
das. As pontas ativas afi adas podem alcançar mais profundamen-
te a trifurcação até tocarem na dentina. A maior desvantagem é 
que eles destroem a crista alveolar óssea e, quando utilizados em 
dentes hígidos sem cuidado, podem ocasionar fratura de grande 
quantidade de osso alveolar vestibular.
Ocasionalmente, os segundos molares superiores e terceiros 
molares erupcionados apresentam uma única raiz cônica. Neste 
caso, um fórceps com pontas ativas lisas e amplas com curvatura 
do cabo pode ser útil. O fórceps no 210S exemplifi ca este desenho 
(Fig. 6-47). Outra variação no desenho é encontrada nos fórceps 
de molar com pontas ativas bem fi nas e anguladas. Estes fórceps 
são usados, principalmente, para a remoção de raízes fraturadas 
de molares maxilares, mas podem ser usados para a remoção de 
pré-molares estreitos e incisivos inferiores. Estes fórceps e o no
65 também são conhecidos como fórceps apicais (Fig. 6-48).
Uma versão menor do no 150, o no 150S, é útil para a remo-
ção de dentes decíduos (Fig. 6-49). Este fórceps se adapta bem a 
todos os dentes decíduos maxilares e pode ser usado como um 
fórceps para dente decíduo universal.
Fórceps para Mandíbula
A exodontia de dentes mandibulares requer fórceps que possam 
ser usados em dentes unirradiculares para os incisivos, caninos 
e pré-molares, e dentes birradiculares para os molares. O fórceps 
mais utilizado para dentes unirradiculares é o fórceps universal 
inferior, ou o no 151 (Fig. 6-50). Este fórceps possui cabos simi-
lares aos do no 150, porém, suas pontas ativas são direcionadas 
inferiormente para os dentes inferiores. As pontas ativas são lisas 
e estreitas e tocam-se somente nas extremidades. Isto permite 
que as pontas se adaptem próximas à linha cervical do dente e 
apreendam a raiz.
O fórceps no 151A foi ligeiramente modifi cado para os pré-
molares mandibulares (Fig. 6-51). Este fórceps não deve ser 
usado para outros dentes inferiores, pois sua forma impede a 
adaptação às raízes dos dentes.
O fórceps de estilo inglês ou de articulação vertical pode ser 
usado para os dentes unirradiculares da mandíbula (Fig. 6-52). 
Pode-se gerar uma grande força com este fórceps. Se não usado 
com cautela, a incidência de fratura radicular é elevada com este 
instrumento. Consequentemente, este fórceps é pouquíssimo 
utilizado por cirurgiões iniciantes e inexperientes.
Os molares mandibulares são dentes birradiculares bifurcados 
que permitem o uso do fórceps que se adapte, anatomicamente, 
ao dente. Como a bifurcação ocorre na vestibular e na lingual, é 
necessário apenas um único fórceps de molar para os dois lados, 
diferentemente da maxila, para a qual é necessária a utilização de 
um jogo de fórceps pareados esquerdo e direito.
Um fórceps para molar inferior útil é o de no 17 (Fig. 6-53). 
Ele apresenta, geralmente, cabos retos e as pontas ativas são obli-
quamente direcionadas para baixo. As pontas ativas apresentam 
extremidades pontiagudas no centro para que sejam encaixadas 
na bifurcação dos molares inferiores. O remanescente das pontas 
ativas se adapta bem ao lado da furca. Devido à sua extremidade 
pontiaguda, o fórceps no 17 não pode ser usado em molares que 
apresentem raízes fusionadas e cônicas. Nestes casos é usado o 
fórceps no 151.
A maior variação no desenho dos fórceps para molares é o 
no 87, também denominado de fórceps chifre de vaca (Fig. 6-54). 
A
B C
D E
FIGURA 6-45 A, Vista superior do fórceps no 53L. B, Vista oblíqua do fórceps no 53L. C, Direita, no 53L; esquerda, no 53R. D e E, Um 53L 
adaptado a um molar maxilar.
 CAPÍTULO 6 • Instrumentação para Cirurgia Oral Básica 91
A
B C
A
B C
A
B
C
FIGURA 6-46 A, Vista superior do fórceps no 88L. B, Vista lateral do fórceps no 88L. C, Um no 88R adaptado a um molar maxilar.
FIGURA 6-47 A, Vista superior do fórceps no 210S. B, Vista lateral do fórceps no 210S. C, Um no 210S adaptado a um molar maxilar.
FIGURA 6-48 A, Vista superior do fórceps no 65. B, Vista lateral do 
fórceps no 65. C, Um no 65 adaptado a uma raiz fraturada.
FIGURA 6-49 O fórceps no 150S (embaixo) é uma versão menor do 
fórceps no 150 (no alto) e é usado para dentes decíduos.
92 PARTE II • PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
A
B C
A B
A B
FIGURA 6-50 A, Vista superior do fórceps no 151. B, Vista lateral do fórceps no 151. C, Um fórceps no 151 adaptado a um incisivo man-
dibular.
FIGURA 6-51 A, O fórceps no 151A tem as pontas ativas paralelas e não se adapta bem às raízes da maioria dos dentes, diferentemente das 
pontas ativas do fórceps no 151. B, O fórceps no 151A adaptado a um pré-molar inferior. Visualiza-se a falta de adaptação das pontas ativas 
à raiz do dente.FIGURA 6-52 A, Vista lateral do fórceps de estilo inglês. B, Fórceps adaptado a um pré-molar inferior.
 CAPÍTULO 6 • Instrumentação para Cirurgia Oral Básica 93
C
A
B
D
C
A
B
D
FIGURA 6-53 A, Vista superior do fórceps no 17 para molares. B, Vista lateral do fórceps no 17 para molares. C e D, Fórceps no 17 adaptado 
a um molar inferior.
FIGURA 6-54 A, Vista superior do fórceps chifre de vaca no 87. B, Vista lateral do fórceps chifre de vaca. C e D, Fórceps chifre de vaca 
adaptado a um molar inferior.
94 PARTE II • PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
Este instrumento é desenhado com duas pontas longas e pontia-
gudas que entram na bifurcação dos molares inferiores. Depois 
que o fórceps foi corretamente posicionado, quase sempre atra-
vés de movimentos nas direções superior e inferior dos cabos, o 
dente é praticamente elevado, através do fechamento do fórceps 
pelo apertamento dos cabos. Conforme as pontas são pressiona-
das contra a bifurcação, elas usam a cortical vestibular e lingual 
como fulcro e o dente, literalmente, salta do alvéolo. Assim como 
no uso do fórceps de estilo inglês, o uso incorreto do fórceps chifre 
de vaca pode levar a um aumento da incidência de efeitos inde-
sejados, tais como fraturas do osso alveolar ou dano aos dentes 
maxilares caso o fórceps não seja corretamente controlado pelo 
cirurgião no momento em que o molar sair do alvéolo. O cirur-
gião iniciante deve, consequentemente, utilizar o fórceps chifre 
de vaca com cautela.
O fórceps no 151 também se adapta aos dentes decíduos. O 
no 151S tem o mesmo desenho geral do no 151, porém, é ligei-
ramente menor para que se adapte aos dentes decíduos (Fig. 
6-55).
SISTEMAS DE BANDEJAS PARA 
INSTRUMENTOS
Muitos dentistas acreditam ser prático utilizar o método de ban-
dejas para organizar os instrumentos. Jogos-padrão de instru-
mentos são embalados juntos, esterilizados e abertos durante a 
cirurgia. O pacote básico para cirurgia inclui uma seringa para 
anestesia local, uma agulha, um tubete anestésico, um descola-
dor de periósteo no 9, uma cureta periapical, uma alavanca reta 
pequena e outra grande, uma pinça universitária, um hemostato 
curvo, uma pinça de campo, um afastador de Minnesota ou de 
Austin, uma ponta de aspiração e um pacote de gaze (Fig. 6-56). 
O fórceps necessário será adicionado a esta bandeja.
Uma bandeja utilizada para extrações cirúrgicas incluiria os 
itens da bandeja para exodontia básica e mais um porta-agulhas, 
um fi o de sutura, uma tesoura de sutura, um cabo e uma lâmina 
de bisturi, pinça de tecido de Adson, uma lima para osso, um 
afastador de língua, um par de alavancas de Cryer, uma pinça-
goiva e uma peça de mão e uma broca (Fig. 6-57). Estes instru-
mentos permitem a incisão e o descolamento do tecido mole, a 
remoção de osso, a odontossecção, a remoção de raízes, o desbri-
damento da ferida e a sutura do tecido mole.
A bandeja de biópsia é semelhante à bandeja básica, menos 
as alavancas e mais um porta-agulhas e fi o de sutura, tesoura de 
sutura, e tesoura Metzenbaum, pinça de tecido de Allis, pinça de 
tecido de Adson e um hemostato curvo (Fig. 6-58). Estes instru-
mentos permitem a incisão e a dissecção de fragmentos de tecido 
mole e o fechamento da ferida com suturas.
A bandeja pós-operatória tem os instrumentos necessários 
para a irrigação do sítio cirúrgico e para remoção de sutura (Fig. 
6-59). A bandeja geralmente inclui tesoura, pinça de algodão, 
seringa para irrigação, haste fl exível com ponta de algodão, gaze 
e ponta de aspiração.
Os instrumentos podem ser colocados em uma bandeja pla-
na, embalados com um tecido para esterilização e então esterili-
zados. Quando for o momento de seu uso, a bandeja deverá ser 
levada para a sala cirúrgica e aberta de maneira que preserve a 
esterilidade dos instrumentos, e estes deverão ser usados e re-
colocados na badeja. Este sistema necessita de uma autoclave 
sufi cientemente grande para acomodar a bandeja.
FIGURA 6-55 O fórceps no 151S (embaixo) é uma versão menor 
do fórceps no 151 (no alto) e é usado para exodontia de dentes de-
cíduos.
FIGURA 6-56 Bandeja para extração básica.
 CAPÍTULO 6 • Instrumentação para Cirurgia Oral Básica 95
FIGURA 6-59 Bandeja pós-operatória inclui instrumentos necessários para a remoção das suturas e irrigação da boca.
FIGURA 6-57 Bandeja para extração cirúrgica incluindo os instrumentos necessários para descolamento dos retalhos de tecido mole, remo-
ção de osso, secção de dentes, remoção de raízes e sutura dos retalhos.
FIGURA 6-58 Bandeja de biópsia incluindo o equipamento necessário para remoção de fragmento de tecido mole e fechamento da ferida.
96 PARTE II • PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
Como alternativa, estojos de metal podem ser usados no lu-
gar da bandeja. Os estojos são mais compactos, mas também de-
vem ser embalados em tecido para esterilização.
O apêndice inclui os preços dos instrumentos listados para 
estas bandejas. Uma revisão casual do custo dos instrumentos 
cirúrgicos demonstrará porque o cirurgião e o pessoal de apoio 
devem manter todos os esforços para cuidar, de maneira apro-
priada, dos instrumentos.
110 PARTE II • PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
consciente para forçar as pontas ativas do fórceps para dentro do 
espaço do ligamento periodontal na crista óssea para expandir o 
osso e forçar o dente para fora do alvéolo (Fig. 7-39). O princí-
pio da cunha é também útil quando uma alavanca reta é usada 
para luxar um dente em seu alvéolo. Uma alavanca pequena é 
forçada para dentro do espaço do ligamento periodontal, o que 
desloca a raiz em direção oclusal e, consequentemente, para fora 
do alvéolo (Fig. 7-40).
A terceira máquina utilizada na extração dentária é a roda e 
o eixo, mais intimamente identifi cada com a alavanca triangu-
lar ou o tipo bandeira. Quando uma raiz de um dente multirra-
dicular é deixada no alvéolo, a alavanca tipo bandeira, como a 
alavanca de Cryer, é posicionada no alvéolo e é girada. O cabo 
funciona como eixo e a ponta da alavanca triangular atua como 
uma roda e eleva a raiz para fora do alvéolo (Fig. 7-41).
PRINCÍPIOS PARA O USO DE ALAVANCA E DO 
FÓRCEPS
Os instrumentos básicos utilizados para remover um dente do 
processo alveolar são a alavanca e o fórceps para extração. As 
alavancas auxiliam na luxação do dente, e o fórceps continua 
esse processo por meio da expansão óssea e ruptura do liga-
mento periodontal. Os dois objetivos do uso do fórceps são: 
(1) expansão do alvéolo ósseo com o uso das pontas ativas em 
forma de cunha e dos movimentos do próprio dente com o fór-
ceps; (2) remoção do dente do alvéolo.
FIGURA 7-31 Para a extração dos dentes mandibulares, o cirurgião 
segura o fórceps com a mão por baixo.
FIGURA 7-28 A abordagem por trás do paciente para extração dos 
dentes mandibulares do lado esquerdo. A mão é posicionada por 
baixo do fórceps.
FIGURA 7-29 Na posição sentada, o paciente é posicionado tão 
baixo quanto possível para que a boca fi que no nível do cotovelo 
do cirurgião.
FIGURA 7-30 Para extração dos dentes maxilares, o paciente é re-
clinado a até, aproximadamente, 60 graus. As posições da mão e do 
fórceps são as mesmas das utilizadas para a posição em pé.
 CAPÍTULO 7 • Princípios da Exodontia Simples 111
A alavanca dentária consiste de um cabo, uma haste e uma lâ-
mina. O cabo da alavanca é, geralmente, alinhado com a haste e é 
grosso para permitir sua apreensão na palma da mão. A alavanca 
ainda pode ter áreas planas para apoiar os dedos e auxiliar no di-
recionamento da alavanca. O cabo pode, também, ser construído 
perpendicular à haste (alavancas com cabo em cruz). A haste co-
necta o cabo à lâmina. As lâminas podem ser retas, triangulares 
(Cryer), curvadas (Potts) ou pontiagudas (Crane).
O fórceps pode aplicar cinco movimentos principais para lu-
xar os dentes e expandir o alvéolo ósseo. O primeiro é a pres-
são apical, que obtém dois objetivos. Embora o dente mova o 
mínimo na direção apical, o alvéolo dentário é expandido pela 
inserção das pontas ativas para dentro doespaço do ligamento 
periodontal (Fig. 7-42). Sendo assim, a pressão apical do fórceps 
FIGURA 7-36 Uma alavanca de primeira classe transforma uma 
força pequena e um grande movimento em um pequeno movimento 
e em uma grande força.
FIGURA 7-32 Para remoção dos dentes posteriores da mandíbula, 
a mão do cirurgião pode segurar o fórceps por cima.
FIGURA 7-33 Para remoção dos dentes anteriores, o cirurgião se 
desloca para a posição por trás do paciente para que a mandíbula e o 
processo alveolar possam ser apoiados pela outra mão do cirurgião.
FIGURA 7-34 A posição por trás do paciente pode ser usada para 
remoção dos dentes posteriores da mandíbula. A mão é posicionada 
por baixo do fórceps para controle máximo.
FIGURA 7-35 Quando o fórceps de estilo Inglês é usado, dá-se 
preferência à posição por trás do paciente.
112 PARTE II • PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
BA
FIGURA 7-37 Na remoção desse pré-molar mandibular, um ponto 
de apoio foi feito no dente, o que cria uma situação de uma alavanca 
de primeira classe. Quando se insere uma alavanca apical de Crane 
no ponto de apoio e o cabo é forçado apicalmente (A), o dente é 
elevado em direção oclusal para fora do alvéolo utilizando o osso 
alveolar vestibular como fulcro (B).
FIGURA 7-38 A cunha pode ser usada para expandir, dividir e des-
locar partes da substância onde ela é usada.
FIGURA 7-39 As pontas ativas do fórceps agem como uma cunha 
para expandir o osso alveolar e desloca o dente em direção oclusal.
FIGURA 7-40 Uma pequena alavanca reta utilizada como uma 
cunha para deslocar a raiz de um dente de seu alvéolo.
FIGURA 7-41 Alavanca triangular desempenhando o papel de uma 
máquina de roda e eixo utilizada para remover uma raiz do alvéolo.
sobre o dente causa expansão óssea. Uma segunda realização da 
pressão apical é que o centro de rotação do dente é deslocado 
apicalmente. Como o dente está se movendo em resposta à força 
aplicada a ele pelo fórceps, este se torna o instrumento de expan-
são. Se o fulcro for alto (Fig. 7-43), uma grande quantidade de 
força é aplicada na região apical do dente, o que aumenta a chan-
ce de fratura do ápice radicular. Se as pontas ativas do fórceps 
forem forçadas para dentro do espaço do ligamento periodontal, 
o centro de rotação é deslocado apicalmente, o que resulta em 
maior movimento das forças de expansão na crista do processo 
alveolar e menos força de movimento lingual no ápice do dente 
(Fig. 7-44). Esse processo diminui a chance de fratura do ápice 
radicular.
A segunda maior pressão ou movimento aplicado pelo fórceps 
é a força vestibular. As pressões vestibulares causam expansão 
da cortical vestibular, particularmente na crista óssea do alvéolo 
(Fig. 7-45). Embora a pressão vestibular gere forças de expan-
são na crista do alvéolo, é importante lembrar que também gera 
pressão lingual no ápice. Portanto, força excessiva pode fraturar 
o osso vestibular ou causar uma fratura do terço apical da raiz.
Terceiro, a pressão palatina ou lingual é similar ao conceito 
da pressão vestibular, mas objetiva expandir a crista óssea lin-
 CAPÍTULO 7 • Princípios da Exodontia Simples 113
gual e, ao mesmo tempo, evitar pressões excessivas no osso api-
cal vestibular (Fig. 7-46).
Quarto, pressão rotacional, como o nome indica, gira o dente, 
o que causa certa expansão interna do alvéolo dentário. Dentes 
com raízes únicas, cônicas (como os incisivos maxilares e os pré-
molares mandibulares) e com raízes que não sejam curvas são 
mais passíveis de serem luxados por essa técnica (Fig. 7-47). 
Dentes que tenham raízes que não sejam cônicas ou que tenham 
múltiplas raízes – especialmente se essas raízes forem curvas – 
possuem maior chance de fraturar com esse tipo de pressão.
Finalmente, forças de tração são úteis para remover o dente 
do alvéolo uma vez que tenha sido obtida uma adequada expan-
são óssea. Forças de tração devem ser limitadas à parte fi nal do 
processo de extração e deve ser delicada (Fig. 7-48). Se for ne-
cessária uma força excessiva, outras manobras devem ser refeitas 
para melhorar a luxação da raiz.
Em resumo, uma variedade de forças pode ser usada par re-
mover os dentes. Uma força apical intensa é sempre útil e deve 
ser aplicada sempre que o fórceps estiver adaptado ao dente. A 
maioria dos dentes é removida por meio de uma combinação de 
forças vestibular e lingual (palatina). Devido ao fato de o osso 
vestibular maxilar ser, geralmente, fi no e o osso palatino, um 
osso cortical mais espesso, dentes maxilares são, em geral, remo-
vidos por forças vestibulares intensas e forças palatinas menos 
vigorosas. Na mandíbula, o osso vestibular é mais fi no da metade 
posterior para a área dos molares. Por consequência, os incisi-
vos, caninos e pré-molares são removidos, principalmente, como 
resultado de força vestibular intensa e pressões linguais menos 
vigorosas. Os dentes molares da mandíbula têm um osso vesti-
bular mais espesso e, geralmente, necessitam de uma pressão 
lingual mais forte que os outros dentes na boca. Como já men-
cionado, forças rotacionais são úteis para dentes unirradiculares 
A B
BA
FIGURA 7-42 O fórceps para extração deve ser posicionado com 
forte pressão apical para expandir a crista óssea e para deslocar o 
centro de rotação o mais apicalmente possível.
FIGURA 7-45 Pressão vestibular aplicada ao dente irá expandir a 
cortical vestibular na direção da crista óssea, com alguma expansão 
lingual no terço apical da raiz. Asterisco, Centro de Rotação.
FIGURA 7-43 Se o centro de rotação (*) não estiver sufi cientemen-
te apical, ele fi ca muito oclusal, o que causa excesso de movimento 
do ápice dentário (A). B, Excesso de movimento do ápice radicular 
devido a um alto centro de rotação resulta em fratura do ápice ra-
dicular.
FIGURA 7-44 Se o fórceps é posicionado apicalmente, o centro de 
rotação (*) é deslocado também apicalmente e é gerada menos pres-
são apical (A). Isso resulta em maior expansão da cortical vestibular, 
menos movimento do ápice do dente e, consequentemente, menos 
chance de fratura radicular (B).
114 PARTE II • PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
que tenham raízes cônicas e sem curvatura no fi nal da raiz. Os 
incisivos maxilares, particularmente o inciso central e os pré-
molares mandibulares (em especial, o segundo pré-molar), são 
mais susceptíveis às forças rotacionais.
PROCEDIMENTOS PARA EXTRAÇÃO FECHADA
Um dente erupcionado pode ser extraído utilizando uma das 
duas principais técnicas: fechada ou aberta. A técnica fechada 
é também conhecida como técnica simples. A técnica aberta é 
também conhecida como técnica cirúrgica ou a retalho. Esta se-
ção discute a técnica de extração fechada; a técnica de extração 
aberta é discutida no Capítulo 8.
A técnica fechada é a técnica mais frequentemente usada e 
oferece as considerações básicas para quase todas as extrações. A 
técnica aberta é utilizada quando o clínico acredita que força ex-
cessiva será necessária para remover o dente, quando uma quan-
tidade substancial da coroa está perdida ou coberta por tecido 
ou quando o acesso à raiz do dente é difícil, como quando uma 
coroa frágil está presente.
A técnica correta para qualquer situação deve levar a uma ex-
tração atraumática; a técnica incorreta pode resultar em uma 
extração excessivamente longa e traumática.
Qualquer que seja a técnica escolhida, os três requisitos fun-
damentais para uma boa extração permanecem os mesmos: 
(1) acesso e visualização adequados do campo operatório; (2) uma
via desimpedida para a remoção do dente; (3) o uso de força 
controlada para luxar e remover o dente.
Para o dente ser removido do alvéolo ósseo, geralmente é ne-
cessário expandir as paredes do osso alveolar, para fornecer à raiz 
do dente uma via desimpedida, e romper as fi bras do ligamento 
periodontal que prendem o dente no alvéolo ósseo. O uso das 
alavancas e dos fórceps como alavancas e cunhas com uma força 
gradualmente aumentada pode atingir esses dois objetivos.
Cinco etapas principais formam o procedimento de extraçãofechada:
Etapa 1: Liberação dos tecidos moles aderidos à porção cervical do den-
te. O primeiro passo na remoção de um dente pela técnica 
de extração fechada é a liberação do tecido mole ao redor 
do dente com um instrumento afi ado, como uma lâmina de 
bisturi ou a ponta afi ada do destaca periósteo de Molt no 9 
(Fig. 7-49). A liberação do tecido mole do dente tem dois 
objetivos. Primeiro, permite que o cirurgião tenha certeza de 
que uma anestesia profunda foi obtida. Quando esse passo 
tiver sido completo, o dentista informa ao paciente que a ci-
rurgia está para começar e que a primeira etapa será afastar 
o tecido mole do dente. Uma pequena quantidade de pres-
são é sentida nesta fase, porém sem a sensação de dor aguda 
ou desconforto. O cirurgião, então, inicia o procedimento de 
descolamento do tecido mole, gentilmente no início e, gradu-
almente, aumenta a força.
A segunda razão do descolamento do tecido mole é permitir 
o posicionamento mais apical da alavanca e do fórceps para ex-
tração, sem a interferência do tecido mole da gengiva. Conforme 
o tecido mole é descolado do dente, ele é discretamente refl etido, 
o que, consequentemente, aumenta a largura do sulco gengival e 
permite a entrada da ponta ativa biselada em cunha do fórceps. 
A papila gengival adjacente ao dente também deve ser descolada 
para evitar que seja danifi cada pela inserção da alavanca reta.
FIGURA 7-48 Forças de tração são úteis para a remoção fi nal do 
dente do alvéolo. Devem ser sempre forças leves, pois os dentes não 
são puxados.FIGURA 7-46 Pressão lingual irá expandir a cortical lingual na re-
gião da crista e expandir discretamente o osso vestibular na região 
apical. Asterisco, Centro de Rotação.
FIGURA 7-47 Forças rotacionais úteis para dentes com raízes côni-
cas, como os incisivos maxilares e os pré-molares mandibulares.
 CAPÍTULO 7 • Princípios da Exodontia Simples 115
Etapa 2: Luxação do dente com uma alavanca dentária. O próximo 
passo é iniciar a luxação do dente com uma alavanca, ge-
ralmente a alavanca reta. A expansão e a dilatação do osso 
alveolar e a ruptura do ligamento periodontal só são obtidas 
com a luxação do dente em várias direções. A alavanca reta é 
inserida perpendicular ao dente no espaço interdental, após 
o descolamento da papila interdental (Fig. 7-50). A alavanca 
é, então, girada de maneira que a parte inferior da lâmina se 
apoie no osso alveolar e a parte superior, ou oclusal, da lâmi-
na é girada ao encontro do dente que está sendo extraído (Fig. 
7-51). O giro lento, forte e consistente do cabo move o dente 
em uma direção posterior, o que resulta em alguma expansão 
do osso alveolar e rompimento do ligamento periodontal. Se 
o dente for hígido e em contato com dentes estáveis ante-
rior e posterior a ele, a quantidade de movimento conseguido 
com a alavanca reta será mínimo. A utilidade dessa etapa é 
maior se o paciente não possuir um dente posterior ao dente 
que está sendo extraído ou se este estiver destruído ao ponto 
de a coroa não impedir o movimento do dente.
Em certas situações, a alavanca pode ser girada no sentido 
oposto e um deslocamento mais vertical do dente será obtido, 
o que pode, possivelmente, levar à remoção completa do dente 
(Fig. 7-52).
A luxação de dentes com uma alavanca reta deve ser feita 
com cautela. Forças excessivas podem danifi car e até deslocar 
os dentes adjacentes aos dentes que estão sendo extraídos. Isso é 
especialmente verdadeiro se o dente adjacente tiver uma grande 
restauração ou lesão cariosa. Este é apenas o passo inicial no 
processo de elevação. Em seguida, a alavanca reta pequena é in-
serida no espaço do ligamento periodontal no ângulo mésio-ves-
tibular. A alavanca é forçada apicalmente ao mesmo tempo em 
que é girada de um lado para o outro, auxiliando na luxação do 
dente com sua ação de cunha conforme progride apicalmente. 
Uma ação similar com a alavanca pode, então, ser feita no ângu-
lo disto-vestibular. Quando uma alavanca reta pequena se torna 
fácil de girar, uma alavanca reta mais grossa é utilizada para fazer 
a mesma progressão apical. Em geral, o dente irá soltar-se o sufi -
ciente para que seja removido facilmente pelo fórceps.
Etapa 3: Adaptação do fórceps ao dente. O fórceps apropriado 
é, então, escolhido para o dente a ser extraído. As pontas 
ativas do fórceps devem ser desenhadas para se adaptarem, 
anatomicamente, ao dente, apical à linha cervical, ou seja, 
na superfície da raiz. O fórceps é, então, posicionado sobre 
o dente de forma que as extremidades das pontas ativas do 
FIGURA 7-52 O cabo da alavanca, que pode ser girado na direção 
oposta para deslocar o dente ainda mais do alvéolo. Isso pode ser 
conseguido apenas se não houver dente adjacente posteriormente.
FIGURA 7-49 Destaca periósteo, utilizado para liberar a adesão 
gengival do dente e a papila interdental.
FIGURA 7-50 Alavanca reta pequena, inserida perpendicular ao 
dente após o afastamento da papila.
FIGURA 7-51 O cabo da alavanca reta pequena, girado de manei-
ra que o lado oclusal da lâmina da alavanca é girado em direção 
ao dente. O cabo também é deslocado apicalmente para auxiliar na 
elevação do dente.
116 PARTE II • PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
fórceps apreendam à raiz abaixo do tecido mole descolado 
(Fig. 7-53). A ponta ativa lingual, geralmente, é posicionada 
primeiro e, só depois, a ponta ativa vestibular é posiciona-
da. Deve-se ter cuidado de verifi car que as extremidades das 
pontas ativas estejam abaixo do tecido mole e que não este-
jam apreendendo um dente adjacente. Uma vez que o fórceps 
esteja posicionado no dente, o cirurgião segura o fi m do cabo 
do fórceps para maximizar o controle e a vantagem mecânica 
(Fig. 7-54).
Se o dente estiver mal posicionado de maneira que o fórceps-
padrão não possa apreender o dente sem traumatizar os dentes 
adjacentes, outro fórceps com pontas ativas mais fi nas deve ser 
usado. O fórceps para raiz maxilar pode, frequentemente, ser útil 
para os dentes anteriores inferiores apinhados (Fig. 7-55).
As pontas ativas do fórceps devem ser mantidas paralelas ao 
longo eixo do dente para que as forças geradas pela aplicação da 
pressão ao cabo do fórceps possam ser transmitidas pelo longo 
eixo do dente para se obter a máxima efetividade na dilatação e 
na expansão do osso alveolar. Se as pontas ativas não estiverem 
paralelas ao longo eixo do dente, provavelmente a raiz do dente 
irá fraturar.
O fórceps é, então, forçado o mais apicalmente possível para 
apreender a raiz do dente o mais apicalmente possível. Isso re-
sulta em dois fatores: primeiro, as pontas ativas do fórceps atuam 
como cunhas dilatando a crista óssea nas faces lingual e vesti-
bular. Segundo, ao forçar as pontas ativas apicalmente, o centro 
de rotação (ou fulcro) do fórceps aplicado ao dente é deslocado 
para o ápice do dente, o que resulta em maior efetividade e me-
nor chance de fratura do ápice do dente.
Nesse ponto, a mão do cirurgião deve estar empunhando o 
fórceps fi rmemente, com o pulso fi rme e o corpo mantido junto 
ao corpo; o cirurgião deve estar preparado para aplicar força com 
o ombro e o braço sem qualquer pressão no punho. O cirurgião 
deve estar em pé, com os pés, confortavelmente, separados.
Etapa 4: Luxação do dente com o fórceps. O cirurgião inicia a lu-
xação do dente utilizando os movimentos já discutidos. A 
maior parte da força é direcionada para o osso mais fi no e, 
consequentemente, mais fraco. Portanto, na maxila e em todos
os dentes mandibulares com exceção dos molares, o principal 
movimento é vestibular (p. ex., na direção da camada mais 
fi na de osso). O cirurgião utiliza uma força lenta e constante 
para deslocar o dente vestibularmente, em vez de uma série 
de movimentos pequenos e rápidos que pouco fazem para ex-
pandir o osso. O movimento é calculado e lento, e aumenta, 
gradualmente, em força. O dente é, então, movimentado mais 
B
A
A
B
FIGURA 7-55 A, Fórceps no 151, muito largo para apreender o 
pré-molar para extraí-lo sem luxar os dentes adjacentes.

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